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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
DISCIPLINA: SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES I
TELEFONIA
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8.2.8. Cabo Primário ...................................................................... 79
8.2.9. Cabo Secundário ................................................................. 79
8.3. Cabos e Fios Telefônicos ................................................................... 80
8.4. Degenerações do Sinal de Áudio ....................................................... 80
8.4.1. Atenuação ........................................................................... 80
8.4.2. Linha Condicionada (pupinização) ...................................... 83
8.4.3. Ruído Branco ....................................................................... 85
8.5. O Aparelho Telefônico ........................................................................86
8.5.1. Circuito de áudio .................................................................. 87
8.5.2. Processador de chamadas .................................................. 88
8.5.3. Circuito de Campainha ou Ring (Tone Ring) ....................... 89
8.5.4. Principais parâmetros para avaliação dos cabos ................ 90
9. Sinalização ....................................................................................................... 90
9.1. Sinalização de Assinante ................................................................... 91
9.1.1. Tom de Discar (TD) ............................................................. 91
9.1.2. Tom de Chamada (TC) ou Tom de controle de Chamada .. 92
9.1.3. Tom de Ocupado (TO ou LO) .............................................. 92
9.1.4. Tom de Número Inacessível (TNI) .......................................93
9.1.5. Corrente de Toque (CT) ...................................................... 93
9.1.6. Outros tipos ......................................................................... 93
9.2. Sinalização de Linha .......................................................................... 93
9.2.1. Tipos de Sinalização de Linha ............................................. 94
9.2.2. Descrição dos Sinais ........................................................... 94
9.3. Sinalização de loop ............................................................................ 95
9.4. Sinalização E & M Pulsada ................................................................ 96
9.5. Sinalização E & M Contínua ...............................................................97
9.6. Sinalização de Registro ......................................................................97
9.6.1. Sinalização Decádica .......................................................... 97
9.6.2. Sinalização Multifreqüencial Compelida ou MFC ................ 98
9.6.3. Sinalização DTMF e MFP ................................................... 103
10. Centrais privadas de Comutação telefônica (CPCT) ..................................... 103
11. Sistemas Multiplex .......................................................................................... 104
11.1. Modos de operação de um meio de transmissão ............................ 104
11.2. Conceito de Canal e Circuito ............................................................105
11.3. Circuitos a 2 Fios e a 4 Fios ............................................................. 106
11.4. Dispositivos Híbridos ........................................................................ 107
11.5. Conceito de Multiplexação ............................................................... 108
11.6. Tipos de Multiplexação .................................................................... 110
11.6.1. Técnica digital .................................................................... 110
11.6.2. Técnica analógica .............................................................. 110
12. Multiplexação FDM – Frequency Division Multiplex …………………………... 110
12.1. Canal Multiplex ................................................................................ 110
12.1.1. Representação Convencional ............................................110
12.1.2. Tipos de Canais Multiplex ..................................................111
12.2. Translação ou conversão de freqüências ........................................ 112
12.3. Modulação e Demodulação ............................................................. 112
12.3.1. Tipos de Modulação .......................................................... 113
12.4. Modulação em amplitude ................................................................. 114
12.4.1. Representação matemática do sinal modulado .................115
12.4.2. Percentagem de Modulação .............................................. 115
12.4.3. Faixas Laterais .................................................................. 117
12.4.4. Distribuição de Potência na Modulação em Amplitude ..... 118
12.4.5. Principais Processos de Modulação em Amplitude ........... 119
12.5. Demodulação em Amplitude ............................................................ 121
12.6. Princípio Básico do Multiplex por Divisão de Freqüência (FDM) ..... 122
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12.7. Banda Básica ................................................................................... 124
12.7.1. Conceito .............................................................................124
12.7.2. Estágios de Translação ..................................................... 125
12.7.3. Procedimento ..................................................................... 125
12.8. Representação das Bandas Básicas ............................................... 128
12.9. Sistemas de Transmissão Multiplex via Rádio ................................. 130
12.10. Representação de transmissão Multiplex ...................................... 135
Bibliografia ......................................................................................138
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1. HISTÓRICO DA TELEFONIA
Em todas as épocas, cada vez mais o homem tem procurado aprimorar a
comunicação, fator primordial para escrever a sua própria história. Nos tempos mais
remotos, a linguagem na forma de sons guturais foi único meio existente de exprimir
idéias e pensamentos de uma pessoa para outra. Essa forma de comunicação foi
desenvolvendo-se com o tempo, algumas em uso até hoje, sendo a mais importante
forma de comunicação existente.
A comunicação elétrica começou com a invenção do telégrafo, por Wheatstone
e Morse em 1837, o qual se expandiu por todo o mundo. A Telegrafia é uma
comunicação codificada (digital) direcional e que no Brasil teve na figura do marechal
indianista e pacifista Cândido Mariano Rondon o seu grande implantador,
especialmente na região norte do país.
Naquela época, a única maneira de ampliar a voz era colocando as mãos ao
redor da boca, em forma de cone, a fim de concentrar as ondas sonoras em direção
ao ouvinte. Foi daí que surgiu a idéia de construção do Megafone, em forma de um
grande cone, muito usado na comunicação de curta distância. Um outro aparelho
inventado, baseado nos mesmos princípios, foi a trombeta de ouvido. Esse aparelho
captava as ondas sonoras de uma área relativamente extensa e as concentrava no
ouvido.
Os esforços do homem para vencer a dissipação das ondas sonoras levaram-
no à construção de túneis sonoros entre prédios medievais. Um moderno avanço
dessa idéia é o tubo falante, usado em muitas casas e prédios antigos.
Com a evolução, foi necessário que a voz fosse transmitida entre cidades; o
meio científico percebeu que a resposta ao problema não estava na utilização da força
bruta, num esforço para ampliar o campo de ação da comunicação da voz.
Muitos estudiosos, cientistas e inventores tiveram uma idéia do que seria
necessário para providenciar a resposta à procura de um melhor meio de transmitir a
comunicação da voz. A invenção do telefone é atribuída a Alexander Graham Bell
(1847-1922), que em 1876 requereu a patente de sua invenção, denominada na época
de “melhoramento da telegrafia”. 20 anos antes, o francês Charles Bourseul (1829 –
1912), já havia mostrado o princípio da telefonia elétrica: uma placa móvel, interposta
num circuito cortado por suas vibrações acústicas, poderia gerar uma corrente que,
agindo à distância sobre outra placa móvel, poderia reproduzir a voz que fizesse vibrar
a primeira placa.
Em 1861, o físico alemão Philip Reis (1834-1874) construiu uma engenhoca
baseada no princípio anunciado anteriormente, mas que só transmitia tons musicais e
não era capaz de reproduzir a intensidade ou timbre da voz humana. O transmissor
consistia em um diafragma que vibrava com a pressão sonora, como mostra a Figura
1.1.
5
fenômeno, as linhas de forças do campo magnético do material são alongadas quando
o sentido da corrente na bobina é um, quando o sentindo é outro, o campo magnético
é comprimido. Com o alongamento e a compressão, produzia-se sons fracos no
material magnetizado, na verdade a invenção serviu apenas para produzir tons
musicais.
Porém, só Bell conseguiu transmitir a primeira mensagem telefônica e em 14
de fevereiro de 1876, na cidade de Washington, um procurador seu deu entrada no
pedido da patente, cujo diagrama é mostrado na Figura 1.2.
Poucas horas antes, no United States Patent Office, Elisha Gray (1835 – 1901),
também requereu patente de outro invento contendo a mesma finalidade. Outros
inventores e Gray entraram na Justiça contra Bell e depois de longa batalha judicial,
Bell acabou por ganhar a causa e entrara para história como inventor do telefone.
O invento de Bell foi o primeiro a utilizar uma corrente contínua cuja
intensidade variava de acordo de acordo com as vibrações de uma membrana. Seu
aparato, Figura 3, era transmissor e receptor ao mesmo tempo, sendo constituído por
um ímã permanente sobre o qual se enrolava uma bobina e cuja armadura era
formada por uma membrana de ferro. Ligando-se por meio de um fio as bobinas dos
eletroímãs dos dois aparelhos, tinha-se um Telefone.
6
vista, prontamente recusada por Bell, que conseguiu empréstimos bancários e criou
uma das maiores empresas do mundo, a BELL TELEPHONE CO.
1877 – D. Pedro II manda trazer dos Estados Unidos o primeiro telefone para
ser instalado no Palácio Imperial de São Cristóvão.
1889 – É dada a primeira concessão de uma linha telefônica no Brasil, sendo
instaladas também linhas telefônicas de aviso de incêndio com a central de bombeiros.
1893 – Já existiam no Rio de Janeiro 5 centrais telefônicas manuais com 1000
assinantes cada uma, e viabilizaram a primeira linha telefônica interurbana interligando
o Rio com Petrópolis.
1904 – Primeiros telefones em Natal.
1922 – O Rio já dispunha de 30.000 linhas instaladas, para uma população de
1.200.000 habitantes.Natal,com população de 45.000 habitantes, tem apenas 40
telefones
1923 – É constituída a primeira companhia telefônica, a CTB (Companhia
Telefônica Brasileira)
1932 – É criada a Repartição de Serviços Públicos e a Telefonia em Natal é
estatizada juntamente com Energia elétrica, Bonde e Lixo. João Sizenando Pinheiro é
o primeiro diretor. São 40 assinantes em Natal. Central operada por telefonistas
funciona na Ribeira.
1939 – É inaugurada a primeira estação telefônica automática, tendo sido
instaladas até então um total de 100.000 linhas de assinantes.
1945 – Já havia cerca de 1.000.000 de terminais no Brasil, operados por 800
empresas particulares, onde 75% dos serviços eram prestados pela CTB nos estados
do Rio, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. A presença militar americana no RN
provoca expansão de terminais :Natal passa a ter 400 linhas incluindo as implantadas
na Base de Parnamirim.
Até 1962 – O Brasil sofreu uma estagnação no crescimento da Telefonia, com
pouca oferta de linhas para a população. Eram muito freqüentes os
congestionamentos dos serviços telefônicos.
As comunicações internacionais estavam nas mãos das operadoras
estrangeiras Western Telegraph, Radional, Italcable e Radiobrás. As únicas operações
de telecomunicações em mãos do Estado eram a telegrafia, operada pelos Correios, e
algumas emissoras de radiodifusão de alcance nacional. A situação geral sob o
domínio de seis empresas estrangeiras revelou-se um desastre de ineficácia
1962 – Cria-se o CONTEL (Conselho Nacional de Telecomunicações), órgão
subordinado diretamente à Presidência da República, destinado a coordenar,
supervisionar e regulamentar as telecomunicações no país.
1963 – É inaugurada a TELERN Companhia Telefônica do RGN, empresa
estadual cujos objetivos principais são: ampliar a telefonia na capital e implantar a
7
comunicação interurbana envolvendo as principais cidades do interior do estado.
Governo de Aluísio Alves.
