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Curso Formação Pedagógica para Graduados não

Licenciados EPT

Prof. Dr. Jader Ribeiro Pinto

PROCESSOS EDUCATIVOS E DE GESTÃO: INSTITUIÇÕES


ESCOLARES, COMUNITÁRIAS, ASSITENCIAIS E DO
MUNDO DO TRABALHO.

TEXTO BASE 06
Disciplina de Processos Educativos e de Gestão: instituições 1
escolares, comunitárias, assistenciais e do mundo do trabalho.
2019
Texto Base 06
SUMÁRIO

3. INSTITUIÇÕES ESCOLARES

4. INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS DE EDUCAÇÃO

5. INSTITUIÇÕES ASSISTENCIAIS DE EDUCAÇÃO

6. INSTITUIÇÕES DE ENSINO RELACIONADAS AO MUNDO DO TRABALHO

6.1. O sistema S

REFERÊNCIAS

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escolares, comunitárias, assistenciais e do mundo do trabalho.
Texto Base 06
TEXTO BASE 06
Prof. Dr. Jader Ribeiro Pinto.

3- INSTITUIÇÕES ESCOLARES

As instituições escolares são tratadas por Saviani (2005), que traz conceito,
historiografia e práticas das instituições escolares. Diz o autor em relação ao
significado de instituição que à base da aparente diversidade de significados, a
palavra “instituição” guarda a ideia comum de algo que não estava dado e que é
criado, posto, organizado, constituído pelo homem. Mas essa é ainda uma ideia
muito geral, pois as coisas que o homem cria são muitas e dos mais diferentes
tipos e nem todas podem ser consideradas como instituição.

Para tratar essa questão do significado, conceito, historiografia e práticas


das instituições escolares, faz-se importante a leitura do texto completo de
Dermeval Saviani, colocado no ambiente virtual.

4- INSTITUIÇÕES COMUNITARIAS DE EDUCAÇÃO

A LDB coloca as instituições privadas de ensino como comunitárias, aquelas


“...que são instituídas por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas
jurídicas, inclusive cooperativas de professores e alunos que incluam na sua
entidade mantenedora representantes da comunidade” (Art. 20, II).

Tratando do modelo comunitário de ensino superior no Brasil, Schmidt


(2018), apresenta as características das universidades comunitárias.

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“As universidades comunitárias brasileiras não seguem um padrão
homogêneo, havendo características distintas, por exemplo, entre as
universidades regionais (vinculadas a entidades locais/regionais) e as
universidades confessionais (ligadas a instituições religiosas). O que permite
falar de um modelo comunitário são traços comuns, sintetizados por Aldo
Vannucchi (2011, p. 36-37): cada universidade comunitária pertence a uma
comunidade; sua missão somente se realiza na interação com a comunidade; é
dirigida por representantes dessa comunidade; é mantida por uma pessoa
jurídica de direito privado sem fins lucrativos; executa um serviço público não
estatal” (SCHMIDT, 2018, p.44).

E o autor complementa que frequentemente confundidas com as


universidades privadas (particulares), as especificidades das comunitárias saltam
aos olhos a um olhar mais atento e apresenta o quadro (Tabela) abaixo,
diferenciando-as das públicas e privadas.

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Fonte: Schmidt (2018, p.45).

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5- INSTITUIÇÕES ASSISTENCIAIS DE EDUCAÇÃO:

A concepção da assistência científica, formulada no início do século XX, em


consonância com as propostas das instituições de educação popular difundidas
nos congressos e nas exposições internacionais, já previa que o atendimento da
pobreza não deveria ser feito com grandes investimentos. A educação
assistencialista promovia uma pedagogia da submissão, que pretendia preparar
os pobres para aceitar a exploração social. O Estado não deveria gerir
diretamente as instituições, repassando recursos para as entidades (KUHLMANN
Jr., 2000).

A atual Constituição Federal colocou a educação infantil como fazendo parte


do sistema educacional, e isto quer dizer que o caráter assistencialista da
educação infantil em tempos passados deixou de existir e surgiu o caráter
educacional.

6- INSTIUIÇÕES DE ENSINO RELACIONADAS AO MUNDO DO TRABALHO

As exigências crescentes de produtividade e de qualidade e um contexto de


mercado de trabalho instável e flexível ampliam os requisitos de qualificação dos
trabalhadores e tornam cada vez mais generalizada a implantação de modelos de
formação e de gestão da força de trabalho baseados em competências
profissionais (DELUIZ, 2001). Portanto, auxilia o entendimento das funções das
instituições de ensino relacionadas ao mundo do trabalho, a compreensão da
adoção do modelo das competências nesse contexto.
“Os objetivos da adoção do modelo das competências no mundo do
trabalho são adequar a formação da força de trabalho às novas exigências do
sistema produtivo, possibilitar maior flexibilização do mercado de trabalho pela
noção de empregabilidade (o trabalhador passa a ser responsável por sua
inserção no mercado, mantendo suas competências atualizadas) e unificar o

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sistema de qualificação profissional, tornando possível a disponibilidade e a
mobilidade dos trabalhadores, que passariam a ter livre circulação no mercado
de trabalho setorial, intrasetorial, nacional e internacional” (DELUIZ, 2001,
p.13).

