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CURSO DE PORTUGUÊS

PARA INGRESSANTES

1
ORIENTAÇÕES
PASSOS PARA REALIZAR O TESTE
1. Faça sua prova sem qualquer ajuda e/ou orientação, nem mesmo
buscando outras fontes. Use o tempo necessaá rio. Voceê eá o primeiro
interessado em ter um resultado que reflita sua realidade.

2. Faça o download da prova, em nosso site


www.universidadeniltonlins.com.br. Imprima ou salve o arquivo em seu
computador para poder ler e responder as questoõ es.

3. Faça o download da folha resposta e imprima-a para poder marcar as


respostas.

4. Realize a prova em sua resideê ncia ou em outro local escolhido por voceê .
Naõ o haá necessidade de realizar a prova nas instalaçoõ es da Universidade.

5. As folhas-resposta devem ser enviadas ao e-mail


testedeprogresso@niltonlins.br . O aluno receberaá o gabarito para
confereê ncia das respostas.

6. Lembre: Faça com tranquilidade e honestidade o teste e teraá um resultado


fiel que ajudaraá a ter maior eê xito em seus estudos.

2
EMENTA

EMENTA
Língua Portuguesa – A Estrutura da Frase. Qualidades e Defeitos da Frase. Tipologia do Texto.
Correção Continuada e Crítica de Textos. Leitura, Interpretação e Produção de Textos Técnicos.
Redação e suas variantes nos diversos discursos da língua formal.

OBJETIVOS:

GERAL:
Possibilitar aos alunos o aprimoramento da habilidade de se comunicarem clara, precisa e
eficazmente, pelo domínio da linguagem oral e escrita.

ESPECÍFICOS:
 Conhecer os níveis de linguagem e os elementos da Comunicação; Exercitar o domínio da
linguagem oral e escrita; Ampliar o léxico, através de exercícios de acentuação gráfica e
adequação vocabular;
 Produzir textos nas modalidades: narrativa-descritiva e dissertativa-argumentativa;
 Ler e interpretar criticamente textos diversos.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
UNIDADE I - LINGUAGEM.
- Língua e Fala;
- Variedades Linguísticas;
- O Processo de Comunicação,
- Funções da Linguagem;

UNIDADE II - ORTOGRAFIA.
- A acentuação gráfica;
- Atualização Gramatical;
- Morfologia: verbos e Crase;
- Sintaxe: sinais de pontuação.

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UNIDADE III - PRODUÇÃO DE TEXTOS
- A estrutura da frase;
- Qualidades e Defeitos da Frase;
- Tipologia do Texto;
- Correção Continuada e Crítica de Textos;
- Leitura, Interpretação e Produção de Textos Técnicos.

SUMÁRIO

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UNIDADE I - LINGUAGEM...................................................................................................... 5
1. LÍNGUA E FALA............................................................................................................. 6
2. VARIEDADES LINGUISTICAS.............................................................................................. 6
3. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO....................................................................................... 7
4. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO............................................................................................. 9
FUNÇÕES DA LINGUAGEM................................................................................................... 13
5. PRODUÇÃO DE TEXTO..................................................................................................... 18
TIPOS DE COMPOSIÇÃO................................................................................................ 18
ASPECTOS FORMAIS E TÉCNICOS DE UMA REDAÇÃO............................................................19
O QUE SÃO ASSUNTO, TEMA E TÍTULO?............................................................................20
O TEXTO DISSERTATIVO................................................................................................ 20
Estrutura básica do texto dissertativo.............................................................................. 20
O TEXTO NARRATIVO................................................................................................... 21
Estrutura básica do texto narrativo.................................................................................. 21
O TEXTO DESCRITIVO................................................................................................... 21
Estrutura básica do texto descritivo................................................................................. 22
O Desenvolvimento do Parágrafo Dissertativo....................................................................23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................... 25

UNIDADE I - LINGUAGEM

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1. LÍNGUA E FALA

A) LINGUAGEM, COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO

Quando duas pessoas se comunicam e interagem entre si, dizemos que eles assumem
papeis de interlocutores no ato comunicativo.
Interlocutores são as pessoas que participam do processo de interação humana.
Para se comunicar e interagir, as pessoas fazem uso da linguagem.
Linguagem é o processo de interação comunicativa que se constitui pela construção.
A fala, os gestos, o desenho, a pintura, a música, a dança, o código morse, o código de
trânsito, o código dos surdos, o código telegráfico, tudo isso é linguagem.
Linguagem verbal é aquela cuja unidade é a palavra; já as linguagens não verbais têm
unidade diferentes da palavra, como o gesto, a imagem, a nota musical, etc. Existem também as
linguagens mistas, que combinam unidades próprias de diferentes linguagens.
Que tipo de linguagem veicula com maior rapidez uma informação? Por quê?

1.1 O Código
Código é um conjunto de sinais convencionados socialmente para a transmissão de
mensagens
Língua é um tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual
as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem entre si.

2. VARIEDADES LINGUISTICAS

1.2 As Variedades Linguísticas


Cada um de nós começa a aprender sua língua em casa, em contato com a família, imitando
o que ouve e apropriando-se, aos poucos, do vocabulário e das leis combinatórias da língua. Nós
vamos, também, treinando nosso aparelho fonador ( a língua, os lábios, os dentes, os maxilares, as
cordas vocais) para produzir sons que se transformam em palavras, em frase e em textos inteiros.
Em contato com outras pessoas, na rua, na escola, no trabalho, observamos que nem todos
falam como nós. Há pessoas que falam de modo diferente por serem de outras cidades ou regiões
do país, ou por terem idade diferente da nossa, ou por fazerem parte de outro grupo ou classe
social. Essas diferenças no uso da língua constituem as variedades Lingüísticas.
Variedades Lingüísticas são variações que uma língua apresenta, de acordo com as
condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

TEXTO E DISCURSO

Um texto é uma mensagem oral ou escrita. pelo menos é neste sentidop que tomaremos
aqui o termo.

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Quanto a discurso – termo tomado em mais de um sentido por professores e
pesquisadores – significa aqui processo de produção e de interpretação do texto. Um estudo da
linguagem sensível ao discurso, neste sentido do termo, é aquele que não se limita ao texto em si,
levando em conta as circunstâncias em que ele é produzido e interpretado, a saber, a cultura em
que ele se insere, o perfil do emissor e do receptor, o momento histórico, o tipo de texto ( literário,
didático, científico, burocrático, jurídico etc.), o canal utilizado ( televisão, rádio, jornal, telefone,
faz, e-mail, a pura e simples conversa tête-a tête etc.)

3. O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

A) ESTUDO INSTRUMENTAL E PRÁTICO DA LINGUA PORTUGUESA

3.1 EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA

A língua, representada por sons, palavras, frases, textos, é um material de comunicação,


dependente de vários fatores, para, em conjunto com eles, produzir significados e estabelecer
relações humanas. Portanto, não se isola como única a produzir entendimentos entre pessoas.
Depende principalmente de situações (contexto) e de intenções para significar mais
completamente. Um gato nem sempre é um felino; às vezes, uma pessoa bonita, o namorado de
alguém; às vezes, pode se dirigir a alguém quando furta alguma coisa; em outras, pode designar
uma ligação elétrica clandestina.

