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Leandro Tomaz de Araujo &

Andrea Luiza G. Martinho

Lições de Matemática

Volume 1
UFRRJ-2019
2
Sumário

1 Graficos e Funções 3
1.1 Conjuntos Numéricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Funções de uma Variável real . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.2.1 Definição de Função . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.3 Modelos Funcionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.4 Funções Algébricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 Limite de funções de uma variável . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.6 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

2 A Derivada 38
2.1 Reta Tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.2 Definição de Derivada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.3 Técnicas de derivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.4 Taxas Relacionadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
2.5 Diferencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
2.6 Análise Marginal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
2.7 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

3 Otimização 64
3.1 Máximos e Mı́nimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
3.2 Máximos e Mı́nimos em intervalos fechados [a, b] . . . . . . 70
3.3 Aplicação de Máximos e Mı́nimos . . . . . . . . . . . . . . . 73
3.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

4 Funções Exponencial e Logarı́tmica 80


4.1 Função exponencial e logarı́tmica . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.2 Derivada da Função Exponencial e Logaritmica . . . . . . . 87
4.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

5 Integrais Indefinidas 91
5.1 Integração Indefinida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
5.2 Integração por Substituição . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
5.3 Integração por Partes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
5.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

1
Prefácio

Estas notas de Aula é uma versão abreviada do Lições de Cálculo Diferencial


e Integral, volume 1; e surgiram das disciplinas de Cálculo 1 e Matemática
1 ministrada pelos autores nos anos de 2009, 2011 e 2012 na Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro.
Um dos objetivos dessa apostila é de fornecer os conhecimentos ne-
cessários aos Cursos de Economia e Administração; bem como servir de
livro texto para a disciplina de Matemática 1 dessa mesma intuição para
outros Cursos de Graduação que requerem conhecimentos elementares do
Cálculo Diferencial e Integral.
No capı́tulo 1, estudaremos algumas funções de uma variável, enfati-
zando os gráficos. No capı́tulo 2, apresentaremos a noção intuitiva de Limite
a qual usaremos para apresentar a derivada motivada pelo estudo da reta
tangente ao gráfico de uma função de um única variável, e faremos algumas
aplicações da derivada em taxas relacionadas, em Otimização e em Análise
Marginal. No capı́tulo 3, estudaremos as funções exponencial e logarı́tmica
e seus gráficos. No capı́tulo 4 apresentaremos a integral Indefinida e suas
técnicas elementares, a saber Integração por Substituição e por Partes.

Serópedica,
os Autores

2
1
Graficos e Funções

1.1 Conjuntos Numéricos


Conjuntos dos Naturais

N = {0, 1, 2, 3, . . .}

Conjuntos dos Inteiros

Z = {. . . , −2, −1, 0, 1, 2, . . .}

Conjuntos dos Racionais

 
p
Q= : p, q ∈ Z, q 6= 0
q
Para os números racionais podemos fazer o seguinte diagrama, que indica a
representação decimal:

inteiros decimal
%
racionais exato
& %
fracionários &
dı́zima
periódica

+ Exemplo 1.1. Observe a representção decimal dos seguintes números:


6 5
• =3; =5
2 1
7 1
• = 3, 5 ; = 0, 5
2 2
1 8
• = 0, 333 . . . ; = 1, 14285 . . .
3 7

3
4 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

Numeros Reais
Os números racionais podem ser representados por pontos de uma reta
numerada. Observe que todo r ∈ Q é um ponto da reta; entretanto, nem
todo ponto da reta é racional.


+ Exemplo 1.2. 2 não é racional, mas existe um ponto na reta que o
representa, conforme podemos observar na figura abaixo:

2 1

1
Pelo Teorema de Pitágoras

x2 = 12 + 12 =⇒ x2 = 2 =⇒ x = 2

2
√ 1.1 (Lema de Pitágoras). Não existe x ∈ Q tal que x = 2 (isto
Lema
é, 2 ∈
/ Q).

Assim podemos observar que há pontos na reta que não representam
números racionais. A esses pontos associamos os números irracionais. De
modo geral, toda raiz não exata bem como todo número decimal não exato
e não periódicos são irracionais. O conjunto dos números reais é o conjunto
formado por todos os números racionais e irracionais, ou seja

R = Q ∪ (R − Q)

O diagrama abaixo mostra a relação dos conjuntos estudados.

N Z
R−Q Q

N⊂Z⊂Q⊂R
Pelo que vimos, cada r ∈ R corresponde um P da reta, e cada ponto P da
reta corresponde um n ∈ R. (r ↔ P ).

Em palavras, a reta real não apresenta buracos e nem falhas; essa é uma
importante propriedade dos números reais.

Intervalos Reais
Sejam a, b ∈ R com a < b. Um intervalo em R é um subconjunto de R
determinado por desigualdades.
1.1. CONJUNTOS NUMÉRICOS 5

Intervalos Limitados:

1. Intervalo Aberto
]a, b[= {x ∈ R : a < x < b}

2. Intervalo Fechado

[a, b] = {x ∈ R : a ≤ x ≤ b}

3. Intervalo aberto à esquerda e fechado à direita.

]a, b] = {x ∈ R : a < x ≤ b}

4. Intervalo fechado à esquerda e aberto à direita.

[a, b[= {x ∈ R : a ≤ x < b}

Nota 1.1. Os números reais a e b são denoiminados, respectivamente, ex-


tremo inferior e extremo superior do intervalo.

Intervalos Ilimitados:

• [−∞, a[= {x ∈ R : x < a}

• ] − ∞, a] = {x ∈ R : x ≤ a}

• [b, +∞[= {x ∈ R : x ≥ b}

• ]b, +∞[= {x ∈ R : x > b}

• ] − ∞, +∞[= R

- Exercı́cio 1.1.
Descrever, usando a notação de conjuntos, os seguintes intervalos:

1. [−2, 7] 4. ] − ∞, 5]

2. [−1, +∞[ 5. [1, 4[

3. ] − 1, 1[ 6. ] − 2, 2[

- Exercı́cio 1.2.
Determine o intervalo correspondente a operação dada:
6 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

1. ] − 1, 1] ∩ [1, 3] 4. [−10, 2] ∪ [−3, 5]

2. ] − 4, 4] ∩ [4, 6[ 5. ] − ∞, 3] ∪ [−1, ∞[

3. ] − ∞, 2] ∩ [−2, +∞[ 6. ] − ∞, 3] ∪ [1, 4]

Atenção 1.1. Os simbolos +∞ (mais infinito) e −∞ (menos infinito) são


apenas simbolos e não devem ser confundidos com números reais.

Valor Absoluto ou Módulo

I Definição 1.1. O valor absoluto (ou módulo) de um número real é dado


por:

a, se a ≥ 0,
|a| =
−a, se a < 0.

Em particular, para todo a ∈ R,

|a| ≥ 0.

Exemplos 1.1. Observe que:

• |0| = 0 • | − 3| = 3

• |3| = 3 • |3 − π| = −(3 − π) = π − 3

• | − 7| = 7 • | − 1, 7| = 1, 7

. Observação 1.1. Pela definição de módulo temos:

1. Para todo x ∈ R, |x|2 = x2 , pois

• x ≥ 0 ⇒ |x| = x ⇒ |x|2 = x2
• x < 0 ⇒ |x| = −x ⇒ |x|2 = (−x)2 = x2

Então
|x|2 = x2 .

2. Por (01), temos



|x| = x2
1.1. CONJUNTOS NUMÉRICOS 7

Teorema 1.1 (Propriedades de Valor Absoluto). Para todo x, y ∈ R,


temos:

1. |x · y| = |x| · |y|

x x
2. =
y y
3. |x| = |y| ⇔ x = ±y

Equação Modular

Teorema 1.2. Para todo x, y ∈ R, temos:

|x| = |y| ⇔ x = ±y

+ Exemplo 1.3. Resolva a equação:

|x − 5| = |3x + 7|

Solução:

|x − 5| = |3x + 7|
Então,
x − 5 = 3x + 7 ⇒ 2x = −12 ⇒ x = −6
x − 5 = −3x − 7 ⇒ 4x = −2 ⇒ x = −1
2

Assim,  
−1
S = −6,
2

Inequação Modular

Teorema 1.3. Para todo x, y ∈ R, temos:

1. |x| ≤ a ⇔ −a ≤ x ≤ a

2. |x| ≥ a ⇔ x ≥ a ou x ≤ −a

+ Exemplo 1.4. Resolva as inequações:

1. |2x − 1| < 3

Solução:
8 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

|2x − 1| < 3 ⇔ −3 < 2x − 1 < 3


⇔ −3 + 1 < 2x − 1 + 1 < 3 + 1
⇔ −2 < 2x < 4
⇔ −1 < x < 2

Assim,
S =] − 1, 2[

2. |x − 2| ≥ 1

Solução:

|x − 2| ≥ 1 ⇔ x − 2 ≥ 1 ou x − 2 ≤ −1
⇔ x ≥ 3 ou x ≤ 1

S =] − ∞, 1] ∪ [3, +∞[

1.2 Funções de uma Variável real


O conceito de função é um dos mais importantes da matemática, e surge
toda vez que procuramos estabelecer uma relação entre duas grandezas
variáveis.

+ Exemplo 1.5.
1. A demanda de um produto pode depender do preço do produto.

2. A poluição do ar de uma cidade pode depender da quantidade de carros


na rua.

3. O volume V da esfera é uma função de seu raio R.

4
V = π R3
3

Interpretação de uma função f


Podemos pensar uma função como:
(1a ) um mapeamento dos pontos de um conjunto A para os pontos de outro
conjunto B.

(2a ) uma maquina que transforma os pontos de um conjunto A para os


pontos de outro conjunto B usando uma lei ou regra.

x 7−→ f 7−→ f (x)


1.2. FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL REAL 9

1.2.1 Definição de Função

.
y I Definição 1.2. Sejam A e B conjuntos.Uma função é uma lei ou uma
regra que a cada elemento x ∈ A associa-se um único elemento y ∈ B.
Em simbolos:

∀ x ∈ A, ∃ ! y ∈ B |y = f (x)

Em que:

• x: variável independente

• y: variável dependente

Notação 1.1. Utilizaremos duas notações para uma função, a saber:

1. f : A → B tal que y = f (x).

f : R −→ R
2.
x 7−→ f (x).

Nota 1.2. Neste texto fica estabelecido que A e B são subconjuntos de R,


isto é, A, B ⊂ R.

Domı́nio e Imagem

I Definição 1.3. Seja y = f (x) uma função.

1. O Domı́nio de uma função é o conjunto

Dom(f ) = {x ∈ R : ∃ f (x)}

2. A Imagem de uma função é o conjunto

Im(f ) = {f (x) ∈ R : x ∈ Dom(f )}

+ Exemplo 1.6. Determine o domı́nio e a imagem das funções definidas


por:

1. f (x) = x − 1

Solução:

• x − 1 ≥ 0 ⇒ x ≥ 1; então

Dom(f ) = [1, +∞[.


10 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

• x ≥ 1 ⇒ x − 1 ≥ 0 ⇒ | x{z− 1} ≥ 0, então
f (x)

Im(f ) = [0, ∞[.

1
2. f (x) =
x2
Solução:

Observe que

• x 6= 0, então
Dom(f ) = R.
1
• x2 > 0 ⇒ > 0, então
x2
Im(f ) =]0, ∞[.

- Exercı́cio 1.3. Nos exemplos anteriores, determine o domı́nio e a ima-


gem.

Nota 1.3. .
1. Seja f : A → B uma função. O conjunto A = Dom(f ) e Im(f ) ⊂ B.

2. O conjunto B é chamado de Contra-domı́nio.

Gráfico de uma função


Uma função f : A ⊂ R → R é representada geometricamente no R2 .

I Definição 1.4. O gráfico de f é o conjunto

Graf (f ) = {(x, f (x)) : x ∈ Dom(f )}

O gráfico de f é, em geral, uma curva no plano R2 .

+ Exemplo 1.7. Observe os gráficos das seguintes funções:


f : R −→ R
1.
x 7−→ 2x.
1.3. MODELOS FUNCIONAIS 11

f : [0, +∞[ −→ R

2.
x 7−→ x.


1, se x ≥ 0,
3. f (x) =
−1, se x < 0.

f : [0, +∞[ −→ R
4.
x 7−→ x2 .

1.3 Modelos Funcionais


O nosso objetivo é estudar métodos matemáticos para lidar com problemas
práticos em Economia, Finanças entre outros. Esse método pode ser divido
nos seguintes passos:

Passo 1 (Formulação)
dada uma situação, identificar as hipoteses adequadas e as variáveis envol-
vidas.

Passo 2 (Análise do Modelo)


Aplicar os métodos matemáticos para extrair a informação desejada no mo-
delo obtido no passo anterior.

Passo 3 (Interpretação dos Resultados)


Uma vez resolvido o problema. Devemos verificar se os resultados fazem
sentido na situação real, ou seja, se a formulação do modelo foi bem posta.
12 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

Passo 4 (Testes e Ajustes)


O modelo é testado como novos dados para saber se as previsões obtidas na
Para que se tenha um bom análise estão corretas.
modelo as hipóteses devem
ser simples o bastante, para Engenharia
que possa ser analisado ma-
tematicamente, mas não ao
ponto de deixar ser real.
+ Exemplo 1.8.
De uma ilha situada no ponto A a 12 Km
da costa será ligado por cabos de eletricidade
a uma subestação de energia no ponto C a
20 Km praia acima. Os cabos terrestres cus-
tam 3 mil reais e os cabos subaquáticos cus-
tam 5 mil reais por Km.
Encontre o custo total em função da distancia de B a C (Suponha a costa
retilı́nea).

Solução:

Considere
• x: a distancia (em Km)de B a C;

• y: a distancia (em Km)de A a B.


O custo (em milhares reais) sera dado por

C = 3x + 5y

Pelo teorema de Pitágoras,


p
y 2 = (20 − x)2 + 122 =⇒ y = (20 − x)2 + 122

Substituindo p
C(x) = 3x + 5 (20 − x)2 + 122

+ Exemplo 1.9.
Do ponto A, situado numa das margens de B C
um rio, de 100m de largura, deve-se levar
100 m Rio
energia elétrica ao ponto C situado na outra
margem do rio. O fio a ser utilizado na água
A
custa R$5, 00 o metro, e o que será utilizado 1000 m

fora, R$3, 00 o metro.


Encontre a função custo em função do ponto B? (Suponha as margens reti-
lineas e paralelas).
Solução:
Sejam
1.3. MODELOS FUNCIONAIS 13

• A = (0, 0)

• B = (x, 100)

• C = (1000, 100)

Então o custo dos fios será dado por:



C(x) = 5 x2 + 1002 + 3(1000 − x)

Geometria

+ Exemplo 1.10. O governo de uma cidade pretende construir um centro


esportivo ao longo de uma rodovia (retilı́nea). O terreno retangular com
cerca de 4000 m2 , que deve ser emurado nos três lados que não dão para
rodovia. Encontre a função que fornece o comprimento do muro, em metros,
em função do lado paralelo a rodovia.

Solução:

Considere

• x: comprimento do lado paralelo a rodovia;

• y: comprimento do lado perpendicular a rodovia.

Comprimento do muro M ,
M = x + 2y
Hipotese fornecida: xy = 4000, segue que
4000
y=
x
Substituindo,
8000
M (x) = x +
x

+ Exemplo 1.11. Se uma lata de zinco de volume 16π cm3 deve ter a
forma de um cilı́ndro circular reto. Determine a área da lata de zinco em
função do raio.

Solução:

Sejam:

• R: o raio da base

• h: a altura do cilı́ndro

• S: a área total do cilı́ndro

Então a área total é dada por


14 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

2
A= | {z } +
2πRh 2πR
| {z } (1)
área lateral área das bases

Sabemos o volume da lata


16
16π = πR2 h ⇒ h = R2
(2)
Então, substituindo (2) em (1) obtemos para R > 0:
 
16
A(R) = 2πR + 2πR2
R2
32π
= + 2πR2
R
Logo, a área total do cilı́ndro em função do raio da base R > 0.

1.4 Funções Algébricas


Função Constante
A Função Constante é uma função dada por:

f : R −→ R
x 7−→ c,

onde c é uma constante.

Propriedades:
• Dom(f ) = R e Im(f ) = {c}

• o gráfico de f é uma reta paralela ao eixo x passando pelo ponto (o, c),
isto é, Graf (f ) = {(x, c) : x ∈ R} .

