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Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Habeas Data

Artigo 5.º, LXXII, da Constituição Federal


e Lei 9.507, de 12 de novembro de 1997

1. Conceito e finalidade do habeas data. Essa garantia tutela o direito de


informação e intimidade do indivíduo, assegurando ao impetrante o conhecimento
de informações relativas à sua pessoa constantes em registros ou bancos de
entidades governamentais ou de caráter público, bem como o direito de retificação
dos dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.
Sempre que o Poder Público ou entidade de caráter público que detém bancos de
dados abertos ao público se negar a conceder informações ou ratificá-las, mesmo
depois de um pedido administrativo do impetrante, será cabível o habeas data.
2. Legitimidade do habeas data.
a) Legitimidade ativa: Assim como o habeas corpus, o habeas data pode ser
impetrado por qualquer indivíduo, desde que as informações sejam relativas à pessoa
do impetrante, em razão do caráter personalíssimo dessa ação, incidindo tal garantia
também para obtenção de acesso a dados sigilosos.
Por conta desta natureza personalíssima, quando se fala em direito particular de
terceiros, como ocorre no direito de informações de órgãos público (artigo 5.º,
XXXIII, Constituição Federal) não é cabível o habeas data, mas sim mandado de
segurança.
b) Legitimidade passiva: Poderá ser sujeito passivo em habeas data qualquer
instituição, pública ou privada, pertencente a órgão público ou prestadora de serviço
de interesse público, desde que mantenha bancos de dados.
Não se pode deixar de observar a necessidade de personalidade jurídica própria
para figurar no polo passivo do habeas data. Logo, em se tratando de banco de dados
de entidade governamental, o sujeito passivo será a pessoa jurídica componente da
administração pública direta ou indireta do Estado.
O artigo 1.º, parágrafo único, da Lei 9.507/2007, considera de caráter público
todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser
transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade
produtora ou depositária das informações.
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3. Objeto do habeas data. O objeto do habeas data é direito de informação e


intimidade do indivíduo, manifestado quando o Poder Público ou entidade de caráter
público que detém bancos de dados abertos ao público se negar a conceder
informações de natureza personalíssima da pessoa do impetrante ou ratificá-las,
mesmo depois de um pedido administrativo, e ainda para a anotação nos
assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro,
mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável.
4. Liminar em habeas data. Apesar de não existir previsão expressa na lei
regulamentadora desta garantia constitucional, em caso de extrema urgência e
comprovada necessidade, nada obsta a concessão de liminar em habeas data. Vale
lembrar que as normas regulamentadoras do habeas corpus também não preveem a
existência de liminar, sem que haja proibição de sua concessão.
5. Procedimento do habeas data. A Lei 9.507/1997, que regulamenta o
procedimento do habeas data, determina, em seu artigo 8.º, parágrafo único, que a
petição inicial já deve trazer aos autos, as provas:
a) da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem
decisão;
b) da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de 15 dias sem
decisão; ou
c) da recusa em fazer-se a anotação da explicação ou contestação do interessado
sobre no cadastro do interessado de explicação ou contestação sobre dado, ainda que
não inexato, desde que justificada.
d) da recusa em fazer-se a anotação de explicação ou contestação de dado pelo
interessado, justificando possível pendência sobre o fato objeto do dado (artigo 4.º, §
2.º, Lei 9.507/1997) ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.
Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o coator do conteúdo da
petição, entregando-lhe a segunda via apresentada pelo impetrante, com as cópias dos
documentos, a fim de que, no prazo de dez dias, preste as informações que julgar
necessárias.
A inicial será desde logo indeferida, quando não for o caso de habeas data, ou se
lhe faltar algum dos requisitos previstos nesta Lei.
Feita a notificação, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará aos
autos cópia autêntica do ofício endereçado ao coator, bem como a prova da sua
entrega a este ou da recusa, seja de recebê-lo, seja de dar recibo.
Findo o prazo de dez dias, e ouvido o representante do Ministério Público dentro
de cinco dias, os autos serão conclusos ao juiz para decisão a ser proferida em cinco
dias.
Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais,
exceto habeas corpus e mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser
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levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a


distribuição, forem conclusos ao relator. O prazo para a conclusão não poderá
exceder de vinte e quatro horas, a contar da distribuição.
6. Julgamento do habeas data. O julgamento do habeas data pode ser de
competência originária ou recursal.
a) competência originária:

Contra atos do Presidente da República, das


Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Supremo Tribunal Federal Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio
Supremo Tribunal Federal.

Contra atos de Ministro de Estado ou do


Superior Tribunal de Justiça
próprio Tribunal.

Tribunais Regionais Contra atos do próprio Tribunal ou de juiz


Federais federal.

Contra ato de autoridade federal, excetuados


Juiz Federal os casos de competência dos tribunais
federais.

Segundo o disposto na Constituição do


Tribunais Estaduais
Estado.

Juiz Estadual Nos demais casos.

b) Será competência recursal do:

Quando a decisão denegatória for proferida


Supremo Tribunal Federal em única instância pelos Tribunais
Superiores.

Quando a decisão for proferida em única


Superior Tribunal de Justiça instância pelos Tribunais Regionais
Federais.

Tribunais Regionais Quando a decisão for proferida por juiz


Federais federal.
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Conforme dispuserem a respectiva


Tribunais Estaduais Constituição e a lei que organizar a Justiça
do Distrito Federal.

Por fim, lembre-se que são gratuitos o procedimento administrativo para acesso
a informações e retificação de dados e para anotação de justificação, bem como a
ação de habeas data.
7. Efeitos do habeas data. Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz
marcará data e horário para que o coator: apresente ao impetrante as informações a
seu respeito, constantes de registros ou bancos de dadas; ou apresente em juízo a
prova da retificação ou da anotação feita nos assentamentos do impetrante.
A decisão será comunicada ao coator, por correio, com aviso de
recebimento, ou por telegrama, radiograma ou telefonema, conforme o requerer o
impetrante.
Os originais, no caso de transmissão telegráfica, radiofônica ou telefônica
deverão ser apresentados à agência expedidora, com a firma do juiz devidamente
reconhecida.
Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação. Quando a
sentença conceder o habeas data, o recurso terá efeito meramente devolutivo.
Quando o habeas data for concedido e o Presidente do Tribunal ao qual
competir o conhecimento do recurso ordenar ao juiz a suspensão da execução da
sentença, desse seu ato caberá agravo para o Tribunal a que presida.

Resumindo
Artigo 5.º, LXXII, da Constituição
Fundamento
Federal.

Norma
Lei 9.507/1997.
regulamentadora

Direito de informação e intimidade do


indivíduo, manifestado quando o Poder
Público ou entidade de caráter público que
Objeto detém bancos de dados abertos ao público
se negar a conceder informações de
natureza personalíssima da pessoa do
impetrante ou ratificá-las, mesmo depois
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de um pedido administrativo.

Conforme a autoridade que negar a


Competência
informação ou a retificação desta.

Liminar Possível, construção da jurisprudência.

Legitimidade ativa: qualquer indivíduo,


desde que as informações sejam relativas à
pessoa do impetrante, em razão do caráter
personalíssimo dessa ação.

Legitimidade Legitimidade passiva: poderá ser sujeito


passivo em habeas data qualquer instituição,
pública ou privada, pertencente a órgão
público ou prestadora de serviço de
interesse público, desde que mantenha
bancos de dados.

Participantes
Impetrado e Ministério Público.
necessários

8. Passo a passo do habeas data – preenchendo seus requisitos:

Conforme a autoridade que negar a informação ou a


Competência
retificação desta.

Conforme a autoridade que negar a informação ou a


Endereçamento
retificação desta.

Legitimidade ativa: qualquer indivíduo, desde que


as informações sejam relativas à pessoa do
impetrante, em razão do caráter personalíssimo
dessa ação.
Partes Legitimidade passiva: poderá ser sujeito passivo
em habeas data qualquer instituição, pública ou
privada, pertencente a órgão público ou prestadora
de serviço de interesse público, desde que
mantenha bancos de dados.

Causa de Pedir – Demonstrar que houve negativa em conceder


tese a ser informações de natureza personalíssima da pessoa
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desenvolvida do impetrante ou ratificá-las, mesmo depois de um


pedido administrativo.

Artigo 13, I e II, Lei 9.507/1997:


• Apresente ao impetrante as informações a seu
respeito, constantes de registros ou bancos de
Pedido
dadas; ou
• Apresente em juízo a prova da retificação ou da
anotação feita nos assentamentos do impetrante.

A petição inicial já deve trazer aos autos, as


provas:
• Da recusa ao acesso às informações ou do decurso
de mais de 10 dias sem decisão;
Demais requisitos • Da recusa em fazer-se a retificação ou do
decurso de mais de 15 dias sem decisão; ou
• Da recusa em fazer-se a anotação de explicação
ou contestação sobre dado, ainda que não inexato,
desde que justificada.

9. Esquema de habeas data

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA [variável, pois


depende da autoridade coatora]
[Espaço de dez linhas]
[Impetrante], [nacionalidade],
[estado civil], [profissão], portador da cédula de identidade RG
n.º ... e inscrito no CPF/MF sob n.º ..., residente e domiciliado
na Rua ..., n.º ..., Bairro..., Município..., Estado...,
CEP...,por seu advogado regularmente inscrito na OAB/... sob o
número..., com escritório situado na [endereço], vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no
artigo 5.º, LXXII, da Constituição Federal e da Lei 9.507/1997
impetrar a presente ordem de “HABEAS DATA”, em face do ato da
autoridade coatora [qualificação do legitimado passivo], que vem
causando lesão ao direito de informação do impetrante ao se negar
prestar as informações da pessoa do Impetrante constantes em
bancos de dados oficiais de sua competência conforme se
comprovará.
[Espaço de duas linhas]
I – DO ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS
ADMINISTRATIVAS ANTES DA IMPETRAÇÃO DO PRESENTE “HABEAS DATA”
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[Espaço de uma linha]
[Explicar resumidamente os fatos e o pedido administrativo negado]
II – DO DIREITO À INFORMAÇÃO DO
IMPETRANTE NEGADO PELA AUTORIDADE COATORA
[Demonstrar que houve negativa em conceder informações de natureza
personalíssima da pessoa do impetrante ou ratificá-las, e a
violação ao artigo 5.º, LXXII, da Constituição Federal e da Lei
9.507/1997]
[Espaço de duas linhas]
III – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
[Espaço de uma linha]
Ante o exposto, requer-se a este
Meritíssimo Juízo:
[Espaço de uma linha]
a) o julgamento de mérito da ordem,
com a procedência do pedido de determinação à autoridade coatora
que apresente ao Impetrante as informações personalíssimas
requeridas administrativamente pleiteadas e negadas, constantes de
registros ou bancos a [ou apresente em juízo a prova da
retificação ou da anotação feita nos assentamentos do impetrante,
conforme artigo 13, I e II, da Lei 9.507/1997].
b) a notificação da Autoridade
Coatora do conteúdo da petição, entregando-lhe a segunda via
apresentada pelo impetrante, com as cópias dos documentos, a fim
de que, no prazo de dez dias, preste as informações que julgar
necessárias, conforme artigo 9.º da Lei 9.507/1997.
c) a Oitiva do Ministério Público,
no prazo de cinco dias, após findo o prazo da notificação da
Autoridade Coatora prestar suas informações, conforme artigo 12 da
Lei 9.507/1997.
Dá-se o valor da causa R$...
[Espaço de uma linha]
Nesses termos,
pede deferimento.
[Espaço de uma linha]
Local e data.
[Espaço de uma linha]
Advogado...
10. Problema Resolvido – OAB (2008-1)
José, cidadão estrangeiro, que residira durante trinta anos no Brasil e passara os
últimos trinta anos de sua vida no exterior, sem visitar o Brasil, decidiu retornar a este
país.
Após fixar residência no Brasil, tomou a iniciativa de rever os conhecidos. Em
uma conversa com um de seus mais diletos amigos, este lhe informou que ouvira um
rumor de que constaria dos assentamentos do Ministério X que José havia se
envolvido em atividade terrorista realizada no território brasileiro, trinta e cinco anos
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atrás. José decidiu averiguar a informação e apresentou uma petição ao Ministério X,


