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Intro

O meu primeiro contato com o mundo dos eventos de animações japonesas, os animês,
veio em 2005 quando eu tinha 11 anos. Depois desse, muitos outros se seguiram, maiores ou
menores, porém o que permaneceu constante ao longo dos anos em que frequentei esse ambiente
foi a presença de um hábito comum aos participantes: o cosplay. O hábito ou hobbie de se fantasiar
de seus personagens preferidos, o “Costume Play”, foi rápidamente absorvido no Japão pelos
interessado em filmes de ficção e adaptados para o universo dos quadrinhos ou mangás já nos anos
80. Aqui no Brasil, eles chegaram no fim dos anos 90 com o auge do sucesso dos animês e a
inauguração dos primeiros festivais do gênero.
Da minha experiência própria, o que notei ao longo dos anos, foram as óticas distintas pelas
quais o cosplay era observado, sendo contrastante, principalmente, a forma como o público
ordinário como meus pais e os de alguns amigos, que tratavam aquele hábito como apenas
fanatismo cego e doente, daquela dos otakus - fãs de animê e mangá. Enquanto ouvia por parte
dos meus pais queixas sobre este comportamento, via diversos amigos se divertindo e fazendo
sucesso com suas vestimentas. Essa opinião leiga, na medida em que não conhece nada do cenário,
é apenas um viés externo, que pode ser mais facilmente compreendido, segundo oportuna fala de
Maria Coelho (apud COELHO Jr. e SILVA, 2007):

“Para nós, indivíduos pertencentes a uma cultura ‘branca’ ,


̃ aparecem como funções
ocidental, capitalista, sentimento e razao
separadas e até antagônicas. O racional, o exato, o claro, o correto naõ
podem conviver com o infantil, o inexato, o irracional – o sentimento.”
(COELHO, 2000;(10):105-15.)

Mas, então, se essas pessoas são mal vistas pela sociedade, por que praticam o cosplay?
Quais são os benefícios da prática? Podemos inicialmente propor uma relação entre cosplay e a
juventude, afim de limitar nossa discussao, mas existiria alguma relação entre o público brasileiro
do mangá ser jovem e o interesse pelo cosplay? Acredito que sim. Muitas vezes as pessoas
acreditam na infantilização dos otakus, pelo uso de acessórios icônicos como orelhas de pelúcia e
pelos frequentadores de eventos dificilmente passarem dos 40 anos, o que pode se dar em parte
por conta de quão recente e rasa é sua inserção no cenário brasileiro, em comparação ao japonês,
onde o mangá atinge todas as faixas etárias. Porém devemos levar em conta também que a
juventude é a fase da vida onde mais buscamos identificação com um grupo, e lidamos com
rejeição e aceitação, e pensando que ser otaku, ao menos aqui no Brasil, é para além de gostar de
desenhos e quadrinhos japoneses, se interessar pela cultura do Japão, ir a eventos e socializar, há
quem diga que essa relação não é acidental e que ela seria responsável pela escolha do cosplay
como forma de expressão de alguns interessados em cultura popular japonesa.
Destaco também uma clara relação com o sentimento, levando em conta que a escolha do
personagem do qual o cosplayer se vestirá está relacionado à preferência pessoal e ao gosto,
retratando uma intensa variedade e revelando um panorâma completamente heterogêneo e
individualizado. É exatamente dessa maneira que alguns enxergam os jovens, pessoas em busca
de uma individualização para além do pertencimento, e que por conta disso suscetíveis a se
encantar pelos personagens humanos e as histórias cotidianas usualmente retratadas pelos mangás
a ponto se se fantasiar para encarnar esta realidade em oposição a sua própria.
Por fim, acredito que na sociedade atual seja necessário levar em conta o desejo de fama
dentre a juventude. Numa cultura recheada de subcelebridades criadas a partir da internet que tem
um alcance limitado ao universo que atuam e levando em conta o destaque que vencendores de
concurso e mesmo cosplayers reconhecidos como bons vem recebendo - não isoladamente no
mundo dos mangás, mas expandindo para o universo dos comics, animações, filmes e jogos -
podemos nos questionar se a busca crescente por fama não estaria exercendo um papel chave para
os jovens otakus decidirem por essa forma de expressão.
Minha intenção aqui não é, porém, comparar o cosplay com uma fase da vida, mas sim
utilizar este recorte para discutir para além das diversas opiniões que se formam a respeito de por
que essas pessoas realizam essa prática, as diversas maneiras de enxergar como o cosplay se
relaciona com a juventude para se justificar. Minha intenção é discutir sobre as várias maneiras
pela qual tem-se buscado explicar a existência, persistência e mesmo expansão de um cenário
cosplay entre os jovens brasileiros, apesar da visão negativa que foi construída dele.