+ Exemplo 1.12. Sejam as seguintes funções.

f : R −→ R
1.
x 7−→ 2,

f : R −→ R
2.
x 7−→ −1,
1.4. FUNÇÕES ALGÉBRICAS 15

Função Identidade
A Função Identidade é uma função dada por:

f : R −→ R
x 7−→ x,

Propriedades:
• Dom(f ) = R e Im(f ) = R

• O gráfico da função identidade é uma reta (bissetrizes do 1o e 3o


quadrante).

Função Linear
A Função Linear é uma função dada por:

f : R −→ R (a 6= 0)
x 7−→ ax,

Propriedades:
• Dom(f ) = R e Im(f ) = R (Por quê ?)

• o gráfico da função linear é uma reta que passa pela origem.

+ Exemplo 1.13. Observe as seguintes funções:

f : R −→ R
1.
x 7−→ 2x,

f : R −→ R
2.
x 7−→ −x,
16 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

Fato Importante
• a > 0: o gráfico de f é crescente.

• a < 0: o gráfico de f é decrescente.

Função Afim
A Função do 1o Grau (ou afim) é uma função dada por:

f : R −→ R (a 6= 0)
x 7−→ ax + b,

onde a, b ∈ R e a 6= 0.

Propriedades:
• Dom(f ) = R e Im(f ) = R

• o gráfico da função afim é uma reta que passa por (0, b).

+ Exemplo 1.14. Construir os gráficos das seguintes funções:


1. y = 2x + 1

Solução:

x y
0 1
-1/2 0

2. y = −3x + 2

Solução:

x y
0 2
2/3 0

Fato Importante:
• a > 0: o gráfico de f é crescente.

• a < 0: o gráfico de f é decrescente.


1.4. FUNÇÕES ALGÉBRICAS 17

Casos Particulares:
1. b = 0 ⇒ f (x) = ax (função linear)

2. b = 0 e a = 1 ⇒ f (x) = x (função identidade)

Imagem de uma Função do 1o Grau


O conjunto imagem de uma função do 1o grau f é R, ou seja

Im(f ) = R

Coeficientes da Função Afim


Seja f : R → R tal que f (x) = ax + b (a 6= 0).

I Definição 1.5.

1. O coeficiente b da função afim é chamado coeficiente linear.

2. O coeficiente a da função afim é chamado coeficiente angular ou de-


clive da reta.

Zero de uma função afim Nota 1.4. (0, b) é o ponto


em que o gráfico de f corta
A função afim f (x) = ax + b se anula em x = − ab , pois como a 6= 0, temos o eixo y.
b
ax + b = 0 =⇒ ax = −b =⇒ x = − .
a

- Exercı́cio 1.4. Calcule as raizes das seguintes funções afim:


√ √
1. f (x) = 2x + 3 3. f (x) = 2x + 2

2. f (x) = 3 − x 4. f (x) = −3x + 5

Estudo do sinal da função do 1o grau


Sabemos que x = − ab é o zero da função afim, f (x) = ax + b. Em várias
ocasiões é necessário conhecer os valores de x tais que

f (x) > 0 e f (x) < 0.

• Suponha que a > 0


b
f (x) = ax + b > 0 ⇐⇒ ax > −b ⇐⇒ x > − .
a
b
f (x) = ax + b < 0 ⇐⇒ ax < −b ⇐⇒ x < − .
a
Graficamente,
18 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES



+


q -
 b
−  −a



• Suponha que a < 0


b
f (x) = ax + b > 0 ⇐⇒ ax > −b ⇐⇒ x < − .
a
b
f (x) = ax + b < 0 ⇐⇒ ax < −b ⇐⇒ x > − .
a
Graficamente
H
H
+ HHH
Hq H -
− ab H
HH −
H
H

- Exercı́cio 1.5.

1. Estude o sinal das seguintes funções:


x
(a) y = 2x + 1 (c) y = 2 − 3
(b) y = 3 − x (d) y = 4 + x

2. Encontre os valores de m de modo que

f (x) = (m + 3)x − 2

seja crescente (e depois decrescente)

Função Quadrátrica
A Função do 2o grau (ou quadrática) é uma função dada por:

f : R −→ R
x 7−→ ax2 + bx + c,

onde a, b e c são constantes (a 6= 0).

+ Exemplo 1.15.

• f (x) = x2 − 3x + 2 onde a = 1, b = −3, c = 2

• f (x) = −3x2 − 5x onde a = −3, b = −5, c = 0

• f (x) = x2 − 4 onde a = 1, b = 0, c = −4

• f (x) = (0, 23)x2 onde a = 0, 23, b = 0, c = 0


1.4. FUNÇÕES ALGÉBRICAS 19

Gráfico de uma Fução do 2o Grau


O gráfico de uma função do 2o grau é uma curva aberta chamada de parábola.

+ Exemplo 1.16. Construir os gráficos das seguintes funções do 2o grau:

1. f (x) = x2 − 4x + 3

Solução:

x y
0 3
1 0
2 -1
3 0
4 3

Observa-se pelo gráfico que:

• Im(f ) = {y ∈ R|y ≥ −1} = [−1, +∞[


• os zeros de f são x1 = 1 e x2 = 3
−1 2
2. f (x) = x +x
2

Solução:

x y
-2 -4
0 0
1 1/2
2 0
4 -4

Observa-se pelo gráfico que:

• Im(f ) =] − ∞, 1/2]
• os zeros de f são x1 = 0 e x2 = 2

Concavidade
A parábola representativa da função quadrática y = ax2 + bx + c pode ter
concavidade voltada “para cima”ou “para baixo”, dependendo do sinal de
a.
20 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

a<0

a>0

Fato Importante
• a > 0: concavidade voltada para cima.

• a < 0: concavidade voltada para baixo.

Zeros da Função de 2o Grau


Dada a função do 2o grau f (x) = ax2 + bx + c, os valores de x tais que
f (x) = 0 são chamados raı́zes ou zeros de f (x), basta resolver a equação
do 2o grau:

ax2 + bx + c = 0


 ∆ = b2 − 4ac

Fórmula de Báskara −b ± ∆
 x=
2a
A idéia para demonstrar
esta fórmula é completar os
quadrados.

. Observação 1.2. A existência de raı́zes reais para a equação do 2o grau


ax2 + bx + c = 0 fica condicionado ao fato

∆ ∈R

Assim, temos três fatos a considerar:

1. ∆ > 0 =⇒ x1 , x2 raı́zes reais e distintas


√ √
−b + ∆ −b − ∆
x1 = e x2 =
2a 2a

2. ∆ = 0 =⇒ x1 , x2 raı́zes reais e iguais

−b
x1 = x 2 =
2a

3. ∆ < 0 =⇒ não existem raı́zes reais.

Logo, o gráfico e Im(f ) dependem do número a e ∆ = b2 − 4ac.


1.4. FUNÇÕES ALGÉBRICAS 21

Vértice da Parábola
Toda parábola tem um ponto de ordenada máximo ou de ordenada mı́nimo.
A esse ponto chamamos de vertice da parábola e denotamos por V (xv , yv ).

−b


xv =

 2a
Fórmula do Vértice
yv = −∆



4a

Imagem de f
 
−∆
• a > 0 ⇒ Im(f ) = y∈R|y≥
4a
 
−∆
• a < 0 ⇒ Im(f ) = y∈R|y≤
4a

Função Polinomial
A Função Polinomial é uma função dada por:

f : R −→ R
x 7−→ an xn + · · · + a1 + a0 ,

onde

• a0 , a1 , · · · , an ∈ R e an 6= 0

• n = grau do polinômio.

Casos Particulares
• grau 0:
f : R −→ R
(Função Constante)
x 7−→ a0 ,

• grau 1:
f : R −→ R
(Função Afim)
x 7−→ a1 x + a0 .

• grau 2:
f : R −→ R
(Função Quadrática)
x 7−→ a0 + a1 x + a2 x2 .

Alguns Exemplos de Gráficos de Funções Polinomial de Grau n ≥ 3

+ Exemplo 1.17. Construir os gráficos das seguintes funções:

1. f (x) = x3

Solução:
22 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

x y
-2 -8
-1 -1
0 0
1 1
2 8

2. f (x) = x3 − x = x(x2 − 1) = x(x + 1)(x − 1)

Solução:

• Zero de f : x1 = 0 , x2 = 1 , x3 = −1

• Estudo do Sinal de f

• Im(f ) = R

3. f (x) = x4 − 1

Solução:

• Zero de f : x1 = −1 , x2 = 1

• Estudo do Sinal de f

Para obter mais precisão no


esboço do gráfico precisa-
mos de uma ferramenta im- Função Racional
portante do Cálculo Dife- A Função Racional é uma função dada por:
rencial: A Derivada !
f : D(f ) −→ R
x 7−→ p(x)
q(x)
,

onde

• p(x) , q(x) são polinômios

• D(f ) = {x ∈ R | q(x) 6= 0} o domı́nio de f

+ Exemplo 1.18. Construir os gráficos das seguintes funções:


1
1. f (x) = , x 6= 0 (Função Recı́proca)
x
1.4. FUNÇÕES ALGÉBRICAS 23

Solução:

x y
2 1/2
1 1
1/2 2
-1/2 -2
-1 -1
-2 -1/2

1+x 1
2. f (x) = =1+
x x

Solução:

x y
-1 0 Observe que neste exemplo,
1 2 a função é uma translação
uma unidade para cima da
função recı́proca.

Funções em Economia
Iniciaremos nosso estudo analisando alguns exemplos; e para tal suponha
que:

• x seja a quantidade de um certo produto (assuma que x ∈ R∗+ );

• C(x) seja o custo total de produção de x unidades.

+ Exemplo 1.19. Em 2014 no Brasil foi adotado o sistema de Bandeiras


Tarifarias para a produção e distribuição de energia eletrica. Considerando
os impostos I em reais e o valor do 1 kW h é R$ 0, 58 mais o adicional das
bandeiras tarifarias.

Bandeiras R$/kW h
Vermelha 0,5
Amarela 0,25
Verde 0,00

1. Encontre uma equação para o conta para cada bandeira tarifaria.

2. Esboce em um mesmo sistema as funções obtidas no item anterior.

Solução:

1. Sejam
24 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

• x a quantidade de kWh consumidos;


• C1 o valor da conta na bandeira vermelha;
• C2 o valor da conta na bandeira amarela;
• C1 o valor da conta na bandeira verde.

Assim,

C1 (x) = I + (0, 58 + 0, 50)x, C2 (x) = I + (0, 58 + 0, 25)x, e

C3 (x) = I + (0, 58 + 0, 00)x

2. Observe

Considere que C(x) seja o custo total de produção de uma determinada


quantidade x de mercadoria ou produto. Convém observar que para efetu-
armos os cálculos assumiremos que x seja um número real não negativo, e
que C(x) é uma função na variável x como visto anteriormente.

+ Exemplo 1.20. O gráfico abaixo que representa o custo mensal em


reais de produção de uma determinada mercadoria por uma empresa (ou
industria).

Determine a equação correspondente a este gráfico.


Qual é o custo mensal fixo para essa empresa?
Qual é o custo de produção de uma mercadoria?
1.4. FUNÇÕES ALGÉBRICAS 25

Solução:

1. Considere

x0 = 0, x1 = 5, x2 = 10, x3 = 15, x4 = 20; e

C(x0 ) = 5, C(x1 ) = 6, C(x2 ) = 7, C(x3 ) = 8, C(x4 ) = 9

• ∆x = x2 − x1 = 5;
• ∆y = C(x2 ) − C(x1 ) = 1.

Assim,
∆y 1
m = tg α = = ,
∆x 5
onde α é o ângulo formado pela reta e o eixo x.Logo,

C(x) − C(x1 ) = m(x − x1 )


1
C(x) − 6 = (x − 5)
5
Logo,
C(x) = 5 + (0, 2)x.
Lembre-se da equação reta
conhecida o ponto e a in-
2. O custo mensal é dado quando t = 0, ou ainda quando o gráfico
clinação:
intercepta o eixo y:
C(0) = 5. y − y0 = m(x − x0 ).
3. O custo de produção de uma mercadoria é o coeficiente angular da
equação obtida no item 1, a saber 0, 2 reais.

I Definição 1.6.

1. A receita (ou rendimento) total R(x) recebido quando x unidades são


demandadas (ou vendidas) à quantia de p por unidades é dada por

R(x) = p · x.

2. Seja R(x) a receita total gerada pela produção de x unidades deman-


dadas. O lucro P (x) correspondente é dado por

P (x) = R(x) − C(x).

. Observação 1.3. A equação de demanda é aquela que dá a relação en-


tre p x, onde x unidades são demandadas (ou vendidas) à quantia de p
por unidades. Ainda, o gráfico da equação demanda é chamada curva de
demanda.
26 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

+ Exemplo 1.21. Considere a equação demanda

p = 60 − 2x.

1. Determine a receita total R.

2. Esboce o gráfico de Re da curva demanda.

3. Encontre a quantidades demandas para o rendimento máximo.

Solução:

1. A receita é dada por:

R(x) = px = (60 − 2x)x = 60x − 2x2 .

2. O esboço de R e p:

3. Como R é uma função quadrática com concavidade voltada para baixo,


o máximo é atingindo no xv :

b −60
xv = − = = 15
2a 2(−2)

. Observação 1.4. Em uma função quadrática f (x) = ax2 +bx+c com a <
0 (respectivamente, a > 0), o ponto de máximo (respectivamente, mı́nimo)
será encontrado em xV , onde

−b
xV = .
2a
1.4. FUNÇÕES ALGÉBRICAS 27

+ Exemplo 1.22 (Monopólio). Considere que o preço de uma unidade


de mercadoria quando x mil unidades são demandadas p(x) e o custo de
produção de uma mercadoria C(x) são dadas por

p = 20 − (0, 5)x e C(x) = 8 + 4x

1. Determine o rendimento total R(x)

2. Determine o lucro total P (x). Qual a quantidade xm demandada que


fornece o lucro máximo?

3. Esboce os gráficos de C(x), R(x) e P (x).

Solução:

1. O redimento total:

R(x) = p · x = 20x − (0, 5)x2 .

2. O lucro total:

P (x) = R(x) − C(x) = −8 + 16x − (0, 5)x2

O lucro máximo será obtido quando

16
xm = = 16
2(0, 5)

mil unidades.

3. Observe
28 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

Operações com Funções


Sejam f : A ⊂ R → R e g : B ⊂ R → R funções tais que A ∩ B

1. A soma de f e g é dada por:

(f + g)(x) = f (x) + g(x)


Dom(f + g) = A ∩ B

2. O produto de f e g é dado por:

(f · g)(x) = f (x) · g(x)


Dom(f · g) = A ∩ B

3. O quociente de f e g é dado por:

(f /g)(x) = fg(x)
(x)

Dom(f /g) = {x ∈ A ∩ B : g(x) 6= 0}

4. O produto de f pela constante K, é dado por:

(K · f )(x) = K · f (x)
Dom(K · f ) = Dom(f )

+ Exemplo 1.23. Sejam:

f : [−2, 2] −→ R
√ g : R −→ R
e .
x 7−→ 4 − x 2 x 7−→ 3x + 1.

Determine f + g , f.g , f /g e 2f .

Solução:

• (f + g)(x) = 4 − x2 + (3x + 1);
Dom(f + g) = [−2, 2]

• (f.g)(x) = 4 − x2 .(3x + 1);
Dom(f.g) = [−2, 2]

4 − x2
• (f /g)(x) = ;
(3x + 1)  
1
Dom(f /g) = [−2, 2] −
3

• 2(f )(x) = 2 4 − x2 ;
Dom(Kf ) = [−2, 2]

Agora, estamos em condições de definir:


1.5. LIMITE DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL 29

I Definição 1.7. Uma Função Algébrica é uma função que pode ser
expressa em termos de somas, diferenças, produtos ou potências de po-
linômios.

+ Exemplo 1.24.
√ x(x2 + 5)
• f (x) = 5x4 − 2 3 x + √ , x ∈ R − {0}
x
é uma função algébrica

• Funções polinômiais, racionais são funções algébricas.

Nota 1.5. As funções que não são algébricas são ditas Transcendentes;
por exemplo, as funções trigonométricas, as funções logaritmicas etc.

1.5 Limite de funções de uma variável


Investigaremos o comportamento de uma função f de uma variável real a
valores reais quando x se aproxima de a ∈ R, que pode ou não pertencer ao
domı́nio da função.