requerendo cópia de todos os documentos de posse do referido ministério em que
constasse o seu nome. Dentro do prazo legal, José obteve várias cópias de
documentos. A cópia do processo entregue a José apresentava-o inicialmente como
suspeito de participar de reuniões do grupo subversivo em questão. Porém, ao
conferir a cópia que lhe foi entregue, José percebeu que, além de faltarem folhas no
processo, este continha folhas não numeradas.
Suspeitando de que as folhas faltantes no processo pudessem esconder outro
documento em que constasse seu nome, José formulou novo pedido ao Ministério X.
Dessa vez, novamente dentro do prazo legal, José recebeu comunicado de uma
decisão que indeferia seu pedido, assinada pelo próprio ministro da Pasta X, em que
este afirmava categoricamente que o peticionário já recebera cópias de todos os
documentos pertinentes. Incrédulo e inconformado com a decisão, José procurou os
serviços de um advogado para tomar a providência judicial cabível.
Na qualidade de advogado(a) de José, redija a peça jurídica mais adequada ao
caso relatado na situação hipotética, atentando aos seguintes aspectos:
a) competência do órgão julgador;
b) legitimidade ativa e passiva;
c) argumentos a favor do acesso a todos os documentos em que conste o nome
de José, no Ministério X;
d) requisitos formais da peça judicial proposta.

SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Peça Habeas data.

Competência Justiça Federal.

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente


Endereçamento
do Colendo Superior Tribunal de Justiça.

Legitimidade ativa: (impetrante) José.

Partes Legitimidade Passiva: responsável pela negativa


das informação – Ato do Ministro do Ministério
“X”.

Demonstrar que houve negativa em conceder


Causa de Pedir –
informações de natureza personalíssima da pessoa
Tese a ser
do impetrante ou ratificá-las, mesmo depois de um
desenvolvida
pedido administrativo.
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Para que o impetrado apresente ao impetrante as


Pedido informações a seu respeito, constantes de
registros ou bancos de dados.

A petição inicial já deve trazer aos autos, as


provas da recusa ao acesso às informações ou do
decurso de mais de dez dias sem decisão, bem como
da recusa em fazer-se a anotação de explicação ou
contestação sobre dado, ainda que não inexato,
Demais requisitos desde que justificada.
Ainda que não se constate a inexatidão do dado, se
o interessado apresentar explicação ou contestação
sobre o mesmo, justificando possível pendência
sobre o fato objeto do dado, tal explicação será
anotada no cadastro do interessado.

PEÇA RESOLVIDA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
[Espaço de dez linhas]
O impetrante José, [nacionalidade],
[estado civil], portador da cédula de identidade RG n.º... e
inscrito no CPF/MF sob o n.º..., residente e domiciliado na
Rua..., n.º..., bairro..., Município..., Estado..., CEP..., por
seu advogado regularmente inscrito na OAB/... sob o número..., com
escritório situado na [endereço], vem respeitosamente a presença
de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5.º, LXXII, da
Constituição Federal, e da Lei 9.507/1997, impetrar a presente
ordem de “HABEAS DATA” em face do ato da autoridade coatora
Ministro de Estado do Ministério “X”, que vem causando lesão ao
direito de informação do impetrante ao se negar prestar as
informações da pessoa do impetrante constantes em bancos de dados
oficiais de sua competência, bem como se recusa em fazer a
anotação de explicação ou contestação sobre dado, conforme se
comprovará.
[Espaço de duas linhas]
I – DO ESGOTAMENTO DAS INSTÂNCIAS
ADMINISTRATIVAS ANTES DA IMPETRAÇÃO DO PRESENTE “HABEAS DATA”
[Espaço de uma linha]
Conforme se pode comprovar nos
autos, o Impetrante requereu cópia de todos os documentos de posse
do referido Ministério “X” em que constasse o seu nome. Dentro do
prazo legal, obteve várias cópias de documentos. Na cópia do
processo entregue, além de faltarem folhas, haviam folhas não
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numeradas, motivo pelo qual o Impetrante, novamente requereu
administrativamente ao Ministério “X” Dessa vez, novamente dentro
do prazo legal, o Impetrante recebeu comunicado de uma decisão que
indeferia seu pedido, assinada pelo próprio ministro da Pasta X,
em que este afirmava categoricamente que o peticionário já
recebera cópias de todos os documentos pertinentes.
Assim, estando comprovado o
esgotamento da via administrativa junto ao Ministério “X”, bem
como sua negativa expressa, estão preenchidos os requisitos do
artigo 8.º, parágrafo único, I, da Lei 9.507/1997.
[Espaço de duas linhas]
II – DO DIREITO À INFORMAÇÃO DO
IMPETRANTE NEGADO PELA AUTORIDADE COATORA
[Espaço de uma linha]
Resta demonstrado que o ato da
autoridade coatora em entregar os documentos requeridos pelo
Impetrante, sob o argumento que já tinha entregue toda a
documentação pertinente, mesmo esta não tendo todas as folhas do
processo requerido, além de ter folhas não numeradas, viola
claramente o direito a informação de natureza personalíssima do
Impetrante, conforme artigo 5.º, LXXII, da Constituição Federal, e
artigo 7.º, I, da Lei 9.507/1997.
[Espaço de duas linhas]
III – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
[Espaço de uma linha]
Ante o exposto, requer-se a este
Meritíssimo Juízo:
1 – O julgamento de mérito da ordem,
com a procedência do pedido de determinação à autoridade coatora,
Ministro “X”, que apresente ao Impetrante as informações
personalíssimas completas, com todas as folhas e devidamente
enumeradas, requeridas administrativamente e negadas, constantes
de seus registros, conforme artigo 13, I, da Lei 9.507/1997.
2 – A notificação da Autoridade
Coatora do conteúdo da petição, entregando-lhe a segunda via
apresentada pelo Impetrante, com as cópias dos documentos, a fim
de que, no prazo de dez dias, preste as informações que julgar
necessárias, conforme artigo 9.º da Lei 9.507/1997.
3 – A oitiva do Ministério Público,
no prazo de cinco dias, após findo o prazo da notificação da
Autoridade Coatora prestar suas informações, conforme artigo 12 da
Lei 9.507/1997.
Dá-se o valor da causa R$...
[Espaço de uma linha]
Nesses termos,
pede deferimento.
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[Espaço de uma linha]
Local, data.
[Espaço de uma linha]
Advogado...
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Capítulo IX

Mandado de Injunção

Artigo 5.º, LXXI, Constituição Federal


e artigo 24, parágrafo único, da Lei 8.038,
de 28 de maio de 1990

1. Conceito e Finalidade do Mandado de Injunção. Conforme determina o


artigo 5.º, LXXI, da Constituição Federal, “conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania”.
O Mandado de Injunção aponta (e em muitos casos supre) a omissão normativa
dos poderes que inviabiliza a plena aplicação do exercício dos direitos previstos
constitucionalmente.
2. Legitimidade do Mandado de Injunção:
a) Legitimidade ativa: Qualquer pessoa que tenha o exercício de direitos e
liberdades constitucionais ou de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e
à cidadania, inviabilizado por falta de norma pode ser sujeito ativo do Mandado de
Injunção.
b) Legitimidade passiva: É daquele que tinha o dever de editar as normas
regulamentadoras que viabilizariam o pleno exercício dos direitos constitucionais
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
3. Objeto do Mandado de Injunção. Essa garantia objetiva apontar e suprir a
omissão normativa dos poderes que inviabiliza a plena aplicação e exercício dos
direitos previstos na Constituição Federal.
O Mandado de Injunção surge para combater a síndrome de inefetividade das
normas constitucionais.
Na prática pouco adianta existir uma previsão constitucional de um direito que
só pode ser plenamente viabilizado por meio de norma regulamentadora que por
muitas vezes não é editada por décadas. O Mandado de Injunção surge como uma
forma de combater esta verdadeira inefetividade das normas constitucionais, na
medida em que aponta e supre a omissão legislativa.
4. Liminar em Mandado de Injunção. A jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal entende não ser possível pedido liminar em Mandado de Injunção.
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Entretanto, somos da opinião que, pela atual posição concretista do Mandado de


Injunção dada pelo Supremo Tribunal Federal, esta jurisprudência deveria ser alterada.
5. Procedimento do Mandado de Injunção. Enquanto não existir norma
específica regulamentando o procedimento do Mandado de Injunção, utiliza-se, no
que couber, o procedimento do Mandado de Segurança.
No que se refere à competência para o julgamento de Mandado de Injunção, cabe:

Quando a elaboração da norma for de atribuição do


presidente da República, do Congresso Nacional, da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal, da Mesa das
Supremo
respectivas Casas Legislativas, do Tribunal de
Tribunal Federal
Contas da União, dos tribunais superiores ou do
próprio Supremo Tribunal Federal (artigo 102, I,
“q”, Constituição Federal).

Quando a elaboração da norma regulamentadora for


atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal,
excetuados os casos do Supremo Tribunal Federal, dos
Superior Tribunal
tribunais superiores especiais e da Justiça Militar,
de Justiça
da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da
Justiça Federal (artigo 105, I, “h”, Constituição
Federal).

