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2017­6­12 [Artigo] ­ EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS SÉRIES INICIAIS: UMA ANÁLISE EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE UNAÍ­M.G.

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ISSN 1678­0701
Número 60, Ano XVI. Números anteriores  ...
Junho/Agosto/2017.

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03/06/2017
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS SÉRIES INICIAIS: UMA
ANÁLISE EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE UNAÍ­M.G.  
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS SÉRIES INICIAIS: UMA ANÁLISE EM DUAS ESCOLAS
PÚBLICAS DE UNAÍ­M.G

Débora Fernanda Costa Peres1
Elismar de Jesus Nunes Cnossen2
 
1­Acadêmica do curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí­
FACTU.
2­ Mestra em Química pela Universidade Federal de Goiás, Graduada em Ciências
Biológicas pela Universidade Estadual de Montas Claros, Docente no curso de Pedagogia
da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí –FACTU.
e­mail: eliscnossen@gmail.com
 
Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí  ­ FACTU 
Rua Rio Preto, n°422 –Centro, Unaí­M.G / CEP: 38610­000.Telefone: (38)36766222
 
 
RESUMO
 
A  educação  ambiental  nas  séries  iniciais  do  ensino  fundamental  tem  importância
fundamental  na  formação  da  consciência  sobre  a  preservação  e  responsabilidade
ambiental  do  ser  humano.  O  objetivo  do  trabalho  foi  identificar  as  concepções  de  duas
docentes  de  educação  infantil  sobre  a  educação  ambiental  e  analisar  a  importância  de
oficinas  utilizando  materiais  recicláveis  no  processo  ensino­aprendizagem.  A  pesquisa  foi
realizada  dentro  de  uma  abordagem  qualitativa,  a  partir  de  oficinas  realizadas  com  os
alunos e entrevistas realizadas com duas professoras da educação infantil. Resultados da
pesquisa  mostraram  que  os  alunos  perceberam  a  capacidade  e  o  seu  potencial  de  criar
coisas  interessantes  e  fazer  novos  objetos  a  partir  de  materiais  considerados  lixo.  A
primeira entrevista analisou a prática da educação ambiental nas séries iniciais. A segunda
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entrevista  discutiu  os  benefícios  da  prática  da  educação  ambiental  na  escola  após  a
realização  de  várias  oficinas  com  materiais  recicláveis,  mostrando  que  as  atividades  de
educação ambiental apresentaram resultados satisfatórios, promovendo a disseminação da
informação e conscientização dos alunos.
 
Palavras­chave: Educação Ambiental. Lixo. Oficinas.
 