1965 - Cria-se a EMBRATEL (Empresa Brasileira de Telecomunicações) com a
finalidade de implantar e implementar os sistemas de longa distância no Brasil, para
interligar as capitais e grandes cidades entre si. É criado também o DENTEL
(Departamento Nacional de Telecomunicações), tendo como função a execução e
fiscalização das normas e diretrizes editadas pelo CONTEL. Estabeleceu-se uma
sobretaxa de 30% nas tarifas normais, com o propósito de se financiar a EMBRATEL
através do Fundo Nacional de Telecomunicações.
1967 – O governo cria o Ministério das comunicações para fixar a política
nacional das telecomunicações, assumindo a coordenação central do crescimento de
toda a Rede Nacional de Telefona, dos Correios e da Radiodifusão.
1972 – O Ministério das Comunicações cria a TELEBRÁS, emprese de capital
misto, reduzindo o número de empresas prestadoras de serviços para 28,
praticamente uma para cada estado e território do país. Com sua criação, a
TELEBRÁS começou a contribuir de forma expressiva para o crescimento do plano de
expansão nacional. AS Operadoras estaduais foram quase todas absorvidas pela
Telebrás, a TELERN passou a denominar-se Telecomunicações do Rio Grande do
Norte S.A. empresa de economia mista onde o principal acionista era a Telebrás,
Ministério das Comunicações.
1985 – O setor das telecomunicações tem uma taxa de crescimento econômico
da ordem de 7,5% sendo considerada por especialistas como a maior do mundo,
atingindo um índice de 96% na nacionalização dos equipamentos industrializados pr
empresas do setor.
1988 – Adotado o padrão AMPS pela TELEBRÁS para a telefonia celular
1990 – Tem início o primeiro serviço móvel celular do Brasil, no Rio de Janeiro.
1992 – O Brasil chega a instalar 14 milhões de linhas telefônicas, atingindo a
proporção de 10 telefones para cada 100 habitantes e a TELEBRÁS é afiliada como
membro internacional da CTIA.
1994 – A TELEBRÁS consegue cobrir com a telefonia celular todas as capitais
dos Estados e cerca de 250 cidades do país, Natal foi a segunda capital nordestina a
ter telefonia móvel celular.
1997 – O Brasil fecha o ano com cerca de 4,3 milhões de terminais celulares
em operação
1998 – A TELEBRÁS é privatizada.
8
Amapá)
Total 19,15
9
2005 50,5 39,8
10
1.2. Evolução da Telefonia Fixa em Natal RN (Telern-
Telemar)
11
Existem cerca de 85 URAs (Unidades Remotas de Assinantes) vinculadas às
Centrais-Mães acima apresentados espalhadas em Natal, garantindo para mais de
70% dos assinantes uma distância em par metálico máxima de 1 Km .
Nos entroncamentos ópticos predominam os sistemas SDH, STM-1 ou STM-4
com taxas de 155,2 e 622 Mbps.
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Serviços
Telemetria
Suplementares
Ligação à
Serviços 0800 Serviços 0800
cobrar
Radiofone Home Banking Home Banking
Telefone com
Telex Internet Celular
fichas
Telefonia Facsimilie Telex Dados Dados
Telefone a Telefone a
Telegrafia Telegrafia Telefonia Facsimilie
cartão cartão
Comunicações
Telegrafia Telefonia Paging
Móveis
Telegrafia Satélite Voice Banking
Vídeo
Satélite Telex
conferência
Serviços
Facsimilie Satélite
Suplementares
Telefonia Paging
Telegrafia TV a Cabo
TV a Cabo Facsimilie
Telefonia
Telegrafia
Disqueamizade
Fax colorido
Telemedicina
Evolução dos serviços de telecomunicações. Fonte: Telecommunications Switching Traffic and Networks,
J.E. Flood, Prentice Hal International,2005.
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Nos últimos anos do monopólio Telebrás, a “holding” passaria a ser conhecida
não por sua missão formal (estender os serviços públicos de telecomunicações a
todos os brasileiros), mas por sua ação na prática: restringir ou mesmo reprimir a
demanda.
A deterioração dos serviços, particularmente de telefonia, combinada com a
impossibilidade na prática de obter melhora de serviços através de ações legais dos
consumidores - havia uma única empresa provedora de serviços, que também era a
reguladora da concessão - favoreceu os argumentos pró-privatização em um contexto
de uma imensa demanda frustrada em que só era possível obter linhas fixas ou
ativação celular a curto prazo no mercado paralelo de linhas telefônicas.
De certo modo reproduzia-se a mesma situação de quando a telefonia estava
em mãos de operadoras estrangeiras ou de pequenas empresas privadas - só que
num cenário de escala muito maior e de grandes mudanças tecnológicas no setor a
nível mundial. Alguns dos argumentos que serviram para a estatização de 1962 em
diante, serviam agora para a reprivatização dos serviços.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi instalada com a missão
de viabilizar um novo modelo para as telecomunicações brasileiras, principiando com a
definição e a execução do processo de privatização do Sistema Telebrás. Com a
privatização, o papel fundamental da Anatel passou a ser o de regulamentação,
outorga e fiscalização de serviços de telecomunicações no país.
As concessionárias passaram então a responder perante a Anatel pela
qualidade dos serviços e pelas metas estabelecidas nos contratos de concessão.
Estão entre as determinações nos contratos: prazos máximos para instalação e reparo
de linhas a partir da solicitação do ciente;distribuição de orelhões em todas as áreas
de localidades acima de 500 habitantes, índice de perda de chamadas por
congestionamento máximo adimitido em torno de 3%,etc. Todas as localidades com
pelo menos 100 habitantes morando numa mesma área devem ter um telefone público
para atendimento.
Não é surpresa saber que uma das tarefas da Anatel tem sido multar as
concessionárias por não cumprimento das metas de qualidade e extensão dos
serviços. Note-se que algumas das empresas transnacionais controladoras de
serviços no Brasil são também multadas em seus países-sedes. De acordo com El
País (22 de julho de 2000) a Telefónica acumulava na época, na Espanha, por
exemplo, um total de aproximadamente US$20 milhões em multas entre fevereiro de
1995 e julho de 2000, por falhas como atraso na entrega de linhas, cobrança indevida,
obstáculos ilegais à entrada de competidoras, quebras de contrato e outras.
Lamentavelmente a quantidade de engenheiros no quadro da ANATEL é ainda
muito restrita o que limita a ação do referido órgão.
No Brasil, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) de São Paulo já recebeu
desde a privatização mais de 110 mil reclamações sobre serviços de telefonia. O Idec
estima que há pelo menos uma nova reclamação chegando aos órgãos de defesa do
consumidor do país contra concessionárias de telefonia a cada 15 minutos.
Neste contexto, é possível que as metas da Anatel (ver abaixo) não cheguem a
ser alcançadas nos prazos estipulados. E há um agravante: além da duvidosa
qualidade do serviço, as curvas de crescimento de demanda estão se achatando em
um país de extrema concentração de renda e, somente pelas leis do mercado, é muito
provável que não haverá consumidores suficientes para pagar por 120 milhões de
linhas (entre linhas fixas e móveis) em 2007.
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2.1. Alcance das Redes de Telecomunicações no
Brasil
Telefonia fixa
Telefonia celular
É mais difícil prever o alcance da telefonia celular no país nos próximos anos
devido à rápida mudança de tecnologia, que envolve, entre outros elementos, a
mudança rápida de padrões tecnológicos para fazer convergir as comunicações de
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dados e de voz, tornando o telefone celular em um sistema de comunicação pessoal
(PCS) e possivelmente indo além, tornando-se uma estação de comunicações digitais
portátil abrangendo dados, áudio e vídeo interativos.
Um cenário possível, dada a concentração de renda extrema no país, é a
coexistência por muitos anos do telefone celular digital básico (basicamente usado
para voz e limitado a troca de dados em baixa velocidade) e de PCSs sofisticados
permitindo uso interativo de multimeios com grande largura de banda.
Fibra óptica
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(23 mil km de extensão) e Global Crossing (18 mil km) circundando a América Latina -
ambos já em operação, com capacidade bruta regional de mais de um Tb/s (terabits
por segundo) cada.
. A redução de tarifas e expansão da telefonia móvel celular, além da saturação
no mercado, conduziu à diminuição do crescimento de telefones fixos, no RN, por
exemplo, a Telemar tem tido redução na quantidade total de telefones em serviço
desde o ano de 2002.
O texto a seguir do professor A.Favaro ilustra a evolução da telefonia.
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18
Diagrama Típico de uma Rede de Acesso para Telefonia.
19
Túnel de cabos da rede primária na Estação Centro Telemar-Oi,Natal RN.
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3. FUNDAMENTOS DE ACÚSTICA
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Resposta em freqüência do ouvido humano
3.2. Inteligibilidade
Diversos estudos foram realizados para determinar qual a faixa de freqüências
mais apropriada, sob o ponto de vista econômico e de qualidade, para as
comunicações
Para fonia (transmissão de voz), foram basicamente levados em conta os
seguintes fatores, resultantes das características da voz e do ouvido humano:
inteligibilidade e energia da voz.
A inteligibilidade é definida como o percentual de palavras perfeitamente
reconhecidas numa conversação. Verificou-se que na faixa de 100 a 1,5 KHz estava
concentrada 90% da energia da voz humana, enquanto que na faixa acima de 1,5 KHz
estava concentrada 70% da inteligibilidade das palavras.
Baseado num compromisso entre estes dois valores, foi escolhida a faixa de
voz entre 300 e 3,4 KHz para comunicações telefônicas, o que garante 85% de
inteligibilidade e 68% de energia da voz recebida pelo ouvinte. Para transmissão de
música, no entanto, é necessário uma faixa bem maior, de 50 Hz a 10 Khz.
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Considerando esse fato, os sistemas telefônicos em geral foram projetados e
construídos no mundo todo para atender bem ao espectro definido para telefonia
simples, assim os aparelhos telefônicos têm boa resposta nas cápsulas transmissora e
receptora para a parcela de energia da voz humana que se situa entre as freqüências
de 300 e 3,4 Khz, garantindo 85% de inteligibilidade.
Na concepção da rede telefônica de cobre foi estabelecido a corrente mínima
de funcionamento igual a 25mA, considerando a tensão DC padronizada para a
grande maioria dos Países de 48 V,tem-se a resistência total máxima de 1.920 Ohm. A
Resistência do telefone é de 500 Ohm,daí a resistência máxima da linha deve ficar em
torno de 1.920-500=1.420 Ohm.
Para um par de fios #26 tem-se 40 Ohm / mil pés, passando para o sistema
métrico chega-se a uma distância máxima de 5,4 km. A grande maioria das linhas
existentes está nesse limite. Linhas instaladas acima desse limite correm o risco de
não conseguirem fazer sinalização.
Esse limite pode ser ampliado um pouco com utilização de fios mais grossos ou
implantação de amplificação eletrônica.
