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O QUE É ESTADO:

A palavra Estado, grafada com inicial maiúscula, é uma forma organizacional cujo
significado é de natureza política. É uma entidade com poder soberano para governar
um povo dentro de uma área territorial delimitada.
As funções tradicionais do Estado englobam três domínios: Poder Executivo, Poder
Legislativo e Poder Judiciário. Numa nação, o Estado desempenha funções políticas,
sociais e econômicas.
Também são designadas por Estado, cada uma das divisões político-geográficas de
uma república federativa. Estas divisões são autônomas e possuem um governo
próprio regido por uma estrutura administrativa local. O Brasil é dividido em 26
Estados e um Distrito Federal.

Grafada com inicial minúscula, a palavra estado significa a situação presente em que se
encontra alguma entidade. Exemplos: estado de pobreza, estado do tempo, estado
civil, estado físico etc.

Estado Novo
Estado Novo é o nome dado ao regime ditatorial liderado por Getúlio Vargas no Brasil,
que esteve em vigor entre 1937 e 1945.

Neste período, houve prosperidade no âmbito econômico, mas também se verificaram


situações negativas, como censura e perseguição de elementos da oposição política.

Estado laico
Um estado laico é a designação de um estado onde existe a separação entre o estado e
a igreja. O laicismo indica que as decisões políticas tomadas não devem ser
influenciadas pela religião.

O que é Estado de direito:

O conceito de Estado de direito é relacionado ao poder do Estado. É quando esse


poder, em relação às decisões que podem ser tomadas pelos governantes, é limitado
pelo conjunto das leis, pelo direito.
No Estado de direito obrigatoriamente todos os direitos fundamentais do homem
devem ser protegidos pelo Estado: tanto os direitos políticos, como os sociais e os
econômicos.

O Direito, através da legislação, vai definir o que pode ou não pode ser feito, tanto em
relação aos governantes como em relação aos cidadãos. No Estado de direito uma
decisão não pode ser contrária à legislação, ou seja, a lei não pode ser violada.
O Brasil é um Estado democrático baseado na soberania popular, a soberania que vem
do povo. É uma democracia participativa que foi estabelecida na Constituição Federal
de 1988.

Limite de poder dos governantes


O conceito de Estado de direito se refere ao poder de decisão dos governantes, ou
seja, no Estado de direito nenhuma ação ou decisão deve ir contra as leis que existem
em um território.

Da mesma forma os cidadãos devem se submeter às leis como forma de viver em uma
sociedade organizada, o poder do Estado também é submetido ao direito.

O limite de poder existe para garantir que o mais importante em um Estado seja a
vontade e a garantia dos direitos dos cidadãos. É por esse motivo a lei não permite que
os governantes tenham liberdade absoluta em suas decisões.

O Estado de direito e o Princípio da Legalidade


O conceito de Estado de direito é relacionado a um dos princípios básicos do direito: o
Princípio da Legalidade.

De acordo com esse princípio ninguém pode ser obrigado a fazer algo ou a deixar de
fazer algo, a menos que exista uma previsão da lei sobre o assunto.

Diferença entre Estado de direito e Estado democrático de direito


A diferença entre o Estado de direito e o Estado democrático de direito é ligada à
proteção dos valores e princípios que são garantidos aos cidadãos pela Constituição
Federal e por outras leis.

No Estado democrático de direito, assim como acontece no Estado de direito, as


decisões dos governantes devem ser tomadas com base na lei e dentro dos limites que
são estabelecidos pela legislação do país.

A diferença entre eles é que no Estado democrático de direito os direitos


fundamentais protegidos pela Constituição devem ser levados em consideração nas
decisões com o objetivo de proteger os direitos dos cidadãos.
TIPOS DE IDEOLOGIAS E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Ideologia é um conjunto de ideias, convicções e princípios filosóficos, sociais e políticos


que caracterizam o pensamento de um indivíduo, grupo, movimento, época ou
sociedade.

Uma ideologia estabelece valores e preferências de um grupo e inclui um programa de


ação para a execução dos objetivos definidos. O termo ideologia foi criado pelo
filósofo Destutt de Tracy, no final do século XVIII.

Abaixo estão listados os principais tipos de ideologias socioeconômicas e as suas


características:

Ideologia Liberal Clássica e Neoliberal


Desde o século XVII, a ideologia do liberalismo tem sido a peça fundamental dos
sistemas sociais, econômicos e políticos ocidentais.

Essa ideologia nasceu através dos escritos do filósofo John Locke e ficou ainda mais
famosa no século XVIII, depois que o filósofo e economista Adam Smith passou a
defendê-la.

As principais características da ideologia liberal clássica são:

 Plena fé nos direitos, liberdade e individualidade de cada indivíduo;

 Defende políticas e ações destinadas a proteger os valores sociais;

 Acredita que o Estado precisa ter menos controle sobre o indivíduo;

 Considera a livre concorrência, o livre comércio e a liberdade de escolha como os três


princípios básicos de uma sociedade livre e feliz e a chave para o progresso;

 Se opõe fortemente às ideologias de totalitarismo, do fascismo, nazismo e comunismo,


pois acredita que são ideias destrutivas que aniquilam a iniciativa individual e de
liberdade;

 Rejeita a ideia de controle total do Estado ou mesmo de controle excessivo do Estado


sobre o indivíduo.
Pintura de Eugène Delacroix, representando a Revolução Francesa, contexto no qual a
ideologia liberal clássica foi adotada e defendida.
Após a globalização, a ideologia clássica se transformou no neoliberalismo.
Conhecido por ser produto da ideologia liberal clássica, o neoliberalismo surgiu
durante a crise do petróleo, em 1973, através das ideias do economista Milton
Friedman.

Assim como o liberalismo clássico, essa nova versão da ideologia acredita que o Estado
deve ter a menor interferência possível no mercado de trabalho ou até mesmo na vida
dos indivíduos.

É conhecida e também criticada por opositores, por defender a privatização de


empresas estatais e os princípios econômicos do capitalismo.

Veja também o significado de Ideologia, Liberalismo e Neoliberalismo.


