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7 fatores que podem te levar à perda de memória recente

Por Bruno Assis

Não se lembrar onde guardou a chave do carro, esquecer o que pretendia


procurar no Google ou ter dificuldades em recordar aquele número de telefone que
acabaram de falar. Apesar dessas três situações serem muito comuns na vida, elas
podem ser pistas de que há problemas na memória de curto prazo.
Segundo Maria Aparecida Camargos Bicalho, médica geriátrica e professora da
Faculdade de Medicina da UFMG, essa memória de curto prazo “é a capacidade de
reter, por alguns segundos, um número limitado de informações”, como, por exemplo,
números de 2 a 7 dígitos. O bom funcionamento desse tipo de memória está ligado
diretamente a três pontos: atenção, humor e sono. Listamos aqui sete fatores que podem
alterá-los e contribuir com a perda desse tipo de memória:
1. Uso de drogas (lícitas ou não)
Não são raros os casos de bebedeira que terminam com alguém que não lembra
da noite anterior. O consumo de maconha pode fazer com que você esqueça coisas que
estava para dizer ou mesmo se perder no meio de uma frase. Outras drogas também
provocam efeitos semelhantes na memória de curto prazo, pois agem no rebaixamento
do sensório (uma região do cérebro), afetando a consciência. Algumas delas também
podem aumentar a agitação e, com isso, diminuir a atenção do usuário. Isso sem falar
que também podem causar distúrbios na neurotransmissão cerebral, dificultando assim a
retenção da lembrança.
2. Estresse
Alguns cientistas já reconhecem que o estresse é uma das principais causas de
perda de memória recente, sendo que sua intensidade e tipo influenciam bastante nesse
processo. A exposição às neurotoxinas geradas pode causar uma alteração na atividade
normal do sistema nervoso central, resultando até em uma atrofia da estrutura onde as
memórias se originam, o hipocampo.
3. Medicamentos
Quando o medicamento lida diretamente com o sistema nervoso central, há uma
chance dele afetar suas lembranças. Além de reduzir a atenção do paciente, eles
também podem causar uma mudança no fluxo normal de neurotransmissão, diminuição
da consciência e liberação de neurotoxinas, fatores que podem determinar uma
alteração na memória de curto prazo. Vale ficar atento.
4. Doenças graves
Algumas doenças graves, como insuficiência cardíaca ou doença renal crônica,
também podem causar problemas na memória de curto prazo. Elas provocam a liberação
de neurotoxinas, redução do sensório e da circulação cerebral, que estão entre os
principais motivos para o rápido esquecimento.
5. Apneia obstrutiva do sono
Esta doença crônica é caracterizada pelo bloqueio parcial ou total das vias
respiratórias, o que causa repetidas pausas na respiração durante o sono. Além do
ronco, os principais sintomas da apneia obstrutiva são o aumento da agitação durante a
noite, uma falta de disposição e a sonolência em excesso durante o dia. Esses três
pontos afetam a atenção do indivíduo e, com isso, afetam também a capacidade de
funcionamento da memória de curto prazo.
6. Transtorno do ciclo sono-vigília
O período de sono e de vigília dos seres humanos segue um padrão, conhecido
como circadiano. Em condições normais, esse período está sincronizado com fatores
naturais e oscila dentro de um período de 24 horas. Algumas coisas, porém, como o jet
leg provocado por viagens em fusos horários diferentes, estresse e disfunções
hormonais, podem causar alterações nesse ciclo. É aí que aparecem aquela famosa
insônia ou a sonolência. Da mesma forma que a apneia, este problema pode afetar a
atenção por causa da falta de disposição e sonolência, interferindo na memória de curto
prazo da pessoa.
7. Doenças psiquiátricas
O transtorno de ansiedade, transtorno depressivo e outras doenças psiquiátricas
podem causar perda de memória recente por diversos fatores, principalmente aqueles
envolvendo o sistema nervoso. Elas podem ser responsáveis pela geração de
neurotoxinas, provocar a diminuição da capacidade do sistema nervoso em se adaptar
ao longo do desenvolvimento ou até mesmo afetar a capacidade de funcionamento dos
neurotransmissores. Além da possibilidade do paciente sofrer com déficit de atenção,
que também pode afetar a memória.
* Dicas para melhorar a memória de curto prazo:
– Agendas, lembretes e anotações podem ser de grande utilidade;
– É possível treinar a memória de curto prazo com atividades padronizadas, que têm
como objetivo estimular a atenção;
– Atividades como jogar videogame, ler, tocar instrumentos musicais, meditar e manter
um estilo de vida ativo e ocupado contribuem para estimular a cognição.

Consultoria: Maria Aparecida Camargos Bicalho, médica geriátrica e professora


da Faculdade de Medicina da UFMG.

https://super.abril.com.br/blog/superlistas/7-fatores-que-podem-te-levar-a-perda-de-memoria-recente/

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