A chamada eletronização da rede telefônica com utilização de extensores de
enlace e amplificadores de voz expostos a altas temperaturas, entretanto, se revelou
como uma opção de custos elevados em termos de manutenção e só tem sido
implementada em casos extremos. A implantação de linhas longas, como nos casos
de atendimentos a granjas situadas na periferia das grandes cidades também é sujeita
a constantes roubos em função do aproveitamento financeiro do cobre.
A evolução da utilização da rede telefônica para outros serviços, especialmente
a comunicação digital de dados em alta velocidade conduziu naturalmente à
necessidade de utilização de bandas passantes superiores a 3,4 KHz. Na seqüência
da Apostila iremos explicar melhor como essa adaptação a bandas mais largas foi
efetuada na rede telefônica especialmente com a redução da extensão da rede de
acesso metálica pela utilização de URAs e adoção de dispositivos XDSL.
23
Quando as vibrações sonoras incidem sobre a membrana, fazendo-a vibrar,
este movimento comprime mais ou menos os grânulos, diminuindo ou aumentando a
resistência, com uma correspondente vibração na corrente no mesmo ritmo das
vibrações sonoras. Esta variação da corrente produz uma potência elétrica, que às
vezes é maior que a potência acústica aplicada na vibração da membrana, fazendo
com que a cápsula se comporte como um amplificador.
A cápsula de carvão é o microfone mais barato, porém apresenta algumas
restrições:
- Produz uma distorção maior que a dos outros microfones.
- Tem uma sensibilidade que varia com a freqüência, atenuando muito as
baixas freqüências.
24
Transformação de energia elétrica em acústica (cápsula dinâmica)
25
mesmo é maior que a de saída), ou amplificar o mesmo (significa que a potência do
sinal de entrada é menor que a de saída).
Se considerarmos como relação de potência M de um quadripolo a razão entre
a potência de saída e de entrada do mesmo, ao ligarmos em série N elementos do
sistema de transmissão, conforme a figura abaixo, poderemos calcular a relação de
potência total do sistema.
Quadripolos em série.
Como sabemos:
então:
ou ainda:
4.2. Decibel
Como vimos, poderemos então ter a relação entre as potências de entrada e
saída de um quadripolo apresentando atenuação ou amplificação. Se tomarmos o
logaritmo decimal dessa relação, estaremos definindo o BELL (B).
Na prática, devido a esta unidade ser muito grande, adota-se uma subunidade,
o decibel (dB).
Onde
26
IMPORTANTE:
Exemplo 1:
Solução:
Exemplo 2:
Solução:
27
Como já vimos, ganho e a atenuação são expressos em dB, porém com sinais
opostos.
A fim de evitar erros nos cálculos de amplificação de quadripolos em série,
costuma-se expressar a atenuação com valor negativo e o ganho com valor positivo.
Exemplo 3:
Solução:
Exemplo 4:
Solução:
28
G = 47 dB
4.3 – dBm
Uma potência qualquer P pode ser expressa em termos da razão entre esta
potência P e um valor de referência fixo. O valor da potência de referência é o mais
variado possível, de acordo com o propósito a que se destina, como por exemplo: pura
transmissão de energia elétrica adota-se 1 kW, enquanto que para acústica é usado
10-16 W; em Telecomunicações a potência de referência é 1mW.
Se considerarmos na expressão:
Exemplo 5:
Solução:
29
Exemplo 6:
Solução:
Exemplo 7:
Solução:
Exercícios:
30
4.4. dBu (ou dBv)
Se na equação de definição de dB, substituirmos a potência por seu valor em
função da tensão U e da impedância Z, obteremos:
(1)
Substituindo estes valores na Equação (1), obteremos uma potência (dBm) relativa
à uma tensão de 0,775, aplicada sobre uma impedância de 600 Ω:
(2)
31
Ábacos para conversão de tensão em dBu e vice-versa
Se a impedância não for 600 Ω, a potência em dBm será a leitura em dBu mais
um fator de correção, dado por:
32
Exemplo 8:
Solução:
Exemplo 9:
Solução:
+5dBm – 9 dB = -4 dBu
4.5. dBr
Esta unidade é usada para referir o nível de sinal, em qualquer ponto de um
sistema de transmissão, com relação a um ponto arbitrário do sistema, chamado ponto
de nível relativo zero. O dBr difere da unidade dB pois, enquanto esta última é usada
somente para indicar a amplificação ou atenuação de um quadripolo, dBr é utilizado
para expressar a amplificação ou atenuação total que existe entre pontos arbitrários e
um ponto de referência fixo, num sistema de transmissão. Deve-se notar que a
unidade dBr não fornece nenhuma informação sobre o nível de potência absoluta no
ponto, pois esta é função da potência absoluta no ponto de referência.
A figura abaixo apresenta o diagrama de nível relativo de uma linha de
transmissão imaginária, na qual B é o ponto de referência de nível relativo zero.
33
É importante se notar que o ponto de nível relativo zero não indica
obrigatoriamente um ponto físico no sistema de transmissão, podendo ser um ponto
hipotético, como o da figura abaixo, onde o ponto de nível relativo zero não está
fisicamente indicado, pois está no meio do amplificador de 4 dB.
O dBr é menos utilizado que o dBm.
34
- O dBd : usado para expressar o ganho de uma antena em relação ao
DIPOLO de meia onda. O dipolo de meia onda é a antena ressonante mais simples e
fácil de ser construída e por isso é muito usada como referencia. Em espaço livre, o
ganho do dipolo de meia onda é de 0 dBd = 2,15dBi
Melhorar a transmissão
Fazer com que o sinal percorra corretamente toda a linha telefônica.
Reduzir a atenuação
Evitar que o sinal perca força com a distância.
Reduzir a distorção
Manter a boa qualidade da voz.
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isso, quando as correntes elétricas são fortes, o sinal telefônico de um fio passa a
interferir mais fortemente nos vizinhos -fenômeno da “diafonia” ou “cross-talk”.
Isso quer dizer que para aumentar a corrente elétrica, seria necessário afastar
os fios uns dos outros nos postes, o que criaria muitos problemas. Como já havia uma
rede telefônica constituída, aumentar a força das correntes elétricas nos fios
significava mudar todos os postes de lugar. Assim, por motivos práticos, os técnicos,
em 1890, desistiram dessa idéia descartando também o aumento de potência dos
transmissores.
Aumentar a sensibilidade do receptor tampouco seria uma solução, já que não
resolveria problemas como sinais telefônicos fracos, distorcidos e cheios de ruídos;
pelo contrário, só tornaria sua transmissão mais potente agravando ainda mais a
situação.
Concluiu-se então que a solução deveria estar na mudança da própria linha de
transmissão. A partir de 1892, com a idéia de amplificar o sinal em pontos
intermediários, foram instalados os “repetidores” (repeaters) – sistema utilizado com
sucesso nos telégrafos. Repetidor era uma estrutura formada por um receptor e um
transmissor que, encostados um ao outro, recebiam os sinais telefônicos que eram
transmitidos com mais força.
No entanto, este sistema ainda não resolvia os problemas de ruídos e
distorção; pelo contrário: cada vez que o sinal telefônico passava pelo repetidor,
mesmo ganhando força, perdia qualidade.
Em meados de 1890, William Thomson, mais conhecido como Lord Kelvin,
desenvolveu uma teoria sobre a atenuação dos sinais telegráficos com a distância,
levando em conta duas propriedades dos fios: resistência e capacitância. Analisando
estas duas propriedades elétricas das linhas, ele concluiu que havia um limite na
distância que os sinais telefônicos poderiam alcançar e que isso dependia,
principalmente, da resistência dos fios.
Uma solução possível e eficiente seria a substituição da fiação por fios de
cobre, o que constituía, porém, uma alternativa um pouco cara. Primeiro porque,
quanto mais distantes as linhas, mais grossos deveriam ser os fios, e depois porque
seria preciso trocar os postes existentes por outros que suportassem o peso desta
nova fiação. Com isso, sob o ponto de vista prático, parecia ser inviável construir
linhas que ultrapassassem 800 milhas, ou 1.300 km.
Saiba mais...
36
Podendo, portanto, diminuir a atenuação A reduzindo a resistência R e a capacitância C, ou
aumentando a indutância L da linha.
Saiba mais...
No caso dos sinais telefônicos, a condição básica para que o sinal passe de um
cabo ao outro sem reflexão é, igualmente, que ambos os lados tenham a mesma
impedância – característica elétrica que depende da resistência, capacitância e
indutância dos dois sistemas.
Quando há uma corrente contínua em um fio, temos a seguinte relação:
I=V/R
Quando a corrente é alternada, vale uma relação bastante semelhante, mas no
lugar da resistência R é utilizada a impedância Z. Então temos:
I=V/Z
A impedância é dada por uma fórmula complicada e depende da freqüência f
da corrente alternada. Quando a capacitância é baixa, a fórmula é esta:
37
teoria de Heaviside que passava a ser adaptada aos problemas práticos da telefonia,
de maneira independente pelos pesquisadores: Michael I. Pupin e George A.
Campbell, pesquisador da American Telephone & Telegraph (AT&T) – empresa
sucessora da Bell.
A idéia de colocar bobinas em intervalos regulares, aumentando a indutância
da linha, foi patenteada pelo físico inglês Sylvanus Thompson em 1891, o que fez um
especialista em patentes da própria AT&T acreditar, em 1899, que não seria possível
patentear o sistema de Campbell.
Thompson que pensou na colocação de bobinas conectando pares de fios
telefônicos, ao invés de intercalá-las em série, não determinou as propriedades e o
espaçamento necessário às bobinas.
Campbell estudou detalhadamente a teoria das linhas de transmissão, obtendo
seu título de doutor na Universidade de Harvard em 1901 com um trabalho sobre o
tema. Porém, antes que chegasse a resultados práticos definitivos, Pupin obteve uma
patente para o método.
Michael I. Pupin
38
A expressão abaixo indica com detalhes a atenuação que ocorre em um sinal
com freqüência ω que á transmitido numa linha telefônica com resistência equivalente
r,Indutância L, capacitância C e condutância G
1
α = [( ) [
rG − ω 2 LC + (rG − ω 2 LC ) 2 + ω 2 ( LG + rC ) 2 ] }1 / 2
2
Outro fator que sofre com a pupinização é o retardo (delay), a figura seguinte
ilustra esse aspecto, que consagra a pupinização como inviável para transmissão de
dados em altas velocidades.
39
A partir do final dos anos 90 a fibra óptica caiu de preço e se consolidou como
o meio de transmissão mais eficiente para interligação entre centrais. Dessa forma
todas as centrais em Natal e nas principais capitais do Brasil são hoje 100%
interligadas (dentro de cada capital) por fibra óptica com transmissão digital de sinais.
A fibra tem atenuação baixíssima e pode interligar centrais a distâncias de até cerca
100 km sem regeneração.