Ideologia Fascista
O fascismo foi a ideologia política que dominou em muitos lugares da Europa central e
oriental entre 1919 e 1945. Além disso, angariou muitos adeptos na Europa ocidental,
nos Estados Unidos, na África do Sul, no Japão, na América Latina e no Oriente Médio.

O primeiro líder fascista da Europa foi Benito Mussolini. Mussolini criou o nome de seu
partido inspirado na palavra latina fasces, que se refere a um feixe de varas com um
machado em sua superfície, usado como símbolo da autoridade penal na Roma antiga.
As principais características da ideologia fascista são:

 Extremo nacionalismo militarista;


 Desprezo pela democracia eleitoral e a liberdade política e cultural;

 Crença na hierarquia social natural e o domínio das elites;

 Desejo por Volksgemeinschaft - expressão alemã traduzida por “comunidade do povo”


-, em que os interesses individuais seriam subordinados ao bem da nação.
A partir do final da década de 1940, muitos partidos e movimentos de orientação
fascista foram fundados na Europa, assim como na América Latina e na África do Sul.

Embora alguns grupos neofascistas europeus tenham atraído muitos seguidores,


especialmente na Itália e na França, nenhum foi tão influente quanto os principais
partidos fascistas do período entre guerras.

Símbolo da ideologia fascista.


Veja também o significado de Fascismo e Nazismo.
Ideologia Comunista
A ideologia do comunismo é o verdadeiro oposto da ideologia liberal. Baseada na
filosofia do marxismo, ela considera a igualdade entre os indivíduos mais importante
que a liberdade dos mesmos.

Sua origem se deu ainda na Grécia Antiga, com as ideias expostas pelo filósofo Platão.
Porém, os maiores precursores dessa ideologia são Karl Marx e Friedrich Engels,
conhecidos por embasarem o comunismo através de suas teorias e um dos livros mais
famosos: o Manifesto Comunista.

As principais características da ideologia comunista são:

 Defende a extinção da luta de classes e das propriedades privadas;

 Defende um regime político e econômico que proporcione igualdade e justiça social


entre os indivíduos;

 Acredita que o Estado é um instrumento de exploração nas mãos dos ricos, por isso
defende uma sociedade sem classes e Estado;

 Acredita que o sistema político e econômico deve ser controlado pelo proletariado;

 Se opõe fortemente ao capitalismo junto com seu sistema de "democracia burguesa";

 É contra o livre comércio e à competição aberta;

 Na esfera das relações internacionais, condena e rejeita as políticas e ações dos


Estados capitalistas.
Símbolo da bandeira comunista. A foice e o martelo representam a classe
trabalhadora, tanto o trabalho agrícola quanto o trabalho industrial, respectivamente.
Entenda mais sobre o significado e a história do Comunismo.
Ideologia Democrática
A ideologia democrática surgiu no fim do século XIX, dentro do movimento do
proletariado, como uma variação da ideologia socialista.

O partido social democrata surgiu na tentativa de dosar os excessos do capitalismo


com políticas de inspiração socialista.

Essa ideologia foi implantada especialmente na Europa, depois da II Guerra Mundial.

As principais características da Ideologia Democrática são:

 Defende a garantia da igualdade de oportunidades a partir de políticas sociais, sem, no


entanto, acabar com a propriedade privada;
 Acredita que o Estado possa intervir na economia para corrigir desigualdades
produzidas pelo livre-mercado;

 Almeja o bem-estar social sem revolução socialista e sem abrir mão do capitalismo;

 Seus principais valores são igualdade e liberdade;

 Defende que o Estado garanta um padrão mínimo de vida, como uma rede de
segurança para os indivíduos.

Hoje, a ideologia democrática compete com o liberalismo como principal ideologia nos
países democráticos.

Países como a França, Alemanha e os países nórdicos favorecem a ideologia social-


democracia, enquanto Reino Unido e Estados Unidos favorecem o liberalismo.

A rosa vermelha sendo segurada por uma mão é o símbolo da ideologia democrática e
é historicamente conhecida pelo antiautoritarismo.
Ideologia Capitalista
O capitalismo é um sistema econômico em que as entidades privadas possuem os
fatores de produção. Os quatro fatores são empreendedorismo, bens de capital,
recursos naturais e trabalho.

Os donos de bens de capital, recursos naturais e empreendedorismo exercem controle


através de suas empresas.
As principais características da ideologia capitalista são:

 O Estado intervém pouco no mercado de trabalho;

 O trabalhador é assalariado;

 Os proprietários controlam os fatores de produção e obtêm sua renda de sua própria


propriedade;

 Exige uma economia de mercado livre para ter sucesso e distribui bens e serviços de
acordo com as leis de oferta e demanda;

 Há divisão de classes sociais;

 A propriedade privada predomina;

 Teoria da Mais-Valia: termo cunhado pelo autor Karl Marx, a Mais-valia diz sobre o
grande abismo econômico causado pelo capitalismo, que gera a desigualdade social
entre empregadores e empregados.

Charge conhecida por representar uma crítica à ideologia capitalista: os grandes


proprietários angariando os frutos do trabalho do proletariado.
Entenda mais sobre as características e história do Capitalismo.
Ideologia Conservadora
O conservadorismo nasceu ainda no século XVI, porém ficou conhecido após a
Revolução Francesa, quando o irlandês Edmund Burke, pai do conservadorismo,
argumentou com veemência contra as ideologias e teorias da revolução.

As ideias de base do conservadorismo são a preservação dos princípios e valores das


instituições sociais, como a igreja, família e comunidade, além do desenvolvimento
honrado dos indivíduos.

As principais características da ideologia conservadora são:

 Os valores: liberdade política e econômica e ordem social e moral;

 É fundamentado na doutrina cristã e tem na religião a sua base;

 Acredita que apenas o sistema político-jurídico garante a igualdade necessária entre as


pessoas;

 Acredita na meritocracia, onde a desigualdade social é consequência das diferenças


entre os indivíduos e seus esforços;

 Acredita que qualquer mudança deve ser leve e gradual.