 
INTRODUÇÃO
 
O  quadro  socioambiental  que  caracteriza  as  sociedades  atuais  revela  que  os
impactos provocados pelos seres humanos sobre o meio ambiente estão se tornando cada
vez mais complexos, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos (JACOBI, 1999).
As  ações  antrópicas,  desde  a  antiguidade  até  os  dias  de  hoje,  alterou  o  meio
ambiente  de  alguma  forma.  Evidencia­se,  atualmente,  um  grave  problema  em  relação  ao
crescimento  populacional  e  crescente  deterioração  do  meio  ambiente  devido  as  ações
antrópicas realizadas de forma contínua e exorbitante (TINOCO et al., 2010) colocando em
risco,  tanto  à  fauna  quanto  a  flora  de  modo  geral,  causando  à  extinção  de  plantas  e
animais.
A crise ambiental não se trata de crise ecológica, mas sim de crise da razão, pois
os problemas ambientais são, fortes consequências da falta de conhecimento (LEFF, 2001).
Deste  modo,  podem  ser  decorridas  fortes  implicações  para  toda  e  qualquer  política
ambiental que deve passar tanto por uma política do conhecimento quanto da educação.
Somente  a  partir  da  década  de  1980  a  Educação  Ambiental  (EA)  começou  a  ser
vista como um tema importante e urgente, tendo em vista a abertura política e a ascensão
dos movimentos sociais. A partir daí, deu­se início a várias reuniões e encontros, abrindo
importantes espaços de construção de identidade social em volta das práticas educativas
voltadas  para  o  meio  ambiente  dando  ao  planeta  uma  chance  de  sobrevivência  (RAMOS
1996).
O  Ministério  da  Educação  em  1997  elaborou  e  propôs  os  Parâmetros  Curriculares
Nacionais  (PCNs),  no  qual,  o  Meio  Ambiente  foi  considerado  um  Tema  Transversal  e,
portanto,  deve  estar  integrado  a  todos  os  níveis  de  ensino  formal,  numa  relação  de
transversalidade, de modo a incutir toda a prática educativa e, ao mesmo tempo, criar uma
visão englobante da questão ambiental, visualizando os aspectos físicos e histórico­sociais,
assim  como  as  conexões  entre  a  escala  local  e  planetária  desses  problemas  (BRASIL,
1997).
A  escola  deverá  oferecer  meios  efetivos  para  cada  aluno  compreender  os  fatos
naturais  e  humanos  referentes  ao  tema  Meio  Ambiente,  além  de  desenvolver  suas
potencialidades  e  adotar  posturas  pessoais  e  comportamentos  sociais  que  lhe  permitam
viver  numa  relação  construtiva  consigo  mesmo  e  com  seu  meio,  colaborando  para  que  a
sociedade  seja  ambientalmente  sustentável  e  socialmente  justa;  protegendo,  preservando
todas  as  manifestações  de  vida  no  planeta;  e  garantindo  as  condições  para  que  ela
prospere em toda a sua abundância e diversidade (BRASIL, 1998). 
A  educação  ambiental  nas  séries  iniciais  do  ensino  fundamental  contribui  para  a
consciência  de  preservação  e  de  cidadania.  As  crianças  aprendem,  desde  cedo,  que  é
necessário cuidar e preservar a vida do planeta, que pequenas atitude fazem a diferença, e
que  eles  são  capazes  de  proporcionar  uma  grande  mudança  na  comunidade  em  que
moram (MEDEIROS, et al., 2011).
De  acordo  com  Funk  e  Santos  (2009)  a  educação  ambiental  infantil  tem
fundamental  importância  na  formação  da  consciência  sobre  a  responsabilidade  ambiental
do  ser  humano,  para  que  cada  cidadão  compreenda  a  sua  responsabilidade  em  relação
aos  valores  de  preservação  e  cuidado  com  o  mundo  que  nos  cerca,  levando  esse
conhecimento consigo e utilizando em toda sua vida.
O  lixo  é  um  componente  presente  na  vida  e  no  cotidiano  de  todos,  sendo  um
excelente  tema  a  ser  trabalhado  com  os  estudantes,  de  forma  interdisciplinar,  visando  à
conscientização e a mudança de atitudes dentro e fora da sala de aula (SILVA, 2007). Uma
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boa  metodologia  para  trabalhar  o  tema  é  através  de  oficinas  utilizando  materiais
reutilizáveis na construção de novos objetos. Além de agradar uma criança com oficinas de
sucata,  o  professor  pode  ensiná­la  uma  nova  maneira  de  ver  o  mundo,  desta  forma  a
criança aprende de forma fácil e natural a reaproveitar materiais reutilizáveis evitando que
estes materiais tenham destinos incorretos amenizando o acúmulo de lixo.
O objetivo deste trabalho é identificar as concepções de duas docentes de educação
infantil sobre a educação ambiental e analisar a importância de oficinas utilizando materiais
recicláveis no processo ensino­aprendizagem.
 
