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INTRODUÇÃO

Referencial teórico

Como planejar e executar uma aula.

Primeiramente, para esse trabalho, desejo informar primeiramente o significado


de tais palavras. No dicionário online português temos a definição de planejar como
elaborar a descrição pormenorizada de algum trabalho, seja ele de qualquer espécie.
Temos também a definição de executar, que é causar a efetivação de algum trabalho.

Libâneo, em seu livro Didática mostra a importância do planejamento para a


atividade docente e que passa por um momento de reflexão ligado a avaliação, como
estamos dentro da sala de aula, em conjunto, moldados por experiências de relações
sociais, econômicas, culturais e política, o planejamento faz necessário para que
possamos dá um rumo para a trajetória do planejado, para que não estacione sobre esses
“caminhos” já estabelecidos.

Uma das grandes questões que podemos levantar acerca da aula é a


forma como os docentes a preparam e, a partir dessa preparação, como
podem atingir mais facilmente os objetivos traçados. A preparação da
aula, aqui entendida como todo o momento que propicie
aprendizagem, é o grande trunfo para que os alunos possam aproveitá-
la ao máximo, mantendo uma relação eficaz com os conteúdos para
poder apreender aquilo que o professor propôs como objetivos de
ensino. (UNESP, 2011, p.2)
Libâneo mostra sempre a importância do planejamento das aulas, já que ele trata
o ato de planejar como um ato de organizar, racionalizar e estruturar a atividade com o
contexto a ser introduzido. Mostrando qual a função do planejamento, que consiste em:
explicar os procedimentos do trabalho; mostrar os vínculos da ação efetiva na sala de
aula; evitar a improvisação e rotina; assegurar a coerência do trabalho; fazer sempre a
atualização deste plano quando for preciso; facilitar a preparação das aulas.
PROPOSTA DO PROJETO DE SEQUENCIA DIDÁTICA.

PLANEJAMENTO:

Turma: UATI
Tema: O mito e a ciência.
Conteúdos trabalhados:
A importância dos mitos
Hesíodo e Homero.
O mito na Grécia Antiga.
A importância do mito para o surgimento da filosofia.
Os filósofos pré-socráticos.
Tempo da sequência didática: 5 aulas (2 horas de duração cada aula)
Materiais necessários para a sequência didática:
Livros de história
Vídeos
Notebook
Músicas
Celular
Cola
Tesoura
Papéis coloridos
Tintas
Copos
Lápis de cor

Aula 1: a importância dos mitos


Organização da turma: Os alunos serão divididos em grupos (4 ou 5 pessoas)
Introdução: Fazer uma sondagem dos alunos sobre o que eles sabem sobre as histórias
com fundos morais.
Desenvolvimento: A atividade será conduzida de forma que leve a uma discussão
coletiva a partir da leitura e relato de alguns mitos contado pelo condutor da aula e pelos
próprios alunos.
Conclusão: A aula será finalizada com a intenção de mostrar aos alunos que os mitos
não são apenas histórias para crianças, há uma moralidade por trás daquelas fábulas.

Aula 2: Os filósofos pré-socráticos: Tales de Mileto


Organização da turma: Grupo de 5 pessoas.
Introdução: Tendo noção de que os mitos não servem mais para os gregos para
explicar de forma racional os eventos do mundo, será mostrado como surgiram esses
pensamentos, em especial o de Tales de Mileto e como ele propôs essa nova
racionalização.
Desenvolvimento: Fazer uma abordagem por meio de perguntas sobre a água, sobre o
que é composto pela água? A água está em tudo? E pedir para que eles façam desenhos
utilizando apenas água e depois solicitar para que eles expliquem a relação dos seus
desenhos com a água.
Conclusão: Pensar, juntamente com eles, sobe a transição do mio para a razão e mostrar
que é nesse momento, segundo alguns estudiosos, que surge a filosofia.

Aula 3: Os filósofos naturalistas: Empédocles


Organização da turma: Grupo de 5 pessoas.
Introdução: Como já é de conhecimento dos alunos, a “não importância” do mito para
a filosofia, iniciaremos a nossa aula com uma música: “É tão lindo, gravada pelo grupo
musical Balão Mágico”.
Desenvolvimento: Após ouvirem a música indicada, solicitar que façam um desenho,
porém, não um desenho comum, mas, um desenho que seja a mistura de várias coisas
ou elementos em um único desenho.
Conclusão: Utilizando as produções dos alunos como um exemplo superficial, mostrar
como Empédocles pensava e explicava a origem do mundo.

Aula 4: Os pitagóricos
Organização da turma: Grupo de 5 pessoas.
Introdução: O início da aula terá como ponto de partida um olhar ao redor e pedi para
que eles façam uma relação com as formas geométricas.
Desenvolvimento: Passar duas músicas, a primeira música é uma música de disco
arranhado, uma música com deformidades e a segunda música é uma perfeita, de bela
harmonia. E pedir para que eles fizessem colagem apenas com formas geométricas que
foram dispostas a mesa na criação de uma obra livre.
Conclusão: Mostrar aos alunos a filosofia defendida pelos pitagóricos, que o mundo é a
junção de música (harmonia e som) e os números (formas geométricas).

