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ISSN 16780701
Número 60, Ano XVI. Números anteriores ...
Junho/Agosto/2017.
Artigos
03/06/2017
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS SÉRIES INICIAIS: UMA
ANÁLISE EM DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DE UNAÍM.G.
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS SÉRIES INICIAIS: UMA ANÁLISE EM DUAS ESCOLAS
PÚBLICAS DE UNAÍM.G
Débora Fernanda Costa Peres1
Elismar de Jesus Nunes Cnossen2
1Acadêmica do curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí
FACTU.
2 Mestra em Química pela Universidade Federal de Goiás, Graduada em Ciências
Biológicas pela Universidade Estadual de Montas Claros, Docente no curso de Pedagogia
da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí –FACTU.
email: eliscnossen@gmail.com
Faculdade de Ciências e Tecnologia de Unaí FACTU
Rua Rio Preto, n°422 –Centro, UnaíM.G / CEP: 38610000.Telefone: (38)36766222
RESUMO
A educação ambiental nas séries iniciais do ensino fundamental tem importância
fundamental na formação da consciência sobre a preservação e responsabilidade
ambiental do ser humano. O objetivo do trabalho foi identificar as concepções de duas
docentes de educação infantil sobre a educação ambiental e analisar a importância de
oficinas utilizando materiais recicláveis no processo ensinoaprendizagem. A pesquisa foi
realizada dentro de uma abordagem qualitativa, a partir de oficinas realizadas com os
alunos e entrevistas realizadas com duas professoras da educação infantil. Resultados da
pesquisa mostraram que os alunos perceberam a capacidade e o seu potencial de criar
coisas interessantes e fazer novos objetos a partir de materiais considerados lixo. A
primeira entrevista analisou a prática da educação ambiental nas séries iniciais. A segunda
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entrevista discutiu os benefícios da prática da educação ambiental na escola após a
realização de várias oficinas com materiais recicláveis, mostrando que as atividades de
educação ambiental apresentaram resultados satisfatórios, promovendo a disseminação da
informação e conscientização dos alunos.
Palavraschave: Educação Ambiental. Lixo. Oficinas.
INTRODUÇÃO
O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades atuais revela que os
impactos provocados pelos seres humanos sobre o meio ambiente estão se tornando cada
vez mais complexos, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos (JACOBI, 1999).
As ações antrópicas, desde a antiguidade até os dias de hoje, alterou o meio
ambiente de alguma forma. Evidenciase, atualmente, um grave problema em relação ao
crescimento populacional e crescente deterioração do meio ambiente devido as ações
antrópicas realizadas de forma contínua e exorbitante (TINOCO et al., 2010) colocando em
risco, tanto à fauna quanto a flora de modo geral, causando à extinção de plantas e
animais.
A crise ambiental não se trata de crise ecológica, mas sim de crise da razão, pois
os problemas ambientais são, fortes consequências da falta de conhecimento (LEFF, 2001).
Deste modo, podem ser decorridas fortes implicações para toda e qualquer política
ambiental que deve passar tanto por uma política do conhecimento quanto da educação.
Somente a partir da década de 1980 a Educação Ambiental (EA) começou a ser
vista como um tema importante e urgente, tendo em vista a abertura política e a ascensão
dos movimentos sociais. A partir daí, deuse início a várias reuniões e encontros, abrindo
importantes espaços de construção de identidade social em volta das práticas educativas
voltadas para o meio ambiente dando ao planeta uma chance de sobrevivência (RAMOS
1996).
O Ministério da Educação em 1997 elaborou e propôs os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs), no qual, o Meio Ambiente foi considerado um Tema Transversal e,
portanto, deve estar integrado a todos os níveis de ensino formal, numa relação de
transversalidade, de modo a incutir toda a prática educativa e, ao mesmo tempo, criar uma
visão englobante da questão ambiental, visualizando os aspectos físicos e históricosociais,
assim como as conexões entre a escala local e planetária desses problemas (BRASIL,
1997).
A escola deverá oferecer meios efetivos para cada aluno compreender os fatos
naturais e humanos referentes ao tema Meio Ambiente, além de desenvolver suas
potencialidades e adotar posturas pessoais e comportamentos sociais que lhe permitam
viver numa relação construtiva consigo mesmo e com seu meio, colaborando para que a
sociedade seja ambientalmente sustentável e socialmente justa; protegendo, preservando
todas as manifestações de vida no planeta; e garantindo as condições para que ela
prospere em toda a sua abundância e diversidade (BRASIL, 1998).
