Lição 1

Os profetas no Antigo Testamento

Texto base: Hb 1.1-4
Dia Leitura Diária
Segunda II Pe 1.21 – A profecia não depende da vontade dos homens.

Terça I Jo 4.1 – Muitos falsos profetas se levantaram no mundo

Quarta Am 3.7 – Deus revelou seus planos aos profetas

Quinta Mt 7.15 – Jesus nos orienta a ter cuidado com os falsos profetas

Sexta Ef 2.19-20 – Os profetas tinham como meta revelar a centralidade de Jesus

Sábado Rm 3.21-22 – Jesus é o cumprimento da Lei e dos Profetas

Introdução profetas para decidir sobre negócios, batalhas,

Profeta, do grego πρoφήτης, prophétes era, no
antigo testamento, uma pessoa que falava por
inspiração divina. A principal função do profeta era
confrontar as pessoas para lembrá-las sobre as
consequências de não cumprir os mandamentos
divinos. Hoje, a palavra profeta costuma ser
lembrada como alguém capaz de prever o futuro,
mas no passado era uma pessoa capaz de revelar
a vontade de Deus a respeito de alguma coisa.
Normalmente o profeta agia por iniciativa
própria, cumprindo uma ordem de Deus para falar
ao povo.Isso acontecia sempre que o afastamento
do povo em relação a Deus estava a ponto de
gerar o castigo divino. Mas algumas vezes o
profeta era consultado por pessoas que
desejavam saber a orientação de Deus a respeito
de alguma coisa. Nesse caso, muitas vezes o
profeta era chamado de “vidente”, como em I Sm
9.9.
Por isso, muitas vezes o profeta era tido como
um conselheiro espiritual. Muitos procuravam os
incertezas da vida.
1 – O ministério profético
No Antigo Testamento o ministério profético
era essencial, uma vez que a Bíblia ainda estava
sendo escrita, ou seja, o cânon estava aberto.
Hoje, toda a vontade de Deus está registrada nas
Escrituras, por isso, não é mais necessário
recorrer a profetas. Mas muita coisa que os
profetas do Antigo Testamento faziam, continua
acontecendo hoje, por meio daqueles que pregam
a palavra de Deus e revelam ao povo as
consequências da fidelidade e da infidelidade, ou
que aconselham as pessoas à luz das Escrituras.
Nesta série de estudos, serão apresentados
os Profetas Menores, um grupo de doze livros do
Antigo Testamento que são classificados dessa
forma devido à extensão de seus textos. Os
profetas Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas,
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu,
Zacarias e Malaquias são assim chamados não
devido a sua importância, mas pelo tamanho de
seus livros. Veremos que alguns profetas nem mesmo escreveram livros.
 Profetas Menores – Lição 1 – Página 2 – Os profetas no Antigo Testamento
2 – A literatura profética
Para os cristãos, a literatura profética é
dividida em Profetas Maiores e Profetas Menores.
Isso não tem relação com a importância do
profeta, mas sim com o tamanho dos livros. Na
bíblia hebraica os livros proféticos são agrupados
pela ordem cronológica, sendo Isaías, Jeremias,
Ezequiel e os dos doze profetas denominados
"Profetas Posteriores" e os livros de Josué,
Juízes, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis
considerados literatura profética posterior.
A Septuaginta, tradução da bíblia hebraica
para o latim, coloca os livros proféticos depois dos
livros históricos. Para essa tradução, os livros de
Lamentações e Daniel são considerados “escritos”
e não livros proféticos.
2.1 O ministério profético
Os profetas no Antigo Testamento eram
homens especialmente vocacionados por Deus,
de modo que a sensibilidade deles diante do
pecado era muito grande. Coisas aparentemente
sem importância para uma pessoa comum eram
graves aos olhos do Profeta, conforme pode-se
ver em testos como Jeremias 2.12,13 e 19. O
profeta era capaz de sentir o coração de Deus (Jr
6.11; 20.9). A relação entre Deus e o profeta era
de grande proximidade. Eram homens
especialmente usados pelo Espírito Santo.
Eram muitas as motivações para o ministério
profético, principalmente o combate à idolatria, o
excesso de autoconfiança, a confiança na
sabedoria humana, na proteção humana (Jr 8.8,
9.9: 23.24); na riqueza (Jr 8.10); no poder
opressor, em outros deuses. A mensagem
profética também tinha como objetivo condenar a
religiosidade aparente, a apostasia, a hipocrisia e
a injustiça com o próximo, principalmente com os
menos favorecidos.
Pode-se dizer que a mensagem profética tinha
como objetivo lembrar o povo quanto à
necessidade de ser fiel aos termos da Aliança. Por
meio dos profetas, Deus deixa claro que não
suporta o compromisso parcial, pois exige que seu
povo seja inteiramente dedicado, como o Senhor
é inteiramente comprometido com seu povo.
2.2 Profetas não literários
São chamados de profetas não literários
aqueles que não escreveram livros, como Elias,
Elizeu, Débora, etc. Apesar de haver uma grande
quantidade de textos sobre eles, eles mesmos