Saiba mais sobre o significado e história do Conservadorismo.


Ideologia Anarquista
A ideologia anarquista surgiu na metade do século XIX, após a Segunda Revolução
Industrial. O teórico Pierre-Joseph Proudhon e o filósofo russo Mikhail Bakunin são
considerados os seus maiores idealizadores.

Uma das maiores curiosidades dessa ideologia e que já deixa claro seu posicionamento
político e social, é a origem da palavra. Anarquismo originou-se da palavra
grega anarkhia, que significa "sem governo".
As principais características da ideologia anarquista são:

 Estabelecimento de uma sociedade sem classes, formada por livres e iguais;

 Condena a existência da polícia e forças armadas;

 Acredita que os partidos políticos devem ser extintos;

 Defendem uma sociedade baseada na liberdade total, porém responsável;

 É contra qualquer tipo de dominação, seja ela religiosa, econômica, política ou social;
 É a favor da igualdade, seja ela de raça, gênero, político, econômico e social;

 Não acredita que o Estado deva ser extinto, mas luta para que ele não represente a
vontade do povo.

Os adeptos da ideologia anarquista buscam uma revolução social, que seja feita
principalmente pelos trabalhadores que sintam dominados e oprimidos por algum tipo
de autoridade.

Símbolo da Ideologia Anarquista.


Entenda mais sobre a ideologia Anarquista.
Ideologia Nacionalista
É uma ideologia baseada na premissa de que a lealdade e a devoção do indivíduo ao
Estado-nação superam outros interesses, sejam eles individuais ou de grupo.

As principais características do nacionalismo são:

 Enaltece o país, sua cultura, história e povo;

 Os interesses da nação estão acima dos interesses do indivíduo;

 Defende a cultura de pertencimento e a identificação com a pátria;


 Acredita na preservação da nação e no cuidado das fronteiras do país;

 Manutenção da língua nativa e das manifestações culturais.

No Brasil, o movimento nacionalista ficou conhecido pelos slogans "Brasil, ame-o ou


deixe-o" e "Quem não vive para servir ao Brasil, não serve para viver no Brasil", ambos
criados durante a ditadura militar de 1964.

SIGNIFICADO DE CONSERVADORISMO
O que é Conservadorismo:

Conservadorismo (também chamado de conservantismo) é uma postura política e


social que busca promover a manutenção de valores, práticas e instituições
tradicionais.
Em termos gerais, o conservadorismo valoriza a tradição, a hierarquia, a autoridade e
os direitos de propriedade. No entanto, tendo em vista que o que é considerado
tradicional varia de acordo com o lugar e a época, o conservadorismo não possui
características universais fixas.

O conservadorismo tem como foco a estabilidade e continuidade, se opondo à


políticas progressistas ou revolucionárias. Assim, um indivíduo conservador é alguém
que defende a permanência do status quo ou o retorno dos valores de uma época
passada.
Uma postura conservadora pode se apresentar em diversos ramos da sociedade, como
na política, na religião, na economia, etc.

Conservadorismo político
O conservadorismo geralmente é relacionado com políticas de direita e defende a
preservação da propriedade privada, da riqueza pessoal e do individualismo.
Na política, o conservadorismo não busca impedir que qualquer mudança social
aconteça, mas apenas aquelas de caráter revolucionário, que tenham repercussões
institucionais profundas e imediatas. Nesse sentido, o conservadorismo político
entende que as mudanças precisam ocorrer a partir das instituições e nunca contra
elas.

O conservadorismo político adota que a tradição, a família, a escola e a religião devem


ser as bases através das quais as mudanças sociais devem ocorrer de forma natural e
gradual.

Conservadorismo e liberalismo
Conservadorismo e liberalismo são conceitos variantes que se apresentam em três
aspectos: clássico, social e econômico.

Em termos clássicos, o conservadorismo é a ideologia de direita marcada pela


autoridade, ordem e tradição, como na aristocracia clássica. No aspecto social, o
conservadorismo é a postura que enaltece a hierarquia. No campo econômico, o
conservadorismo se divide em três vertentes:
 conservadorismo econômico clássico: que favorece os interesses da elite em um
Estado

 conservadorismo econômico fiscal: voltado às políticas de austeridade econômica


(controle de gastos com o objetivo de obter equilíbrio fiscal)

 conservadorismo econômico social: que foca em políticas econômicas protecionistas

O liberalismo, no contexto clássico, é a ideologia de esquerda que favorece a


liberdade, como na democracia clássica. Socialmente, o liberalismo favorece a
igualdade. Na economia, o liberalismo possui duas formas:
 liberalismo econômico clássico: baseado na total liberdade econômica

 liberalismo econômico social: baseado na igualdade econômica

Exemplos de valores conservadores


Abaixo, alguns exemplos de valores classicamente e socialmente conservadores:
Valores conservadores clássicos Valores socialmente conservadores

Planejamento econômico Restrições de imigração

Hierarquia social baseada em classes Resistência a programas sociais

Não separação entre religião e Estado Hierarquização social em termos de gênero, raça e etnia

Protecionismo Ênfase no nacionalismo

Não direito a um julgamento justo Controle sobre o mercado

Liberdade de expressão limitada Isolacionismo

Não priorização de direitos humanos Resistência a políticas progressistas

Conservadorismo liberal
O conservadorismo liberal é uma ideologia econômica e social que combina elementos
políticos conservadores e posturas liberais.

O conservadorismo liberal incorpora a visão clássica de intervenção mínima do Estado


na economia, garantindo a todos os indivíduos a liberdade de participar no mercado e
gerar riquezas. No entanto, segundo o conservadorismo liberal, os indivíduos não
podem ser totalmente livres em outras esferas da vida, sendo necessário um Estado
forte que assegure a ordem e, através de instituições sociais, desenvolva o sentimento
de dever e responsabilidade da nação.

Em termos políticos, o conservadorismo liberal é tido como uma ideologia de centro-


direita (ou direita moderada) que apoia as liberdades civis e posturas sociais
conservadoras, sempre favorecendo a economia.

