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Introdução, Contexto histórico e a Biografia de Sócrates

Em meados do século V a.C, com as potências gregas Atenas e Esparta em guerra


(Guerra do Peloponeso, 431 a 404 a.C), nesse ambiente regido por intensos conflitos
destaca-se um cidadão grego que não se conformava com o comportamento da sociedade
em que habitava, expondo suas ideias e indagando as de seus concidadãos Sócrates não se
intimidava perante as autoridades ali vigentes antes se satisfazia em confundir as pessoas
acerca de suas teses e ideologias não fundamentadas pela razão, conheceremos e
aprenderemos mais sobre ele a seguir.

Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 a.C, e tornou-se um dos


principais pensadores da Grécia Antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o que
conhecemos hoje por filosofia ocidental.

No início, Sócrates caminhou pelas mesmas veredas dos sofistas, mas ao retomar seus
princípios ele os universalizou, empreendendo a jornada típica do pensamento grego.
Suas pesquisas iniciais giraram em torno do núcleo da alma humana.

Para muitos cidadãos atenienses, Sócrates era o mais sábio filósofo da Grécia, e esse
pensamento se perpetua até os dias de hoje, que para muitos estudiosos confirmam essa
afirmativa. Tido como um pobre e vagabundo, ele só trabalhava o suficiente para
sobreviver e sustentar sua família, Xântipe, sua esposa, que era bem mais jovem que ele,
seus filhos Lamprocles, Sophroniscus e Menexenus. Mesmo tendo estudado matemática
ele preferia optar pelo conhecimento do homem, tentando buscar explicações para coisas
que a ciência da época não tinha a capacidade de explicar.

Uma de suas características bem peculiares era a de que ele gostava de caminhar
descalço, para sentir o chão sob seus pés e ficar parado por horas, apenas pensando sobre
alguma coisa. Ele também tinha o hábito de não tomar banho, essa era uma prática da
qual ele não era muito adepto.

Uma necessidade que Sócrates carregava consigo era a de compartilhar com os outros
cidadãos gregos a sua sabedoria, e ele fazia isso através do diálogo, usando a força da
expressão, das palavras, para tentar levar o conhecimento para todas as pessoas que
desejassem entender um pouco mais sobre as coisas do ser humano e do mundo em geral.

Sócrates nunca escreveu seus pensamentos, muito pelo contrário, ele usava apenas a voz,
nada deixou por escrito para a posteridade, tudo o que sabemos sobre suas ideias foram
deixados em obras de seus discípulos Platão e Xenofontes.

Além de legar ao mundo sua sabedoria sem par, ele também formou dois discípulos
fundamentais para a perpetuação e desenvolvimento de seus ensinamentos, Platão e
Xenofontes, embora não tenha deixado por escrito o fruto de suas pregações.

Ele desprezava a política e não se adaptava à vida pública, embora tenha exercido
algumas funções no quadro político, inclusive como soldado.
Em teodicéia, estabelece a existência de Deus: com o argumento teológico, formulando
claramente o princípio: tudo o que é adaptado a um fim é efeito de uma inteligência; com
o argumento, apenas esboçado, da causa eficiente: se o homem é inteligente, também
inteligente deve ser a causa que o produziu; com o argumento moral: a lei natural supõe
um ser superior ao homem, um legislador, que a promulgou e sancionou. Deus não só
existe, mas é também Providência, governa o mundo com sabedoria e o homem pode
propiciá-lo com sacrifícios e orações. Apesar destas doutrinas elevadas, Sócrates aceita
em muitos pontos os preconceitos da mitologia corrente que ele aspira reformar.
Sócrates é o fundador da ciência em geral, assim é o fundador, em particular da ciência
moral, mediante a doutrina de que eticidade significa racionalidade, ação racional.
Virtude é inteligência, razão, ciência, não sentimento, rotina, costume, tradição, lei
positiva, opinião comum. Tudo isto tem que ser criticado, superado, subindo até à razão,
não descendo até à animalidade - como ensinavam os sofistas. Sabe-se que Sócrates
levava a importância da razão para a ação moral até àquele intelectualismo que,
identificando conhecimento e virtude - bem como ignorância e vício. partindo dos
pressupostos socráticos, desenvolverão uma gnosiologia acabada, uma grande metafísica
e, logo, uma moral.

Casado com Xantipa, nunca priorizou sua família, sempre entregue ao exercício dos dons
de que era dotado. Sua essência crítica e justa o levava a crer que tinha uma importante
missão, a de multiplicar seres igualmente dotados de sabedoria, probidade, moderação.
Este caminho o levaria a se chocar com a cúpula dos governantes, na qual conquistaria
inimigos e insatisfação.

O comportamento de Sócrates desencadeou em sua prisão, acusado por Mileto, Anito e


Licon, de perverter a juventude e renegar os deuses cultuados pelos gregos, trocando-os
por outros. Recebendo a oportunidade de advogar a seu favor, diante do tribunal e dos
homens, ele se recusou, pois não pretendia renunciar ao que acreditava e ao que pregava a
seus conterrâneos. Ele preferia ser condenado pela justiça terrena e preservar, diante da
imortalidade, a verdade de sua alma. Assim, optou pela morte, decretada por seus juízes,
através do voto da maioria.

Mesmo diante da chance de fugir, arquitetada por seu seguidor Criton, com a
complacência da justiça grega, ele recuou, pois não desejava ferir as leis de seu país. Ao
esperar a execução de sua sentença, prorrogada por um mês – graças a uma lei que não
permitia o cumprimento desta pena enquanto um navio empreendesse uma jornada até
Delos, oferecida em cumprimento de um voto, preparou-se psicologicamente para esta
viagem além-túmulo, em conversas espiritualizadas com seus amigos.