Aula 5: Platão e o mito da caverna


Introdução: Mostrar por meio de vídeo, o mito da caverna.
Desenvolvimento: Fazer uma provocação a partir da premissa e de tudo que foi
estudado, que se a filosofia não utiliza mais os mitos, porque Platão, que é posterior aos
pré-socráticos faz o uso deles.
Conclusão: Mostrar que mesmo com esse rompimento, o filósofo ainda faz posse
desses mitos, mas dessa vez, sem o teor mitológico para uma melhor compreensão para
o seu interlocutor.

Narrativa da execução:
Aula 1: Eu não queria ir dar essas aulas, fui travado, sem vontade. Chegamos lá no
horário marcado, não tinha nada certo ainda, os alunos foram chegando aos poucos, a
professora que cedeu às aulas para que pudéssemos por em prática as nossas aulas foi
muito atenciosa e preocupada, passando informações importantes e etc. Como foi
planejado duas horas de aula, ela nos informou de imediato que os alunos da UATI não
ultrapassam o horário de 11 horas, logo, tivemos que nos adequar aquele horário.
Inicialmente foram divididos os grupos, fiquei com 5 pessoas, todas alfabetizadas,
iniciei me apresentando e pedi para que eles fizessem o mesmo, expliquei o porquê
daquelas aulas e como elas aconteceriam e qual seria a aula daquele dia, a nossa
primeira aula, assim que os conheci quebrei logo o gelo, fiquei preocupado em pensar
que eles não iriam querer saber de filosofia, que era uma louca, enfim.
Pedi para que todos eles, um por vez, contassem algum mito que seus avós ou país os
contavam quando eram mais novos.
Começamos com Gerson, nos contou que a cidade ainda não havia o nome de Feira de
Santana, se chamava Fazenda Olhos D’água, e que quando escurecia, todas as crianças
entravam para suas casas e não saiam mais, pois, seus país lhe contava que com a noite,
naquele lugar, andava o homem sem cabeça, pegando todos aqueles que estivessem pela
rua naquele horário, perguntei a ele o porque contavam essa história, e ele respondeu
que era para que as crianças não saíssem a noite.
Lurdes, Elieta e Antônio, relataram algumas histórias de que quando os pais e os amigos
destes saiam para caçar, sempre levavam consigo um pedaço de fumo de rolo, afim de
que no meio da mata eles não se perdessem. E quando isso acontecia, colocava o pedaço
do fumo no lugar e pouco tempo depois, encontravam o caminho de volta. Perguntei a
eles qual a moral dessa história, responderam que quando se entra na mata, tem respeitar
aquele lugar, pegar apenas o que for usar e não matar os animais atoa, caso isso
ocorresse, a Caipora deixaria as pessoas para sempre presas no meio da floresta sem
encontrar o caminho volta.
Feito isso, coloquei o vídeo de uma fábula chamada “A raposa e a cegonha”, mesmo a
iluminação do lugar atrapalhando bastante e por se um lugar aberto, o som não
concentrava, mas não teve problema, já que coloquei o som para ser reproduzido pelo
celular.
Quando o vídeo acabou, pedi para que eles explicassem e foi obtida a resposta de que
não deveremos fazer com os outros o que não gostaríamos que fizesse conosco, e,
mesmo que fossemos tratados mal, deveríamos revidar com o bem, como fez a cegonha
em relação a raposa. Após passar esse vídeo, um dos alunos informa que quando está
em casa pela parte da manhã, a sua TV só fica em um canal que passa desenho animado
durante toda a manhã e que ela ama desenhos.
Já no fim da aula, mostrei a eles qual a importância do mito para o surgimento da
filosofia e informei que veríamos isso nas próximas aulas. E perguntei também se eles
achavam filosofia difícil, eles responderam que sim, e eu falei com eles que estavam
enganados, que o que eles acabaram de fazer foi filosofia.

Aula 2: Cheguei para essa aula com alguns copos, tintas e papéis e informei a eles que
faríamos uma pintura só com água, eles ficaram se perguntando como aquilo
funcionaria, já que pintura se faz com tinta, informei que colocaria apenas umas
gotinhas de tinta na água para colorir, eles mesmo fizeram toda a preparação da
coloração da água, e pedi para que eles desenhassem, feito isso, foi pedido para que eles
dissessem a relação daquele desenho com água, fizeram o que foi pedido, desenharam
flores, nuvens, piscina e etc. Depois que eles mostraram a relação, entrei com o
pensamento de Tales de Mileto para mostrar ele pensava a origem do mundo pela água,
nessa aula foi tratado: Quem foi Tales, onde nasceu, sua profissão, e o mais importante,
o seu pensamento.
No final da aula eu perguntei o que eles haviam achado daquela aula, e responderam
que gostaram e que nunca imaginariam que poderiam estudar filosofia fazendo desenho
com água, e caíram na risada.

