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Baba Ali e os 40 itens

(Um conto sobre o problema da Mochila)

Larissa Andrade Silva1 (las@icomp.ufam.edu.br)


Ciência da Computação- 3º Período
ICC102 - Metodologia Científica na Ciência da Computação 2018/01
Professora Rosiane F. Rodrigues1
1
Instituto de Computação – Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

MOTIVAÇÃO
Esse conto tem base computacional no problema da mochila, um problema de otimização
combinatória np-completo. O problema é relativamente simples de explicar, mas alta complexidade
para solucionar. Supõe-se que uma pessoa possua uma mochila, e precisa colocar o máximo de itens,
de variados pesos, sem ultrapassar o limite da mochila.
O conto foi baseado nos contos de mil e uma noites.

SOBRE O AUTOR
Larissa Andrade é formada em Matemática pela UFAM e hoje cursa Ciência da computação,
também na UFAM. Quer trabalhar com criptografia, e canto lírico. Gosta de gatos.

O CONTO
Dizem, mas apenas as areias do tempo sabem de tudo, que existia um rapaz, chamado Baba
Ali, que foi um grande herói para seu vilarejo. Mas antes de alcançar esse status, voltemos um
pouquinho antes, claramente para não deixar nada perdido. Afinal, não foi Baba Ali, mas Morjanna, e
suas habilidades analíticas que ajudaram-no a triunfar.
Baba Ali sempre fora curioso, e com uma sorte imensa. O mesmo não pode ser dito sobre a
sorte de Morjanna, que nasceu escrava da casa de Baba Ali. Mas cresceram juntos e eram mais como
amigos de infância, do que senhor e serva.
Na sua juventude de Ali Baba, seu vilarejo passou pela maior seca que já ocorreu em todo o
seu tempo de existência. Sem água, só restava comprar agua dos mercadores que vinham nas
caravanas. Tinham cada vez menos dinheiro, e logo o vilarejo todo estava pobre e sem conseguir
suprir necessidades. Ali Baba, não aceitava tal destino. Rumou para o campo, a procura de qualquer
pingo de água ou valor. Morjanna não o abandonara, acompanhando-o carregando um jarro.
Depois de muito caminhar, cansados, sentaram-se a bordas de um grande rochedo.
“Tome um pouco de água, senhor” Morjanna gracejou “ Precisa ficar firme para conseguir
joias”
“Ah, cale-se, Morjanna! Não me perturbe “ - graceja de volta, ao perceber os risinhos da
moça.
Mas naquele momento, Baba Ali cobre-lhe a boca, ouvira um ruído estranho.
Logo percebem o movimento de vários homens, carregando cestos, e então um deles bate no
rochedo “ Abre a porta, oh, rocha!”
Para a surpresa de ambos, a rocha abre, revelando muito ouro e tapeçarias, quadros e muitas
coisas que custariam muito dinheiro. Ficaram calados, ouvindo os homens conversarem e o que
parecia mais poderoso deles, indagar “ Onde está a água?!”
Ainda surpresos, notaram um dos homens trazendo uma garrafa com uma gota suspensa nela “
Aqui meu senhor! Encantamos as fontes daqui, e eles não possuem nada agora”
“Toda água desse vilarejo em minhas mãos. Assim, podemos roubar e obter máximo de ouro
deles” O senhor dos ladrões parecia contente. Morjanna segurava Baba Ali, que desejava cortar a
garganta daquele homem.
Logo, todos se retiraram, deixando Baba Ali e Morjanna sozinhos. Saíram do esconderijo, e
conseguiram entrar na sala de tesouros, dada a boa memoria de Morjanna. Baba Ali correu e tentou
colocar tudo que podia dentro do vaso de Morjanna. Tapetes caros, ouro, joias caras. Ele queria enfiar
tudo ali.
Morjanna percebendo o perigo, e observando o local virou-se para Baba Ali “Baba, tira tudo
do vaso” do qual ouve reclamações “ Tire logo” Deixando Baba Ali, irritado.
“Mas por que?” Reclamou Baba Ali
“ Podemos levar mais, se escolhermos as melhores e menores” Morjanna começou a pegar
pedras preciosas “as que sejam as mais caras, e mais leves. Olhando todas essas coisas, eu já sei o que
devemos colocar” Começou a encher o vaso de pedras preciosas e moedas de ouro maciço.
Baba Ali tomou a garrafa com a gota d ´agua, e o colocou no bolso.
Ouviram barulhos, e sairam, fechando o Rochedo, com as palavras de Morjanna “ Fecha-te,
oh, rocha!”
Correram como se suas vidas dependessem disso e voltaram para o vilarejo. Foram recebidos
com carinho, pois tinham sumido por muito tempo. Contaram tudo para os governantes, mostrando as
joias, ouro e a garrafa.
Uma investigação foi iniciada, e a fonte de água foi restaurada.
Os ladrões não foram encontrados (isso é uma história para outro momento, quando o Rei dos
Ladrões e Baba Ali tiveram seu encontro final!) mas, o vilarejo conseguiu passar pela seca,
sobrevivendo, com a ajuda daqueles dois adolescentes. Como mais poderia ser? Baba Ali tinha o
futuro frutífero, mesmo naquelas terras quentes cobertas de areias...

REFERÊNCIAS
WEISSTEIN, Eric W. Knapsack Problem. Disponível em:
<http://mathworld.wolfram.com/KnapsackProblem.html >. Acesso em: 16 maio 2018.
FEOFILOFF, Paulo. O problema da mochila booleana. Disponível em:
<https://www.ime.usp.br/~pf/analise_de_algoritmos/aulas/mochila-bool.html#knapsack>. Acesso em:
16 maio 2018.

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