Você está na página 1de 11

SINAIS

INTRODUÇÃO
- Sinal:
• Função que carrega informações sobre o comportamento ou característica de um fenômeno
• Fenômeno físico variante no tempo que contém e transfere informações
• Conjunto de informações
• Ex.: ondas eletromagnéticas de TV, tensão em cabos telefônicos, voz humana

- Sistema:
• Entidade que processa/modifica um ou mais sinais (entradas) para realizar uma função, resultando
em/produzindo novos sinais (saídas)
• Pode ser formado por:
▪ Componentes físicos (ex.: circuito elétrico)
▪ Componentes abstratos (ex.: modelo de circuito elétrico)

CLASSIFICAÇÃO DE SINAIS
a) Sinal contínuo no tempo:
▪ Sinal definido ao longo de todos os instantes de tempo t
▪ Sinal especificado para valores contínuos de tempo t
▪ Ex.: saída de telefone ou câmera de vídeo

b) Sinal discreto no tempo:


▪ Sinal definido apenas em certos instantes de tempo t
▪ Sinal especificado apenas para valores discretos de tempo t
▪ Ex.: vendas mensais, PIB trimestral
c) Sinal analógico:
▪ Sinal cuja amplitude pode assumir valores contínuos (infinitos valores)

d) Sinal digital:
▪ Sinal cuja amplitude pode assumir apenas valores discretos (números finitos de valores)

e) Sinal periódico:
▪ Sinal que possui periodicidade
▪ Sinal que repete um padrão exato para um tempo infinito

Um sinal de tempo contínuo 𝑥(𝑡) é periódico com período 𝑇 se existir um valor positivo de 𝑇 diferente de zero
para o qual:
𝑥(𝑡) = 𝑥(𝑡 + 𝑇) para todos 𝑡

Então, temos que um sinal é periódico se:


𝑥(𝑡) = 𝑥(𝑡 + 𝑚𝑇)

Para todos os valores de 𝑡 e qualquer inteiro 𝑚. O período fundamental 𝑇0 de 𝑥(𝑡) é o menor valor positivo
para o qual a função se repete (a condição de periodicidade é satisfeita)

Um sinal de tempo discreto 𝑥[𝑛] é periódico com período 𝑁 se existir um valor positivo de 𝑁 diferente de zero
para o qual:
𝑥[𝑛] = 𝑥[𝑛 + 𝑁] para todos 𝑛
Então, temos que um sinal é periódico se:
𝑥[𝑛] = 𝑥[𝑛 + 𝑚𝑁]

Para todos os valores de 𝑛 e qualquer inteiro 𝑚. O período fundamental 𝑁0 de 𝑥[𝑛] é o menor valor positivo
para o qual a função se repete (a condição de periodicidade é satisfeita)

f) Sinal não periódico:


▪ Sinal que não possui periodicidade

g) Sinal determinístico:
▪ Sinal que pode ser descrito com exatidão por uma função matemática

h) Sinal aleatório:
▪ Sinal que não pode ser descrito com exatidão por uma função matemática
▪ É conhecida em termos de uma descrição probabilística

OPERAÇÕES COM SINAIS


1) Escalamento na amplitude (amplitude scaling)

𝜙(𝑡) = 𝐴𝑥(𝑡)

▪ Se 𝐴 > 1 ⟶ 𝑑𝑖𝑙𝑎𝑡𝑎çã𝑜/𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜
▪ Se 0 < 𝐴 < 1 ⟶ 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜/𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜

2) Deslocamento no tempo / Translação no tempo (time shifting / time translation)

𝜙(𝑡) = 𝑥(𝑡 − 𝑇)

▪ Se 𝑇 > 0 ⟶ 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑑𝑖𝑟𝑒𝑖𝑡𝑎 (𝑎𝑡𝑟𝑎𝑠𝑜)


▪ Se 𝑇 < 0 ⟶ 𝑑𝑒𝑠𝑙𝑜𝑐𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑟𝑑𝑎 (𝑎𝑑𝑖𝑎𝑛𝑡𝑜)
3) Escalamento no tempo (time scaling)