Quando a edição da norma for de atribuição de nível


Tribunal de
estadual ou municipal (artigo 125, § 2.º, da
Justiça
Constituição Federal).

6. Efeitos do Mandado de Injunção. Existem diversas correntes a respeito dos


eventuais efeitos do Mandado de Injunção.
Para parte da doutrina, como para Nelson Nery Junior, o mandado de injunção
teria efeitos constitutivos, ou seja, ao declarar a mora normativa que inviabilizou o
direito constitucionalmente previsto, o Poder Judiciário aponta o caminho normativo
até que o respectivo poder competente para a edição da norma a faça. É a
denominada Posição Concretista.
Neste caso, o direito já existe e o Poder Judiciário somente apontaria a correta
forma de aplicá-lo.
Outra vertente vai mais além: defende não apenas o efeito constitutivo do
mandado de injunção, como também seu efeito para todos, erga omnes. Essa posição
é defendida, entre outros, por José Joaquim Calmon de Passos.
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento de Mandado de Injunção, já
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admitiu esta nova posição concretista:


“Mandado de Injunção 758 – Mora do Presidente da República na
regulamentação do direito do servidor público à aposentadoria especial – Artigo 40 §
4.º, III, Constituição Federal – Enquanto não editada norma específica, aplica-se para
estes casos a Lei do Regime Geral de Previdência Social – Artigo 57 da Lei
8.213/1991.”
“Mandado de Injunção 708 – Mora do Congresso Nacional na regulamentação do
direito de greve dos servidores públicos – artigo 37, VII, Constituição Federal – prazo de
60 dias para sanar a omissão e enquanto não editada norma específica, aplica-se, com
observações ao serviço público para estes casos, as Leis 7.701/1998 e 7.783/1989.”
Alguns autores (Néri da Silveira e Alexandre de Moraes) são da opinião de que,
antes de o Poder Judiciário conceder a efetivação da norma constitucional pendente
de norma regulamentadora, deve estabelecer um prazo ao poder omisso para que a
norma constitucional seja regulamentada. Assim, não haveria discussão a respeito de
possível violação à separação dos poderes.
A posição mais antiga acerca do Mandado de Injunção o deixaria quase sem
efeito, apenas declaratório. Declarada a mora normativa, o poder omisso será
comunicado tão somente a saná-la, sem que o Poder Judiciário possa apontar o
caminho jurídico apropriado ante a omissão ou mesmo abrir prazo para que o
respectivo poder omisso aja. Contudo, contestou-se a pertinência de tal entendimento,
uma vez que, se assim o fosse, o Constituinte teria previsto dois mecanismos
processuais para a mesma finalidade, o Mandado de Injunção e a Ação Direita de
Inconstitucionalidade por Omissão.

FUNDAMENTOS MAIS COMUNS:

Art 5º, LXXI, art 102,I,q, art 105,I,h, art24, paragrafo único, lei 8038, lei 12016
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DIFERENÇAS

MANDADO DE INJUNÇÃO ADO

QUANTO A LEGITIMIDADE
QUANTO A LEGITIMIDADE
Art. 103. Podem propor a ação direta de
No mandado de injunção, inconstitucionalidade e a ação declaratória de
qualquer pessoa que se ve constitucionalidade:
prejudicada pela falta de
I - o Presidente da República;
regulamentação de um direito
II - a Mesa do Senado Federal;
tem legitimidade desde que seja
III - a Mesa da Câmara dos Deputados;
um direito inerente a
IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da
NACIONALIDADE; SOBERANIA;
Câmara Legislativa do Distrito Federal;
CIDADANIA
V - o Governador de Estado ou do Distrito
Federal;
VI - o Procurador-Geral da República;
VII - o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil;
VIII - partido político com representação no
Congresso Nacional;
IX - confederação sindical ou entidade de classe
de âmbito nacional.
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COMPETENCIA PARA JULGAR


COMPETENCIA PARA
Depende da entidade; autoridade JULGAR
responsável pela regulamentação
de um direito e não fez
STF
Art. 102. I, q, cf

ART.105, i h, cf

ART.125, § 2,CF (TJ): quando a edição


da norma for de atribuição de nível
estadual ou municipal

LIMINAR LIMINAR
Não cabe liminar em MI Cabe liminar em ADO
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Resumindo
Fundamento Artigo 5.º, LXXI, Constituição Federal.

Norma
regulamenta Artigo 24, parágrafo único, da Lei 8.038/1990.
dora

Sempre que a falta de norma regulamentadora torne


inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Objeto Declarar a mora normativa que inviabilizou o
direito constitucionalmente previsto, o Poder
Judiciário aponta o caminho normativo até que o
respectivo poder competente para a edição da norma
a faça. Posição Concretista.

Supremo Tribunal Federal (102, I, q, Constituição


Competência Federal), Superior Tribunal de Justiça (105, I, h,
Constituição Federal).

Liminar Não se admite, conforme jurisprudência.

Legitimidade ativa: Qualquer pessoa que tenha o


exercício de direitos e liberdades constitucionais
ou de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania, inviabilizado por falta de
Legitimidad norma regulamentadora.
e Legitimidade passiva: Aquele que tinha o dever de
editar as normas regulamentadoras que
viabilizariam o pleno exercício dos direitos
constitucionais inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

Participant
Notificação da Autoridade responsável pela mora e
es
Ministério Público.
necessários
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7. Passo a passo do Mandado de Injunção – preenchendo seus requisitos.

Competência Conforme o ato impugnado.

Endereçamento Conforme o ato impugnado.

Legitimidade Ativa: Qualquer pessoa que tenha o


exercício de direitos e liberdades
constitucionais ou de prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania,
inviabilizado por falta de norma regulamentadora.
Partes
Legitimidade Passiva: Aquele que tinha o dever de
editar as normas regulamentadoras que
viabilizariam o pleno exercício dos direitos
constitucionais inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.

Declarar a mora normativa que inviabilizou o


direito constitucionalmente previsto, inerente à
Causa de pedir –
nacionalidade, à soberania e à cidadania. Deve o
tese a ser
Poder Judiciário apontar o caminho normativo até
desenvolvida
que o respectivo poder competente para a edição
da norma a faça. Posição Concretista.

Deve o Poder Judiciário apontar o caminho


normativo até que o respectivo poder competente
Pedido
para a edição da norma a faça. Posição
Concretista.

8. Esquema de Mandado de Injunção.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL [variável, pois depende do órgão em mora]
[Espaço de dez linhas]
[Impetrante], [nacionalidade],
[estado civil], portador da cédula de identidade RG n.º ... e
inscrito no CPF/MF sob n.º ..., residente e domiciliado na Rua
..., n.º ..., Bairro ..., Município ... Estado ..., CEP ..., por
seu advogado regularmente inscrito na OAB/... sob o número..., com
escritório situado na [endereço], vem respeitosamente a presença
de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5.º, LXXI, da
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
Constituição Federal e do artigo 24, parágrafo único, da Lei
8.038/1990, ou seja, aplicação das regras processuais do Mandado
de Segurança, Lei 12.016/2009, enquanto não editada norma
específica para Mandado de Injunção, impetrar a presente ordem de
MANDADO DE INJUNÇÃO em face da omissão do órgão/autoridade ...,
que inviabiliza o direito constitucionalmente previsto, inerente à
nacionalidade, à soberania e à cidadania conforme se comprovará.
[Espaço de duas linhas]
I – DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO
DOPRESENTE MANDADO DE INJUNÇÃO.
[Espaço de uma linha]
[Demonstrar a competência (no caso do Supremo Tribunal Federal
artigo 102, I, “q”, Constituição Federal. No caso do Superior
Tribunal de Justiça artigo 105, I, “h”, Constituição Federal]
[Espaço de duas linhas]
II – DOS FATOS ENSEJADORES DO
MANDADO DE INJUNÇÃO
[Espaço de uma linha]
[Demonstrar os fatos que ocasionaram a impetração do Mandado de
Injunção – questão envolvendo a mora da regulamentação do direito]
[Espaço de duas linhas]
III – DO DIREITO
[Espaço de uma linha]
[Demonstrar o direito do Impetrante, baseado no artigo 5.º, LXXI,
da Constituição Federal e a aplicação da posição concretista –
regulamentação imediata do direito enquanto não existir norma
regulamentadora específica]
[Espaço de duas linhas]
IV – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
[Espaço de uma linha]
Ante o exposto, requer-se a este
Colendo Supremo Tribunal Federal:
a) O julgamento de mérito da ordem,
com a procedência do pedido para declarar a mora normativa que
inviabilizou o direito do Impetrante constitucionalmente previsto,
inerente à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
b) Deve este Colendo Supremo
Tribunal Federal determinar a norma já existente até que o
respectivo poder competente para a edição da norma específica da
regulamentação da norma a faça, conforme a posição concretista já
aplicada por este Supremo Tribunal em outros casos.
c) A notificação da Autoridade
Coatora omissão para prestar informações no prazo legal de dez
dias, conforme artigo 7.º, I, da Lei 12.016/2009.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
d) A Intimação do Ministério
Público, para apresentar seu parecer como custos legis, no prazo
de dez dias, conforme artigo 12 da Lei 12.016/2009.
Dá-se o valor da causa R$ ...
[Espaço de uma linha]
Nesses termos,
pede deferimento.
[Espaço de uma linha]
Local e data.
[Espaço de uma linha]
Advogado...

9. Problema Resolvido – OAB (2008-3)

(observação: problema laborado antes da edição da súmula vinculante 33)

Joana Augusta laborou, durante vinte e seis anos, como enfermeira do quadro do
hospital universitário ligado a determinada universidade federal, mantendo, no
desempenho de suas tarefas, em grande parte de sua carga horária de trabalho,
contato com agentes nocivos causadores de moléstias humanas bem como com
materiais e objetos contaminados.
Em conversa com um colega, Joana obteve a informação de que, em razão das
atividades que ela desempenhava, poderia requerer aposentadoria especial, com base
no § 4.º do artigo 40 da Constituição Federal de 1988.
A enfermeira, então, requereu administrativamente sua aposentadoria especial,
invocando como fundamento de seu direito o referido dispositivo constitucional.
No dia 30 de novembro de 2008, Joana recebeu notificação de que seu pedido
havia sido indeferido, tendo a Administração Pública justificado o indeferimento com
base na ausência de lei que regulamente a contagem diferenciada do tempo de serviço
dos servidores públicos para fins de aposentadoria especial, ou seja, sem uma lei que
estabeleça os critérios para a contagem do tempo de serviço em atividades que
possam ser prejudiciais à saúde dos servidores públicos, a aposentadoria especial não
poderia ser concedida. Nessa linha de entendimento, Joana deveria continuar em
atividade até que completasse o tempo necessário para a aposentadoria por tempo de
serviço.
Inconformada, Joana procurou escritório de advocacia, objetivando ingressar
com ação para obter sua aposentadoria especial.
Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado(a) contratado(a)
por Joana, redija a petição inicial da ação cabível para a defesa dos interesses de sua
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

cliente, atentando, necessariamente, para os seguintes aspectos:


a) competência do órgão julgador;
b) legitimidade ativa e passiva;
c) argumentos de mérito;
d) requisitos formais da peça judicial proposta.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Peça Mandado de Injunção.