3.2 NÍVEIS E MODALIDADES DA LÍNGUA

É por depender de situações e de intenções, principalmente, que a língua apresenta


variações, dentro de suas modalidades básicas, a oral e a escrita. Como se sabe, essas duas
modalidades apresentam entre si diferentes níveis, desde o vulgar, passando pelo descontraído,
pelo formal, em ambas as modalidades, até o considerado mais nobre, o literário, na escrita.

Kury (1972) apresenta um quadro das variações socioculturais com as duas modalidades de
língua, oral e escrita, cada qual com quatro diferentes níveis e registros:
 Modalidade falada – vulgar, coloquial corrente, coloquial culto e ultraformal
 Modalidade escrita – vulgar, descontraído, formal e literário.

Modalidade Falada

Vulgar – próprio dos falantes sem instrução, analfabetos e semi-analfabetos, bem como dos
elementos marginais da sociedade, e usado igualmente pelos que os imitam. É neste registro que
se mesclam mais habitualmente os modismos grupais – e também os termos chulos, grosseiros, de
calão. As normas e padrão de correção geralmente aceitos pela comunidade são totalmente
ignorados.

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Coloquial corrente (descontraído) – é registro da linguagem familiar, corrente, usada pela
maioria dos membros de uma comunidade lingüística, nas situações informais, na maior parte das
situações da vida social. É uma linguagem despreocupada, espontânea, nada ou pouco fiscalizada
quanto à correção – em suma, a linguagem de todas as horas.
Coloquial culto – “da linguagem cuidada, tensa, fiscalizada quanto à correção, seguindo os
padrões gramaticais geralmente aceitos. É uma ‘lingua de paletó e gravata’, empregada pelas
pessoas educadas, em circunstâncias algo formais, como por exemplo uma sala de aulas, uma
reunião profissional, uma palestra dirigida ao público em geral, uma conversa não descontraída
entre pessoas de instrução. Devidamente utilizada, a língua culta não foge à naturalidade, o que
não acontece no registro seguinte.”
Ultraformal – “em que, pelo fato de se imitar servilmente a língua literária conservadora, a
fala tem certo sabor antiquado, e soa como artificial, rebuscada. Há preocupação extrema com a
correção gramatical, o usuário parece trajar sempre casaca ou fraque... ( dos modelos mais
quadrados...). È a linguagem de conferências e discursos empolgados cerimoniosos e empolgados,
de certas reuniões acadêmicas, excessivamente formais, e dos puristas em geral – um tanto fora da
realidade, em suma.”

B) MODALIDADE ESCRITA

Vulgar – “de pessoas sem instrução, apenas alfabetizadas, obrigadas em certas


circunstâncias a escrever, a expressão vem carregada de formas pertencentes ao registro vulgar da
modalidade oral, consideradas como desvios da norma vigente para a língua escrita. Situam-se
neste nível, por exemplo, um recado ou bilhete apressado, o orçamento de um serviço doméstico,
cartazes, avisos improvisados, tabuletas, pedido, solicitações etc., e mesmo os escritos daqueles
que, em certas seções da imprensa, intencionalmente imitam o linguajar das classes baixas”.
Descontraído – “de que o melhor exemplo é a correspondência íntima, mesmo entre
pessoas de instrução. Sofre duas influências antagônicas: a da língua coloquial corrente [portanto
oral] e a língua escrita formal (nível seguinte), do que resulta o seu caráter misto, um tanto híbrido,
de um lado, termo e expressões familiares, inclusive de gíria, com o desrespeito, muitas vezes
voluntário, de certas normas de gramática, de outro, pelo próprio lastro cultural de quem escreve,
surgem termos e construções eruditos, determinados pelo próprio assunto versado. É a crônica,
muitas vezes, excelente exemplo da utilização deste registro”
Formal – “em que, sem intuito específico, é visível a preocupação de se seguir a norma
gramatical. Neste registro se redigem (ou pelo menos deveriam redigir-se) as leis e outros atos
oficiais, livros didáticos e científicos, ensaios, etc. É nesta variante da língua escrita que o aluno
deve ser progressivamente levado a expandir-se – dura tarefa para o professor de Português,
dificultada cada vez mais, hoje em dia, pelo relaxamento crescente da boa expressão escrita,
graças, em grande parte, à invasão progressiva e avassaladora dos meios não verbais (televisão,
cartazes de propaganda, quadrinhos etc.).”

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Literário – “o nível mais alto da língua escrita, de finalidade estética, buscando cingir-se às
normas vigentes (mal formuladas ainda, no seu todo), e que se diversifica atualmente em duas
grandes correntes:
a) a corrente conservadora, tradicionalista (...) que à sensibilidade da maioria dos brasileiros
soa bem antiquada e artificial;
b) a corrente renovadora, que procura aproximar a língua literária da oralidade expressiva e
incorpora termos e sobretudo construções de há muito vigorantes nessa, e que a corrente
conservadora evita ciosamente. Vão-se utilizando cada vez mais os torneios expressivos da
língua viva, que assim vai contribuindo para renovar permanentemente a língua escrita,
injetando-lhe nova seiva.
Nesta corrente há uma ramificação que podemos chamar revolucionária, de caráter
experimental, esteticamente das mais válidas, sem a menor dúvida, mas que, pelo fato de fugir
deliberadamente da norma em vigor, não pode indicar-se para modelo. Mário de Andrade e
Guimarães Rosa pós-Sagarana podem exemplificar esta variante”

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
GARCIA, Othon. Comunicação em Prosa Moderna. 17ª ed. Rio de janeiro: Fundação Getúlio
Vargas, 1996.
Machado, Leo Bárbara. A Conversação. Rio de janeiro: UFRJ, caderno de pós-graduação em
Lingüística do Texto., 2000.

4. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Estes dois conceitos são muito fáceis de entender se lembrarmos que duas partes distintas,
mas interdependentes, constituem o signo lingüístico: o significante ou plano da expressão - uma
parte perceptível, constituída de sons - e o significado ou plano do conteúdo - a parte inteligível, o
conceito. Por isto, numa palavra que ouvimos, percebemos um conjunto de sons ( o significante),
que nos faz lembrar de um conceito (o significado).
A denotação é justamente o resultado da união existente entre o significante e o
significado, ou entre o plano da expressão e o plano do conteúdo. A conotação resulta do
acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da palavra, isto é, um outro plano
de conteúdo pode ser combinado ao plano da expressão. Este outro plano de conteúdo reveste-se
de impressões, valores afetivos e sociais, negativos ou positivos, reações psíquicas que um signo
evoca.

