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Projeto

PERGUNIE
E
RESPONDERBv1OS
ON-LlNE

Apostolado Veritatis Splendor


com autorização de
Dom Estêvão Tavares Bettencourt, osb
(in memoriam)
APRESENTAÇÃO
DA EDiÇÃO ON-L1NE
Diz 51.0 Pedro que devemos
estar preparados para dar a razão da
nossa esperança a todo aquele que no-Ia
pedir (1 Pedro 3,15).
Esta necessidade de darmos
conta da nossa esperança e da nossa fé
o', "
hoje é mais premente do que outrora.
visto que somos bombardeados por
numerosas correntes filosóficas e
religiosas contrárias à fé católica. Somos
assim Incitaoos a procurar consolidar
nossa crença católica mediante um
aprofundamento do nosso estudo.
Eis o que neste site Pergun1e e
Responderemos propOe aos seus leitores:
aborda questões da atualidade
controvertidas, elucldando·as do ponto de
vista crlsllo a fim de que as dúvidas se
....... lA . . dissipem e a vivência católica se fortaleça
- _. ~ no Brasil e no mundo. Oueira Deus
abençoar este trabalho assim como a
equipe de Ventatls Splenclor que se
encarrega do respectivo site.
Rio de Janeiro, 30 de julho de 2003.
Pe. Este"'" 8.,tem:oul1, aSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATlS SPLENDOR

Celebramos convênio com d. Estevão Bettencourt e


passamos a disponibilizar nesta átea, o excelente e sempre atual
conteúdo da re vista teológico - filosófica "Pergunta e
Responderemos que conta com mais de 40 anos de publicação.
R
,

A d. Estêvão Benencourt agradecemos a confiaça


depositada em n08SO trabalho. bem como pela generosidade e
zelo pastoral assim demonstrados.
confron1
Sumário
....
NATAL E FAMIUA HUMANA ............. .. . . . _ • . '.5
Entr. OI .rque6logo. ;
e A SEPULTURA DE SÃO PEDRO 1 ... . .. .. . . .. ... 487

Sempr. em foco :
EXPLOSÃO DEMOGRAFICA E PATERNIDADE RESPONSÁVEL ~OO

Deda,.çID da Sanla S' sobre


A EUTIflNASIA • ••.. . ..••.•.. . .......•• o.. . ... .... .. .......... 516

LIVROS EM ESTANTE 52'


INDICE GERAL 1980 529

COM APROVAÇ.lO ECLESIA.STICA

• • •
NO 'ROXIMO NOMERO ,
o sentIdo da vida? Entre fé e alelsmo. - João Paulo II aos
sacerdotes. - A Igreja na Rúss ia Soviética. - Os Congre·
gaclonalistas. - Por que não co mer carne ?

. PERGUNTE E RESPONDEREMOS .
Número avulso de qualquer mês ... . . ...... . . . . . . . 50,o:J
Assinatura anual . ................. . .. ... . . . . . ... 500,00
PEDIMOS AOS NOSSOS ASSINANTES aUE SEM DEMORA
NOS MANDEM O PAGAMENTO REFEREN TE A 1981

Direçio fi Redação de Estêvão Betteneourt O.S . B.

ADMlNlSTRACAO REDACA.O DE PR
lJvrarIa Mlulonirla Edll.ora C.ln PostaI 2 . 6&8
Rua MI!:doo, 111-8 (CUtelo)
10 .031 Rio de Janeiro (lU) 20.000 Rio de .Janeiro (BoI)
N. : 214-409
NATAL E FAMÍLIA HUMAN~
Mais uma vez ocorre Natal, nunca, porém, nas mesmas
clrcunstAnclas. Em todo Natal há, sem dúvida, wna mensa·
gem permanente tão duradoura quanto a Verdadej mas htl
também ressonAnclns de momento, devidas ao contexto CJ:"Ooo
nOl6gfco no Q.ual o Natal é celebrado.
Em seu aspecto essencial, a celebração da Natividade do
Senhor nos lembra o amor de Deus para com os homens, QIl101
que é prim.elro e lr.reversiveh eNisto se manifestou o amor de
Deus entre nós: Deus enviou o seu FHho unJgênito ao mundo
para que vivamos por Ele:. (lJo 4,9), Todavia o amor de Deus
que se ma.n1testa no Natal. tem significado diferente do amor
que se revela na Páscoa. Com efeito, na Páscoa o Senhor nos
diz que a dor e a morte do cristão ou a face trágica da existên.
cia humantl tem pleno sentido. pois desabrocha na ressurreição
ou na vitória da VIDA. No Natal esta men,;agem ainda ê mais
radloal: Natal nos diz que o próprio ser do cristão é prenhe de
realIdade transcendental; o Filho de Deus quis santificar a na-
tureza humana e o mundo pelo fato mesmo de s\: fazer homem
e habitar entre nós. Ninguém vive, simplesmente a sua vida,
mas todo cristão vIve a vida do Filho de Deus, qua se quis in·
serir na linhagem: dos homens: «Vivo eu, não eu: ê Cristo que
vive em mim:t (Gl 2,20) . Isto é verldico tanto para os sadios
como para os mais simples ...
Eis, porém. Que no ano de 1980 Natal tem SQU sign1!JcadCl
especial. A Igreja ' lc&ba de celebrar o Sínodo Mundial dos Bis.
pos referente à famllia; os pastores da Igreja voltt!ram·se então
com zelo para este grande valor que é a;, faroma, com sua mJs·
são e seus problemlls. Após um mês d'e estudos, os Padres 51-
nodalsr dirigiram uma mensagem às famJlias cristãs no mundo
de hOje, em que sintetizam os principais t6picos das suas refle·
xões. Dessa mensaga-m é oportuno destacar o se~ulnte trecho:
"Um problllma di subjacente a todo! OI demaIs, DIz r8l l>11llo la lam'-
lIü e mesmo la mundo InteIro: multol homens parecem recus.r • SUl
vocaçlo lundamenJal a pat1lclpar da vida e dO amor de Deus, Slo movldQS
pejo desejo de possuIr, peta asplraçfio ao podar e pela desmedida procura
do prazer. Olham para os outros nlo como para Irmaos e Irmb. mas,
ante8, como para rlyal, ou advardrlos; onda dasapareca o senlO de Deus,
do P ai comum, pard.,.... também a conaclêncta de pertencer 11 IiIrande ta.
mUla humana, Como poda,Jam 0$ homens raconhacer-se mutuamente como
IrmlO$ e Irm&, ae aaqueeam que ales 11m todos o mesmo P.I? O funda-
men10 da Ira1ernldade en1re os homer.:s ti a paternidade de DeulI" (~ 8),
Estas palavras de nossos Bispos tocam uma questão fun-
damental: a dos critérios' de valores ou a da l'<l2ão de viver.

-485-
Por mais paradoxal que Isto seja, há Quem faça (consciente ou
inconscientemente) dos bens matel'lals, do exercicio do podel'
ou do gozo do pruer os grandes referenciais da sua vida. Tais
pessoas não podem deixar de ser inquietas e insatisfeitas; têm
capacidade para. o Infinito, mas voltam-se unicamente para a::t
criaturas flnltas; são chamadas a amar a Deus, mas servem a
[dolos escravizadores. Em conseqüência, fecham.se em si mes-
mas e fazem de si o centro de sua vida egoista. Está claro que
tais atitudes ameaçam a famlUa pela raiz assim como o pró·
prio gênero humano.
Ora sobre este pano de fundo Natal deve ter a sua re-
percurssão em 1980. Anuncia novo sen tido para a vida humaml.
Na verdade, lnflige violência a si mesmo o homem que queira
viver tão somente para o dinheiro, o poder-ou o prazer. O Filho
de Deus se tez Filho do Homem precisamente para que todo
homem seja filho de Deus, Irmão de todos os homens e herdeiro
do Pai celeste. A consci~ncia desta Boa-Nova enobrece o com.-
portamento hwnano, t82endo-o S'Uperar a mesquinhez; ela :111.
menta o espirlto de famlJla,.. . farollla na qual cada um é
valorizado com as suas prendas e 8S suas deficiência:::.
o ideal proposto por Natal é árduo, como, ~liás, é árduo
tudo o que é nobre. Diante de tal proposta, a natureza humana
tende espontaneamente ao desAnimo e à capitulação .. . - Não
existam tals palavras no vocabulário cristão! A mensagem do:?
Cristo é Boa. Nova que reconforta e jamais deve abater. Hã
mais alegria em canunllar para 6. casa do Pai, ainda que em
meio a lutas, do que em ceder B convites mais cõmodos e menos
exigentes.
Na.tal vem, polst renovar o seu desafio a todo cristão:
cCrês na tua dignidade? Tens consciência da nobreza de tua
missão? Estás lembrado de que muitos irmãos teus s6 conhecem
o foelore do Natal e ignoram por completo o que este tem de
Boa-Nova? Sabes que muitas vezes tu és o único Evangelho
que teu irmão pode ler? Estás consciente de que de ti multas
esperam uma resposta para. os seus anseios, pois passas por
cristão ( = portador de uma Boa·Nova)?:t
Por certo, respondem: "Slm!lI' Então restar-te·á aproveI.
ta.r desta. celebração de Natal para pedir ao Senhor Jesus novo
Impulso para seres, mals filho de Deus, mais Irmão de todos os
homens. mals arauto da Boa.Nova. no ambiente em que vives..•
E Ele te atenderá, se lhe abrires generosamente o coração!
E.B.

-486 -
.PERGUNTE E RESPONDEREMOS-
Ano XXI- N9 252 - Dezembro de 1980

Entre OI lftJu.~logo.:

e a sepultura de são pedro?


Em 11",... : Aa ..cavaç6es levadas • •1.110 no Vaticano desde
1139 sob o Papa Pio XII mos/r.ram que o Apóstolo 510 Pedro foi prlmelr..
mente aepullado no circo da Nero, onde lofreu o mattlrlo. Tal circo. a
par1lr do aéc. r, 101 tranlformado em 9,.nd8 cemitério, onda paglos li cr1,..
tios IIpultavlltn seu. mortal, No s6<:. IV o Imperador Conalantlno qui. ai
conalrulr a burileI!! de sao Pedro. apeaar das dificuldades arqullatOnlclI
que o local 8ulcU8va aOI conalrulor ••, como larntMm ape•• r de ta' edlrf..
caçA0 Implica' .. vlolaçlo da um c8mll'"o (o que er. abomlniva! aoa
olhol dos romano. a só podia IIr prallcado sob a responsabilidade do
Imperador) •
Numeroso. gr.fltOI de peregrInos que la referiam a Pedro, foram
encontr.ctoa em tomo do locai cons iderado como sepulcro do SIo Podro.
Quanta aos assas do Ap6stolo, loram achados Iragme.ntos li peças qua,
cltnllncamenll anaUsados, bem podem ser attlbufdos • SIo Pedro.
O laia da nlo .a taram encontrado o l e pulcro e a oaseda do Apóstolo
em melhor" condlç6ea de con.arvaçlo ao devo a quo a baarnca da Slo
~ro foi freqOantemllnta violada por Invasores • b'rbatoe (Alarico, G....
••rlco, VlIIgq, TOIII., Sarracenos ).
A celabra;lo da I••ta S. Pedro a S. Paulo nas catacumbas de $lo
Sebasll60 .. Via Appl. ale 338 axpllcaoH pelo lato da que Im 258 os
crll\8os, recNndo vlolaçlo do I.pulc,o cfII $10 Pedro 80b a pe~egulçlo
do Imperador Valarl.no, hoov.ram por bem transferi, as rellqul.. do A~
1010 para fora d. cidade. ou seJ•. par. a, catacumbas da VII. Appla. Da••
loeIl devem t.r ",tornadO, 10tt Constantino, para I) Vltlcano (antigo circo
da Nero) .
Por conseguinte, • Irquaologla confirmou plenamente • tradlçlo do
sepulllmanlo de Pedro em Roma, onda o Apóllolo sofreu o martlrfo. 01.10
18 segue quO o atual bispo da Roma' suc..aor de 510 Pedro li herdeiro
do prlmldO qUe JnlJl quis confia' I ••t. (cf. t.4t 1&.17·1g: Lc 22.311:
Jo 21,1.$--17).
• • •
Oomeatárlo: A morte e o sepultamento de São Pedro em
Roma são temas hIstórIcos de grande importância para a can·
cepeão católlca de Igreja e, de modo .especial, para a doutrino

-487 -
4. «PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 252/1980

do primado do Papa. Este, qual bispo de Roma, é tido como


o Pastor de toda a Igreja precisamente por ser o sucessor de
São Pedro, que morreu, como bispo de Roma c a quem. Jesus
confiou o pastoreio da Igreja inteira (cf. Mt 16, 17-19; Lo 22,
31s; Jo 21, J.5.17) . Há, pois, todo interesse, da parte de histo-
riadores e teólogos, em averiguar na arqueologia e na documen-
tação da antiguidade a rc31ldade da morte e do sepultamento
de São Pedro em Roma.

Os últimos Papas. li. partir de Pio xn, mandaram proceder


a escavações e pesquisas na basillca de São Pedro, onde, segund'l
a antiga tradição, está sepultado o Apóstolo. A ta\refa, in1ciada
em 1939, foi confiada 11. arqueólogos de renome como Ferrua,
Josi, K1rschbawn, Chetti, Margherita Guarduccl • • " que t(~m
nwnerosas obras !)\Iblicadas sobre o assunto. Ora é precisamente
o resultado de tais investigações que vai proposto nas páginas
subseqUentu

I. O lugar do sepultamento
O Imperador Caligula (39-41 d. C.) recebeu de SU6 mãe
Agrlplna I jardins situados na coUna dita " do Vaticano» em Ro·
ma; converteu tais jardins em circo para corridas de carros. Es·
se circo era dividido em dais corredores ou pistas iguais por wn
muro longitudInal. No mesmo clroo. Caligula JI!<t.lldou colocar
um obelisco que viera do Egito e no séc. XVI foi transportado
para o centro da Praca de São Pedro. O circo de caugule passou
a chamar-se posterionnente circo de Nero (54-68) .
No ano 64, registrou-se o incêndio de Roma, que durou sets
dias e seis noites e só poupou quatro dos quatorze bairros da
cidade. Suspeita-se que o próprio Imperador Nero. desejoso de
construir uma Roma mais bela, tenha sido o autor do incêndio.
Para afastar de si as suspeitas de incendiário, Nero terá ofereci-
do ao povo um novo t'!ipetAculo : decretou a persegu.lçã.o aos cris.
tãos e mandou entregá·los vivos aos cã.es e ao fogo (à guisa
de tochas que Uwn1navam 6 noite), como atestam os escritores
rom,anos Tácito e SuetOnlo.
Ora parece que o Apóstolo Pedro foi vitima da parsegulção
de Nero em 64 (embora o historiador Euséblo de Cesaréin •
.t 339, assinale o ano de 67); como referem os antigos escritores
cristãos, Pedro morreu crucificado (a pedido do próprio Pedro,
se damos crédito à versão de Origenes, 183-255), Segundo o
- 488-
E A SEPULTURA DE SAO PEDRO?

livro «Atos de Pedro> (ap6crl!o, mas destituldo de valor


hlstórico), o Apóstolo foI martirizado junto ao obelisco do drro
de caJ.lgula ou de Nero.
Pergunta-se: onde 101 sepultado São Pedro?

A l'esposta há de ser depreend1da dos documentDs da ar-


queologia e da epigralla.

_ Sabe-se que, após a morte de Nero, os jardin!l do Vati-


cano eairam em desuso. Entrementes tomou-se cada vez mais
extenso um pequeno cemitério que se achava junto 80s m~
Em tal necrópole se encontraram numerosas sepulturas de
pagãos e cr1.stãos; 8SWn, entre outros, chamaram a atençio
_ o mausoléu de PopWo Heracla :

_ o dos Valérios, o maior de todos, com sa.rc6fagos:

- O dos JúUos, que prhnelramente recebeu uma criança,


depois (230·250) foI revestido de mosaicos de Inspiração crlstl
(as figuras de Jonas, do Bom Pastor e de wn pescador que
apanhou um peixe) ;

- o dos Matucclos, não posterior ao Imperador Adriano


(t 138); estando perto da conflsslo de Pedro. rol encont:rado
cheio de sepu1turas posteriores; sem dúvida, eram de cristdos.

Em 324, o Imperador Constantino quis erguer sobre tal


ma uma basllIca em honra do Apóstolo São Pedro. Para tanto,
mandou nlvelâ·1a, recobrindo os túmulos do comltério em foco.
A primeira vista, é de estranhar que Constantino tenha esco-
lhido precisamente um terreno em declive como era a colina
do Vaticano para construir uma igreja; tal projeto exigiu altoJl
muros de alicerce e movimentação de aproximadamente
40 .000 m. de terra. De resto, perto da colina Constantino tinha
à sua disposicão outro terreno nivelado. - Ora 8 escolha de tio
incômodo local só se pode expUcar pelo fato de que, no cemitério
a ser soterrado, se achava o túmulo do Apóstolo Pedro; sobre
este queria o Imperador construir a basllIca.

As recentes escavações. penetrando no 5lIbsolo da atual


igreja de S. Pedro. foram identificando as sucessivas constru.·
ções que se fizeram no decorrer dos tempos sobre o terreno

-489 -
8 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS) 252/1980

primitivo 1; finalmente OS arqueólogos aUngiram a necropole do


século I. Nesta encontram-se resqlÚcios do l!!1tJgo cemitérIo
romano que Constantino mandou recobrir e que, como salJe111m;,
tomou grandes proporções nos três primeiros séculos.
De modo especial, mereceram a atenção dos arqueólog'J!
três sepulturas:

- Uma designada pela letra b, coberta por três placas à


guisa de teto; esta sepultura, pelo tipo de telhas que apresenta,
deve datar do tempo do Imperador Vespasiano (69.79):
- ao sul encontrou·se outro sepulcro, que deve ter !k!rvido
a uma criança e que é designado pela letra C;
- no AnguJo entre b e c havia mais uma sepultura, dita
a, cercada por um muro m', branqueado, do lado Norte; este
muro deve ter servido para proteger Q área da sepultura, qu~
havia de ser especialmente venerada. Tal ê a sepultura atri-
bulda a São Pedro. Esta suposição é fundamentada. em grand-a
parte, sobre a presen~ a de inscrições e de ossadas no local,
documentos estM que foram ciosamente analisados pelos ar·
queólogos, como veremos abaixo.

2. O. grafita. '
Junto aos sepulcros enumerados atnís, muit'03 outros foram
descobertos, datados dos séculos nem. Entre outros, ê digno
de nota o dos Valéria!, que se designa pela letra h, o maior
de todos, com vários sarcófagos. Nele a Profa. Margherlta
Guarduccl, professora de Epigrafla Grega na UnIve rsidade de
R.oma. encontrou notã\'el grafito, escrito com tinta vermelhR
por algum visitante a.nUgo: apt"égenta duas cnbeças, alguns
títulos e a invocacão: cPedro. pede a Cristo Jesus pejas almas
do, llIUIto, cristãos sepultados junto do teu. oorpo•. Te! graflto,
lmportante como é, foi resguardado durante desessels séculos
por um muro dos tempos de Constantinoj mas. ao ser exposto
l Nlo nos cabe aqui descrever ai mlnílclaa de tlls construç08a:
compreendem, enlra outros elemlnlo.. uma cripta com .al.l aller. ' UI 'bslda•
• chamada ·'Capel. Clamenlln.", o nicho dos p6Uca, eto. Importa-no. aqui
.pel)U c ..Irado arqueológico dos "culos l-IV.
I O grafllo é uma Insc::,lçao ou um desenho de época antiga tosca-
ma"'a rl. cado • "onta GIJ a carvlo em rocha.. pa,eda•• vila. (AUR~UO.
DJclon6rto ••• ).