5. VOIP E TELEFONIA IP
VoIP é a comunicação de Voz sobre redes IP. Essas redes podem ser de 2
tipos:
40
Telefonia IP
41
Mobilidade Limitada a casa do Acesso em qualquer lugar
usuário do mundo, desde que
conectado a Internet
Número Telefônico Associado ao domicílio Associado à área local do
do usuário número contratado
Chamadas locais Área local do domicílio Área local do número
do usuário contratado
Da mesma forma que na Internet, os serviços VoIP são Nômades, ou seja, não
importa qual a localização física do prestador do serviço VoIP ou do usuário para que
o serviço seja utilizado. O número telefônico, no entanto, não é nômade e está
associado à área local do número contratado.
Os serviços VoIP utilizam telefones apropriados para as redes IP, e que são
muito diferentes, em complexidade, dos telefones analógicos convencionais, por
serem digitais e possuírem recursos semelhantes àqueles encontrados nos
computadores. Normalmente utilizam-se os seguintes tipos de telefones IP:
Regulamentação
42
• Classe 3: uso de comunicação VoIP irrestrita, com numeração fornecida
pelo Órgão Regulador e interconexão com a Rede Pública de Telefonia
(Fixa e Móvel). Neste caso o prestador do serviço de VoIP deve ter pelo
menos a licença STFC.
Nós e Arcos
43
• Codificador: elemento nem sempre presente em uma comunicação.
Tem como função, a partir do sinal recebido da fonte, produzir um
embaralhamento da mensagem usando um código específico, para que
durante o trânsito da informação haja maior dificuldade de interpretação
da mensagem original por um elemento não autorizado. Portanto,
proporciona sigilo na mensagem, haverá tanto maior sigilo quanto
melhor for o grau de complexidade da codificação. Entregará a
mensagem ao emissor;
44
• Canal: todo o conjunto de elementos que se encontra entre a fonte e o
destinatário. Para o caso de um sistema de telecomunicações será todo
o software, hardware, fiações e quaisquer equipamentos que se
encontrem entre a fonte e o destinatário. Na prática chama-se, por
exemplo, de canal telefônico ao meio físico que interliga dois pontos
com disponibilidade de transmissão e recepção para a faixa de 0,3 a 3,4
KHz. Já canal de RF é a banda disponível na faixa de rádio freqüência
podendo transmitir um ( caso de um rádio monocanal) ou mais canais
(rádio multicanal) telefônicos. O canal telefônico muitas vezes é
chamado “canal de voz”.
45
A interligação de telefones se tornou complexa com enorme quantidade de fios,
cada telefone instalado alterava todos os outros.
46
Telefonista em uma central de comutação manual
47
6.5.1. Centrais Eletro-mecânicas
Uma funerária entra para a história – Em 1889 a rede telefônica de Kansas City
era servida por uma única central manual. O Sr, Almon B. Strowger, estava
exasperado, pois sendo um agente funerário, via seus negócios declinarem porque a
esposa do seu concorrente, que era telefonista da central, ao atender às famílias
enlutadas e solicitada a ligar para uma agência funerária, naturalmente conectava as
ligações para a agência do seu marido.
O Sr. Strowger, então, que não era nenhum técnico, mas desafiado pela
sobrevivência do seu negócio, desenvolveu e patenteou um comutador telefônico
automático no ano de 1891, que por movimentação de escovas na direção vertical e
associado a rotação fazia a comutação para 100 posições em um banco de contatos
em uma superfície cilíndrica. Diz-se que ele se inspirou no movimento dos braços das
telefonistas na mesa telefônica, ao plugarem os cordões nas linhas de assinante. Seu
sistema, com o mesmo nome (Strowger), foi utilizado durante muitos anos.
As primeiras interligações automáticas entre os usuários passaram a ser
efetuadas em curtas distâncias (ligações locais), ficando ainda as ligações de longas
distâncias (interurbanas) estabelecidas por telefonistas. Para tornar o processo
automatizado, cada usuário passou a receber um número próprio e único, e que por
meio de um disco com 9 dígitos cada usuário poderia fazer a conexão automática com
o usuário desejado, bastando para isso discar a seqüência de números do assinante
do sistema.
As primeiras centrais de comutação automática foram projetadas com sistemas
de comutação que empregavam dispositivos eletro-mecânicos, utilizavam sistemas
similares a relés com mecanismos que comutavam linhas e colunas para selecionar o
número a ser conectado.
48
Em 1915, baseada em idéias e experimentos do engenheiro superintendente
da rede telefônica de Estocolmo, Axel Hultman, a Lars Magnus Ericsson executou uma
instalação utilizando um seletor de 500 linhas, com capacidade total para atendimento
de até 1000 terminais.
O seletor de 500 linhas estava totalmente desenvolvido em 1919 e, em 1923,
as primeiras centrais automáticas foram colocadas em funcionamento com a utilização
do seletor eletromecânico de 500 linhas, base de um sistema denominado de AGF.
Dentre os principais problemas que as centrais eletro-mecânicas passaram a
apresentar, um dos que passou a chamar muito a atenção foram as dimensões
exageradas que esse tipo de central tinha. Portanto, passou-se a ambicionar um
modelo de central que apresentasse dimensões reduzidas, principalmente devido a
crescente quantidade de assinantes do sistema.
Esse tipo de preocupação somente poderia ser solucionado com o advento das
centrais eletrônicas.
49
Discagem abreviada;
Transferência de chamadas;
Restrição às chamadas recebidas;
Conta telefônica detalhada;
Identificação de chamadas maliciosas;
50
Convém destacar que a ocorrência de congestionamento muitas vezes é
provocada por defeitos em circuitos das centrais telefônicas ou ainda dos sistemas de
transmissão que interligam as diversas centrais. As Operadoras de Telefonia dispõem
de um sistema de monitoramento on line que afere a taxa de congestionamento por
rota ( exemplos: Natal São José do Mipibú, Mossoró Natal, Natal Mossoró) .
Cada vez que essas taxas superam um patamar em torno de 3% é feito um
cruzamento com a possível existência de outros alarmes e daí se conclui se a causa é
o crescimento real de tráfego ou o bloqueio de algumas vias de escoamento devido
defeitos. Providências decorrentes,são então tomadas.
51
Representação de uma Central Local
A central local evoluiu em tecnologia ao longo dos anos passando das centrais
manuais- operadas por telefonistas- para as centrais automáticas eletromecânicas
(passo a passo, barras cruzadas foram as principais) e finalmente para a tecnologia
digital (CPA-E e CPA-T) desde os anos 80.
52
53
O diagrama seguinte ilustra sinteticamente a sinalização que precede a
execução de uma ligação telefônica com total controle executado pela central.
54
A rede de acesso corresponde ao trecho entre o terminal do assinante e o
primeiro nó, no caso da telefonia, o nó é a central telefônica e esse trecho ainda é
caracterizado pela forma analógica que predomina na maioria dos casos.
Normalmente são utilizados cabos com pares metálicos trançados. A rede de
transporte é o trecho entre nós distintos, ou seja, corresponde á interligação entre
diferentes centrais. A figura a seguir ilustra a evolução do processo de digitalização
que ocorre em todo o mundo.
A primeira figura corresponde a um sistema totalmente analógico que
predominou no Brasil até o final dos anos 80. na figura seguinte ainda se apresenta a
rede de acesso analógica e também centrais analógicas,mas já temos a rede de
transporte digitalizada. Na terceira linha as centrais também estão digitalizadas,
permanecendo apenas a rede de acesso analógica - essa é a situação predominante
no Brasil atualmente. Finalmente a quarta figura com todos os trechos
digitalizados,inclusive o aparelho telefônico, essa fase está em gradual implementação
em nosso país,correspondendo por exemplo ao uso de terminais RDSI ou DVI como
denominou a Operadora Telemar-Oi.
55
7.2. Centrais Tandem
Eventualmente, após a conveniência da utilização de centrais de comutação
para gerenciar as comunicações telefônicas, elas começaram a “pipocar” em
diferentes localidades de uma mesma região, ou ainda, em países diferentes. Uma vez
que centrais locais estejam estabelecidas em localidades diferentes surgirá a
necessidade de estabelecer a conexão entre elas, para que pessoas de pontos
remotamente afastados possam conversar entre si. As primeiras centrais locais foram
interligadas diretamente entre si de forma aleatória, conforme a necessidade de
conversação foi surgindo.
Com o constante aumento do número de assinantes, tornou-se insuficiente
somente o uso das centrais locais diretamente interligadas entre si, porque isso estava
acarretando o aumento indiscriminado de cabos de interligação, agora entre as
centrais, ocorrendo o mesmo problema inicial que havia havido com os telefones,
gerando altos custos financeiros para efetuar essas interligações e problemas
técnicos.
56
entre si por cabos troncos. Desde meados dos anos 90 a interligação entre centrais
predominantemente é efetuada através de fibras ópticas, havendo necessidade de
transformar os sinais elétricos em sinais ópticos. Essa transformação normalmente é
efetuada com sinais já digitalizados.
57
As centrais Tandem se subdividem em centrais Tandem Locais, que interligam
Centrais Locais entre si e s centrais Tandem Interurbanas (denominadas Centrais
Trânsito) , que interligam centrais do tipo Interurbana, que estudaremos a seguir.
As interconexões entre centrais, sejam elas por linhas de junção ou por
centrais Tandem são denominadas “Rotas”. As linhas de junção que possuem
interligação direta entre centrais específicas são chamadas de Rotas Diretas”, são
necessárias por terem alto tráfego de interesse entre elas, como é o caso que
acontece entre a Central Local 1 e a Central Local 2. Veja a Figura 6.5
Por sua vez, por exemplo: as rotas 1-T e T-2 (Central Local 1 Tandem e
Central Local 2) são consideradas “Rotas Alternativas”, via Central Tandem, entre a
central número 1 e 2.
58
Representação de ligações diretas entre Centrais Locais
59
Estrutura das Centrais de Trânsito
60
Centro Classe V (Local): Centro de comutação onde são ligadas: a redes de
assinantes e os troncos de conexão a outros centros locais, ou mesmo ao centro de
trânsito de área. É o centro de comutação hierarquicamente mais baixo.
Centro de Trânsito Classe IV: Centros onde ligam-se os centros locais ou
linhas de assinantes. São as Centrais Tandem locais ou Mistas.
Centro de Trânsito Classe III: Centros onde ligam-se os circuitos que
constituem as rotas finais de centros classe IV, centros locais ou ainda linhas de
assinantes, podem ser Centrais Mistas ou Tandem Locais.
Centro de Trânsito Classe II: Centros onde ligam-se os circuitos que
constituem as rotas finais de centros classe III. São as Centrais de Trânsito
Interurbano. Necessariamente não têm a função de interligar centrais entre si, apenas
são trânsito para o tráfego de comunicação.
Centro de Trânsito Classe I: Centro onde ligam-se os circuitos que
constituem as rotas finais de centros classe II. Representa o nível mais elevado da
rede interurbana. Essa central tem acesso a pelo menos uma central que processa o
tráfego internacional.
Centro de Trânsito Internacional: Centro onde ligam-se os circuitos que
constituem as rotas finais de centros de no mínimo um Centro da Classe I. São
responsáveis pelas comunicações internacionais e concebidas com Centrais
denominadas Internacionais.