Portanto, o sentido conotativo difere de uma cultura para outra, de uma classe social para
outra, de uma época a outra. Por exemplo, as palavras senhora, esposa, mulher denotam
praticamente a mesma coisa, mas têm conteúdos conotativos diversos, principalmente se
pensarmos no prestígio que cada uma delas evoca.

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Desta maneira, podemos dizer que os sentidos das palavras compreendem duas ordens:
referencial ou denotativa e afetiva ou conotativa.

A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou
literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante.
Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.

Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em "estado


de dicionário"

Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos,
virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras idéias associadas, de ordem
abstrata, subjetiva.

Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra


evoca outras realidades por associações que ela provoca

O quadro abaixo sintetiza as diferenças fundamentais entre denotação e conotação:

DENOTAÇÃO CONOTAÇÃO

palavra com significação restrita palavra com significação ampla

palavra cujos sentidos extrapolam o sentido


palavra com sentido comum do dicionário
comum

palavra usada de modo automatizado palavra usada de modo criativo

linguagem comum linguagem rica e expressiva

a) Exemplos de conotação e denotação (textos 1 e 2)

Para exemplificar, de maneira simples e clara, estes dois conceitos,


vamos tomar a palavra cão: terá um sentido denotativo quando
designar o animal mamífero quadrúpede canino; terá um sentido
conotativo quando expressar o desprezo que desperta em nós uma
pessoa sem caráter ou extremamente servil. (Otto M.Garcia, 1973)

Nas receitas abaixo, as palavras têm, na primeira, um sentido objetivo, explícito, constante;
foram usadas denotativamente. Na segunda, apresentam múltiplos sentidos, foram usadas
conotativamente. Observa-se que os verbos que ocorrem tanto em uma quanto em outra -
dissolver, cortar, juntar, servir, retirar, reservar - são aqueles que costumam ocorrer nas receitas;

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entretanto, o que faz a diferença são as palavras com as quais os verbos combinam, combinações
esperadas no texto 1, combinações inusitadas no texto 2.

TEXTO I TEXTO II
Bolo de arroz
Receita
3 xícaras de arroz
Ingredientes
1 colher (sopa) de manteiga
1 gema 2 conflitos de gerações
1 frango 4 esperanças perdidas
1 cebola picada 3 litros de sangue fervido
1colher (sopa) de molho inglês 5 sonhos eróticos
1colher (sopa) de farinha de trigo 2 canções dos beatles
1 xícara de creme de leite salsa picadinha
Modo de preparar
Prepare o arroz branco, bem solto.
Ao mesmo tempo, faça o frango ao molho, Dissolva os sonhos eróticos
bem temperado e saboroso. nos dois litros de sangue fervido
Quando pronto, retire os pedaços, desosse e e deixe gelar seu coração.
desfie. Reserve.
Leve a mistura ao fogo,
Quando o arroz estiver pronto, junte a gema,
adicionando dois conflitos
a manteiga, coloque numa forma de buraco e
de gerações às esperanças perdidas.
leve ao forno.
No caldo que sobrou do frango, junte a Corte tudo em pedacinhos
cebola, o molho inglês, a farinha de trigo e e repita com as canções dos
leve ao fogo para engrossar. beatles o mesmo processo usado
Retire do fogo e junte o creme de leite. com os sonhos eróticos, mas desta
Vire o arroz, já assado, num prato. vez deixe ferver um pouco mais e
Coloque o frango no meio e despeje por cima mexa até dissolver.
o molho.
Parte do sangue pode ser
Sirva quente.
substituído por suco de
(Terezinha Terra) groselha, mas os resultados
não serão os mesmos.
Sirva o poema simples
ou com ilusões.
(Nicolas Behr)

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b) Exemplo de texto denotativo (texto 3)

Os textos informativos (científicos e jornalísticos), por serem, em geral, objetivos,


prendem-se ao sentido denotativo das palavras. Vejamos o texto abaixo, em que a linguagem está
estruturada em expressões comuns, com um sentido único.

Texto 3 - texto técnico-científico

Canibalismo entre insetos

Seres que nascem na cabeça de outros e que consomem


progressivamente o corpo destes até aniquilá-los, ao atingir o estágio
adulto. ... Esse é um enredo que mais parece de ficção científica. No
entanto, acontece desde a pré-história, tendo como protagonistas as
vespas de certas espécies e as paquinhas, e é um exemplo da curiosa
relação dos ‘inimigos naturais’, aproveitada pelo homem no controle
biológico de pragas, para substituir com muitas vantagens os inseticidas
químicos.

(Revista Ciência Hoje, nº 104, outubro de 1994, Rio, SBPC)

c) Exemplo de texto conotativo (texto 4)


Além dos poetas, os humoristas e os publicitários fazem um amplo uso das palavras no seu
sentido conotativo, o que contribui para que os anúncios despertem a atenção dos prováveis
consumidores e para que o dito humorístico atinja o seu objetivo de fazer rir, às vezes até com uma
certa dose de ironia.

Por exemplo, na propaganda de um ‘shopping’, foi usada a seguinte frase:

Texto 4 - propaganda

O Rio Design Center acaba de ganhar um novo piso.


Marmoleum
o piso natural
(Revista Veja Rio, maio/junho,96)

O anúncio tem aí um duplo sentido, pois transmite duas informações:

1. o Rio Design Center ganhou uma nova loja - PAVIMENTO SUPERIOR -onde estão à
venda pisos especiais;

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2. nesta loja é possível encontrar o material para piso, importado da Holanda, que se
chama Marmoleum.

Na frase que fecha o anúncio, desfaz-se a ambigüidade: "Venha até a (ao invés de o)
Pavimento Superior e confira esta e outras novidades de revestimentos para pisos". Mas a frase de
abertura faz pensar em outros sentidos: o centro comercial ganhou um novo andar, um novo
pavimento, ou ganhou um revestimento novo em todo o seu piso, em todo o seu chão.

d) Exemplo de conotação

Os provérbios ou ditos populares são também um outro exemplo de exploração da


linguagem no seu uso conotativo. Assim, "Quem está na chuva é para se molhar" equivale a
"/Quando alguém opta por uma determinada experiência, deve assumir todas as regras e
conseqüências decorrentes dessa experiência". Do mesmo modo, "Casa de ferreiro, espeto de
pau" significa O que a pessoa faz fora de casa, para os outros, não faz em casa, para si mesma.

A respeito de conotação, Othon M. Garcia (1973) observa: "Conotação implica, portanto,


em relação à coisa designada, um estado de espírito, uma opinião, um juízo, um sentimento, que
variam conforme a experiência, o temperamento, a sensibilidade, a cultura e os hábitos do falante
ou ouvinte, do autor ou leitor. Conotação é, assim, uma espécie de emanação semântica, possível
graças à faculdade que nos permite relacionar coisas análogas ou semelhadas. Esse é, em essência,
o traço característico do processo metafórico, pois metaforização é conotação".