-~-
E A SEPULTURA DE SÃO PEDRO ?

pelas escavações ao &r e à luz elétrica, desapareceu por apa..


gamento da tinta. l!: tido como testemunho da presença de
Pedro naquele cemltélio; só pode ser visto hoje em fotografias.
Aliás, o hlstoriador Eusêbio de Cesaréia, t 331, afirma
que naquele local (o Vaticano), mesmo antes da construção da
basilica por obras de Constantino, o número de peregrinos che·
gava 8 milhares e milhares (myriades).
Tomou·se especialista no estudo da epigrnfla do cemltélio
do Vaticano a Pror Margherita Gunrducci, que começou suas
pesquisas em 1953 e a elas se dedicau durante seis anos. Dentre
os seus achados, merecem cspec1a1 menção os seguintes:
Sobre wn Muro Vennelho da época de Constantino foi en·
contrado um frngrnC!:nto de argamassa em que havia wna tns..
crição grega de duas linhas; a primeira destas, a de eima,
parecia ineompleta. Todavia pôde ser reconstruída de modo a
se ler:
PEm(OS)
ENI
Isto quer dizer: cPedro está aqui.. Esta inserição paree.!:
&el' 8. chancela oolocada pelos eonstrutores do referido muro
para servir à Identificação daquele local Ver a ngura abaixo:

No mesmo Muro .Vermelho achou·se outro grafito, mutl·


lodo, que, também em grego, diz «Salve, Apóstolo •.
Moda na mesma região outros grafites existem datados
de 290·313. O grande número destes confirma a noticia de
Euséblo, segundo o Qual uma multidão de Ylsltanteo la ter ao
referido cemitério. Essas Inscrições são freqUentemente C1Íplo-
gramas, isto é, modos de escrever enJgmátiCOSt não compreensi-
-491-
8 ,PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 252/1980

vels aos não cristãos. Tais criptogramas Jogam com o sInal p,


que em grego soa como o nosso B e em latim equivale a P .
.Asslrn. vê·se, por exemplo:

>KE
Isto significa: cOrlsto Pedro •• Com efeito, o sinal P é lido
ora como B grego. que, junto ao X, insinue. CRRlSTOS; ora o
mesmo sinal é Udo como P que, junto com E, signifIca
PE(TRUS).
Pode·se confirmar que PE significa PEl."RUS pelo fato de
que existem semelhantes abrevJ,aturas no mesmo locAl: PEr, PE,
e sImplesmente P. A Insistência demonstra suficientemente tta-
tu.se de PETRUS. Ademais alguns criptogramas apresentam
também as chaves entregues por Jesus a Pedro, confonne Mt
16,17·19; assim

Vê-s. também o segulnto:

VITA I"y-
- 492 -
E A SEPULnJ'RA DE SA.O PEDRO? 9

Isto slgnlflca: «viva (o defunto no qual pensava quem es-


crevia) em Oristo e em Pedro». Sabe.se, aliás, que os antigos
cr:istãos faziam grande empenllo por ser sepultados junto aos
túmulos dos mártires.
Encontra·se outrossim nos grafites a aclamação: «V1t6rta
a Cristo, a Maria e a PedrG •• Esta lnscrIçio também met'l!C'd
atenção por testemunhar o culto de veneraçáo a MarIa SS. mala
de um século antA!s do ConclUo de ~eso (431), que enfatizou a
Ma12núdade Divina de Marta. Outros testemunhos eplgrãtlcos
poderiam ainda ser aduzidos . Estes, porém, já são assaz s1gn1!1.
cativos.
Vê-se, pois, que a eplgrafla conf'mna a presença de Pedro
no cemitério do Vaticano desde a é-poca pré-constantinlana.
Passemos agora a outra questão delicada e Importante.

3. E as rellqulas ?
Pergunta·se: encontraram·se os ossos de São Pedro!
No vão de um muro que os arqueólogOs designam pela letra
G e que toi construido jW1to à sepultura tida como petrlna,
acharam·se ossos, peda!;;09 de callça vennelhB, terra, llapos de
tecido de púrpura com.. fios de ouro, ,uma moeda e lasea.s de
mármore. A Prol' CUarduccl, juntamente oom especlallstas de
vários ramos da ciência, estudaram esse material e chegaram 11
seguinte conclusão (resumidamente apresentada):
A anAlise antropológica provou tratar-se de Quase metade
dos 09S09 de um 1I'Idivfduo só, robusto, de uns 6()..70 anos, de
frontal volumoso. quase indubitavelmente homem. e não mulher.
O estudo microscópico e a análise qufmica do ouro revela·
ram tratar· se de autêntico ouro. Os vestfglos de púrpura que
aparecem em alguns ossos, lew.m a concluir que wn brocado ou
um manto de púrpura e , ouro os envolveu - o que é sinal de
grande veneração e estima.
O estudo mineral6gico provou que as lascas de mármore
são petrogratlcamente Idênticas às do ref<!rldo vão e - mais -
que a terra aderente aos ossos é Jgual à dos alleerces do men·
eIonodo Muro Venn,lho; alIAs, tal tipo de terra só é encontrado
neste ponto do 1010 romano. - Do fato de que os ossos se apre..
-493 -
10 (PERCUNTE E RESPONDEREMOS. 252/1900

sentaram com terra aderente, conctuJ.se que procedem de! uma


cova humUde e não de um sarOOfago fechado. Com efeito, o
morto. logo depois de falecido. terá. sido enterrado no solo sem
sarcófago e só depois haverá sido revestido honrose.mente e
depositado num sarcófago digno,
OmItindo outros ponnenores, chega-se à eonclusáo de qw
taIs ossos sáo de São Pedro, Constantino não os quis conservar
na sepultura de Pedro (que foi encontrada vazia), mas mandou
cavar um vão no muro pJ"é..constantlniano G para resguardá. los:
quis assim subtrai-los oà humildade', a profanadores e a devoto:;
indiscretos. Os ossos foram conservados em grande escrínlo ou
cofre de má.nnore frigia, descoberto pelas escavacÕes; esse cofre
ficou sendo, a partir de Constantino, considerado como o tCunuJo
de São Pedro colocado no centro da basílica do mesmo nome.

Em conseqUêndQ de tais resultados arqueológicos, o Papa


Paulo VI, na audiência geral da última quarta-fclrn do Ano do
Fé 1967·1968, declarou o seguinte:
"Exprlmla-se deste modo o Pipa PIo XI na lua Rldlomenlloem de
23 de dezembro de 1950 ; ' •. . A quesUlo eaaenclal é a seguinte: 101 ver-
dadelramenta encontrado o túmulo de 510 Pedro?' A tat pergunta a CO""
clu,Ao flnat do, trabalhos e dos eSludma r.sponde com um SIM clarl.slmo.
O tllmulo do Prtnelpe do, ApóstolO. foi encontrado. Uma segunda per-
gunta, aubotcllnada à primeira, diz respeito ls rellqulll9 do Slnlo, Foram
etas enconlrade.? A resposla entlo dada pelo venerado Pontlflce er.
luspenelva, dubltatlva ."
Foram, em sagulda, ntallzadll9 novas Invesllgaçl!e. paclantllllmu a
euldadmallslma., com resultados qu. Nõs, baseado no parecer de "p~
elaUsta. competentes e prudentes, julgamo. poslUvos: também as relfqulas
de Slo Pedro foram Idantlllcadas de modo que aa poda consldarar convin-
cente, Por I,to louvamo! quem a este _unto conslgrou uludo minucioso,
protongada • • consideráveis canselres,
Com Islo nlo tarmlnarJo a, lnvt.Ugaçc.., vtrlllcaçOas, dlscUls6lls •
potlmlcas, Ma, pelo que nos diz mpallo, atlndendo ao estado presente
d«. conclulOel .rquaol601cas o clonllllca., consIderamos dever nOllo
comunlcar'"VOS, a vós ... Igreja. Mia boa noticia, obrigados como "Iamos
I honr.r .. ,.lIqulas .avradas, autanUcado com provas -'riu",

o S. Padre voltou a falar do assunto dois meses antes da


sua morte na audiência geral da véspera da festa fte São Pedro,
Referiu.se IA atração exercida pela basílica de São Pedro, na
qual se encontrava. Explicou este fato dizendo que o visitante
1 ext.te, all68, uma In.crlçlo do " . pa alo Ol.malO (38&03&4) que .Iud.
a "umidade naquela lugar.

- 494-
E A SEPULTURA DE SAO PEDRO? 11

deve render·se <diante das provas fornecidas pelos estudos mais


escrupulosos e mais recentes, e aceitará. as conclusões 80 exa·
minar os achados arqueológicos relativos ao túmulo de São
Pedro~. E continuou:
"Sim, foi conseguida. prova histórica nlo aO do tOmulo, mat tltll-
Wm doi seus veneredlsslmol resJOI mortais. Pedro ..~ MlU~ onde a an'·
lisa documonlal arqueológica, Indiciai 8 lógica o Indicaram flnalm.nl.··.

Não obstante tais declarações, levantam·se difialldades


contra a autenticidade das reliquias atribuIdas a São Pedro.

4. Oblações
Consideremos duas objeções:

4.1. Eno Latrão?


Há quem lembre que na. baslI1ca de São João do Latrão em
Roma se veneram, como se julga, os <:rânlos de São Pedro e
São Paulo. Ora, se estes são autentlcos, como o podem ser os
vinte e sete pequenos fragmentos de crânio encontrados no
Vaticano?
A resposta nlo é diflcU. Os dois crAnlos guardados em
São João do Latrão foram recentemente examinados segundo
métodos cientificas. Ora tal exame não comprovou a tradição
anterior que 6trlbuia tais ossadas aos dois Apóstolosj pode·se
mesmo dizer que carece de fund~nto a tracHção da basllIca
do Latrio e, por conseguinte, pennanecem firmes as conclusões
da arqueóloga Margherita Guarduccl.

4.2 . E na Via Appka?


Diz O Martirológio de São Jerônimo que, antes de 336, era
ce1ebrada a memOrla dos ApOstolos São Pedro e São Paulo nas
atuais catacumbas de São SE:bastlA.o, junto à Via Appia, fora
de Roma, e não no Vaticano. Mais: um calendârfo romano
afirma que em 336, aos 29 de jW1ho, a festa de São Pedro era
celebrada nas catacumbas, e a de São Paulo na Via Ostlense,
também fora de Roma.
Além disto, subsistem até hoje nas catacumbas de São
Sebastião uns 600 grafites datados da segunda metade do
sêculo m, que invocavam OS dois Ap6stolosj devem·se a peregrl·

-495 -
12 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 252/1980

nos que Iam rezar a São Pedro e São Paulo nas catacumbas de
São Sebastião.
Por último. uma Jnscrição posta pelo Papa São DAmaso
entre 366 e 384 nas mesmas catacumbas de São Sebastião re·
fere que os dois Apóstolos estiveram naquele local.
Que dizer a propósito!
_ A quest.õo tem sido amplamente estudada. A expllcaçlo
mais comumente aceita para o tato é a. seguinte:
Em 258 o Imperador Valerlano, perseguindo os ttistãos,
protbiu que estes se reunissem. nos seus cemitérios dentro dn
cidade de Roma para celebrar a memória dos mártlres. Em
conseqüêncIa, os cristãos terio levado as relfquias dos dois
Apóstolos para fora da cidade, deposltando-as nas catacumbas
(~ cemJtérlo) de São Sebastião; neste, portanto, passaram a
celebrar anualmente a festa dos dois Apóstolos. Uma vez cessa·
das a persegulção e as ameaças do império Romano, os cristãos
terão levado as rellquias para lugares mais condizentes com o
martlrlo e o sepultamento dos dois Apóstolos: as de São Pedro,
por conseguinte, terão sido trasladadas de novo para o Vati·
cano, onde Pedro fora martirizado e sepultado; e as de São
Paulo para a VJa OStlense, onde o Apóstolo sofrera a morte
por degolação.
Para corroborar a tese do sepultamento lnir.JaI de São
Pedro no Vaticano, pode.se citar o testemunho do sacerdotr.
Galo, que em 199 escrevia categoricamente:
NNós aqui. am Roma. teMo.t algo mell'lor do Cll/e o túmulo de SIo
Filipe. Posaulmos Da trof6us do, Apólloloa fundador. desta Igreja loçal.
Val 1 Via OaUa....e, a 11 ancontrar" o troMu de Paulo: vai ao VaUcano, •
16 "'ti"
o lrof.u dI ~ro".
Esses trotéus, segundo demonstrou o famoso historiador
Joeronlmo Carcoplno, da Academia Francesa, não são apenas
xnonumentos comemorativos ou cenotáflos, mas só podem ser
os despojos mortals dos dois Apóstolos. Carcopino, para funda·
mentar tal tese. apela.se em testemunhos de S. Ambrósio, dos
escritores bizantinos do séc. IV e do poeta Prudência.
JerônImo Carcoplno exp6c ulterionnente o seu pensamento
nas segu1nte$ ponderações:
.~ claro que a baslllca conatantlnlana, ta' como as esc.VlçOea •
rawlllam, oupo. • exII'tncla Cio túmulo do ApóStolo..... ftCIvevO .. Ivl·

- 496-
E A SEPULTURA DE SÃO PEDRO? 13

denefaram .. condlçô.1 anormais, Irrtclonats, e)Ctray_glnln, nu quab o


edlllclo foi conelruldo : lor. dos murol de Aureliano, Islo " .. merc6 d..
Invueee dOI b6rt)aroa ; lobre argUa, ol'lde • • roSlo erl 110 Intensa que
foi nleeSÚllo o dispositivo de um ,.forço prtllltor ao p,6 dQ ptredei
eetenulonals. O terreno corria em decUnlo de 11 m da altura de Norte •
Sul; tal d~llnlo aJtJlllu • corocaçlo de uml laJo Iu.lent.lda por pliUtru
de 5 m, 7 1ft a 9 m da altura, a fllft da .. eatabelecerem fObra tal laJe 00
fundamentol do ~"'clo. M.!a ainda. o qua chloa • ae, OdIOlO: .. bQlllea
fOI erguida por ~Im. de um cemlle'lo, de modo que o arquiteto lave que
violar I(;mulot e • pu. 001 mortos, cometendo pKllanaçOH que hono,lzayam
os romanos e 'lua as "la de Roma proibiam sob severas sanç6es a menot
que o Impefador Ulumr.., pestoalm,nta I ,..~nubHldada dto tala pro-
'aneco.... (tranK,lto da 'Ivll ta "L'Aml du Cllr;.", citada na blbllQg,..".
deata artigo).

Por que rerá Constantino enfrentado tantas dlflculdades


para construir a basillca de São Pedro? - Certamente porque
os cristãos não podJam adnútlr. para tanto, outro lugar que
não aquele mesmo onde o Apóstolo fora sepulbido antes de
oer trasladado para as catacumbas de São sebastlão.
Todavia poderia perguntar alguém: a convicção de Cons-
tantino e dos cristãos, em 322, tinha algum fundamento real?
Estamos certos de qUê não se enganaram?
Jer6nhno Carcoplno responde nos seguintes te""",,:
OS cristãos tinham cemJtérlos próprios, pois eles não costu·
mavam sepultar os seus mortos em necrópoles pagãs. Ora as
escavações no Vaticano demonstraram que
1) desde o .no de 120 até o fim do século m, ricos
mausoléus pagãos foram construidos no cemitério do Vaticano;
2) não obstante, abrindo estranha e slnguIar exceçio. os
crist:&os não hesitaram. em sepu1tar os seus defuntos em tal
necrópole em meio a sepulturas pagãs.
Ora tal prática dos cristãos só pode significar que dese-
javwn aproxlmar·5e o mais posslvel dos despojos do Prlndpe
dos Apóstolos.
Carcoplno chama. a atenção também para alguns grafito.s
encontrados na necrópole vaticana. Um deJes. em grego, nio
posterior ao ano de 260, traz nitidamente o nome de ~:
provavelmente deve ser lido do seguinte modo: l'6troI onde!,
o ,que sIgnifica: Pedro 1100 falta. De tais dlzeres se conclui que
oS despojos de São Pedro havIam sido, pouco antes, retlrados
para o oem1tér1a de São Sebastlão. Conclui CarcoplDo:
- 497-
14 ePERGUNTE E RESPONDEREMOS. 252/1980

"J' nlo se'" poulvll plnstr com Aenan qUI o último Indicio di
tamllnlo dI 810 Pedro am Roma 6 a prov'vel "Inda do Apóstolo a RomL
,.pu"
r'
Ao contrtrlo, .. preclao dizer qUI. certeza da vinda de SIo Pedro a
Rom. decorre da c:.r1I1U, dora".nte .dqul,lda, de que SIo Pedro foi .epul-
tado no Val1cano d. Roma. Tal 6 a vaIdade qUI manlrestaram as IIICIV"
çe,a. dI 1939-19-i9. O hlatorlador qua procura unlcam.nta I .... 'd.d•• I
pro lere tem tlbut.loa. .. 56 podll prestar com prolundo ra.pelto a home-
nagem d•• ua glllldlo ao P.pI euJ. . . IM proporcionou • a vld6ncl. dos
fatoa" I .

Passemos agora a

5. Oblerva,ões finais
Certos de que São Pedro morreu c foi sepultado em Roma,
como Indicam os vestIglos descobertes pelas escavações recen·
tes, os arqueólogos ainda propõem algumas observações com·
plementares !l quanto foi dito até aQui.
1) O [(1to de não se terem descoberto mais lúcidos teste-
munhos da sepultura e das rellqulas de São Pedro no Vaticano
bem se compreende, desde que se leve em conta que a basillca
de São Pedro, constru'da por Constantino na primeira metadoP.
de século IV, foi sucessivamente Invadida e saQueada pelos b!ir-
baros: Alarico em 410, Genserlw em 451, Vltlges e Tótila entre
537 e 552, os sarracenos em 846. Deve·se mesmo reconhecer
que a preservação do que foi encontrado sob Pio XII e Paulo
VI se deve a um prodigJo hLstórico e arqueológico. Nenhum
bom arqueólogo se surpreenderia Se nada tivesse sido encon-
trado, mesmo no caso de São Pedro ter sido realmente sepul.
tado no Vaticano.
2) Procurando reunir os respectivos dados transmltldoa
por historiadores romanos e livros apócrifos cristãos, a profes·
sora Margherita Cuarduccl julga poder situar o martírio de
São Pedro precisamente no dia 13 de outubro de 64. . . No ano
de 64 e não no de 67, como se supunha até há pouco, pois o
incêndlo de Roma começou na noite de 18 para 19 de julho doe
64. Ora Nero acusado de responsável por tal incêndio, terá
aproveitado o décimo aniversário de sua ascensão 80 trono, 13 de
I Tal Papa 6 Pio XII, que, numa alllude decidida e coraJo'.' mando'U
proceder 'a e.ca....çCle. ne ba.lJlce de Slo Pedro. Sua Sanlldade nlo
temta ..... rd.d. e 101 recompensado pela 18vld6ncla da própria verdade.
O texto da Catcoptno • t/anDcrlto ela revista "L\\ml dll CI.r;6" citado
na bibliografia daste artigo.