não deixaram material escrito. Os profetas não-
literários que são citados no texto bíblico são
Abraão (Gn 20.27), Agabo (At 21.10), Aías, o
silonita (1 Rs 11.29), Ana, filha de Fanuel
(Lc.2.36), Ananias, filho de Azur (Jr 28.1-17), Arão
(Ex 7.1), os filhos de Asafe, de Hemã e de
Jedutum, Azarias, filho de Obede (2Cr 15.1,8),
Davi (Mt 13.35; Sl 78.2 e At 2.29-30), Débora (Jz
4.4), Eldade (Nm 11.26), Elias, o tisbita (1 Rs
17.1; 18.22,36), Eliezer, filho de Dodava (2 Cr
20.37), Eliseu, filho de Safate (1 Rs 19.16; 2 Rs
3.11-12; 9.1), Enoque, filho de Járede (Gn 5.18-
24; Jd v14-15 e Hb 11.5), Gade, da Corte de Davi
(1 Sm 22.5; 24.11), Hanani, o vidente (2 Cr 16.7),
Hulda, mulher de Salum (2 Rs 22.14), Ido (2 Cr
13.22), Jaaziel (2 Cr 20.14-17), a profetisa,
esposa do profeta Isaías (Is 8.3), Jéu , filho de
Hanani (1 Rs 16.7 e 2 Cr 19.2), João Batista (Lc
1.76; 7.28), Josué, filho de Num (Js 6.26 e 1 Rs 16.34).
 Profetas Menores – Lição 1 – Página 3 – Os profetas no Antigo Testamento
Continuando a lista de profetas não literários,
pode-se citar Medade (Nm 11.26), Micaías (1 Rs
22.8 e 2Cr 18.7ss), Miriã (Ex 15.20), Natã (2 Sm
7.2; 12.25 e 1Rs 1.8,10,22), Odede ou Obede (2
Cr 28.9), Samuel (1 Sm 3.20; 9.19; 1 Cr 9.22; 2Cr
35.18; At 3.24; 13.20), Saul (1 Sm 10.5-6,10-13),
Semaías (2 Cr 12.5,15), Urias, filho de Semaías
(Jr 26.20), Zacarias, “entendido nas visões de
Deus” (2 Cr 26.5), Zacarias, filho do sacerdote
Joiada (2 Cr 24.10-22) e Zacarias, o sacerdote,
pai de João Batista (Lc 1.67).
Alguns profetas não-literários são anônimos,
como “um homem profeta” (Jz 6.8), “um homem
de Deus” (1 Sm 2.27-36), “um rancho de profetas”
ou “um grupo de profetas” (1 Sm 10.10-12), “Um
homem de Deus que veio de Judá” (1 Rs 13.1),
“um profeta” (1 Rs 20.13-15), “um dos homens
dos filhos dos profetas” (1 Rs 20.35), “setenta
anciãos do povo” (Nm 11.24-29), “um profeta” (2
Cr 25.15-16) e “um homem de Deus” (2 Cr 25.7-9)
(lista elaborada por Antônio Gilberto).
3 – Revelação messiânica
Um dos grandes objetivos dos profetas foi
revelar o plano de Deus ao longo da história. Um
plano que foi sendo revelado aos poucos, desde o
pecado do homem no Édem até o nascimento de
Jesus. Vários eventos bíblicos, inclusive os textos
da Lei e os livros poéticos apontam para Jesus.
Isaías se destaca entre os profetas messiânicos,
ou seja, aqueles que descrevem com mais
detalhes como seria o Messias esperado por
Israel.
3.1 Promessa de redenção
Os profetas apontam que Deus sempre teve
como propósito restaurar seu povo, abolindo a
idolatria e implantando seu reino na terra. Fica
claro no texto bíblico que Deus nunca teve a
intenção de destruir o povo, mas até mesmo
quando aplicou os mais duros castigos, teve como
propósito levá-lo à restauração.
3.2 Insuficiência do homem
Também fica claro no texto bíblico que Deus
combate o desejo de autossuficiência do homem.
Quando as pessoas pensam que não precisam de
Deus e podem se resolver sozinhas, acabam em
destruição. Da mesma forma, Deus condena
aqueles que buscam libertação no poder de outros
homens.
3.3 Justiça divina
Os profetas apontam também que Deus é fiel.
A aliança de Deus com a humanidade, revelada
em vários pactos, sempre foi cumprida. Quando a
aliança é rompida, sempre ocorre por iniciativa do
homem, não de Deus.
3.4 A remoção do pecado
Deus tomou a iniciativa de remover o pecado
do mundo. Diante do fracasso humano, ele tomou
sobre si o castigo que nos traz a paz. Essa
redenção se torna plena em Jesus. Por isso, o
objetivo da mensagem profética é revelar Jesus.
3.1 Palavras de esperança
Fica sempre claro no texto profético que Deus
sempre tem uma palavra de esperança para o seu
povo. Ele se compromete a entrar na luta junto tem, promete remover o pecado, transformar o
com seu povo, revela os pensamentos de paz que coração de pedra, habitar no coração humano.
 Profetas Menores – Lição 1 – Página 4 – Os profetas no Antigo Testamento
4 – Interpretação das profecias
Algumas profecias são de cumprimento
imediato, outras apontam para uma época um
pouco à frente e outras referem-se aos tempos do
fim. Algumas ainda são mistas, envolvendo
eventos próximos, mas simbolizando tempos
eternos. Por isso, é preciso ter cuidado ao
interpretar as profecias. É preciso ler bem o
contexto e verificar o que outros textos bíblicos
dizem a respeito.
suas cartas também produziram profecias e
narrativas de natureza escatológica. O último o
livro bíblico com profecias sobre os dias finais é
Apocalipse, que termina dizendo que não se pode
mais acrescentar qualquer coisa ao que está
narrado nas Escrituras.
Conclusão
Nos estudos seguintes estaremos abordando
cada um dos doze profetas menores. Sempre
tomaremos o cuidado de observar os princípios