61
Representação de Rotas Normais e Transversais
Um feixe de circuitos pode ser calculado para escoar todo o tráfego entre dois
centros de comutação (feixe direto), ou, apenas, parte dele, sendo que neste último
caso, o tráfego em excesso é desviado para um feixe alternativo. Os feixes ou rotas
mais curtas são diretos quando economicamente justificáveis, como, por exemplo,
entre dois centros de área adjacentes.
62
Visão simplificada das conexões entre as principais centrais telefônicas em funcionamento do
RN, sistemas fixos e celulares.
63
Exercício:
1- Montanhas e Sagi.
2- Nova Cruz e Luis Gomes.
64
Equipamentos de transmissão e banco de baterias ao fundo.
65
7.9. Estação Telefônica Local e Interurbana
O diagrama abaixo ilustra a constituição de uma estação telefônica típica onde
a Unidade de Supervisão de Corrente Alternada (USCA) é um quadro de comando
automático que dá prioridade à conexão 380 V trifásico via rede da Concessionária
Pública de Energia, no caso de falha em um ou mais fases dessa rede, então um
comando é gerado para acionar um grupo motor-gerador trifásico (normalmente à
diesel) que passa a gerar energia AC 380 V trifásica em vazio.
A USCA monitora a estabilização de freqüência e tensão das 3 fases e ,quando
essas estão dentro dos padrões pré-definidos (cerca de 3 minutos) , ocorre a
transferência de carga e os retificadores passam a ser alimentados pelo GMG.
No intervalo em que os retificadores estão sem alimentação, o banco de
baterias descarrega parcialmente e mantém ininterrupta a alimentação da central
telefônica e equipamentos de transmissão.
Se a rede da COSERN normaliza, então a USCA, após um tempo de garantia
de estabilização (cerca de 3 minutos) retira a carga do GMG e transfere novamente
para a rede prioritária da COSERN.
Sempre que existe AC alimentando os retificadores, então as baterias ficam no
regime de “flutuação”, atuando como uma espécie de filtro adicional que minimiza a
ondulação “ripple”da onda retificada de -48 Volts.
O Multiplex é um equipamento que visa possibilitar a transmissão de diversos
canais telefônicos em um único meio de transmissão, no caso exemplificado na figura
esse meio é o canal de RF, ou seja uma portadora na faixa de UHF ou SHF para
transmissão e outra com freqüência diferente para recepção ambas operando
normalmente em uma mesma antena direcional (parabólica , ou helicoidal,
principalmente). A Multiplexação pode ser do tipo FDM (Frequency Division Multiplex)
ou TDM (Time Division Multiplex).
Diagrama Simplificada de uma estação telefônica com conexão interurbana via Multiplex
66
Transceptor (Transmissor + Receptor) e a antena são substituídos por um conversor
eletro-óptico e pelo cabo contendo fibras ópticas. O sinal transmitido deixa de ser de
radio-freqüência (RF) e passa a ser um sinal óptico (laser).
Na medida em que a capacidade e a importância da central telefônica diminui,
o sistema esboçado na Figura 6.12 sofre naturais simplificações visando reduzir
custos de implantação, assim, por exemplo, em localidades com apenas uma central
telefônica e menos de 2.000 terminais telefônicos o GMG e a USCA eventualmente
não são instalados. Nesse caso, o banco de baterias assume uma responsabilidade
maior de garantir a autonomia do sistema nos períodos de falta de AC.
Convem destacar que todas as estações são telesupervisionadas, as principais
anormalidades existentes nos equipamentos são imediatamente visualizadas através
de um painel central de controle. Dessa forma, se faltar energia AC, ocorre o alarme
de “bateria em descarga” e a concessionária de energia elétrica é cobrada
imediatamente para solucionar o caso, em casos de demora na solução pela
concessionária elétrica, então um GMG móvel é conduzido até o local.
67
Detalhe das antenas parabólicas, Helicoidais e Yagi utilizadas em rádio-enlaces ponto a ponto
UHF e SHF da Estação Martins (RN)
68
8. Características da Rede Telefônica
8.1. Rede de Assinantes (Rede de Acesso)
Antigamente, as redes telefônicas eram formadas por fios desencapados de
diâmetro bem maior do que os usados atualmente, sustentados por postes de madeira ao
longo do trajeto até a casa do assinante. Quando eram bem construídas, ofereciam pouca
perda na transmissão, porém, as condições atmosféricas afetavam significativamente a
atenuação e também provocavam interferência nas linhas aéreas.
Com o passar do tempo e com ampliação significante de usuários de telefonia, a
quantidade de fios telefônicos nos postes cresceu de forma assustadora, ficando
impraticável a manutenção, controle e a ampliação do número de assinantes, daí
surgiram os Cabos Telefônicos de Pares.
A principal característica dos cabos telefônicos de pares é concentrar num mesmo
núcleo um grande número de pares condutores, que ocupam um espaço
consideravelmente menor em comparação aos fios nus. No início de sua utilização eram
revestidos de chumbo e seus fios isolados por papel. Atualmente o isolamento dos fios é
feito com plástico.
Apesar da enorme vantagem de se utilizar cabo telefônico de pares, algumas
desvantagens precisam ser consideradas:
1 – As características de transmissão são inferiores às de um circuito de fio nu
equivalente.
2 – Os cabos precisam ser emendados, par a par, em distâncias determinadas ao
longo do trajeto, introduzindo assim pontos passíveis de apresentar defeitos.
Apesar dessas desvantagens, o seu uso tornou-se um padrão nas redes
telefônicas do mundo todo.
Alguns desenvolvimentos foram necessários para minimizar os problemas
apresentados, tais como: bobinas de pupinização, capacitores de compensação,
extensores de enlace, amplificadores de freqüência de voz.
Além disso, novos métodos de dimensionamento de redes telefônicas urbanas
surgiram, novos tipos de emendas também, equipamentos eletrônicos que possibilitam a
instalação de mais de um assinante no mesmo par de fios foram inventados.
Novamente, com o crescimento acelerado do número de assinantes, ficou
impossível a sua sustentação de cabos telefônicos com alta capacidade nos postes,
devido ao peso excessivo. Foram então criadas as linhas de Dutos Telefônicos e
respectivamente as Caixas Subterrâneas, além de novos tipos de cabos telefônicos para
essa aplicação.
Portanto, num sistema telefônico convencional é denominado Rede de Acesso ou
Rede de Assinantes o conjunto de cabos de assinantes e demais dispositivos
complementares (linhas de duto, ferragens, postes, blocos terminais, etc) que atendem a
uma determinada localidade ou área.
O atendimento aos assinantes é completado com os fios (“drop”) que dão acesso
aos assinantes, assim como os cabos de entroncamento para edifícios residenciais /
comerciais e as redes internas dos edifícios.
Hoje as redes são constituídas com condutores de cobre que podem variar de 0,4
a 0,9 mm de diâmetro. A Figura 7.1 mostra o diagrama esquemático de uma Rede de
Acesso.
69
A Planta Externa representa a Rede de Assinantes
Fios FE saindo diretamente de um armário para prédio em Beirute no Líbano. O correto seria
utilizar cabo telefônico subterrâneo.
70
sistemas de fibra óptica ou sistemas via rádio. Ainda existem redes de transporte
utilizando pares metálicos.
Rede Rígida
Isto quer dizer que as emendas são permanentes, ou seja, os condutores vão
sendo emendados desde o DG até as caixas terminais, e só poderá ser feita alguma
alteração mediante a abertura das emendas.
Este tipo de rede, é utilizada em locais onde a densidade telefônica é baixa ou
onda as linhas dos assinantes são curtas.
A grande vantagem em utilizar este tipo de rede está na facilidade de ser tirar
defeitos em sua extensão, porque são poucas as intermediações até a casa do assinante,
em contrapartida, no momento da implantação as emendas devem ser abertas para a
nova configuração. Além disso, a quantidade de pares reserva tem que ser alta,
diminuindo a ocupação dos cabos alimentadores. Observe que não existe armário de
distribuição na rede rígida.
71
8.1.1.2. Redes Flexíveis
Chama-se de Rede Flexível a rede que possui seccionamento entre a central e o
assinante; para isso, empregam-se Armários de Distribuição que interligam os pares dos
cabos da rede primária com os pares da rede secundária. A Figura abaixo mostra o
diagrama de uma Rede Flexível.
Um par de fios do cabo primário, que termina no armário, pode ser conectado a
qualquer par do cabo secundário, que deixa o armário. Todas as conexões são feitas por
intermédio de fios “Jumper”, facilitando em muito a manutenção dos pares.
A rede flexível é a mais comumente adotada no Brasil, em decorrência das
Operadoras terem, nessa alternativa, uma margem maior para atendimento a uma
demanda futura de assinantes onde não há uma segurança quanto às características e o
tempo das edificações que irão surgir na área.Na dúvida (falta de dados precisos quanto
às novas edificações e ampliações) o projetista brasileiro tipicamente prefere a precaução
e espalha uma rede de cabos com pares com alguma folga na região de crescimento
urbano.
Neste tipo de rede, o lado secundário pode ser ampliado além da conta, ou seja,
instalar pares a mais do que o necessário previsto, pois este lado da rede tem custo
menor em relação a rede primária. Em contrapartida, os armários de distribuição, têm seu
custo elevado e um planejamento mal feito pode tornar o lado secundário ocioso por
muito tempo.
Rede Flexível
72
Exemplo de como não deve ser um armário de distribuição, Líbano Telecom, Beirute, Líbano, os
pedaços de papeis são os registros dos telefones, 1997
Rede Múltipla
73
são: controle dos registros, perda no sinal de transmissão por estarem em paralelo e
maior dificuldade na localização dos defeitos.
74
8.2.2. Fio Jumper ou FDG
Entende-se por jumpeamento, a conexão física de pares de cabos diferentes ou de
pares de cabos com a fiação de equipamentos de telecomunicações. O FDG mais
utilizado é formado por um par de fios trançados, em geral de duas cores, fornecidos em
bobinas contendo 500 metros, possuindo as cores preto/laranja ou preto/branco.
75
Uma rede telefônica urbana típica
76
Galeria de entrada de cabos do DG
77
DG
8.2.4. Caixa de DG
Utilizada nas instalações da rede interna dos assinantes. É um armário metálico
com fundo de madeira podendo ser embutido ou não na parede, que recebe os blocos
terminais para a interconexão da rede externa com a rede interna. Anéis de guia são
fixados para que a fiação de interconexão (fio FDG) seja passada e organizada
78
8.2.7. Armário de Distribuição
Geralmente tem a função de interligar os cabos primários (oriundos da central
telefônica) com os cabos secundários (destinados à distribuição dos assinantes). O
armário de distribuição comporta os blocos de terminais para que sejam feitas manobras
entre a rede primária e secundária por intermédio de jumpers. Os armários são instalados
em lugares estratégicos, podendo ser de pedestal ou para poste, como mostra a Figura
7.11.
Armários de Distribuição
Todos os cabos telefônicos têm os pares trançados (twisted pairs) para minimizar
a indução eletromagnética entre eles e conseqüente diafonia (linha cruzada).