Origem do conservadorismo
O conservadorismo, enquanto postura de resistência a mudanças, teve origem durante
as revoluções sociais, políticas e econômicas ocorridas na Europa durante os séculos
XVII e XVIII.
A Revolução Inglesa de 1640 e a Revolução Francesa de 1789 foram as grandes
responsáveis pelas mudanças no paradigma econômico mundial e a consequente
transição para o mundo moderno. Foram esses movimentos progressistas que deram
origem ao capitalismo, que transformou drasticamente o pensamento e os valores da
época, primeiro na Europa e depois no resto do mundo.

Como consequência natural dessas revoluções, surgiu a divisão entre


conservadorismo e progressismo, ou seja, aqueles que defendiam a manutenção da
ordem e da política vigente e aqueles que apoiavam as mudanças através de
movimentos revolucionários.
Enquanto ideologia política, a origem do conservadorismo é frequentemente atribuída
aos filósofos políticos Richard Hooker, David Hume e, sobretudo, a Edmund Burke.
Burke foi um dos principais críticos da Revolução Francesa afirmando que as mudanças
da época destruiriam a sociedade e as instituições tradicionais. Mais tarde ele ficou
conhecido como “pai do conservadorismo liberal”, tendo em vista que tinha ideais
contrárias às do partido conservador britânico.
Conservadorismo no Brasil
No Brasil, o conservadorismo está intimamente relacionado aos partidos políticos de
direita, embora pouquíssimos partidos se intitulem, oficialmente, conservadores.

A primeira forma de conservadorismo no Brasil ocorreu através do Partido


Conservador, fundado por volta de 1836 com a proposta de proteger a integridade do
país, e extinto com o estabelecimento da república de 1889.

Atualmente, o conservadorismo brasileiro defende o fortalecimento de instituições


tradicionais como a família, a religião e a escola, bem como a valorização dos ideais de
hierarquia e autoridade. Considerando que não existem partidos nomeadamente
conservadores, o conservadorismo no Brasil é observável através de políticos como
Jair Bolsonaro, Silas Malafia ou outros membros da bancada evangélica.

Significado de Liberalismo

O que é Liberalismo:

O liberalismo é uma doutrina político-econômica e sistema doutrinário que se


caracteriza pela sua atitude de abertura e tolerância a vários níveis. De acordo com
essa doutrina, o interesse geral requer o respeito pela liberdade cívica, econômica e
da consciência dos cidadãos.
O liberalismo surgiu na época do iluminismo contra a tendência absolutista e indica
que a razão humana e o direito inalienável à ação e realização própria, livre e sem
limites, são o melhor caminho para a satisfação dos desejos e necessidades da
humanidade. Este otimismo da razão exigia não só a liberdade de pensamento mas
também a liberdade política e econômica.

Veja mais sobre o significado do iluminismo.


O liberalismo acreditava no progresso da humanidade a partir da livre concorrência
das forças sociais e era contrário às acusações das autoridades (religiosas ou estatais)
sobre a conduta do indivíduo, tanto no campo ideológico como no campo material,
devido à sua desconfiança básica sobre todo o tipo de obrigação (individual e coletiva).

Na sua origem, o liberalismo defendia não só as liberdades individuais mas também as


dos povos, e chegou mesmo a colaborar com os novos movimentos de libertação
nacional surgidos durante o século XIX, tanto na Europa como nos territórios
ultramarinos (sobretudo na América Latina).

No âmbito político, o liberalismo deu os seus primeiros passos com a revolução


francesa e americana; os direitos humanos constituíram, seguidamente o seu primeiro
ato de fé político.

O liberalismo foi a ideologia política da burguesia (liberal), a qual, amparada por essa
ideologia, conseguiu conquistar uma posição predominante durante o século XIX e até
a I Guerra Mundial, altura em que se tornou a força política dominante em quase todo
o mundo ocidental.

O princípio da liberdade na vida econômica, proclamado pelo liberalismo, se


desenvolveu primeiramente em condições de grandes desigualdades sociais (como
consequência da falhada libertação do campesinato na Europa, guerras napoleônicas e
do rápido crescimento demográfico), e posteriormente teve uma forte reação através
das doutrinas socialistas e comunistas, cujos movimentos se tornaram opositores do
liberalismo bem mais fortes do que as correntes conservadoras e tradicionais.

O fracasso do liberalismo face aos grandes problemas políticos e sociais que, depois da
I Guerra Mundial, surgiram na Europa central teve como consequência que a
Alemanha, Itália e outros países mergulhassem em crises profundas e prolongadas,
que contribuiu para o florescimento de sistemas totalitários (fascismo, nacional-
socialismo, falangismo, etc.).

Posteriormente à II Guerra Mundial e face a outros movimentos de tendência


democrata-cristã ou social-democrata, o liberalismo ressurgiu, pretendendo constituir
de novo uma opção no campo político e econômico.

Ver também: significado de Laissez-faire.


Liberalismo econômico
Do ponto de vista econômico, o liberalismo vem dos fisiocratas, de A. Smith e da teoria
do livre cambismo (comércio livre, desenvolvida por eles). O liberalismo esteve
intimamente relacionado com o capitalismo e foi a base do desenvolvimento
econômico industrial do século XIX, especialmente da expansão econômica da
Inglaterra em todo o mundo.
Saiba mais sobre o Liberalismo econômico.
Liberalismo político
O liberalismo político implicava a restrição do poder estatal, não permitindo que o
Estado interfira em alguns direitos fundamentais como o direito à vida, à felicidade e à
liberdade.

Liberalismo social
O propósito do liberalismo social é defender os direitos humanos e as liberdades civis
dos cidadãos contra possíveis atos de opressão do Estado. No entanto, o liberalismo
social vai além disso, mas indica que o Estado deve proporcionar aos cidadãos
oportunidades no contexto econômico, da saúde, da educação, etc

Significado de Estado liberal

O que significa Estado liberal:

Estado liberal (ou Estado liberal de direito) é um modelo de governo baseado no


liberalismo desenvolvido durante o Iluminismo, entre os séculos XVII e XVIII.
O liberalismo se opôs ao governo controlador e centralizador do Estado absolutista,
que tinha como principais características o acúmulo de riquezas, o controle da
economia e uma relação de autoritarismo entre o governo e o povo.