+ Exemplo 1.25. Conside

x2 − 1
f (x) = (x 6= 1), e a = 1.
x−1

Vejamos as seguintes tabelas:

x<1 f (x) x>1 f (x)


0,5 1,5 2 3
0,9 1,9 1,5 2,5
0,99 1,99 1,1 2,1
0,999 1,999 1,01 2,01
30 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

Observamos que a medida que x se aproxima por valores maiores (ou me-
nores) que 1, a função se aproxima e permanece próxima de 1. Simbolica-
mente, escrevemos:
lim f (x) = 2.
x→1

I Definição 1.8. Dizer que L é o limite de f (x) quando x tende a a, se


f (x) se aproxima de um número L quando x se aproxima de um número a
tanto pela esquerda quanto pela direita, e escrevemos:

lim f (x) = L.
x→a

. Observação 1.5. .

1. Geometricamente, a definição acima significa que a ordenada do gráfico


de f , y tende a L (y → L) quando x se aproxima de a (x → a).

2. O conceito de limite descreve o comportamento de uma função nas


proximidades do ponto a, mas não necessariamente no próprio ponto
a. Desse modo, se
lim f (x) = L
x→a

temos três casos que podem ocorrer:

(a) a ∈ Dom(f ) e f (a) = L;


(b) a ∈ Dom(f ) e f (a) 6= L; e
(c) f não está definida em a.

O que irá nos interessar é como f está definida para valores numa
vizinhança de a, e não no próprio a.

O que motiva a seguinte definição:

I Definição 1.9. Dizemos que f é contı́nua em um ponto a se

lim f (x) = f (a).


x→a

Ainda, dizemos que f é continua em I se f é continua em todo a ∈ I, onde


I é um intervalo aberto.

Em palavras dizer que uma função é contı́nua é pensá-la de forma que


gráfico desta possa ser esboçado sem interrupções e/ou não existem partes
do seu gráfico separadas uma das outras em seu domı́nio.

+ Exemplo 1.26. Determine lim f (x), e trace um esboço do gráfico da


x→2
função.
1.5. LIMITE DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL 31

1. f (x) = x + 1, x ∈ R

Solução:

lim f (x) = lim (x + 1) = 3.


x→2 x→2

x2 − x − 2
2. f (x) = , x 6= 2
x−2

Solução:

x2 − x − 2
 
lim f (x) = lim
x→2 x→ x−2
= lim (x + 1) = 3.
x→2


x + 1, x 6= 2;
3. f (x) =
2, x = 2.

Solução:

lim f (x) = lim (x + 1) = 3.


x→2 x→2

Propriedades de Limites

Teorema 1.4 (Unicidade do Limite). Se

lim f (x) = L1 e lim f (x) = L2 ,


x→c x→c

então L1 = L2 .
32 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

Em palavras, o teorema anterior afirmar que quando o limite de uma


função existe então ele é único.

Corolário 1.1. Sejam f (x) e g(x) funções tais que f (x) = g(x) exceto
em a ∈ R. Se
lim f (x) = L1 e lim g(x) = L2 ,
x→a x→a

então L1 = L2

O corolário anterior nos permite realizar simplificações algébricas na


função antes de calcular o limite. Veja o seguinte exemplo:

+ Exemplo 1.27. Considere as seguintes funções:

x2 − 9
f (x) = (x 6= 3), e g(x) = x + 3.
x−3

Observe que para x 6= 3:

x2 − 9
f (x) =
x−3
(x − 3)(x + 3)
=
(x − 3)
= x + 3 = g(x).

Então,

x2 − 3
lim f (x) = lim
x→3 x→3 x − 3
= lim (x + 3)
x→3
= lim g(x) = 6
x→3

- Exercı́cio 1.6. Calcule os limites abaixo:

x3 − 8
1. lim
x→2 x − 2

2x2 − x − 1
2. lim
x→1 x−1

Propriedades Operatórias

A seguir estudaremos algumas propriedades que serão úteis para o cálculo


do Limite.
1.5. LIMITE DE FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL 33

Proposição 1.1 (Propriedades Operatórias). Suponha que

lim f (x) = L e lim g(x) = M


x→a x→a

existem, então

1. lim (f (x) + g(x)) = L + M ;


x→a

2. lim (f (x) · g(x)) = L · M ;


x→a

3. lim (f (x)/g(x)) = L/M , se M 6= 0;


x→a

4. lim f (x)n = Ln , se n ∈ N;
x→a
p √
n
5. lim n f (x) = L desde que L > 0 e n ∈ N∗ , ou L < 0 e n ∈ N∗
x→a
impar.

6. lim |f (x)| = |L|


x→a

Usaremos as propriedades dos limites para calcular os limites de funções


algébricas.

+ Exemplo 1.28. Suponha que

lim f (x) = 4 e lim g(x) = 3.


x→2 x→2

Determine cada limite abaixo:


1. lim [f (x) + g(x)]
x→2

2. lim [2f (x) − 3g(x)]


x→2
p
3. lim f (x) · g(x)
x→2
 
f (x)
4. lim
x→ g(x)

Solução:

1. Pelas propriedades operatórias:

lim [f (x) + g(x)] = lim f (x) + lim g(x)


x→2 x→2 x→2
= 4 + 3 = 7.

2. Pelas propriedades operatórias:

lim [2f (x) − 3g(x)] = 2 lim f (x) −


x→2 x→2
−3 lim g(x)
x→2
= 2 · 4 − 3 · 3 = −1.
34 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

3. Pelas propriedades operatórias:


p q
lim f (x) · g(x) = lim f (x) · g(x)
x→2 x→2
√ √
= 4 · 3 = 2 3.

4. Pelas propriedades operatórias:



f (x)
 lim f (x)
lim = x→2
x→2 g(x) lim g(x)
x→2
4
= .
3
Ainda, serão uteis os seguintes limites:

Proposição 1.2 (Limites Elementares). .

1. lim k = k, onde k é uma constante;


x→c

2. lim x = c.
x→c

- Exercı́cio 1.7. Calcule os Limites:

1. lim (x + 3) 4. lim (x2 + 3)(x − 1)


x→1 x→3

2. lim (x2 + 5x + 6) 5. lim (x3 − 5x2 + 3x − 1)6


x→2 x→−1

x2 + 5x √
3
3. lim 6. lim 3x − 5
x→1 x − 2 x→−1

+ Exemplo 1.29. Calcule o seguinte limite:


2x2 + x − 3
1. lim
x→1 x−1

x+4−2
2. lim
x→0 x
Solução:
1. Observe que não podemos aplicar a regra do quociente para limite, pois
lim (x − 1) = 0.
x→1

Por outro lado,para x 6= 0, temos


2x2 + x + 3 (2x + 3)(x − 1)
=
x−1 x−1
= 2x + 3.
De modo que,
2x2 + x + 3
lim = lim(2x + 3) = 5
x→1 x−1 x→
1.6. EXERCÍCIOS 35

2. Observe que não podemos aplicar a regra do quociente para limite, pois

lim x = 0.
x→0

Por outro lado,para x 6= 0, temos


√ √ √
x+4−2 ( x + 4 − 2)( x + 4 + 2)
= √
x x( x + 4 + 2)
1
= √
x+4+2
De modo que,

x+4−2 1 1
lim = lim √ =
x→0 x x→0 x+4+2 4

- Exercı́cio 1.8. Calcule os limites:



x−1
1. lim √ √
x→1 2x + 5 − 7

x−2
2. lim √
x→2 4x + 8 − 4

Limites de Funções Polinomiais e Funções Racionais


As propriedades operatórias sobre limites permite obter o seguinte resultado
útil para o cálculo de limites de funções polinomiais e racionais.

Teorema 1.5. Se p(x) e q(x) são polinômios, então

1. lim p(x) = p(a)


x→a

p(x) p(a)
2. lim = se q(a) 6= 0.
x→a q(x) q(a)

- Exercı́cio 1.9. Calcule os seguintes limites:

1. lim (x5 + x4 + x3 + x3 + x2 + x + 1)
x→1

x−5
2. lim
x→3 x3 − 7

x2 + x + 1
3. lim
x→1 x+1

1.6 Exercı́cios 2. Seja √


f (x) = x.
1. Seja f (x) = x2 . Calcule f (1),
f (2) e f (3). (a) Calcule f (1), f (4) e f (9).
36 CAPÍTULO 1. GRAFICOS E FUNÇÕES

(b) Existe f (−1)? Justifique. 2x


(b) f (x) =
2x2 + 1
3. Considere a função custo de √
(c) f (x) = 3x + 2
produção de uma determinada r
mercadoria x−4
(d) f (x) =
x+4
C(x) = 64x − 8x2 , √
3
(e) f (x) = x2 − x
onde x é mil unidades do pro- x+1
(f) f (x) = 2
duto x +x
p
(a) Calcule C(0), C(2), C(4), (g) f (x) = x(2 − 3x)

C(6) e C(8). x
(h) f (x) = √3
(b) Se a fabrica é limitada a x−1
produzir de 0 até 6 unida-
9. Dado f (x), esboce o gráfico.
des do produto, esboce o
Qual é Dom(f )?
gráfico de C.
(a) f (x) = 3x + 1
4. Seja
(b) f (x) = −3x + 9
2
f (x) = 2x + 4x − 6.
(c) f (x) = 2x2 − 4x + 6
(a) Esboce o gráfico de f . (d) f (x) = −x2 + 2x − 1
(b) Calcule f (−3), f (−1),
10. Simplifique:
f (0), f (1), f (3).
(c) Qual é o Dom(f )? E a 4x2 − 9
(a)
Im(f )? 2x + 3
1
x2
−9
5. Seja (b)
x−9
(x + h)2 − x2
r
x+1
f (x) = . (c)
3−x h
x − a5
5
Qual é o Dom(f )? Justifique. (d) , a 6= 0
x−a
6. Estude o sinal das seguintes 11. Fatore o polinômio P (x)
funções:
(a) P (x) = x3 − 2x2 − x − 2
(a) f (x) = 3x + 1
2 − 3x (b) P (x) = x4 − 3x2 + x2 +
(b) f (x) = 3x − 2
x+2
(c) f (x) = (2x − 1)(x2 + 1) (c) P (x) = x3 + 2x2 − 3x
2−x (d) P (x) = x3 − 1
(d) f (x)
3−x
12. Determine a equação da reta
7. Encontre o conjunto solução: que passa pelo ponto (2,1) e
tem coeficiente angular igual a
4x2 + x − 5
> 0. 3.
2x2 − 3x − 2
13. Determine a equação da reta
8. Determine o domı́nio de f (x): que passa pelo ponto (-3,-1) e
−3 tem coeficiente angular igual a
(a) f (x) = 1.
x−9
1.6. EXERCÍCIOS 37

14. Determine a equação da reta 15. Seja f (x) = x2 − 3x + 1.


que passa por dois pontos
(x1 , y1 ) e (x2 , y2 ) dados, o coefi- (a) Simplifique as seguintes
ciente angular da reta. Esboce expressões:
f (x+h)−f (x)
o gráfico e determine o domı́nio i. h
e o conjunto imagem: ii. f (2+h)−f (2)
h
(b) Calcule
(a) (x1 , y1 ) = (0, 3) e
(x2 , y2 ) = (−1, 5) f (x + h) − f (x)
i. lim
h→0 h
(b) (x1 , y1 ) = (0, 0) e f (2 + h) − f (2)
(x2 , y2 ) = (−1, −2) ii. lim
h→0 h
A Derivada
2
2.1 Reta Tangente
Iniciaremos o estudo analisando alguns exemplos de funções contı́nuas.

Exemplos de funções contı́nuas:

1. Seja

f : R −→ R
x 7−→ |x|.

2. Seja


x2 , se x < 0
f (x) =
x, se x ≥ 0

3. Seja

38
2.1. RETA TANGENTE 39

f : R −→ Rp
x 7−→ |x|

Nos exemplos 1, 2, 3, os gráficos apresentam certos tipos de comporta-


mento irregular, que pode apresentar certos tipos de funções contı́nuas.
Os gráficos dessas funções apresentam “bicos”em (0, 0). Por outro
lado, há funções que é possı́vel traçar a reta tangente em cada ponto.

4. Seja

f : R −→ R
x 7−→ 12 x + 1

5. Seja

f : R −→ R
x 7−→ x2

Para motivar a definição de derivada, vamos começar investigando o pro-


blema de como se determinar o coeficiente angular da reta tangente ao
gráfico de f .

+ Exemplo 2.1. Seja P = (a, f (a)) um ponto no gráfico de uma função


f . Encontre a equação da reta tangente ao gráfico de f em P .
Solução:
Observe que uma reta fica bem determinada se temos sua inclinação e um
ponto sobre a reta. Temos que o ponto P = (a, f (a)) pertence a reta tan-
gente, para determinar a equação da reta tangente r precisamos apenas da
40 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

inclinação; assim considere a reta secante s que passa por P = (a, f (a)) e
Q = (x, f (x)), cujo coeficiente angular de s é dado por

f (x)−f (a)
ms = x−a
.

Quando x → a, o ponto Q se move sobre o gráfico de f tendendo ao ponto


P . Logo, quando x → a, a inclinação da reta secante tende a inclinação da
reta tangente, ou seja:
f (x)−f (a)
ma = lim x−a
x→a

O exemplo anterior motiva a seguinte definição sobre reta tangente:

I Definição 2.1. A reta que passa por a, f (a) e tem coeficiente angular :

f (x)−f (a)
ma = lim x−a
x→a

é chamada de reta tangente ao gráfico de f em (a, f (a)).

. Observação 2.1. .

1. Fazendo h = x → a, temos que:

x → x0 ⇐⇒ h → 0

Então:

f (a + h) − f (a)
ma = lim
h→0 h
2. Como a é um ponto arbitrário, podemos calcular o coeficiente angular
da reta tangente ao gráfico de f em qualquer ponto (x, f (x))

f (x + h) − f (x)
mx = lim
h→0 h
Assim, mx só depende de x.
2.1. RETA TANGENTE 41

3. Se f for contı́nua em a, então a equação da reta tangente ao gráfico


de f no ponto (a, f (a)) é

y − f (a) = ma (x − a)

se o limite existir.

+ Exemplo 2.2. Determine a equação da reta tangente em (a, f (a)) sendo


dados:

1. f (x) = x2 , a = 1

2. f (x) = x − 3, a = 7

Solução:

1. Observe que

• Ponto P :
a = 1 =⇒ f (1) = 1 Logo, P = (1, 1).
• Inclinação:
f (x + h) − f (x)
m = lim − lim (2 + h) = 2
h→0 h h→0

• Reta Tangente:
y − 1 = 2(x − 1).

2. Observe que

• Ponto P :
√ √
a = 7 =⇒ f (7) = 7−3= 4=2

• Inclinação:

f (7 + h) − f (7)
m = lim
h→0
√ h √
4 + h − 2 ( 4 + h + 2)
= lim × √
h→0 h ( 4 + h + 2)
4+h−4
= lim √
h→0 h( 4 + h + 2)

1
=
4

• Reta Tangente:
1
y − 2 = (x − 7)
4
42 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

2.2 Definição de Derivada


Seja f : I → R uma função onde I ⊂ R é um intervalo aberto ou reunião
de intervalos abertos.

I Definição 2.2. .

1. A derivada de uma função y = f (x) em a é dada por

f (a+h)−f (a)
f 0 (a) = lim h
h→0

desde que o limite exista. Neste casa, dizemos que f é diferenciável


em a.

2. Dizemos que f é diferenciável (ou derivável) em I ⊂ R, se f é dife-


renciável em cada ponto a ∈ I.

+ Exemplo 2.3. Seja

f : R −→ R
x 7−→ x2 − 3

Calcule:

1. f 0 (1)

2. f 0 (x)

3. f 0 (3)

Solução:

1. Observe que 2. Observe que

f (1 + h) − f (1) f (x + h) − f (x)
f 0 (1) = lim f 0 (x) = lim
h→0 h h→0 h
(1 + h)2 − 3 + 2 (x + h)2 − 3 − x2 + 3
= lim = lim
h→0 h h→0 h
2 2
2h + h 2xh + h
= lim = lim
h→0 h h→0 h
= 2 = 2x

3. Segue de (b) f 0 (3) = 2(3) = 6

. Observação 2.2. A reta de equação

y − f (a) = f 0 (a)(x − a))


2.3. TÉCNICAS DE DERIVAÇÃO 43

é, por definição, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (a, f (a)).

Assim, a derivada de f em a, é o coeficiente angular da reta tangente ao


gráfico de f no ponto de abscissa a.