“No modelo das competências, os conhecimentos e habilidades adquiridos


no processo educacional devem ter uma “utilidade prática e imediata” e garantir
a empregabilidade dos trabalhadores. A qualidade da qualificação passa a ser
avaliada pelo “produto” final, ou seja, o trabalhador instrumentado para atender
às novas necessidades do processo de modernização do sistema produtivo. O
“capital humano” das empresas precisa ser constantemente atualizado para
evitar a obsolescência e garantir o diferencial de competitividade necessário à
concorrência na economia globalizada. Nesta ótica, a questão da
empregabilidade é colocada como responsabilidade individual dos
trabalhadores e as possibilidades de sua inserção ou permanência no setor
formal e no informal dependem da posse daqueles saberes teóricos, práticos ou
metodológicos mais adequados à competição pelas ocupações e empregos
disponíveis” (DELUIZ, 2001, p.13).

Fazendo referência a Escola e Empresa no Estado de São Paulo, Souza


(2011) afirma que:
“A sociedade e particularmente o empresariado vêm sendo convocados
pelo Estado para contribuir na melhoria do sistema público de ensino, como
condição para viabilizar o seu ajustamento à globalização da economia e às
novas formas de organização da produção e dos processos de trabalho. À
educação é atribuído papel estratégico, constituindo-se como fator
produtivo”(SOUZA, 2011, p.255).

As motivações que conduzem as empresas a participarem da formação


escolar das pessoas são variadas. Nesse sentido é oportuno o seguinte
comentário:
“Ao que parece, o que tem motivado a maioria das empresas a uma
colaboração com as escolas é a sua preocupação com a criação de uma
“imagem social” positiva na comunidade em que estão situadas, notando-se
inclusive que eram mais frequentes as ajudas as escolas localizadas nas
cercanias da empresa. Não se evidencia, nessa prática, uma perspectiva do
empresariado de intervir na condução ou no financiamento das políticas

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educacionais. Os investimentos feitos em escolas situam-se no mesmo plano
de contribuições destinadas às instituições de assistência social” (SOUZA,
2011).

Oliveira e Haddad (2001) tratando das organizações da sociedade civil e


das ONGS na educação fazem referência ao interesse dos grupos empresariais
nos processos educacionais.
“Na sociedade brasileira também vem crescendo o interesse de parte dos
grupos empresariais e do capital, em geral, nos rumos e no controle das
orientações e do atendimento educacionais. Há uma proliferação de institutos e
fundações de empresas privadas, constituídas muitas delas com base nas
isenções fiscais, quase todas mantendo a educação como uma das suas
atividades principais. A forte presença do capital no plano das ações sociais e
da educação, em particular, demonstra duas faces contraditórias. De um lado,
tal envolvimento aponta para um importante compromisso social de parte do
capital, compromisso fundamental em sociedades como a brasileira, com
elevada concentração de renda e considerável desnível social. Mas, ao mesmo
tempo, aponta também para um crescente descomprometimento do setor
público com a educação, correndo-se o risco de rompimento de um dos
aspectos mais importantes na construção da democracia social brasileira
(OLIVEIRA; HADDAD, 2001).

6.1- O sistema S:

Como instituições relacionadas ao mundo do trabalho, o sistema S tem


contribuído no processo educacional.

O Sistema S é um termo que define o conjunto de organizações das


entidades corporativas voltadas para o treinamento profissional, assistência
social, consultoria, pesquisa e assistência técnica, que além de terem seu nome
iniciado com a letra S, têm raízes comuns e características organizacionais
similares. Fazem parte do sistema S: Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Social da Indústria

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(Sesi); e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac). Existem ainda
os seguintes: Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Nacional
de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop); e Serviço Social de Transporte
(Sest) (SENADO FEDERAL, 2019).

REFERENCIAS:

BRASIL. Lei nº 9.394. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de


20 de dezembro de 1996. Presidência da República. Brasília, DF.

DELUIZ, N. Qualificação, competências e certificação: visão do mundo do


trabalho. Formação, Brasília, v. 1, n.2, p. 5-15, maio 2001.

KUHLMANN Jr., M. Histórias da educação infantil brasileira. Revista Brasileira


de Educação, Nº 14. São Paulo: Anped, 2000. p. 5-18.

OLIVEIRA, A. C.; HADDAD, S.. As organizações da sociedade civil e as ONGs de


educação. Cad. Pesqui., São Paulo , n. 112, p. 61-83, Mar. 2001 .

SAVIANI, D. Instituições escolares: conceito, história, historiografia e práticas.


Cadernos de História da Educação, n. 4,jan./dez. 2005. P.27-33.

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