Supremo Tribunal Federal (artigo 102, I, “q”, da


Competência
Constituição Federal).

Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Presidente


Endereçamento
do Colendo Supremo Tribunal Federal.

Legitimidade ativa: (impetrante) Joana Augusta.


Legitimidade passiva: responsável pela omissão –
Partes
Presidente da República (artigo 61, § 1.º, II,
“c”, da Constituição Federal).

Declarar a mora normativa que inviabilizou o


direito constitucionalmente previsto, inerente à
aposentadoria especial do servidor público –
Causa de Pedir –
artigo 40, § 4.º, III, da Constituição Federal.
Tese a ser
Deve o Poder Judiciário apontar o caminho
desenvolvida
normativo até que o respectivo poder competente
para a edição da norma a faça. Posição
Concretista.

Deve o Poder Judiciário apontar o caminho


normativo até que o respectivo poder competente
Pedido para a edição da norma a faça, qual seja, artigo
57, caput e § 1.º da Lei 8.213/1991. Posição
Concretista.

PEÇA RESOLVIDA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO COLENDO


SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
[Espaço de dez linhas]
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
Joana Augusta, [nacionalidade],
[estado civil], portadora da cédula de identidade RG n.º... e
inscrita no CPF/MF sob n.º..., residente e domiciliada na Rua...,
n.º..., bairro..., Município..., Estado..., CEP..., por seu
advogado regularmente inscrito na OAB/... sob o número..., com
escritório situado na [endereço], vem respeitosamente a presença
de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5.º, LXXI, da
Constituição Federal, e do artigo 24, parágrafo único, da Lei
8.038/1990, ou seja, aplicação das regras processuais do Mandado
de Segurança (Lei 12.016/2009), enquanto não editada norma
específica para Mandado de Injunção, impetrar a presente ordem de
MANDADO DE INJUNÇÃO em face da omissão do Excelentíssimo Senhor
Presidente da República, na regulamentação do artigo 40, § 4.º,
III, da Constituição Federal, que inviabiliza o direito da
Impetrante de sua aposentadoria especial, inerente à cidadania
conforme se comprovará.
I – DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO
DO PRESENTE MANDADO DE INJUNÇÃO
Segundo o artigo 102, I, “q”, da
Constituição Federal, compete a este Colendo Supremo Tribunal
Federal julgar processar e originariamente o Mandado de Injunção,
quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do
Presidente da República.
No presente caso, a regulamentação
de aposentadoria especial do servidor público, prevista no artigo
40, § 4.º, III, da Constituição Federal, é de competência do
Presidente da República, conforme artigo 61 § 1.º, II, “c”, da
Constituição, motivo pelo qual a competência para o julgamento da
presente ordem é de competência do Colendo Supremo Tribunal
Federal.
[Espaço de duas linhas]
II – DOS FATOS ENSEJADORES DO
MANDADO DE INJUNÇÃO
[Espaço de uma linha]
A Impetrante laborou, durante vinte
e seis anos, como enfermeira do quadro do hospital universitário
ligado a determinada universidade federal, mantendo, no desempenho
de suas tarefas, em grande parte de sua carga horária de trabalho,
contato com agentes nocivos causadores de moléstias humanas bem
como com materiais e objetos contaminados.
A Impetrante, então, requereu
administrativamente sua aposentadoria especial, invocando como
fundamento de seu direito no artigo 40, § 4.º, III, da
Constituição Federal.
No dia 30 de novembro de 2008, a
Impetrante recebeu notificação de que seu pedido havia sido
indeferido, tendo a Administração Pública justificado o
indeferimento com base na ausência de lei que regulamente a
contagem diferenciada do tempo de serviço dos servidores públicos
para fins de aposentadoria especial, ou seja, sem uma lei que
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
estabeleça os critérios para a contagem do tempo de serviço em
atividades que possam ser prejudiciais à saúde dos servidores
públicos, a aposentadoria especial não poderia ser concedida.
Nessa linha de entendimento, a Impetrante deveria continuar em
atividade até que completasse o tempo necessário para a
aposentadoria por tempo de serviço, mesmo havendo disposição
constitucional que lhe dá o direito à aposentadoria especial, pelo
único argumento de que inexiste norma regulamentadora do direito.
[Espaço de duas linhas]
III – DO DIREITO
[Espaço de uma linha]
Conforme o artigo 5.º, LXXI, da
Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção sempre que
a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
No caso em tela a aposentadoria
especial da Impetrante é negada pela omissão inconstitucional do
Presidente da República na regulamentação do artigo 40, § 4.º, III,
da Constituição Federal, o que acarreta uma verdadeira síndrome de
inefetividade desta norma, pois sem a regulamentação o dispositivo
constitucional citado não produz plenamente seus efeitos.
Pela posição concretista adotada por
este Colendo Supremo Tribunal Federal, deve este Supremo Tribunal
determinar qual norma já existente pode disciplinar o direito em
questão até que o respectivo Poder Executivo competente para a
edição da norma o faça.
Este Supremo Tribunal, no julgamento
de outros Mandados de Injunção, como no Mandado de Injunção 758,
determinou que, enquanto existir omissão do Presidente da
República na regulamentação da aposentadoria especial de servidor
público que trabalha em condições especiais que prejudiquem a sua
saúde ou integridade física, deve ser aplicado o artigo 57,
“caput” e § 1.º, da Lei 8.213/1991, que dispõe sobre planos de
previdência Social, que determina a aposentadoria especial para o
trabalhador da iniciativa privada que trabalha em tais condições
especiais durante 15, 20 ou 25 anos, com proventos integrais.
Ora, no presente caso, a Impetrante
comprovou trabalhar por mais de 25 anos na função de enfermeira do
quadro do hospital universitário ligado à determinada universidade
federal, mantendo, no desempenho de suas tarefas, em grande parte
de sua carga horária de trabalho, contato com agentes nocivos
causadores de moléstias humanas, bem como com materiais e objetos
contaminados, o que lhe garante a aplicação destas disposições
legais e, por conseguinte, a efetividade de sua aposentadoria
especial.
[Espaço de duas linhas]
IV – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
[Espaço de uma linha]
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
Ante o exposto, requer-se a este
Colendo Supremo Tribunal Federal:
1. O julgamento de mérito da ordem,
com a procedência do pedido para declarar a mora normativa do
Presidente da República que inviabilizou o direito da Impetrante
de aposentadoria especial nos moldes do artigo 40, § 4.º, III, da
Constituição Federal, inerente à sua cidadania;
2. Deve este Colendo Supremo
Tribunal Federal determinar, por conta da omissão do Presidente da
República na regulamentação do artigo 40, § 4.º, III, da
Constituição Federal, sejam aplicadas as normas do artigo 57,
“caput” e § 1.º, da Lei 8.213/1991, até que o respectivo Poder
Executivo competente para a edição da norma específica para
regulamentação do dispositivo constitucional o faça, conforme a
posição concretista já aplicada por este Supremo Tribunal em
outros casos, viabilizando a imediata aposentadoria especial da
Impetrante com proventos integrais;
3. A notificação da Autoridade
Coatora da omissão, o excelentíssimo Senhor Presidente da
República, para prestar informações no prazo legal de dez dias,
conforme artigo 7.º, I, da Lei 12.016/2009;
4. A Intimação do Ministério
Público, para apresentar seu parecer como “custos legis”, no prazo
de dez dias, conforme artigo 12 da Lei 12.016/2009.
Dá-se o valor da causa R$...
[Espaço de uma linha]
Nesses termos,
pede deferimento.
[Espaço de uma linha]
Local, data.
[Espaço de uma linha]
Advogado...
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Capítulo X

Mandado de Segurança

Artigo 5.º, LXIX, da Constituição Federal


e Lei 12.016/2009, de 07 de agosto de 2009

1. Conceito e Finalidade do Mandado de Segurança. Essa garantia


constitucional, prevista no artigo 5.º, LXIX, da Constituição Federal, tutela o direito
líquido e certo não amparado por habeas corpus ou habeas data quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
O direito líquido e certo mencionado no conceito constitucional do Mandado de
Segurança é aquele cuja comprovação é pré-constituída, acompanhando a petição
inicial, ou seja, no curso da demanda não haverá dilação probatória como prova
testemunhal. É o direito que reúne todos os requisitos para seu conhecimento no
momento da impetração.

DIREITO LIQUIDO E CERTO


QUANDO A PROVA JÁ E PRÉ-CONSTITUIDA.
NÃO SE ADMITE DILAÇÃO PROBATÓRIA NA
INSTRUÇÃO. CASO O DIREITO DEPENDA DE
PRODUÇÃO DE PROVAS ESTE NÃO SERÁ
AMPARADO POR MANDADO DE SEGURANCA
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

2. Legitimidade do Mandado de Segurança.


a) Legitimidade ativa: O impetrante de Mandado de Segurança pode ser
qualquer pessoa, física ou jurídica, nacional ou estrangeira, ou órgão público com
capacidade processual, desde que comprove violação a direito líquido e certo seu, que
não fira a liberdade de locomoção ou o direito de informação de caráter
personalíssimo.
b) Legitimidade passiva: Sujeito passivo é a autoridade coatora responsável pela
prática de ação ou omissão que ameaça ou efetivamente fira direito líquido e certo, a
qual obrigatoriamente deve ser apontada pelo impetrante, a fim de que preste
informações.
Segundo o artigo 1.º, § 1.º, da Lei 12.016/2009, equiparam-se às autoridades,
para os efeitos do Mandado de Segurança, os representantes ou órgãos de partidos
políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público,
somente no que disser respeito a essas atribuições.