O Estado liberal, também chamado de Estado liberal de direito, é voltado para a


valorização da autonomia e para proteção dos direitos dos indivíduos, garantindo-lhes
a liberdade de fazer o que desejarem desde que isso não viole o direito de outros.
Economicamente, o Estado liberal é fruto direto dos interesses da burguesia. Seu
principal estudioso foi Adam Smith, que acreditava que o mercado é livre quando
regula a si próprio sem qualquer interferência estatal. É o modelo oposto ao Estado
intervencionista, marcado por uma regulação exaustiva de todas as áreas da
economia, incluindo o setor privado.

Como surgiu o Estado liberal?


O Estado liberal surgiu após a Revolução Francesa, que foi movida por ideais
liberalistas inspirados nas obras de John Locke. O filósofo inglês, considerado pai do
liberalismo, entendia que os indivíduos nasciam com o direito natural à vida, à
liberdade e à propriedade privada. Esse pensamento teve por consequência a ideia de
que o Estado não poderia mais intervir nesses assuntos.
Para Locke, a relação do povo com o governo acontece através de um Contrato
Social pelo qual a sociedade abre mão de alguns direitos a fim de que o Estado se
encarregue de manter a ordem social. Assim, o liberalismo inspirou esse modelo de
estado voltado para a garantia das liberdades individuais ao mesmo tempo que regula
os interesses da sociedade.
Quando a monarquia absolutista perdeu o poder e a burguesia assumiu o controle da
revolução, os privilégios de nascimento das famílias reais foram substituídos pela força
do capital. Consequentemente, houve um natural favorecimento da classe burguesa,
que passou a se beneficiar com a falta de intervenção estatal e a explorar as novas
possibilidades do livre mercado.

Características do Estado liberal


As principais características do Estado liberal são:

Liberdade individual
Em um Estado liberal os indivíduos possuem liberdades que não podem sofrer
interferências do governo. Assim, os indivíduos podem se envolver em qualquer
atividade econômica, política ou social em qualquer nível, desde que não viole os
direitos de outrem.

Igualdade
Em um Estado liberal, a igualdade é obtida através do respeito ao individualismo de
cada pessoa. Isso significa que todos devem ser tratados da mesma forma,
independente do gênero, idade, religião ou raça, observando-se sempre suas
diferenças a fim de proporcionar a todos as mesmas oportunidades.

Tolerância
A tolerância é consequência da igualdade com que o governo trata os indivíduos no
Estado liberal, no qual todos têm a oportunidade de serem ouvidos e respeitados,
mesmo durante greves e manifestações.

Liberdade da mídia
A mídia opera de forma imparcial e não está vinculada ao governo nos Estados liberais.
Dessa forma, os meios de comunicação podem publicar informações de forma livre e
não tendenciosa, especialmente sobre assuntos políticos.

Livre mercado
Nos Estados liberais predomina a chamada “mão invisível do mercado” que consiste na
ausência de intervenção do governo na economia. Assim, qualquer indivíduo pode
exercer atividades econômicas e, dessa forma, o mercado se autorregula.

Estado liberal, Estado social de direito e Estado de bem-estar social


O Estado liberal é o estado garantidor dos chamados direitos de primeira geração, que
são de caráter individual e negativo, uma vez que exigem a abstenção do Estado. Esses
direitos são considerados fundamentais e estão relacionados à liberdade, aos direitos
civis e políticos.
O Estado social de direito é aquele que se ocupa dos direitos de segunda geração, que
exigem atitudes efetivas do Estado. São os direitos culturais, econômicos e sociais.
O Estado de bem-estar social (welfare state) é a postura social e econômica adotada
pelo governo com o objetivo de diminuir as desigualdades sociais através de políticas
de distribuição de renda, medidas assistencialistas e fornecimento de serviços básicos.
Estado neoliberal
O Estado neoliberal é marcado pela figura do Estado como mero regulador da
economia.
O modelo se estabeleceu em diversos países na década de 70, após a chamada “crise
do liberalismo” quando a ausência de intervenção estatal resultou em um
desequilíbrio na lei da oferta e da procura e culminou na crise econômica de 1929.

A Grande Depressão, como também é conhecida a crise de 1929, demonstrou que a


total falta de regulamentação do mercado levou ao crescimento desenfreado da
indústria e à consequente quebra da economia. Nesse contexto, o neoliberalismo
atribuiu ao Estado o papel mínimo de regulador da economia, respeitando sempre o
livre mercado e a concorrência

Significado de Direita

O que é a Direita:

Direita é uma palavra usada para representar um posicionamento político, partidário e


ideológico. De acordo com o conceito das Ciências Políticas o posicionamento político
de direita é marcado por características mais conservadoras em relação a aspectos
sociais e de governo.

Quando uma pessoa se identifica com a ideologia política de direita ela costuma dar
prioridade aos direitos individuais em relação aos direitos coletivos. Também é comum
que considere valores religiosos e tradicionais como fundamentais para a sociedade.

O que a direita defende?


A ideologia política de direita entende que a sociedade será melhor organizada se os
direitos individuais tiverem prioridade sobre os direitos de todos, ou seja, da
coletividade. É um posicionamento considerado mais conservador.

A direita também defende que o poder do Estado seja limitado, que os governos não
tenham tanto poder sobre o funcionamento e a regulamentação dos setores da
sociedade e das empresas. Isso significa que parte da responsabilidade deve ser dos
cidadãos e não do Estado.

A direita também acredita no conceito de livre mercado, em que as empresas tenham


liberdade para agir e se regulamentar por conta própria, sem sofrer intervenção por
parte do Estado.

Origem da direita no cenário político


Para entender melhor a origem do conceito de direita na política é necessário
entender o que aconteceu na época da Revolução Francesa, no final do século XVIII.