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

A ORALIDADE NA GRAMÁTICA DO ENSINO

Preti ( 1994, p.62) confirma:


Os meios de comunicação de massa tentam, hoje, uma aproximação entre a língua
falada e a escrita, e, por isso, a imprensa, o radio, a tevê e o cinema servem-se, quase sempre, de
uma norma comum, intermediária, que satisfaz ao receptor, aproximando-se de sua linguagem
falada e que, por outro lado, não choca as tradições escritas, com obediência à ortografia oficial,
etc.

Nessa medida, tornam-se necessários o conhecimento e o domínio do papel dos elementos


da comunicação no processo das relações sociolingüísticas, bem com as funções da linguagem.
Tomemos as palavras de Jakobson (1970, p.123), sobre o processo e seus elementos da
comunicação:

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O REMETENTE envia uma MENSAGEM ao DESTINATÁRIO. Para ser eficaz, a
mensagem requer um CONTEXTO (...), apreensível pelo destinatário, e que seja verbal ou suscetível
de verbalização; um CÓDIGO total ou parcialmente comum ao remetente e o destinatário (ou, em
outras palavras, ao codificador e ao decodificador da mensagem); e finalmente, um CONTACTO,
um canal físico e uma conexão psicológica entre o remetente e o destinatário, que os capacite a
ambos a entrarem e permanecerem em comunicação.

Remetente e destinatários são também chamados de emissor e receptor, respectivamente.


Esses fatores da comunicação soam em geral assim representados:

CONTEXTO
MENSAGEM
REMETENTE ---------------------------------------------------------- DESTINATÁRIO

CONTACTO
CÓDIGO

Esses fatores da comunicação determinam as seguintes funções da linguagem:


 emotiva – mensagem centrada no remetente
“Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem
sou triste: sou poeta” (Cecília Meireles)
 conativa – também chamada de função apelativa. Orienta-se para o destinatário.
Diferentemente da emotiva, que muitas vezes manifesta-se pela interjeição, a
conativa, como diz Jakobson (1970, p.126), “encontra sua expressão mais pura no
vocativo e no imperativo”
Chegue bem em Visconde de Mauá.
 Fática – utilizada para testar o contato, para “prolongar ou interromper a
comunicação, para verificar se o canal funciona (“alô, está me ouvindo?), para atrair
a atenção do interlocutor ou confirmar sua atenção continuada.” (Jakobson, 1970,
p.126)
“entende?”
“Não é?”
“...tipo assim...”
“você ta prestando atenção no que tou falando?
 Referencial – o mesmo que função denotativa. Orienta-se para o objeto, para o
referente.
“ O Rio de Janeiro é uma grande cidade, mas apresenta sérios problemas sociais.”
“ Chove no Nordeste”

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 Poética – o mesmo que função conotativa. Orienta-se para a mensagem. “É o
enfoque da mensagem por ela própria” (Jakobson, 1970: 128). Valem para esta
função os mesmos princípios do registro literário, desenvolvido na unidade anterior.
“ Chove no meu coração”.
 Metalingüística – orienta-se para o código. Fala da própria linguagem. Nessa
medida, todo esta apostila, assim como todo curso, utiliza-se da metalinguagem.

Considerando-se a estreita relação dos elementos da comunicação com as funções da


linguagem, eis o esquema destas:

REFERENCIAL
POÉTICA
EMOTIVA CONATIVA
FÁTICA
METALINGUÍSTICA

Pelo que se visualiza nas duas representações, mais o fato de que os ingredientes da
comunicação são determinantes das funções da linguagem, juntamos os dois gráficos.

CONTEXTO
REFERENCIAL
MENSAGEM
POÉTICA
REMETENTE ------------------------------------------------------ DESTINATÁRIO
EMOTIVA CONTACTO CONATIVA
FÁTICA
CÓDIGO
METALINGUÍSTICA

É notória a influência da linguagem oral sobre a escrita. O uso repetido e crescente de


certas formas e construções acabam por atingir a norma e provocar certas mudanças. Mas, na
maioria dos casos, resiste-se a certas tendências, no sentido de preservar o estatuto da escrita
que, pelo tempo de que dispõem leitor e escritor e pela possibilidade de uma visão mais crítica
sobre o texto, permite a observação dos fatores de escolha no sentido da correção, da clareza, da
estética e da comunicação da mensagem. A prática de uma gramática conversacional deve
desenvolver-se em questões que respondam à pergunta feita no início desta unidade:

Quais as interferências da oralidade que criam dificuldades no uso da língua escrita ou que podem
gerar novas tomadas de posição da gramática tradicional, quer modificando-se para a aceitação
pela força do uso, quer reforçando-se no sentido de sustentar as normas existentes?

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Sendo assim, do ponto de vista prático, que aponte na direção do ensino do uso da língua, a
gramática conversacional vai implicar os elementos de organização da língua, na fronteira entre a
fala e a escrita, ou de todos os elementos da fala aceitos na escrita, ou toda sinalização da fala
marcada na escrita. Neste caso, apresentamos a seguir alguns dos mecanismos da gramática
conversacional.
a) a seleção e a adequação vocabulares, que muitas vezes sofrem conseqüências dessa
aproximação oral/escrita. São casos, por exemplo, de substantivos e verbos,
principalmente, de sentido genérico, utilizados com diferentes acepções e aceitos na fala e
que passam para a escrita. Por exemplo, a palavra coisa e seu verbo coisar; o pronome
você, em vez de nós, a gente, a gente, a pessoa, alguém, o indivíduo; certos conectivos,
sobretudo que; os verbos ter nos sentidos de carregar, sofrer de, hospedar, gozar etc.; pôr
por vestir, depositar, arrumar, publicar etc; fazer em vez de construir, criar, escrever,
arrumar, completar et.; dar em lugar de cobrir, encontrar, bater, publicar, oferecer.;
b) a pontuação, enquanto representante da fala na escrita;
c) a concordância, em certas dificuldades na escrita por influência da fala, neste caso, por
exemplo, do verbo com o sujeito posposto e de toda silepse;
d) a regência, no chamado pronome relativo universal ( a moça que eu falei ontem) e em
outros pronomes precedidos ou não da preposição; em verbos como usufruir, desfrutar,
sonhar, concordar, discordar, assistir etc.; em casos de regência nominal em que a norma
pede preposição e o oral recusa, por exemplo: tenho a impressão que, tenho dúvida que;
e) a colocação, em que predomina a tendência à próclise por influência da fala brasileira;
f) a repetição, sobretudo de palavras, um dos traços mais marcantes da fala;
g) os pronomes, no uso dos pessoais retos pelos oblíquos e vice-versa: entre você e eu; pra
mim fazer;
h) a ortografia, em certas confusões como e e i e vice-versa, por exemplo:
empecilho, impecilho;
impedimento, empedimento;
tábua, taboa;
mágoa, mágua;
i) a morfologia na combinação agramatical de sufixo e base em certas derivadas:
sutil, sutilidade em vez de sutileza;
cândido, candidura em vez de candura;
gozar, gozadeira em vez de gozação ou gozo;
agudo, agudez/agudidez em vez de agudeza;
j) a translineação, na separação das sílabas de certas palavras:
tran-sa-tlân-ti-co e não trans-a-tlân-ti-co;
bi-sa-vô e não bis-a-vô;
su-pe-re-le-gan-te e não su-per-e-le-gan-te;
in-te-res-ta-du-al e não in-ter-es-ta-du-al.