2. COSPLAY COMO FORMA DE EXPRESSÃO

No Japão, uma sociedade extremamente coletiva, ser otaku associa-se diretamente com a
juventude na medida em que é um espaço ao qual o jovem, em sua rebeldia, recorre para escapar
da rigidez da realidade e encontrar um espaço de individualização e mesmo isolamento. A própria

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realização do cosplay está relacionada principalmente a identificação com o personagem e por isso
o indivíduo e seus gostos, que tendem a se manifestar na juventude, encontram na fantasia uma
representação. É interessante notar, que ao contrário dos recorrentes quadrinhos ocidentais, os
heróis e heroínas dos mangás possui uma vida particular colocada em foco, ela é explorada e
mostra aos leitores, no geral, realidades comuns às dele, as personagens enfrentam as mesmas
dificuldades que o público alvo, muitas vezes sem portar superpoderes ou serem milionários,
caracterizando-se como indivíduos triviais e muito humanizados. É com a essa linha de
pensamento, e ainda pensando que no Ocidente existe uma onda crescente de individualização,
que alguns afirmam que desenvolva-se um laço forte, um sentimento real, entre jovem e
personagem, e a partir deste seja feita a escolha pelo cosplay como forma de expressão.
Ou seja, se a juventude é um período de encontrar o seu “eu”, de se definir identitariamente,
o cosplay combinaria perfeitamente com esse cenário, pois viria a ser o meio utilizado pelo
cosplayer para se construir. Pela etimologia da palavra, identidade é um termo de origem latina
que significa “o mesmo” ou semelhante, dessa forma, o laço que o jovem criaria com estes
personagens, quando da identificação com seus problemas e características, seriam profundos, a
nível identitário e por isso essas pessoas não estariam desafiando as normas sociais e sendo mal
vistas por conta de um hobbie, mas sim porque esta prática representam quem elas são.
Neste cenário, acredito que devemos manter em mente que a construção da identidade, ao
menos no Ocidente, não é um processo solitário. Ao meu ver, o que acontece é que com a
individualização em curso, surgimento de diversos movimentos únicos, além do reconhecido
processo de anomia social que já Durkheim enxergava se formando na sociedade, cada vez mais
presenciamos a ausência de referenciais impostos e “quando a identidade perde as âncoras sociais
que a faziam parecer ‘natural’, predeterminada e inegociável, a ‘identificação’ se torna cada vez
mais importante para os indivíduos que buscam desesperadamente um ‘nós’ a que possam pedir
acesso” (BAUMAN, 2005, p. 30). Fica, assim, mais fácil entender porque a identidade é um
assunto que está em evidência nas últimas décadas e como o homem se forma a partir das relações
que estabelece com o mundo e não sozinho. Por isso, dizer que a escolha do cosplay seja individual
parece superficial, assim existem os que entendem o Cosplay, e me incluo também nesta categoria,
como um espaço de pertencimento, para além de uma identidade pessoal. Contextualizá-lo no
Brasil por conta das diferenças da prática aqui e no resto do mundo é essencial para evidenciar
esse significado mais amplo. Assim, acredito que fixar-se no indivíduo acaba por limitar a

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importância do Cosplay especialmente no cenário nacional, porque na verdade se trata de uma
prática que se insere em um panorama muito maior.
Primeiramente, destaca-se o fato de que os eventos no Brasil são muito diferentes de seu
local de origem, como citado. Lembro-me de muitas vezes participar deles, sem sequer ir a
qualquer atração que fosse, porque eu assim como outros participantes os enxergam tal qual um
local de socialização. Em segundo lugar, lembramos que o próprio Cosplay, inserido neste
ambiente, não escapa de sofrer modificações com sua chegada ao Brasil, congregando diversas
fontes narrativas e outros modos de praticá-lo, como por exemplo o cosplay livre - categoria
observada nas competições dentro dos eventos – nos quais o cosplayer inventa uma situação nunca
vivida pela personagem, é uma exclusividade brasileira e um sucesso para o qual nos juntávamos
para assistir.
Essa especificidade leva muitos a entender o Cosplay entre os jovens no Brasil, não apenas
como um movimento de rebeldia e individualização, mas como um local de pertencimento a um
grupo. A juventude por si só é entendida por um momento em comum por alguns estudiosos como
Groppo, sendo que ele a descreve como uma "situação vivida em comum por certos indivíduos"
(GROPPO apud COELHO Jr. e SILVA, 2007). Com ajuda das roupas, não apenas dos cosplays,
otakus muitas vezes são facilmente identificados por outros (através de chaveiros e botons em suas
bolsas, ou blusas de bandas japonesas), essa identificação com base no olhar também se refere à
vinculação a um grupo, pois o compartilhar de certos produtos se torna um meio para uma inserção
muito maior nele: sessões fotográficas juntos, cosplays de personagens do mesmo programa, existe
todo um cenário que favorece a interação.
Associo, aqui, essa compreensão a um mangá que li na adolescência: Kare Kano - as razões
dele, os motivos dela. De maneira simples, é uma comédia romântica colegial, mas que tem como
ponto de partida Yukino e Soichiro, dois jovens extremamente vaidosos e arrogantes, que fingem
ser simpáticos, amáveis e que, apesar de dizer o contrário para os colegas, se esforçam muito para
ser bons alunos afim de serem gostados e se encaixarem na escola. O senso de pertencimento nessa
série, apesar de refletir muito a própria sociedade japonesa, exemplifica como eu enxergo que o
cosplay seja utilizado como uma “máscara”, apesar de que um pouco mais literal, para poder
pertencer a um coletivo.
Entendo a identidade como uma escolha, construída também pelo que a pessoa consome,
refletindo o que ela é, não apenas para si, mas para os outros. O consumo, nesse caso de roupas,