O termo direita era usado para se referir ao grupo de parlamentares que sentava ao
lado direito do presidente da Assembleia Nacional, enquanto elaboravam as leis que
iriam reger a República. Esses políticos defendiam ideais e leis mais conservadoras e
tradicionalistas.

Essa forma de organização acontecia em confronto com os políticos que sentavam à


esquerda na Assembleia, que defendiam propostas políticas mais radicais, que
buscavam mudanças na sociedade e defendiam interesses de grupos mais populares.

Foi a partir desta configuração que as ideias políticas diferentes passaram a ser
associadas aos termos direita ou esquerda. Os termos começaram a ser usados para
definir a preferência política de cada pessoa: como conservador ou revolucionário.

Direita e esquerda atualmente


Os conceitos de direita e esquerda foram mudando ao longo dos anos em razão das
mudanças de pensamento e das transformações políticas que foram acontecendo no
mundo.

Hoje em dia existem posicionamentos políticos intermediários entre direita e


esquerda, que podem ser organizados em uma escala que é chamada de espectro de
posicionamento político ou régua ideológica. Os posicionamentos são: extrema-
esquerda, passando por esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, direita e
extrema-direita.

Os partidos que se classificam à direita são os conservadores, liberais e os democratas,


por exemplo. Já os partidos à esquerda podem ser socialistas, comunistas, social-
democratas e ambientalistas.

Atualmente existe ainda uma vertente que é chamada de esquerda liberal porque,
ainda que tenha posicionamentos de esquerda, também defende alguns princípios que
pertencem ao conceito de liberalismo, que é uma posição considerada de direta.
Os conceitos de direita e esquerda também são usados em referência a quem tem
posição governista e a quem faz oposição ao governo. Muitas vezes a oposição é
chamada de esquerda, enquanto os grupos que apoiam o governo são chamados de
direita.

Diferenças entre direita e esquerda na política

. Direita Esquerda

Liberdade de mercado, liberdades


Igualdade entre os cidadãos e defesa
O que defende? individuais
dos direitos das minorias
e valores tradicionais
Filosofia Conservadora Liberal

Respeito aos direitos individuais com


Garantia de igualdade de oportunidades a
Papel do Estado pouca
todos os cidadãos
intervenção na economia

Diminuição dos valores de impostos Programas sociais e políticas públicas, impostos

e de gastos públicos e menos poder acordo com a renda e regulamentação do Estado


Economia
do Estado sobre o mercado sobre o mercado

Principais partidos no
PSB, PSOL, PT e PCdoB
Brasil PP, DEM, PR e PSC

A ideologia política de direita defende valores mais conservadores e tradicionais,


liberdade do mercado e poder limitado de intervenção do Estado. A esquerda defende
os direitos dos grupos chamados de minorias, a igualdade através de políticas públicas
e a intervenção do Estado.

Veja outras diferenças:

Direita no Brasil
Atualmente os partidos do Brasil que são considerados de direita tem características
de grupos conservadores que apoiam ideais típicos de partidos de direita, como a não
intervenção do Estado e a liberdade econômica.

Mas, muitos cientistas políticos acreditam que os conceitos de direita e esquerda já


não são mais cabíveis em razão de existirem as variações entre os posicionamentos
políticos atuais, que misturam ideologias tipicamente de esquerda com atitudes e
interesses de direita.

Significado de Direitos Humanos


O QUE SÃO DIREITOS HUMANOS:

Direitos humanos são os todos os direitos relacionados à garantia de uma vida digna a
todas as pessoas. Os direitos humanos são direitos que são garantidos à pessoa pelo
simples fato de ser humana.

Assim, os direitos humanos são todos direitos e liberdades básicas, considerados


fundamentais para dignidade. Eles devem ser garantidos a todos os cidadãos, de
qualquer parte do mundo e sem qualquer tipo de discriminação, como cor, religião,
nacionalidade, gênero, orientação sexual e política.
Direitos humanos é o conjunto de garantias e valores universais que tem como
objetivo garantir a dignidade, que pode ser definida com um conjunto mínimo de
condições de uma vida digna. São direitos humanos básicos: direito à vida, à liberdade
de expressão de opinião e de religião, direito à saúde, à educação e ao trabalho.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) os direitos humanos são
garantias de proteção das pessoas contra ações ou falta de ações dos governos que
possam colocar em risco a dignidade humana.

Origem dos direitos humanos


O conceito de direitos humanos mudou ao longo da história, mas há alguns
acontecimentos que foram muito importantes na evolução desses direitos.

O primeiro registro histórico de direitos humanos é de aproximadamente 500 anos


antes de Cristo, quando Ciro, rei da Pérsia, declarou a liberdade de escravos e alguns
outros direitos de igualdade humana. Esses direitos foram gravados em uma peça
chamada Cilindro de Ciro.

Também são acontecimentos importantes na proteção dos direitos humanos a criação


da Declaração de Direitos de Virgínia, nos Estados Unidos (1776) e a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão (1789) na França.
A criação da Organização das Nações Unidas em 1945 também faz parte da história da
evolução dos direitos humanos. É um fato importante porque um dos objetivos da
ONU é trabalhar para garantir a dignidade de todos os povos e para diminuir as
desigualdades mundiais.

Logo em seguida, no ano de 1948, a ONU aprovou a criação da Declaração Universal


dos Direitos Humanos e em 1966 foram criados mais dois documentos: o Pacto
Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional sobre os
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
Hoje existem várias organizações e movimentos que têm como objetivo defender os
direitos humanos, como por exemplo:
 Anistia Internacional,

 Serviço Paz e Justiça na América Latina,

 Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos,

 Human Rights Watch,


 Gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da Organização para a
Segurança e Cooperação na Europa.

Declaração Universal dos Direitos Humanos


Em 1948 a Organização das Nações Unidas (ONU) criou a Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH). Esse documento é um dos mais importantes na base dos
direitos humanos e contém os princípios básicos relacionados à garantia desses
direitos.