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Eis um panorama de possibilidades de se trabalhar a gramática de ensino relacionada à fala, o
que significa basear-se no uso. Essa é uma das formas de ensino gramatical, que pode ser
completada com o auxílio do texto, não só a partir dele, como também para ele.

LIVROS PARA LEITURAS BÁSICAS:

ALMEIDA, Antônio Fernando. Português Básico para cursos superiores. São Paulo. 5ª Ed.
Atlas, 2004.
ANDRADE, Maria Margarida & HENRIQUES, Antônio. Língua Portuguesa: noções básicas
para cursos superiores. 6ª ed. São Paulo. Ed. Atlas, 1999.

LINKS PARA LEITURAS BÁSICAS:


http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/teoria_comunicacao.shtml (elementos da
comunicação)

http://www.graudez.com.br/literatura/funling.htm (funções da linguagem)

SINTETIZANDO....
Durante o processo de comunicação, há seis elementos que estão simultaneamente
envolvidos: emissor, receptor, referente, mensagem, código e canal.
• Referente consiste na situação em que a comunicação está sendo realizada;
• Emissor é o componente do processo comunicativo que envia a mensagem;
• Receptor é aquele que está recebendo a mensagem durante a comunicação;
• Mensagem designa o conteúdo informativo processado do emissor ao receptor;
• Canal é o meio através do qual se faz a transferência da informação;
• Código representa o conjunto de regras pertencentes ao canal utilizado

As funções da linguagem representam, em verdade, uma ênfase a qualquer um dos


componentes da comunicação conforme a FINALIDADE que esta assume no texto. Eis as funções:

a) Referencial (denotativa) - uso da linguagem em sentido verdadeiro, próprio, cujo intuito é


narrar ou descrever com fidelidade um fato.
Ex.: Textos jornalísticos e científicos.

b) Expressiva (emotiva) - expressão verdadeira ou simulada do pensamento e sentimentos do


emissor. Geralmente, aparecem palavras em primeira pessoa.
Ex.: Poesia lírica e narrações em primeira pessoa.

c) Fática (de contato) - ênfase ou prolongamento da comunicação para o estabelecimento da


mensagem.
Ex. Expressões coloquiais como tá, né, certo etc. e trechos negritados em um texto.

d) Conativa (apelativa ou imperativa) - tentativa de persuadir o receptor da mensagem pela


ordem ou chamamento. É comum aparecerem verbos no imperativo.

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Ex.: Textos publicitários (propaganda) e campanhas políticas.

e) Metalinguística - utilização da linguagem para falar sobre ela própria através da recodificação
da mensagem.
Ex.: Algumas poesias parnasianas e as explicações dos verbetes no dicionário

g) Poética (conotativa) - uso da linguagem em sentido figurado, metafórico.


Opõe-se à função referencial.
Ex.: A maioria dos textos publicitários e a linguagem subjetiva de um verso barroco.

5. PRODUÇÃO DE TEXTO

TIPOS DE COMPOSIÇÃO

Textum, i, subst. n. Sentido próprio: 1) Tecido, pano. Por extensão: 2) Obra formada de partes
reunidas, contextura. Sentido figurado: 3) Contextura, (do estilo).
Texto, em Português, assim como em Latim, quer dizer “tecido”, entrelaçamento de “fios”.
Assim, produzir um texto é entrelaçar suas várias partes a fim de obter um todo encadeado
logicamente, o que resulta numa rede de relações que garantem a sua unidade e coesão. A essa
rede de relações, dá-se o nome de tessitura do texto.

Elementos estruturais de um texto


Três são os elementos indispensáveis a qualquer tipo de texto: estrutura, conteúdo,
expressão.

A estrutura abrange três elementos:


a) unidade (ou não-contradição): num texto, deve-se desenvolver um único assunto ou
núcleo temático;
b) organicidade (ou relação): o texto coerente e coeso apresenta um inter-relacionamento
de todas as suas partes, o que resulta num todo articulado;
c) forma: o tipo de composição escolhido, segundo a finalidade: descrição (detalhar algo),
narração (contar uma história), dissertação (elaborar um raciocínio);

O conteúdo requer coerência e clareza.


a) coerência: é a escolha de idéias que devem ligar-se ao assunto proposto (para que não se
fuja do assunto);
b) clareza: é a utilização de construções que não sejam ambíguas ou mal-estruturadas, de
modo a facilitar o entendimento.

A expressão está diretamente ligada ao domínio da estrutura da língua e do léxico. Estes


dois últimos tópicos são resultados de um plano previamente elaborado e de uma revisão apurada
do texto.

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Um mesmo texto pode apresentar características da descrição, narração e dissertação.
Entretanto, o texto será enquadrado em um dos três tipos de composição conforme o predomínio
da forma e linguagem utilizadas.

Descrição: consiste em retratar um objeto em seus pormenores característicos.


Narração: é a apresentação de uma história cujos fatos estão ordenados em uma seqüência
lógica e temporal.
Dissertação: é um discurso lógico que apresenta uma argumentação acerca de um assunto.

ASPECTOS FORMAIS E TÉCNICOS DE UMA REDAÇÃO

 Produza um texto cuja estrutura formal esteja de acordo com o tipo de composição adequado
ao assunto: dissertação, narração ou descrição;
 É fundamental a fidelidade ao assunto sugerido. Fale apenas sobre o que o comando da
redação pede;
 texto deve apresentar um título, o qual deve estar no centro da linha, destacado com uma única
sublinha e sem estar separado por uma linha em relação ao texto;
 Não é necessário atingir o total de linhas, cuja extensão é de 15, no mínimo, e de 30, no
máximo;
 Na dissertação, os parágrafos devem ter tamanhos relativamente proporcionais;
 Conserve um espaço proporcional também entre as palavras;
 Não utilize forma ou tamanho de letras diferentes;
 Cuidado com a ortografia. Se não tiver certeza da escrita correta, evite usar uma palavra. Utilize
sinônimos;
 Não repita palavras ou expressões. Utilize também sinônimos, construções equivalentes ou
termos de coesão;
 Evite ultrapassar as margens direita e esquerda. Utilize a translineação silábica, se for necessária;
 Em relação à caligrafia, a única exigência é de que ela seja compreensível;
 Na medida do possível, não se esqueça da acentuação gráfica das palavras, que, muitas vezes,
pode gerar diferenças de sentido;
 Se houver no texto neologismos, estrangeirismos, linguagem coloquial ou ênfase a palavras ou
expressões, destaque-os com aspas;
 Não é necessário utilizar vocabulário erudito. O importante é expressar claramente o
pensamento;
 Utilize frases breves, sobretudo em dissertação, para a maior clareza do pensamento e maior
espaço para o conteúdo;
 É necessária uma boa pontuação. Além disso, há três aspectos fundamentais a um texto:
clareza, transposição compreensível do pensamento ao papel; coesão, uso adequado de termos
que ligam as partes do texto entre si; coerência, formulação de frases lógicas;
 Você pode usar o rascunho e posteriormente passar o texto para o formulário final, sendo assim
possível revisar a redação antes de sua versão definitiva;
 Lembre-se de que fazer uma redação não implica sempre a criação de ideias. Significa
simplesmente transpor o que você já sabe sobre um assunto de modo organizado à escrita.
Confie em sua capacidade de produzir um texto em sua língua;
 As duas palavras que melhor definem uma redação de Vestibular são espontaneidade e
criatividade;