4.1 – Específico e geral gerais apresentados no texto desta lição, para

extrair de cada livro profético a lição que Deus
Os erros mais comuns a respeito dos textos deseja nos apresentar para os dias de hoje. Afinal,
proféticos estão relacionados à falta de cuidado os profetas menores são pouco estudados pela
hermenêutico, ou seja, falta de atenção ao igreja atualmente, em parte devido ao
contexto. É preciso saber quando o texto foi conhecimento histórico necessário para
escrito, por quem, com que finalidade. Coisas que compreendê-los.
a Bíblia diz que não devem ser feitas precisam ser Que Deus nos permita ampliar nosso
observadas. Exemplo: Jesus diz que não se pode conhecimento sobre sua Palavra, e assim
prever a data da sua volta. Então, quem tentar fortalecer cada vez mais a nossa fé.
fazer isso, vai cometer um erro.

4.2 – Escatologia
Escatologia é o estudo das coisas
relacionadas ao fim dos tempos, ou seja, à volta
de Jesus e o que acontecerá depois. Muitos textos
proféticos possuem conteúdos claramente
escatológicos, como Daniel, Joel, Isaias,
Jeremias. Mas, em meio a conteúdos
escatológicos, há profecias de cumprimento
próximo. Em alguns casos, pessoas e nações da
época possuem simbologia escatológica.
No Novo Testamento há textos de natureza
escatológica escritos nos Evangelhos, como o
sermão escatológico de Jesus. Os apóstolos em