A DUDH é importante no mundo todo porque é considerada o documento que marca o


início da conscientização e da preocupação mundial com a proteção dos direitos
humanos. A Assembleia Geral da ONU considera a Declaração como um modelo
ideal para todos os povos para atingir o respeito a esses direitos e liberdades
humanas.
A DUDH afirma que todos os seres humanos nascem livres e que são iguais em
dignidade e em direitos. Além disso, a adoção da Declaração pela ONU também tem o
objetivo de evitar guerras entre países, promover a paz mundial e fortalecer a
proteção aos direitos humanitários.

Saiba mais sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos.


Características dos direitos humanos
Conheça as principais características dos direitos humanos:

 a sua principal função é garantir a dignidade de todas as pessoas,

 são universais: são válidos para todas as pessoas, sem qualquer tipo de discriminação
ou diferenciação,

 são relacionados entre si: todos os direitos humanos devem ser aplicados igualmente,
a falta de um direito pode afetar os outros,

 são indisponíveis: significa que uma pessoa não pode abrir mão dos seus direitos,

 são imprescritíveis: significa que os direitos humanos não têm prazo e não perdem a
validade.
Leis sobre os direitos humanos
Os direitos humanos são tratados em várias leis, convenções, acordos e tratados
internacionais. Além da existência de leis sobre o assunto, é dever de cada Estado ter
as suas próprias leis que garantam que os direitos humanos serão respeitados e
colocados em prática.

Conheça algumas leis que tratam dos direitos humanos:

 Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948)

 Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (1966)

 Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966).

A Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, define quais são os direitos e garantias
fundamentais dos cidadãos. Veja alguns:

 igualdade de direitos e deveres entre mulheres e homens,

 proibição de tortura e tratamento desumano,

 liberdade de pensamento, de crença e de religião,

 proibição de censura,

 proteção da intimidade, vida privada, honra e imagem,

 sigilo telefônico e de correspondências,

 liberdade de escolha de profissão,

 liberdade de locomoção dentro do país,

 direito de propriedade e de herança,

 acesso garantido à justiça,

 racismo, tortura e tráfico de drogas são crimes inafiançáveis,

 proibição de pena de morte,


 nenhum brasileiro pode ser extraditado.

Ainda que existam várias leis que tratem dos direitos humanos, é importante saber
que eles não são limitados ao que é previsto na lei. Outros direitos podem ser incluídos
como direitos humanos com o passar do tempo e de acordo com as necessidades, com
as transformações sociais e com o modo de vida da sociedade.

Direitos humanos, cidadania e democracia


Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais que estão
previstos na Constituição. Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e de
suas obrigações para poder lutar e cobrar para que eles sejam colocados em prática e
garantidos pelo Estado.

Para exercer a cidadania plenamente os membros de uma sociedade devem usufruir


dos direitos humanos e dos direitos fundamentais, tanto no âmbito individual quanto
no coletivo. Por sua vez, ter plena cidadania e igualdade entre os cidadãos faz parte do
conceito de democracia, que prevê a participação de todos na sociedade em condições
de igualdade.

Assim, a igualdade, a preservação dos direitos humanos, a dignidade e a cidadania são


fundamentais para garantir a democracia em qualquer nação.

O que é uma Ditadura:

Ditadura é um regime governamental no qual todos os poderes do Estadoestão


concentrados em um indivíduo, um grupo ou um partido. O ditador não admite
oposição a seus atos e ideias, e tem grande parte do poder de decisão. É um regime
antidemocrático no qual não existe a participação da população.
Nos regimes democráticos, o poder é dividido entre Legislativo, Executivo e o
Judiciário. Na ditadura não existe essa divisão, ficam todos os poderes apenas em uma
instância. A ditadura possui também vários aspectos de regimes de governo
totalitários, ou seja, quando o Estado fica na mão apenas de uma pessoa. Geralmente,
a ditadura é implantada através de um golpe de estado.

Como surgiu a ditadura?


Os primeiros indícios de ditadura surgiram na Antiguidade, quando Roma entrava em
crise, era chamado um ditador para assumir o poder e fazer com que o governo
voltasse à normalidade. O período no poder não podia ser superior a seis meses.
Durante a época do Império Romano, também aconteceram as tiranias, quando o rei
oprimia seus súditos e usava de violência para conseguir o que queria.
A ditadura militar é uma forma de governo em que o poder é controlado por militares.
Esse tipo de regime foi muito comum na América, especialmente no Brasil, onde durou
mais de 20 anos (de 1964 a 1985).

Em sentido figurado a palavra ditadura serve para descrever uma situação em que
alguém exerce uma autoridade absoluta. Ex: Eu cresci debaixo de uma ditadura, o meu
pai não me deixava fazer nada.

Ditadura do proletariado
De acordo com os filósofos Karl Marx e Friederich Engels, criadores do Marxismo, a
ditadura do proletariado é uma etapa transitória de um governo de um país onde
tenha ocorrido uma revolução socialista.

A ditadura do proletariado tinha como objetivo suprimir o Estado e terminar com a


diferença entre as classes sociais, com a opressão da classe burguesa sobre a classe
trabalhadora e com o domínio da burguesia sobre os meios de produção.

Esta fase anteciparia a criação de uma sociedade comunista, servindo para destruir o
sistema de poder criado pelos burgueses que só procuravam obter lucros. Este tipo de
ditadura deveria ser exercido pelo proletariado, que tomaria medidas para excluir as
classes sociais que exploram as outras.