19
 No Vestibular, vêm textos em anexo na Prova de Redação e eles sempre terão em comum o
mesmo assunto. Apesar de eles servirem de subsídio para montar o seu texto, é preferível não
"colar" as ideias deles, uma vez que isso demonstraria falta de criatividade do candidato.
Portanto não fuja do assunto e monte suas próprias ideias;
 A expressão em prosa que aparece no Vestibular indica que você fará um texto a que você está
normalmente habituado, ou seja, o que tem parágrafos, períodos e frases. Não faça jamais texto
em verso, posto que a sua redação seria invalidada por isso.
O QUE SÃO ASSUNTO, TEMA E TÍTULO?

Assunto é o fato concreto da realidade ou dado fictício sobre o qual se falará no texto. É
apresentado durante o comando de um exercício ou prova de Redação.
Tema ou ideia-núcleo ou tópico-frasal consiste em uma frase verbal introdutória que
delimita o assunto a ser dissertado. O tema é peculiar aos textos dissertativos.
Título é o nome escolhido ao texto que se fez. Qualquer que seja o texto deve apresentar um
título. O conveniente é escolher o título depois de o texto estar terminado.

O TEXTO DISSERTATIVO

É um texto no qual o autor expõe ou argumenta idéias a respeito de um dado qualquer de


sua realidade.
No texto dissertativo, o autor pode defender ou refutar uma posição. O que importa é que a
sua opinião seja evidenciada. Isso é indispensável e o mais fundamental de tudo.
Essa opinião a ser tomada por quem produz o texto pode estar no início dele ou reservada
ao final da dissertação. Contudo, em qualquer das hipóteses, não pode faltar.
O autor, se quiser, apresenta fatores positivos e negativos referentes à idéia-núcleo, desde
que manifeste a sua decisão favorável ou não ao assunto discutido ou conceito exposto.

Estrutura básica do texto dissertativo


D *
I TEMA OU TÓPICO FRASAL + ARGUMENTO 1
S ARGUMENTO 2
S ARGUMENTO 3
E APROFUNDAMENTO DO ARGUMENTO
R 1
T APROFUNDAMENTO DO ARGUMENTO
A 2
Ç APROFUNDAMENTO DO ARGUMENTO
à 3
O REAFIRMAÇÃO DO TEMA

* A quantidade de argumentos pode variar, inclusive, não ser apresentada na introdução,


deixando-se o seu emprego somente para o desenvolvimento.

20
O TEXTO NARRATIVO
A narração é um tipo de composição textual marcado, sobretudo, pelas mudanças de estado
que ocorrem entre as partes do texto.
Fazer uma narração consiste, basicamente, em saber contar uma história, a qual pode ser
verídica ou fictícia. Para isso, operam-se alguns componentes necessários à história, que são a
temática (o fato em si), as personagens (planas ou redondas), o espaço (físico ou abstrato), o
tempo (cronológico ou psicológico), o enredo (linear ou alinear), o foco narrativo (narrador-
personagem ou narrador-observador) e a linguagem (objetiva ou subjetiva).
O tempo será um elemento fundamental no texto narrativo, pois é ele quem é responsável
pela presença mais nítida das relações de anterioridade e de posterioridade que há entre os
acontecimentos da história. Com isso, é comum na narração a ocorrência acentuada de adjuntos
adverbias de tempo.

Estrutura básica do texto narrativo

1a PARTE: Complicação - consiste no relato inicial do que se vai contar, apresentando os seis
elementos participantes da história, que são o fato, o local, o tempo, as personagens, a causa e o
modo. Esses elementos podem ser obtidos a partir de uma fórmula que resume as seis perguntas
básicas a que uma narração deve satisfazer: 3Q + O + P + C.

QUE? (fato)
QUEM? (personagens)
QUANDO? (tempo)
ONDE? (local)
POR QUÊ? (causa)
COMO? (modo)

2a PARTE: Enredo - são todas as transformações pelas quais os elementos narrativos passam
ao longo da história.

3a PARTE: Desfecho - é o término da história, o qual pode ser fechado (a história realmente
finaliza com a última linha do texto), ou aberto (a continuidade da história fica por conta da
imaginação do leitor.

O TEXTO DESCRITIVO

A descrição é tipo de texto no qual o autor apresenta uma série de detalhes, de pormenores,
características sobre um objeto. Nesse forma de composição, o autor usa demasiadamente a
percepção, através dos órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato).

A descrição é um texto marcado pela estaticidade. O objeto é descrito como se o tempo


estivesse parado, não havendo, com isso, transformações. Em função dessa estaticidade, é
possível, na descrição, alterar a seqüência dos fatos sem haver prejuízo ao significado do texto.

O formato da descrição se assemelha a uma ampulheta (objeto com forma de dois vasos
cônicos que se comunicam, nos vértices, por um pequeno orifício) , já que se começa a descrever

21
os aspectos mais gerais do objeto, passando-se aos mais detalhados e, no final, retomam-se as
características mais superficiais, que foram inicialmente apresentadas.

Estrutura básica do texto descritivo

1a PARTE: Primeira Impressão ou Aspectos Gerais - descrição das características mais


perceptíveis e superficiais do objeto. Começa-se o texto apresentando aquilo que é mais marcante
em relação ao que se descreve.

2a PARTE: Aspectos Específicos - são as características mais aprofundadas, mais detalhadas


do objeto.

3a PARTE: Retomada da Primeira Impressão - é a reafirmação, com outras palavras, daquela


descrição superficial feita a respeito do objeto.