2.3 Técnicas de derivação


Fórmulas de Derivação

Teorema 2.1. São válidas as fórmulas de derivação:

1. f (x) = c (c constante) =⇒ f 0 (x) = 0

2. f (x) = x =⇒ f 0 (x) = 1

3. f (x) = mx + n =⇒ f 0 (x) = m
−1
4. f (x) = 1
x
=⇒ f 0 (x) = x2

5. f (x) = x =⇒ f 0 (x) = 1

2 x

f 0 (x) = 2

+ Exemplo 2.4. Dado f (x), cal- 3. f (x) = −4


cule:
Solução:
1. f (x) = x
f 0 (x) = 0
Solução:
4. f (x) = x + 1
f 0 (x) = 1

2. f (x) = 2x − 3 Solução:

Solução: f 0 (x) = 1

Teorema 2.2 (Derivadas da função pontência). Seja α ∈ R, α 6= 0.


Então,
f (x) = xα ⇒ f 0 (x) = αxα−1 .
44 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

+ Exemplo 2.5. Dados f (x), calcule f 0 (x):

1. f (x) = x4 f 0 (x) = 5x−6 .



Solução: 4. f (x) = x

f 0 (x) = 4x3 Solução:


2. f (x) = x−3
f 0 (x) = 1

2 x
.
Solução:
5. f (x) = x100
0 −4
f (x) = −3x .

3. f (x) = 1 Solução:
x5

Solução: f 0 (x) = 100x99 .

Regras de Derivação

Observe que

(f + g)(x + h) − (f + g)(x)
(f + g)0 (x) = lim
h→0 h
f (x + h) + g(x + h) − f (x) − g(x)
= lim
h→0
 h 
f (x + h) − f (x) g(x + h) − g(x)
= lim +
h→0 h h
   
f (x + h) − f (x) g(x + h) − g(x)
= lim + lim
h→0 h x→a h
0 0
= f (a) + g (a)

Logo, f é derivável em a, e vale

(f + g)0 (x) = f 0 (x) + g 0 (x)

Mais geralmente, temos o seguinte Teorema:


2.3. TÉCNICAS DE DERIVAÇÃO 45

Teorema 2.3. Sejam f e g diferenciável em a. Então:

1. (Regra da Soma) a função f ± g é diferenciável em a, e

(f + g)0 (a) = f 0 (a) + g 0 (a).

2. (Regra do Produto) a função f · g é diferenciável em a, e

(f · g)0 (a) = f (a)g 0 (a) + f 0 (a)g(a).

3. (Regra do Quociente:) a função f /g em a se g(a) 6= 0, e


 0
f f 0 (a)g(a)−f (a)g 0 (a)
g
(a) = g(a)2
.

. Observação 2.3.

1. A notação [f (x)]0 é usada com frequência para indicar a derivada de


f (x) em x.

2. Segue da regra do produto por derivadas: se K é uma constante, então

[Kf (x)]0 = 0 · f (x) + Kf 0 (x)


= Kf 0 (x)

3. Segue da regra do quociente para derivadas:


0
0 · g(x) − g 0 (x)

1
=
g(x) g(x)2
−g 0 (x)
=
g(x)2

+ Exemplo 2.6. Dado f (x), calcule f 0 (x):

1. f (x) = x3 + 5x2 − 3x − 1

Solução:

f 0 (x) = 3x2 + 10x − 3

2. f (x) = (x2 + 3)(x3 − 2x + 7)

Solução:

f 0 (x) = 2x(x3 − 2x + 7) + (x2 + 3)(3x2 − 2)


46 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

x3 −2x
3. f (x) = x2

Solução:

Observe que
f (x) = x − 2x−1

Então
f 0 (x) = 1 + 2x−2

3
4. f (x) = x 2 − 3x

Solução:

3 1
f 0 (x) = x 2 − 3
2

Notação 2.1.
dy
f 0 (x) ou dx
ou Dx f

Sejam u = u(x) e v = v(x) funções diferenciáveis em um conjunto A, e c


uma constante. Então para todo x ∈ A:

d
1. dx
[c · u] = c du
dx
1. Dx (c · u) = cDx u
d du dv
2. dx
[u + v] = dx
+ dx 2. Dx (u + v) = Dx u + Dx v
d dv
3. dx
[u · v] = u dx + v du
dx 3. Dx (u · v) = u · Dx v + v · Dx u
d
u v du dv
−u dx
4. Dx uv = v·Dx u−u·D xv

4. dx v
= dx
v 2 (v 6= 0) v2

Nota 2.1. Usualmente es-


crevemos uma função por
y = y(x), onde y é a - Exercı́cio 2.1.
variável dependente e x a
variável independente. 1. Calcule a derivada das seguin- (b) d
[(t5 + 7)]
dt
tes funções:
3. Determine a equação da reta
3 tangente ao gráfico de:
(a) y = 5x + 6x − 1
2t
(b) x = t+1 (a) f (x) = x3 − 4 no ponto
(2, f (2))
2. Calcule:
(b) f (x) = (x5 − x) no ponto
d
(a) dx
[x2 − 5x] (0, f (0))
2.3. TÉCNICAS DE DERIVAÇÃO 47

Regra da Cadeia

+ Exemplo 2.7. Seja y = u3 , onde u = u(x) é uma função derivável.


Verifique
dy du
= 3u2
dx dx
Solução:
Observe que

dy d
= [u · u2 ]
dx dx
du d
= u2 + u [u2 ]
dx dx
 
2 du du du
= u +u u +u
dx dx dx
du
= 3u2
dx

+ Exemplo 2.8. Dado f (x), calcule f 0 (x):


1. f (x) = (2x + x3 )3

Solução:

d 
(2x + x3 )3 = 3(2x + x3 )(2 + 3x)

dx
2. f 0 (x) = (x3 − x)2

Solução:

d  3
(x − x)2 = 2(x3 − x)(3x2 − 1)

dx
As manipulações dos exemplos anteriores podem se tornar bastante tra-
balhosas ou enviáveis de serem calculadas pelas regras que temos até agora.
Como, por exemplo, podemos derivar as seguintes função

F (x) = (x7 − 5x3 + x − 1)100

A seguir, estabeleceremos uma regra para o cálculo da derivada de uma


função composta g ◦ f , chamada de regra da cadeia.

Teorema 2.4. Sejam f : A → B e g : B → R, onde Im(f ) ⊂ B. Se f


é derivável em A e g é derivável em B, então g ◦ f : A → R é derivável
em A, e vale
(g ◦ f )0 (x) = g 0 [f (x)] · f 0 (x)
48 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

Notação 2.2 (Leibniz). Considere


u = f (x) e y = g(u).
Então,
dy
• (g ◦ f )0 (x) = dx
dy
• g 0 (f (x)) = g 0 (u) = dx

• f 0 (x) = du
dx

Logo, a regra da cadeia fica:


dy dy du
= ·
dx du dx

+ Exemplo 2.9. Calcule a derivada das seguintes funções:


3
1. y = (x2 − 3x) 2

Solução:

dy 3 1
= (x2 − 3x) 2 (2x − 3)
dx 2
2. y = (x5 + 4x3 + 3)1000

Solução:

dy
= 1000(x5 + 4x3 + 3)999 (5x4 + 12x2 )
dx

3
3. y = x − x2

Solução:

dy 1 − 2x
= p
dx 3 3 (x − x2 )2

+ Exemplo 2.10. Seja f : R → R uma função diferenciável, e seja g(x) =


f (x3 − x). Suponha que f 0 (0) = 4, calcule g 0 (1).
Solução:
Como f é diferenciável, temos pela Regra da Cadeia,
g 0 (x) = f 0 (x3 − x) · (3x2 − 1).
Em x = 1, temos
g 0 (1) = f 0 (13 − 1 · (3.12 − 1) = f 0 (0)2 = 8
Resp:g 0 (1) = 8.
2.3. TÉCNICAS DE DERIVAÇÃO 49

Derivação Implı́cita
As funções com as quais trabalhamos até o momento, são todas da forma
explicı́ta, ou seja, y = f (x).

+ Exemplo 2.11. .
2
1. y = ex +1 + 2x4 − 3x

2. y = 1 − x2 + 5
Agora, consideraremos uma função dada pela equação nas variáveis x e
y, isto é
(2.1) F (x, y) = 0.

I Definição 2.3. Dizemos que y = f (x) é dado implicitamente se (x, f (x))


é solução da equação (??) para todo x ∈ Dom(f )).

+ Exemplo 2.12. .
1. A equação x + y − 2 = 0, define implicitamente y = 2 − x em R

2. A equação x2 + y 2 √= 1, define implicitamente y = 1 − x2 (é dado
que também y = − 1 − x2 ).
dy
Agora, queremos calcular a derivada, dx , sabendo que y = f (x) é dado
implicitamente pela equação F (x, y) = 0. Vejamos esta técnica por meio de
um exemplo:

dy
+ Exemplo 2.13. Calcule dx
para a função:
x2 y + y 2 = x3
Solução:
1. Derivamos os dois membros da equação em relação a x:
Dx (x2 y + y 2 ) = Dx (x3 )

Dx (x2 y) + Dx (y 2 ) = Dx (x3 )
2. Lembrando que y = f (x) e usando as regras operatórias e da cadeia:
x2 y 0 + 2xy + 2yy 0 = 3x2

0
y (x + 2y) = 3x2 − 2xy
2


3x2 −2xy
y0 = x2 +2y
50 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

Determinação da Derivada Implı́cita


Suponha que y = f (x) é dado implicitamente pela equação

F (x, y) = 0
dy
como uma função derivável de x. Para calcular dx
:

1. Derive ambos os membros com relação a x

2. Lembre-se que y = f (x) e use a regra da cadeia


dy
3. Explicite dx
na equação resultante

+ Exemplo 2.14. Determine o coeficiente angular da reta tangente ao


circulo
x2 + y 2 = 25
no ponto (3, 4). E o ponto (3, −4) ?

Solução:

Derivando Implicitamente

Dx (x2 + y 2 ) = Dx (25)


2x + 2yy 0 = 0

dy −x
=
dx y

• Coeficiente angular da reta no ponto (3, 4).



dy −x −3
= =
dx y 4

x=3 y=4 x=3 y=4

• Coeficiente angular da reta no ponto (3, −4).



dy −x 3
= =
dx y 4

x=3 y=−4 x=3 y=−4

+ Exemplo 2.15. Sabendo que xy + x2 y 2 + 3x2 = 2 define y como função


dy
de x. Achar dx

Solução:
2.4. TAXAS RELACIONADAS 51

Derivando Implicitamente

Dx (xy + x2 y 2 + 3x2 ) = Dx (2)


y + xy 0 + 2xy 2 + 2x2 yy 0 + 6x = 0

(x + 2x2 y)y 0 = −y − 6x − 2xy 2

dy y + 6x + 2xy 2
=−
dx x + 2x2 y

2.4 Taxas Relacionadas


Seja y = f (x) uma função. A razão incremental

∆y f (x + ∆x) − f (x)
=
∆x ∆x

é também, denominada a Taxa de Variação Média de y entre x e x+∆x.


Por outro lado, a derivada de f em x é a taxa de variação instantânea de f
em x:
dy ∆y
= lim
dx ∆x→0 ∆x
dy
Agora, vamos nos referir a dx
apenas como a taxa de variação de y em
relação a x.

. Observação 2.4. Para ∆x suficientemente pequeno


∆y
f 0 (x) ≈ ⇐⇒ ∆y ≈ f 0 (x) · ∆x
∆x
Assim, para f 0 (x) · ∆x é uma estimativa para ∆y em y.

O nosso objetivo é estudar problemas envolvendo variáveis x e y que


variam com o tempo t.

+ Exemplo 2.16 (Motivação). Suponha que x e y estejam relacionados


pela equação
y = x3 − x
onde

• x = x(t)

• y = y(t)
52 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

Então existe uma relação entre suas taxas de variação. De fato, basta ob-
servar que

• as variáveis x e y estão relacionadas por

y = x3 − x

• as taxas de variação de x e y estão relacionadas por:

dy dx
= (3x2 − 1)
dt dt

O exemplo anterior ilustra o fato de que quando duas variáveis estão


relacionadas, suas taxas de variação também estarão relacionadas. Agora,
Fisicamente, vamos fazer vários exemplos de aplicações de taxas relacionadas.

1. A velocidade v, no ins-
tante t, é dado pelo li-
mite + Exemplo 2.17. O raio r de uma esfera está variando com o tempo, a
x(t+∆t)−x(t)
v(t) = lim ∆t uma taxa constante de 5 m/s. Com que taxa estará variando o volume da
∆t→0
esfera no instante que r = 2m ?
2. A aceleração a, no ins-
tante t, é dado pelo li- Solução:
mite
v(t+∆t)−v(t)
a(t) = lim ∆t • Equação: V = 43 π r3
∆t→0
dr
Decore da definição: • Taxa dada: = 5 m/s
dt

dx

• v(t) = dt • Problema: Calcular dr
dt t=t0
quando r(t0 ) = 2
dv d2 x
• a(t) = dx
= dt2 Então, derivando a equação, obtemos:
 
dv d 4 3
= πr
dt dt 3


dv 4 dr
= π(3r2 )
dt 3 dt
|{z}
5


dv
= 4πr2 · 5
dt

dv
= 20πr2
dt
Em t = t0 , temos:

dv
= 20πr2 (t0 )
dt t=t0

= 20π · 22 = 80π m/s
2.5. DIFERENCIAL 53

+ Exemplo 2.18. Uma escada com 5m esta encostada em uma parede.


Se a base da escada é afastada a 1m/s . Qual a velocidade com que o topo
da escada escorrega pela parede quando a base esta a 4m da parede?

Solução:

• Equação: x2 + y 2 = 25 (?)
dx
• Taxa dada: = 1 m/s
dt

dy

• Problema: Calcular dt t=t0
quando x(x0 ) =
4?
Então, derivando a equação (?):

Dt (x2 + y 2 ) = Dt (25)


dx dy
2x +2y =0
dt
|{z} dt
1


dy −x
=
dt y
Em t = t0 , temos :

dy −x
=
dt t=t0 y t=t0
4
= − m/s
3

2.5 Diferencial
Como vimos o Cálculo Diferencial e Integral é uma ferramenta muito útil
em muitas utras áreas. Agora, o nosso objetivo é mostrar como a derivada
pode ser usada para estudar taxas de variação que envolvem grandezas
econômicas.

I Definição 2.4. Seja y = f (x) uma função diferenciável.

1. A diferencial dx da variável independente x é dado por

dx = ∆x

2. A diferencial dy da variável dependente y é dado por

dy = f 0 (x)dx
54 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

Suponha que y = f (x) é diferenciável em x, então existe o limite

dy f (x + ∆x) − f (x)
= lim
dx ∆x→0 ∆x
∆y
= lim .
∆x→0 ∆x

Então, considerando ∆x suficientemente pequeno, temos


∆y
≈ f 0 (x) ⇔ ∆y ≈ f 0 (x) |{z}
∆x
∆x
| {z dx }
dy

. Observação 2.5.

1. Se y = f (x) é diferenciável, então

dy f 0 (x)dx
= = f 0 (x).
dx dx
Logo, vamos interpretar a derivada como um quociente de diferenciais.

2. A diferencial dy é uma função linear de dx, e consequentemente mais


fácil de calcular do que ∆y.

3. Se ∆x ≈ 0, então ∆y ≈ dy, de modo que

f (x + ∆x) − f (x) ≈ dy


f (x + ∆x) ≈ f (x) + dy
Então, temos uma fórmula de aproximação:

f (x + ∆x) ≈ f (x) + f 0 (x)dx

Além disso, essa aproximação será tão boa na medida que dx é sufici-
entemente pequeno, isto é, o erro da aproximação dado por ∆y − dy ≈
0 será tão pequeno na medida que dx ≈ 0.

+ Exemplo 2.19. Dado f (x), calcule ∆y, dy e ∆y − dy.

1. f (x) = 4x2 − 3x + 1
2.5. DIFERENCIAL 55

Solução:

Observe que

f (x + ∆x) = 4(x + ∆x)2 − 3(x + ∆x) + 1


= 4(x2 + 2x∆ + ∆x2 ) − 3x − 3∆x + 1
= 4x2 + 8x∆x + 4∆x2 − 3x − 3∆x + 1

Então,

∆y = f (x + ∆) − f (x) = (8x − 3)∆x + 4∆x2

dy = f 0 (x)dx = (8x − 3)dx

Logo,
∆y − dy = 4(dx)2 .