A educação ambiental nas séries iniciais do ensino fundamental contribui para a
consciência de preservação e de cidadania. As crianças aprendem, desde cedo, que é
necessário cuidar e preservar a vida do planeta, que pequenas atitude fazem a diferença, e
que eles são capazes de proporcionar uma grande mudança na comunidade em que
moram (MEDEIROS, et al., 2011).
De acordo com Funk e Santos (2009) a educação ambiental infantil tem
fundamental importância na formação da consciência sobre a responsabilidade ambiental
do ser humano, para que cada cidadão compreenda a sua responsabilidade em relação
aos valores de preservação e cuidado com o mundo que nos cerca, levando esse
conhecimento consigo e utilizando em toda sua vida.
O lixo é um componente presente na vida e no cotidiano de todos, sendo um
excelente tema a ser trabalhado com os estudantes, de forma interdisciplinar, visando à
conscientização e a mudança de atitudes dentro e fora da sala de aula (SILVA, 2007). Uma
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boa metodologia para trabalhar o tema é através de oficinas utilizando materiais
reutilizáveis na construção de novos objetos. Além de agradar uma criança com oficinas de
sucata, o professor pode ensinála uma nova maneira de ver o mundo, desta forma a
criança aprende de forma fácil e natural a reaproveitar materiais reutilizáveis evitando que
estes materiais tenham destinos incorretos amenizando o acúmulo de lixo.
O objetivo deste trabalho é identificar as concepções de duas docentes de educação
infantil sobre a educação ambiental e analisar a importância de oficinas utilizando materiais
recicláveis no processo ensinoaprendizagem.
2. METODOLOGIA
O estudo foi realizado entre os meses de agosto e novembro de 2016 em duas
escolas públicas da cidade de Unaí no noroeste de Minas Gerais. Participaram do estudo
duas docentes do 2° ano do ensino fundamental e seus respectivos alunos. A coleta de
dados se deu através de duas entrevistas semiestruturadas com a professora 1, docente
da Escola Estadual Domingos Pinto Brochado, e com a professora 2, docente da Escola
Estadual Tancredo de Almeida Neves.
Inicialmente, realizouse uma entrevista semiestruturada com as professoras
colaboradoras, abordando questões diversas. Após a entrevista, iniciouse com os alunos
uma oficina de integração utilizando histórias e desenhos para falar sobre a preservação
ambiental. Logo após foram realizados jogos virtuais, confecção de objetos a partir de
materiais recicláveis e também de brinquedos que podem ser usados como jogo
pedagógico. Por fim, realizouse uma segunda entrevista abordando as ações realizadas
com os alunos e a importância das mesmas na formação do aluno como cidadão.
Os dados pesquisados foram analisados a partir de uma abordagem qualitativa.
3.RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 OFICINAS REALIZADAS NAS ESCOLAS
Após a oficina de integração onde foi abordada a preservação ambiental através de
histórias e desenhos, os alunos foram levados para o laboratório de informática (figura 1)
onde foram realizados jogos virtuais tratando o tema lixo. Aproveitando a ocasião, as
crianças foram instruídas a pesquisar sobre brinquedos feitos de material reciclável.
Figura 1: A Alunos da Escola Estadual Domingos Pinto Brochado realizando jogos virtuais tratando o tema
lixo. B Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves pesquisando sobre brinquedos confeccionados
como material reciclável.
Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.
Os jogos virtuais podem ser uma importante ferramenta, ao associar o lúdico ao
pedagógico no ensino, especialmente na educação ambiental, constituindose um recurso
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motivador da aprendizagem fazendo que a criança se interesse mais pela temática
(COSTA; MELO e FANTINI, 2011).
No terceiro momento, foi abordado o tema coleta seletiva enfatizando a necessidade
de o lixo ser selecionado e também a forma correta para se descartar cada tipo de lixo.
Para consolidar esta etapa, na Escola Estadual Domingos Pinto Brochado foram
confeccionadas pequenas lixeiras seletivas utilizando latas de alumínio de 500 gramas
(figura 2). As lixeiras foram deixadas dentro da sala de aula para uso das crianças. Já na
Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves foi confeccionado um cartaz expositivo
falando da preservação ambiental, pois as crianças recentemente desenvolveram um
projeto juntamente com a professora regente de construção de lixeiras (figura 3).
Figura 2: A Alunos da Escola Estadual Domingos Pinto Brochado confeccionando as lixeiras; B Lixeiras
seletivas prontas.
Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.
Figura 3: A Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves confeccionando o cartaz; B Os alunos
exibindo o cartaz pronto.
Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.
Marques (2010) investigando a funcionalidade de atividades lúdicas como
ferramenta adicional no processo de ensinoaprendizagem, permeando objetivos de
Educação Ambiental, junto à metodologia da Escola Nova usou a produção de desenhos,
cartazes e pinturas; utilização de músicas; apresentação de vídeos educacionais e
aplicação de jogos, dentre outras ferramentas para ensinar EA.
Por fim, foram desenvolvidas oficinas de materiais recicláveis com os alunos a fim de
obter objetos, brinquedos e/ou jogos pedagógicos. Na Escola Estadual Domingos Pinto
Brochado, foram feitas lixeirinhas de mesa reutilizando caixinhas de leite e suco. Os alunos
levaram a lixeirinha para casa para que os pais pudessem participar do projeto enfeitando
as juntamente com os filhos (figura 4).
Figura 4: A Alunos da Escola Estadual Domingos Pinto Brochado confeccionando as lixeirinhas de mesa; B
lixeirinhas prontas.
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Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.
Na Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves, foram feitas as lixeirinha de mesa
reutilizando garrafas de plástico (figura 5).
Figura 5: A Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves confeccionando as lixeirinhas de mesa; B
lixeirinhas prontas.
Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.
Corroborando com a ideia, Santoro (2011), investigando um grupo de alunos que
participam de um projeto de atividades socioeducativas dentro de um contexto
socioeconômico baixo de uma escola do Distrito Federal, percebeu que os professores
trabalham EA através de reciclagem de garrafas pet, confecção de lixeirinha individual e a
higiene da sala.
Após fazer lixeiras a partir de material reciclável, foi confeccionado também um
brinquedo pedagógico denominado roleta magnética. O brinquedo é utilizado na forma de
jogo reutilizando tampinhas de garrafa pet e imã (figura 6). A brincadeira com sucata
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(material reciclável) possui um lugar de destaque no incentivo da capacidade de criação
infantil, oferecendo um mundo de possibilidades à criança.
Figura 6: A Início da confecção da roleta magnética; B Alunos da Escola Estadual Domingos Pinto Brochado
jogando a roleta magnética; C Alunos da Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves jogando a roleta
magnética.
Fonte: Autoras da pesquisa, 2016.
Os jogos feitos com sucata são recurso pedagógico indispensáveis na educação
infantil, pois trazem atividades lúdicas e criativas a fim de desenvolver potencialidades e
habilidades, sensibilizando a comunidade envolvida a respeito da importância do meio
ambiente e de sua preservação. (DEPRÁ, 2008).
Tavares (2010), ao desenvolver um projeto de Educação Ambiental na Escola
Municipal Vitor Miguel de Souza, em Florianópolis, observou que o as crianças foram
incentivadas a perceberem que fazem parte do meio ambiente, que são sujeitos
importantes, com direitos e deveres em relação ao Planeta Terra.
Podese afirmar que os alunos perceberam a capacidade e o seu potencial de criar
coisas interessantes e fazer novos objetos a partir de materiais considerados lixo. Tal fato
associase a transformação da relação dos seres humanos com o seu ambiente, princípios
essenciais da Educação Ambiental.
3.2 A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS SÉRIES INICIAIS
Nesta categoria de análise procurase estabelecer a relação entre a educação
ambiental e sua prática na educação infantil na ótica das professoras colaboradoras. A
primeira pergunta foi sobre a formação das docentes. A professora 1 tem graduação em
Normal Superior e a professora 2 tem graduação em Pedagogia.
Em relação à formação na área de Educação Ambiental, perguntouse a elas se
possuíam algum curso específico.
“Não, porém tenho conhecimentos em debates e conversa informal sobre o
tema abordado.” (Professora 1)
“Fiz um curso oferecido pelo PNAIC (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
Certa). É uma formação para professores e nele trabalhavamse várias áreas
inclusive educação ambiental”. (Professora 2)
Segundo Dias, é essencial, para o desenvolvimento da EA, que os profissionais da
educação sejam capacitados para que as informações passadas para os alunos sejam
adequadas.
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“O treinamento do pessoal docente é o fator principal no desenvolvimento da EA. A aplicação de
programas de EA e o próprio uso adequado dos materiais de ensino só serão possíveis se os
docentes tiveram acesso a treinamento, tanto em conteúdos quanto em métodos [...]” (DIAS,
pág. 88, 1998).
Foi feito um questionamento de como a educação ambiental é trabalhada em sala
de aula, mostrando que a EA é realizada através de temas do diaadia do aluno.