-498 -
E A SEPULTURA DE SAO PEDRO? 15

outubro do mesmo ano, para d.1vertlr a populacão de Romacom


fogos sangrentos, como aliás, costumava fazer anu.flImente. Ora
entre as vitimas desses jogos sangrentos estavam os cristãos, a
quem Nero decretara persegul;ão a fim de «<distrair o povo,.,
Desses cristãos vitimados, um dos mais notáveis terá sJdo o
Apóstolo ""ciro.
Tal data - 13/10/ 64 '- parece confirmada
pela noticia dos apócrifos livros cAscensão de Isalns:. e cApo.
cal1pse de Pedro:..

O fato de que a festa de S, Pedro era antigamente, e ainda


ê. celebrada anualmente 80s 29/06, explica·se do seguinte modo:
o calendário litúrgico hote vigente fonnou·se tardiamente, ou
seja, não antes da metade do século m. Nesta época, os cris·
tãos de Roma festejavam no mesmo d.1a os dois Apóstolos prin.
cipais, Pedro e Paulo, e para tanto escolheram o dia 29 dE"
junho; tal escolha pode ter sido irúluenclada pelo dia do marti.
rio de São Paúlo; aUãs, faltam·nos bases históricas para. afir-
mar que São Pedro e São Paulo morreram no mesmo dia.
Eis o que as mais recentes descobertas arqueológicas dão
a ver ao estudioso. Confirmam, desta fonna, a tradição segundo
a qual Pedro, como bispo de Roma, morreu e foi sepultado em
Roma. Este fato constituiu a sé episcopal de Roma sê prima.
cial da Igreja inteira, cujo titular - o Papa - exerce, em
continuação do ApOstolo, funções confiadas por JeSU'3 a Pedra
em Mt 16,17.19.

Ao gulu da blbtlogrllfla:
CARCOPINO, J .. EtudH d ' hlllOlI't ch16t1.nne, Pari. 1053.

GALASSI PALUZZI, C., San Pletro 11\ Vaticano. Roma 1885.

GUARDUCCI, M., Platro rllf'O'Illo. Veront; 1970.


Le telk"lIa di Pletro, Cltll dei Vallcano 1985.

L'AmI du Clara', 7/06/ 1958, pp. 3Sh (Ialnt P'arra fnhum' .. VatIcan).
l.'OSSERVATORE ROMANO. ad •••manal portuguesa, da 8/04/80 •
13104/80,

VESELY J. M. a BASSO, M., La "Conf... lo SHCtI Patll" dali_ b.OICll


di 8M Plelro In V,tJoano, am: NoUU. . no;! 162. lanu.rlo 1980. Cltti dei
V.Ucano, pp. 17~20.
-499 -
&empro om foco:

explosão demográfica e paternidade


responsável

fm .1.... : A exploslo dtmogrinca levI os Estados a cumprIr pro-


Vrarnaa da contençlo da natalidade que fraqOentemente dnrespellam •
Indevasalbllldade da fem Ina • • dignidade humana. ~o &Iado toea apenu
lSelaroc:er 08 cldadlo. e fornecer-In •• elemenlos par. que Issumam livre
• conscientemente as SUIS funçOea 1'11 famllla.

Aos cas.ls tt, hoJa em dia, recomendada a pltemldada respondvel;


nenhum ca.. ' de". ter mala !Ilhoa do que aquelas que as auas condlçOu
de economia. llOd. perrnllJm educar com dignidade. Quanla • maneira
de espaçar ou conter OI na.clmentol, • Igraja, baseada na lal nalural,
aceUa OI mc&todoa qUI re.pallam I própria natureza human'. el!clulndo
qualquer Inlel'lenç60 _""idai. - Apelando para a 'e' natural, I Igreja nlo
tencIona .ubmel.r • Inteligência crlaUva do homam la lals cegu da biologia
nem prelendl andeuslr a natuteu, como o fizeram alstmas paglOl; mu
tem em mira a asslnela do ae, humano, que se eompõe da malêrla e
.,plrlto; I eorporeldade nlo li' aslranha .o. pesaoa humana, ml' enlra na
cln,lItuçlo d8!t.; por ISIO nlo:s. devem opor entre si passoa. eorporelda-
de, llberd'de a naturba, criatividade e biOlogia, mas veja... a peuoa eomo
resuUante da composlçlo de malérl. e e.plrlto. Por Isl0 também ao 110m.",
nlo , licito trat'r o leu corpo como Irala o. corpo. que o cercam: esles
110 "COIS83", lO passo que o corpo humano com .s lUas leis IIslcu •
fialológlc .. é assumido pela dignidade do homem e merece respeito.

Ademels a e.plodo dlmogrt'lca " tem experlmenlldo decllnlo em


v'rIos pa'"" que enlrartm em 1s. e de envelheclmanlo, talvez am parte
devIdo ao UIO InlilllGrlmlnado CIo controla liIa n.lalldade.

/4. Morei católica é a.lgente, mo nlo InexaqOlvat. Com a greça de


Deus toma-so ,agta enobrleadota dI phSOa humana, desperlando-Jha •
conaclêncla para uma contrnua superaçlo de leus hAbltos rollnelros; lodo
ser humano' chamado por Oeul , parillçlo, e nAo 1& mediocridade.

• • •
Oomootárlo: O problema da explosão demogrãflca tem
preorupado Chefeg de Governo, eeonomistas e pensadores ç!e
todos os pa1ses. Mais de quatro bilhões de habitantes povoam
a terra e tendem a se multiplicar em proportôes ·c.rescentes nos
próximos anos. Este fato suscita prementes questões no setor
da aUmentação (hã sempre mais bocas para consumir o pão
- 5()() -
EXPlOSAO DEMOGRAFICA E PATERNIDADE RESPONSAVEL 17

comum), no plano da educação (necessidade de mais escolas),


no plano econômico " social (procura de mais empregos condlg·
nos . . • ), no setor do ambiente (poluição do ar, das águas do
mar, dos rios ... ), no tocante às; matérias primas, como o pe-
tróleo, o carvão e outras reservas, que se vão extinguindo
paulatinamente . .. Em conseqüêncla, multas pessoas julgam
que a única solução plausivel seri a coJbição e diminuição da
natalidade mundial. Ê .isto que tem levado os estadistas a im-
plantar sistemas de contenção dos nascimentos, apoiados em
modernos ftCllrSOS da medicina, dos quais vários são de impre.
visiveis conseqüêneias. Muitos casais também, premidos pelas
dificuldades da sobrevivência, vão planejando a prole pelo M·
curso aos mais diversos art1fJclos.
Ora tal sItuação suscita gTaves problemas éticos, que nos
propomos considerar na presente explanação. Esta será dividida
em três partes: 1) Estado e planejamento famUltlrj 2) casal
e paternidade responsável; 3) observações complementares.

1. Estado e planeIamOllto familiar


O Estado, como respons1vel pelo bem comum, julga-se
obrigado a intervir no problema da explosão demogriflca.
procurando rerrei-Ia.
Segundo a revl!jta norte· americana cPeople~ editada pela
Federação de Planejamento Famillar em abril 1979, os Gover-
nos de 85 pafses apoIam plenamente atividades desenvoMda.s em
prol da UmitaçAo da natalidade, dentro das respectivas tron-
teIras. Ora, hã tão somente onze anos, menos de trinta paises
davam suporte ao Plane,jaJ'Mnto Familiar _ o que é muito
sign1ficatlvo. Somenre trinta palses - em mB..ioria africanos.
de pequena pop.u1ação - mostram-se radiaUmente contrirlos
80 fornecimento de anticoncepcionais à populacÜo.
PrincIpalmente os paIses anglo.saxônicos e escandinavos
mostram-se dispostos a estimular a limitação do:s nascImento!'
nos palses subdesenvolvidos. Dentro desta corrente, salientam·se
os Estados Unidos da América; esta nacão tende a establllzar
a sua popu1ação no ano XK)(); propugna que todos os povos che-
guem à média de jols tuhos por famlli., ou seja, o suIlcIente
para compensar o número de óbitos anuais. Como se sabe, esta
poUtlca norte-americana tem tido larga repercussio no BraaU,
-501_
18 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS) 252/1980

CClmo vem denunciando 8 imprensa. O próprio Governo brasi·


lelro está Interessado na problemática populacional.
o que se tem a objetar a tais programas governamentais,
é que são inspirado:. tão somente por critérios pragmáticos ou,
ainda, por meros referenciais sócio-econômicos e politicos, dei.
xando de lado os aspectos mais importantes que são os da fam11ia
como tal. Parecem considerar a famiUa unicamente como fator
de produção e conswno, sem levar em conta os valores profundo:J
que lhe dão origem e significado; o respeito pela vida. pelo amor
c pela lndevassabllJdade conjugal há de S(lf elemento fundamen·
tal de autêntica politica estatal. A familia é um valor em si
mesma, e não apenns na medida em Que contribtú para a eco·
nomia nacional.
o Estado não tem o direito de pressionar, física ou moral-
mente, OS casais no que concerne ao planejamenlo da faroilia,
mas deve respeitar os direitos e a liberdade dos esposos neste
particular. O que o Estado pode - e deve fazer -, é chamar 8
atenção dos cidadãos para a situação demográfica e econômica
do paIs, expondo-lh~!I dados concretos a fim de que os casais se
possam nortear com sabedorIa e realismo. Além disto, é lIcito
ao Estado adiar, por lei, a idade mínima do casamento, de
modo a diminuir a faixa de anos em que possa. haver paternl.
dade e maternidade legais. Na Ctllna, por exemplo, o Estado c0-
munista elevou as médias de idade para o casamento mediante
medidas legislativas e econõmicas nas áreas de alta densidade
demográfica. Sem dúvida, a postergação do casamento só pode
ser aceita por um Vovo devidamente preparado para compre·
ender (l alcance de tal medida ; esta, como tal. pode provocar
relutância por parte da populaçã(l interessada.
Em slntese: o problema da explosão demográfica n5.o podt!
ser solucionado segundo crItérios estranhos à dignidade hwnana;
esta é (l primeiro valor O ser considerado c fort'lC'ntado, Qualquer
que seja a via de sOluçã(l proposta. Quem aceita este enfoque da
problemática, há de se d1sp:tr a procurar resolver o desafIo
por vias diversas das que comumente são sugeridasj revisão do
modo como 09 povos se relacionam entre si, prlnclpalmente os
povos maJs aquinhoados frente aos mais carentes j melhor dis·
tribulção das rlquezas, serviço de técnicos e cientistas a pa1ses
pobres, extensão dos sistemas escolares e educacionais em todos
os povos subdesenvolvidos .• . contribuirão valiosamente para
que se respeite a dignidade humana sem os perigos de cala.
midade que certos prognósticos apontam unilateralmente.
-502 -
EXPLOSAO DEMOGRAFlCA E PATERNIDADE RESPONSA.VEL 19

2. Casal e planejam....o famlllor


DlstIngulremos: 1) o fato do planejamento famlllar; 2)
o modo do mesmo; 3) wna retIexio sobre cnatureza~ e clel
natural~.

2.1 . O folo do plane(o....nto faminar


No contexto mundJal de nossos dias, não somente é lidto,
mas toma·se moralmente obrigatório a todo casal, elaborar SfIU
planejamento lamll1ar. Com outras palavras: é n<'CeSSãrlo que
os cônjuges ponderem crlterlosamente quantos íllhos podem
conceber e educar de maneIra digna, dentro das suas condições
próprias de economia, saúde. trabalho, etc.
A Jgre'a Católicll mesma é arauto da paternidade r"eSpOn·
sâvel ou do planejamento fanúllar, como atestam numerosos
pronuncJe.mentos tanto dos Papas mais recentes como do Con.
cllio do Vaticano lI. Eis como este se manifesta:
"Os c&nJugM d...mpenllardo sua mlsslo com responlAbllldlda cristA
• humana o, num ,ospolto cheio de docllldlde pare com Deus, fol'T1'l.rlo
um Juizo Nlto, de comum acordo e empenho, etendendo ao bem pr6prlo e
ao bem dos filhos, ..Jam nucldOl, .eJam prevlstoa, dlsc:omlndo .. condJ.
çôes, sejlm mllerlal., "Jam .,,,I,llu.1I dos tempos • do .Iado de vtda, •
finalmente levando em conta o bem comum da comunidade familiar, da locl..
dade temporal. da próprle IgreJ• . o. próprtos OapolOI, em Oltlme ontll..,
devem rormar 'aM Juizo dl."la de Dau.. EstaJam, por4m, os c&nJuget
crbt60s ccwsclenln de nlo poder procader conforme seu arbllrfo, ma.
de qUI te devam gul.r por um. contCl6ncl. qua tam por norma a pró-
pria lei divina, dóceis lO magll t6r1o d. IgreJa, o qual Interpreta autenüc..
mente essa lei A luz do EVlnoalho" CConalllulçlo GluclkIm .. 8pee n' 50:
cI. 1amb6m "' 51. 87. 87).

O mesmo se lê na enclcUen de Paulo VI cPopuIorum Pro-


sresslo- n· 37.
Afirmada a neeessldade do planejamento lamillar, surge
a delicada questão do modo de põ.lo em prática: amplo leque
de recursos técnicos - tannacêutfcos, clnirgicos e fisicos - se
olerece aos casais contemporAneos. deixando as consclêncI..
perplexas e indecIsas. Dal a especial atenção que merece a
questão.
2,2. o modo 40 plcmafomento fornllar
A ltt1ca erlstã. se de um lado apregoa a regulação da nata·
Udade, de outro lado recusa, na execucão da mesma., qualqueJ:'
-503 -
20 cPERGUNJ'E E RESPONDEREMOS. 252/1980

método artifIcial. J!:: favorável aos métodos ditos «naturais.,


Isto é, que respeItam o curso natural da sexualidade humana.
Expliquemo.nos melhor.
O amor humano, por sua própria natureza, é wútlvo e
fecundo. Acontece, porem, que a natureza mesma produz a
alb!rn!lnc1a de perIodos fecundos e períodos estéreis, COJIU) se
quisesse proporcionar ao organismo certas pausas para repouso.
Em conseqüência, se um casal deseja realizar o ato conjugal
com exclusão da prole, utilize os dias infecundos ou secos. Assim
procedendo, estará. atingindo o seu objetivo sem ferir a natu-
reza. O respeito à natureza é decisivo para a JtUca cristã; as
razões desta posição serão mais claramente elucidadas nas pá-
ginas seguintes.
Para averiguar as fases estéreis do organismo feminino,
os cientistas tem aplicado esfortOs cujo resultado mais positivo
é o chamado «Método de Bllllngs •. Este se deve a um casal de
médicos australianos, John e Evelyn Blllings, que durante anos
se dedicaram ao estudo da questão. Tal método, também dito
cda clara de OVO", é divulgado hoje em dia mediante publi-
cações tanto dê: nlvel cientlfico como de nível popular'. Outros
métodos, anteriores no de BllllnCS, como o de Ogino-Knaus e o
de Doyle (ou da temperatura), são hoje tidos como obsoletos.
O pensamento da Igreja, que pretende basear.se não
somente em prlnciplos teológicos, mas também em premIssafi
de ordem natural ou fllosórlea, acha-se expresso com multa
cle.reza na enc!cllca _Humanae Vitae», da qual vão alguns tre-
chos aqui citados:
"Em conformidade com os pontos essenciais d. vlsl-:,. humana e
cristA do matrlmónlo. dev.mos •.. decl.,ar que é absolutamente de excluIr.
como via 'egltlma para e regulaÇlo dos Msclmentos, a. Inteuupçlo direta
dO processo generatlvo IA Iniciado a, sobretudo, o aborto Intencionado di.....
lamanle • proCYrldo, mumo por rm., ,etapAullclS.
Dave-se excluir, de Igual modo, como o magistério da Igreja repetida-
mente declarou, • estertlluçlo direta, tanlo perpt1tua como tempor'rla, •
tinto do homem como da mulh,r. ~ .Inda d, .xclulr toda açlo qu., ou em
pf1lvrslo do ato conjuga' ou durante a sua r.aflzaçlo ou tamb4lm durante
o d.senvolvlmento du n .. conaeqO'nclaa naturais, . e proponha, como
Um ou como melo, tomar Impo... rveJ a procrlaçlo" (~ 2<4).
I CI.: 81LLINGS, J., O m'todo da OWUI8f;Io. - Ed. Paullrles, Slo
Paulo 1978.
SPIELER, J ., P'aM)Ml8nfo natural d. lamlll., em "~ .... rste da Organl-
laça0 Mundial da S,Od,", agCX!lto/aet.mbro 1976.

- 504-
EXPLOSJlO DEMOGRAFlCA E PATERNIDADE RESPONSAVEL 21

"Se existem motivos 5.rlos par. distanciar os nasclmentoa, que da,1-


vam das condlçCu flalea. ou pllcol6glcaa. dos c6nJuges ou da clrcunatan-
du ederlores, • Igreja enllne que entlo • licito ter em conta OI rftmOl
natunla. Imanenl. . . . fu.nçlles geradores, pif. u.ar do matrltn6nlo a6 nos
perfodoa InlKundol 0, daat. modo, ragu lar .ti. natalldad., .em ofender oe
princlplol morais" (n9' 25) .

Tal posiCão. qu~ procura respeitar a natureza, rejeitando


qualquer lntervençãe. artificial no processo da sexualidade hu-
mana, pode ser ulteriormente comprovada como sãbia se con·
slderamos ainda o seguinte:
1) A própria medIcina até hoje hesita sobre a lnoculdade
dos meIos anticoncepcionais: apontam·se sérias contra.indica..
ções da pUu1a anovulatória, do DIU e de outros BrUficios con·
gêneres; entre as nefastas conseqUênclas previstas, sejam men-
cionadas ação cancerigena, aeão tromboembólica, anomalias
honnonais, desequllibrlo psicológiCO ... Será. preciso esperar alo
gumas gerações vIndouras para se poderem definir com rrmls
precisão os efeitos dos anticoncepcionais utilizados pela pre.
sente geracão. Em certos casos, parece que a própria natureza
humana, sem a voz de algum Intérprete, repele o recurso aos
anticoncepcionals.
2) A liberação dos métodos artiflclais de c:..terillzaçáo da
mulher ou do homem acarreta graves conseqüências no plano
moral, das quais não poucas se verificam aos nossos olhos.
Com efeito, exclulda a lecwtdidade, o uso do sexo se toma
cada vez mais motivo de degradação do ser humano; princi-
palmente a mulher, casada ou não, é reduzida à condição de
I.nstrumento de praur do hamem. ~te cada vez menos tende a
considerar a mulher como companheira respeitada e amada,
pois se habitua a utlli2.á.la como cabjeto de cama e mesu. Tal
degradacão se verifica MO raro desde o d~rtar da vida
sexual, que é cada vez mais precoce, ou seja. de.~e os doze ou
t:reze anos de Idade.
3) Mais ainda: a liberação da regulação artlflclal da nata.
lidade põe nas mãos de ch~fes de Estado arma poderosisslma
para violar os direitos dos cidadãos e da familia. como se tem
visto na tndia. Observa a respeito Pau10 VI:
"Deste modo, o. nomens, Querendo evitar dlllculdades Individuai",
familiar •• ou .oclals, Que ae vorlllcam na obaervAncle da lei divina, aca-
bariam por deixar to mercê de Intarv.nçlo das aulotldadaa pClbllca, o ,alor
mal. peaaoal a mala re,ervado da Intimidada conJugai" (e"clcUca "Huma·
na. Vila." tfI 20) ,

- 505-
22 cPERGUNI'E E RESPONDEREMOS, 252/1980

Eis, porém. que, contra a pos.1ção até aqui enunciada, &e


levantam algumas objeCõe5.

2 .3. Mal •..