2. f (x) = x3 + 2

Solução:

Observe que

f (x + ∆x) = (x + ∆x)3 + 2
= x3 + 3x2 ∆x + 3x∆x2 + ∆x3 + 2

Então,

∆y = f (x + ∆) − f (x) = 3x2 ∆x + (3x + ∆x)∆x2

dy = f 0 (x)dx = (3x2 )dx

Logo,
∆y − dy = (3x + dx)(dx)2 .

- Exercı́cio 2.2.
1. Seja A(l) = l2 , a área de uma quadrado de lado l.

(a) Cálcule a diferencia dA.


(b) Interprete geometricamente ∆A − dA.

2. Determine um fórmula aproximada para a área de uma coroa circular


de raio r e largura dr. Qual seria a fórmula exata.
Vejamos exemplos que mostre que a diferencial é muitas vezes convini-
ente para propósitos de aproximação númerica.

+ Exemplo 2.20.
56 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

1. Encontre uma fórmula de aproximação para a raiz quadrada.

Solução:

Considere
f : [0, +∞[ −→ R

x 7−→ x
Cálculo da Derivada:
1
f 0 (x) = √
2 x
Então, √
x + dx ≈ f (x) + f 0 (x)dx.
2. Calcule um valor aproximado para

(a) 50
Solução:
Considere x = 49 e dx = 1, então

50 ≈ f (49) + f 0 (49) · 1
√ 1
≈ 49 + √
2 49
1
≈ 7+
2·7
≈ 7 + 0, 0714285
≈ 7, 0714285

(b) 37, 5
Solução:
Considere x = 36 e dx = 1, 5, então
p
37, 5 ≈ f (36) + f 0 (36)(1, 5)
√ 1
≈ 36 + √ (1, 5)
2 36
1
≈ 6+
8
≈ 6 + 0, 125
≈ 6, 125

- Exercı́cio 2.3.
1. Use diferenciais para encontrar um valor aproximado para as seguintes
expressões:

(a) 66

(b) 3 120

(c) 98
(d) √151
2. Sabendo que ln 10 = 2, 303. Usando diferenciais, encontre um valor
aproximado para ln 10, 2.
2.5. DIFERENCIAL 57

Fórmulas para Diferenciais


As fórmulas para o cálculo das diferenciais são obtidas multiplicando ambos
os lados das fórmulas para o cálculo das derivadas por dx. Para u, v funções
diferenciáveis e c constante, temos:

• d(c) = 0

• d(cu) = cdu

• d(u + v) = du + dv
 u  vdu − udv
• d =
v v2
• d(un ) = nun−1 du (n 6= −1)

A operação de diferenciação é estendida para incluir o processo que leva a


determinação da diferencial bem como a derivada.

+ Exemplo 2.21. Dado


x
y= .
x+1
encontre dy.

Solução:

 
x
dy = d
x+1
(x + 1)dx − xd(x + 1)
=
(x + 1)2
xdx + dx − xdx
=
(x + 1)2
dx
=
(x + 1)2

- Exercı́cio 2.4.

1. Encontre a diferencial das seguintes funções

(a) y = x3 − 3x

(b) y = ax + b
x2 −1
(c) y = 3x

2. Seja x2 + y 2 = a2 . Mostre que


xdx
dy = −
y
58 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

2.6 Análise Marginal


Suponha que

• x seja a quantidade de um certo produto (assuma que x ∈ R∗+ );

• C(x) seja o custo total de produção de x unidades.

Em Economia a variação de uma quantidade em relação a outra pode ser


descrita por dois conceitos o de media e o de marginal.

I Definição 2.5. O custo médio Q(x) de produção de cada unidade do


produto é dada por:
C(x)
Q(x) = ,
x
onde Q é chamada de função custo médio.

Agora, vamos supor que x varia de x1 a x2 , então C(x) varia de C(x1 )


a C(x2 ). Assim,

• variação em x: ∆x = x2 − x1 ;

• variação em C(x): ∆C = C(x2 ) − C(x1 ).

Então, a taxa de variação média de C(x) em relação a x é dada por:

∆C C(x1 + ∆x) − C(x1 )


=
∆x ∆x

Quando ∆x → 0, temos a seguinte definição:

I Definição 2.6. Seja C(x) o custo total de produção de x unidades de


um produto. O custo marginal quando x = x1 é dado por

C(x1 + ∆x) − C(x1 )


C 0 (x1 ) = lim
∆x→0 ∆x
O custo marginal C 0 (x1 )
pode ser interpretada como
a taxa de variação (ins-
tantânea) do custo total + Exemplo 2.22. Seja C(x) = 125 + x + (0, 01)x2 o custo total de fa-
quando x1 unidades são pro- bricação de x produtos. Determine:
duzidas.
1. a função custo marginal;

2. o custo marginal quando x = 30; e

3. o custo real de fabricação do trigésimo primeiro.

Solução:

1. C 0 (x) = 1 + (0, 02)x


2.6. ANÁLISE MARGINAL 59

2. C 0 (30) = 1 + (0, 02)30 = 1, 6

3. C(31) − C(30) = 165, 61 − 164 = 1, 61

O cálculo de C 0 (30) é mais simples de calcular do que C(31) − C(30), e


essa é a razão que os economistas fazem a seguinte aproximação:

C(31) − C(30) ≈ C 0 (31).

Mas geralmente, temos:

O custo de produção da unidade de número x1 + 1 é aproximadamente


o custo marginal C 0 (x1 ), ou seja,

C(x1 + 1) − C(x1 ) ≈ C 0 (x1 ).

No exemplo anterior
• a função custo total: Q(x) = 125x−1 + 1 + (0, 01)x;

x = 30 ⇒ Q(30) = 5, 4666

• a função custo marginal: C(x) = 1 + (0, 02)x;

x = 30 ⇒ C 0 (30) = 1, 6

Agora, observe a seguinte razão:


C 0 (30)
≈ 0, 3.
Q(30)
Logo, essa razão indica que o custo da trigésima primeira é 0,3 do custo
médio dos primeiros 30 produtos. O que motiva a seguinte definição:

I Definição 2.7. Sejam C(x) e Q(x) como acima. A elasticidade-custo é


dada pela função κ tal que
C 0 (x)
κ(x) = Q(x)
.

Observe que
• k < 1 ⇒ C 0 (x) < Q(x), ou seja, o custo de produção da próxima
unidade será menor do que o custo médio das unidades produzidas;

• k > 1 ⇒ C 0 (x) > Q(x), ou seja, o custo de produção da próxima


unidade será maior do que o custo médio das unidades produzidas.

+ Exemplo 2.23. Seja C(x) = 25 + 9x − (0, 1)x2 o custo total de produção


de x objetos. Determine:
1. O custo médio e marginal quando x = 40.
60 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

2. A elasticidade-custo quando x = 40.

Solução:

1. Observe que
• Função Custo Médio: Q(x) = 25x−1 + 9 − (0, 1)x

x = 40 ⇒ Q(40) = 5, 625

• Função Custo Marginal: C 0 (x) = 9 − (0, 2)x

x = 40 ⇒ C 0 (40) = 1

2. A elasticidade custo quando x = 40:


C 0 (40)
κ(40) = = 0, 1777777.
Q(40)
Portanto, o custo de produção da quadragésima primeiro objeto é
maior do que custo médio dos primeiros 40 objetos.

Agora, vejamos outras funções importantes em Economia.

I Definição 2.8.
1. A receita (ou rendimento) total R(x) recebido quando x unidades são
demandadas (ou vendidas) à quantia de p por unidades é dada por

R(x) = p · x.

2. Seja R(x) a receita total gerada pela produção de x unidades deman-


dadas. O lucro P (x) correspondente é dado por

P (x) = R(x) − C(x).

. Observação 2.6.
1. Como p e x são não-negativos, então R(x) também é não negativo.
2. Suponha que x 6= 0, então p = R(x)/x. Logo, a receita por unidade
(receita média) e o preço por unidade são iguais.

I Definição 2.9.
1. Seja R(x) como acima. O receita marginal quando x = x1 é dado por

R(x1 + ∆x) − R(x1 )


R0 (x1 ) = lim ,
∆x→0 ∆x
onde R0 é chamada a função receita marginal.
2.7. EXERCÍCIOS 61

2. O lucro maginal quando x = x1 é dado por

P 0 (x1 ) = R0 (x1 ) − C 0 (x1 ),

onde P 0 é chamada a função de lucro marginal.

. Observação 2.7.

1. R0 (x1 ) (respectivamente, P 0 (x1 )) pode ser interpretada como a taxa de


variação (instantânea) da receita total (respectivamente, receita lucro
total) quando x1 unidades são demandadas (ou vendidas).

2. R0 (x1 ) (respectivamente, P 0 (x1 ))pode ser usada para aproximar R(x1 +


1) − R(x1 ) (repectivamente, P (x1 + 1) − P (x1 )), ou seja,

R0 (x1 ) ≈ R(x1 + 1) − R(x1 ). e P 0 (x1 ) ≈ P (x1 + 1) − P (x1 )

x2
+ Exemplo 2.24. Seja R(x) = 250x − 2
a receita total da venda de x
produtos. Determine:

1. a função receita marginal

2. a receita marginal quando x=20;

3. a receita efetiva do 21o produto.

Solução:

1. Observe
x2
• a receita total: R(x) = 250x − 2
.
• a receita marginal: R0 (x) = 250 − x.

2.
R0 (20) = 250 − 20 = 230

3.
R(21) − R(20) = 5029, 50 − 4800 = 229, 50,

Observe que R0 (20) é uma aproximação da venda do 21o produto.

2.7 Exercı́cios 2. Seja f (x) = mx + n (m 6=


0). Pensando geometricamente,
1. Seja f (x) = x2 − 3x + 1. Cal- qual o valor que você espera
cule: para a derivada de f em a ∈
Dom(f )? Cálcule f 0 (a).
(a) f 0 (1)
(b) f 0 (0) 3. Dados g(x), calcule g 0 (x).

(c) f 0 (x) (a) g(x) = 4 x
62 CAPÍTULO 2. A DERIVADA

(b) g(x) = 9
x (d) x2 + y 2 + 2y = 0
1
(c) g(x) = √
4x
7. Se a área de um circulo é cres-
cente a uma taxa constante de
4. Calcule a derivada de cada
4 (cm/s2 ), a que taxa está cres-
função aplicando as regras ope-
cendo o raio no instante em que
ratórias para a derivação.
o raio é de 5(cm)?
(a) f (x) = x5 − 3x3 + 1 8. Duas rodovias interceptam-se
10 5
x x perpendicularmente. O carro
(b) f (x) = + +6
10 5 A numa rodovia está a 21 km
(c) f (t) = t8 − 2t7 + 3t + 1 da interseção e se move a uma
3 4 razão de 96 km/h, enquanto o
(d) F (x) = 2 + carro B na outra rodovia esta a
x x
5 25 1 km da interseção e caminha
(e) f (y) = 5 − para ela a uma razão de 120
y y
km/h. A que razão está vari-
(f) g(x) = 3x−2 − 7x−1 + 6 ando a distância entre os dois

2 2 carros neste instante?
(g) f (x) = − 2
5x 3x
9. Determine as equações das
(h) F (x) = x2 (3x3 − 1) retas tangente e normal ao
(i) G(x) = (x2 + 3x)(x3 − 9x) gráfico da função dada, no
(j) f (y) = (2y − 1)(4y 2 + 7) ponto indicado.
(k) f (x) = (x3 − 8) x2 − 1

(a) f (x) = x2 − 3x, no ponto

1

2
 de abscissa 0.
(l) g(x) = +3 +x √
x2 x3 (b) f (x) = 3 x, no ponto de
2x + 7 abscissa 8.
(m) f (x) =
3x − 1 (c) g(x) = x12 , no ponto de
(n) g(x) = 2x2 +x+1 abscissa 1.
x2 −3x+2
(d) g(x) = x + x1 , no ponto de
5. Suponha que f , g e h sejam abscissa 1.
funções diferenciáveis em x = 2
tais que f (2) = −1, f 0 (2) = 2, 10. Calcule a diferencial.
g(2) = −5, g 0 (2) = 1, h(2) = 2,
(a) y = x3
e h0 (2) = 3. Use as regras de
derivação´para calcular: (b) y = x2 − 2x
x
0
(c) y = x+1
(a) (f + g + h) (2) √
(d) y = 3
x
(b) (2f − g + 3h)0 (2)
0 (e) y = x3 + x2 + x + 1
(c) (f gh) (2)
dy 11. Use diferenciais para aproxi-
6. Expresse dx em termos de x mar:
e y, onde y = f (x) é uma √
função diferenciável dada im- (a) 50
plicitamente pela equação: √
(b) 37, 5

(a) x2 − y 2 = 4 (c) 16, 01,
(b) xy 2 + 2y = 3 (d) e0,01
(c) x2 + 4y 2 = 3 (e) ln(0, 99)
2.7. EXERCÍCIOS 63

12. Seja A(l) = l2 , l > 0. (b) Interprete geometrica-


mente ∆A − dA.
(a) Calcule a diferencial.
Otimização
3
Nessa capitulo vamos aplicar a derivada para encontrar o maior ou menor
valor que uma determinada função.

3.1 Máximos e Mı́nimos


Sejam y = f (x) uma função, e x0 ∈ Dom(f ).

I Definição 3.1.

1. Dizemos que x0 é um ponto de máximo local de f , quando existe um


intervalo aberto I contendo x0 tal que

f (x) ≤ f (x0 ) (∀ x ∈ I ∩ Dom(f ))

2. Dizemos que x0 é um ponto de mı́nimo local de f , quando existe um


intervalo aberto I contendo x0 tal que

f (x0 ) ≤ f (x) (∀ x ∈ I ∩ Dom(f ))

64
3.1. MÁXIMOS E MÍNIMOS 65

3. Dizemos que x0 é um ponto de máximo global de f , quando

f (x) ≤ f (x0 ) (∀x ∈ Dom(f )

4. Dizemos que x0 é um ponto de mı́nimo global de f , quando

f (x0 ) ≤ f (x) (∀x ∈ Dom(f )

I Definição 3.2.
1. Dizemos que f (x0 ) é um valor máximo local (respectivamente máximo
global) se x0 é um ponto de máximo local (respectivamente máximo
global) de f .

2. Dizemos que f (x0 ) é um valor mı́nimo local (respectivamente mı́nimo


global) se x0 é um ponto de mı́nimo local (respectivamente mı́nimo
global) de f .

I Definição 3.3.
1. Dizemos que x0 é um extremo local (ou relativo) de f se x0 é um ponto
de máximo ou mı́nimo local.

2. Dizemos que x0 é um extremo global (ou absoluto) de f se x0 é um


ponto de máximo ou mı́nimo global.

+ Exemplo 3.1. .
1. Considere
f : R −→ R
x 7−→ x2

Observe que

f (0) = 0 ≤ x2 = f (x) (∀x ∈ R)

Logo x0 = 0 é o único extremo local de f (mı́nimo local)

2. Considere
f : R −→ R
x 7−→ |x|
66 CAPÍTULO 3. OTIMIZAÇÃO

Observe que

f (0) = 0 ≤ |x| = f (x) (∀x ∈ R)

Logo x0 = 0 é o único extremo local de f (mı́nimo local)


Vejamos uma condição necessária para pontos extremos, mas não sufu-
ciente.

Condição Necessária para Máximos e Mı́nimos Locais

Teorema 3.1. Sejam

1. f : I → R diferenciável, onde I ⊂ R é um intervalo aberto.

2. x0 é um ponto de máximo ou mı́nimo local de f .

Então
f 0 (x0 ) = 0.