O trançamento dos pares aumenta a reatância capacitiva equivalente entre os
eles,ou seja melhora o isolamento entre as linhas de transmissão.
A rede subterrânea de cabos, quando submetida a dias seguidos de chuva e na
situação de inundação dos dutos e pontos de emendas (caixas subterrâneas) , podem
absorver umidade em excesso e o isolamento existente (de papel ou plástico) perde sua
característica n
79
Estrutura da Rede de Acesso
O Cabo Telefônico
Uma rede telefônica pode possuir diversos tipos de cabos, conforme mostra a
tabela abaixo.
80
Bitola AWG Diâmetro (mm) Simbologia de desenho
26 0,404 40
24 0,511 50
22 0,643 65
20 0,8 80
19 0,912 90
Os cabos primários e cabos troncos são de grande capacidade (de 200 a 3600
pares) e os cabos secundários são de baixa capacidade (de 10 a 200 pares). É bastante
comum pressurizar-se os cabos de alta capacidade para evitar a entrada de água em
pontos críticos da rede.
8.4.1. Atenuação
O par de fios utilizado para interconectar os elementos do sistema telefônico é
chamado de par fisco. Este par de fios, aparentemente inofensivo, pode causar uma
grave distorção de amplitude, dependendo do seu comprimento e da espessura do fio
utilizado.
O par de fios forma uma linha de transmissão, que possui 4 parâmetros primários:
R = resistência de enlace pr Km – Corresponde a resistência do par de fios, a cada
Km, considerando ida e volta.
C = capacitância por Km – Provocada pela proximidade entre os dois fios.
L = indutância de enlace por Km – Provocada pelo campo magnético entre os fios.
81
G = condutância por Km – Provocada por fuga entre os isolantes dos dois fios.
Um quilômetro de linha pode ser representado pelo esquema da Figura abaixo.
Modelo Pi reduzido
A tabela abaixo, mostra valores desses parâmetros para os fios mais utilizados.
82
Resposta em freqüência do fio 0,4 mm (AWG 26)
As bobinas compensam a distorção natural do par físico até uma certa freqüência,
e a partir desse ponto, elas provocam uma distorção mais acentuada, conforme está
ilustrado na Figura 7.110.
83
Efeito do condicionamento da linha
84
A pupinização foi um processo largamente utilizado nas redes de transporte
metálicas em conexões locais envolvendo apenas voz (telefonia pura e simples),
entretanto após o surgimento das linhas de comunicação de dados (utilizando a rede
telefônica) e a crescente velocidade requerida, a faixa de freqüência necessária por canal
passou a ser um aspecto de maior rigor,daí a pupinização começou a atrapalhar nesses
casos e sua aplicação decresceu de forma acentuada.
Atualmente a grande maioria das redes de transporte e áreas urbanas utilizam
fibras ópticas e conseqüentemente não há mais sentido em falar de pupinização. Restam
apenas entroncamentos antigos utilizando os chamados “cabos-troncos” que adotam essa
técnica nas linhas onde só a voz é transmitida.
Onde:
85
A Figura 7.20 ilustra a variação do Sinal, Ruído e da relação Sinal/Ruído no tempo,
de um enlace de internet via rádio 802.11b.
86
Diagrama básico de um sistema telefônico de baterial local
87
8.5.2. Processador de chamadas - Pulse Dialer ou DTMF
Generator
Um assinante, quando deseja originar uma chamada ou efetuar uma ligação, retira
o monofone do gancho e aguarda o tom de discar (ou tom de linha). Após a confirmação
do sinal, ele deverá enviar a informação à central local do número com quem deseje falar.
Para isto, os aparelhos telefônicos são dotados de um teclado ou disco
numérico, de forma que o assinante chamador envie à central o número do assinante
chamado. O sinal produzido pode ser uma seqüência de pulsos ou sinais
multifreqüenciais DTMF.
* Pulse Dialer (Discagem por Pulso) - Nos telefones com disco, o usuário gira o
disco no sentido horário até o chamado apara-dedo ou encosto. O disco ao retornar a
posição normal, devido à ação de uma mola, provoca abertura no loop de corrente da
linha, tantas vezes quanto for o número discado. A central percebe a interrupção do loop
de corrente e contabiliza os pulsos enviados, que chegam na razão aberto-fechado de
2:1, divididos em 33,33ms e 66,66ms, um pulso totalizando 100ms (0,1s). O processo
deve ser repetido para cada dígito discado. A Figura 7.22 mostra o sinal de uma discagem
por pulsos, também conhecida como decádica.
88
* DTMF Generator (Multifreqüencial) - Nos telefones multifreqüenciais, quando
uma tecla é pressionada, ativa a emissão de um par de freqüências (DTMF) na faixa de
áudio, por um período de tempo de aproximadamente 100ms, à central local, que filtra e
identifica o par como sendo o código de um número predeterminado. Cada dígito decimal
ou tecla possui um par de freqüências específicas, como mostra a Figura 7.23.
Tons mutifreqüenciais
89
Diagrama de Blocos do Telefone
9. SINALIZAÇÃO
Sem dúvida, os equipamentos que compõem um sistema telefônico foram criados
para possibilitar a comunicação entre os humanos. Porém, entre as centrais telefônicas,
deverão precisará haver uma comunicação protocolar para que o sistema funcione de
forma auto-controlada e auto-sustentada, conhecidas pelo nome de sinalização.
A sinalização telefônica é de suma importância para o processo de efetivação e
tarifação das chamadas. É a sinalização quem informa a prestadora de serviços os dados
necessários para faturar as contas dos assinantes, através dela também as Operadoras
têm dados estatísticos extremamente importantes para a gestão operacional.
90
Basicamente existem dois tipos de sinalização: a primeira será entre os aparelhos
telefônicos dos usuários e a central de comutação a que estiverem conectados e a
segunda são as sinalizações ocorridas entre as centrais telefônicas.
Existem os seguintes grupos de sinalização padronizados:
91
9.1.2. Tom de Chamada (TC) ou Tom de controle de
Chamada
O sinal (também denominado RBT) que informa ao assinante originador da
chamada que ela foi processada pela central e que o assinante de destino foi localizado.
Nesse momento, no mesmo instante o assinante chamado recebe a corrente de toque de
campainha, fazendo soar um sinal no seu telefone.
O sinal vem de forma cadenciada, na razão de 1:4, isto é, um segundo de toque
(corrente de toque de campainha) para 4 segundos de silêncio. A freqüência desse sinal é
de 425Hz ± 25Hz.
92
9.1.4. Tom de Número Inacessível (TNI)
Também é chamado de Tom de Nível Vago ou Número Inexistente. É um sinal de
425Hz enviado ao assinante originador da chamada (chamador) em uma seqüência de
sinal com duração de 250ms por 750ms, intercalado por um período de silêncio de
250ms. Indica as seguintes possíveis situações:
- número do assinante enviado não existe;
- a linha do assinante destino está com defeito;
- número do assinante destino foi mudado;
- acesso ao número é negado para a sua categoria de usuário.
Esse sinal tem sido gradativamente substituído por uma gravação do tipo “esse
número não existe ou foi mudado, favor ligar para o serviço de auxílio à Lista 102”.
93
9.2.1. Tipos de Sinalização de Linha
Os meios para transmissão de sinais utilizados para comunicação entre as
centrais podem ser: por cabos (pares de fios trançados), cabos coaxiais, rádio-enlace
analógico ou digital (rádio transmissão), satélite ou ainda fibra óptica.
Existem quatro variantes de sinalizações de linha adotadas conforme o tipo de
entroncamento e sua evolução tecnológica:
* Sinalização de Loop ou Corrente Contínua;
* Sinalização E & M Pulsada;
* Sinalização E & M Contínua;
* R2 Digital.
A escolha do sistema de sinalização de linha adequado a um dado entroncamento
resulta do prévio estudo técnico-econômico, considerando o tipo de transmissão,
quantidade de Juntores e conversores envolvidos. Veja abaixo, os sistemas de
sinalização aplicáveis ao meio de transmissão.
1. Ocupação: pulso de terra com duração de 150 ms transmitido para frente, pela
central de origem, solicitando à central de destino que seus circuitos passem da condição
de repouso para a condição de operação.
3. Desligar para Frente: pulso de terra com duração de 600 ms transmitido para
frente, pedido de liberação de todos os elementos envolvidos na ligação. Primeiro os
elementos da própria central solicitante e depois os da central de trânsito, de forma a
voltar à posição de repouso, esperando uma próxima ligação.
4. Desligar para Trás: pulso de terra com duração de 600 ms transmitido pela
central de destino para a de origem da ligação, indica que o assinante chamado desligou.
94
5. Confirmação de Desconexão: sinal emitido pela central de destino (600ms)
em resposta ao sinal de desligar para frente, indicando a liberação de seus elementos.
7. Bloqueio: sinal de terra fixo emitido para provocar o bloqueio dos circuitos de
um juntor de saída, na central de origem, a fim de evitar sua a ocupação, por razões
pertinentes ao sistema.
10. Falha: o juntor de saída informa que houve falha no equipamento de origem.
Sinalização Loop
95
9.4. Sinalização E & M Pulsada
Quando o meio de transmissão utilizado entre as centrais for feito por intermédio
de rádio transmissão ou satélite poderá ser efetuada a sinalização por meio de dois
métodos: E & M Pulsada ou E & M Contínua.
Neste caso, entre o juntor e o sistema de transmissão de Rádio Multiplex
geralmente se utilizam seis fios. O sinal de áudio passa por um circuito denominado de
Híbrida que converte o circuito de dois para quatro fios, de forma a individualizar
(separar) a transmissão e a recepção do sinal de voz. Um quinto e um sexto fios são
utilizados um para transmissão Mouth (boca) e o outro para a recepção Eear (ouvido)
durante a troca de sinalização. Um sétimo fio poderá ser utilizado para supressão de eco
em comunicações via satélite.
A Figura 8.6 mostra a representação de um sistema via rádio entre duas centrais
remotas. Note que existem 6 fios: 2 para Tx (transmissão), 2 para Rx (recepção e 2 para
sinalização. A conversão de 2 para 4 fios será vista no Capítulo 10.
A emissão dos sinais é feita com a aplicação de pulsos de terra (0 volt) no fio M,
referidos a um potencial de 48 Volts, com durações preestabelecidas. Os pulsos podem
ser curto ou longo, ou seja, 150ms ou 600ms respectivamente, com tolerância de 20%. O
intervalo mínimo entre dois sinais consecutivos deve ser de 240ms.
Para que os pulsos possam ser transmitidos, eles passam por um sistema de
transmissão em que são multiplexados e modulados com uma freqüência de 3825Hz em
rádios analógicos ou presença de nível lógico “1” nos bits correspondentes ao canal de
sinalização em sinais digitais.