Deter.nos·emos sobre duas principais dificuldades: 1) os


conceitos de natureza e lei natural; 2) a teoria da totnlldade.

2 .3. I . N.tvr.zo. 1.1 natural


A mais Importante objeção afirma que o .pregoado ",...
peito 11 natureza e às leis naturais implica atrelar a pessoa
humana, que é ·do<:ada de Inteligência e criatividade, às leis
cegas da biologia. Ver1!ica·se precisamente que hoje em dia a
inteligência humana altera o curso natural do seu meio ambl.
ente, ou seja, os leitos dos rios, as faixas do litoral, as elevações
montanhosns ... E isto, com aplawos, às vezes, por parte da
própria consciência cristA. Como então não lhe seria licito
dominar o curso das suas funções sexuais, subordinando·as a
wn planejamento racional da e ...olu~o demegrãfJca?
Com outras palavras ainda: o respeito à naturc:za não tem
um .abor de filosofia estóica panre!sta, já superado pela filoso-
fia crlstá? Não parece sacrallzar ou divlnJzar a natureza 11'
- Em resposb, observamos:
o tenno cnatureza, é. na verdade, pollvalente. Assume
significados diversos através dos tempos. Com efeito, tanto podo!!
exprimir a concepção aristotélica de natureza', como a estóIca
1 Eis como . . .xptfml o documento da Comlnlo Pontlllc la para o
Ell\ldo da Populaçlo, da Femnla I do Controla da Nal8l1dade, qua antoca-
deu a anclcllca "Humanea Vll8e" com um parecar sobre a que.tlO da na-
caUdect. :
"O .... pello Incondlclon.1 d. nel\lNta tal como lia 6 am .1, como s.
a natural. em lua Itxlst6ncla lIalca folsa 11 exprltsslo dll vontade do Deus.
depende de um concllto da homem que v' algo da mlst.,loao I •• grado
na própria natureza ., por Isto. recusa qu. algum. InteNençlo humana
tenda a desfrulr lUa natureza" (cl. PAUPERT, ob. citada na blbllogrlfla
d..te artigo, p. $1) •

• Nllurua. 1NltUra, em laUm, ..l1a o nCll'UYo, em opoalçlo ao anlffclal.


"".. uria o qUI vem pelo ph"'", nnear, em contra-parte .. '&6ctIM ou
arte, qu. 18m alUI Qrtglm na I Ça0 do homem.

- 506-
EXPLOSÃO DEMOGRJ.FICA E PATERNIDADE RESPONSÃVEL !13

panteIsta, como a d. Baruch SpIn02a, também pante!sta, como


a .re Kanl e a do Idealismo de Hegel . . • Em nossos dias, verl·
fica·se que o tenno «natureza» assume freqüentemente sentido
materialista, cco1slsta:t. A natweza. é, para muitos, o conjunto
do mundo material, bruto, regido por leis cega&, no qual o
homem está imerso; em, conseqUência, opõem à nawr.!2&
o homem. que é um ser original inteligente, livre, criativo. imo
previs1vel. A natureza vem a ser então a contraparte do espJo
rUo, da razão, da liberdade ... Falar de lei natural, no homem,
seri. Ignorar • Indole espec1/1ca esplrilual da liberdade e, por
oonseguinte. da moralidade. Seria cair numa moral ccoislsta~
ou materlall!ta.
A(lemaia o homem de hoje, impregnado de mentalidade
tecnicista, sente·se distante da natureza. Esta, para ele, vem
a ser o lnd6núto, o transCorm!vel. que está em seu poder e
que não lhe pode ditar leis: ele é que lhe imprimirá as normas
concebidas pela sua. lntellgêncla.
São estas premissas que tomam dlflcll ao homem de hoje
8 eompreenslo do respeito pela natureza e pelas leis naturals.
_ Eis por que nOfl compete explicar que a Moral crlsti, ao
preconizar o vaIor das leis naturais, não tenciona subordinar O
ser inteligente a leis cegas ou à trama de element06 infra-hu·
manos.
Com efeito. Quando a :ttica cristã apresenta a natureza
humana como critério de comportamento, tem em vista a essên·
ela do homem. essência que é pennanente, sempre Igual a RI
mesma, não só composta de esplrito, mas também de matéria OU
de corporeldade. A pessoa hllnUlJt8. não é um valor que se opõe li
realidade corpórea; ê.(\ contrário. ela só subsist-! na realldade
corpórea do homem. Disto se s!gUe que os valores humanos e
pessoais, para se afinnar, não necessitam de· negar os aspectos
fisiológicos do ser hwnano, mas, ao contrãrio, os assumem,
enobrecendo-os. Ora tal enobrecimento só é possível 8(!- hé. res.-
peito às leis próprias da fisiologia humana.
Por conseguinte, aqueles que tendem a opor naturera e
_ naturem e UbordluIe, n a _ e esprlto, de certo modo
cedem 80 duaUsmo, que opõe matéria e esplrlto como se fOS$eJJt
antagOnk:os entre si. A autêntica noçlo de pessoa humana im-
plica acelta~ão humilde da ooJ1)Oreidade e das leis. fl.a101ógtcaa.
Vê-se, pois. que o homem não pode considerar o &eu corpo
como considera os demal5 corpos da natureza fislca. Se o homem
trata estes últimos il seu bel-prazer, removendo montanhas, des..

- 507-
24 «PERCUNTE E RESPONDEREMOS,. 252/1980

vlando dos, aterrando baias, não lhe é Jicito tratar o &eu corpo
simplesmente como bem lhe pareça. Na verdade, o corpo hu.
mano não é como os dcmais corpos; ele é parte integrante de
um todo que é a pm5O& bwnana. O COIlJO faz parte da persona-
lldad~ e traz a esta as suas cara<:wristJcas pl'óprlns. Ele não é
mero Instrumento de uma pessoa puramente espiritual. Verda-
de é que 8 parte mais nobre da pessoa é a alma e!'q)lritual, mas
a pessoa só subsiste medlnnw a união d~ corpo c alma.
Vê·se, pois, que a scxuaUdade. embora seja comum aO
homem. 80S animals irraelonais e aOS vegetais, assume no ho-
mem dJgnidade e significado novos; a sua estrutura biol6gJca
e fisiológica não é destru!da nem contraditada, mas, devida-
mente respeitada, é posta a selVlco da plena realização da
pessoa humana. Estas concepções diferem profundamente da
noção de matrlmOnlo proposta por Kant:
"A comunidade sexual ti o uso reciproco que um ser humano faz dos
6rgloa e di' laculdades sexuais da outro ser humano ... O casamento ...
é a unlAo di duo plNOU di sexo diferente, em vista da possenlo reci-
proca 8 perpétua da. suas propriedades se~ual." (Melelleloe dos coa.....
..... I f 24>-
Nestes dizeres o sexo aparece como algo de extrínseco à
pessoa humana 'Ou como algo que serve de mero instrumento a
esta. Na verdade, dizemos que o ser humanQ. composto de
partes heterogêneas hierarquizadas entre si, exerce dlver30S
tipos de atividades, desde aquelas que são regida:; pelas leis da
fisiologia (entre as Quais estão não só as da sexuallcL'lde, mas
também as da respiração, as da dJgcstâo, as da restauração
das forças flsJeas . .. ) até as atividades mais tipicamente In-
teledivas, como o racloclnio, a arte, a oratória, o culto de Deus,
etc. Numas e noutras, hannoniosamente executadas, se mani-
festa a grandeza da pessoa humana. O respeito ao corpo e às
suas leis vem a ser o respeito à obra do Criador ou à arte crja-
dora e ao desigrúo do senhor Deus.
Muito a propósito observava Paulo VI na encicllca cHu·
manae Vitae,.:
" • . . Unr o dom do emor conluga' respeitando ea lei. do processo
da getaçlo • reconhecer que nó, 1\10 somos os .enhore. d •• fontes da
vida hum.na. mas, antes, os mlnlstroB do de"gnlo estabelecido pelo Criador.
Com elalto, anlm como o tlomlm nlo lem sobre o seu corpo em geral um
poder ilimitado, ... Im tambdm ele nlio o lem .. . sobre es euas laculdade.
ganltata, pois ••t... e.tlo Intrlnsecamante deallnadas a suscitar 8 vida, da
qual Deu. , o principio. A "Ida hum.na é gorada, lembr.". Joio XXIII ;
desde a lua orlg. m, ela Inclui dlretamante a lIçlo c:rladora da Deu,," (n9 13).

-508-
EXPLOSAO DEMOGRAFICA E PATERNIDADE RESPONSAVEL 25

"O amor conjugai revela a sua verdaclalr. natureza I • lua vardadalra


nobreu quando o conalderamos em lua lonte suprema, Daus, qUI. Amor,
'0 Pai d, quem toda paternldlde Iam o leu nome, no ~u e na terra'.
Par conaegulnte, o casam anta nlo 6 o efeito do aChO ou um produto
da evoluçlo de forças nalu",_ Inconsclentu i .. uma s6bl. InstHulçlo do
Criador para realiza' 1"10 gêUto humano a detl9nlo de emor de Deus.
Mediania e lua doaçao passoal reciproca. que lhe. , pr6prfa e axclu.lva,
Clt 8SpotOa tendem 1 comunh60 de lUas personalidades, em vl.t. de um
ml1tuo aperfeiçoamento, per. calabor.r com Deus na geraçlo I na Iducaçao
da novu vld .... (11l 8) .
Passemos agora à segunda objeção anunciada:

2 . 3 . .2 . A teoria da totalidade
Como dito, a teoria da totalidade afirma Clue não é neces·
sário seja cada ato conjugal dtrJgldo ê. fecundldade, desde que,
de modo geral, a vida sexual dos cõnjuges admita a prole e se
JroStre realmente fecunda. O preceito natural de fecundidade
recairla .$Obre o conjunto da vida sexual e não necessariamente
sobre cada wn dos seus atos. Eis a propOslto o texto da Co-
missão Pontlflcla para o Estudo da População, da Fam1lia e do
Controle da Natalidade. que antecedell' a pubUca('.Ílo da enclcllca
dIumana~ Vila•• (25/07/ 68):
"O casamento li amor conjugal estio orientados, por lua Indole pr6-
pria, para e procrlaçlo e • educlçlo dos filhos (cl. lGaudlum 81 8.,..
di SOL Na comunidade conjugal e familiar, a modo de orientar as col ...
para o bem dOI Olho, toca li euêncla da a.lIualldade humana. Por 1110
a moralidade das ra'açOes sexuais no cuamenlo tira o aeu slgnlncada
primeiro e espaclflco do tato de .. realIzaram numa vida can'ugal fecunda,
Isto " praticada no eaplrHo de uma paternidade resPonsA""l. generosa •
prudente; por çonsegulnll, ela nlo depende da fecundidade dlrata de cada
.to conjugal em pertlcul."· (cf. PAUPERT. ob. citada, p. 1<CO).
Como se vê, a teoria proposta supõe que os atos sexuais
não tenham a sua moralidade própria; a moralldade de cada
um seria deduzJda da moralidade do conjunto. Ora W supo-
sição é InaceltAvel. - Na verdade, todo ato sexual tem sua
finalidade pr6pria, inscrita na própria estrutura de tal ato (tem
seu ftnl'!l oporls, como diria a linguagem escolâstJca) . Com ou·
tras palavras: todo ato sexual é, por sua Indole mesma, orien·
tado à procriação e à expressão do mútuo amor das esposos.
Caso tal finalidade sela observada, o ato sexual é moralmente
bom; caso não, é moralmente mau. Tal moralidade é indepen·
dente da intenção - boa oU: má - daqueles que reallzam o
ato ( ... lndepe,ndente do tini!J opera.ntls ou operanUum).
Por conseguinte, não se deve ju1gar o uso do sexo como
se Julga o uso de entorpecentes. Este, como tal, produz ate·
-509 -
26 ePERGUNTE E RESPONDEREMOS. 252/1980

nua Cão ou perda da consciência psicológica. do USlJáI1o; ora


tB.l efeito em sJ é algo moralmente neutro. Torna·se moral·
mente bom ou mau de acordo com a intenção do usuá.rio; se
este se expõe lã perda dos sentidos por indicação mCdlcs, prntica
algo de mora1mente bom; se o faz, porém, por covardia, fuga
ou intemperança, comete ato moralmente mau. - Ao contrá·
rio, o uso do sexo é aJgo que por si mesmo tende a produzir
uma vida nova, ou seja, é algo que está em relação dJreta com
um valor ou com um bem que deve ser respeitado. Em con~·
QUência, o uso do sexo que desrespeite a fecundidade espon·
tAnee. da sexualidade é moralmente mau, mesmo Que esteja
Inser:ido no contexto de duas vidas que se tornaram fecundas
uma ou mals vezes. Cf. encicllca «Hwnanoe Vitae:t nO 14.
Uma vez proposto um esboço de solução cristã para o
problema da explosão demográfica é para o planejamento fa.
miliar impõem·se ainda algumas.

3. Observoções complementares
Proporemos três pontos de reflexão:
3.1. DecUnlo do crescimento demográfico
1. Quando se faJa do awnento populacional do mundo,
geralmente não se leva em conta que nos últimos MOS as esta·
tlstlcas indicam apreciável taxa de decUnlo do crescimento de·
mográflco, principalmente na Europa. Este tato atenua de
algum modo a gravidade do problema c reletlviza, até certo
ponto, os prognóSticos alarmantes.
Além cios dados numéricos lã publicados em PR 194/ 1976.
pp. 59-62, apresentamos os seguintes, mais recentes:
O eF\lndo das NacÕes Unidas para Atividades de Popula-
ção» (UNFPA) publicou em 1918 o relatório cSituação do crcs·
clmento da população mundiab, onde se encontram os sregu1n.
tes elementos:
Europa OcideDtaI: taxa de natalidade babcando em 50%
Amérlea do Norte: ... em 3091>
Ohiha: . . . em 30%
Indonésla: ... em 10.l!)%
Indla: ... em 10%
América Latina. começa. a dbnlnulr
.f.frIca; crescendo, sem alteração.
- 510-
EXPLOSAO DEMOGRAFICA E PATERNIDADE RESPONSAVEL 71

Rã crescImento populacIonal IJI!I'O na Alemanha Od<lental,


na Alemanha Oriental, na Grã.Bretanha, na Bélgica, na Áus-
tria, no Luxemburgo.
Com base nestes dados, a ONU corrigiu suas estimativas
para o ano 2000: de 6,4 bllhôes cedeu à de 6, 25 bilhOes.
No mundo inteiro, o nUmero de nascimentos ê superior ao
de óbltos segundo o. oeguIntes dados:
em 1965: 66 mIlhões de IlIISIOiml!Iltos anuala
em 1970: 70 milhões
em 1974: 68 milhões
2. Estes números, que desmentmn certas previsões dos
&OC16logos e economistas, bem mostram que não se devem
abordar os fenômenos humanos (inclusive o demogriflco) c0-
mo se abordam fenômenos astronômicosj estes são reeidos por
leis flsicas ou quantitativas, que costumam ser constantes; àa1
a segurança com Que um astrônomo, por exemplo, podê prever
um eclipse (com seu calendãrto e horirio precisos) ou a pas.
sagem de um cometa . .. - O mesmo, porém, não ocorre com
os tatos humanos ou com o aumento populadonal em partlcular;
este depende de pessoas, que usufruem de liberdade e capaci·
dade de improvisação, norteadas que .são por seus Jdeafs pro.
prlos. Não se pode, pois, aplicar às ciências humanas o deter·
mlnismo que é geralmente suposto nas ciências ditas .exatas,.
e na tecnOlogia. AIs ciências humanas detectam geralmente ten·
dênclas característJcas do ser humano ou das populações, em
vez de leis; as tendências pemútem a formulação de hipóteses
com suas respectivas probabilidades. e não mais. .. Canse-
qUentemente foram falhas tanto a leI de Malthus como a de
Karl Marx: aquele afirmava que o número dos homens tende
8 crescer em proaressAo geométrica, 80 passo que a superficle
da terra cultivãvel aumenta em progressão aritmétJca; Marx
assegurava que o comw1ismo se implantaria primeh'amente nos,
palses capltaUstas, tl começar pela Inglaterra! - Ambos se en·
ganaram; fenômenos imprevistos apareceram ...

3. Note-se outrossim ·que há povos jovens e povos ano


ciãos sobre a face da Terra, ou seja, povos nos quais o número
de velhos vai aumentando e o de jovens dlmInuindo; tal é o
C890 da França, que no inicio do Gécu10 XX tinha 34 jovens de
menos de 20 anos para 8 adultos de mais de 65 anos; em 1975,
• proporção era de 31 para 16! A DIropa, de _ geral, ..

-511_
28 c:PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 252/1980

ressente de envelhecimento. Isto taz que wn fardo cada vez


mais pesado de encargos se acumUle sobre uma população ativa
cada vez mais reduz1da. A diminuição relativa do número de
jovens acarreta a perda do espirito de iniciativa, de inovação,
de invenção . . . e extingue o gosto do risco. Ora tals virtudes
são lndispensãveis ao florescimento de uma sociedade: adernais,
pode·se dizer que o envelhecimento psicológico provoca a deca·
dência geral das populações.
Pergunta-se agora: a longa aplicação de técnicas anticon.
cepcionais, que provocou a diminuição da populacão européia,
noo terã sido fator mortlfero para tal população? A multipU.
cação de abortos, com os traumas pslcoJógicos e a degradacão
moral resultantes do livre controle dos nasc1mentos, não terão
produzido efeitos neJastos ou mortais sobre varios povos do
velho continente?

Mais amplamente, indaga·se: refrear a humanidade na sua


espontânea tendência a transmitir a vida não implica Induzi·la
ao carnlnho da senlUdade e, conseqüentemente, da decadêncIa?
São estes quesitos que sugerem a seguinte ponderação:

3.2. O ban_ da vicio

A vários pensadores o problema demográflco Inspira a 11·


mttação do número de convidados ao banquete da vida. A outros
os resultados até aqui obtidos, além das premJssas filosófIcas
já. expostas, levam a pensar que, -em vez de cercear o acesso ao
banquete da vida, é imperioso providenciar para todos os que
o queiram, os aUmentos que a Terra.mãe não deixa de pro·
duzlr, . . . alimentos, porém, qUe não chegam à mesa dos fa-
mintos por motivos de egolsmo, prepotência e falta de senso
humanitário. Ca1cu1a~se que o glol:xJ terrestre oferece condieôes
de vida digna a 22 bUh6es de habitantes, desde que se explore
o seu potencial na.tural. Por que então não pensar em melhor
aprovelta.Jmonto e distribuição das riquezas naturaJs da terra e
do subsolo, em vez de capitalizar em favor de annamentos e
de interesses particuJares?
DIr.se-á: é utópIca a proposta de desannamento mundial
em favor de outras b.refas do gênero hwnano! - Utópica ou
não, tal proposta é ti única .via sábIa para dar remédlo à si.
tuação de impasse ou decadência a que se vaJ condenando o
-512 -
EXPLDSJt.O DEMOGRÁFICA E PATERNIDADE RESPONSAVEL 29

gênero humano por (alta de visão fraterna e eomunltárkl. Oxalê


o despertar das consciências possa produzir resu1tados concre·
tos positivos!
Multo oportunamente dlz.Ia Paulo VI às Nações Unidas nos
4/ 10/ 65:
'\11, vida do homem ê sagrada; nlnguêm ouse alenlar contra e'a. O
respeito pela vida, mesmo no que le refere 80 grande problema da nataU-
dade, deve ler na vo ssa a5lemblê'. a sua m.ls alia aflrmaçlo 8 a lU.
defesa mais raci onal. VOS devols procurar quo o pio seja suficientemente
abundante n. m... d. humanidade, e nlo favorecer uma ragulamantaçlo
artlfl clal dos nUclmlnlOS, qUa a.rll irracional, para diminuir o númaro
dos comanaals do banquete da vld." ( n9 6).

