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RODRIGO DE CAMPOS REZENDE

SEGURANÇA ENERGÉTICA NO BRASIL E SUÉCIA. COMPARATIVO DOS


IMPACTOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NA DIVERSIFICAÇÃO ENERGÉTICA DE
2007 A 2017

Linha de pesquisa: Agricultura, Recursos Naturais e Sustentabilidade.


Tema: Geopolítica da energia; desenvolvimento e sustentabilidade na América
Latina; política latinoamericana; energia e desenvolvimento na América Latina;
imperialismo; comunicação e política; política externa brasileira.

Orientador: Leonardo Freire de Mello

SÃO BERNARDO DO CAMPO – SP


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2019

SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 3

2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 6
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 6

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 6

3 JUSTIFICATIVA DO TEMA ..................................................................................... 7

4 REFERENCIAIS TEÓRICOS ................................................................................... 9

5 METODOLOGIA .................................................................................................... 12

6 CRONOGRAMA .................................................................................................... 12

7 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 13
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RESUMO

Este trabalho tem por intuito apresentar uma proposta de investigação dos impactos
das políticas públicas na diversificação da matriz energética do Brasil e Suécia de
2007 a 2017, no âmbito doméstico e internacional, através de análise de indicadores
econômicos de crescimento ligados ao setor, frente ao Novo Plano de Parceria
Estratégia Brasil-Suécia.Com este estudo espera-se elencar as possíveis causas
que levaram a reorientação do setor energético na Suécia e comparar com o caso
brasileiro. Os pressupostos do realismo neoclássico serão utilizados para nortear a
pesquisa, uma vez que a teoria aponta a importância da segurança energética no
cenário internacional, além de abordar a influência da política doméstica nas
tomadas de decisões internacionais. Será feito um levantamento das matrizes
energéticas dos dois países no período de 2007 a 2017, com o intuito de apontar as
mudanças ocorridas na Suécia e no Brasil e correlaciona-las com as políticas
públicas adotadas no mesmo período.

Palavras chave: Segurança energética, energias renováveis, integração regional,


impacto socioeconômico, geopolítica, políticas públicas.

1 INTRODUÇÃO
A segurança energética está ligada à diversificação das fontes de energia de
um país, e é um conceito que surge com a crise do petróleo em 1973 e vem
recentemente ampliando seu significado com o intuito de evitar não só problemas
ambientais e de abastecimento, mas também, problemas relacionados à segurança.
Jan Kalicki e David Goldwyn definem segurança energética como “a capacidade de
aceder aos recursos que são necessários para o desenvolvimento contínuo do poder
nacional (apud SILVA; RODRIGUES, 2015, p. 14).
Um exemplo recente da importância de diversificação da matriz energética
de um país e os impactos sócioeconômicos do setor, ocorreu em 2005 com a
tragédia dos furacões Catrina e Rita nos Estados Unidos da América (EUA). Houve
uma paralisação de 27% do sistema de produção de petróleo dos EUA e de 21% do
sistema de refino devido a esses furacões (TERGIN, 2006, p. 74).
A Suécia foi o primeiro país a diversificar sua matriz energética e atingir as
metas estipuladas para 2020 pela União Europeia, conforme podemos ver na Figura
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1, seguindo as diretrizes dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável


estipuladas pela ONU (CUMING et al., 2015).