CUIDADO!
AS secretarias e os ministérios não possuem
personalidade jurídica! Como regra, não podem
figurar no pólo passivo

3. Objeto do Mandado de Segurança. Evitar que direito líquido e certo seja


violado, ou reparar a violação praticada com ilegalidade ou abuso de poder por
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público.
4. Liminar em Mandado de Segurança. Segundo o artigo 7.º, III, da Lei
12.016/2009, ao despachar a inicial do Mandado de Segurança, o juiz ordenará que se
suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do
ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida,
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de


assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.
Assim, é prevista na lei a concessão da liminar em Mandado de Segurança. Da
decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar, caberá agravo de
instrumento.
Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de
créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a
extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a
prolação da sentença.
Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento.
As vedações relacionadas com a concessão de liminares se estendem à tutela
antecipada.
As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da
notificação da medida liminar, remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham
subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação judicial
da União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia
autenticada do mandado notificatório, assim como indicações e elementos outros
necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e
defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder.
5. Procedimento do Mandado de Segurança. A petição inicial, que deverá
preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2
(duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e
indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha
vinculada ou da qual exerce atribuições.
Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: que se notifique o coator do conteúdo
da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos
documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; que se
dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica
interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito; que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida,
caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança
ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica.
Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará aos
autos cópia autêntica dos ofícios endereçados ao coator e ao órgão de representação
judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da entrega a estes ou da sua
recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso de mandado de segurança urgente
impetrado por telegrama, radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade
comprovada, a comprovação da remessa.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Findo o prazo de 10 (dez) dias para que a autoridade coatora prestes as


informações, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro
do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.
Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz,
para a decisão, a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias.
Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do
oficial do juízo, ou pelo correio, mediante correspondência com aviso d e
recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica
interessada.
Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. Concedida a
segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição.
A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada
provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar.

ATENÇÃO!
 DA DECISÃO DO JUIZ DE 1º GRAU QUE CONCEDER OU DENEGAR A LIMINAR
CABERÁ AGRAVO DE INSTRUMENTO.

 DA SENTENCA QUE DENEGAR OU CONCEDER O MANDADO DE SEGURANCA


CABERÁ APELAÇÂO.

6. Prazo para impetração de Mandado de Segurança. Segundo o artigo 23 da


Lei 12.016/2009, o prazo para impetração do mandado de segurança é de 120 dias,
contados da ciência do ato a ser impugnado. A natureza do referido prazo é
decadencial, ou seja, perde-se o direito de impetrar o Mandado de Segurança se não
respeitado, embora ainda seja possível a reparação da lesão pela via ordinária.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

PRAZO PARA IMPETRAR MANDADO DE


SEGURANCA: 120 dias contados a partir
da ciência do ato a ser impugnado.

Art. 23, LEI 12016/09

7. Competência para o julgamento de Mandado de Segurança.


Diferentemente do que ocorre com as regras de competência do habeas corpus, a
competência para o julgamento de Mandado de Segurança contra atos e omissões de
um tribunal é do próprio tribunal.
O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores carecem de competência
para processar e julgar mandado de segurança contra atos de tribunais inferiores,
conforme as Súmulas 624 do Supremo Tribunal Federal e 41 do Superior Tribunal de
Justiça.
No que se refere à competência para o julgamento de Mandado de Segurança,
cabe:

Competência originária – o habeas corpus, sendo


paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas
anteriores; o mandado de segurança e o habeas data
Supremo contra atos do Presidente da República, das Mesas da
Tribunal Federal Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal
de Contas da União, do Procurador-Geral da República
e do próprio Supremo Tribunal Federal (artigo 102, I,
“d”, Constituição Federal).

Competência originária – os mandados de segurança e


os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos
Superior Tribunal
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
de Justiça
ou do próprio Tribunal Federal (artigo 105, I, “b”,
Constituição Federal).

Competência originária – os mandados de segurança e


Tribunal os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de
Regional Federal juiz federal (artigo 108, I, “c”, Constituição
Federal).
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Os mandados de segurança e os habeas data contra ato


de autoridade federal, excetuados os casos de
Justiça Federal
competência dos tribunais federais (artigo 109, VIII,
Constituição Federal).

Súmulas de Mandado de Segurança:


“Não cabe Mandado de Segurança contra lei em tese” –
Súmula 266 do Supremo Tribunal Federal.
“Não cabe Mandado de Segurança contra ato judicial
passível de recurso ou correição” – Súmula 267 do
Supremo Tribunal Federal (a não ser que resulte dano
irreparável).
“Não cabe condenação em honorários de advogado na ação
de em mandado de segurança” – Súmula 512 Supremo
Tribunal Federal.
“O mandado de segurança não substitui a ação popular” –
Súmula 101 Supremo Tribunal Federal.
“Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial
com trânsito em julgado” – Súmula 268 Supremo Tribunal
Federal.
“Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer
originariamente de mandado de segurança contra atos de
outros tribunais” – Súmula 624 do Supremo Tribunal
Federal.
“O Superior Tribunal de Justiça não tem competência
para processar e julgar, originariamente, mandado de
segurança contra ato de outros tribunais ou dos
respectivos órgãos” – Súmula 41 do Superior Tribunal
de Justiça.

FUNDAMENTOS

CF art5º, LXIX, art 5º LXX, art 102, I,d, art 105,I,b, art 108,I,c, art 109,VIII

lei 12016/09

SÚMULAS DO STF:

101,248,266,267,268,269,270,271,272,294,299,304,319,330,405,429,433,474,506,510,
511,512,597.

SÙMULAS DO STJ:

41,105,169,177,213,217.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Resumindo
Fundamento Artigo 5.º, LXIX, Constituição Federal.

Norma
Lei 12.016/2009.
regulamentadora

Evitar que direito líquido e certo seja


violado, ou reparar a violação praticada com
Objeto ilegalidade ou abuso de poder por autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público.

Conforme a autoridade que deva afastar a


Competência
violação ou ameaça de violação a direito.

Liminar É admitida, artigo, 7.º, III, Lei 12.016/2009.

Legitimidade ativa: Pode ser de qualquer


pessoa, física ou jurídica, nacional ou
estrangeira, ou órgão público com capacidade
processual, desde que comprove violação a
direito líquido e certo seu, que não fira a
liberdade de locomoção ou o direito de
informação de caráter personalíssimo.
Legitimidade passiva: Da autoridade coatora
responsável pela prática de ação ou omissão
Legitimidade que ameaça ou efetivamente fira direito
líquido e certo, a qual obrigatoriamente deve
ser apontada pelo impetrante, a fim de que
preste informações.
Segundo o artigo 1.º, § 1.º, da Lei
12.016/2009, equiparam-se às autoridades, para
os efeitos do Mandado de Segurança, os
representantes ou órgãos de partidos políticos
e os administradores de entidades autárquicas,
bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

as pessoas naturais no exercício de


atribuições do poder público, somente no que
disser respeito a essas atribuições.
Sempre indicar a Pessoa Jurídica a que a
autoridade coatora está vinculada.

Participantes Notificação da autoridade coatora e Ministério


necessários Público.

8. Passo a passo do Mandado de Segurança – preenchendo seus requisitos.

Competência Conforme a autoridade responsável pelo ato.

Endereçamento Conforme a autoridade responsável pelo ato.

Legitimidade ativa: Pode ser de qualquer pessoa,


física ou jurídica, nacional ou estrangeira, ou
órgão público com capacidade processual, desde
Partes
que comprove violação a direito líquido e certo
seu, que não fira a liberdade de locomoção ou o
direito de informação de caráter personalíssimo.

Legitimidade passiva: Da autoridade coatora


responsável pela prática de ação ou omissão que
ameaça ou efetivamente fira direito líquido e
Partes certo, a qual obrigatoriamente deve ser apontada
pelo impetrante, a fim de que preste informações.
Sempre indicar a Pessoa Jurídica a que a
autoridade coatora está vinculada.

Demonstrar que o ato da autoridade coatora viola


ou corre o risco de violar direito líquido e certo
Causa de Pedir –
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de
tese a ser
poder for autoridade pública ou agente de pessoa
desenvolvida
jurídica no exercício de atribuições do Poder
Público.

Evitar ou reparar lesão ao direito líquido e certo


Pedido
do impetrante.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

9. Esquema de Mandado de Segurança.


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIRETO DA VARA DA FAZENDA
PÚBLICA DA COMARCA [variável, pois depende da autoridade coatora]

[Espaço de dez linhas]

Impetrante, nacionalidade, estado


civil, portador da cédula de identidade RG n.º... e inscrito no
CPF/MF sob n.º ..., residente e domiciliado na Rua ..., n.º...,
Bairro ..., Município ..., Estado ..., CEP ..., por seu advogado
regularmente inscrito na OAB/... sob o número ..., com escritório
situado na [endereço], vem respeitosamente a presença de Vossa
Excelência., com fundamento no artigo 5.º, LXIX, da Constituição
Federal e na Lei 12.016/2009, impetrar a presente ordem de MANDADO
DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR Em face da autoridade coatora
responsável [qualificar], integrante da Pessoa Jurídica [indicar]
que através de ilegalidade ou abuso de poder violou direito
liquido do Impetrante e certo não amparado por Habeas Corpus ou
Habeas Data, conforme se comprovará.
[Espaço de duas linhas]
I – DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO
DO PRESENTE MANDADO DE SEGURANÇA.
[Espaço de uma linha]
[Demonstrar a competência variável dependendo da autoridade
coatora]
[Espaço de duas linhas]
II – DOS FATOS ENSEJADORES DO
MANDADO DE SEGURANÇA
[Espaço de uma linha]
[Demonstrar os fatos que ocasionaram a impetração do Mandado de
Segurança]
[Espaço de duas linhas]
III – DO DIREITO LIQUIDO E CERTO
VIOLADO
[Espaço de uma linha]
[Demonstrar que o direito líquido e certo do Impetrante, foi
violado pela autoridade coatora]
[Inserir tópico que demonstra a prova é pré-constituída e
acompanha a inicial]
[Espaço de duas linhas]
IV – DO PEDIDO LIMINAR EM MANDADO DE
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
SEGURANÇA
[Espaço de uma linha]
O pedido liminar no presente Mandado
de Segurança é medida de justiça, uma vez que presente os seus
requisitos autorizadores:
– “Fumus Boni Iuris”: [demonstrar
que a violação ao direito liquido e certo tem plausibilidade
jurídica]
– “Periculum in Mora”: [demonstrar o
risco na demora do provimento jurisdicional apenas ao final do
julgamento, o que importaria na continuidade da violação ao
direito liquido e certo do Impetrante]
[Espaço de duas linhas]
V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
[Espaço de uma linha]
Ante o exposto, requer-se a este D.
Juízo:
a) A concessão da medida liminar da
segurança, com a expedição de ofício para que a autoridade coatora
suspenda o ato lesivo que deu motivo ao pedido, assegurando o
direito do impetrante até o julgamento do mérito da ordem,
conforme artigo 7.º, III, da Lei 12.016/2009.
b) A notificação da Autoridade
Coatora omissão para prestar informações no prazo legal de dez
dias, conforme artigo 7.º, I, da Lei 12.016/2009.
c) Que se dê ciência do feito ao
órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada,
enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito, conforme artigo 7.º, II, da Lei 12.016/2009.
d) A Intimação do Ministério
Público, para apresentar seu parecer como “custos legis”, no prazo
de dez dias, conforme artigo 12 da Lei 12.016/2009.
e) Que ao final, seja concedido o
Mandado de Segurança, tornando definitiva a liminar, assegurando o
direito líquido e certo do Impetrante.
[Espaço de uma linha]
Dá-se à causa o valor de R$...
[Espaço de uma linha]
Nesses termos,
pede deferimento.
[Espaço de uma linha]
Local e data.
[Espaço de uma linha]
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
Advogado...