3.3 . Moral cristã I ul6plca ou eXlqülval?

Quem toma consciênCia da posição da Igreja, porta.voz da


lei natural, frente ao problema da paterntdade l't..iSpOnsável,
talvez julgue Que se trata de Moral inexeqüivt'l ou utópI ..>a.,
lrreallst6 . . . Não falaria a homens, mas a anjos.
Esta observação, que não raro é feIta aos fiéis católicos,
sugere algumas ponderações Importantes.

1) Por certo, a Moral católica é Moral que tende a levar


à. perfeição. Nem poderia st'r outra. visto que o Evangelho
mesmo diz: cSede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito»
(Mt 5, 48) . Compreend...., pois, que não seja Moral facllltá.
ria; quem a quer seguir. deve passar pe1a porta estreita de
que fala o Senhor em Mt 7,135.
2) Todavia a Morei do Evangelho é para todos os homens
Indistintamente, e nio apenas para uma elite. Todos rece~m
de Deus o mesmo apelo à santidade; ninguém é chamado à
mediocridade ou ao meio-termo. A perfeição moral, para o crls.
tão. não ê algo de facultativo, mas ê, por assim dizer. o objeto
do primeiro mandamento da Lei de Deus.

3) O dláJogo entre Deus e todo homem a propósito do


vocação à santidade é bem ilustrado pelo episódio do jovem
rIco. Depois que este se foi, acovardado diante do apelo do
Senhor, os Apóstolos exclamaram: «Senhor, quem poderá ser
salvo :t Ao Que Jesus respondeu: «Aos homens isso ê impossl-
vel, mas para Oeu.s tudo é possiveb (cf. Mt 19, 23·26) _·
- 513-
80 .pERGUNTE E RESPONDEREMOS, 252/1980

Estas palavras significam que, se à primeira vista hA m.


eéndas de Deus lnexeqüiveis aos homens, as mesmas se tomam
viãveis pela graça do Senhor. O cristão não é simplesmente um
estóico ou wn faquir que tenta, por suas pr6pr1as forças, reoJ.I;.
zar proezas que o comum dos homens não executa, mas é wn
flllto de Deus, dotado de novo ser, que o torna filho de Deus
não apenas por nome, mas em realidade.
A propósito vêm palavras de Paulo VI na encicllca cRu-
manae Vitae,:
"A doutrina da loreJa lobre 11 reguleçlo dos nasclm.nto•• que p~
mulo •• lei dMna, p....c.r. aos olhOl de mullo. d. dlrlcll ou mHmo de
lmposslWlI atuaçlo. Cerlamlnte, como toda. a. realldad •• grandiosa e be-
néflcu, "a exllle um Imponho .érlo li multo. IIforçO$. Indlylduals , famf..
lIaraa I sociais. Mlr. ainda: tlla nlo a,rla. de la'o, vJl!I,vel .Im o auxilio
de o.ua, Que apola e corroboTII a boa vontade doa home ..... M... para
quem refletir bem, nIo poder' deixar de aparecer como avklente que
tala c.forço, 1110 nobllltantoe para o homem I benéfico. para a comunl~
dade humana" (119 20).
If.) Mais: a vlda da graça é outorgada a crIaturas peca-
~orasj é recebida em vasos de argUa. Isto quer dizer Que está
sujeita a deparar·se com fraqueza, covardia, infidelidade. trni·
ção, recusa . .. A graça deve suscitar 8 conversão do homem c
e. purifIcação dos pecados. Por conseguinte. ela não realiza a
sua obra instant4ncamente. mas no decurso de toda uma vida
na qual há muitas quedas. recaídas. sonoJência espiritual. rea-
vivamentos. aITOubos entusiastas . ..
Isto tudo significa que o apelo à santidade está envolvido
na misericórdia de Deus. O Senhor chama criaturas que neces-
citam constantemente de perdão para as suas faltas e de cura
para as suas eJÚermldades. Muito oportunamente nota Paulo VI
na enclclica cHumanae Vitae, :
"Envldlm os ..posos OI asforços nacesstrlOl, apelado, ". f6 I 111
"peTllnça . . • Implorem com ora,.:1o p.raeverante °
auxfllo divIno. Abel-
"un·••• lobr.ludo pala Sanllulma EucarIstia, da fonle da graça e da carr..
dada. f, aI. poNenlura O pecado vier a venc"lo" nlo de.anlmem, mas
,...orram com peNhar.n,a humilde" ml1lrlcÓrdla divina, que • oulorg~a
no IIcram.nto da Panltlncla" ( $ 25).
Aos sacerdotes de modo espedal db; O Santo Padre:
"Nlo minimizar Im Moda a doulrlna tllutar dI Cristo' forma da ca-
"dada .mlnente para com ai almll. Ma. luo devtl andll nmprl acom-
panhado tatnblm da p.cllncla • dI bondade, de que o meemo Senhor deu
o exemplo, ao 'ralar com os homan•. Tlndo ~Indo par•••Iv., • .nIo para

....."'.
~Igar, Ela foi Intranala-ntl com () ma'. ma mlurlcordloso para com OI

- ~14-
EXPLOSÃO OEMOGRAFICA E PATERNIDADE RESPONSAVEL 31

No melo ti .. lU" dlflculdad.., QUI 011 conjuga II1conlrem sempnt


na p.llIVf. e na coraglo do u,c.rdol. o eco fie' da vca I do .",ar do
Rldentcr"' (n9 29) .

5) Para terminar, lu.se oportuno lembrar a distlnoção,


proposta por Henrl Bergson. entre Moral fechada e MCJ.1'SIaber-
18. Mora] fechada é e.quela que confirma o homem na sua 1'00
tIn", tranqüllliando·lhe a consciência por ter cumprido estrita·
mente o seu dever sem lbe propor perspectivas de crcsc1mento
espiritual ou de heroísmo. Ao contrãrlo, Moral abt!rta é aquela
que lncita o homem a se ultrapassar constantemente, abrindt>
.lhe novos horizontes de perfeição. Ora o Cristianismo apregoa
wna ÊUca aberta. que atrai o homem a cumes sempre mais
elevados, procurando desinstalA.l0 de certo indiferentismo r0-
tineiro.

lt à luz destas. ponderações que se entenderá a Moral cristã


referente à reguJa~ão doa nascimenlos.

BhlUograna :
8EMFAt.4 (Soel.d.d. t::lvll Bem .. slar Famlll.r no Brasil): lOlE11M
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-4/1111967. pp. 2e2-2t1S. .
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ela, com blbllogralla). .
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ZALBA. M., La NQulaol6n d. Ia natalldacl. Madrid 1888.

-515 _
Declançlo da Santa S6 sobre

a eutanásia

I!'m .Im... , A tlulanésla (ou o Induzir I morte por c:.gmpalxlo) pode


••r dlrela ou Indireta.
A outloúla direta 6 o alo d. InfligIr ti morto medlanle recuno ocr-
slvo. Tal alo' aempre IIIclto, porque o homem nlo Iam o dlralto d. dispor
da lua vida nem da vida de Imlo lnocanta,
A eutan"J. Indl,ala 6 • atituda de lubtr.!r a um paciente OI recurso.
sem os quala lha' Impoulvel conservar a vida, Tais recurtos podam ..r
clasallleldol Im duas ealegorlas: OI ~rop(lrelon.l. i probabilidade dI
mllhor. ou recupera;lo e OI desproporcIonais,
Diz... que um ,.curso , desproporcional quando eld"e .parato alia-
menta all/cJl ou penoso em vlsla d. eX/Quo ou nulo resultado médico (ve-
lam-te oa CUOI do Gener.Unlmo Franco li do Marechal Tito). Ora nlo h6
obrlg8çlo moral de aplicar tais recuraOl, Todavlll llca sempre o d.....r da
ollreclr ao pacllnte os meios otlnellol da enlreler I vld, (allment,çlo,
'nJeç6e., t'an,'u, ao de aan-gue . .. ).
Quanto aos recursos proporcioneis, h6 ebrlQaçlo, em consciência, de
IIpll~·I(l',
deSCIa qUII estejam dentro do ak:ance dlls PO~81 do paclent.
ou dos ,...pecU"oa famlllar., .
Como ae enlende. 8 proporçllo ou • de$proporçAo axlstante entra
datarmLnedo melo leraptutlco • u prObabilid ades de êxito pode Sllr dl .... r·
slmenle apreciada; ta' IIv811açlo envolvI sempre um 18nlo de subjetividade
de quem a r.allu. SerA necessllirlo, por'm. que com loda • I.aldade, diante
d, Deus, l i pelloas "lpons6vels procurem considerar a $ltuaçao • tornar
(I alvltr. mlla Ilal poaalval aoa ditam .. da Moral.

O novo documento da Sant, Sê ,"Im apresentado significa uma


1eV1.10 do problema da ,ulanula em tarmoa atualizados, mal .ampre Il6la
acs principias da Lal do Sanhor.

• • •
OotDeDtárto: Com a data de 1/05/ 80 foI publicada em
fins de junho pp. importante Declara~ da S. Congrega.o;5.c
para a Doutrina da Fé sobre a eutalÚlSio. O assunto tem sido
muito discutido, o que bem se compreende pelo fat.o de se apre-
sentarem 80S estudiosos facetas novas e Inéditas do antigo pro.
blema. Em vista disto, transmitiremos, a seguir, wn resumo do
documento de Roma, após o qual serão propostos alguns co·
mentArlos do tema.

-516 -
A EUTANASIA 33

I. O DOCUMENTO

I. O p",blemCl

o Concilio do Vatleano n rejeitou em 1965 a eutanAsla


como sendo um crime contra A vida humana. que deve mere-
cer r.spelto (cf. CoIISt1tu1~ Gsndlum ot Speo n' 71). Todavia
nos Ultimas anos os médicos e moralistas têm recolocada o pro·
blema com insistência, visto que a medicina tem aumentado o
seu poder de prolongar a vida cem condJçôes que acarretam,
por vezes, problemas morais:. (Introdu~o); pergunta.se qual
o sentido que tem a vIda humana entretida artrncialmente por
aparelhagem complexa e de maneira extremamente precâria;
não lhe serIa preferivel um tipo de morte csuave:.?
Frente a esta nova colocacão do problema, a S. Congrega·
cão para a Doutrina da Fé mandou proceder a al-entos estudos,
dos quais resultou a presente Declaração. Esta se dIrige, antes
do mais, aos fiéis cristãos, que, mediante a fé, encaram a morte
e a ressurreição como participação da Páscoa de Cristo (cf.
Rm 14, 7-9; Fll, 20). O docwnento, porém, poderá encontrar
acolhida também da parte dos homens de boa vontade que,
para além de diferenoas filosóficas ou religiosas, tenham cons·
ciência dos direitos da pessoa humana; tais direitos, fundamen.
tais como são, não estio sujelf:cs às oscilações que o pluralismo
polItioo ou a liberdade religiosa poderia suscitar.
Uma vez exposto o problema e apresentado o respecttvo
documento, o texto aborda os sucessivos aspectos da d~licad3
questão.

2. O ...10, dCl viáco humana

A vida humana é o bem fundamental, condição de toda


atividade humana e de toda comWlhão social. Os homens cos·
tumam atrIbuir·lhe caráter sagrado, cariter que aos olhos da
fé ainda maior valor assume, pois a vida aparece como «um
dom do amor de Deus, que é preciso conservar e fazer fruti-
ficar •. Destes principiO. decorrem conseqüênclas Importantes:
1) NInguém tem o direIto de atentar contra a vida de
uma pessoa inocente sem se opor ao amor de Deus e sem violar
- 517-
34 cPERGUNI'E E RESPONDEREMOSt- 252/1980

um direito fundamental - o Que quer d12er: sem cometer crime


de extrema gravidade 1.
2) Todo homem tem o dever de configurar a sua vida
segundo o designio do Criador. Ela lhe é confiada. como um
bem que ele deve valori2:ar nesta terra. mas quI.! só encontra o
pleno desabrochamento na vida eterna.
3) Por conseguinte, o suicídio é t.õo inaceitável quanto o
homleldlo; vem a ser. da parte do homem, rejeição da soberania
de Deus e do designlo de amor do Criador. Muitas vezes também
é recusa do amor li si, negacão da asplracão natural à vida, e
capltulacão diante dos deveres de justica e caridade em relação
ao próximo, - Verdade ê: que, não raro, o suicida é vitima de
condições psicológicas Que podem atenuar ou mesmo suprimir
a sua responsabilidade.
Do sulc!dio distinga· .. O sacrIflc!o pelo qual alguém expõe
a sua própria vida em vista de nobre causa, como a 'honra de
Deus, a salvação das almas ou o serviço dos irmãos (d. Jo
15,14),

3. EutanásIa: conceito . . .i"";ra abordagem


1. Etimologl-camente, eut:aDlMda slgnltica morte mave sem
cruel sofrimento. Ora tal acepção, um tanto genérica, é entendi-
da, 'hoje em dia, em sentido mais detlnJdo: a eutanásia. na proble.
mática moderna, vem à ser o tato de cse provocar a morte por
compabcão:t pam extinguir sofrimentos cruciantes ou para evi-
tar que crlan~ anonnals, enfermos incuráveis, doentes men-
tais levem, durante 1lJlO$ talvez. uma vida penosa, que, além do
mais, acarretaria encaIl:os pesados demais para as fam1llas res-
pectivas e a sociedade.
Em conseqüência, a Declaracão enfatlza:
"Por eulanisl . enlendMnol uma açlo ou uma omlMlo que, por ai
ou segundo Inlenç.40 deliberada, provoca a morta a fim de extinguir qual-
quar t.alrlmenlo".
"Or. a nln"u6m • licito autoriur • morta de um ae, "umano Inocente
_ teto ou embrllO, criança ou .dulto, ancllo, doanta Incur. ...al ou . gonl-
zant• . Tamb6m I nlngu6m , licito pedir a. te guio homicida plr•• 1 ou
par. outra peseo. conllada &. aua re!Jponsabllldade; nem mesmo dar con-
aentlmanlo, axpllcllo ou Impllclto. a tal prtllca di IIcllo. Nanhuma autoridade
e poda legltlmama". Impor ou pennlllr. Ha....rl. nlaao a vlolaçlo dI uma
a Em nota -da roda-'" I S, Congreglçlo faz quastlo da o'*'rvat que
nlo .bOrda nula Oeclaraçlo •• quealoe. atlnentM
guerra. pola asta. hlo de . ar abordad. . . luz d.
*
pena dt; morta e
"coMJd.taç~
*
e.paelfl-
OU IItranhu 1 p"""''' temlUca".

- 518-
A EUTANASIA 35

lei dlvlnl, ofensa 6 dignidade da JluaOI humana, crime contra a vida, alan-
tado contra a humanidade".
Pode acontecer, sem dúvida, que dores prolongadas e eru-
clals ownotlvos de ordem afetiva ou outros: induzam alguém
a crer que pode legitimamente pedir a morte para si ou levá.la
a outt'em. Em tais casos, a responsabilidade subjetiva de quem
pe~ ou provoca a morte pode ser atenuada ou mesmo nulaj
todavia, objetlvM1!nte falando, o morticlnlo como tal fica
sendo inaceitável. 1t de notar outrossim que os enfennos que
pedem a morte. multas vezes pedem afeto, calar humano e
apolo moral mais do que 8 proprJa morte; aos familiares, mê·
clieos e enfennelros toca entender tal carência e correspon-
der-lhe_

4. O cristão perante a dor e os analgésiCOS


A morte é, rnwtas vezes, precedida por dores atrozes. que
a tornam peculIarmente angustiante.
A dor, de um lado, ~ inevitável ao homem; constitui uma
advertência e um nlanne de utilidade para o ser humano. M
vezes, porém, D dor J)Ode assumir tais dimensões que é legiUmo
desejar mlnorá·la _ o que se faz mediante os analgésicos.
Nio poucos · fiéis recusam, por completo ou em parte, o
recurso aos analgésicos, desejosos de assim partIcipar mais in·
timamente da Paixão de Cristo e do sacrlficio redentor do Sal.
vador. Todavia tal atitude herólea não pode ser imposta como
nonno. geral. For isto a própria prudência aconselha em muitos
casos o recurso a analgésIcos, mesmo que daI resultem efeitos
secundários menos desejáveis, como são a diminufcão da com·
clência psicológica e certa dcpagem.
EIs, porém. que o uso de analgésicos sugere algumas ob-
servações. Na verdade, para combater o hábito e manter os
efeitos dos mesmos, requerem·se doses crescentes. Ora é pre-
cIso evitar que o recurso aos analgésicos impeça o paciente
de cumprir seus de\>"eres morais e religiosos de maior vulto;
com outras palavras. . . não o reduza à condição de ser per-
manentemente Inconsciente. mas lhe deixe a possIbUldade de
cUspor da sua vida segundo os parâmetros da intt-llgêncla, da
fé e do amor a Deus e ao próximo. De modo especial, é pre·
clso que o entenno se possa preparar eonscientemente para o
encontro definitivo com Cristo; sim, a vida é como um llvro
que cada ser humano escreve dia por dia; ora é necessár10 que
ele possa subscrever a esse enredo de maneira lúdda e vohm-
-519 -
36 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 252/1980

tâlia, no fim dos seus d1a~. Na m...adida do possIvel, é para de!-


sejar que Q pessoa humana não morra como os animais, mas
possa tomar as providências finais, pOr ordem em seu curso
de vida e suas relações com as demais criaturas C dizer um
Slm cheio de amor ao Cristo que a convida para a plenitude :la'
vida. Dc"..dc que estas condições sejam respeitadas, pode.se
aceitar a eventual d1m1nulção do tempo de vida ou a acelera-
ção da morte fisica acarretada por certQ3 analgésicos.
A propósito, levem·se em consideração as ponderações do
Papa Plo )aI em alocução a uma assembléia de clinlcos, cirur-
gIões e anastesistas em 24/ 02/ 1957:
«Toda forma d• •utanásia direta, isto é, a adminiltraçõo de
nare6tleos com o flm d. provo~r ou apressor a mort'~, , iIIdto,
porque nesl& ca~o Soe pretende dhpor dlretement. da vida. Um dos
principiai fundamenlai, da Morol naturol e cristã é que o homem
não ó sonhar nem dono, mCu $Oll'l.nlo l,uufrutuilrio, do seu carpo e da
sua exht6nclo. Oro o homem orro.9a-se o direito de di .. posi,ão direto
da vida toda vez que Q quer encurtar. No hip6tes. por v6s encarado
Ihipótese licitaI, trola·.e unlcamenle de "vitor ao padente dor..
insupartóvll!iil, por exemplo, em ca.o de câncor nCio suscetível de
oporoção ou em ano d. doenea Incuró_I .. .
O moribundo não pode permitir, e monos aInda 'Pedir, ao m6--
dico que lho provoque o estado de Inconseilnclo, so com iUQ ••
coloca em sihloção da nãQ podor .atldozer o daveres morai. grave.,
por exemplo, ao dever do regrar nog6cios imporlantes, d. fazer o
sou lostamento e de se confonar ... Para lulgor o liceidode da nor·
cose, • preeiso tomWm inquirir se eslo estado ser6 relalivoment.
breve Iduronte o noite ou por o!gumos horas' ou prolongado lcom
ou .. em interrupção); •• r6 preciso considerar outrossim .0 o u.o do~
faculdades voltar6 em certos momentos, por alguns minuto. ao menos
ou por a~gumas haras, dando 00 Moribundo o possibilidade de fazer
o que o ..eu devo, lhe im!=l6. lpor .xemplo, rocondtior·s. com Deus).
Por outro parte, um m6cllco conleienéolo, embora n60 sejo crist60, :
nõo cederá lomals 61 inst6néias de quem desejasso, contra Q vontade
do moribundo, fOl:er·lhe porder Q lucidol, paro o impedir de tomar
(Brtos doçisõ.,.
Quando, não obstante el1 ohrigoca•• quo lho 'ncvmbem, o mo·
rlhundo !=Iede o narcose . , poro a Ulor, existem motivos .'rios, um
médico consciencioso não •• proslaró a isso sobretudo se for c:rilfão,
10m tor convidado o doente por ,i mosmo ou, melhor ainda, por Inter-
médio de Qutrem, O çUmprif an'., OI seus deveras. S. o doente obsti-
nado .e negar o ta1 cumprimento e persistir no pedido de narcos.,

-520 -
A EUTANASlA

o m6dico ~odaril conceder. lha Iam .e IClrnal culpado de cotaborocao


formal na falto cometida .. .
Se o padente wmpriu lodos os leu. devere. o re<ebeu O. últimos
sacramental, se indicoçõe. médicas clarol sugerem o onelleda, se nõo
'.0 ultrapassa na ftll.oçêio do. dose. o quantidade permitido, le se
mediu cuidadosamente o intensidade e O duração do estado d.
Inconsclênclo, e ainda .e o Inlereuado cOnlenle em tal Iralamento
- então nado so OpaOI o anolla,io " morolmonle pormltlda;, (hans..
(filo da cRevlsto Eclosi6stico erOlil.iru XVII 11957) p. ~Sll.