Interpretação Geométrica:

O que motiva:

I Definição 3.4. Dizemos que um ponto x0 ∈ Dom(f ) é um ponto crı́tico


(ou estacionário de f se)
f 0 (x0 ) = 0
3.1. MÁXIMOS E MÍNIMOS 67

- Exercı́cio 3.1. Determine os pontos crı́ticos da função dada:

1. f (x) = x3 + x2 − x

Solução:

Cálculo da Derivada

f 0 (x) = 3x2 + 2x − 1

Pontos Crı́ticos
3x2 + 2x − 1 = 0
p
−4 ± 4 − 4 · 3 · (−1)
x=
2·3
Logo, os pontos crı́ticos são x1 = −5 e x = 1/3.
3
2. f (x) = − 2x3 + x
2
+x+5

Solução:

Cálculo da Derivada

f 0 (x) = −2x2 + x + 1

Pontos Crı́ticos
−2x2 + x + 1 = 0
p
−1 ± 1 − 4 · (−2) · 1
x=
2 · (−2)
Logo, os pontos crı́ticos são x1 = 1 e x2 = −1/2.
O teorema ao lado afirma
que se x0 ∈ Dom(f ) é
um “ponto interior”e f dife-
renciável em x0 , então uma
+ Exemplo 3.2. condição necessária para
b que x0 seja um ponto ex-
1. y = ax2 + bx + c (a > 0) admite um mı́nimo global no xv = − 2a .
tremo é f 0 (x0 ) = 0, mas não
2. y = ax2 + bx + c b
(a < 0) admite um máximo global no xv = − 2a . diz se o ponto realmente é
um extremo local de f .

Determinação de Máximos e Mı́nimos Locais


O primeiro passo na determinação dos extremos locais constitui em determi-
nar os pontos crı́ticos para f . Uma vez que estes pontos serão os “candidatos
possı́veis”a extremo local; entretanto, cada ponto crı́tico precisa ser testado
para ver quando f realmente possui um extremo local lá. Para tal, vamos
usar os seguintes teste:
68 CAPÍTULO 3. OTIMIZAÇÃO

Teste da Derivada Primeira

Teorema 3.2. Sejam y = f (x) uma função contı́nua no intervalo aberto


I e x0 ∈ I. Suponha que f seja diferenciável em I exceto, possivelmente,
em x0 . Temos que:

1. f 0 (x) > 0 para todo x < x0 e f 0 (x) < 0 para todo x > x0 , então x0
é ponto de máximo local de f ;

2. f 0 (x) < 0 para todo x < x0 e f 0 (x) > 0 para todo x > x0 , então x0
é ponto de mı́nimo local de f .

+ Exemplo 3.3. Determine os pontos de máximo e mı́mimo locais (caso


existam)
1. f (x) = x3 − 3x2 + 1

Solução:

Cálculo da Derivada

f 0 (x) = 3x2 − 6x = 3(x2 − 2x)

Pontos Crı́ticos

x(x − 2) = 0
Logo, os pontos crı́ticos x1 = 0 e x2 = 2.

Teste da Derivada Primeira

H
+ +
q q -
Estudo do Sinal de f 0 (x). 0 − 2
Assim,
• x < 0 =⇒ f 0 (x) > 0
• x > 0 =⇒ f 0 (x) < 0
• x < 2 =⇒ f 0 (x) < 0
• x > 2 =⇒ f 0 (x) > 0
Logo, pelo Teste da Derivada Primeira, x1 = 0 é um ponto de máximo,
e x2 = 2 é um ponto de mı́nimo
2. f (x) = x + 1/x

Solução:
3.1. MÁXIMOS E MÍNIMOS 69

Cálculo da Derivada

1 x2 − 1
f 0 (x) = 1 − =
x2 x2

Pontos Crı́ticos

x2 − 1
= 0 =⇒ x2 − 1 = 0
x2
Logo, os pontos crı́ticos x1 = −1 e x2 = 1.

Teste da Derivada Primeira

H
+ +
q q -
−1 − 1 Estudo do Sinal x2 − 1.
Assim,

• x < −1 =⇒ f 0 (x) > 0


• x > −1 =⇒ f 0 (x) < 0
• x < 1 =⇒ f 0 (x) < 0
• x > 1 =⇒ f 0 (x) > 0

Logo, pelo Teste da Derivada Primeira, x1 = −1 é um ponto de


máximo, e x2 = 1 é um ponto de mı́nimo.

Teste da Derivada Segunda

Teorema 3.3. Seja y = f (x) uma função diferenciável no intervalo


aberto I contendo x0 . Suponha que:

f 0 (x) = 0 e ∃f 00 (x0 ).

Então

• f 00 (x0 ) > 0 ⇒ f possui um mı́nimo local em c.

• f 00 (x0 ) < 0 ⇒ f possui um máximo local em c.

- Exercı́cio 3.2. Usando o teste da derivada segunda, determine os máximos


e mı́nimos locais dos exemplos anteriores.
70 CAPÍTULO 3. OTIMIZAÇÃO

Processo para a determinação dos extremos locais (ou relativos)


Todos os extremos locais podem ser encontrados sistematicamente pelo se-
guinte roteiro:
Roteiro:

1. Encontre f 0 (x)

2. Encontre os pontos crı́ticos de f 0

3. Teste cada um dos pontos crı́ticos para observar quando ele é um


ponto de máximo ou de mı́nimo local, ou nunhum dos dois.

Nota 3.1. Para o terceiro passo usamos os testes da derivada primeira ou


segunda.

- Exercı́cio 3.3. Estude a função dada com relação a máximos e mı́nimos


locais.
x
1. f (x) = 1+x 2

(Resp.: máx. local 15, mı́n. local −1)


1
2. f (x) = 12 (x4 + 6x3 − 18x)
(Resp.: máx. local 0, mı́n. local −6, 3/2)

3. f (x) = x3 + 3x − 2
(Resp.: Não existem extremos locais)

3.2 Máximos e Mı́nimos em intervalos fecha-


dos [a, b]

+ Exemplo 3.4 (Motivação). Considere

f : R −→ R
x 7−→ x

Observe que f não possui ponto de máximo ou mı́nimo local. Por outro
lado, considere f restrito aos intervalos:
• [−1, 1], f possui um ponto de mı́nimo em x1 = −1 e um ponto de
máximo em x2 = 1; pois

f (0) = 0 ≤ f (x) = x ≤ 1 = f (1) (∀x ∈ [−1, 1]).

• ] − 1, 1], f possui um ponto de máximo em x2 = 1; pois

f (x) = x ≤ 1 = f (1) (∀x ∈ [−1, 1]).


3.2. MÁXIMOS E MÍNIMOS EM INTERVALOS FECHADOS [A, B] 71

• [−1, 1[, f possui um ponto de minimo em x1 = 1; pois

f (0) = 0 ≤ f (x) = x (∀x ∈ [−1, 1]).

• ] − 1, 1[, f não possui ponto de máximo nem de mı́nimo local.

Sejam f : [a, b] → R uma função contı́nua segue que temos várias possi-
bilidades:

Teorema de Weirstrass ou do Valor Extremo

Teorema 3.4. Se f : [a, b] → R é uma função contı́nua, então


existem x1 , x2 ∈ [a, b] tal que

f (x1 ) ≤ f (x) ≤ f (x2 ) (∀x ∈ [a, b])

Interpretação Geométrica

O teorema afirma que se f é contı́nua em [a, b], então f assume um valor


máximo e mı́nimo em [a, b].

. Observação 3.1. A hipótese de f ser contı́nua no intervalo [a, b] é in-


dispensável; por exemplo:
72 CAPÍTULO 3. OTIMIZAÇÃO

f : ]0, 1] −→ R
x 7−→ 1/x

Então f é contı́nua, mas não assume (neste intervalo) valor máximo.

Determinação de Máximo e Mı́nimo Global


1. Encontre os pontos crı́ticos da função f em [a, b].

2. Encontre os valores de f (a) e f (b).

3. O maior dos valores dos itens 1 e 2 é o máximo absoluto e o menor, o


mı́nimo absoluto.

+ Exemplo 3.5. Determine os valores máximos e mı́nimos (caso existam)


da função dada no intervalo

1. f (x) = x3 − 12x , x ∈ [−3, 3]

Solução:

• Cálculo da Derivada:

f 0 (x) = 3x2 − 12 = 3(x2 − 4)

• Pontos Crı́ticos:

3(x2 − 4) = 0 ↔ x = −2 oux = 2

• Valor da Função:
x = −3 ⇒ f (−3) = 9
x = −2 ⇒ f (−2) = 16
x = 2 ⇒ f (2) = −16
x = 5 ⇒ f (5) = 9

Logo, x = 2 é um ponto de mı́nimo e x = 5 é um ponto de máximo.

2. f (x) = (1/2)x2 − 2x , x ∈ [0, 5]

Solução:

• Cálculo da Derivada:

f 0 (x) = x − 2
3.3. APLICAÇÃO DE MÁXIMOS E MÍNIMOS 73

• Pontos Crı́ticos:
x−2=0↔x=2
• Valor da Função:
x = 0 ⇒ f (0) = 0
x = 2 ⇒ f (2) = −2
x = 5 ⇒ f (5) = 5/2
Logo, x = 2 é um ponto de mı́nimo e x = 5 é um ponto de máximo.

3.3 Aplicação de Máximos e Mı́nimos


Vamos agora usar as propriedades da Derivada para estudar alguns proble-
mas de otimização.

Geometria

Problema 3.1. Se uma lata de zinco de volume 16π cm3 deve ter a forma
de um cilindro circular reto. Determine a altura e o raio para que área do
material usado na fabricação seja mı́nimo.
Solução:
Sejam:
• R: o raio da base
• h: a altura do cilı́ndro
• S: a área total do cilı́ndro
Então a área total é dada por
2
A= |2πRh
{z } + |2πR
{z } (1)
área lateral área das bases
Sabemos o volume da lata
16
16π = πR2 h ⇒ h = R2
(2)
Então, substituindo (2) em (1) obtemos para R > 0:
 
16
A(R) = 2πR 2
+ 2πR2
R
32π
= + 2πR2
R
Logo, a área total do cilı́ndro em função do raio da base R > 0.

Cálculo da Derivada:
dA −32π
= + 4πR
dR R2
Pontos Crı́ticos:
−32π + 4πR3
=0
R2
R3 − 8 = 0
R=2
74 CAPÍTULO 3. OTIMIZAÇÃO

Teste da Derivada Primeira:


dA
• R>2⇒ >0
dR
dA
• R<2⇒ <0
dR
Logo, R = 2 é ponto de mı́nimo.

Teste da Derivada Segunda



d2 A 64π
= + 4π = 8π + 4π = 12π > 0
dR2 R3

R=2
Logo, R = 2 é ponto de mı́nimo, então o raio deve serR = 2 e a altura deve
serh = 4.

Problema 3.2. Determine a altura do cilı́ndro reto, de volume máximo,


inscrito na esfera de raio R dado.

Solução:

Sejam:
• h : altura do cilı́ndro
• R : raio da esfera
• r : raio do cilı́ndro
Observe que  2
2 2 h
R =r +
2

 2
2 2 h
r =R −
2
Volume do cilı́ndro é
V = πr2 h
h2

2
= π R − h
4
πh3
= πR2 h −
4
Logo, o volume do cilı́ndro em função da altura

Cálculo da Derivada:
3πh2
V 0 (h) = πR2 −
 2 4 2
4R − 3h
= π
4
3.3. APLICAÇÃO DE MÁXIMOS E MÍNIMOS 75

Pontos Crı́ticos:
2R
4R2 − 3h2 = 0 ⇒ h = √
3
Teste da Derivada Primeira:

• 0<h< 2R

3
⇒ V 0 (h) > 0;

• h> 2R

3
⇒ V 0 (h) < 0
2R
Logo, h = √
3
é ponto de máximo.

Engenharia

Problema 3.3.
Do ponto A, situado numa das margens de B C
um rio, de 100m de largura, deve-se levar
100 m Rio
energia elétrica ao ponto C situado na outra
margem do rio. O fio a ser utilizado na água
A
custa R$5, 00 o metro, e o que será utilizado 1000 m

fora, R$3, 00 o metro.


Como deverá ser feita a ligação para que o gasto com os fios seja o menor
possı́vel ? (Suponha as margens retilineas e paralelas).

Solução:

Sejam
• A = (0, 0)

• B = (x, 100)

• C = (1000, 100)
Então o custo dos fios será dado por:

C(x) = 5 x2 + 1002 + 3(1000 − x)

Cálculo da Derivada:

5x
C 0 (x) = √ +3
x2 + 1002

5x − 3 x2 + 1002
= √
x2 + 1002
√ √
5x − 3 x2 + 1002 (5x + 3 x2 + 1002 )
= √ ∗ √
x2 + 1002 (5x + 3 x2 + 1002 )
25x2 − 9(x2 + 1002 )
= √ √
x2 + 1002 (5x + 3 x2 + 1002 )
76 CAPÍTULO 3. OTIMIZAÇÃO

Pontos Crı́ticos:

16x2 − 9 · 1002 = 0
16x2 = 9 · 1002
4x = 3 · 100
x = 75m

Teste da Derivada Primeira:


• 0 < x < 75 ⇒ C 0 (x) < 0;

• x > 75 ⇒ C 0 (x) > 0.

Logo, x = 75 é ponto mı́nimo, ou seja, a ligação deve ser feita com B =


(75, 100).

Economia

Problema 3.4. Uma fabrica estima que o custo total e e preço são dados
por (
C(x) = (0, 5)x2 + 4x + 25 (mil reais)
p(x) = 23, 2 − (1, 1)x, reais por unidade
onde x mil unidades.
1. Determine o lucro total e o nı́vel de produção para o lucro ser máximo.
Esboce o lucro.

2. Para que nı́vel de produção o custo médio é igual ao marginal. Esboce


o gráfico.

Solução:

1. O rendimento é

R(x) = x · p(x) = (23, 2)x − (1, 1)x2

2. O lucro é

P (x) = R(x) − C(x) = (23, 2)x − (1, 1)x2 − ((0, 5)x2 + 4x + 25)


P (x) = (19, 2)x − (1, 6)x2 − 25
Derivando obtemos

P 0 (x) = 19, 2 − (2, 2)x

Aonde o ponto crı́tico é da forma


19, 2
xc = = 8, 727
2, 2
3.3. APLICAÇÃO DE MÁXIMOS E MÍNIMOS 77

Observando a derivada segunda de P calculada em xc :

P 00 (xc ) = −2, 2 < 0.

Logo, pelo teste da derivada segunda, o lucro máximo é obtido quando


8, 727 (mil) unidades são produzidas

3. Observe que (
C 0 (x) = x + 4
2
Q(x) = (0,5)x x+4x+25
Então

C 0 (x) = Q(x) =⇒ (0, 5)x2 + 4x + 25 = x2 + 4x =⇒ (0, 5)x2 − 25 = 0

Logo, x = 7, 071 mil unidades para que C 0 (x) = Q(x). Observe que neste ponto o
Custo médio assumi um va-
lor mı́nimo
78 CAPÍTULO 3. OTIMIZAÇÃO

Lucro
Vimos que o lucro total e o lucro marginal é dado por

P (x) = R(x) − C(x) e P 0 (x) = R0 (x) − C 0 (x).

P 0 (x1 ) é o lucro aproximado


obtido da x1 + 1-ésima uni-
dade apos x1 unidades são 1. Observe que:
produzidas e vendidas.
P 0 (x0 ) = 0 ⇐⇒ R0 (x0 ) − C 0 (x0 ) = 0 ⇐⇒ R0 (x0 ) = C 0 (x0 ).

2. Para que x0 seja máximo precisamos que (pelo teste da Derivada Se-
gunda) que
P 00 (x0 ) < 0 ⇐⇒ R00 (x0 ) < C 00 (x0 ).

Logo, para que tenhamos lucro máximo em x0 ,


(
R0 (x0 ) = C 0 (x0 )
R00 (x0 ) < C 00 (x0 )
Uma empresa está funci-
onando em um Mercado
de Concorrência Perfeita é
aquele que as empresas con-
correntes não podem afetar + Exemplo 3.6 (Concorrência Perfeita). Considere uma empresa sob con-
o preço dela pelo aumento corrência perfeita tal que
da produção; os preços dos (
produtos desta empresa (em R(x) = 25x, (RendimentoT otal),
Concorrência Perfeita) são C(x) = x2 + 15x + 100 (CustoT otal),
constantes e pode vender
quantos quiser a este preço. onde x unidades produzidas por dia pela empresa. Determine o numero de
unidades deverá produzir para ter lucro máximo.

Solução:

O lucro total é dado por

P (x) = R(x) − C(x) = 25x − x2 − 15x − 100 = −x2 + 10x − 100

Então (
P 0 (x) = −2x + 10 = 0 =⇒ x = 5
P 00 (5) < 0 =⇒ R00 (5) < C 00 (x)
Logo, x = 5 é a quantidade que deve ser produzida para obter lucro máximo.