10. Problema Resolvido – OAB (2010-2)


Mévio de Tal, com quarenta e dois anos de idade, pretende candidatar-se a cargo
vago, mediante concurso público, organizado pelo Estado X, tendo, inclusive, se
matriculado em escola preparatória. Com a publicação do edital, é surpreendido com
a limitação, para inscrição, dos candidatos com idade de, no máximo, vinte e cinco
anos. Inconformado, apresenta requerimento ao responsável pelo concurso, que aduz
interesse público, tendo em vista que, quando mais jovem, maior tempo permanecerá
no serviço público o aprovado no certame, o que permitirá um menor déficit nas
prestações previdenciárias, um dos problemas centrais do orçamento do Estado na
contemporaneidade.
O responsável pelo concurso é o Governador do Estado X. Não há previsão legal
para o estabelecimento de idade mínima, sendo norma constante do edital do
concurso.
Não há necessidade de produção de provas e o prazo entre a publicação do edital
e da impetração da ação foi menor que 120 (cento e vinte) dias.
Na qualidade de advogado contratado por Mévio, redigir a peça cabível ao tema,
observando:
a) competência do Juízo;
b) legitimidade ativa e passiva;
c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados;
d) os requisitos formais da peça inaugural;
e) necessidade de tutela de urgência.

SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Peça Mandado de Segurança, com pedido de liminar.

Tribunal de Justiça (por simetria constitucional


Competência
ao Chefe do Poder Executivo federal).

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR


Endereçamento
PRESIDENTE DO E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Legitimidade Ativa: (impetrante) Mévio de Tal.


Legitimidade Passiva: Autoridade Coatora –
Partes
Governador do Estado X, Chefe do Poder Executivo
do Estado X, ao qual está vinculado.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Violação do direito líquido e certo do Impetrante:


proibição de prestar concurso público por motivo
Causa de pedir – de idade. Descumprimento dos artigos 37, I e II,
tese a ser 5.º, “caput” (igualdade), 7.º, XXX, da
desenvolvida Constituição Federal.
Súmula 683 Supremo Tribunal Federal.

Liminar e pedido de mérito para participar do


Pedido
concurso público.

PEÇA RESOLVIDA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO X
[Espaço de dez linhas]
Mévio de Tal, nacionalidade, estado
civil, portador da cédula de identidade RG n.º ... e inscrito no
CPF/MF sob n.º ..., residente e domiciliado na Rua ..., n.º ...,
Bairro ..., Município ..., Estado ..., CEP ..., por seu advogado
regularmente inscrito na OAB/... sob o número ..., com escritório
situado na [endereço], vem respeitosamente a presença de Vossa
Excelência, com fundamento no artigo 5.º, LXIX, da Constituição
Federal e na Lei 12.016/2009, impetrar a presente ordem de MANDADO
DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR em face da autoridade coatora
Governador do Estado X, Chefe do Poder Executivo do Estado X ao qual
está vinculado, que através de ilegalidade e abuso de poder violou
direito liquido do Impetrante e certo não amparado por “habeas
corpus” ou “habeas data”, conforme se comprovará.
[Espaço de duas linhas]
I – DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO
DO PRESENTE MANDADO DE SEGURANÇA
[Espaço de uma linha]
Por simetria constitucional ao Chefe
do Poder Executivo federal, compete a este Tribunal julgar Mandado
de Segurança quando a autoridade coatora for Governador do Estado,
motivo pela competência originaria do Tribunal para processar e
julgar o presente Mandado de Segurança.
[Espaço de duas linhas]
II – DOS FATOS ENSEJADORES DO
MANDADO DE SEGURANÇA
[Espaço de uma linha]
O Impetrante, com quarenta e dois
anos de idade, pretende candidatar-se a cargo vago, mediante
concurso público, organizado pelo Estado X, tendo, inclusive, se
matriculado em escola preparatória. Com a publicação do edital, foi
surpreendido com a limitação, para inscrição, da idade dos
candidatos a, no máximo, vinte e cinco anos. Inconformado,
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
apresentou requerimento ao responsável pelo concurso, que aduz o
interesse público, tendo em vista que, quando mais jovem, maior
tempo permanecerá no serviço público o aprovado no certame, o que
permitirá um menor déficit nas prestações previdenciárias, um dos
problemas centrais do orçamento do Estado na contemporaneidade.
Ressalte-se que o responsável pelo
concurso é o Governador do Estado X, ora autoridade coatora. Não
há previsão legal para o estabelecimento de idade mínima, sendo
norma constante do edital do concurso.
Como se pode verificar da análise
dos fatos, a limitação, para inscrição, da idade dos candidatos a,
no máximo, vinte e cinco anos, fere direito liquido e certo do
impetrante, bem como diversos dispositivos constitucionais, senão
vejamos.
[Espaço de duas linhas]
III – DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO
VIOLADO
[Espaço de uma linha]
A mencionada limitação de idade que
impede o Impetrante de participar do concurso público viola
direito líquido e certo do Impetrante, na medida em que viola os
artigos 37, I e II, 5.º, “caput”, e 7.º, XXX, da Constituição
Federal.
O artigo 37, I e II, da Constituição
Federal determina que:
“I – os cargos, empregos e funções
públicas são acessíveis aos brasileiros
que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos
estrangeiros, na forma da lei;
II – a investidura em cargo ou
emprego público depende de aprovação
prévia em concurso público de provas ou
de provas e títulos, de acordo com a
natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei,
ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração”.

Pela análise conjunta dos referidos


incisos é possível afirmar que a regra para investidura em cargo
público é a aprovação em concurso público, de acordo com a
natureza e complexidade do cargo e acessível aos brasileiros que
preencham os requisitos legais.
Ora, não há previsão legal para o
estabelecimento de idade mínima e, assim sendo, o edital viola
frontalmente o dispositivo constitucional e impede a participação
no concurso do Impetrante.
Como se isso não bastasse, o artigo
7.º, XXX, do Texto Constitucional, proíbe diferença de salários,
de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de
sexo, idade, cor ou estado civil, como fez o edital do concurso de
responsabilidade da autoridade coatora.
O tema já foi debatido diversas
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
vezes no Supremo Tribunal Federal que já editou a Súmula 683 a
este respeito:
“O limite de idade para a
inscrição em concurso público só se
legitima em face do artigo 7.º, XXX, da
Constituição, quando possa ser
justificado pela natureza das
atribuições do cargo a ser preenchido”.

Portanto, a regra é que não se pode


utilizar o limite de idade como inibidor de inscrição em concurso
público, só se podendo fazê-lo quando há justificativa pela natureza
do cargo, o que não ocorre no presente feito, uma vez que o cargo
não exige o fator idade e a própria motivação da autoridade coatora
é que a limitação da idade permitirá um menor déficit nas prestações
previdenciárias, que não guarda mínimo nexo causal com a
complexidade das funções públicas a serem exercidas.
Ressalte-se que a prova da violação
ao direito líquido e certo é pré-constituída, com a cópia do
edital, pedido administrativo do Impetrante, bem como a motivação
da Administração Pública já acompanhando a inicial, sem
necessidade de produção de outras provas para assegurar o direito
pleiteado.
[Espaço de duas linhas]
IV – DO PEDIDO LIMINAR EM MANDADO DE
SEGURANÇA
[Espaço de uma linha]
O pedido liminar no presente Mandado
de Seguranças é medida de justiça, uma vez que presente os seus
requisitos autorizadores:
– “Fumus boni iuris”: pela análise
dos tópicos anteriores ficou comprovado que a limitação de idade
prevista no edital que impede o Impetrante de se inscrever no
concurso não tem previsão legal e viola diversos dispositivos
constitucionais, o que demonstra violação ao seu direito líquido e
certo, bem como a plausibilidade jurídica.
– “Periculum in mora”: Está
comprovado também o risco da demora do provimento jurisdicional
apenas ao final do julgamento, o que importaria na impossibilidade
do Impetrante em se inscrever e participar do concurso público.
[Espaço de duas linhas]
V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
[Espaço de uma linha]
Ante o exposto, requer-se a este
Egrégio Tribunal:
1. A concessão da medida liminar da
segurança, com a expedição de ofício para que a autoridade coatora
suspenda o ato lesivo que deu motivo ao pedido, assegurando o
direito do impetrante em se inscrever e participar do concurso
público independentemente de sua idade, até o julgamento do mérito
da ordem, conforme artigo 7.º, III, da Lei 12.016/2009.
2. A notificação da Autoridade
Coatora, qual seja, o Governador do Estado X omissão para prestar
informações no prazo legal de dez dias, conforme artigo 7.º, I, da
Lei 12.016/2009.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
3. Que se dê ciência do feito ao
órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada,
qual seja a Procuradoria do Estado X, enviando-lhe cópia da
inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito,
conforme artigo 7.º, II, da Lei 12.016/2009.
4. A Intimação do Ministério
Público, para apresentar seu parecer como “custos legis”, no prazo
de dez dias, conforme artigo 12 da Lei 12.016/2009.
5. Que ao final, seja concedido o
Mandado de Segurança, tornando definitiva a liminar, declarando a
inconstitucionalidade e ilegalidade do requisito de idade mínima
na participação do concurso público e anular o ato da autoridade
coatora que impede a participação do Impetrante no concurso
público, assegurando, assim, o direito líquido e certo do
Impetrante.
Dá-se o valor da causa R$ ...
[Espaço de uma linha]
Nesses termos,
pede deferimento.
[Espaço de uma linha]
Local e data.
[Espaço de uma linha]
Advogado...