Focaremos nosso estudo no texto dissertativo, vejamos um exemplo:

O brasileiro sabe Português

1
O ensino de língua portuguesa tem assumido urna atitude prescritiva e
discriminatória. a Isso se deve à tentativa de unificação das gramáticas brasileira e lusitana. b Fato
que gera diferenças entre a língua considerada padrão e aquela falada naturalmente no Brasil. c
Dessa forma, o brasileiro acha que não sabe falar e escrever o seu idioma.
a
A gramática brasileira é baseada na de Portugal. Apesar de serem a mesma língua, o
Português brasileiro e o peninsular refletem atitudes culturais diferentes, logo representariam usos
específicos em cada pais. Contudo, a autonomia lingüistica do idioma brasileiro malogra diante dos
modelos inspirados nos portugueses.
b
As regras de uso convencionadas no Brasil se contrastam com o Português coloquial.
A forma natural de o brasileiro manusear o seu idioma é incompatível com as normas da língua
padrão. A gramática normativa não representa a verdadeira língua falada no país.
c
O resultado disso é a concepção dos brasileiros de que eles não conhecem o seu
sistema lingüístico. Em verdade, na medida em que falam e escrevem o seu idioma, conhecem-no.
O que pode haver é a necessidade de aperfeiçoar o seu uso.
2
É inegável que o Português é ensinado de forma gramatiqueira. Em vez de divulgar
regras, faz-se necessário alimentar no brasileiro a idéia de que ele é dono de sua língua. Para isso,
deve-se desenvolver o ensino produtivo do idioma brasileiro ao aperfeiçoamento de seu domínio.

Observe que a estrutura do texto dissertativo é mantida:

1  Tema
a  Argumento (causa)
b  Argumento (conseqüência)
c  Argumento (conseqüência da conseqüência)
2  Reafirmação do tema

No texto dissertativo, o autor pode escolher o(s) tipo(s) de argumentação que utilizará,
os quais podem ser:

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a) causa b) conseqüência
c) causa da causa d) conseqüência da conseqüência
O Desenvolvimento do Parágrafo Dissertativo

Fixada a FRASE-NÚCLEO, o seu DESENVOLVIMENTO pode processar-se por diferentes


maneiras. Veja algumas possibilidades:
- Enumeração;
- Comparação;
- Causa e Conseqüência;
- Tempo e Espaço;
- Explicitação.

Desenvolvimento por Enumeração

O ato de ENUMERAR é concretizado pela exposição de uma série de coisas, uma por uma.
Desta forma, o DESENVOLVIMENTO POR ENUMERAÇÃO presta-se bem à indicação de
características, de funções, de processos, de situações, etc., sempre oferecendo o complemento
necessário à afirmação estabelecida na FRASE NÚCLEAR.

Exemplificado:

“No mundo atual, a tendência a tornar envelhecido, superado, desgastado, desusado, tanto
um automóvel quanto um modelo de roupa, um móvel, uma arma de guerra, o modo de se
expressar e até mesmo a gíria, ocorre numa velocidade espantosa. Três são os processos que mais
comumente provocam a obsolescência. O primeiro é motivado pela função: quando uma
mercadoria nova tem melhor desempenho que as existentes até então. O segundo é a
conseqüência de qualidade, por causa da quebra da quebra ou desgaste do produto, após algum
tempo de uso; esse tipo de obsolescência pode ser planejado pelas empresas, para aumentar o
consumo. O terceiro é resultado de o produto ter-se tornado obsoleto psicologicamente, sem que
tenha deixado de cumprir a sua função. Para alcançar tal objetivo, são feitas apenas algumas
alterações exteriores na aparência do “novo”. É o que se dá com a mudança na linha de estilo dos
automóveis, nos quais o formato de uma lanterna ou outros pequenos acessório torna obsoleto o
modelo anterior.”
(Enciclopédia do Estudante, V.12, Abril Cultural)

Podemos então classificar:


Delimitação: A obsolescência do produto
Frase-núcleo: Três são os processos que mais comumente provocam a obsolescência.
Enumeração: O primeiro................., o segundo........... e o terceiro...............
1. Obsolescência de função; da qualidade e psicológica.

ATENÇÃO:
Critérios para o ato enumerativo:
É possível, àquele que redige, utilizar um critério para o ato de enumerar. Assim fazendo, estará
propiciando mais clareza e equilíbrio ao parágrafo desta forma ordenado.
1. Critério de Importância;
2. Critério de Preferência;

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3. Critério de Classificação;
4. Critério Aleatório (os elementos enumerados são dispostos livremente, sem nenhuma
predeterminação).

Desenvolvimento por Comparação

Outra forma de se desenvolver a frase-núcleo é através do processo comparativo. Assim é


possível confrontar ideias, fatos, seres, fenômenos e, neste processo, apontar-lhes as
dessemelhanças (CONTRASTES) ou as semelhanças. Dependendo do resultado do ato
comparativo, o parágrafo terá o seu DESENVOLVIMENTO ordenado por:

a) COMPARAÇÃO-CONTRATE
b) COMPARAÇÃO-SEMELHANÇA

Observemos os parágrafos abaixo:

“A juventude é uma infatigável aspiração de felicidade; a velhice, pelo contrário, é


dominada por um vago e persistente sentimento de dor, porque já estamos nos convencendo de
que a felicidade é uma ilusão, que só o sofrimento é real. Por isso, o homem sensato deseja mais
sofrer que gozar.
Em plena juventude quando eu ouvia bater à porta, saltava e alegria e pensava: Bom!
Alguma coisa sucede. Mais tarde, experimentado pela vida, o mesmo ruído sobressaltava-me de
angústia, e pensava: Que sucederá, meu Deus?” (Arthur Schopenhauer, A Vontade de Amar)
Análise
 Assunto: Felicidade
 Frase-Núcleo: composto pelos 2 (dois) parágrafos.
 Delimitação: Juventude e velhice: seus posicionamentos frente à felicidade.

1º Parágrafo
Felicidade
Juventude x Velhice

esperança dor

2º Parágrafo
Bater à porta

Juventude x Velhice

alegria angústia

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BECHARA. Evanildo. Moderna gramática portuguesa, 37 ed. rev. e ampl., Rio de Janeiro: Lucena
2001.
FOLHA DE SÃO PAULO. Manual de Redação, 4ª ed., São Paulo, Publifolha, 2001.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. A coerência textual, ed. 11, São Paulo: Contexto, 2001.
___________. A coesão textual, ed. 14, São Paulo: Contexto, 2001.
MARTINS. Dileta Silveira. Português Instrumental. 22º ed., Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto,
2001.

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Teste de Redação
LEIA COM ATENÇÃO TODAS AS QUESTÕES;
• UTILIZE A FOLHA-RESPOSTA PARA RESPONDER AS
QUESTÕES, OBSERVANDO O CAMPO DESTINADO A CADA
QUESTÃO.
1 – Coloque para DENOTATIVO (1), ou CONOTATIVO (2):
a) Meu pai é meu espelho
b) Quebrei o espelho do banheiro
c) Essa menina tem um coração de ouro.
d) A Praça da Sé fica no coração de São Paulo.
e) Fez um transplante de coração.
f) Você é mesmo mau: tem um coração de pedra.
g) Para vencer a guerra era preciso alcançar o coração do país.
h) Completou vinte primaveras.
i) Na primavera os campos florescem.
j) O leão procurou o gerente da Metro.