Como a faixa de áudio está compreendida entre 300 e 3400Hz (canal de voz),
essa técnica é conhecida também como sinalização Fora de Faixa (freqüência de
3825Hz). A tabela abaixo ilustra os sinais utilizados durante uma troca de sinalização E &
M Pulsada, entre juntores, e a correspondência entre os sinais e os pulsos. O sentido das
setas indica a sinalização enviada da central de origem para a central de destino e vice-
versa, ou seja, os sinais para frente e os sinais para trás respectivamente.
E & M Pulsada
96
Observe que temos dois tipos de sinais, o curto e o longo, com durações de 150 e
600ms respectivamente, podemos atribuir, em resumo, as seguintes condições em função
do sentido do sinal.
E & M Contínua
97
Muito embora esse processo seja bastante simples e de custo reduzido, ele
apresenta algumas desvantagens, como o tempo elevado para troca de sinalizações entre
as centrais, estando em desuso.
Esse método é empregado somente em centrais interligadas fisicamente por pares
de fios e com pouca distância, pois os pulsos sofrem deformações na transmissão, devido
às características inerentes dos condutores elétricos como dito anteriormente, e possuem
somente sinais em um sentido, para frente.
Freqüências MFC
98
Os quinze códigos dos sinais para frente, formados pela combinação de
freqüências da Tabela 8.4, foram divididos em dois grupos denominados de Grupo I e
Grupo II.
Os sinais do grupo I fornecem informações numéricas e de controle, enquanto os
do grupo II fornecem informações sobre o assinante que está originando a chamada.
A mudança do grupo I para o grupo II ocorre durante a troca de sinalização,
quando o registrador de origem (circuito ou elemento de uma estação de comutação,
capaz de interpretar e enviar informações para outros centros de comutação) receber o
sinal para trás A5 (Algarismo 5).
Da mesma forma, os sinais para trás também são divididos em dois grupos
denominados de Grupo A e Grupo B. Os sinais de grupo A são de “solicitação de envio”
da central destino à central de origem.
Os sinais do Grupo B fornecem informações sobre o assinante destino e
congestionamento de tráfego. O registrador de destino envia o sinal A3 (Algarismo 3),
quando da mudança do grupo A, para que o registrador de origem passe a interpretar os
sinais do Grupo B, ou seja, comutar da interpretação dos sinais do Grupo A para o B ou
vice-versa.
Inicialmente, a rede brasileira utilizou o padrão “MFC 5B” baseado no sistema
europeu, entretanto, atualmente, o mais utilizado é o padrão “MFC 5C” (uma variante do
5C). Há também o padrão Berne R2 empregado nas centrais de trânsito internacional. O
que muda são os significados para alguns sinais do Grupo B.
99
Significado de sinais para trás padrão “5C”
100
Troca de sinalização MFC e E&M Pulsada
101
Exemplo de troca de sinalização MFC entre duas centrais numa
ligação interurbana via central Tandem
Na Figura acima, temos uma ligação interurbana via central Tandem. Quando a
origem disca o número de destino, a central local verifica na tabela de rotas que para
chegar ao destino deve acionar um juntor de saída para a central Tandem, que por sua
vez sabe como chegar ao destino.
102
9.6.3. Sinalização DTMF e MFP
São utilizadas na troca de informações com equipamentos terminais. No item
referente ao aparelho telefônico, vimos que este processa as discagens de maneira
decádica ou via DTMF.
Outros equipamentos também fazem uso desses recursos. A discagem decádica é
mais lenta e limitada, sendo substituída pelo processamento DTMF. Os sinais DTMF são
mais precisos e a troca de sinalização torna-se mais confiável e segura. As freqüências e
a codificação utilizadas na sinalização DTMF são:
Codificação DTMF
103
Configuração típica de interligação de uma CPCT com a rede pública
104
Modos de Transmissão
105
Como verificamos, um canal só pode ser operado no modo simplex, enquanto que
um circuito admite tanto a operação semiduplex, como a duplex.
Circuito a 4 fios
Ligação Interurbana
106
11.4. Dispositivos Híbridos
Os dispositivos híbridos são circuitos de seis pólos (hexapolo) ou oito pólos
(octopolo), normalmente conhecidos como híbridas, e que têm largo emprego nos
equipamentos multiplex.
Conforme vimos no item anterior, quando temos um circuito a 2 fios que necessita
ser transmitido pr uma via a 4 fios, torna-se necessário o emprego de um dispositivo que
transforme 2 fios em 4 fios e vice-versa.
A Figura 10.5 apresenta este processo, onde H1 e H2 são as híbridas utilizadas
para a transformação 2 fios em 4 fios, cuja função é fazer com que os sinais enviados de
A para C sigam somente a via ABC (sem penetrar na via CDA), enquanto que os sinais
enviados de C para A sigam somente a via CDA (sem penetrar na via ABC). Em outras
palavras: a atenuação entre os terminais 44´ e 22´ de cada híbrida deve ser a maior
possível, teoricamente, infinita. Esta atenuação é chamada de perda trans-híbrida ou
isolamento entre transmissão e recepção; um valor baixo desta atenuação pode
provocar problemas de transmissão.
Para um perfeito casamento das híbridas com os circuitos a 2 fios e a 4 fios, é
necessário que a impedância de cada par de terminais da híbrida seja, respectivamente,
igual à impedância do circuito a que este par se conecta. Como nos terminais multiplex,
geralmente, a impedância Z dos circuitos a 2 fios é igual à impedância dos circuitos a 4
fios, para uma perda de retorno alta, nos terminais das híbridas devemos ter Z11´ = Z22´
= Z33´ = Z44´ = Z.
107
• As seguintes igualdades de impedâncias no octopolo: Z11´ = Z22´ = Z33´ = Z44´
= Z.
• É importante também se determinar a atenuação que os sinais sofrem na
passagem dos terminais 11´ para 22´, e dos terminais 44´ para 11´.
108
Ligação telefônica de 8 assinantes sem multiplexação
Na Figura 10.8 temos do lado A a multiplexação, onde unimos vários canais 1A,
2A,... nA, e transmitimos os mesmos de A para B, através de um par de fios (de B para A
o processo é idêntico). No lado B temos a demultiplexação, ou seja, a identificação e
separação dos canais transmitidos de A para B.
109
Se forem transmitidas diversas informações, conforme indica a Figura 10.8, estas
serão identificadas perfeitamente e separadas sem que haja interferência entre as
mesmas. Como verificamos, a multiplexação é uma técnica de grande utilização para que
se possa, racionalmente, aproveitar um meio de transmissão.
110
Representação convencional do canal multiplex
111
Canal multiplex de 4 Khz
Translação de freqüências
112
Diferença entre modulação e soma de freqüências
113
12.4. Modulação em amplitude
Na modulação em amplitude, o valor máximo da onda portadora é variado pela
intensidade do sinal modulante, que é a quantidade moduladora.
Na Figura abaixo pode-se observar o efeito da modulação em amplitude. Em A e
B tem-se a representação de um sinal modulante de forma senoidal; a forma senoidal é
utilizada para permitir mostrar com mais clareza o efeito da modulação.
Em C e D está representada uma onda portadora de alta freqüência, com
amplitude e freqüência constantes.
Em E e F está mostrado o resultado da modulação da portadora pelo sinal
modulante. Examinando-se E, verifica-se que os limites externos da onda portadora
modulada apresentam uma forma similar à do sinal modulante, rezão porque a figura
formada é comumente chamada de envelope de modulação.
114
12.4.1. Representação matemática do sinal modulado
A onda portadora em C pode ser representada pela expressão:
e p = E p cos(2πf p t )
onde tomamos arbitrariamente θ = 0 para t = 0 .
E o sinal modulante A pode ser representado por:
em = E m cos(2πf m t )
Considerando a onda modulada em amplitude da Figura 11.6 E: a variação de
amplitude em torno de Ep é senoidal, de forma que a amplitude em função do tempo é
dada pela expressão E p + E m cos(2πf m t ) sendo o valor máximo da amplitude igual a
E p + E m e o valor mínimo E p − E m correspondente, respectivamente, aos casos em que
o sinal modulador tem maior e menor amplitude.
Como a onda modulada também é senoidal, a amplitude instantânea da mesma
pode ser representada por:
[ ]
e = E p + E m cos(2πf m t ) cos(2πf p t )
E
e = E p 1 + m cos(2πf m ) cos(2πf p t )
E p
E
se chamarmos a razão m de m, temos:
Ep
e = E p [1 + m cos(2πf m t )]cos(2πf p t )
que é a expressão do sinal modulado em amplitude.
115
Em
Como sabemos m = e podemos escrever:
Ep
E max − E p
m=
Ep
E p − E min
m=
Ep
Aplicando diversos valores de m, vamos verificar como se comporta a onda
modulada.
- Se m = 0, teremos pelas Equações 1 e 2, E max = E p = E min ,não havendo
modulação como mostra a Figura 11.7B.
- Se 0 < m < 1, por exemplo m = 0,5, teremos por (1) e (2), E max = 1,5 E p e
E min = 0,5 E p , significando que o sinal está confinado à envoltória, como mostra a Figura
11.7 C (submodulação).
- Se m = 1, teremos de (1) e (2), E max = 2 E p e E min = 0 , obtendo-se uma
excursão da portadora com amplitude 2 E p , como mostra a Figura 11.7A (portadora
completamente modulada)
- Se m > 1, por exemplo m = 1,5, teremos por (1) e (2) E max = 2,5 E p e
E min = −0,5 E p , significando que a excursão corta o eixo do tempo, caracterizada por
“brancos ou zeros” na onda modulada, como mostra a Figura 11.7D (sobremodulação).
Devemos evitar a sobremodulação pois, como verificamos pela figura
correspondente à envolvente da onda modulada, esta fica deformada.
116
12.4.3. Faixas Laterais
Do Item 12.5.1 sabemos que a representação matemática da onda modulada é:
e = E p [1 + m cos(2πf m t )]cos(2πf p t )
Expandindo-se a equação teremos:
e = E p cos(2πf p t ) + mE p cos(2πf m t ) cos(2πf p t )
Da trigonometria sabemos que:
1 1
cos a cos b = cos(b − a ) + cos(b + a )
2 2
Donde:
mE p
e = E p cos(2πf p t ) +
2
[cos(2πf p ]
t − 2πf m t ) + cos(2πf m t + 2πf p t )
mE p mE p
e = E p cos(2πf p t ) + cos 2π ( f p − f m )t + cos 2π ( f p + f m )t
2 2
117
Como podemos notar pela Figura, a banda lateral superior tem seu espectro de
freqüências na mesma direção da original (posição direta), enquanto que a banda lateral
inferior tem seu espectro na direção contrária (posição invertida). Este fenômeno ocorre
sempre para os casos reais, onde o sinal modulante é composto por mais de uma
freqüência.