Após ter bebido calmamente seu cálice de cicuta, veneno mortal, ele teria dito “devemos
um galo a Esculápio”, pois acreditava que o suposto deus da Medicina o tinha libertado
da enfermidade conhecida como ‘vida’, liberando-o para a morte. Desta forma ele partiu
em 399 a.C., aos 71 anos.
Algumas frases e pensamentos atribuídos ao filósofo Sócrates:

 “Conhece-te a ti mesmo, torna-te consciente de tua ignorância e será sábio.”


 “Transforme as pedras que você tropeça nas pedras de sua escada.”
 “O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação,
a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem
formar o seu carácter.”
 “Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor empregado.”
 “É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal.”
 “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.”
 “Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente,
ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.”
 “A ociosidade é que envelhece, não o trabalho.”
 “Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir.”
 “Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos.”
 A vida que não passamos em revista não vale a pena viver.
 A palavra é o fio de ouro do pensamento.
 Alcançar o sucesso pelos próprios méritos. Vitoriosos os que assim procedem.
 Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor empregado.
 Há sabedoria em não crer saber aquilo que tu não sabes.
 Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que estão equivocados.
 O amor é filho de dois deuses, a carência e a astúcia.
 A verdade não está com os homens, mas entre os homens.

 Todo o meu saber consiste em saber que nada sei.


 Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus.
 Deve-se temer mais o amor de uma mulher, do que o ódio de um homem.
 O ideal no casamento é que a mulher seja cega e o homem surdo.
 Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolvermos em nós
mesmos as qualidades que naquela admiramos.

Principais conceitos utilizados por Sócrates:

"Conhece-te a ti mesmo" - o lema em que Sócrates cifra toda a sua vida de sábio. O
perfeito conhecimento do homem é o objetivo de todas as suas especulações e a moral, o
centro para o qual convergem todas as partes da filosofia. A psicologia serve-lhe de
preâmbulo, a teodicéia de estímulo à virtude e de natural complemento da ética.
Sócrates professa a espiritualidade e imortalidade da alma, distingue as duas ordens de
conhecimento, sensitivo e intelectual, mas não define o livre arbítrio, identificando a
vontade com a inteligência.

“O intelectualismo socrático ou socrático intelectualismo moral”- Entende-se por


intelectualismo socrático a prática de identificar virtude como conhecimento. De acordo
com esta doutrina, más ações são o produto da ignorância, ou seja, não voluntária , e que
o conhecimento de que seria justo o levaria a agir virtuosamente.Ou seja, o
intelectualismo socrático é uma teoria moral que o comportamento moral só é possível se
for baseado no conhecimento do bem e da justiça.
Sócrates desenvolveu a teoria do intelectualismo moral na base do dualismo
antropológico, isto é, a partir da afirmação de que o homem é composto de uma parte
material (corpo) e uma parte imaterial (a alma), este último sem significado religioso e
enquanto a parte mais importante do homem (daí a frase "Conhece a ti
mesmo"). Portanto, dá primazia aos valores internos, e à saúde humana será a sua
alma. Esta saúde é só atingível através da virtude, que, por sua vez, é obtida através do
conhecimento (conhecimento da verdade, e não o conhecimento especializado). Ou seja,
sendo o comportamento virtuoso, vai levar a uma solução justa, o que conduz à felicidade
e satisfação.

“Agente Acrático” - Define-se agente acrático aquele cuja ação é produto dos desejos.

Exemplifica-se este enunciado a seguir: É comum o ser humano agir cotidianamente


impulsionado pelas inclinações ou paixões em detrimento do que a razão orienta. O termo
grego para designar esse tipo de conduta é AKRASIA, ou seja, aquele que fraquejou ao
agir ou, como dizemos popularmente “não teve força de vontade”. A razão, neste caso,
indicou o caminho, mas o sujeito não teve disposição para segui-lo.

Mas para Sócrates o agente acrático é uma ficção, ele não existe. O que há é falta de
conhecimento. Se o agente agiu mal é porque não sabia como se conduzir em
determinada situação.

Exemplo Prático

Utilizaremos o conceito socrático de que “Virtude é Conhecimento” praticamente em


uma situação verídica:

Uma senhora sem analisar suas verdadeiras condições de adquirir certos utensílios
domésticos, comprou e parcelou os mesmos por um período longo acreditando na
possibilidade de quitar sua dívida em dia, o que não ocorreu, a senhora atrasou algumas
parcelas da compra acarretando um grande prejuízo e consequêntemente a cobrança de
juros abusivos a mesma.

Se a senhora realmente tivesse analisado criteriosamente e se programado, ela de forma


alguma se prejudicaria ao individar-se. É o que Sócrates explica a cerca da não existência
do agente acrático e prova a aplicação de sua abordagem de que “Virtude é
Conhecimento”.

Referências

http://www.suapesquisa.com/socrates/
http://pensador.uol.com.br/autor/socrates/biografia/
http://www.e-biografias.net/socrates/
http://blogdefilosofiadowolgrand.blogspot.com.br/2011/02/socrates-mosca-de-atenas-ou-
o.html
Instituto Federalde Educação, Ciência e Tecnologia do Pará.

Atividade avaliativa DE
FILOSOFIA
“SÓCRATES”

Professor: Walber Wolgrand

Alunas:

Flávia Larissa Mendonça Magalhães Nº 2012202003

Joyce Kelly Pastana dos Santos Nº 2012202022

Raquel Helia Silveira P. dos Santos Nº 20122020032

Sara Oliveira da Silva Nº 2012202005

Curso: Química Turma:I2021MH

Belém-2013

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