Mandado de Segurança Coletivo

1. Conceito e finalidade do Mandado de Segurança Coletivo. Previsto no


artigo 5.º, LXX, da Constituição Federal, constitui-se na ampliação do mandado de
segurança para tutela de direitos líquidos e certos coletivos. Para o exercício dessa
garantia, ocorre a chamada legitimação extraordinária ou substituição processual, na
qual, diferentemente da legitimação ordinária, em que se defende direito alheio em
nome alheio, defende-se direito alheio em nome próprio.
O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com
representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída há pelo menos um ano; os legitimados defendem,
em nome próprio, os interesses de seus membros ou associados. Logo, o mandado de
segurança coletivo não tutela direitos líquidos e certos das pessoas jurídicas que o
impetram, mas sim de seus membros ou associados.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Vale mencionar que a impetração do mandado de segurança coletivo não retira a


possibilidade de o indivíduo impetrar o mandado de segurança individual, desde que
presentes os requisitos constitucionais.
Sobre direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, verificar os
conceitos no capítulo sobre ação civil pública.
2. Legitimidade do Mandado de Segurança Coletivo.
a) Legitimidade ativa. Para o exercício dessa garantia, a legitimação é
extraordinária ou substituição processual, na qual, diferentemente da legitimação
ordinária, em que se defende direito alheio em nome alheio, defende-se direito alheio
em nome próprio, assim o legitimado ativo irá defender os interesses de seus
membros ou associados e não seus próprios interesses.
Neste sentido, podem impetrar Mandado de Segurança Coletivo, pela redação do
artigo 5.º, LXX, da Constituição Federal e do artigo 21 da Lei 12.016/2009:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída
e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus
membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
Importante frisar que o mandado de segurança coletivo não induz litispendência
para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o
impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de
segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração
da segurança coletiva, conforme artigo 22, § 1.º, da Lei 12.016/2009.

NÃO É O NÚMERO DE IMPETRANTES NO


PÓLO ATIVO QUE VAI DEFINIR SE É
MANDADO DE SEGURANCA INDIVIDUAL
OU COLETIVO, MAS SIM A SUBSTITUIÇÃO
PROCESSUAL
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Importante
A impetração do Mandado de Segurança Coletivo não
retira a possibilidade de o indivíduo impetrar o mandado de
segurança individual, desde que presentes os requisitos
constitucionais, isto porque não há litispendência entre a
impetração do mandado de segurança coletivo e o mandado de
segurança individual.

b) Legitimidade passiva. Segue os mesmo moldes do Mandado de Segurança


Individual, ou seja, autoridade coatora responsável pela prática de ação ou omissão
que ameaça ou efetivamente fira direito líquido e certo, a qual obrigatoriamente deve
ser apontada pelo impetrante, a fim de que preste informações.
Segundo o artigo 1.º, § 1.º, da Lei 12.016/2009, equiparam-se às autoridades,
para os efeitos do Mandado de Segurança, os representantes ou órgãos de partidos
políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público,
somente no que disser respeito a essas atribuições.
Sempre deve ser indicada a pessoa jurídica de direito público a qual a autoridade
coatora está vinculada
3. Objeto do Mandado de Segurança Coletivo. Segundo o artigo 21, parágrafo
único, da Lei 12.016/2009, os direitos protegidos pelo mandado de segurança
coletivo podem ser:
a) coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si
ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica;
b) individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os
decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou
de parte dos associados ou membros do impetrante.
4. Liminar em Mandado de Segurança Coletivo. É possível liminar em
mandado de segurança coletivo segundo o artigo 22, § 2.º, da Lei 12.019/2009,
quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia
da medida, caso seja finalmente deferida.
A liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial d a
pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e
duas) horas, conforme artigo 22, § 2.º, da Lei 12.016/2009.
5. Mandado de Segurança Coletivo preventivo ou repressivo. Assim como
ocorre do mandado de segurança individual, o mandado de segurança coletivo pode
ser preventivo e repressivo.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

O mandado de segurança de forma preventiva visa combater a iminente violação


ao direito líquido e certo. Ou seja, deve comprovar a ameaça ou o risco de lesão ao
direito subjetivo, no caso, de modalidade coletiva.
Apesar da existência do mandado de segurança coletivo, este não visa à
discussão da lei em tese, mas sim, contra uma conduta da autoridade coatora que
ameace prática de ato que causará lesão ao interesse líquido e certo.
Já o mandado de segurança repressivo visa cessar a lesão ao direito líquido e
certo já existente, ou seja, a autoridade coatora já praticou o ato violador ao direito.
6. Procedimento do Mandado de Segurança Coletivo. Segue o mesmo
procedimento do Mandado de Segurança individual, regido pela Lei 12.016/2009.
7. Efeitos do Mandado de Segurança Coletivo. No Mandado de Segurança
Coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou
categoria que têm legitimidade para substituir o impetrante individual.
Logo, o efeito do mandado de segurança coletivo abrangerá todos os membros
ou associados que se encontrem na mesma situação descrita na peça inicial, não
importando se ingressaram na associação antes ou depois da impetração do mandado
de segurança coletivo.
O Mandado de Segurança Coletivo não induz litispendência para as ações
individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de
30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança
coletiva.
Assim, caso uma associação tenha impetrado o mandado de segurança coletivo,
não inibe que um associado resolva impetrar seu próprio mandado de segurança
individual.
Resumindo
Fundamento Artigo 5.º, LXX, Constituição Federal.

Norma
Lei 12.016/2009.
regulamentadora
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Evitar que direito líquido e certo seja


violado, ou reparar a violação praticada com
ilegalidade ou abuso de poder por autoridade
pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do Poder Público.
Os direitos protegidos pelo mandado de
segurança coletivo podem ser:

Objeto a) coletivos, os transindividuais, de


natureza indivisível, de que seja titular
grupo ou categoria de pessoas ligadas entre
si ou com a parte contrária por uma relação
jurídica básica;
b) individuais homogêneos, os decorrentes de
origem comum e da atividade ou situação
específica da totalidade ou de parte dos
associados ou membros do impetrante.

É definida conforme a origem da autoridade


Competência
responsável pelo desfazimento do ato.

É admitida (artigo 22, § 2.º, Lei


12.016/2009), mas só poderá ser concedida
após a audiência do representante judicial da
Liminar pessoa jurídica de direito público, que
deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta
e duas) horas, com os requisitos do fumus boni
iuris e periculum in mora.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Legitimidade ativa:
– partido político com representação no
Congresso Nacional;
– organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa
dos interesses de seus membros ou associados.
Legitimidade passiva: a autoridade coatora
responsável pela prática de ação ou omissão
que ameaça ou efetivamente fira direito
líquido e certo, a qual obrigatoriamente deve
ser apontada pelo impetrante, a fim de que
Legitimidade preste informações.
Segundo o artigo 1.º, § 1.º, da Lei
12.016/2009, equiparam-se às autoridades,
para os efeitos do Mandado de Segurança, os
representantes ou órgãos de partidos
políticos e os administradores de entidades
autárquicas, bem como os dirigentes de
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no
exercício de atribuições do poder público,
somente no que disser respeito a essas
atribuições.
Sempre indicar a pessoa jurídica a que a
autoridade coatora está vinculada.

Participantes Notificação da Autoridade Coatora e


necessários Ministério Público.

8. Passo a passo do Mandado de Segurança Coletivo – preenchendo seus


requisitos:

É definida conforme a origem da autoridade


Competência responsável pelo desfazimento do ato, a ser
observada nos dados do problema.

É definida conforme a origem da autoridade


Endereçamento responsável pelo desfazimento do ato, a ser
observada nos dados do problema.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Legitimidade ativa:
- partido político com representação no Congresso
Nacional;
- organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos
interesses de seus membros ou associados.
Partes
Legitimidade passiva: a autoridade coatora
responsável pela prática de ação ou omissão que
ameaça ou efetivamente fira direito líquido e
certo, a qual obrigatoriamente deve ser apontada
pelo impetrante, a fim de que preste informações.
Sempre indicar a pessoa jurídica a que a
autoridade coatora está vinculada.

Demonstrar que o ato da autoridade coatora viola


ou corre o risco de violar direito líquido e
Causa de Pedir -–
certo coletivo quando o responsável pela
Tese a ser
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade
desenvolvida
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público.

Evitar ou reparar lesão ao direito líquido e


Pedido certo coletivo, na defesa dos membros ou
associados do legitimado.

9. Esquema de Mandado de Segurança Coletivo


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO [variável, pois depende da autoridade
coatora]
[Espaço de dez linhas]
IMPETRANTE, pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas (CNPJ) n. [endereço] por seu advogado, cujo endereço
para intimações é a Rua ..., vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, impetrar a presente ordem de MANDADO DE
SEGURANÇA COLETIVO COM PEDIDO LIMINAR, com fundamento no artigo
5.º, LXX, da Constituição Federal, e artigos 21 e seguintes da Lei
12.016/2009, em face da Autoridade Coatora Responsável
[qualificar], integrante da Pessoa Jurídica [indicar] que por
ilegalidade ou abuso de poder violou direito líquido e certo não
amparado por “Habeas Corpus” ou “Habeas Data”, conforme se
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
comprovará.
I – DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO
DO PRESENTE MANDADO DE SEGURANÇA
[Espaço de uma linha]
[Demonstrar a competência variável dependendo da autoridade
coatora]
[Espaço de duas linhas]
II – DOS FATOS ENSEJADORES DO
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
[Espaço de uma linha]
[Demonstrar os fatos que ocasionaram a impetração do mandado de
segurança]
[Espaço de duas linhas]
III – DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO
VIOLADO
[Espaço de uma linha]
[Demonstrar que o direito líquido e certo foi violado pela
autoridade coatora]
[Inserir tópico que demonstra a prova é pré-constituída e
acompanha a inicial]
[Espaço de duas linhas]
IV- DO PEDIDO LIMINAR EM MANDADO DE
SEGURANÇA COLETIVO
[Espaço de uma linha]
O pedido liminar no presente Mandado
de Segurança é medida de justiça, uma vez que presente os seus
requisitos autorizadores:
“Fumus boni iuris”: [demonstrar que
a violação ao direito líquido e certo tem plausibilidade jurídica]
“Periculum in mora”: [demonstrar o
risco da demora do provimento jurisdicional apenas ao final do
julgamento, o que importaria na continuidade da violação ao
direito liquido e certo]
[Espaço de duas linhas]
V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
[Espaço de uma linha]
Ante o exposto, requer-se a este D.
Juízo:
a) A concessão da medida liminar da
segurança, com a expedição de ofício para que a autoridade coatora
suspenda o ato lesivo que deu motivo ao pedido, assegurando o
direito do impetrante até o julgamento do mérito da ordem,
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
conforme artigo 7.º, III, da Lei 12.016/2009.
b) Para tanto, conforme artigo 22, §
2.º, da Lei 12.016/2009, que seja marcada após a audiência do
representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que
deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
c) a notificação da Autoridade
Coatora para prestar informações no prazo legal de 10 (dez) dias,
conforme artigo 7.º, I, da Lei 12.016/2009.
d) que se dê ciência do feito ao
órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada,
enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo,
ingresse no feito, conforme artigo 7.º, II, da Lei 12.016/2009.
e) a intimação do Ministério
Público, para apresentar seu parecer como “custos legis”, no prazo
de dez dias, conforme artigo 12 da Lei 12.016/2009.
f) que ao final, seja concedido o
Mandado de Segurança, tornando definitiva a liminar, assegurando o
direito liquido e certo.
[Espaço de duas linhas]
VI – DO VALOR DA CAUSA.
[Espaço de uma linha]
Dá-se à causa o valor de R$ [se o
dado constar do problema], para os devidos fins.
Termos em que,
pede deferimento.
[Espaço de uma linha]
Local e data
[Espaço de uma linha]
Advogado...