2. METODOLOGIA
O  estudo  foi  realizado  entre  os  meses  de  agosto  e  novembro  de  2016  em  duas
escolas públicas da cidade de Unaí no noroeste de Minas Gerais. Participaram do estudo
duas  docentes  do  2°  ano  do  ensino  fundamental  e  seus  respectivos  alunos.  A  coleta  de
dados se deu através de duas entrevistas semi­estruturadas com a professora 1, docente
da  Escola  Estadual  Domingos  Pinto  Brochado,  e  com  a  professora  2,  docente  da  Escola
Estadual Tancredo de Almeida Neves.
Inicialmente,  realizou­se  uma  entrevista  semi­estruturada  com  as  professoras
colaboradoras,  abordando  questões  diversas. Após  a  entrevista,  iniciou­se  com  os  alunos
uma  oficina  de  integração  utilizando  histórias  e  desenhos  para  falar  sobre  a  preservação
ambiental.  Logo  após  foram  realizados  jogos  virtuais,  confecção  de  objetos  a  partir  de
materiais  recicláveis  e  também  de  brinquedos  que  podem  ser  usados  como  jogo
pedagógico.  Por  fim,  realizou­se  uma  segunda  entrevista  abordando  as  ações  realizadas
com os alunos e a importância das mesmas na formação do aluno como cidadão.
Os  dados  pesquisados  foram  analisados  a  partir  de  uma  abordagem  qualitativa.
        
 
3.RESULTADOS E DISCUSSÃO
 
3.1 OFICINAS REALIZADAS NAS ESCOLAS
Após a oficina de integração onde foi abordada a preservação ambiental através de
histórias e desenhos, os alunos foram levados para o laboratório de informática (figura 1)
onde  foram  realizados  jogos  virtuais  tratando  o  tema  lixo.  Aproveitando  a  ocasião,  as
crianças foram instruídas a pesquisar sobre brinquedos feitos de material reciclável.
Figura  1:  A­ Alunos  da  Escola  Estadual  Domingos  Pinto  Brochado  realizando  jogos  virtuais  tratando  o  tema
lixo. B­ Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves pesquisando sobre brinquedos confeccionados
como material reciclável.

Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.

Os  jogos  virtuais  podem  ser  uma  importante  ferramenta,  ao  associar  o  lúdico  ao
pedagógico no ensino, especialmente na educação ambiental, constituindo­se um recurso
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motivador  da  aprendizagem  fazendo  que  a  criança  se  interesse  mais  pela  temática
(COSTA; MELO e FANTINI, 2011).
No terceiro momento, foi abordado o tema coleta seletiva enfatizando a necessidade
de  o  lixo  ser  selecionado  e  também  a  forma  correta  para  se  descartar  cada  tipo  de  lixo.
Para  consolidar  esta  etapa,  na  Escola  Estadual  Domingos  Pinto  Brochado  foram
confeccionadas  pequenas  lixeiras  seletivas  utilizando  latas  de  alumínio  de  500  gramas
(figura 2). As lixeiras foram deixadas dentro da sala de aula para uso das crianças. Já na
Escola  Estadual  Tancredo  de  Almeida  Neves  foi  confeccionado  um  cartaz  expositivo
falando  da  preservação  ambiental,  pois  as  crianças  recentemente  desenvolveram  um
projeto juntamente com a professora regente de construção de lixeiras (figura 3).
 
Figura 2: A­ Alunos da Escola Estadual Domingos Pinto Brochado confeccionando as lixeiras; B­ Lixeiras
seletivas prontas.
 

Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.
 
Figura 3: A­ Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves confeccionando o cartaz; B­ Os alunos
exibindo o cartaz pronto.
                                                                      

 
Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.
 
Marques  (2010)  investigando  a  funcionalidade  de  atividades  lúdicas  como
ferramenta  adicional  no  processo  de  ensino­aprendizagem,  permeando  objetivos  de
Educação Ambiental, junto à metodologia da Escola Nova usou a produção de desenhos,
cartazes  e  pinturas;  utilização  de  músicas;  apresentação  de  vídeos  educacionais  e
aplicação de jogos, dentre outras ferramentas para ensinar EA.
Por fim, foram desenvolvidas oficinas de materiais recicláveis com os alunos a fim de
obter  objetos,  brinquedos  e/ou  jogos  pedagógicos.  Na  Escola  Estadual  Domingos  Pinto
Brochado, foram feitas lixeirinhas de mesa reutilizando caixinhas de leite e suco. Os alunos
levaram a lixeirinha para casa para que os pais pudessem participar do projeto enfeitando­
as juntamente com os filhos (figura 4).
 