𝜙(𝑡) = 𝑥(𝑎𝑡)

▪ Se 𝑎 > 1 ⟶ 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜/𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜
▪ Se 0 < 𝑎 < 1 ⟶ 𝑑𝑖𝑙𝑎𝑡𝑎çã𝑜/𝑒𝑥𝑝𝑎𝑛𝑠ã𝑜

4) Reflexão
a) Horizontal

𝜙(𝑡) = −𝑥(𝑡)

▪ Reflete o sinal ao longo do eixo t (“eixo x = espelho”)

b) Vertical / Reversão temporal

𝜙(𝑡) = 𝑥(−𝑡)
▪ Reflete o sinal ao longo do eixo da amplitude (“eixo y = espelho”)

Operações combinadas
- uso simultâneo das operações descritas acima
- a operação mais geral é 𝑥(𝑎𝑡 − 𝑇)

1º MÉTODO:
1) Deslocamento temporal de 𝑇
2) Escalamento temporal por 𝑎

2º MÉTODO:
1) Escalamento temporal por 𝑎
𝑇
2) Deslocamento temporal de
𝑎

MODELOS DE SINAIS

Função Degrau
A) TEMPO CONTÍNUO
- também conhecida como Heaviside unitária
- é definida por:
1 𝑡≥0
𝑢(𝑡) = {
0 𝑡<0

B) TEMPO DISCRETO
- é definida por:
1 𝑛≥0
𝑢[𝑡] = {
0 𝑛<0
Função Impulso unitário
A) TEMPO CONTÍNUO
- também conhecida como delta de Dirac
- é definida como o limite de uma função que tem uma área unitária dentro de um intervalo de tempo
infinitesimal, como mostrado na figura:

1 𝜖 𝜖
𝛿∆ (𝑡) = { 𝜖 − ≤𝑡≤
2 2
0 𝑐𝑎𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟á𝑟𝑖𝑜

0 𝑡≠0
𝛿(𝑡) = lim 𝛿∆ (𝑡) ⟹ 𝛿(𝑡) = {
𝜖→0 ∞ 𝑡=0

∫ 𝛿(𝑡)𝑑𝑡 = 1
−∞

➢ MULTIPLICAÇÃO DE UMA FUNÇÃO POR UM IMPULSO


- quando multiplicamos o impulso unitário 𝛿(𝑡) por uma função 𝜙(𝑡) contínua para 𝑡 = 0, como o impulso
possui valor não nulo apenas para 𝑡 = 0, e o valor 𝜙(𝑡) para 𝑡 = 0 é 𝜙(0), obtemos:

𝜙(𝑡)𝛿(𝑡) = 𝜙(0)𝛿(𝑡)

- generalizando esse resultado, temos:


O produto de uma função contínua no tempo com o impulso unitário 𝜹(𝒕) em certo instante é um
impulso com força 𝝓(𝒕) no mesmo instante
𝜙(𝑡)𝛿(𝑡 − 𝑇) = 𝜙(𝑇)𝛿(𝑡 − 𝑇)

➢ PROPRIEDADE DE AMOSTRAGEM DA FUNÇÃO DELTA DE DIRAC


- quando calculamos a área sob o produto de uma função 𝜙(𝑡) qualquer pelo impulso unitário 𝛿(𝑡), temos:

∞ ∞ ∞
∫ 𝜙(𝑡)𝛿(𝑡) 𝑑𝑡 = ∫ 𝜙(0)𝛿(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝜙(0) ∫ 𝛿(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝜙(0) 1 ⟺
−∞ −∞ −∞


⟺ ∫ 𝜙(𝑡)𝛿(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝜙(0)
−∞

- generalizando esse resultado, temos:


A área sob o produto de uma função contínua no tempo com o impulso unitário 𝜹(𝒕) em certo instante é
igual ao valor da função 𝝓(𝒕) no mesmo instante


∫ 𝜙(𝑡)𝛿(𝑡 − 𝑇) = 𝜙(𝑇)
−∞

B) TEMPO DISCRETO
- também conhecida como delta de Kronecker
- é definida por:
1 𝑛=0
𝛿[𝑛] = {
0 𝑛≠0