10. Problema Resolvido – OAB (2010-1)


O secretário de administração do estado-membro Y, com a finalidade de
incentivar o aprimoramento profissional de certa categoria de servidores públicos,
criou, por meio de lei específica, tabela de referências salariais com incremento de
10% entre uma e outra, estando a mudança de referência baseada em critérios de
antiguidade e merecimento. O pagamento do mencionado percentual seria feito em
seis parcelas mensais e sucessivas. Os servidores que adquiriram todas as condições
para o posicionamento na referência salarial subsequente já haviam recebido o
pagamento de três parcelas quando sobreveio a edição de medida provisória
revogando a sistemática estabelecida na lei. Assim, no mês seguinte à edição dessa
medida, o valor correspondente à quarta parcela foi excluído da folha de pagamento.
Em decorrência dessa exclusão, os servidores requereram à Secretaria Estadual de
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Planejamento e Gestão a respectiva inserção na folha de pagamento, sob pena de


submeter a questão ao Poder Judiciário.
Em resposta, o secretário indeferiu o pedido, fundado nos seguintes argumentos:
a) em razão da revogação da lei, promovida pela medida provisória, os
servidores não mais teriam direito ao recebimento do percentual;
b) seria possível a alteração do regime remuneratório, em face da ausência de
direito adquirido a regime jurídico, conforme já reconhecido pelo Supremo Tribunal
Federal;
c) os servidores teriam, na hipótese, mera expectativa de direito, e não, direito
adquirido;
d) não cabe ao Poder Judiciário atuar em área própria do Poder Executivo e
conceder o reajuste pleiteado, sob pena de ofensa ao princípio constitucional da
separação dos poderes.
Em face da situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a)
contratado(a) pelo sindicato dos servidores, redija a medida judicial cabível para
impugnação do ato da autoridade que determinou a exclusão do pagamento dos
servidores dos percentuais previstos em lei, destacando os argumentos necessários à
adequada defesa dos interesses de seus clientes.

SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Tribunal de Justiça (simetria aos Ministros de


Competência Estado como autoridade coatora – artigo 105, I,
“b”, Constituição Federal).

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador


Endereçamento
Presidente do E. Tribunal de Justiça do Estado Y.

Legitimidade Ativa: (impetrante) Sindicato dos


Servidores Públicos do Estado Y.

Partes Legitimidade Passiva: Autoridade Coatora –


Secretário Estadual de Planejamento e Gestão do
Estado Y, vinculado ao Estado Y, pessoa jurídica
de direito público.

Violação do direito líquido e certo:


Causa de pedir – artigo 5.º, XXXVI, Constituição Federal – Direito
tese a ser adquirido.
desenvolvida artigo 37, XV, Constituição Federal –
Irredutibilidade de subsídios.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015

Liminar e pedido de mérito para garantir o


pagamento das três últimas parcelas da tabela de
Pedido
referências salariais com incremento de 10% entre
uma e outra referência.

PEÇA RESOLVIDA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO E. TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO ESTADO Y
[Espaço de dez linhas]
SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO
ESTADO Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no Cadastro
Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) n., com sede na Rua..., n.,
Bairro..., Município..., Estado..., CEP..., por seu advogado
regularmente inscrito na OAB/... sob o número..., com escritório
situado na [endereço], vem respeitosamente a presença de V. Exa.,
como substituto processual e com fundamento no artigo 5.º, LXX da
Constituição Federal e artigos 21 e seguintes da Lei 12.016/2009,
impetrar a presente ordem de MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM
PEDIDO LIMINAR, em face da autoridade coatora responsável, o
Ilustríssimo Secretário Estadual de Planejamento e Gestão do
Estado Y [qualificar], integrante do Estado Y, pessoa jurídica de
Direito Público, que por meio de ilegalidade ou abuso de poder
violou direito líquido e certo não amparado por “Habeas Corpus” ou
“Habeas Data”, conforme se comprovará.
[Espaço de duas linhas]
I – DA COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO
DO PRESENTE MANDADO DE SEGURANÇA
[Espaço de uma linha]
Conforme se depreende da análise da
Constituição Estadual, bem como da simetria constitucional ao
artigo 105, I, “b”, da Constituição Federal, que atribui
competência originária do Superior Tribunal de Justiça para
processar e julgar Mandados de Segurança impetrados em face de
Ministros de Estado, quando a autoridade coatora apontada é
Secretário de Estado, o Tribunal competente para processar e
julgar o Mandado de Segurança é o Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado, como ocorre no presente caso.
[Espaço de duas linhas]
II – DOS FATOS ENSEJADORES DO
MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
[Espaço de uma linha]
A autoridade coatora, com a
finalidade de incentivar o aprimoramento profissional de certa
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
categoria de servidores públicos, criou, por meio de lei
específica, tabela de referências salariais com incremento de 10%
entre uma e outra, adotando os critérios de antiguidade e
merecimento para mudança de referência. O pagamento do mencionado
percentual seria feito em seis parcelas mensais e sucessivas. Os
servidores que adquiriram todas as condições para o posicionamento
na referência salarial subsequente já haviam recebido o pagamento
de três parcelas quando sobreveio a edição de medida provisória
revogando a sistemática estabelecida na lei.
Assim, no mês seguinte à edição
dessa medida, o valor correspondente à quarta parcela foi excluído
da folha de pagamento.
Em decorrência dessa exclusão, os
servidores requereram à Secretaria Estadual de Planejamento e
Gestão a respectiva inserção na folha de pagamento, sob pena de
submeter a questão ao Poder Judiciário.
Em resposta, a autoridade coatora
indeferiu o pedido, fundado nos seguintes argumentos:
a) em razão da revogação da lei,
promovida pela medida provisória, os servidores não mais teriam
direito ao recebimento do percentual;
b) seria possível a alteração do
regime remuneratório, em face da ausência de direito adquirido a
regime jurídico, conforme já reconhecido pelo Supremo Tribunal
Federal;
c) os servidores teriam, na
hipótese, mera expectativa de direito, e não, direito adquirido;
d) não cabe ao Poder Judiciário
atuar em área própria do Poder Executivo e conceder o reajuste
pleiteado, sob pena de ofensa ao princípio constitucional da
separação dos poderes.
Como se pode observar da análise dos
fatos comprovados, o ato da autoridade coatora, ao acarretar o não
pagamento das últimas parcelas decorrentes da anterior referência
dos servidores púbicos, viola direito líquido e certo da
categoria.
[Espaço de duas linhas]

III – DO DIREITO LIQUIDO E CERTO


VIOLADO
[Espaço de uma linha]
As alegações da autoridade coatora
para negar o pagamento das demais parcelas aos servidores viola o
direito líquido e certo destes, na medida em que todas as
alegações utilizadas pela mencionada autoridade coatora esquecem
que o direito do pagamento referente à tabela de referências
salariais, com incremento de 10% entre uma e outra, já havia se
incorporado ao patrimônio jurídico dos servidores em questão,
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
sendo parcelado apenas os valores oriundos do direito em si.
Assim, o ato coator da negativa das
parcelas, mesmo com a revogação da lei, é claramente violador do
direito adquirido, previsto no artigo 5.º, XXXVI:
“A lei não prejudicará o direito
adquirido (...)”.
Vale mencionar que não existia mera
expectativa de direito dos mencionados servidores. O direito já
era adquirido e apenas a forma de pagamento dos valores oriundos
da nova tabela é que foi parcelada.
Saliente-se que toda a prova do
direito líquido e certo violado já está pré-constituída e
acompanha a inicial, não havendo que se falar em dilação
probatória.
[Espaço de duas linhas]
IV – DO PEDIDO LIMINAR EM MANDADO DE
SEGURANÇA COLETIVO
[Espaço de uma linha]
O pedido liminar no presente Mandado
de Segurança é medida de justiça, uma vez que presente os seus
requisitos autorizadores:
“Fumus boni iuris”: está claro que a
negativa do pagamento das parcelas pela autoridade coatora viola o
direito líquido e certo de parte da categoria dos servidores
públicos, o que demonstra a plausibilidade jurídica do pedido.
“Periculum in mora”: Acrescente-se o
risco da demora do provimento jurisdicional apenas ao final do
julgamento, uma vez que se trata de parcelas de caráter alimentar,
fonte única de subsistência dos servidores públicos, bem como o
não pagamento imediato importar a continuidade da violação ao
direito líquido e certo.
[Espaço de duas linhas]
V – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
[Espaço de uma linha]
Ante o exposto, requer-se a este
Douto Juízo:
[Espaço de uma linha]
1. A concessão da medida liminar da
segurança, com a expedição de ofício, para que a autoridade pague
as últimas três parcelas da tabela de referências salariais
previstas em lei até o julgamento do mérito da ordem, conforme
artigo 7.º, III, da Lei 12.016/2009.
2. Para tanto, conforme artigo 22, §
2.º, da Lei 12,016/09, que seja marcada após a audiência do
representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que
deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
Atualização para 4ª edição 29/04/2015
3. A notificação da Autoridade
Coatora, qual seja, o Ilustríssimo Secretário Estadual de
Planejamento e Gestão do estado Y para prestar informações no
prazo legal de dez dias, conforme artigo 7.º, I, da Lei
12.016/2009.
4. Que se dê ciência do feito ao
órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada,
qual seja a procuradoria do Estado Y, enviando-lhe cópia da
inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito,
conforme artigo 7.º, II, da Lei 12.016/2009.
5. A Intimação do Ministério
Público, para apresentar seu parecer como “custos legis”, no prazo
de dez dias, conforme artigo 12 da Lei 12.016/2009.
6. Que ao final, seja concedido o
Mandado de Segurança, tornando definitiva a liminar, com a
obrigação do pagamento das últimas três parcelas da tabela de
referências salariais, assegurando o direito líquido e certo.
Dá-se o valor da causa R$...
[Espaço de uma linha]
Nesses termos,
pede deferimento.
[Espaço de uma linha]
Local, data.
[Espaço de uma linha]
Advogado...

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