Figura 4: A ­ Alunos da Escola Estadual Domingos Pinto Brochado confeccionando as lixeirinhas de mesa; B­
lixeirinhas prontas.
 

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Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.

 
Na Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves, foram feitas as lixeirinha de mesa
reutilizando garrafas de plástico (figura 5).
 
Figura 5: A­ Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves confeccionando as lixeirinhas de mesa; B­
lixeirinhas prontas.
                  

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.

                 Corroborando com a ideia, Santoro (2011), investigando um grupo de alunos que
participam  de  um  projeto  de  atividades  socioeducativas  dentro  de  um  contexto
socioeconômico  baixo  de  uma  escola  do  Distrito  Federal,  percebeu  que  os  professores
trabalham EA através de reciclagem de garrafas pet, confecção de lixeirinha individual e a
higiene da sala.
Após  fazer  lixeiras  a  partir  de  material  reciclável,  foi  confeccionado  também  um
brinquedo pedagógico denominado roleta magnética. O brinquedo é utilizado na forma de
jogo  reutilizando  tampinhas  de  garrafa  pet  e  imã  (figura  6).  A  brincadeira  com  sucata

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(material  reciclável)  possui  um  lugar  de  destaque  no  incentivo  da  capacidade  de  criação
infantil, oferecendo um mundo de possibilidades à criança.
 
 

Figura 6: A­ Início da confecção da roleta magnética; B­ Alunos da Escola Estadual Domingos Pinto Brochado
jogando a roleta magnética; C­ Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves jogando a roleta
magnética.

                  
 
Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.
 
Os  jogos  feitos  com  sucata  são  recurso  pedagógico  indispensáveis  na  educação
infantil,  pois  trazem  atividades  lúdicas  e  criativas  a  fim  de  desenvolver  potencialidades  e
habilidades,  sensibilizando  a  comunidade  envolvida  a  respeito  da  importância  do  meio
ambiente e de sua preservação. (DEPRÁ, 2008).
Tavares  (2010),  ao  desenvolver  um  projeto  de  Educação  Ambiental  na  Escola
Municipal  Vitor  Miguel  de  Souza,  em  Florianópolis,  observou  que  o  as  crianças  foram
incentivadas  a  perceberem  que  fazem  parte  do  meio  ambiente,  que  são  sujeitos
importantes, com direitos e deveres em relação ao Planeta Terra.
Pode­se afirmar que os alunos perceberam a capacidade e o seu potencial de criar
coisas interessantes e fazer novos objetos a partir de materiais considerados lixo. Tal fato
associa­se a transformação da relação dos seres humanos com o seu ambiente, princípios
essenciais da Educação Ambiental.
 
3.2 A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS SÉRIES INICIAIS
Nesta  categoria  de  análise  procura­se  estabelecer  a  relação  entre  a  educação
ambiental  e  sua  prática  na  educação  infantil  na  ótica  das  professoras  colaboradoras.  A
primeira  pergunta  foi  sobre  a  formação  das  docentes.  A  professora  1  tem  graduação  em
Normal Superior e a professora 2 tem graduação em Pedagogia.
Em  relação  à  formação  na  área  de  Educação  Ambiental,  perguntou­se  a  elas  se
possuíam algum curso específico.
 
“Não,  porém  tenho  conhecimentos  em  debates  e  conversa  informal    sobre  o
tema abordado.” (Professora 1)
“Fiz um curso oferecido pelo PNAIC (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
Certa).  É  uma  formação  para  professores  e  nele  trabalhavam­se  várias  áreas
inclusive educação ambiental”. (Professora 2)

 
Segundo Dias, é essencial, para o desenvolvimento da EA, que os profissionais da
educação  sejam  capacitados  para  que  as  informações  passadas  para  os  alunos  sejam
adequadas.
 