Diferenças entre democracias e ditaduras


As principais diferenças entre democracia e ditadura são:

Modelo de eleições: em uma democracia, as eleições são diretas, ou seja, o próprio


povo vota. Em uma ditadura, as eleições costumam ser indiretas, nas quais os
governantes são escolhidos através de um colégio eleitoral.
Tipo de Estado: em uma democracia, por óbvio, o tipo de Estado é democrático,
enquanto em uma ditadura o Estado é autoritário e totalitário.
Divisão de poderes: em uma democracia existe divisão de poderes. O legislativo,
executivo e judiciário funcionam de forma independente entre si. Na ditadura, os
poderes são concentrados na mão de uma só pessoa ou grupo.
Proteção de direitos: um Estado democrático protege e assegura direitos, além de
constantemente legislar novos. Em uma ditadura, direitos são frequentemente
desrespeitados.
Manifestações populares: manifestações populares são comuns em uma democracia,
tendo em vista a liberdade de expressão. Um governo ditatorial frequentemente utiliza
censura para impedir manifestações populares, notícias ou qualquer tipo de veiculação
contrária aos seus ideais.
O que é o Totalitarismo:

Totalitarismo ou regime totalitário é um sistema político baseado em uma ideologia


que coloca o líder de uma nação como controlador absoluto dos direitos dos
cidadãos, em suposto benefício geral do país. O líder totalitário pode ser uma pessoa,
um grupo ou um partido.
O governo totalitário exerce total controle sobre os meios de comunicação e, em geral,
elimina as escolas particulares, forçando as escolas públicas a ensinar de acordo com
as linhas do partido.

A liberdade de religião também não existe em um Estado totalitário, pois só permite a


existência daquelas Igrejas cujos ministros cooperem com o governo. Sindicatos livres
também são ilegais.

Totalitarismo político
No totalitarismo só pode existir um único partido político, chefiado por um líder
absoluto. Esse ditador se mantém no poder usando a força, violência e torturas
psicológicas e físicas contra os indivíduos que não obedecem as leis do governo.
O partido político dominante é que determina as diretrizes econômicas que o país
deve seguir.

Origem do Totalitarismo
A definição de regime totalitário surgiu no começo do século XX, após o fim da
Primeira Guerra Mundial. Durante esse período os países estavam arcando com as
consequências negativas dos anos em que estiveram guerra.

Desempregos em massa e a crescente miséria foram alguns dos principais fatores que
levaram às alterações nas estruturas sociais e políticas da época.

A Crise Mundial de 1929, que se iniciou nos Estados Unidos, foi o ápice dessa
estagnação, representando o primeiro grande fracasso do sistema capitalista e do
liberalismo.
Foram criadas medidas para tentar recuperar a economia e fortalecer o capitalismo,
como a intervenção do Estado em assuntos econômicos. No entanto, na Europa, vários
líderes partidários foram além e se aproveitaram do "desespero social" para implantar
ideologias políticas baseadas no forte sentimento de nacionalismo. Foi dessa forma
que emergiu um dos exemplos mais fortes do totalitarismo: o Nazismo alemão.
Porém, o primeiro Estado totalitário moderno a ser criado não foi a Alemanha nazista
(1933 - 1945) ou a Itália fascista (1925 - 1943), mas sim o Stalinismo soviético. Esse
governo totalitário surgiu com a Revolução Comunista na Rússia, em 1919, ainda
durante a Primeira Grande Guerra.

Diferença entre Autoritarismo e Totalitarismo


O autoritarismo, ao contrário do totalitarismo, que se apresenta como uma
experiência política extremista, consiste na ênfase da autoridade do Estado em uma
República ou União.
O governo autoritário, assim como o regime totalitário, abusa do poder para controlar
ao máximo o país. Porém, este controle está nas mãos de um grupo de legisladores e
não focado em apenas uma figura governante, como no totalitarismo.

Outra diferença importante entre os dois conceitos está a presença de um forte


sentido ideológico no totalitarismo, que age como norteador de todo o sistema.

Totalitarismo de Direita e Totalitarismo de Esquerda


Os regimes totalitários de Direita e Esquerda possuem características semelhantes
quanto a sua estrutura, mas se diferenciam por seguirem ideologias políticas
diferentes.

Totalitarismo de Direta
O Nazismo e o Fascismo são dois dos principais exemplos de governos totalitários de
Direita, principalmente por:

 ter apoio da burguesia;

 preservar os valores ideológicos tradicionais do país (religião, família, etnia, etc);

 ter forte apoio do clero;

 manter as organizações sindicais sob extremo controle do Estado ou, em muitos casos,
proibindo / extinguindo esses grupos.

Totalitarismo de Esquerda
O Stalinismo pode ser considerado o principal exemplo do que seria um totalitarismo
de Esquerda, principalmente por:

 promover o fim da propriedade privada;

 produção agrícola e comercial obrigatoriamente coletiva;

 abolir a religião do meio político;

 estar baseado nos ideias do Socialismo.

Fora essas particularidades, ambos exercem as demais características que definem o


governo totalitário: censura aos meios de comunicação, militarização, nacionalismo,
existência de um partido único, etc.
Totalitarismo no Brasil
O Brasil também passou por um regime de totalitarismo na metade do século XX,
durante o governo de Getúlio Vargas. Este período ficou conhecido como o Estado
Novo, marcado pelo fechamento do Congresso Nacional e detenção total do poder nas
mãos do presidente, que tinha vestígios do fascismo italiano.
O totalitarismo brasileiro do governo Vargas chegou ao fim com o começo da Segunda
Guerra Mundial, quando o Brasil declarou repulsa contra os regimes totalitários
europeus. Assim, criou-se uma incoerência ideológica nas ações do governo do país.

Características do Totalitarismo
Para que uma nação seja considerada totalitária, o seu governo deve seguir algumas
dessas seguintes características:

 Concentração total do poder na mão de um único governante (pessoa ou grupo);

 Anti-democrático (não há espaço para a Democracia);

 Cidadãos não têm direitos individuais;

 Cidadãos têm mínima participação nas decisões tomadas no país;

 Líder (ditador) toma as decisões de acordo com a sua vontade, sejam políticas ou
econômicas;

 Quando há o Poder legislativo e judiciário, estes estão totalmente submissos ao


governante;

 Militarismo (uso excessivo da força militar e do material bélico para controlar a


população e proteger o país);

 Nacionalismo (exaltação constante do amor pela nação e enaltecimento da figura do


líder);

 Mandato por tempo indeterminado (não há renovação do poder);

 Expansionista (desejo que conquistar outros territórios, principalmente através da


guerra);

 Propagando governamental massiva;

 Controle da população baseado no terror e medo (atitude reacionária aos opositores,


com práticas de tortura e assassinato);
 Existência de um partido único.

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