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Abordagens da IHC: Usabilidade

A usabilidade está relacionada com a facilidade de uso e a qualidade na experiência de


utilização de um sistema. Nielsen (2007) conceitua usabilidade como:

um atributo de qualidade relacionado à facilidade do uso de algo. Mais especificamente,


refere-se à rapidez com que os usuários podem aprender a usar alguma coisa, a
eficiência deles ao usá-la, o quanto lembram daquilo, seu grau de propensão a erros e o
quanto gostam de utilizá-la. Se as pessoas não puderem ou não utilizarem um recurso,
ele pode muito bem não existir (Nielsen, 2007, p.XVII).

Silva & Barbosa (2010), com o propósito de definir usabilidade, apresentam a definição
de usabilidade da International Organization for Standardization (ISO) contida norma
ISO/IEC 9126 (1991) e na norma ISO 9241-11 (1998). Na norma ISO/IEC 9126 (1991), que
contém características que definem um produto de qualidade, usabilidade é conceituada
como:

conjunto de atributos relacionados com o esforço necessário para o uso de um sistema


interativo, e relacionado com a avaliação individual de tal uso, por um conjunto
específico de usuário (ISO/IEC 9126, 1991 apud Silva & Barbosa, 2010, p.28).

Na norma ISO 9241-11 (1998) sobre ergonomia de software, usabilidade é conceituada


como:

[o] grau em que um produto é usado por usuários específicos para atingir objetivos
específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto de uso especifico (ISSO
9241-11, 1998 apud Silva & Barbosa, 2010, p.28)

Assim, após análise desses e de outros conceitos, Moraes & Rosa (2008) propõem uma
definição de usabilidade focada na qualidade.

Usabilidade é a capacidade de um produto ou sistema, em termos funcionais-humanos,


de ser usado com facilidade e eficácia por um segmento específicos de usuários,
fornecendo-lhes treinamento e suporte específicos, visando à execução de um elenco
específico de tarefas, no contexto de cenários ambientais específicos (p.14).

Embora as definições de usabilidades sejam diferentes, alguns pontos comuns são


encontrados. Esses pontos são apresentados por Preece et alii (2005); Nielsen (1993),
Prates & Barbosa (2003) e Silva & Barbosa (2010) como fatores que qualificam tão bem o
usuário pode interagir com o sistema interativo:

 facilidade de aprendizado: cada sistema possui peculiaridade e particularidades


únicas, o usuário necessita dispor de tempo e interesse para aprender a usar um
sistema interativo e usufruir dos benefícios e das funcionalidades. Em vista disso,
esse fator é relacionado ao tempo e esforço necessário para que os usuários
possam usar o sistema.
 facilidade de recordação: os usuários podem esquecer o que aprendeu, seja por
pouco uso ou por esquecimento momentâneo. Assim, esse fator está relacionado
ao esforço cognitivo necessário para lembrar-se de como utilizar um sistema que
já tenha utilizado.
 eficiência: a forma como o sistema interativo funciona influência o tempo
necessário para o usuário realizar uma tarefa, e por consequência, influencia a
produtividade. Por conseguinte, esse fator está relacionado à produtividade e ao
tempo para realização de uma tarefa; se a tarefa é feita de forma rápida e com o
mínimo de passos, então pode-se atribuir eficiência ao sistema.
 utilidade: o usuário usa um sistema para que de algum modo sua vida seja
facilitada. Assim, esse fator está relacionado à sua utilidade, se as
funcionalidades atendem as necessidades dos usuários, de modo que eles possam
realizar o que desejam e precisam de forma eficaz.
 segurança no uso: durante o uso de um sistema, é normal cometerem-se erros e
esquecer o aprendido. Sendo assim, esse fator preocupa-se com a segurança do
sistema durante o seu uso, protegendo o usuário de situações perigosas e
evitando ações acidentais e indesejadas, garantindo que, caso o usuário cometa
um erro ou falha, o sistema possa auxiliá-lo na recuperação, explicando o fato
ocorrido e apontando soluções e orientações.
 satisfação do usuário: assim como os sistemas são únicos, pertencentes de
particularidades e peculiaridade, o usuário também possui cultura, costumes,
experiências de vida e características únicas, porém, muito mais complexas,
envolvendo sentimentos, emoções e expectativas. Por isso, esse fator está
relacionado ao julgamento - avaliação subjetiva - do usuário em relação ao uso do
sistema.

Os fatores, pontos comuns, apresentados são conferidos sob a perspectiva do usuário,


principalmente o fator satisfação. Cada usuário é um ser único, composto de
conhecimento, experiências, cultura, visão e ideias próprias e únicas. Assim, cada
usuário, ao utilizar um sistema interativo, aproveita os conhecimentos adquiridos em
suas experiências anteriores com interfaces – e até com o mundo real - para tentar
adivinhar ou prever o funcionamento de determinado sistema, tendo uma experiência
única, com significados e visões diferentes para cada usuário (Cybis et alii, 2010). Logo,
cada usuário, ao usar o sistema, cria sua própria imagem, modelo mental do
funcionamento do sistema. Contudo, assim como os usuários podem ter modelos mentais
– concepção para prever o funcionamento do sistema - diferentes do mesmo sistema, o
designer, que projetou as interfaces, também possui uma visão particular, modelo
mental do sistema, que é diferente da dos usuários. A figura 6 ilustra as diferentes
perspectivas do mesmo sistema.

Figura 6: Três aspectos de modelo mentais. Fonte: Adaptado de Norman (2006, p.224)

Sendo assim, as interfaces são uma mensagem do designer para o usuário pretendendo
comunicar a maneira como o sistema funciona e como o usuário deve interagir com o
sistema para atingir um objetivo. Portanto, a comunicabilidade da interface, projetada
pelo designer, é de importância crítica para o usuário entender o funcionamento do
sistema, visto que recebe uma mensagem acabada, a interface já projetada pela
perspectiva e entendimento do problema do designer – seu modelo mental (Norman,
2006).

Referências:
 referências usadas no texto
 íntegra do trabalho

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