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“O treinamento do pessoal docente é o fator principal  no desenvolvimento da EA. A aplicação de
programas  de  EA  e  o  próprio  uso  adequado  dos  materiais  de  ensino  só  serão  possíveis  se  os
docentes  tiveram  acesso  a  treinamento,  tanto  em  conteúdos  quanto  em  métodos  [...]”  (DIAS,
pág. 88, 1998).
 
            Foi feito um questionamento de como a educação ambiental é trabalhada em sala
de aula, mostrando que a EA é realizada através de temas do dia­a­dia do aluno.
 
“Olha,  é  de  forma  bem  organizada  e  prazerosa.  No  início  do  ano  nós  fizemos
rodas de conversa e discutimos sobre a organização e a limpeza a partir da sala
de aula envolvendo toda a escola e isso é um processo que é trabalhado durante
todo o ano letivo. “(Professora 1)
“Nós  trabalhamos  de  acordo  com  a  realidade  da  região,  de  acordo  com  os
alunos,  o  que  eles  veem  mais  ou  menos  no  caminho  de  casa,  essas  coisas.
“(Professora 2)

 
Martins  (2009)  ao  entrevistar  seis  professoras  de  educação  infantil  e  também  uma
coordenadora  a  respeito  da  educação  ambiental  na  educação  infantil,  percebeu  que  a
maioria das colaboradoras trabalha a EA em atitudes do cotidiano, como conservação do
ambiente limpo, reutilização de materiais, reciclagem, economia de água e preservação da
natureza (flora e fauna).
Quando  questionado  a  respeito  do  envolvimento  dos  alunos  nos  trabalhos
desenvolvidos em Educação Ambiental, obtiveram­se as seguintes respostas:
 
“Zelar  para  que  a  própria  sala  fique  organizada  onde  cada  um  tem  o
compromisso de observar em volta da sua mesa, da sua carteira e até mesmo
trabalhos de observação em casa. Nesse trabalho nós envolvemos, os cuidados
para  evitar  a  proliferação  da  dengue  que  na  época  agente  trabalhou,  ficha  de
observação em casa, a observação  nos lotes vizinhos... “(Professora 1)

 
“Nós  às  vezes  fazemos  cartazes  com  eles,  desenhos  que  a  gente  coloca  no
mural, faz produção de texto, com a participação deles.” (Professora 2)
 
A Escola deve adotar uma nova realidade de educação, na qual além de  estimular o
educando a observar seu redor, também ensine que ele faz parte desse meio. No momento
que  educação  ambiental  entra  na  vida  escolar  da  criança,  a  mesma  deve  dá  a  ela  a
possibilidade de compreensão e integração, com respeito e consciência ao meio em que se
vive. (MENEZES, 2012).
             Sabe­se que a escola deve ser a fonte de estímulo para o aluno, com isso, foi
questionado  sobre  o  estímulo  da  escola  a  respeito  do  trabalho  interdisciplinar  com  a
educação ambiental, onde houve respostas satisfatórias.
  “Sim.  É...  sempre  visa  projeto  de  interação  interdisciplinar  envolvendo  todo  o
ambiente escolar. “(Professora 1)
 

“Estimula.” (Professora 2)
As respostas estão de acordo com o que o MEC propõe para as escolas, onde a EA
deve ser trabalhada de forma interdisciplinar. Dessa forma, o “processo da construção do
conhecimento interdisciplinar na área ambiental possibilita aos educadores atuar como um

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dos  mediadores  na  gestão  das  relações  entre  a  sociedade  humana,  em  suas  atividades
políticas, econômicas, sociais, culturais, e a natureza” (GUIMARÃES, 2004).
 
          Em  relação  ao  lixo,  foi  perguntado  se  o  mesmo  é  separado  corretamente  na  escola.
Observa­se que em cada escola há uma realidade.
 