Figura 1: USO DE FONTES DE ENERGIAS RENOVÁVEIS NA UNIÃO EUROPÉIA

Fonte: Dados do Eurostat 2018

De acordo com o Ministro de Coordenações Políticas e Energia da Suécia, o


país terá o mais integrado e inteligente sistema de energias renováveis, além de
corroborar que a região adotou uma declaração de fortalecer a liderança na
transição energética mundial. Há também um esforço do governo para encorajar o
setor privado a promover exportações de tecnologias relacionadas ao setor de
energias renováveis (ENERGY, [S.d.]).
O mundo está passando por uma revolução de energia renováveis e os
investimentos têm crescido a cada ano, com uma liderança ampla dos países
desenvolvidos e, desde 2004, o mundo teve investimentos de U$ 2.9 trilhões em
fontes de energia limpa (Frankfurt am Main)”, [S.d.], p. 12).
Losekann e Hallak (2017,p.631) relatam que os recentes avanços
tecnológicos juntamente com as questões climáticas transformaram as energias
renováveis em escolha prioritária para a expansão de capacidade de geração
elétrica. No mesmo estudo eles citam o seguinte dado que sustenta a afirmação da
importância das energias renováveis:
Segundo Irena (2017) desde 2012, a instalação de capacidade de renováveis
ultrapassou a instalação das não renováveis de forma crescente. Em 2015, a
capacidade instalada de renováveis representou 61% da capacidade total
adicionada no mundo. Esse aumento das renováveis no mundo se deve
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principalmente ao aumento das novas tecnologias de energia renováveis; em


especial, eólica e solar.

Houve mundialmente um número recorde de painéis solares instalados em


2017, mais do que o número bruto de plantas nucleares, de carvão e gás juntos. A
China tem liderado os destinos dos investimentos em energia renováveis, com um
total de 45% do valor global anual no último ano. Esses investimentos têm gerado
empregos desde a construção à operação das plantas, demonstrando o potencial
não só para resolver os problemas climáticos, mas também para contribuir
significativamente com crescimento econômico (IRENA, 2017).
A energia renovável contribui significativamente para aumentar o acesso à
energia em locais onde ainda temos populações não atendidas e, segundo o
relatório de Índice de Desenvolvimento Humano há uma correlação entre qualidade
de vida e consumo energético (WALTER, [S.d.]). No Brasil, ao analisar o mapa da
exclusão elétrica no país, constata-se que as famílias sem acesso à energia estão
majoritariamente nas localidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano –
IDH e nas famílias de baixa renda (ONU BRASIL, 2018).
Os relatórios da ONU para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
estipulam que uma infraestrutura energética inadequada leva à falta de acesso a
mercados, postos de trabalho, que acabam levando a um acesso limitado a serviços
de saúde e educação, aumento de risco de violência, sobretudo às mulheres, entre
outras (ONU BRASIL, 2018).
Os países em desenvolvimento com frequência repetem os erros dos países
industrializados na projeção errada de crescimento de necessidade energética, e
desta forma, acabam com problemas nos investimentos tanto privados quanto
públicos (BNEF; UNEP; FRANKFURT SCHOOL AND UNEP, 2018). Isso acontece
pela falta de cooperação tecnológica, política e econômica entre os países.
Poucas políticas são desenvolvidas para ajudar a facilitar tais interconexões
entre esses países, sendo necessário um maior debate político e técnico, além da
necessidade de maiores investimentos em pesquisas e desenvolvimento no setor
energético.
A partir destas considerações, podemos nos perguntar, se as mudanças na
matriz energética na Suécia foram direcionadas pelas políticas públicas ou por
razões puramente sociais e econômicas. Daí, derivam outros questionamentos: A
mudança na matriz Energética na Suécia e no Brasil está relacionada somente a
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segurança energética? Quais os outros pressupostos para a mudança? O Brasil teve


mudança significativa na sua matriz energética como no caso da Suécia? Qual o
direcionamento das políticas públicas relacionadas ao setor energético sueco e
brasileiro? Há políticas públicas de curto e longo prazo para o setor? O acordo de
parceria estratégica entre os dois países trouxe alguma mudança desde 2015 para o
setor energético?