5. A ..... pla de combate à morte


Ao lado daqueles que querem truncar a vIda dolorosa e
sofredora de seus irmãos enfernws, recorrendo à eutanâsio. di-
reta, hã aqueles que se esmeram por aplicar ao paciente os
recursos mais modernos da medidna, prolongando 8 vida hu-
mQJla por meIos artiflcIals de grande complexidade e elevados
custos. Tais foram, sem dúvida, os casos do Generalisslmo
Franco, da Espanha, do Marechal Tito, da IugoslávIa, da jovem
norte·americana Karcn QulnJan e de outros notórios paclentél.
Ora esta nova pertinácia da medlclna no combate à morte tem
suscitado vozes ~ontraditória.s: há quem proclame o cdireiw
de morrer,. - o que não significa o direito de dar a morte a
si ou pedir a morte para si, mas o direito de morrer segundo 8
dignidade humana e cristã, em toda serenidade. Sabe·se, aliás,
que tem havido debates públiCOS sobre a obrigatoriedade, em
consciência, de recorrer ou não aos comp)e.xos recursos da mo·
derna terapêutica.
DIante d. questiio ética que assim se põe, eis a resposta
da consciência católica:
1) Todo ser humano 'tem a obrlgaçlo de culdar da !lua
saúde. Médicos, enIcnneiros e familiares de cuidar da SUB
oonsclenc1osnmente dos seus pacientes, minlstrnnuo-lhes os re.
médios que lhes parecem necessários ou úteis.
2) Todavia o recurso a meios terapêuticos l"'.Ao obriga a
consciência indefinidamente. Outrora os moraUsln3 afirmavam
que nio existe o dever de empregar lt'Jaios extraordinários para
preservar a saúde ou debelar a doenca. Por cmelos extraordi.
nmos:. entendiam. tratamentos raros, dIficels, altamente dJ.s.
pendlosos. .. Eis, porém, que, com o progresso da mecUclna.
os rectU"S03 cextraordlnârios, se vão tornando ordlnários ou
freqUentes e mais comWlS, de modo que a expressA0 crecursos
-521-
a8 _PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 252/1980

extraordinãrlos:t é inadequada; torna-se oportuno substitui·la


por c:~los de desproporcionais., aos quais se contraporiam os
crneios proporcionais,. Esta nova expressão significa que há
recursos médicos cuja complexidade, cujos riscos, cu10 custeio,
cuja possibilidade de c,mprego são muito mais wltosos do que
as esperanças de resultados benéficos; as probabilidades de me-
lhora significativa do paciente são tão exíguas que parece Inútll
apUcar-lhe tio rebuscados recursos médicos; a aplicação destes
parece então depender mais do afã médico de não capitúlar pe-
rante a moléstia do que do dever moral de entrett'r a vida hu-
mana.
3) Na base de tais ponderações, sejam propostas as se-
guintes normas:
a) :e lIcito aos médicos que para tanto hajam obtido li
aquiescência do paciente ou de seus responsáveis, apUcar os
recul'9OS maJs esmerados da medicina moderna, mesmo que
estes ainda estejam em fase de experimentação e acarretem
algum risco de vida para o eruenno. Aceitando tal teraupãutica,
o doente poderá dar provas de generosidade po"ta a serv.lço do
gênero humano.
b) :t: licito Interromper a aplicação de tais recursos, desde
Q\le niío propiciem os resultados almejados. Tal Interrupção.
porém, só deverá ocorrer após consulta ao paciente (se possível)
e 80S respectivos famiUares. Na verdade, haver-.i casos em que
os médicos julguem que o investimento em aparato técnico e
pessoal não é proporcional aos resultados previsíveis (tênu~s
ou pouco significativos); além do quê, tal aparato podeci pa.
recer constrangedor e provocador de sofrimentos que não te·
nham proporção com os beneficios previstos.
c) Ninguém, em consciência, tem o dever de apUcar a sl
ou a outrem o recurso a uma técnica usual, mas alndn arris·
cada e multo onerosa. A.recusa desta não pode ser tida como
um suicldio; antes, resulta da aceitação da frágil condição hu-
mana e corresponde ao desejo de não mobilizar difíceis recursos
sem justificativa adequada, como também do propósito de n§.o
impor encargos (financeiros e afetivos) demasiado pesados à fa.
miUa e à sociedade.
d) Na iminência de morte lnevitâvel, é licito renunciar a
tratamentos que só contribuiriam para diferir ti. morte de ma·
nelra precária e dolorosa. Todavia não é permitido, em consci·
êncIa, suspender os cuidados nonnais ou óbvl.gs que se presta:n
Q todo paciente (injeções, soro, transfusões ... ).

-522 -
A EUTANASIA 39

6. Conclusão
As nomas contidas nesta Declaracão são inspiradas pelo
desejo de seIVir ao homem segundo o designlo do Criador. Para
o cristão, a morte não é termo flnal ou quebra do viveri vem
a ser, antes, a passagem para a plenitude da vida. Dai a neces-
sidade de que todos os homens se preparem para essa b'anslçlo
à luz dos valores humanos e, para os cristãos, à luz dos valo.
res da fé.
Quanto aos que traba1ham nas profissões da lSaúde,
procurem não somente assistir aos pacientes com toda a SUI'l
competência técnica i mas esforcem·se outrossim por orerecer-
-lhes o reconforto - ainda mais necessârl0 - de imensa ternura
e de ardente caridade. Tal serviço prestado ao ser lnunano é
também servico 40 Senhor, como Ele mesmo disse: «Na medida
em que o tiverdes feito a um desses pequeninos, a mim o tereis
feito. (Mt 25. 40).
Na audiência concedida ao Eminentíssimo Sr. Cardeal Pre-
feito da COngregação para a Doutrina da Fé, o Papa João Paulo
n aprovou esta Declaração e ordenou a publicação da mesma.
Tal Declaração traz a data de 5/ 05/80 e as assinaturas do Car-
deal Franja Seper, Prefeito, e do arcebispo D. Jerônimo Homer,
Secretario da referide Congregação.

11. COMENTÁRIOS
Consideraremos três pontos: 1) Slntese do documento; 2)
Os analgésicos; 3) Significado da Declaração.

1• Slnl... do documento
Como se vê, a Declaração da Santa Sé velo esclarecer ques·
tão discutida e sujeita a mal.entendidos. O seu teor pode ~r
expresso mediante o seguinte esquema:
A eutanâ.sla (ou O induzir a morte por compaixão) pode
serd1retaouindirota.
A eutanàsla direta. ê o ato de infligir a morte mediante
recurso ocislvo. Tal ato é sempre Ulcito. porque o homem não
tem o direito de dispor da sua vida nem da vida de lnnão
Inocente. Nenhwna situação aflitiva, por mais crucial que seja,
justifica a eutanásia direta.
-523 -
40 C'PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 252/1980

A eutanásia IndJre1a. é • atitude de subtrair a wn pa-


dente os recursos sem os Quais lhe é Impossível conservar a
vida. Tais recursos podem ser cIaS:;lficados em duas catego·
rias: os proporçlonais Ià probabWdade de melhora ou recupe-
racão e os desproporcionais.
DIz·se que um recurso é desproporcional quando exige
aparato hwnano, material ou !lnanceiro altamente difícU ou
penoso em vista de exiguo ou nulo resultado médico; tal era
talvez.: o caso de Karen Quinlan, tal o do Generallssimo Franco,
o do Mare<hol Tito ___ Ora a Santa Sé declarou que não há
obrigação moral de aplicar tais recursos. Todavia res.tará sempre
o dever de oferecer ao paciente os meios rotinelrtls de entreter
ti. vida (aUmentação, injeções. transfusão de sangue . .. ); estes.
em hipótese nenhuma, poderão ser suspensos, qualquer que seja
o caso do paciente (admite-se. porém. que o conceito de C'rc·
eurso rotineiro, possa variar de caso para caso).
Fora desta última hipótese, ou seja, ao se tratar de re-
cursos proporcionais, hi obrigação, em consciêncla, de aplicá.•
•los, desde que estejam dentro do alcance das posses do pa.
ciente ou dos respeetlvos farnlllares.
Como se entende, a proporcão ou a. despropor cão exJstente
entre determinado ,",,10tera~uUco e as probabilidades de êxito
pode ser divenamente aprecladaj tal avaliação envolve sempre
um tanto da subjetivldade de quem a reallza. Será necessário,
porém. que com toda B lealdade, diante de Deus. as pessoas
responsáveis procurem considerar a situação e tornar o alvitre
mais fiel posslvel aos dJtames da Moral.

2 _ O. analgftlcos
O uso de analgésJoos nAo ~ vedado pela ~nsciénda cristA..
lmporta. porém, que não lmpetB. por co~leto o paciente de
dispor de &uas taculdades m~ntals. Esta clâusuia ,. importante.
visto que o ser humano deve poder enfrentar a consumação de
sua vida terrestre de maneira lúcide. e consciente; possa sanar
qualquer ferida que tenha infllgido ou que haja sofridoj possa
dizer aos seus a respectiva mensagem final (principalmente se
6 pai ou mãe de tamiUa, chefe de algum grupo ou criador de
alguma obra) i possa, enfim, subscrever de maneira humana e
er1stã o livro de sua vida, dizendo então a palavra conclusiva
de todo o discurso anterior. AInda Que esta atitude cause algum
esforto ou sa.crificio ao paciente. tal sacriflcio é o de um homem
(e crlstAo) que deseja comportar·se como tal até o fim de liU8.
-524 -
A EtrrANASIA

peregrlnação terrestre ; está na Unha da grandeza e magnanlml.


dade que deve ter caracterizado os seus gestos no decorrer da
vida p....ente. Claro está q"" compete aos tomlllares e amlXOS
do paclente assistir-lhe nessa fase decisiva e suprema de seu
curriculo; toca.lhes, sem dúvida, participar do afã, do entenno,
de pôr digno fecho ao seu viver terrestre; -em muitos ea.sos, os
bens de que mais carecem os doentes, s.ão os do afeto e do
apoio moral

3. O al!P1iflcado da Declcuação
.A Declaração da Santa Sé retoma e atuall2a principias j~
vigentes na Teologia Moral. Apenas se deve notar que outrora
se falava de recursos terapeuticos ordInários e extraorõinârlos,
sendo estes tidos corno não obrigatórios. Houve, pois, um pro-
gresso de conceituacão, vIsto que os recursos extre.ord1nârios
se vão tornando aos poucos ordinflrlos; o bin6m1o cproporcloDab
e edesproporclonab .parece atender melhor à realidade da me-
dlclna contemporflnea; não se evita, porém, a subjetividade do
julgamento, que cada uma das pessoas interessadas procurará
seja tão slqceN e leeJ quanto pOsslvel.
Talvez alguns estudiosos se surpreendam· pelo fato de Que
a Santa Sé não impõe a luta contra. a morte física de maneira
lncondlclonal. Tal aUtude da Igreja se deve à consciência Q\K!
o c:r1stão tem, de que a morte Ílslca não é termo flnal, mas,
sim, transição para a plenitude da vida. Quem deixa de exlstir
neste mundo. não deixa de viver, mas apenas muda a sua
modalldade de vida j por Lsto não lhe toca o dever absoluto e
Incondicional de 'efltreter a existência te~ com o sac:rifl·
elo de pessoas e coisas que poderiam ser uteis a outras pessoas
chamadas por Deus fl permanecer mais tempo na vida presen·
te. O cristão que tenha nftida conscIência desta verdade. não
se- apega insevidam.en te à peregrinação terrestre nem. consdera
B morte como um desastre a ser evitado a todo preço, mas vê-a
como ocasião de participar rematadamenu. da Páscoa do Senhor
Jesus.
A propósito ....,.•• • :
PR 34180. PP. 41~20 (a ,ut.,.la) .
PR 170174. pp. 58-71 Clullnillla para crllneu , adultos .. . ).
PR 198170. PP'. ~O-2Se (mata, plra IIv,.r o Intelmo 1).
PR 198170. pp. Hi-270 (abatln.,... (lOntra, morte ou tlumanlur ,
molte 7).
_vão _ O. S. 11.

- 525-
livros em estante
'ar. wna prtmeha '.llura da Blblla, por E. Charpanlllllf. Traduçlo do
frane6. 1)810 Pe. Jos6 Raimundo Vldlgal. eot'Clo "Cldemos Blbl1eos" rf11 .
- Ed. Paullnts, Slo Paulo 1980, 15B x 230 mm, 100 pp.
Este livro li realmente o que o lItulo e:xprlme: time Introduçlo .. lel-
lurtl d08 livros aagradOI. Em linguagem de "011 eomprl!8nsAo, lIutltada por
compareçOn 111 Imagans diversas, Q aulor vaI apontando 80 'ellor 03 grandes
recurso. necessA,los para o feliz entendimento do lexlo blblleo. CharpenlJer
apresenta li mentalidade .emlla, 111 noçlo de ;61'10'08 III.rirlas, li história da
formaclo dOi livro I blbllcol. tabala. cronológica •...• de '1' manel,. que
os "lOgfedc»" da lII.r.lu,. blbllca a. ylo ,evelando. Ao fim de cada capI-
tulo, o '8110r .neOl!lra • Indlcaçio da passagens blbllcu a8Ie'a" que cons-
tituam valiosa anlologla. Digna de especial mençlo li a planilha po. 'a enlre
I' pp. 48 e 49, que v.m 8 $9r a ISlntes. do livro Inlelro de Ctlarpenller.

Registramos com prazer que, embora o livro tanha aldo ,.dl5lldO orlgl-
narlam.nta em franch, o tradutor sabiamente aubstltulu os axamplos tlrad~
da cultura france.. por oulroc da cultura bra, lIel,a, A obra merece ampla
dlfu.lo.

Da acordo com • Elcrltura, por P. M. Seauda. Traduçlo do franch


pelo Pe. José Ralmur'ldo Vldlgll. Colaçlo "Cadernoe Blbllco." nt 2. _ Ed.
Paulln." $10 Paulo 1880, 158 x 230 mm, n pp.

~re volume .e conClnlra nos escrllo. do Novo Testamento. dentre


os Qual. OI Evangelho. alo mais longament. considerados. Procura moslrar
como, a partir do falo da msurrelçlo de Jeeus, a pregaçlo cr1111 sa tal
desancadeando, de modo a ausclta, paulatlnament. os esc ritos dos ApóS-
10105. que alo o eco da..a pregaçlo oral ; tais escritos conl'm constantes
.IUIOfI, da carilar ei}:lllcllo ou Impllclto, a08 livros do Anllgo Teslamanlo,
mo. trando que es promesses lellas oulror. 80s Pala 8a cumpriram em Crlslo;
dar o Iftulo do livro "Oa acordo com .. E.crltura.... Tal anfoque .. vAlido:
contribui para per em relevo a leologla blbllcl, que, em "111m. In611se, ,
O principal oblatlvo di lodo reitor da S. Escritura.

o II\/ro , l'IComend'-v-a1 nao 16 ao. que Inlcram aeus a.tudO$ blblkoa.


mas tamblm aos que 'A se familiarizaram com 81181.
A colaçlo em foco conala'" de 29 volumes, relativos 11 lamas blbltcos
Itu.II, tendo am vlsla o grande pOblleo, par. o qual tanle "traduzir am
mI6do." as grar'ldea conquistas da uagale .adlamenle erudita .
COMo viver • r"XUIUdtct., por Fral ()yfdlo Zanlnl. - Sacretariado
ArquidIocesano de Puloral Voc.eclonal, Pouso Alegre 1980, 157 x 210 mm,
87 pp.
o autor lanclona orientar os Jovens a respello do delicado ... unlo do
88XO, DlstLngue enlra sexualidade, genlletldade a genItIlU.mo: .lfrma que
todo .ar humano esta mareado pelO sexo (rn ... cullnldade ou feminilidade)
- O qua nlo ImpllCI neceallr1amenle a QClftUal1dade ou a cópula .sexual;
asll, nas clrcunsllnclel devidas, poda aar sanla. Ao conlr6rlo, o gentla-
IIlmo 6 o abu.o das funç&t. genlCal., Idanllllcado com prcslllulçlo e llbar-
tlnl.mo, O ..tifo do 8ulOr , frlnco e ,ealll la.

- 526-
LIVROS EM ESTANTE

Entontram-sa em ,tal livro plglnas multo proveltosu, porque comtl·


buem para dissipar concapçtlell .nOna.. ou tabus relativos ao "eto. To-
dlWla • postlva' que o autor lenha Ido um pouco longe, como .. poda"
depreender das Ob•• Nage••• ~lxo:

1) Tem... li fmpres,lo de que, no livro. I concuplsC6ncla, Inala em


todo .., humano, nlo , devidamente lavada em conta. O homem nlo'
uma criatura por ai harmonlo.., todavia daterlorada por prtconcertos de
educaçlo ou da vida loela' i na verdade, U pabt6et do cong6nU., • podem
••r axcitado por um tipo da COOIportemenlo Imprudente • IrrefletIdo; daI
li .Abla recomendaçlo da caulela quando 118 , ...ta de conduta sexual.
Cf. PP. 411, on"- se due,arla uma vlsle mais prudenclal.

2) O ollmlsmo do autor em relaçAo " natureza humana tr.nsparece


.m pAgino dlvertea do livro: p. 20 ("por qUI nlo dar lOS ' menino! a
chartcs da ,...... , o corpo de suas Irmlzlnhas?"), pp. 23-27 la contemplaçlo
do corpo humano nu), p. SI (a axperlêncla da e.rbarella a do ral • em-
bIO.... l ...