3.4 Exercı́cios 4x + 1

(d) x(t) = 3 t3 − 2t + 1
1. Determine os pontos crı́ticos da
função. (e) f (x) = (x4 + 2x3 + x2 +
1)−1
x4
(a) f (x) = 4
+ x3 − 2x2 + 3
2. Determine os valores máximos
(b) f (x) = x − 3x2 + 3x − 1
3
e mı́nimos (caso existam) da
(c) f (x) = x4 − 4x3 + 6x2 − função dada, no intervalo dado.
3.4. EXERCÍCIOS 79

4
(a) f (x) = x4 − x3 − 2x2 + 3 de volume. Nas laterais e
em [−2, 3] no fundo será utilizado mate-
(b) f (x) = x3 − 3x2 + 3x − 1 rial que custa R$ 10, 00 o me-
em [−2, 1] tro quadrado e na tampa será
√ utilizado material que custa
(c) f (x) = 3 x3 − 2x2 em R$ 20, 00 o metro quadrado.
[−1, 2] Determine as dimensões da
(d) f (x) = 1
em ]0, 2[ caixa que minimizem o custo
x3 −2x2
do material empregado.
3. Use o teste da derivada
primeira para estudar as 5. Do ponto A, situado numa das
funções dadas com relação aos margens do rio, de 100m de
máximos e mı́nimos locais. largura, deve-se levar energia
elétrica ao ponto C situado na
(a) f (x) = x2 − x outra margem do rio. O fio a
x ser utilizado na água custa R$
(b) f (x) = 1+x2
5 o metro, e o que será utilizado
3
(c) f (x) = x − 3x + 5 fora custa R$ 3 o metro. Como
(d) f (x) = x2 + 3x + 2 deverá ser feita a ligação para
que o gasto com com os fios seja
4. Deseja-se construir uma caixa, o menor possı́vel? (Suponha as
de forma cilı́ndrica, de 1 m3 margens retilı́neas e paralelas.)
Funções Exponencial e Logarı́tmica
4
4.1 Função exponencial e logarı́tmica
Propriedades de Potenciação
Sejam a ∈ R, m ∈ Z∗+ e n ∈ Z∗ . Temos que:

• (a · b)m = am · bm
• am · an = am+n
m am
• ab = bm (b 6= 0)
• am : an = am−n
1 m • ax = ay ⇔ x = y (a >
• a−m = 1

am
= a
(a 6= 0)
0 e a 6= 1)
• (am )n = am·n m √
• a n = n am

Função Exponencial

I Definição 4.1. Seja a ∈ R tal que 0 < a 6= 1. Uma função exponencial


de base a é dada por:

f : R −→]0, +∞[
x 7−→ ax

+ Exemplo 4.1.

• f (x) = 2x , onde a = 2 • f (x) = (1/2)x , onde a = (1/2)

• f (x) = ex , onde a = e (no de


• f (x) = 10x , onde a = 10 Euler)

Gráfico da função exponencial


Analisamos a representação gráfica das seguintes funções.

+ Exemplo 4.2. Construir o gráfico das seguinte funções:

80
4.1. FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA 81

1. f (x) = 2x

Solução:

x y
2 4
1 2
0 1
−1 1/2
−2 1/4

2. f (x) = (1/2)x

Solução:

x y
2 1/4
1 1/2
0 1
−1 2
−2 4

Propriedades:
• a > 1 ⇒ f é crescente
• 0 < a < 1 ⇒ f é decrescente

. Observação 4.1.
1. Dom(f ) = R, e Im(f ) =]0, +∞[ (Por quê?)
2. O gráfico de f está todo acima ao eixo x, pois y = ax > 0 para todo
x ∈ R.
3. O gráfico de f corta o eixo y no ponto de ordenada 1, pois
x = 0 ⇒ y = a0 = 1

Exponencial Natural
Considere
exp : R −→]0, +∞[
x 7−→ ex
onde e ∼
= 2, 7183... (no irracional) chamado de número de Euler ou número
de Neper.

- Exercı́cio 4.1.
82 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA

1. Contruir o gráfico das seguin- (e) f (x) = 21−x


tes funções: (f ) f (x) = (1/2)x
(a) f (x) = 3x 2. Determine o Dom(f ):
(b) f (x) = (1/3)x
1
(a) f (x) =
(c) f (x) = 10−x 4x −3x
q
1 x

(d) f (x) = 2 − 3 x (b) f (x) = 3
− 3x

Logaritmos

I Definição 4.2. Sejam a, b ∈ R tais que 0 < a 6= 1 e b > 0. O Logaritmo


de b na basa a é dado por:

x = loga b ⇔ ax = b

Em que,

• x é o logarı́tmo;

• a é a base;

• b é o logaritmando,

+ Exemplo 4.3.

• log5 5 = 1 , pois 51 = 5
• log2 8 = 3 ,pois 23 = 8
• log3 1
9
= −2 , pois 3−2 = 1/9 • log7 1 = 0 , pois 70 = 1

. Observação 4.2.

1. O Logaritmo quando existe e único.

2. A operação, pela qual se determina o logaritmo de b numa dada base


a, é chamada logaritmação e o resultado dessa operação é o logaritmo.

- Exercı́cio 4.2.

4
1. Calcule pela definição os se- (d) log √
3
5 5
guintes logaritmos: √
(e) log√27 3 9

(a) log2 2 2. Usando a definição de loga-
(b) log √
49
3
7
ritmo, calcule x:

(c) log100 3 10 (a) log2x 16 = 3
4.1. FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA 83

(b) logx2 4 = 1 (c) log3 (x + 2) = 2

Consequências da Definição
Para 0 < a 6= 1, b > 0, seguem da definição de Logaritmo as seguintes
propriedades:

1. loga 1 = 0, pois a0 = 1

2. loga a = 1, pois a1 = a

3. loga ar = r, pois x = loga ar ⇒ ax = ar ⇒ x = r

4. aloga b = b, pois x = loga b ⇒ ax = b ⇒ aloga x = b


def (3)
5. loga b = loga c ⇔ b = c, pois loga b = loga c ⇔ aloga c=b ⇔ c = b

+ Exemplo 4.4. Calcule o valor de

8log2 5 .

Solução:

8log2 5 = (23 )log2 5


= (2log2 5 )3
= 53 = 125

+ Exemplo 4.5. Calcule o valor de

31+log3 4 .

Solução:

31+log3 4 = 3 · 3log3 4
= 3 · 4 = 12

Condição de Existência do Logaritmo


• a > 0 e a 6= 1 (da definição).

• b > 0, pois ax > 0 para todo x ∈ R, e ax = b.

+ Exemplo 4.6. Determine x para que exista, em R,

log4−x (x − 2).
84 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA

Solução:
Pela condição de existência, temos
• 4−x>0⇒x<4
• 4 − x 6= 1 ⇒ x 6= 3
• x−2>0⇒x>2
Logo,
2 < x < 4 e x 6= 3

Equação Logarı́tmica

+ Exemplo 4.7. Resolva a equação


4x+1 = 5.
Solução:

4x+1 = 5 ⇒ 22x+2 = 5
⇒ 2x + 2 = log2 5
⇒ 2x = log2 5 − 2
log2 5 − 2
⇒ x= .
2

- Exercı́cio 4.3. Resolva as equações:


1. 3x = 2
2. 22x+1 = 5

Leis Operatórias
Teorema 4.1. Sejam a < a 6= 1, b > 0 e c > 0. Então
1. loga (b · c) = loga b + loga c;
2. loga cb = loga b − loga c; e


3. loga bα = α · loga b (∀ α ∈ R)

- Exercı́cio 4.4.
1. Desenvolva, aplicando as propriedades do logaritmo com a, b, c posi-
tivos
(a) log5 5a

bc 3 
(b) log3 c·a·b

3 2
a

2. Se log x = log b + 2 log c − 31 log a. Determine o valor de x.


4.1. FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA 85

Mudança de Base
Há ocasiões que os logaritmos em bases diferentes precisam ser convertidos
para uma única base conveniente.

Teorema 4.2. Sejam 0 < a 6= 1, b > 0 e 0 < c 6= 1. Então:


logc b
loga b =
logc a

+ Exemplo 4.8. Sabendo que log2 N = n. Calcule

log4 N 2 .

Solução:

log2 N 2 log2 N 2 n
log4 N 2 = = 2
= =n
log2 4 log2 2 1

+ Exemplo 4.9. Sabendo que log20 2 = a e log20 3 = b. Calcule log6 5

Solução:

log20 5 log20 ( 20
4
) log20 20 − log20 4 1 − 2a
logb 5 = = = =
log20 6 log20 6 log20 2 + log20 3 a+b

Função Logarı́tmica

I Definição 4.3. Seja a ∈ R tal que 0 < a 6= 1. A função Logartmica de


base a é a função
f : ]0, +∞[ −→ R
x 7−→ loga x,
onde
y = loga x ⇔ ay = x

+ Exemplo 4.10.
• f (x) = loga x , a = 2

• f (x) = log x , a = 10

• f (x) = ln x , a = e (no neper)


86 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA

Propriedades:
1. Dom(f ) =]0, +∞[ e Im(f ) = R (Por quê?)

2. O gráfico de f corta o eixo x no ponto de abscissa 1, pois

x = 1 ⇒ y = loga 1 = 0.

3. Se 0 < a 6= 1, então f (x) = loga x, x > 0 e g(x) = ax , x ∈ R são


inversas uma da outra. De fato

• Im(f ) = Dom(g)
• Im(g) = Dom(f )
• f ◦ g(x) = f [ax ] = loga ax = x
• g ◦ f (x) = g[loga x] = aloga x = x

4. O gráfico de f é simétrico em relação à reta y = x do gráfico de


g(x) = ax .

Propriedades:
• a > 1 ⇒ f é crescente

• 0 < a < 1 ⇒ f é decrescente

- Exercı́cio 4.5.

1. Construa o gráfico das seguin- 2. Determine o Dom(f )


tes funções:

(a) f (x) = loga x (a) f (x) = log3 (12 − 5x)


(b) f (x) = log( 1 ) x (b) f (x) = log5 (x2 + 8x + 15)
2

Logaritmo Natural ou Neperiano


Considere
ln : ]0, +∞[ −→ R
x 7−→ loge x = ln x,
onde e ∼
= 2, 7183... (no irracional) chamado número de Euler ou Neper.
Observe que podemos demonstrar de modo análogo as leis operatórias
para o logaritmo natural.

Teorema 4.3 (Propriedades Operatórias). Sejam a < a 6= 1, b > 0 e c > 0.


Então
4.2. DERIVADA DA FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARITMICA 87

1. ln(b · c) = ln b + ln c;
2. ln cb = ln b − ln c; e


3. ln bα = α · ln b (∀ α ∈ R)

4.2 Derivada da Função Exponencial e Lo-


garitmica

Teorema 4.4 (Derivadas de ex e ln x). São válidas as fórmulas de de-


rivação:

1. f (x) = ekx =⇒ f 0 (x) = kekx , onde k é uma constante não nula.

2. g(x) = ln |kx| =⇒ g 0 (x) = k x1 , onde k é uma constante não nula.

+ Exemplo 4.11.
Dado f (x), calcule f 0 (x):

1. f (x) = ex Solução:

Solução:
1
f 0 (x) =
x
f 0 (x) = ex
5. f (x) = 1 + x + ln x
2. f (x) = x + e−3x

Solução: Solução:

f 0 (x) = 1 − 3e−3x 1
f 0 (x) = 1 +
x
3. f (x) = 1 − x − e2x
6. f (x) = x2 e−x
Solução:
Solução:

f 0 (x) = −1 − 2e2x

4. f (x) = ln x f 0 (x) = 2xe−x − x2 e−x

- Exercı́cio 4.6.
1. Determine a equação da reta tangente ao gráfico das seguintes funções,
nos pontos indicados:
(a) f (x) = e3 x; P = (0, f (0))
88 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA

(b) f (x) = ln x; P = (e, f (e))


(c) f (x) = x3 , P = (1, f (1))

(d) f (x) = 3 x , P = (8, f (8))

Proposição 4.1. Suponha que g é derivável. Então:

1. [eg(x) ]0 = eg(x) · g 0 (x)


g 0 (x)
2. [ln g(x)]0 = g(x)

Demonstração.

1. Considere 2. Considere

y = eu e u = g(x) y = ln u e u = g(x).

Então, pela Regra da Cadeia:


Então, pela Regra da Cadeia:
dy dy du
dy dy du = ·
= · dx du dx
dx du dx 1 du
du = ·
= eu · u dx
dx g 0 (x)
= eg(x) · g 0 (x) =
g(x)

+ Exemplo 4.12. Calcule a derivada de y = f (x) :


2
1. y = e1−x+x

Solução:

d 1−x+x2 2
[e ] = e(1−x+x ) (−1 + 2x)
dx
2 +1
2. y = ln(ex + 2)

Solução:

d 2 1 2
[ln(ex +1 + 2)] = x2 +1 (2x ex +1 )
dx e +2
1
3. y = (ex+1 − x3 ) 2

Solução:

d x+1 1 1 1
[(e − x3 ) 2 ] = (ex+1 − x3 )− 2 (ex+1 − 3x2 )
dx 2
4.2. DERIVADA DA FUNÇÃO EXPONENCIAL E LOGARITMICA 89

+ Exemplo 4.13. Dado f (x), calcule f 0 (x):


1. f (x) = 2x

Solução:

Observe que
f (x) = 2x = ex ln 2
Usando a regra da cadeia:

f 0 (x) = eln x Dx (x ln 2)


f (x) = 2x ln 2
2
2. f (x) = x3x

Solução:

Observe que
2 2
f (x) = x3x = xex ln 3

Usando a regra do produto e da cadeia:


2 2
f 0 (x) = 1.3x + xDx (3x )


x2 2
f 0 (x) = 3 + xDx (ex ln 3
)

2 2
f 0 (x) = 3x + xex ln 3
(2x ln 3)

0 x2 2
f (x) = 3 + x3x (2x ln 3)

3. f (x) = logex (3x2 + x)

Solução:

Observe que
ln(3x2 + x)
f (x) = logex (3x2 + 1) =
x
Usando a regra do produto e da cadeia:
x 3x21+1 (6x) − ln(3x2 + x)
f 0 (x) =
x2

6 ln(3x2 + x)
f 0 (x) = −
3x2 + 1 x2
90 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES EXPONENCIAL E LOGARÍTMICA

4.3 Exercı́cios (d) f (x) = log2 x2


(e) f (x) = 2 + log2 x)
1. Construir os gráficos cartesia-
nos das seguintes funções expo- 6. Determine a equação da reta
nenciais: tangente ao gráfico de f (x) =
ex no ponto de abscissa 0. Es-
(a) y = 3x
boce os gráficos de f e da reta
(b) y = ( 13 )x tangente.
(c) y = 4x
7. Determine a equação da reta
(d) y = 10x tangente ao gráfico de f (x) =
(e) y = 10−x ln x no ponto de abscissa 1. Es-
boce os gráficos de f e da reta
2. Desenvolva, aplicando as pro- tangente.
priedades dos logaritmos (a, b,
e c são reais positivos): 8. Dados f (x), calcule f 0 (x).
2
(a) log2 2ab (a) f (x) = ex

c2
(b) f (x) = 2x+1
 3 2
(b) log3 5ac4b
3 −x+1
 3 (c) f (x) = 5x
(c) log b2a √
2 c
(d) f (x) = π x
(d) log5 b5a
 2
2c (e) f (x) = 71−3x
 3
(e) log3 c7ab√
3 2
a 9. Dados g(x), calcule g 0 (x).

3. Determine o domı́nio das funções: (a) g(x) = log3 (1 + x2 )

(a) f (x) = log3 (x2 − 4) (b) g(x) = log5 (x3 + 2x + 1)

(b) f (x) = log2 (1 − 2x) (c) g(x) = log10 (2x + 3)


(c) f (x) = log3 (4x − 3)2 (d) g(x) = ln(x lnx )

x+1
 (e) g(x) = log7 (x + 3)3
(d) f (x) = log5
1−x 10. Calcule a derivada de cada função
(e) f (x) = log(x2 + x − 12) abaixo:
4. Determine o domı́nio das funções: (a) f (x) = x2 ex
(a) f (x) = log(x2 +1) x (b) F (t) = 3t + 5 ln t

(b) f (x) = log(2x+1) (2x2 − 5x) (c) f (x) = ex ln x


1+ex
(c) f (x) = log(3−x) (x + 2) (d) f (x) = 1−ex
(e) g(x) = e ln x + 2ex
x
(d) f (x) = log3x (x2 + x − 2)
(e) f (x) = log(2x−3) (3 + 2x −
x2 )

5. Construir os gráficos cartesia-


nos das seguintes funções logarı́tmicas:

(a) f (x) = log3 x


(b) f (x) = log 1 x
3

(c) f (x) = log2 (x − 1)


Integrais Indefinidas
5
5.1 Integração Indefinida
Estudamos anteriormente o seguinte problema:

Problema 5.1. Dado uma função y = f (x), determine a derivada f 0 (x).