2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Este projeto tem como objetivo geral comparar os impactos das políticas
públicas na diversificação da matriz energética no Brasil e Suécia no período de
2007 a 2017. Elencaremos algumas possíveis causas que levaram a reorientação do
setor energético na Suécia e comparar com o caso brasileiro. Isto nos levará a
procurar compreender como este setor absorve e reelabora algumas propostas
comuns de reformulação da matriz, e como elas são incorporadas e/ou
ressignificadas pelos planejadores. Pretende-se com esse estudo, expor e analisar
quais os ganhos absolutos e relativos o Brasil poderá ter com o novo acordo de
parceria entre os dois países. Pelo viés político será feito um estudo comparativo
das políticas desenvolvidas por Brasil e Suécia, e o tema de segurança energética
será abordado seguindo os pressupostos do realismo neoclássico, visto que, essa
teoria aborda a importância da estrutura doméstica na política externa.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


I. Fazer um levantamento bibliográfico sobre conceito segurança
energética
II. Analisar a matriz energética do Brasil
III. Analisar a matriz energética da Suécia
IV. Explicar o Novo Plano de Ação da Parceria Estratégica Brasil-Suécia-
Estocolmo, 19 de outubro de 2015
V. Comparar as políticas públicas para diversificação da matriz
energética do Brasil e Suécia de 2007 a 2017
VI. Analisar os impactos socioeconômicos da mudança da matriz
energética com base em fontes não renováveis de 2007 a 2017 na
Suécia e no Brasil
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3 JUSTIFICATIVA DO TEMA

O Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em seu art.


11, insere o direito de todos os indivíduos e famílias de possuírem um nível
adequado de qualidade de vida. Isso inclui o direito de todas as pessoas ao acesso
à energia para as atividades cotidianas. Entretanto, em 2016, mais de 1 bilhão de
pessoas não tinham acesso à energia elétrica no mundo (ADIB REN et al., 2018).
É por isso que boas decisões de investimento exigem dados e análises
oportunas, precisas e confiáveis, para que se possa elaborar as políticas mais
adequadas para alcançar os objetivos de segurança energética, sustentabilidade
ambiental e crescimento econômico, bem como inclusão social.
Na qualidade de projetos de infraestrutura, os projetos energéticos renováveis
possuem um importante potencial de geração de valor e, portanto, devem ser
incluídos nas estratégias de desenvolvimento de um país. Nesse sentido, este
trabalho realiza uma análise do potencial de impactos socioeconômicos de projetos
renováveis.
O Protocolo de Quioto (1997) e o Acordo de Paris (2015) são dois acordos
que buscam fazer frente a tais desafios e implementar o objetivo da Convenção
Quadro das Nações Unidas para as Alterações. O documento incentiva a
cooperação técnica, o investimento em tecnologias, assim como a alteração da
matriz energética fóssil dos países membros e metas de redução das emissões de
gases poluentes para os países.
Segundo Couto (2016, p.16 ):
“O Brasil, com vistas a alcançar sua meta de reduzir suas emissões de gases
em 37% até 2030, tendo como ano base 2005, estabeleceu uma meta para a
participação das fontes de energia elétrica renováveis não-hídricas em sua
matriz energética de 28% a 33% até 2030, e de 23% para sua matriz elétrica
até 2030

Essa mudança na matriz energética , segundo os autores Fankhouser et al (


2008) é capaz de criar cenários favoráveis para atração de investimentos, e a médio
e longo prazo a diversificação do setor irá contribuir para o crescimento
econômico.(FANKHAUSER; SEHLLEIER; STERN, 2008) .
Na mesma linha de pensamento Young (2011) surge com o conceito de
Economia Verde realocando os recursos públicos e privados para uma nova
economia que priorize as tecnologias limpas, fontes renováveis e que contribua para
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o crescimento da renda e do emprego. Couto (2016) também cita um dos pontos