3) PedlrfamO$ 10 lutor que explique melhor a 8UI pottçlo antropo-


16;lca: no homem existem duas realldadet dlstlnt.. - corpo • alm., ou
mat'rl• • "plrlto? Ou .e trata apenas da dota noma. d. um. re.lldada
6nloa7 Se o a5plrllo nlo .a dlstlngua realmante da malérla, • InevltAva!
cairmos no matarlan.mo. A dlsllnçlo anlra asplrlto ., materla ••" longa d•
• Ignlllcar dualismo ou m.nlqual.mo. O duall. mo.6 ocorra quando o .dmlta
anlagonlsmo ou oposlçlo anlra corpo 8 alma ou entra ma"rra a •• plrito.
Quem admlt. que mal6r1a e e.plrllo 110 r'8lmente disti ntos um do outro,
mas nlo ae opOem muluamenle no plano ontológIco, ao contrArio se C4)Ift-
pl.m.ntam em alntase harmoniosa, 060 prol..... dualismo nam manlqualamo,
mu, alm, dualldad •. A dualIdade , lreqtienle na nalureza: ....m a &ar um
penhor da harmonia; asalm o masculino • o feminino conallluem verei..
dei,. dualidade (que' preciso afirmar), nlo, porllm, duellsmo.

810 estes alguna pOUCOI tópicos que, no momento, Importl apontar


no lIyro .m loco. Voltaremoa ao wunto em uUerlor arllgo da PRo Cremos
que 1.1 escrllo maroca tllVlllo, pol., ape..r do qui tem de vAlido, augare
uma mentaJld.de um lanlo Irreal e um enfoque IncomplelO do qUI ...Ja ..
natufe%1 human..

o. P.d,.. di lare", por A. Hamman. Traduçlo de Ir. I.abtl Fontes


Lell Fe,relr•• - ECI. Pal,lllnu, 810 P'l,Ilo 1980, '58 )t 230 mm, 290 pp,

Chamam.,. "p.draa da IgreJa" · o. escritoras crlallos (blapol, prnbl-


taros, dl6conoa ou 1.lgoa) que conlrlbulram para I ratt lraftlml...o • for-
mullçlo do vtlldadas d. " noa prlmellos "CU los, quando Ifl ntceaa6rlo
ClI.lIngul, nlUdamentl, d. hareelaa d i... ,... Inllo ollund.a, a men..
revelada por Crlato. Slo dllo. "Pais" porqu., por &eu amor !ti verdade, c~
"ern
lribulram pare o.rar li! "anulne vldl nu I UbaaqOtnlat garaC6M d. crlatlo..
A 'POCI pltrl,tlc:a, IIgundo bons hlstorlaCloroa, l i .nçarr. no Oçld.nle com
S . a,.górlo M.gno (t 104) • no Orl.ntl com 810 Joio Oamucano
(t 74$' . A. Hammart, na obra que rec.noamot. IImll.... aoa cinco pllmal-
roa "Culol - o que btm .. entend., pala nOI doi. ou !ro. Meu[oa tubleo
QOtnl. . ~.. esc.....ndO o nCimlro d. "etilO,.. !lualr...

-527-
44 ..PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 252/1980

o lulor 18'11 Im mira ollreeer um 1111 perlll blogr6f1co di cada


escritor anal/eado, .Ituando-o claramante Im . eu contexto hlst6r1co. I!. na
moldura deste que do citada. I brevemlnta analisadas as obras de cada
Padre da Igreja, obr.. dll qu.la Hamman extrai • publica, em traduçlo
portUgUIU, Ilgunl trechos mlls ClractlrfltlcOS. O Itvro • Ilustrado por
mape' geogr,llcol, qu.dros cronol6glcOl " no 11m, um léxico dos prlncl·
pais escritores crlsllo. da antigüidade (léxico que apresenta am poucu
nnhas o. autores dOI clnea prlmllros "culos nlo Isludados no corpo
do livro) .
A obra d. A. Hamman 6 de alto valor. Apenas I.ntlmos falta cfa uma
.mil.. mall mlnuclo.. I precisa de cada um dos principais IScrltoa pI·
trlslleol. Hamman, no CUD, • mais hlltorlador do qUI crometa I crfllco
IIlltirio,
Seria oportuno que o publico crlltlo ae .profund.... no estudo dos
Padres d. IgreJ• . A obra dl.t•• conatltul um dos mais puroa mananclala
da doutrina crlstl; '1odu u vez.. Que no Ocidente Ilorllceu alguma reno-
vaçlo tanto n. ordem do pensamento como na ordem cf. vida. " , tal teno--
vaçlo aurglu sob o algno dos P.dr.... (Hlnrl de Lub.c) . O retorno aoe
Padres' Inllpartvel do retorno 'a S. &crltur. . . 11 Uturgla; o pensamento
palrlallco revltallll ladlamante a manllflClada dos cIlsllos, pola alli ImprlO·
nado de profunda "oIOOla,

AntologIa dOi S.ntOl Pad,.., por Cirilo Folch Gomes. - Ed. Plullnu,
510 Paulo 1iSO, 158 x 230 mm, ~57 pp.
Estl livro compllmenta o de Hammln, apreslntendo ao leitor um
rico florll6glo di tlxlol p.ttlII1COI, qUI '110 dlldl Slo Clemente di Roma
(t c. d. 102) a" 510 Joio CemaSClno (t 7491. IA varledada da tamas
Ibord.dos 6 grande, d. modo qUI o lIvro se tome útil nlo lornante 10
Istudo da Teologia, m•• lImb'm lO cultivo dI Hplrltualld.de, O l'Iomam
modlrno lucra" pelo eoMato com fonl .. da esUlo I perspectiva dlvarso"
dos que c.aracllllzam ., obras mod.rnas. NIo pode haver aul6ntlco Irl·
balho teológico sem ,.nexlo aobre o. tlxtoa da IgraJs anllgl.

Congr.tullJnD-nOI com o autor dISta Antologla, que I' ui nl aua


..gund. acUçlo, reviste. aumenlada.
E. a.

-528 -
íNDICE 1980

ERG
e
Responderemos
'NOICE 1980
105 nWnet'os .. c1lrtita lndh:am n~pecUVamQnte tasdculo, ano de
edlção e pAgina)

A
ABORTO: em voga. no mundo .....•. . . . .. .•. . 244/1980, P. 168.
ABSOLVICAO COlEl'IV A: documentos da San-
ta Sé .... .. ...... . . .. ... .. ......... . ...... . 245/1980, P. 2()oJ :
242/1980, p. 56.
AMBIENTE RELIGIOSO E CIEN"nlFlCO
OOS S1:CtJLOS XVI/XVU ...... ........ . . . 250/ 1980, p. 421.
AMOR CONGUGAL EM TEATRO . .• .....•. . • , 251/1980, P. 479.
ANALG~lCOS E EUTANASIA ....... ....... . 252/1980, p. 253.
ANGOLA - .ltuação atual .. . ....... .... .... .. . 247/ 1980, p. 292.
ANIMAIS FALAM? .. . .. " .. . ..... 0. 0 ••••••• •• • 247/ 1980, p. 275.
ANO INTERNACIONAL DA CRIANCA : bnlanço 244/1980, p. 166-

8
BANQUETE DA VIDA •..... . . .... . ..... . ..•.. 252/1980. p. 512.
BATI::;MO - acordo entre católl.ços. luteranos
241/1980, p. 3 .
(! an~~Ru:Ncis.·· ~~~~;';Iê~~i~' ~"U. ·~ti~: : 248/1980, p. 322.
BEATIFICAÇÃO E CANONIZACÃO: que do?. 249/1980. p. 355.
BEBf:: DE PROVETA: tópicos de er6n1ea ••••. . 244/ 1980, p. 172-
BENTO, SÃO _ homem de Deus .... , . • , ...•.. 247/ 1980, P. 267.
BESTA DO APOCALIPSE: n6mé1'O G66 . . .... . 251/1980, p. 469
dlIG BANG:t E EXISrnNCIA DE DEUS ...•.. 244/1980, P. 15:.L
BISPOS DO BRASIL E JOAO PAULO U •. , .. . 25111980, p. 450:
DA HOLANDA E JOAO PAULO U .. .. 245/ 1980, p. 183.
BISSEXUALJDADE DO lNDIV1DUO HUMANO . 245/ 1980, p. :'14
BOFF, L.: <JESUS CRISTO l..lUE:RTADOfu ••• • 246/1980, p. 242;
249/ 1980, p . 36.'1.
BU~um... LU1S : .NAZARIN:. 25011980, p. 434.

c
CAMPOWESES : Jono Paulo 11 .01: • . •. •.. .•.. . 25011980. P. 429.
CANONIZAÇAO E BEATlFICAÇAO .• .•.. . .... 249/ 1980, p. 355-
CASAL E PLANEJAMENTO FAMILIAR: inde-
vusabWdade ............... . .. ............ . 252/1980, p. 503.
CASAMENTO RELIGIOSO DE CRISTAOS INDI-
FERENTES •...... .•....... .. ...... . ....... 248/ 1980, p. 322.
cCASSACAO:. OOS SANTOS .... ...... .. . ...... . 219/1980, p. 363.
cCATECHESI TRADENDAE. _ Exortacâo Apos-
t6Uca de Joto Paulo II •.••.. • .• ... , . . ...... . 246/1980, p. 22 .
CATEQUESE E JOAO PAULO U .. . ,.,., ...•.. 246/1980, p. 223
CATóWCOS DE ESQUERDA . ..... , .......... .. 249/1980, p. 39: .
C,,;IJBATO E MATR.IM:ONIO: dispensa da Iereja 243/1980, p, 125;
CELIBATO: por quêr . •••.....• . .••.• , •• •..• ... 243/1980, p. 126.

- 530-
tNDlCE DE 1980 41
CENTENÁRIO (XV) DE SAO BENTO .• ....... 247/1980, p. 261.
CJ::REBRO - transplante .. ......... . ..........• 249/ 1990, P. n.
CHICO XAVIER: aJlWst- do feoomeno ..•••••••• 248/1980. p. 316
CHINA: Sltuaclo rcUI'k>sa ................. . .. 249/1980, p. 315.
2Wl980, p. :152;
CIJ::NCIA CON'I'EMPORANEA E EXIS'N:NClA
DE DEUS .... ...••..•. . ........ .... .•...••.. 25V1980, p. 443.
CNBB: discurso do Papa 1 .. ....•.....•..... . 25111980, p. 451.;
E DOCl1MEN'TO DE PUEBLA . . . . .. . . 2-13/1980, p. US.
cCOMO SE FAZ UM PAPA. - livro Andrew
M. Gr-eeley .. ... .•..•....•..• ..... .. •..• .... '4811980, p. 3(6.
COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE: dis·
curso do Papa .. ..... ...... .. . . . . .......•.. 251/1980, p. 46L
COMUNISMO E CATOLICISMO NA CHINA .. 249/ 1980. p. :f75.
NA ROSSIA . 24lJl980, P. 19;
NO BRASIL •• 242/1980. p. 71.
OONCLA VES DE CARDEAIS E JORNALISMO 24811980, P. 346.
CONFISSÃO DE PECADOS AESOLVIDOS:
~rA~6LViÇiô' CÔi.EriVA··.·.·.·. 2Wl980, p.
245/1980, P.
56;
204-
CRIANÇA - 8\11S autncLa.s hoJe •.• . .•...... .•.. 244/1980, p. 166.
CRIANÇAS - Batismo de ...•..•....•. .•.• . •... 2f.8/l98O, P. 322-
CRIATIVIDADE NA CELEBRACAO EUCA·
RlSTICA .... . .......... .. ...... . ... . ..... . 246/1980, p. 260.
CRISTO DA FJ:: E CRISTO DA HlSTORlA . . . •.. 246/1980. p. 242-
CUERNAVACA E PSICANALlSE ............. .. 248/1980, p. 334
CULTO DA S. EtlCARlSTIA: Carta de João
Paulo U •.•.•• • ...........•••.•.......••.•. 24611980, p. :.!52;
DOS SANTOS : significado . ..... .•• .. . 24911980, p. 356.
CURANDEIRISMO: o poder da sugestlo 24411.980, P. 140.

D
cOEUS ESTÁ DE VOLTA:. no pensamento mo~
demo . ....... ... ........ ......... .... . .. .. 24411980, p . !iB.
DEUS NA CU!NClA CONTEMPOIUNEA •..... 25Ul980, P. 443
D'HERBIGNY, MICHEL NA R'OSSlA (1925-1937) 2U!1980, p. 82.
DIVORCIO: o NÃO da Igreja . .". ..• . .. ... "" ... • 243/1980, p. 126
OOCUME'NTO DE PUEBLA: deb3.tes no Brasil 243/1980, p. 119 .
DOCUMENTO DA SANTA 51: SOBRE O SACRA-
MENTO DA PENI'l'l:!NCIA ........... .. . .. 242/1980, p. G6.
DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA E MARXISMO 250./1980, p. 400.

E
ECLESIALIDADE DAS COMUNIDADES DE
BASE ..... ...... .. . . ........... ........ . .. 251/1980, p. -461.
ELEIÇÃO PAPAL E JORNALISMO . . " .•.... .. . 248/1980, p. 346.
ESQUERDA CATóLlCA ........ .. ........ ... .. 249/ 1980.P. 393.
ETICA SEXUAL: hDmOSlSeXualI3mO." • ••• • • • ,. 245/19SIJ,P. .219
EUCARISTIA: earta de Joio Paulo U ..... • . • 246/lB), P. .252;
E ECUMENISMO ..•.. ••. •••••• 246/1980. p. 261.
EUl'AN.ASIA - deelara('Qo da Sa.nta Sé • • ...•.. 2S2/1980, P. 515.
EVANGELIZAÇAO • ÇNBB ..... ........ .... .. ~52Il.98O, p. 452 .

- 531-
lNDICE DE 1980

EVANGELHO E COMUNISMO . ...•.......•.... 24.2/1980. p. 72 .


EXAME DE LIVROS NA IGREJA . .. . ... • .... 243/1980, p. 92
EXPLOSAO DEMOGR..AF1CA E PATERNIDADE
RESPONSA. VEL ...... . .. . .. . ......... ... .. 2S2J1980, p. 500 .

F
FALA DOS ANIMAIS: Slrn ou nfio! .. ..... . 24.7/1980. p. 275 .
n E CATEQUESE .... ... . . ... .. ............. . 246/1980, p. 237;
FENôMENOS MEDIONICOS ...........•. •.... 243/1980, p. 311 .
~980, p. 459;
FILOSOFIA CRIST~ : I CONGRESSO MUNDIAL 242/1980. p. 86.
..mRA DE CAMPO. - Uvro de Ranlv.o Lo Valle 249/ 1980. p. 393 •
FORMOSA (TAlWAN): Sltua(Aa r elle10sa 249/ 1980. p. 1$

G
GALILEO GALlLEI E JOAO PAULO U 244/1980, P. 100.
250/1980, p . 420
GOVERNO COMUNISTA E CATOLICISMO
NA CllIN'A • ....... .. . ..... .. ...... . .. . . ... 24911980, p. 379;
NA R úSSIA , • • , • . • ...•....•. .. .. •• . .. ..... 241/1980, P. 19.
GRAFITOS E TúMULO DE SAO PEDRO .... . . 251/198V, p. 490.
GREELEY, A.: cComO te lu um Papa.• . ...• . . . 240811980, p. 346.

H
HAERlNG B: «LIVRES E FttlS EM CRISTO~ 24.111.980. p. 8.
JiANS HONG E ROMA ....... ... " .......... .. 243/1~, p. 97 .
HISTóRIA COMO LUCAR TEOLOGlCO ...... . . 250/1980, p . 412:
HOLANDA: Slnodo d OI BIspos •.•.... .• •• • • . .. 245/1980, p. 186.
cliOl\lEM (O) MORRE• . . . • •. . ...•. •• •. ! . . ... . 244/1980. P. 1'SO
H OMEM RUSSO -- upiraç6es e Interrosaç(locs .• 241./1980, p . 19
UJOMOSSEXU"AIS, OS~ - livro de Marc Daniel e
Andn! Baudry . ....... ...... .. . .. .....•.... 245/1980, p. 209 .
HOMOSSEXUALISMO; AnAll$e e juizo . ...... . 245/1980, P. 216 .

IGREJA 242/]980. p. 11;


243/ 1980, p. 92:
249/ 1980, p. 381 ;
242Il98O. p. 17:
241/1980, p. 42 .
249/1980, p. 382
244/ 1980, p. 144 .
248/1980, p. 311
243/1980. p. U6 .
250/1980. p. 416 .
243/ 1980, P. 116

-532 -
lNDICE DE 1980

J
C'JESutTA, O, - romance de "John Gallahue .• 24211980. p. 11.
cJESUS CRISTO LIBERTADOR> - lJvro de
Frei Leon&rdo BoU • ••• . .•. • •....•. • ....••• 2f6Il9BO, p . :M2;
2i9/l98O, P. 365 .
JESUS CRISTO: pontos debatidos por Schll-
lebeeckx: •.•. .•. •..••• . .•... . • • ••••• ' .. " .. 24.7/1980, p. 301 .
J() E C. G. JUNG .•• •. . . . ..••••••.....•.••... 247/1980, p. 301 .
JOÃO PAULO U, CALILEU E Â INFABILWADE
PAPAL ...•..... , • • • ,., ..•... , ... , .... .. . . lSO/l980, p. 416,
AOS CAMPONESES . ........•.. , 250/l9EKJ, P. ~
AOS BISPOS 00 BRASn.. ... , .. . 251/1980, p . .4SO:
AS em ........................ . 251/1980, p. 461
JOAO xxru e MAçoNARIA ........ ... ...... . 241/l98O, P. 39
JUNG E A RELIGIÃO ... . ................... . 247/ 1980, p . 303 .

K
KONG. KANS, E ROMA .. , ...... .. ..... . •.. ••. . 243/1980. p. !rT .

L
LA VAILE, UNIERO: cFORA DE CAMPO, •• 249/ l98O. p. 393.
LEGISLACAO SOBRE MA'N;RIA AGRARlA . .. 250/1980, p. 420 .
LEI NATURAL E PE. ~G •. .. ... . ••.. . 24lI198O, p. 1' .
- explleaCio ................. . 252!l98O.p.506 .
LEIGOS NA IGREJA DA HOLANDA ..... : ... . 245/1980, p. 195 .
LEMERCIER, GREGóRIO, E CUERNAVACA . . 248/1980, p. 334..
LENIN E OOUTIUNAÇAO COMUNISTA •... , •. 241/l98O, P. 'Ir .
LEROY, M. - V. E cJESUS CRISTO LIBER-
TADOR , .......... . ....... ............... . 246/1980. p. 242 .
LIBERTAÇAO. TEOWGlA DA •.•..•..•. . ..... 250/1980, p . 4.00
LITURGIA E CARTA DE JOÃO PAULO D ..... 246/1980, p. 252.
cLIVRES E FttIS EM CRISTO, - lIvro de Ber-
nhard Haerlng .... .•....... .... •.. .•. ... ..• 241/1980, p. 8.
LIVROS SUSPEITOS E CENSURA ECLESIÁS-
TICA .•...••..... .. ....... . ....... . ...... . X31198O, p. 94. .
cWJA (A) DO OURIVES, - peça teatral de
KÍU'Ol WoJty1a •.•••••.....•••••••••••••.... ~980, p. 479 .