“Olha, é de forma bem organizada e prazerosa. No início do ano nós fizemos
rodas de conversa e discutimos sobre a organização e a limpeza a partir da sala
de aula envolvendo toda a escola e isso é um processo que é trabalhado durante
todo o ano letivo. “(Professora 1)
“Nós trabalhamos de acordo com a realidade da região, de acordo com os
alunos, o que eles veem mais ou menos no caminho de casa, essas coisas.
“(Professora 2)
Martins (2009) ao entrevistar seis professoras de educação infantil e também uma
coordenadora a respeito da educação ambiental na educação infantil, percebeu que a
maioria das colaboradoras trabalha a EA em atitudes do cotidiano, como conservação do
ambiente limpo, reutilização de materiais, reciclagem, economia de água e preservação da
natureza (flora e fauna).
Quando questionado a respeito do envolvimento dos alunos nos trabalhos
desenvolvidos em Educação Ambiental, obtiveramse as seguintes respostas:
“Zelar para que a própria sala fique organizada onde cada um tem o
compromisso de observar em volta da sua mesa, da sua carteira e até mesmo
trabalhos de observação em casa. Nesse trabalho nós envolvemos, os cuidados
para evitar a proliferação da dengue que na época agente trabalhou, ficha de
observação em casa, a observação nos lotes vizinhos... “(Professora 1)
“Nós às vezes fazemos cartazes com eles, desenhos que a gente coloca no
mural, faz produção de texto, com a participação deles.” (Professora 2)
A Escola deve adotar uma nova realidade de educação, na qual além de estimular o
educando a observar seu redor, também ensine que ele faz parte desse meio. No momento
que educação ambiental entra na vida escolar da criança, a mesma deve dá a ela a
possibilidade de compreensão e integração, com respeito e consciência ao meio em que se
vive. (MENEZES, 2012).
Sabese que a escola deve ser a fonte de estímulo para o aluno, com isso, foi
questionado sobre o estímulo da escola a respeito do trabalho interdisciplinar com a
educação ambiental, onde houve respostas satisfatórias.
“Sim. É... sempre visa projeto de interação interdisciplinar envolvendo todo o
ambiente escolar. “(Professora 1)
“Estimula.” (Professora 2)
As respostas estão de acordo com o que o MEC propõe para as escolas, onde a EA
deve ser trabalhada de forma interdisciplinar. Dessa forma, o “processo da construção do
conhecimento interdisciplinar na área ambiental possibilita aos educadores atuar como um
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dos mediadores na gestão das relações entre a sociedade humana, em suas atividades
políticas, econômicas, sociais, culturais, e a natureza” (GUIMARÃES, 2004).
Em relação ao lixo, foi perguntado se o mesmo é separado corretamente na escola.
Observase que em cada escola há uma realidade.
“Pelo conhecimento que a gente observa na escola, ele é separado, ás vezes,
são separados os papéis limpos e é mandado para a coleta”. (Professora 1)
“Infelizmente, não é tratado, a gente até tenta conversar com o aluno sobre
como descartar o lixo de maneira correta, mas na escola ele não é separado.”
(Professora 2)
De acordo com os questionários aplicados por Souza et al., (2013), a professores de
escolas públicas municipais de Cruz das Almas (BA) constatouse a ausência de coleta
seletiva na escola, apesar de existirem nas salas pequenas lixeiras apropriadas para tal
atividade.
Analisar o lixo, separar o mesmo, orientar os funcionários e convocar a comunidade
a participar da ação conscientizadora, será um serviço em vão, se os resíduos forem
depositados em um mesmo recipiente. Quando o lixo é destino a um só lugar, sem a prática
da coleta seletiva, a comunidade escolar se desestimula a seguir com as ações e acabam
não obtendo um resultado satisfatório para com os alunos. PADIAL (2013).
Ao responderem sobre o incentivo da reutilização de materiais na escola, e de que
forma isso ocorre, obtevese as seguintes respostas:
“Sim, fazendo trabalhos utilizando material reciclável. A gente trabalha painéis,
fazendo brinquedos, trabalhando com palitos. Como a gente trabalha os palitos?
Na resolução de problemas de matemática, ... utilizamos grãos, e além desses
tem, vários outros, as vasilhas de sorvete que foi pedido agora para fazer um
projetinho para a feira de ciências.” (Professora 1)
“ É sim. Através de arte com sucata por exemplo.” (Professora 2)
O fato de reciclar e/ou reaproveitar os resíduos, não é somente uma atitude criativa
com intuito de reduzir a quantidade de lixo, se resulta também na recuperação de produtos
já fabricados economizando a matériaprima e energia, criando nas pessoas uma cultura
conservacionista a fim de abrir novos postos de emprego e amenizar a degradação do meio
ambiente (CASTRO 2008).