 
 “Pelo conhecimento que a gente observa na escola, ele é separado, ás vezes,
são separados os papéis limpos e é mandado para a coleta”. (Professora 1)
 
“Infelizmente,  não  é  tratado,  a  gente  até  tenta  conversar  com  o  aluno  sobre
como  descartar  o  lixo  de  maneira  correta,  mas  na  escola  ele  não  é  separado.”
(Professora 2)
De acordo com os questionários aplicados por Souza et al., (2013), a professores de
escolas  públicas  municipais  de  Cruz  das  Almas  (BA)  constatou­se  a  ausência  de  coleta
seletiva  na  escola,  apesar  de  existirem  nas  salas  pequenas  lixeiras  apropriadas  para  tal
atividade.
Analisar o lixo, separar o mesmo, orientar os funcionários e convocar a comunidade
a  participar  da  ação  conscientizadora,  será  um  serviço  em  vão,  se  os  resíduos  forem
depositados em um mesmo recipiente. Quando o lixo é destino a um só lugar, sem a prática
da coleta seletiva, a comunidade escolar se desestimula a seguir com as ações e acabam
não obtendo um resultado satisfatório para com os alunos. PADIAL (2013).
     Ao responderem sobre o incentivo da reutilização de materiais na escola, e de que
forma isso ocorre, obteve­se as seguintes respostas:
 
 “Sim, fazendo trabalhos utilizando material reciclável. A gente trabalha painéis,
fazendo brinquedos, trabalhando com palitos. Como a gente trabalha os palitos?
Na  resolução  de  problemas  de  matemática,  ...  utilizamos  grãos,  e  além  desses
tem,  vários  outros,  as  vasilhas  de  sorvete  que  foi  pedido  agora    para  fazer  um
projetinho para a feira de ciências.” (Professora 1)

 
“ É sim. Através de arte com sucata por exemplo.” (Professora 2)
 

O fato de reciclar e/ou reaproveitar os resíduos, não é somente uma atitude criativa
com intuito de reduzir a quantidade de lixo, se resulta também na recuperação de produtos
já  fabricados  economizando  a  matéria­prima  e  energia,  criando  nas  pessoas  uma  cultura
conservacionista a fim de abrir novos postos de emprego e amenizar a degradação do meio
ambiente (CASTRO 2008).
            Acredita­se que um trabalho que envolva a realidade do aluno, trabalhando
com  seu  dia­a­dia  desperta  uma  maior  curiosidade  de  si  mesmo  além  de  fazê­lo  querer
buscar  soluções  para  cuidar  melhor  do  meio  em  que  vive.  Por  isso,  se  faz  necessário
informar, alertar e conscientizá­los para a necessidade de refletir nos problemas que o lixo
representa  para  o  planeta  e  os  instiga  a  buscar  formas  adequadas  para  amenizar  estes
problemas através da reciclagem/reutilização (OLIVEIRA et al., 2012).
 
3.3 BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA.
 
A Educação Ambiental tem que ser desenvolvida como uma prática, e esta por sua
vez  proporcionam  à  valorização  humana  e  a  transformação  de  hábitos  das  pessoas  em
relação  ao  ambiente  no  qual  estão  inseridas.  Após  a  realização  de  oficinas  práticas  de

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2017­6­12 [Artigo] ­ EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS SÉRIES INICIAIS: UMA ANÁLISE EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE UNAÍ­M.G.

reutilização de resíduos sólidos (lixo), realizou­se a segunda entrevista com as professoras
colaboradoras.
Quando  realizada  a  oficina  “Lixeirinhas  de  Mesa”  reutilizando  caixinha  de  leite  e
suco,  além  de  garrafas  pets,  segundo  as  professoras,  essa  ação  contribuiu  para  a
formação dos educandos:
 
            “Nossa,  achei  ótima.  Nós  podíamos  ter  trabalhado  bem  mais,  o  tempo  foi  tão
curtinho,  eu  adorei.  Mas,  foi  um  ótimo  trabalho  levando  cada  educando  a
perceber a importância da organização, da limpeza da própria sala. “(Professora
1)
 
                 “Ela diminui a necessidade dos alunos se levantar, evita jogar lixo no chão, e
ainda educá­las a usar sempre a lixeira.” (Professora 2)
 

Foi  questionado  também  se  a  ludicidade  utilizada  através  da  oficina  (Roleta
Magnética) favorece a aprendizagem dos alunos em educação ambiental.
 