sobre o “esverdeamento” da economia abordado pelo Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (FRANKFURT SCHOOL AND UNEP, 2016), que concluiu que
o processo gera riquezas, com um particular ganho no que se refere ao capital
natural, mas também gera maiores taxas de crescimento do Produto Interno Bruto
(PIB).
O Relatório de Tendências de Investimentos em Energias Renováveis de
2018 (ADIB REN et al., 2018, p. 5) traz o Brasil e a Suécia entre os 10 países com
os maiores investimentos no setor, tendo respectivamente investido, em 2017, U$5,5
bilhões e U$3,6 bilhões em energias renováveis.
Nesse contexto, faz-se necessária a avaliação acerca do potencial impacto
sobre variáveis socioeconômicas que a implementação de fontes renováveis de
geração de energia elétrica tem nas regiões onde são inseridas. Além disso, é
importante que esse tipo de análise possa ser mais amplamente realizado para fins
de planejamento energético no país, e que possa contribuir para impulsionar o
desenvolvimento socioeconômico.
Outro ponto de necessidade de mais estudo foi levantado por Fuser (2015)
acerca das ações de cooperação ou parceria do Brasil com países sul-americanos
em energia solar e outras fontes não convencionais.
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo principal analisar o potencial
de criação de valor e postos de trabalho que os projetos energéticos renováveis
apresentam tanto no Brasil quanto na Suécia.
Entender o funcionamento deste mercado de energias renováveis torna-se
vital para garantir resultados frutíferos. O exemplo sueco nos mostra que a redução
da emissão de gases pode ser atingida dentro de uma mesma geração populacional,
mesmo em países com alto consumo energético industrial, e tais mudanças são
acompanhadas de crescimento econômico. O caso da Suécia demonstra que a
cooperação entre atores públicos e privados com objetivos claros e definidos
ajudaram no progresso do setor.
Partindo do pressuposto que a Suécia alcançou diversos benefícios políticos
e socioeconômicos, locais e regionais, com a ampliação de renováveis em sua
matriz, pretende-se com esse trabalho traçar um mapa comparativo para mensurar
os impactos no Brasil.
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4 REFERENCIAIS TEÓRICOS
Há uma forte correlação entre abastecimento energético e desenvolvimento
da economia segundo Kleinbach (2010) a fim de suprir as atuais necessidades
humanas. De acordo com Randow et al. (2009), a oferta de energia tem importante
papel no crescimento econômico do país e há necessidade de diversificação da
matriz energética mundial, historicamente baseada no petróleo e seus derivados.
Um dos objetivos da União Europeia é que todos os países membro
possuam uma proporção de 20% de energias renováveis em 2020. Outros objetivos
são 10% de energia renovável no setor de transportes, 20% de uso de energia mais
eficiente, e 40% em reduções de gases do efeito estufa.
A Suécia como parte da União Europeia está, portanto, submetida às suas
diretrizes, e pretende se tornar um país neutro em emissões de carbono em 2050. A
Suécia é um país que demonstra preocupação com o meio ambiente e vem
implantando políticas públicas de desenvolvimento sustentável desde a 1970,
incentivando pesquisas no setor energético e diversificação de sua matriz.
O país também é um dos integrantes de um sistema de integração
energética na região nórdica chamado de Nordpool, com a participação da Noruega,
Suécia, Finlândia e Dinamarca, tornando-se um exemplo para a integração regional
no setor.
No caso brasileiro temos mudanças profundas e promissoras na matriz
energética brasileira, com o governo federal investindo cada vez mais em pesquisa,
novas tecnologias, geração e distribuição de energia. No Brasil, o Plano Nacional de
Energia 2050 (ENERGIA, 2016) traz um conceito de segurança energética onde
percebemos a importância da segurança energética, uma vez que a seara engloba a
preocupação com o bem estar dos indivíduos e outros fatores sociais, além de
garantir o suprimento de energia para toda a população. Conforme cita Tolmasquim
et al. (2007), as economias que melhor se posicionam quanto ao acesso a recursos
energéticos de baixo custo e de baixo impacto ambiental obtêm importantes
vantagens.
O estudo de Santos (2015), feito para o Instituto de Pesquisa Econômicas
Aplicadas (IPEA) em 2015, concluiu que, apesar de o Brasil se destacar com 41% da
oferta interna de energia de natureza renovável, o país ainda investe pouco em
pesquisa. Outra observação importante do estudo é que a maior parte dos
investimentos se concentra na biomassa (55% do total dos recursos), seguido por
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12% em energias solar, eólica e marés, 8% em hidrelétricas, 7% em hidrogênio e os