Função exponencial complexa


A) TEMPO CONTÍNUO
- o sinal exponencial complexo:
𝑥(𝑡) = 𝑒 𝑗𝜔0 𝑡

É um exemplo de sinal complexo. Usando a fórmula de Euler, esse sinal pode ser definido como:

𝑥(𝑡) = 𝑒 𝑗𝜔0 𝑡 = cos(𝜔0 𝑡) + 𝑗 sin(𝜔0 𝑡)

- assim, 𝑥(𝑡) é um sinal complexo cuja parte real é cos(𝜔0 𝑡) e a parte imaginária é sin(𝜔0 𝑡)

- uma propriedade importante de um sinal exponencial complexo é que ele é periódico com período
fundamental dado por:
2𝜋
𝑇0 =
𝜔0
- 𝑥(𝑡) é periódico para qualquer valor de 𝜔0
➢ FUNÇÃO EXPONENCIAL COMPLEXA GENERALIZADA
- seja 𝑠 = 𝜎 + 𝑗𝜔 um número complexo. Definimos 𝑥(𝑡) como:

𝑥(𝑡) = 𝑒 𝑠𝑡 = 𝑒 (𝜎+𝑗𝜔)𝑡 = 𝑒 𝜎𝑡 𝑒 𝑗𝜔𝑡 = 𝑒 𝜎𝑡 [cos(𝜔𝑡) + 𝑗 sin(𝜔𝑡)] ⇔

⇔ 𝑥(𝑡) = 𝑒 𝑠𝑡 = 𝑒 𝜎𝑡 [cos(𝜔𝑡) + 𝑗 sin(𝜔𝑡)]

- logo, o sinal 𝑥(𝑡) é um sinal exponencial complexo generalizado (geral) cujas partes real 𝑒 𝜎𝑡 cos(𝜔𝑡) e
imaginária 𝑒 𝜎𝑡 sin(𝜔𝑡) são sinais senoidais exponencialmente crescentes (𝜎 > 0) ou decrescentes (𝜎 < 0)

➢ FUNÇÃO EXPONENCIAL REAL


- se 𝑠 = 𝜎 ⟹ 𝜔 = 0 (𝑠 é um número real), então:

𝑥(𝑡) = 𝑒 𝜎𝑡 [cos(𝜔𝑡) + 𝑗 sin(𝜔𝑡)] = 𝑒 𝜎𝑡 [cos(0) + 𝑗 sin(0)] ⟺

⟺ 𝑥(𝑡) = 𝑒 𝜎𝑡

- logo, o sinal 𝑥(𝑡) é um sinal real exponencial e se 𝜎 > 0 é uma exponencial crescente, caso contrário, se
𝜎 < 0 é uma exponencial decrescente

B) TEMPO DISCRETO
- o sinal exponencial complexo é da forma:
𝑥[𝑛] = 𝑒 𝑗Ω0 𝑛

- usando a fórmula de Euler, temos:


𝑥[𝑛] = 𝑒 𝑗Ω0 𝑛 = cos(Ω0 𝑛) + 𝑗 sin(Ω0 𝑛)

- assim, 𝑥[𝑛] é um sinal exponencial complexo cuja parte real cos(Ω0 𝑛) é e a parte imaginária é sin(Ω0 𝑛)

➢ PERIODICIDADE DE 𝑒 𝑗Ω0 𝑛
- para que 𝑒 𝑗Ω0 𝑛 seja periódica com período N (>0), Ω0 deve satisfazer a seguinte condição:
Ω0 𝑚
= = 𝑛º 𝑟𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑚 = 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑜
2𝜋 𝑁
- logo, o sinal 𝑒 𝑗Ω0 𝑛 não é periódica para qualquer valor de Ω0 . Ela é periódica apenas se Ω0 ⁄2𝜋 for um número
racional