Agoras, estamos interesado em resolver o seguinte problema:

Problema 5.2. Dada uma função y = f (x), determiniar uma função F tal
que F 0 (x) = f (x).
Em outras palavras, queremos mostrar como podemos obter uma função
conhecendo apenas a sua derivada. Na realidade, este é um dos problemas
centrais do Cálculo Diferencial e Integral. Assim, considerando a diferen-
ciação uma operação estamos interessados em obter a sua operação inversa
chamada de integração indefinida ou antiderivação.

Diferenciação
'
y = f (x)g . dy = f 0 (x)dx
.
Integração

I Definição 5.1. Uma função F é chamada uma primitiva (ou uma anti-
derivada) de f em um intervalo I se

F 0 (x) = f (x).

Exemplos 5.1.
1. Seja
f (x) = x3 .

91
92 CAPÍTULO 5. INTEGRAIS INDEFINIDAS

4
• Observe que F (x) = x4 é uma primitiva de f , pois F 0 (x) = x3 =
f (x).
4
• Observe que F (x) = x4 + 3 é uma primitiva de f , pois F 0 (x) =
x3 = f (x).
4
• Observe que F (x) = x4 + C, onde C é uma constante qualquer,
é uma primitiva de f , pois F 0 (x) = x3 = f (x).
2. Seja
f (x) = e2x .
2x
• Observe que F (x) = e2 é uma primitiva de f , pois F 0 (x) =
e2x = f (x).
2x
• Observe que F (x) = e2 + 1 é uma primitiva de f , pois F 0 (x) =
e2x = f (x).
2x
• Observe que F (x) = e2 + C, onde C é uma constante qualquer,
é uma primitiva de f , pois F 0 (x) = e2x = f (x).
A proposição a seguir afirmar que se uma função f admite uma primitiva,
então f irá admitir infinidade de primitivas sobre um intervalo.

Proposição 5.1. Seja F uma primitiva de uma função F deifinida no


intervalo I. Então

G(x) = F (x) + C (∀x ∈ I)

é uma primitiva, onde C é uma constante arbitrária.

Demonstração. Para todo x ∈ I,


G0 (x) = (F (x) + C)0
= F 0 (x) + 0
= f (x).
Logo, G é uma primitiva de f
Agora, o próximo resultado irá mostra a relação existente entre duas primi-
tivas de uma mesma função f .

Proposição 5.2. Se F e G são primitivas de uma função f num inter-


valo I, então existe uma constante C tal que

G(x) = F (x) + C (∀x ∈ I).

Demonstração. Suponha que F e G sejam primitivas da função f , então


F 0 (x) = f (x) e G0 (x) = f (x).

F 0 (x) = G0 (x)
Pela proposição (4.2),temos
G(x) = f (x) + C (∀x ∈ I).
5.1. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA 93

A proposição anterior afirmar que se conhecermos uma primitiva de uma


função, então conhencemos todas as primitivas daquela função. De fato,
basta somar uma constante à primitiva e aplicar a proposição para obter
outras primitivas.

I Definição 5.2. Seja F uma primitiva de uma função f no intervalo I.


A integral indefinida da função f é dada por
Z
f (x)dx = F (x) + C,

onde

• C é a constante provinente da integração

• f (x) é a integrando

Consequências da Definição:
Z
1. f (x)dx = F (x) + C ⇔ F 0 (x) = f (x).
Z
2. f 0 (x)dx = f (x) + C.

Propriedades:

Z Z Z
1. (f (x) + g(x)) dx = f (x)dx + g(x)dx.
Z Z
2. cf (x)dx = c f (x)dx (c constante).

R
Nota 5.1. O processo para calcular f (x)dx é chamdo de integração
indefnida.

O termo “indefinida ”é usado porque a constante C qualquer valor e por


essa razão não é decidamente determinada para função f .

+ Exemplo 5.1. Verifique as equações dadas


Z
1. dx = x + C

Solução:

Dx (x) = 1
94 CAPÍTULO 5. INTEGRAIS INDEFINIDAS

x3
Z
2. x2 = +C
3

Solução:
3
Dx ( x3 ) = x2

e2x
Z
3. e2x dx = +C
2

Solução:
2x
Dx ( e2 ) = e2x

Nota 5.2 (Histórica). As Primitivas Imediatas


pimitivas são usualmente
Seja α ∈ R, α 6= 0. Das formulas já vistas de derivação seguem as seguinte
escritas com um simbo-
de primitivação:
lismo que possue algumas Z
vantagens da notação de
1. dx = x + C
Leibniz para derivadas e
que, de fato, foram usado
xn+1
Z
pelo próprio Leibniz. O 2. xn dx = + C (n 6= −1)
simbolismo pode ser com- n+1
preendido pensando-se a Z
1
diferencial dy como uma 3. dx = ln |x| + C
x
porção infinitesimal de y Z
e considerando que y é
4. ex dx = ex + C
uma soma de todos estas
porções. O próprio Leibniz
ax
Z
R
usou a letra S estilizada, 5. ax dx = + C (0 < a 6= 1)
para tais “somatórios”. ln a

R
Nota 5.3. o Dom(f ) que ocorre no integrando de f (x)dx deve ser sempre
uma intervalo.

+ Exemplo 5.2. Calcule as seguintes integrais e verifique sua resposta


pode derivação
Z
1. 7x5 dx

Solução:

Observe que
Z Z
5
7x dx = 7 x5 dx
7x6
= +C
6
5.1. INTEGRAÇÃO INDEFINIDA 95

Verificação:

7x6
Dx ( ) = 7x5 .
6
Z
2. (4x3 + 3x2 + 2x + 1)dx

Solução:

Observe que
Z Z Z Z Z
3 2 3 2
(4x + 3x + 2x + 1)dx = 4 x dx + 3 x dx + 2 xdx + dx

= x4 + x3 + x2 + x + C

Verificação:

Dx (x4 + x3 + x2 + x) = 4x3 + 3x2 + 2x + 1.


Z 4
x −1
3. dx
x−1

Solução:

Observe que

x4 − 1
Z Z
dx = (x3 + x2 + x + 1)dx
x−1
x4 x3 x 2
= + + +x+C
4 3 2

Verificação:

x4 x3 x2
Dx ( + + ) = x3 + x2 + x + 1.
4 3 2

+ Exemplo 5.3. Seja α 6= 0 uma constante. Cálcule


Z
xα dx.

Solução:

Observe que

xα+1
Z
• α 6= −1 ⇒ xα dx = + C.
α+1
Z
1
• α = −1 ⇒ dx = ln |x| + C.
x
96 CAPÍTULO 5. INTEGRAIS INDEFINIDAS

Logo, 
xα+1
+ C , se α 6= −1
Z 


xα dx = α+1


 ln |x| , se α = −1.

+ Exemplo 5.4. Calcule as seguintes integrais:


Z √
1. (3x2 − 3x + 2)dx

Solução:

Observe que
Z
2
√ Z
2
√ Z √ Z
(3x − 3t + 2)dx = 3 x dx − 3 xdx + 2 dx

2 3√ 3
= x3 − x + 2x + C
3
Z  
1 1
2. − dx
x2 x3

Solução:

Observe que
Z   Z Z
1 1 1 1
2
− 3 dx = dx − dx
x x x2 x3
Z Z
−2
= x dx − x−3 dx
1 1
= − + 2 +C
x 2x

5.2 Integração por Substituição


Sejam F uma primitiva de f num intervalo I, e g uma função diferenciável
tal que F ◦ g esteja definida. Usando a regra da Cadeia temos:

(F (g(x)))0 = F 0 (g(x))g 0 (x) = f (g(x))g 0 (x),

pois F 0 (x) = f (x), x ∈ I. Então,


Z
f (g(x))g 0 (x)dx = F (g(x)) + C.

+ Exemplo 5.5. Calcule a integral e verifique sua resposta por derivação


Z
e−3x dx.
5.2. INTEGRAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO 97

Solução:
Fazendo u = −3x, temos
−du
du = −3dx ⇒ dx = .
3
Então,
−1
Z Z
−3x
e dx = eu du
3
−eu
= + C.
3
Portanto,
−e−3x
Z
e−3x dx = + C.
3
Verificação:

−e−3x
 
Dx = e−3x .
3

Procedimento:

Para calcular: Z
f (g(x))g 0 (x)dx

1. Faça u = g(x) (Mundança de Variável).


2. Cálcule a diferencial, du = g 0 (x)dx.
3. Resolva a integral na variável u, e depois volte a variável inicial

+ Exemplo 5.6. Cálcule as seguintes integrais indefinidas:


Z
1. (3x + 7)23 dx

Solução:

Fazendo u = 3x + 7, temos
du
du = 3dx ⇒ dx = .
3
Então,
Z Z
1
23
(3x + 7) dx = u23 du
3
u24
= + C.
72
Portanto,
(3x + 7)24
Z
(3x + 7)23 dx = + C.
72
98 CAPÍTULO 5. INTEGRAIS INDEFINIDAS
Z
2
2. xex dx

Solução:

Fazendo u = x2 , temos
du
du = 2xdx ⇒ xdx = .
2
Então,
Z Z
x2 1
xe dx = eu du
2
eu
= + C.
2
Portanto,
2
ex
Z
x2
xe dx = + C.
2
Z
ln x
3. dx
x
Solução:

Fazendo u = ln x, temos
dx
du =
x
Então,
Z Z
ln x
dx = udu
x
u2
= + C.
2
Portanto,
(ln x)2
Z
ln x
dx = + C.
x 2
x2
Z
4. dx
1 + x3
Solução:

Fazendo u = 1 + x3 , temos
du
du = 3x2 dx ⇒ x2 dx = .
3
Então,
x2
Z Z
1 1
3
dx = du
1+x 3 u
1
= ln u + C.
3
Portanto,
x2
Z
1
3
dx = ln(1 + x3 ) + C.
1+x 3
5.2. INTEGRAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO 99

7x6
Z
5. dx
(1 + x7 )2

Solução:

Fazendo u = 1 + x7 , temos

du = 7x6 dx.

Então,

7x6
Z Z
1
dx = du
(1 + x7 )2 u2
−1
= + C.
u
Portanto,
7x6 −1
Z
7
dx = + C.
1+x 1 + x7

Teorema 5.1. Sejam a, b constantes, a 6= 0. Então

eax+b
Z
eax+b dx = + C.
b

Demonstração. Escreva u = ax + b, segue que

du = adx

Então,

eu
Z Z
ax+b
e dx = du
a
eax+b
= + C.
a

- Exercı́cio 5.1. Calcule as seguintes integrais:


Z
1. (e−7x+1 − 2e2x )dx

Z
2. (4e2x−1 − x3 )dx
100 CAPÍTULO 5. INTEGRAIS INDEFINIDAS

5.3 Integração por Partes


Sejam f e g funções definidas e diferenciáveis num intervalo I. Então:
[f (x)g(x)]0 = f 0 (x)g(x) + f (x)g 0 (x)

f (x)g (x) = [f (x)g(x)]0 − f 0 (x)g(x)
0

Agora, suponha que f 0 (x)g(x) admita uma primitiva em I, e observando que


f (x)g(x) é uma primitiva de [f (x)g(x)]0 , então f (x)g(x) também admitirá
uma primitiva em I, e
Z Z
f (x)g (x)dx = f (x)g(x) − f 0 (x)g(x)dx
0

Procedimento:
Para calcular Z
f (x)g 0 (x)dx

1. Faça u = f (x) e dv = g 0 (x)dx


2. Determine du = f 0 (x)dx e v = g(x)
3. Aplique a Fórmula
Z Z
udv = u · v − vdu.

. Observação 5.1.
1. A Fórmula anterior é chamada de Fórmula de Integração po Partes.
2. Toda vez que aplicarmos a Fórmula
R de Integração po
R Partes substi-
tuirmos uma integral do tipo udv por uma do tipo vdu. Portanto,
o método será útil nos caso em que a nova integral é mais “fácil”de
calcular que a anterior.

+ Exemplo 5.7. Calcule as seguintes integrais indefinidas:


Z
1. x ex dx

Solução:

Fazendo u = x e dv = ex dx. Então


du = dx e v = ex .
Assim,
Z Z
x x
x e dx = x e − ex dx
= x ex + ex + C
5.3. INTEGRAÇÃO POR PARTES 101
Z
2. ln x dx

Solução:

Fazendo u = ln x e dv = dx. Então


dx
du = e v = x.
x
Assim,
Z Z
ln x dx = x ln x − dx
= x ln x − x + C
Z
3. x ln xdx

Solução:

Fazendo u = ln x e dv = xdx. Então


dx x2
du = e v= .
x 2
Assim,

x2
Z Z 2
x dx
ln x dx = ln x −
2 2 x
2 2
x ln x x
= − +C
2 4
102 CAPÍTULO 5. INTEGRAIS INDEFINIDAS

5.4 Exercı́cios 3. Use a integração por partes para


calcular cada integral:
1. Calcule as seguintes integrais: Z
Z (a) xe2x dx
(a) (x5 − 3x2 + 1)dx Z
Z (b) x2 ex dx
(b) (−3x2 + 5x + 7)dx Z
(c) x ln 2x dx
6x5
Z
(c) ( + 3x − 7)dx Z
5
Z (d) ln x dx
(d) (x−3 + x2 − 1)dx Z
Z (e) x ln x2 dx
(e) (2x9 − 1)dx Z
(f) x ln x dx
x5 − 1
Z
(f) dx Z
x−1 (g) x(x + 1)3 dx
Z
(g) (x2 − e−3x + 1)dx Z

Z (h) x x + 2dx
(h) (e−x + 3e2x )dx Z
(i) (x − 1)e1−x dx
2. Use a integração por substituição Z
ln x
para calcular as seguintes inte- (j) dx
x2
grais: Z
Z (k) x(ln x)2 dx
(a) (3x + 1)19 dx
Z 4. Determine y = f (x), x ∈ R,
(b) e3x dx tal que
Z
2
xex dx f 0 (x) = 2f (x);

(c)
(a)
Z f (0) = 1
x
(d) dx f 0 (x) = −2f (x);

1 + x2 (b)
Z f (0) = 1
2x + 3
(e) dx
x2 + 3x + 1 Esboce o gráfico de f .
x3
Z
(f) dx
1 + x4
Z
ln x
(g) dx
x
x2
Z
(h) dx
1 + x3
x2
Z
(i) dx
(1 + x3 )2
Z
1
(j) dx
x ln x
Z √
(k) x5 1 − x2 dx
Referências Bibliográficas

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Rio de Janeiro: LTC, 2008.

[2] Guidorizzi, Hamilton Luiz, Um curso de Cálculo, vol.1 ,2,3 e 4. 5a


Edição- Rio de Janeiro: LTC, 2008.

[3] Hoffmann, Laurence D. Cálculo: um curso moderno e suas aplicações.


9a edição; Rio de Janeiro: LTC, 2008.

[4] Leithold, Louis, O cálculo com Geometria Analı́tica, vol. 1, 2. 3a


Edição. Editora Habra.

[5] Leithold, Louis, Matemática aplicada à Economia e Administração.


Editora Habra.

[6] Munem, M. A. & Foulis, D.j. Cálculo, vol. 1 e 2 ; Rio de Janeiro: LTC,
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[7] Stewart, James. Cálculo, vol. 1, 2 São Paulo: Pioneira Thomson Le-
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[8] Bassanezi, Rodney Carlos & Ferreira Jr, Wilson Castro. Equações Di-
ferenciais com aplicações. Editora Habra Ltda.

[9] Figueiredo, Djairo G. & Neves, Aloiso Freiria. Equações Diferenciais


Aplicadas 2a Edição- Rio de Janeiro: IMPA,2002.

[10] Sotomayor, Jorge. Equações Diferenciais Ordinárias. Editora Livraria


da Fı́sica. São Paulo, Coleção textos universitários do IME-USP.

[11] Zill, Dennis G. & Cullen Michael R. Equações Diferenciais, vol. 1 e 2.


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[12] Carl B. Boyer and Uta Merzbach. A history of mathematics. 3rd ed.

[13] Bardi, Jason Socrates. A guerra do Cálculo. Editora Record Ltda, 2006.

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