outros 16% em energias renováveis em geral.
Segundo Santos (2015, p. 230)é razoável a concentração de investimentos
em biomassa, pois essa fonte é responsável por 17% de toda a oferta interna de
energia. Ainda segundo o mesmo estudo, o perfil dos projetos contratados, em
termos de valores, também é muito baixo em relação aos dos dois países
comparados, Estados Unidos e Alemanha.
O Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 (BRASIL, 2011) prioriza
fortemente a maior participação de energia limpa na expansão da demanda e da
oferta de energia elétrica no período 2011-2020, com 198% de aumento para fontes
renováveis, como Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), biomassa e eólica.
Dados do Ipea mostram que os recursos hídricos representam
aproximadamente 80% na matriz elétrica brasileira, sendo considerada uma fonte de
energia limpa. Contudo, a expansão do parque hídrico brasileiro através de grandes
projetos vem sofrendo crescentemente restrições na esfera da legislação ambiental.
Este é mais um dos fatores, além das consideráveis irregularidades do regime
pluvial brasileiro, que demonstram a necessidade de que a expansão na oferta de
energia brasileira se baseie também em outras fontes renováveis, diminuindo a
importância da fonte hídrica (BRASIL, 2011).
Todavia, a maioria dos projetos energéticos analisados pelo estudo de Santos
(2015, p. 252) está na faixa abaixo de R$ 100 mil (52% do total), enquanto os
projetos entre R$ 100 mil e R$ 500 mil correspondem a 32%. No outro extremo,
apenas cinco projetos estão na faixa entre R$ 10 milhões e R$ 23 milhões.
Enquanto estudos recentes estimam que o investimento no setor de energias
renováveis no mundo excederá US$ 10 trilhões nos próximos 20 anos, na maior
parte nos países em desenvolvimento.
Outro estudo importante e utilizado por vários pesquisadores sobre os
impactos das mudanças climáticas é o relatório de Stern (2007), que foi
encomendado pelo governo britânico em 2007. O autor estima que se os países não
agirem, os custos e os riscos da mudança climática serão equivalentes a perda de
pelo menos 5% do PIB mundial a cada ano e se tivermos impactos climáticos ainda
mais severos a perda pode chegar a 20% do PIB, criando danos em escalas
similares as grandes guerras por exemplo.
Stern (2007) afirma que os países devem se estruturar para que haja uma
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maior cooperação para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Em seu estudo é
possível obter explicações acerca das políticas mais adequadas e eficientes na
mudança da matriz energética, apontando ainda as oportunidades econômicas com
a utilização de novas tecnologias nessa seara.
Ainda, nas projeções para o futuro da integração energética, deve-se destacar
o Brasil como o único, entre os países sul-americanos, que pode exercer o papel de
“agente catalisador” desse processo (CASTRO; ROSENTAL; KLAGSBRUNN, 2014).
Fuser (2015, p.5) traz a importância desse tipo de integração:
Iniciativas desse tipo de integração reforçam a segurança energética dos
países compradores ou receptores, ao viabilizarem o aporte adicional de
recursos estratégicos para as atividades econômicas e o bem-estar da
sociedade. Além disso, a integração reduz custos e torna mais diversificada a
matriz energética, facultando a opção por fontes de energia com menor
impacto ambiental. ao mesmo tempo, favorece a arrecadação fiscal e o
desenvolvimento econômico e social nos países exportadores.