Aula 3: Nesta aula, compareceram apenas quatro alunos, então, iniciamos o nosso
trabalho do dia, coloquei a música “É tão lindo” e pedi para que eles prestassem atenção
na letra, já que tinha partes que poderiam ser utilizadas no trabalho, alguns trechos dessa
música utilizados foram: “Se tem bigodes de foca, nariz de tamanduá [...] também um
bico de pato e um jeitão sabiá.” Tinha um vídeo para ser reproduzido, meu notebook
havia descarregado, como não estávamos em uma sala de aula tradicional, não tinha
como carregar a sua bateria, o jeito que teve foi utilizar apenas o som e reproduzir a
música no celular.
Solicitei para que eles pensassem algum bicho, pessoa ou objeto dessa maneira.
Informei que faríamos um desenho, mas não um desenho comum, seria um desenho
compostos por outras partes que não lhe pertencessem. Os desenhos obtidos foram
peixes com asas de borboleta, um homem com bico de pássaro e cauda de cobra, um
jegue com cabeça de cadeira, um homem com braços de bola, cabeça de árvore com
frutos e cauda de peixe. Depois expliquei o porquê foi pedido esse desenho e falei
superficialmente sobre a filosofia de Empédocles, que segundo ele as coisas nunca
foram sempre perfeitas, foi a partir de uma seleção que as coisas se ajeitam, pois,
segundo ele, haviam serem formados por braços de pedra, cabeça de árvore, braços de
fogo e etc.
Um momento que me emocionou muito foi quando uma das alunas diz que não sabe o
porquê, mas que foi a aula que ela mais gostou pelo motivo de lembrar um momento
vivido por ela, e por espontaneidade ela nos contou: “Eu tinha depressão, me via como
uma folha seca, murcha, amarela, sem força. Mas que foi dada a ela uma nova
oportunidade, que naquele dia ela se viu como uma mudinha, ainda em crescimento,
mesmo sufocada pelos galhos espinhosos que era a depressão, mesmo com o marido ela
se sentia sozinha, essa mudinha cresceu e virou uma árvore, mas muita coisa ainda não
fazia sentido, até que essa árvore deu frutos, que foram as suas filhas, que segundo ela,
foi o que a motivou procurar tratamento para a depressão.”.
Aula 4: Iniciamos nossa aula, não diferente das outras, com eles mesmo produzindo os
seus materiais de estudo, foi solicitado que eles cortassem algumas figuras geométricas
de vários tamanhos, figuras como círculo, triângulo, quadrado, retângulo, losango e etc.
Fizemos algumas análises do que estava a nossa vista, já que as nossas aulas estavam
ocorrendo no hangar da UEFS, observávamos objetos, frutas, construções e fazíamos
alusões a formas geométricas.
Após isso, começaram a fazer o trabalho de colagem usando apenas as formas
geométricas para a criação de desenhos de sua preferência, saíram nesses desenhos
cachos de uvas, mesas, plantas, casas e etc.
Aproveitamos a oportunidade, já que seria a última aula para saber se eles poderiam
contribuir com algum alimento para a gente fazer a nossa socialização na última aula e
eles afirmaram que sim, visto a importância dessa socialização, já que ficamos
separados por grupos e sem contato com os demais.

Aula 5: Não ocorreu a aula, como planejada no inicio. O que ocorreu foi uma
socialização dos grupos, que foi pensado, se não me falha a memória, na terceira aula.
Houve a reunião dos grupos, agradecemos pela oportunidade, pela experiência que eles
nos proporcionaram e eles retribuíram cada um de seu jeito sobre essa experiência,
falaram o que acharam das aulas, contaram aos colegas dos outros grupos o que foi
aprendido e fizemos o nosso café da manhã.
Eidy, a professora de educação física, qual nos cedeu as suas aulas, perguntou se
gostamos de trabalhar com eles, se conseguimos passar tudo que queríamos, se a gente
conseguiu o retorno esperado e etc. respondi a ela que sim, que me surpreendi,
inclusive, que fui com o preconceito de que por ser um pessoal da terceira idade,
estariam com a mente fechada ou não dariam muita importância para tais aulas, já que
esse tipo de aula não faz parte da rotina da UATI.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

INFORSATO, E. C.; ROBSON, A. S. A preparação das aulas. In: UNIVERSIDADE


ESTADUAL PAULISTA. Prograd. Caderno de Formação: formação de professores
didática geral. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011, p. 86-99, v. 9.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994 (Coleção magistério 2°
grau. Série formação do professor).
PLATÃO. A República. 7. Ed. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 1993.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da Filosofia: Dos pré-socráticos a


Aristóteles. Vol. 01. 2ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

CRESCENZO, Luciano. Os pré-socráticos. São Paulo: Rocco, 2012.

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