2
Ep 8
- Para m = 0, teremos: Pmed . port = = Pmed .total
2R 9
- Para m = 0.5, teremos:
Ep
2
0,5 2 E p 2 9 E p 2
Pmed .total = + 2 =
2R
8R 16 R
2
Ep 8
Pmed . port = = Pmed .total
2R 9
2 2 2
1 Ep 1 Ep 1
Pmed . BLI = Pmed .BLS = = = Pmed .total
2 8 R 2 16 R 18
- Para m = 1, teremos:
2 2 2
Ep Ep 3E p
Pmed .total = +2 =
2R 8R 4R
2
Ep 2
Pmed . port = = Pmed .total
2R 3
118
1
Pmed . BLI = Pmed .BLS = Pmed .total
6
1) AM-DSB (Double Side Band) – modulação em amplitude com faixa lateral dupla
2) AM-DSB/SC (Doublé Side Band Supressed Carrier) – modulação em amplitude
com faixa lateral dupla e portadora suprimida.
119
3) AM-SSB (Single Side Band) – modulação em amplitude com faixa lateral única.
4) AM-SSB/SC (Sigle Side Band Supressed Carrier) – modulação em amplitude
com faixa lateral única e portadora suprimida.
mE p mE p
e = E p cos(2πf p t ) + cos 2π ( f p − f m )t + cos 2π ( f p + f m )t
2 2
120
Modulação AM com banda lateral única com portadora suprimida
É importante notar que qualquer uma das bandas laterais poderá ser selcionada,
de posição direta (mesma direção da original) ou invertida, como é o caso do exemplo. A
banda escolhida é indicada pela posição do triângulo.
mE p
e BLI = cos 2π ( f p − f m )t
2
121
Se modularmos em amplitude a portadora ep pelo sinal eBLI, obteremos uma outra
onda modulada que também tem forma senoidal e cuja amplitude em função do tempo é
dada pela expressão:
mE p
Ep + cos 2π ( f p − f m )t
2
A amplitude instantânea da mesma pode ainda ser representada por:
mE p
e = E p + cos 2π ( f p − f m )t cos 2πf p t
2
Em
Como m = , teremos:
Ep
Em
e = E p cos(2πf p t ) + cos 2π ( f p − f m )t cos 2πf p t
2
Da trigonometria sabemos que:
1 1
cos a cos b = cos(b − a ) + cos(b + a )
2 2
Onde:
Em E
e = E p cos 2πf p t + cos(2πf m t ) + m 2π cos(2 f p − f m )t
4 4
Como podemos verificar, a demodulação nada mais é do que a modulação na
direção inversa, na qual obtemos, para o exemplo, uma freqüência lateral inferior idêntica
à informação original, porém com uma amplitude menor
Se tivéssemos tomado, como exemplo do sinal modulado, a freqüência lateral superior,
obteríamos resultado idêntico.
122
Multiplexação e demultiplexação de 3 canais de voz
123
Falta de sincronismo entre Terminais Multiplex
124
12.7.2. Estágios de Translação
Com a evolução do FDM, houve um rápido crescimento do número de canais
transmitidos por um único meio e os sistemas evoluíram em pouco tempo de 3 para 12
canais, de 12 para 60 canais, alcançando os 10 800 canais rapidamente.
A fim de que se obtivesse um crescimento ordenado e racional da canalização,
visando, principalmente, fazer com que os sistemas de pequena capacidade pudessem
compor os sistemas de alta capacidade e que, na construção dos diferentes sistemas, se
utilizassem as mesmas unidades fundamentais, facilitando assim a fabricação dos
equipamentos, o CCITT padronizou o processo de translação para obter os sistemas de
alta capacidade, dividindo-o em estágios de translação.
É importante observar que, quando nos referimos a estágio de translação,
estamos indicando sempre as duas operações: multiplexação e demultiplexação.
Os estágios de translação foram agrupados pelo CCITT em dois conjuntos,
chamados Procedimento 1 e Procedimento 2, sendo este último de pouco interesse.
12.7.3. Procedimento 1
Os estágios de translação utilizados neste procedimento são os seguintes:
a) Translação de canal
Neste estágio os canais de voz são transladados para a faixa de 60 a 108 Khz,
compondo um grupo básico.
No item 12.1 vimos que o CCITT recomenda dois tipos de canais de voz e, em
conseqüência, teremos dois tipos de grupos básicos:
Como o CCITT não recomenda quais as portadoras que devem ser utilizadas para
essas translações, cada fabricante de equipamento MUX (Multiplex) utiliza um processo
para locar os canais no grupo básico.
A seguir apresentaremos as translações de canal mais usuais, utilizadas pelos
diversos fabricantes, lembrando, no entanto, que as mesmas não são padronizadas pelo
CCITT.
125
1º tipo de grupo de 12 canais
Outros fabricantes utilizam outro tipo de estágio intermediário, no qual seis canais
são transladados, inicialmente, para faixa de 12 a 36 KHz, compondo um pré-grupo
básico. A Figura 12.16 apresenta a locação dos canais no pré-grupo, bem como as
portadoras utilizadas.
126
Locação dos canais no pré-grupo
Após, dois pré-grupos são transladados para a faixa de 60 a 108 KHz, compondo
um grupo básico do CCITT. A Figura 12.17 apresenta a locação dos pré-grupos no
espectro de freqüências do grupo básico, bem como as portadoras utilizadas.
Existem ainda fabricantes que fazem a translação direta dos doze canais para a
faixa de 60 a 108 KHz, compondo o grupo básico do CCITT.
127
A Figura 12.18 apresenta a locação dos canais no grupo básico, bem com as
portadoras utilizadas.
128
Representação da ocupação dos canais de uma banda básica no domínio do tempo e da
freqüência
129
12.9. Sistemas de Transmissão Multiplex via Rádio
A Figura 12.20 apresenta a configuração básica da ligação entre duas localidades
feitas por meio de um sistema rádio, onde está indicada como é realizada a conexão entre
a Estação Multiplex à Estação Rádio.
130
RF para transmitir as informações, chamado principal, e um outro em paralelo para
substituir o principal em caso de falhas, chamado de proteção.
As ondas eletromagnéticas propagam-se de maneiras diferentes, dependendo da
freqüência emitida pelo transmissor. Devido a isto, os sistemas rádio são classificados
internacionalmente de acordo com as faixas de freqüências utilizadas e que estão
apresentadas na tabela a seguir, onde estão indicados alguns serviços que empregam
estes sistemas.
131
a) Sistemas de rádio HF
Propagação em HF
132
Quando ocorrem grandes perturbações solares, estas provocam tempestades
magnéticas que, atingindo a ionosfera, modificam os índices de refração de tal maneira,
fazendo com que as ondas não sejam mais refratadas de volta para a Terra. Nesta
situação interrompem-se as comunicações.
Propagação VHF/UHF
133
Subindo mais ainda a freqüência, chegamos na região de microondas (900 MHz a
30000 MHz). Nestas freqüências as ondas de rádio se comportam praticamente como
ondas de luz, podem ser focalizadas como em grandes lanternas e se propagam em linha
reta, como mostra a Figura 12.23. O rádio transmissor está ligado à antena por um
condutor especial, chamado de guia de onda, estando fixada, juntamente com o refletor,
numa torre. A antena se comporta como a lâmpada de uma lanterna e o refletor focaliza
as ondas de rádio para a sua frente.
As microondas focalizadas pela parábola transmissora incidem diretamente sobre
a parábola receptora que, por sua vez, focaliza as ondas no seu ponto central, onde está
a antena receptora. Dessa antena as ondas são levadas por um guia de onda até o rádio
receptor.
Cada antena de microondas com sua respectiva parábola, geralmente, serve para
transmitir e/ou receber mais de um canal de RF.
134
Tronco em Microondas
Interligação de uma central telefônica analógica com sistema de transmissão interurbano via
Multiplex e Rádio
135
Multiplexação em uma chamada telefônica interurbana – Visão geral
136
O registrador ao receber um número (0 XX 84 ZYXW RTUX) diferente daquele
prefixo interno, irá procurar num arquivo (na matriz de comutação) qual a rota (caminho) a
utilizar para alcançar aquele destino, daí localiza um juntor livre nessa rota e procura
ocupá-lo. Isto é feito com a geração de um pulso de terra (0 volt com duração de 150 ms)
que sai pelo fio M do juntor escolhido, esse sinal entra no ponto 2 do canal multiplex ao
qual o juntor está conectado, daí fecha-se a chave (vide Figura 11.25) para liberação para
frente de um tom de 3,825 KHz que sai pelo ponto 3, passa pelo filtro passa-faixa e
chega ao ponto 4 dentro da unidade de canal do MUX. Ao ser processado no modulador
de canal, o sinal periódico pulsado de 3,825 KHz é transladado para as freqüências Fp +
3,825 KHz e Fp – 3,825 KHz. Onde Fp é a freqüência da portadora do canal
correspondente. No caso da Figura 11.25, temos Fp = 108 KHz e seriam obtidas no
ponto 8: 108 + 3,835 KHz e 108 – 3,825 KHz, daí passando no filtro 104 – 108 KHz,
teríamos no ponto 9 apenas o sinal de 104, 175 KHz, esse sinal entraria no combinador
de canais Tx e seria transmitido na direção do Rádio e conseqüentemente da central de
destino.
A central de destino receberá o sinal de 104,175 KHz que passará (lado B não
mostrado na figura) pelos pontos 12 -> 13 -> 14 -> 15 -> chegando ao fio E do juntor da
central de destino, representando um sinal de terra durante 150 ms.
Daí seria iniciada a seqüência de envio da sinalização MFC através do par de fios
Tx, (pontos 5 -> 6 -> 7-> 8 -> 9 -> 10), ocorrendo sempre a translação de freqüências no
modulador de canal do MUX FDM. Os sinais MFC transmitidos correspondem a pares de
freqüências da tabela dos grupos I e II, conforme mostrado na Tabela 8.4.
Para cada sinal MFC enviado no par Tx, haveria um retorno da central de destino que
chegaria na estação de origem através dos pontos 12 -> 13 -> 14 -> 17, ocorrendo
sempre a translação de freqüências no demodulador de canal do MUX FDM. Observe que
a mesma portadora é utilizada no modulador e no demodulador.
O último sinal MFC do processo é chamado de fim de seleção, que indica a
condição do assinante B, supondo que a linha de destino esteja livre com tarifação,
então a central B enviará um sinal fim de seleção B1 correspondente a um par espefícico
de freqüências, como dito anteriormente. Esse sinal irá acionar envio da corrente de
toque para o assinante de destino e o tom de controle de chamada para o assinante de
origem.
Após concluído o processo MFC, a campainha de B tocará e se o mesmo retirar o
fone do gancho, imediatamente a central de destino manda para a de origem um pulso de
terra durante 150 ms que sai pelo fio M do destino e chega (central de origem) pela
seqüência de demodulação: (108-3,825 KHz) Ponto 12 -> 13 -> 14 -> 15 -> 16 -> fio E do
juntor. Daí a conversação e a tarifação correspondente são iniciadas, sendo interrompido
também o tom de controle de chamada.
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Bibliografia
3. http://paginas.terra.com.br/lazer/py4zbz/
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6. http://www.infonet.com.br/users/jfonseca/TELECOMUNICACOES.HTM
8. http://pessoal.cefetpr.br/lcvieira/sistel/apostilasistel/index.html
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