A integração energética deve incluir empreendimentos econômicos viáveis e


seguros, capazes de garantir a segurança energética e o abastecimento interno dos
países envolvidos. Além disso, deve também promover a sustentabilidade
socioambiental e os pressupostos para o desenvolvimento econômico e social da
região.
A integração energética da região pode contribuir para a redução de custos
na geração de energia, a diversificação da matriz energética e a segurança
energética.
O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado no âmbito da
Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas é o
reconhecimento da necessidade de criar incentivos para projetos de energia
renovável em países em desenvolvimento como o Brasil.
DONALDSON (2006) aponta que H. J. Morgenthau alega que as fontes
energéticas estão se tornando um dos fatores mais importantes na determinação do
poder político de uma nação e as considera como elementos de “hard power” no
cenário internacional.
Segundo Zakaria (2008), no realismo neoclássico a política externa é uma
variável dependente, já que incorpora a capacidade relativa de poder dos estados
com as percepções dos líderes de estados sobre esse poder. Zakaria afirma que os
líderes devem ter liberdade para direcionar os recursos estatais nas direções que
acharem necessárias (ZAKARIA, 2012).
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O teórico Michael Klare utiliza o realismo neoclássico, uma das correntes


realistas modernas que inclui variáveis da política doméstica e conceitos
construtivistas, para explicar o uso da segurança energética nas políticas externas
(ČESNAKAS, 2010).

5 METODOLOGIA
Será feito um levantamento dos dados da composição das matrizes
energéticas da Suécia e do Brasil de 2007 a 2017. Também será realizada uma
pesquisa qualitativa acerca do tratado de Parceira e cooperação estratégica
assinado em 2015 entre os dois países. Também será feito um levantamento das
políticas públicas de 2007 a 2017 relacionadas ao setor energético desenvolvidas
por ambos. As fontes de dados serão:
a) Plano Nacional de Energia 2030 do Governo Brasileiro,
b) Site do Ministério de Minas e Energias do Governo Brasileiro,
c) Site da Eletrobrás e site da Aneel.
d) Sites Eurostat da União Europeia,
e) Sites oficiais do governo sueco,
f) Sites e publicações da ONU e demais organizações internacionais
relacionadas ao tema, como IRENA, See4all, Unesco, Banco Mundial,
Agência Internacional de Energia, BNDES, FIPE e IPEA.
Será feito um levantamento e estudo sistematizado das obras e artigos que
tratam da segurança energética e diversificação da matriz energética do Brasil e
Suécia que abordam os impactos das políticas públicas para a diversificação da
matriz energética.
A abordagem do realismo neoclássico com Michael Klare, Fareed Zakaria, e
Giedrius Cesnakas será utilizada para analisar a importância da segurança
energética na política doméstica e externa dos dois países.
Além disso, utilizar-se-á o raciocínio dedutivo como procedimento
metodológico para analisar os ganhos relativos e absolutos que o Brasil terá com o
acordo internacional com a Suécia.

6 CRONOGRAMA
Partindo da revisão do projeto de pesquisa pretende-se seguir a redação dos
capítulos descritos abaixo:
013

1) Introdução
2) Matriz Energética Brasil e Suécia
3) Políticas Públicas Brasil e Suécia
4) Desenho do sistema Político para transição da matriz energética
5) Conclusão

Atividades /mês Ago/Dez Jan/Jun Jul/Nov Jan/Abr


2019 2020 2020 2021
1. Cumprimento de créditos
2. Revisão do projeto de pesquisa
3. Leitura e revisão bibliográfica
4. Redação da qualificação
5. Exame de qualificação
6. Redação da dissertação
7. Revisão e conclusão da
dissertação
8. Defesa da dissertação

7 REFERÊNCIAS
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Approach. Baltic Journal of Law & Politics, Artigo utilizado no projeto, v. 3, n. 1,
2010.
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014

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