2- Leia atentamente os textos abaixo e indique D quando prevalecer a denotação e C quando


prevalecer a conotação:

a) “O ano de 1948, em Pernambuco, foi marcado por um processo revolucionário, liderado por um Partido
Liberal radical.”
b) “Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois – Recife das revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância”.
c) “Depois de analisar os prontuários de 964 pessoas operadas no Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Pernambuco, no Recife, o médico Cláudio Moura Lacerda de Melo, 31 anos, concluiu que seus
colegas exageraram na requisição de exames radiológicos e de laboratório, ao mesmo tempo em que dão
pouca atenção ao exame direto do paciente e a uma conversa com ele sobre o seu histórico de saúde”.
d) “Em todo triângulo, o quadrado de qualquer lado é igual a soma dos quadrados dos outros dois, menos o
duplo produto destes dois lados pelo co-seno do ângulo que eles formam.

3-(Fuvest- SP)
a) Uma andorinha só não faz verão
b) Nem tudo que reluz é ouro
c) Quem semeia ventos, colhe tempestades
d) Quem não tem cão caça com gato.

As ideias centrais dos provérbios acima são, na ordem:

a)solidariedade- aparência- vingança- dissimulação.


b)cooperação – aparência- punição- adaptação.
c)egoísmo- ambição- vingança- falsificação.

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d)cooperação – ambição – consequência- dissimulação
e)solidão – prudência- punição – adaptação.

4 - (UF-GO) Leia o texto que segue:

TEXTO 01: É massa, brother

Brother, dentro dessa nova edição do Vestibular 500 Testes tem tudo para que o próximo vestiba role
na maior. Só de português são 80 questões, sendo 50 testes e 30 escritas.
Fora as questões de física, química, biologia, história, geografia, matemática e inglês.
Ah, tem uma lista de livros e uma série de dicas que você precisa ficar por dentro antes de encarar os
exames. Vestibular 50O Testes, especial do Guia do Estudante.
Desencana, brother. Vestibular agora é manha. (Veja, São Paulo, ed. de 23.10.2004, pág. 13)

O texto que você acabou de ler é de um anúncio publicitário. Observe que a linguagem se organiza em
torno de um determinado objetivo, ou seja, o seu uso é deliberado e revela intenções. O leitor é tratado com
intimidade; o coloquialismo tenta envolvê-lo.
a) Tendo em vista as considerações anteriores, identifique e explique a principal função que
preside a linguagem do anúncio.

TEXTO 02: A globalização e os direitos sociais


Os valores cultivados nos dois últimos séculos, sobretudo a partir da encíclica Rerum Novarum e do
Manifesto Comunista, que colocam o trabalho humano como o elemento mais valorizado da produção
econômica, estão seriamente ameaçados.
A globalização da economia, se por um lado contribuiu para baratear o preço das mercadorias,
permitindo que, numa primeira etapa, um maior número de pessoas possam adquiri-las, está privilegiando
somente o mercado e desprezando a pessoa daquele que produz as mercadorias.
É preciso refletir, porém, sobre o que será a segunda etapa deste processo, pois o fato é que o mercado
consumidor é constituído em grande parte pelos trabalhadores assalariados e, se estes perdem o emprego ou
passam a ganhar salários irrisórios, deixarão de ser consumidores e a parte do mercado por eles representada
deixará de existir, comprometendo a única finalidade aceitável da globalização, que é, afinal, a de permitir o
acesso das grandes massas aos produtos do mercado.

b) De acordo com o texto, qual é a principal finalidade da globalização da economia?


c) Que consequências geraria a perda de emprego ou recebimento de salários irrisórios dos
trabalhadores do mercado?

5 - ESTA QUESTÃO ESTÁ RELACIONADA AOS FRAGMENTOS EXTRAÍDOS DE “LÍNGUA” E


“PODRES PODERES”, COMPOSIÇÕES DE CAETANO VELOSO.

LÍNGUA PODRES PODERES


“Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões “Será que apenas os hermetismos Pascoais
Gosto de ser e de estar E os tons e os mil tons, seus sons e seus dons
E quero me dedicar geniais
A criar confusões de prosódia Nos salvam, nos salvarão dessas trevas
E uma profusão de paródias E nada mais?”
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões

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Gosto de pessoa na pessoa
Da rosa no rosa”

Reconhecendo as funções de linguagem nos dois textos, observa-se que, além da função poética
(a) em “Língua” ressalta-se a função emotiva e em “Podres Poderes” a referencial
(b) em “Língua” releva-se a função expressiva, em “Podres Poderes” a conativa
(c) em “Língua” nota-se a função fática, em “Podres Poderes” ressalta-se a função emotiva
(d) era “Língua” destaca-se a função referencial, em “Podres Poderes” a expressiva
(e) em “Língua” predomina a função conativa, em “Podres Poderes” a referencial

6 - Analise os textos abaixo e classifique-os de acordo com a função da linguagem predominante.


a) – Olá!
- Como vai
- Tudo bem
- Tudo certo.

b) “Não faças versos sobre acontecimentos. (Andrade, 1978:76)


Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático,
Não aquece nem ilumina. [...]”

c) “Toda a minha primeira infância tem gosto de caju e de pitanga. Caju de praia e pitanga brava. Hoje tenho
54 anos bem sofridos e bem suados (confesso minha idade com um cordial descaro, ao contrario do Tristão
de Athayde, não odeio a velhice).

d) “Vai já guardar os brinquedos!


Menina, não chupe os dedos! Não pode brincar na lama! Vai botar o agasalho!
Vai já fazer a lição! Criança não tem razão! É Tarde, vai já pra cama!”
(Rocha, 1983:106)

e) “A vida é um incêndio: nela (Quintana, 1982:45)


Dançamos, salamandras mágicas.
Que importa restarem cinzas, Se a chama foi bela e alta
Em meio aos toros que desabam, Cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida, Na própria luz consumida...”

f) A esfíngie estampada nas notas de real é uma figura de mulher que representa a República. Ela tem
origem na Revolução Francesa.

7- Redija para o assunto abaixo relacionado, um parágrafo dissertativo cujo desenvolvimento seja
ordenado por comparação-semelhança ou comparação-contraste.

Assunto: Comunicação
Delimitação do assunto: Falar ao vento e ao coração
Frase-núcleo: “Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração são necessárias obras.”

8 - Após uma leitura reflexiva, aponte os elementos estruturadores do parágrafo: assunto; delimitação
do assunto; objetivo; frase-núcleo; desenvolvimento e conclusão.

“Uma tendência muito constante é a de “ver apenas um lado” da outra pessoa. Se, por exemplo, ficamos
impressionados por sua beleza ou fluência verbal, tendemos a atribuir-lhe outras qualidades favoráveis, que
podem ser inteiramente irreais, e a ignorar qualquer traço desfavorável de sua personalidade. Essa tendência
pode também se manifestar em sentido contrário: uma pequena impressão desfavorável estende-se e
influencia o julgamento de todos os aspectos da personalidade do indivíduo”.
(Livro da Vida, p. 32. – Enciclopédia Semanal Ilustrada. Abril Cultural)

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