“A roleta magnética, também eu achei excelente e foi uma coisa que eu como 
professora ainda não tinha trabalhado. Eu achei tão bonitinho, tão especial para
trabalhar  principalmente  com  os  alunos  com  mais  dificuldade  em  aprender.
Reutilizando materiais para a montagem da roleta e até mesmo a formação de
palavras envolvendo esse processo ambiental. “ (Professora 1)

 
“Bom, o aluno tem mais facilidade de desenvolver brincando.” (Professora 2)
 
A respeito das oficinas de reutilização realizadas durante este projeto, foi perguntado
se  as  mesmas  puderam  estimular  os  educandos  a  amenizar  os  impactos  causados  pelo
lixo, levando em consideração a oficina da coleta seletiva.
 
“É um projeto de grande relevância, onde cada aluno percebe a importância da
reciclagem, da separação lixo.” (Professora 1)
 
“Aumenta  o  conhecimento  que  eles  já  tinham  sobre  o  assunto  e  ainda
desenvolve o trabalho em grupo.” (Professora 2)

A  utilização  de  oficinas  pedagógicas  torna  o  processo  ensino­  aprendizagem


dinâmico,  estimula  a  criatividade  de  seus  participantes  e  ainda  torna  dispositivos
pedagógicos  acessíveis  às  escolas  favorecendo  a  articulação  entre  os  vários  níveis  de
ensino e a diversidade de saberes (MOITA e ANDRADE, 2009).
Por  fim,  perguntou­se  as  professoras.  Você  concorda  em  dizer  que  os  alunos
envolvidos no projeto foram estimulados a uma maior consciência ambiental? Por quê?
 
“Sim.  Gostaria,  na  minha  opinião,  que  fosse  mais  tempo.  Eu  achei  tão
interessante,  o  projeto  que  eu  achei  que  se  fosse  mais  tempo,  foi  um  projeto
muito bom onde as crianças participaram, interagiram, buscando os objetos para
a realização dos trabalhos.” (Professora 1)

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“Sim,  eu  pude  observar  que  muitos  deles  deixaram  de  jogar  o  lixo  no  chão.
Ainda não é a maioria, mas, estamos melhorando”. (Professora 2)
 
No trabalho realizado por Souza et al., (2013) nas Escolas Municipais Recanto Feliz
e Joaquim de Medeiros no estado da Bahia, as atividades de educação ambiental também
apresentaram  resultados  satisfatórios,  promovendo  a  disseminação  da  informação  e
conscientização de alunos, professores e funcionários. Várias atividades realizadas como:
os  vídeos,  músicas,  interações  e  conversas  com  os  alunos.  Além  disso,  a  partir  dos
materiais recicláveis como papelões e tampinhas de garrafa pet, os alunos confeccionaram
brinquedos,  jogos  (da  velha  e  do  ponga)  e  cartazes  que  foram  expostos  na  escola,  tudo
isso  trouxe  grandes  avanços  fazendo  com  que  as  crianças  desenvolvessem  um  censo
crítico e um pensamento de buscar a solução para alguns problemas ambientais.
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Durante  este  processo,  se  obteve  experiências  satisfatórias,  porém  sugere­se  que
haja  uma  aplicação  mais  profunda  e  duradoura,  estendida  durante  o  ano  letivo  com
trabalhos  estimulantes  e  inovadores  a  fim  de  trazer  os  pais  para  a  escola  para  que  os
mesmos participem ativamente da vida escolar dos filhos, pois assim tanto os pais quanto
os filhos estarão caminhando juntos por um mesmo propósito: um planeta mais sustentável.
Desta  forma  é  possível  uma  mudança  significativa  no  quadro  ambiental  que  se
encontra  o  planeta,  no  entanto  é  preciso  que  todos  tenham,  o  mesmo  propósito,  pois  a
caminhada  somente  se  torna  produtiva  quando  todos  concordam  com  a  direção  que  se
deve seguir, caso contrário, não será possível obter sucesso ao fim da jornada.

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