Acreditase que um trabalho que envolva a realidade do aluno, trabalhando
com seu diaadia desperta uma maior curiosidade de si mesmo além de fazêlo querer
buscar soluções para cuidar melhor do meio em que vive. Por isso, se faz necessário
informar, alertar e conscientizálos para a necessidade de refletir nos problemas que o lixo
representa para o planeta e os instiga a buscar formas adequadas para amenizar estes
problemas através da reciclagem/reutilização (OLIVEIRA et al., 2012).
3.3 BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA.
A Educação Ambiental tem que ser desenvolvida como uma prática, e esta por sua
vez proporcionam à valorização humana e a transformação de hábitos das pessoas em
relação ao ambiente no qual estão inseridas. Após a realização de oficinas práticas de
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reutilização de resíduos sólidos (lixo), realizouse a segunda entrevista com as professoras
colaboradoras.
Quando realizada a oficina “Lixeirinhas de Mesa” reutilizando caixinha de leite e
suco, além de garrafas pets, segundo as professoras, essa ação contribuiu para a
formação dos educandos:
“Nossa, achei ótima. Nós podíamos ter trabalhado bem mais, o tempo foi tão
curtinho, eu adorei. Mas, foi um ótimo trabalho levando cada educando a
perceber a importância da organização, da limpeza da própria sala. “(Professora
1)
“Ela diminui a necessidade dos alunos se levantar, evita jogar lixo no chão, e
ainda educálas a usar sempre a lixeira.” (Professora 2)
Foi questionado também se a ludicidade utilizada através da oficina (Roleta
Magnética) favorece a aprendizagem dos alunos em educação ambiental.
“A roleta magnética, também eu achei excelente e foi uma coisa que eu como
professora ainda não tinha trabalhado. Eu achei tão bonitinho, tão especial para
trabalhar principalmente com os alunos com mais dificuldade em aprender.
Reutilizando materiais para a montagem da roleta e até mesmo a formação de
palavras envolvendo esse processo ambiental. “ (Professora 1)
“Bom, o aluno tem mais facilidade de desenvolver brincando.” (Professora 2)
A respeito das oficinas de reutilização realizadas durante este projeto, foi perguntado
se as mesmas puderam estimular os educandos a amenizar os impactos causados pelo
lixo, levando em consideração a oficina da coleta seletiva.
“É um projeto de grande relevância, onde cada aluno percebe a importância da
reciclagem, da separação lixo.” (Professora 1)
“Aumenta o conhecimento que eles já tinham sobre o assunto e ainda
desenvolve o trabalho em grupo.” (Professora 2)
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“Sim, eu pude observar que muitos deles deixaram de jogar o lixo no chão.
Ainda não é a maioria, mas, estamos melhorando”. (Professora 2)
No trabalho realizado por Souza et al., (2013) nas Escolas Municipais Recanto Feliz
e Joaquim de Medeiros no estado da Bahia, as atividades de educação ambiental também
apresentaram resultados satisfatórios, promovendo a disseminação da informação e
conscientização de alunos, professores e funcionários. Várias atividades realizadas como:
os vídeos, músicas, interações e conversas com os alunos. Além disso, a partir dos
materiais recicláveis como papelões e tampinhas de garrafa pet, os alunos confeccionaram
brinquedos, jogos (da velha e do ponga) e cartazes que foram expostos na escola, tudo
isso trouxe grandes avanços fazendo com que as crianças desenvolvessem um censo
crítico e um pensamento de buscar a solução para alguns problemas ambientais.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante este processo, se obteve experiências satisfatórias, porém sugerese que
haja uma aplicação mais profunda e duradoura, estendida durante o ano letivo com
trabalhos estimulantes e inovadores a fim de trazer os pais para a escola para que os
mesmos participem ativamente da vida escolar dos filhos, pois assim tanto os pais quanto
os filhos estarão caminhando juntos por um mesmo propósito: um planeta mais sustentável.
Desta forma é possível uma mudança significativa no quadro ambiental que se
encontra o planeta, no entanto é preciso que todos tenham, o mesmo propósito, pois a
caminhada somente se torna produtiva quando todos concordam com a direção que se
deve seguir, caso contrário, não será possível obter sucesso ao fim da jornada.
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