M
MAçoNS E JO.(O XXIU" ...• .•..• •.•••• ... ... 24111980. p. as .
MACISTÊRIO DA lGREJA E TEOLOGIA . ... ~/1980, p. 1]2 .
MAL E PROVIOlmClA DIVJNA ... ...•.. . .... 247/1980, p. 31M.
249/1980, p. 1m .
MAruasMO E CRISTIANISMO .....•. .... ..... 250/ 1980. p. 408;
TEOLOGIA .. •••. . •... . ...• . .. 2M/19BO, p. 400;
EM NOSSOS DIAS: dlveralf1~o .. 25OJl98O. p. 402;
LEND"ruiMO EM ANGOLA :H1/l98O, p. 296;

- 533-
50 1ND[CE DE 1980

MATRIMôNIO niD1SSOLt)'VEL: quando? ... . 243/1980, p. 127 ,


MEDICINA E SUGEST.A.O .. .. .. . . . ...... . ... . 244/1980, p . 140.
lottTOOO DA HISTORlA DAS FORMAS •... ,. 246/ 1980, p. 2-U.
MINIS'N:RlO EUCARlSTICO NA VIDA DA
IGREJA E DO SACERDOTE .• .• . , ..... . .. 216/ 1980, p. 25.1.
MONAQUISMO HOJE: QUE SIGNIFICA? ... . 241/ 1980. p. 2iO.
MORAL CRISTA - ut6plcn ou 6eqtUvel? ... . 252/1980, p, 513 .
MORTE DO HOMEM NA FILOSOFIA MODERNA 244/1980. p. 150

N
cNAZARIN. - fUme de Luis Buftuel •.... •• , . . 250/1980. p. 4M;
NUDEZ: aspecto moral •. • • . • •• ... • •... . • . .• . •. 244/ 1980, p. 161 .
NÚMERO DA BESTA (Ap 13,18) . . ...•.•....•. 251/1980, p. 469

o
OPC.o\O FUNDAMENTAL E PECADO .•... .•. .. 241/1980, p. 11.
PREFERENCIAL PELOS POBRES: que
sllP1ltlea.? •..••..... . .•.. . •... • ... ... •• •..• 24.1/ 1980, p. ~
cORAÇÃO AOS MACONS): anAlIs!! .... .... .. . 24.1/1980. p. 39 .
OTIMISMO: poder e intluêncla .............. .. 2W19SO, p. 143.

p
PADRE RETRATADO EM cNAZARIl"b DE
BURUEL . ...•.. 0.00' ° · · 0 . 0 • • • • • • • • • • • • • • • 250/1980. p. 424 .
PANSEXUALLSMO DE FREVO •..•.•..•. .•• •. . 24411980, p. 100.
PAPA: elclçAo dê ••.... . .• .• .• ••••••.••••• •••• 248/ 1980, }:I. 346.
PARAPSICOLOGIA E FENóMruOS MEDICNl-
COS ................. . . . .. .. . .. . . ........ . . 248/1980. p. 311 .
PECADO E OPÇÃO FUNDAMENTAL . ... ... . . 241/1980, p. 11.
242/19S0, ç . 56.
PENITeNClA SACRAMENTAL: nê<!eS.!Idad.e .. . 245/1980, p. :?04.
PENSAId:ENTO: que é? " ", .•. • • " •. ••• ... •. 242/1980, p, 505.
PíLULA ANTICONCEPCIONAL: eleitos ..... . 252/1980, p. 50S .
cPLACEOO.: talso remédio . . .. . .. . . . .. ...... . . 244/ 1980, p . 141 .
PLANEJAMENTO FAMU..IAR E ESTADO .. .. 252/1980. p. 501 .
POBRES: quom do segundo Puebla! •......... 241/ 1980, p. 285.
POBREZA E RIQUEZA INTERIORES . . . . . ... . . 250/1980, P. 431.
PODER DA SUGESTAO E SOFROLOCIA ..... . 24411980, p. 135:
00 O'l'IMlSMO ••.•.... .... .. .......... 244/ 1900, p. ti3.
PJtt.EXIST:E:N'ClA DE CRISTO NA TEOLOGIA
CONTEMPORANEA •. . . ........ . .... . ... .. 243/1980. p, 113 .
PRESTES, Luis Carlos e lVOJa ............. . 242/1980. p. 71 .
PEDRO: SopultlU1l. e reuqulas "' ••. .• ", , .. ,. 25U1980. p. 487 .
PROCESSO DE GALILEU ............. ....... . 250/1980, p . 422.
cPSICAN.ALISE E REUGUO.. de Gre:6rlo
Lentercler , .••...•.. . . .•. , ...•. .• .•...... • 24811980, p. 3M.
PSlCOFONlA: como se explica • • , •.• ... .. ..• 248/1980, p. 311.
PSICOGRAFLA: como se expUc.a-'!' •••••..•.• • .. 24811980, p. 311 .
PSICOLOGIA ANAUTICA DE C. G. JUNG .... 247/1980, p. 302 ,
PUEBLA: debate. .obre Docwnento FInaL.,." :lWl980, P. 11~.

-534-
lNDICE DE 1980 51

R
RECONCILIACÁO E PSICANALISE •..... . .... 248/l9I>J, p. 334
. RELtQUlAS DE SÁO PEDRO ........... .. .. .. 252/1980. p. 493 .
R ENASCIMEN"rO RELIGIOSO EM NOSSOS DIAS 244/1980. p. 100
cRESPOSTA A JOil _ livro de CarL Gustav Jung 247/ 198), p. 301
RESSURGlMENTO RELlGIOSO NA CHINA .. 249/ 1980, p. 375 .
RESSURREIÇÃO DE JESUS - n!'alldade obje Uva 243Il980. p. 117
RUSSOS E Fi:: EM DEUS ...... .. ........... . 24V1980, p. 19 .

5
SACRALlDADE DA EUCARISTIA ...... .. .. . . 246/1980, P. 2S5 •
SACRAMENTO DA CONFISSÁO: HISTORIA . 242/198, p. 60;
SALVACAO SOCIO-ECONOMICA E SALVAÇAO
CRISTA. ............. . .............. .... . . 25OIl98O, p. 414 .
SANTOS: culto dos (por QUê!) .... ... .. ... .. 249/ 1980. P. 356
SCHII ,ISBEECKX, E .: quest6es debatldas '" I •• 243/1980, p. 105 .
666: nÍlmero da Bem IAp 13.18 ) . .. .....• "" 25111980, p. 469 .
SEPULTURA DE SAO PE ORO .. . . ... .... .... . 252/ 1980, p. 487 .
SER VIVO: elernen'to$ earactertstlcos . ........ . 251/1980, p. 444.
SESBOtm:, B, E cJESUS CRISTO LIBER-
TADOR . .. .. ...... . . ,D , ...... , . , .. ..... .. 24.9/ 1980, p. 3ô6 .
SINODO DE BISPOS : que é? . " . .......... " 245/ 1980. P. 184.";
cPARTICULAR,. OOS BISPOS HOLAN-
DESES . ... . . . .. ... ..... .. ...... ... ..... .. 2ol5J198O, p. l.l:l3 .
~gEroO~ÁD~u~~ CóMUmD'ÃOÉS' EêLE:
244/1911), p. 145 .
S1AlS DE BASE ......•.••.•..•....•..•.... 251/1980, p. 468
SUGESTAO E PUBLICIDADE ..... ...... .. .. .. 244/1980, p. 138 .

T
TAIWAN : Situação rellclosa . " ... .... . .. ... .. 249/1980. p. 389
TEOLOGIA : que é ? ...... ... . .. ....... . ...... . 250/ 1980, p. 400.
DA LIBERTACÁO : que é ? ..•... 250/ 1980, p. 400 .
T EOLOGOS: luneto na Igreja . .... I .. . .. ... .. 249/ 1980, p. 373;
EM ~E ................... .. 243/1980, p. 91 .
TERAPIA DE COMBATE À MORTE .......•.. 252/ 1980. p. 520
~RA - dom de Deus . .. •... . . . ....•....•.. 25011980, p. 430 .
CTOPLESS,: avallaeao moral .. I " " " •• • ••••••• 241/ 1980, p. 161.
TOTALIDADE: teorta da . .... . .......... .... . 252/ 1980, p. 509
TRANSPLANTE DE C.tREBRO •..• .. ....•.•... 242/1980. p. 47 .

v
VALOR DA VIDA HUMANA .•• . • ..•.••.. ..•. . 252/1980, p . .516 .
VlDA - explicaçl.o meeanlclsta .. ...... • ...••. . 251/1980. p. -l47;
VEGETATIVA, SENSTI1.VA, INTE·
~A .... , . . . .. . ... ' " . .. ..... .. 242/1990, p. 48.
VOLTA DE DEUS ..... ... .... .. ..... ....... .. 244/ 1980, p. 151.

-535-
52 tNDICE DE 1980

EDITORIAIS
A IGREJA E O ABORTO ... ..... .. ......... .. 24511980. p. 177 .
AlliDA ECOS DA VINDA DO PAPA . .....•.. . 250/1980, p. 397 .
COM NOVO ANI?dO . • .. .. . . .. ...... .... .. . •• . . 241/198), p. 1•
FIDEUDADE À Fll: .•.. ... . . .... ... ..... . •. .• . 242/1980, P. 45 .
eJOAO PAULO 1; REI .. . REI. .• REb ........ 248/1980, p. 309 .
NATAL E FAMtLIA HUMANA .. .. •• . .... . •••• 252/1980, p. 485.
O PAPA NO BRASIL . . 0 • •• • • •• 0.0 •••• • _ ...... 246/ 1980,p. 221 •
OPÇÃO SUPOE CONHECIMENTO .. . .. ...• . ... 249/ 1980,p. 353 .
O SANTUARIO DA FAM1LIA .... .... .. . . ..... . 251/1980, ç. 441 •
cTU NOS FIZESTE PARA Tb . .• , .. .... . . ... . 247/ 198>,p. 265.
UM GRANDE VA2l0 E SUA RESPOSTA . . ... . 243/1980, p. 89.
V10UNClA SOBRE O FUNDO DE PASCOA 244/1930, p. lJ3..

LIVROS APRECIADOS
ABIB, Jonas, SDB - A BiBI.JA FOI ESCRrI'A
PARA VOe!: ......• ..... .. ...... .. ...• .. • . 246/ 1980,34 capa
BALTHASAR, Von e outros - Ô CULTO A
MARIA •.•... •...... .•.... ..... . .... .. , . .. 247/ 1980. p. 307 .
BA'ITISTINI, Frel ENCONTROS QUE
MARCAM .. .. ....• , ......•.......•.... . ... 243/ 1980.3" capa .
_ A IGREJA DO DEUS VIVO. Curso BlbUco
lobre a verdadeira Igreja ...... . . . . _. 243/1980,3' capa .
BEAUDE, Plerre - Marle - DE ACORDO COM
AS ESCRI'I'URAS .. ....... . •.. •... . ..•... .. 252/ 1980, p. 526 .
BRICHT, John - HISTóRIA DE ISRAEL . .... . 242/ 1980.3'eapa
CESCA, Ollvio - mNERÁRIO DA ENCAR-
NAÇAO . •...•.....•••.....•..••.• . .. . ...• 245/1980. 30' capa.
CHARPENTIER, ETIENNE - PARA UMA PRI-
MEIRA LEITURA DA BIBLlA ........... . 252/ 1980. p. S2G .
CONCU..rUM/129 - ESPlRlTUALlDADE - OS
CARISMAS : FE SEM ESTRtrrURA ...••.• 246/1980, p . :263 .
CRISóSTOMO, S. Joio - O SACERDóCIO .•.• 243/ 1980, p. 132 .
DA'ITLER. F. - A CARTA AOS HEBREUS ... 247/ 1980, P. 308.
FINCKLER, PNro - QUANDO O HOMEM REZA 24G/I980.3·cao~
GALOT, J . - PORTADORES 00 SOPRO NO
ESPIRl'l'O ......... . ....... . ....... . ..... . . 246/ 1980, p. 2G3 .
GOMES, C. FOCH, ANTOLOGIA OOS SANTOS
PADRES •.•...•••••.••....•...••.. • .•....• 252/ 1980. p. 528 .
HAMMAN, A. _ OS PADJt.ES DA ICFl.~JA .... 252/1980. p. 528.
INSTITUTO DIOCESANO DE SUPERIOR DE
WOR.BURG - TEOLOGIA PARA O CRIS-
TÃO DE HOJE. Vol. 9. SALVAÇA.Q E
REDENÇ.lO . .... ............ . . .. . ... . ... . 251/ 1980,3'cana
LAPPLE, AUred - A BlBLlA HOJE. Documen-
taca0 de hlstórJa, geogratla. arqueologia . . 21611980. p. 2G4 .
- B1BLI.A, INTERPRETAÇÁO ATUALIZA-
DA E CATEQUltSE. Vols.l e 2 - ANTIGO
TESTAMENTO.Vols.3e4 - Novo TES-
T AJ.tEN'I'O ...... .. ...•...•...........• 250/1980, 3' Côlp& .

- 536-
LEB - B1BLIA, MENSAGEM DE DEUS : NOVO
TESTAMENTO ....... . ............. . . .. ... 24411980, p. 175
LEPARGNEUR, Hubcrt - TEOLOClA DA LI-
BERTACÁO . .... .. ... ..... .. .. . ....... ... 244/1980, p. 175.
MACNUT, Francls, OP. - O PODER DE CURAR 24811980,4"CIlP'l
MER.\1ET, Rcy - A FÊ EXPLICADA AOS
JOVENS E: ADULTOS. VaI. [ - FÊ. . ... _. 24!)/19fKJ, 4" OPA
Vol. 11 - OS SA-
CRAMENTOS . .. 24911980,3' calXl .
MOHANA, Joüo - JESUS CRISTO RADIOCRA-
FADO . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248/ 1980, p. 352.
MONDIN, Batista - ANTROPOLOGIA TEOLó-
GICA . HISTORIA, PROBLEMAS, PERSPEC-
TIVAS ......... ... ....... .... ..... .... . ... 247/ 1980, p. aro.
- OS TEóLOGOS DA LIBERTAÇAO .. 250/1980, p, 440.
MONLQUBOU, Louis e BOUYSSON, Domlr.l- -
que. _ ENCONTRO COM A 81BLIA. Vol. I:
ANTIGO TESTAMENTO. Vol. 11 NOVO
TESTAMENTO . ..• . . •. . .. . . .•. . .. . .. . .. . . 250/ 198(), p. 110.
PAIVA, R. - O CONCILIO, MEDELLIN,
PUEBLA E A EDUCACAO ... ............. 251/ 1980,3' capa
PARENTEAU-CARREU, Suz.anne _ AMOR
DOANDO VIDA, FECUNDIDADE E CON-
TROLE DA NATAUDADE ...... _......... 24211980,3'ca.pa .
PAULA, Ruben Descartes de Garcia - RELI-
GIA..O, UMA CRIACÃO DA HUMANIDADE.
GeNESE, EVOLUÇÁO , CONFUTOS, PERS-
PECTIVAS ................... . ............ 243/ 1980,3' capo. .
PEDRINI, Allr!o J. - ORACAO DE AMORI
ZACIi.O. A CURA 00 CORAÇAO .. ....... . 24811980,4' cava .
PESTANA FILHO, D. Mano@! _ IGREJA
DOMÊSTICA . . . . .. .. . .. .. . . . . .. .. . .. . .. .. 248/1980,3' capa.
PIAZZA, W.aldomlro O. - O POVO DE DEUS NA
SUA HISTóRIA, LITERATURA, MENSAGEM
RELIGIOSA .. . . . .. ..... ... ..... ... .. ... .. 245/ 1980,4' capa
ROUET, Alb@rt- MARIA E A VIDA CRISTÃ.. 248/1980.3'capa.
RUIZ, Jos~ Maria Gonzalez - O EVANGeLHO
DE PAULO . .............. . .. .... ....... .. 246/ 1980, p. 264.
SANTOS, Luiz P@relra dos - CATEQUESE
ONTEM E HOJE .... . ....... .. .... ....... 242/1980,3' Cftp3. .
SCHARBERT, Jose! - INTRODUÇA,.O ASA.
GRADA ESCRITURA ... ........... . ..... .. 249/ 1980, p. 396
SCIADINI, p . - EM BUSCA DO MESMO DEUS.
Textos para· reflexAo e orac:!\o selc.-.::lonados -:la
sabedoria universa l.... ....... . ...... . .. ... 247/ 1980,3' capa.
SILVEIRA, lIda(onso. A VIDA OOS SANTOS NA
LITURGIA . .. .... ... _ .. .. . .. . .. .. . .. .. . .. 242/1930,4' capa •
VIANNA, José Ribeiro - DISCIPLINA EÇLE_
SIASTICA A RESPEITO DO HABITO T ALAR 242/ 1980, 3' capa.
VIDAL, Marc!ano - MORAL DE ATITUDES.
VaI. 2. ttICA DA PESSOA . . . . ....... . .. 241/193D,3'cape. .
WIl.J<E, J. C. e Sra. - . O ABORTO.. ........ . 247/1980, p. 308
ZAMlTH, J . e CASTANHEIRA, M. _ A PAZ NO
MEU CAMINHO. Vida de S40 Bento narrada
para o homem de- hoje .................... 243/1980, p, 1:~2 .
ZANI!'iI, Ovidlo - COMO VIVER A SE-
SUALIDADE . .......... .. ...... ..... ...... 252/19.30, p. 527 .
ZILLES, Urbano - ESPERANCA PARA ALÊM
DA MORTE ............... ........ "... ... 241/1980, p. ·14
AOS NOSSOS LEITORES
COM ESTE NOMERO CONCLUIMOS MAIS UM ANO DE
EXISTeNCIA DE PR, SUSTENTADOS PELA PROVID~NCIA
DIVINA. TODOS SABEM QUANTO é DIFlCIL MANTER UMA
REVisTA EM NOSSOS DIAS, QUANDO OS PREÇOS SOBEM
INCESSANTEMENTE E TODO ORÇAMENTO SE ARRISCA A
SER ULTRAPASSADO.

CRl!MOS NO VALOR DO ESTUDO DAS QUESTOES MO-


DERNAS A. LUZ DA Fé E DO PENSAMENTO CRISTÃO. POR
ISTO CONTINUAREMOS ... COM A GRAÇA DE DEUS_ TO-
DAVIA MAIS DO QUE NUNCA PR NECESSITA DA COLABO·
RAÇÃO DE SEUS LEITORES E AMIGOS, AOS QUAIS PEDE

1) QUEIRAM DIFUNDIR A REVISTA, AMPL.IANDO O


SEU CIRCULO DE ASSINANTES. SUGERIMOS UMA ASSINA-
TURA DE PR COMO PRESENTE DE NATAL;

2) PAGUEM A SUA ANUIDADE SEM DEMORA; POIS


NO FIM DO ANO A QUANTIA ESTIPULADA JA NAO TEM O
MESMO VALOR QUE NO INICIO;

3) PROCUREM FIRMAS QUE POSSAM ANUNCIAR EM


PR, ATENDENDO AOS SEUS INTERESSES E COOPERANDO
COM A. REVISTA.

EM VISTA DO AUMENTO GERAL 00 CUSTO DE VIDA,


VEMO-NOS OBRIGADOS A ELEVAR PARA CRS 500,00
IQUINHENTOS CRUZEIROS) O PREÇO DA ASSINATURA
ANUAL DE PRo 'QS LEITORES COMPREENDERAO A RAZÃO
DE SER DESTA DIFERENÇA ; DESTINA- SE TAO SOMENTE
A COBRIR AS DESPESAS DE PR COM PAPEL, MÃO DE
OBRA, CORREIO, FUNCIONARIOS . ..

CERTOS DA VALIOSA COLABORAÇÃO DE NOSSOS AMI-


GOS, SUBSCREVEMO-NOS ATENCIOSAMENTE.

A DIREÇÃO DE PR

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