Função senoidal
A) TEMPO CONTÍNUO
- um sinal senoidal pode ser expresso como:
𝑥(𝑡) = 𝐴 cos(𝜔0 𝑡 + 𝜃)
Onde:
✓ 𝐴: amplitude
✓ 𝜔0 : frequência angular fundamental (𝑟𝑎𝑑/𝑠)
✓ 𝜃: ângulo de fase (𝑟𝑎𝑑)

2𝜋 1
𝑇0 = =
𝜔0 𝑓0

- 𝑥(𝑡) é periódico para qualquer valor de 𝜔0

- usando a fórmula de Euler, o sinal senoidal 𝑥(𝑡) pode ser expresso como:

𝑒 𝑗(𝜔0 𝑡+𝜃) = cos(𝜔0 𝑡 + 𝜃) + 𝑗 sin(𝜔0 𝑡 + 𝜃)

𝑥(𝑡) = 𝐴 cos(𝜔0 𝑡 + 𝜃) = 𝐴 𝑅𝑒{𝑒 𝑗(𝜔0 𝑡+𝜃) }

B) TEMPO DISCRETO
- um sinal senoidal pode ser expresso como:
𝑥[𝑛] = 𝐴 cos(Ω0 𝑛 + 𝜃)

- como observado no caso do sinal discreto exponencial complexo, as mesmas observações de periodicidade são
válidas para sinais discretos senoidais
TAMANHO (FORÇA) DO SINAL
- número que indica a largura ou o comprimento do sinal

Energia do sinal
- considera-se a área abaixo do sinal 𝑥(𝑡), pois irá considerar a amplitude e sua duração
- em um sinal grande 𝑥(𝑡), as áreas positivas e negativas podem se cancelar, indicando um sinal de tamanho pequeno
- para corrigir isso, utiliza-se a área abaixo de |𝑥(𝑡)|2 que é sempre positiva

Para sinais de tempo contínuo



𝐸𝑥 = ∫ |𝑥 (𝑡)|2 𝑑𝑡
−∞

Para sinais de tempo discreto


𝐸𝑥 = ∑|𝑥 [𝑛]|2
−∞

- para ser uma medida representativa de um sinal, a energia deve ser finita e a condição para isso é:

𝑥(𝑡) ⟶ 0 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑡 ⟶ ±∞ ⟹ 𝐸 ⟶ ∞

Diz-se que o sinal é limitado no tempo

Potência do sinal
- quando o sinal não possui a condição acima, diz-se que o sinal é ilimitado no tempo e a energia do sinal é infinita

𝐸 ⟶ ∞ 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑡 ⟶ ±∞

- uma medida representativa do tamanho para esse tipo de sinal é a energia média, se ela existir. Essa medida é
chamada de potência do sinal
Para sinais de tempo contínuo
1 ∞
𝑃𝑥 = lim ∫ |𝑥 (𝑡)|2 𝑑𝑡
𝑇→∞ 𝑇 −∞

Para sinais de tempo contínuo e periódicos


1 ∞
𝑃𝑥 = lim ∫ |𝑥 (𝑡)|2 𝑑𝑡
𝑇→∞ 𝑇 −∞

Para sinais de tempo discreto


𝑁
1
𝑃𝑥 = lim ∑ |𝑥[𝑛]|2
𝑁→∞ 2𝑁 + 1
𝑛=−𝑁
Valor RMS
𝑅𝑀𝑆 = √𝑃𝑥

RELAÇÕES ÚTEIS

A) 𝑥(𝑡) = 𝐶 cos(𝜔𝑡 + 𝜃)

𝐶2 𝐶
𝑃𝑥 = 𝑅𝑀𝑆 =
2 √2

B) 𝑥(𝑡) = 𝐶1 cos(𝜔1 𝑡 + 𝜃1 ) + 𝐶2 cos(𝜔2 𝑡 + 𝜃2 )

2 2 𝐶12 𝐶22
𝑃𝑥 = 𝐶21 + 𝐶22 𝑅𝑀𝑆 = √ 2 + 2

C) 𝑥(𝑡) = 𝐷𝑒 𝑗𝜔0 𝑡

𝑃𝑥 = 𝐷2 𝑅𝑀𝑆 = 𝐷

Você também pode gostar