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fantasias e adereços, passa a ser indicativo dos gostos e faz parte do sistema de reconhecimento
dos valores, estilos de vida e dos grupos de relacionamento. Ser otaku e ainda mais cosplayer,
possibilita, assim, uma identificação social com um determinado grupo, evitando uma perda de
referencial social, comum nos dias de hoje, mesmo que isto ocorra através de uma caracterização
vista como infantil.
Como já mencionado, existe uma visão negativa por parte do público geral para com o
cosplay. O julgamento da sociedade melhorou como pude ver ao buscar no site UOL por uma
entrevista com jovens cosplayers e psicólogos lançada por eles ano passado e encontrar um pedido
de desculpas no lugar da notícia que tentava classificar o hobbie como um distúrbio1.
Provavelmente reclamações foram feitas, mas acredito que anos antes o desenrolar seria diferente,
porque eu mesma presenciei esse assédio negativo da mídia que trazia uma imagem negativa dos
ambientes que eu frequentava e de alguns amigos para meus pais. Essa reportagem despertou
algumas disussões entre eu e alguns conhecidos que entendiam o cosplay como um malefício à
vida social de seus praticantes assim como a reportagem dizia, o que me mostrou que a imagem
que este hábito possui no imaginário popular, não retrata, nem considera no entanto sua
profundidade real. Por isso não me ative a essa visão externa e muitas vezes cheia de pré-conceitos
neste ensaio.
Afim de discutir uma última visão sobre o cosplay, retomo aqui a utilização deste como
uma busca de identidade. Para que estas pessoas estejam procurando se encaixar, pressuponho que
esta visão implique de certa forma que os otakus já são deslocados da sociedade por não atenderem
certos requisitos para se encaixar ou por não encontrarem no imaginário social tido como normal
algum referencial. Da mesma forma, aqueles que encontram no cosplay um local de pertecimento
o fazem por não o acharem em outros grupos. Isso é muito importante a partir do momento que
temos um cenário dentro dos eventos totalmente diferente. Se o corpo, as roupas e os gostos deles
de alguma forma não servem para a sociedade contemporânea, essas diferenças se dissipam dentro
dos eventos e apartir disso, vestir-se com cosplay, não é apenas se tornar parte integrante de um
novo imaginário, mas, sim, uma figura de destaque em meio aos tantos outros otakus.

1
Página da entrevista após ser removida pode ser consultado aqui: http://noticias.uol.com.br/ultimas-
noticias/erratas/2015/08/25/uol-noticias-e-tv-uol-reportagem-sobre-cosplay.htm

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“Ganhar um concurso confere visibilidade na mídia especializada e entre os
próprios otakus, mas conquistar o público é o que faz dos cosplayers ganharem
legitimidade no meio. Alguns são conhecidos e respeitados pela qualidade das
suas criações sem nunca terem participado ou ganhado uma competição. Circular
pelos eventos, posar para fotos, estar acessível aos otakus que circulam pelos
eventos também são estratégias importantes nesse processo e busca por
visibilidade.” (WINTERSTEIN, 2009, P. 57)

A insatisfação dos jovens brasileiros com o próprio corpo e com a sua condição social é
imensurável e demonstra ser um sentimento crescente. A busca por uma posição de destaque, de
superioridade ou de onipotência é uma marca deste século. Essa nova filosofia de vida, como se
algo quase que inalcançável faltasse, priorizando-se o “eu”, afim de se destacar em meio ao “nós”,
enfim a busca constante pela fama, faz-nos lembrar de uma frase do famoso pop artist norte-
americano Andy Warhol: “In the future everybody will be world-famous for 15 minutes”2 e
também do caminho trilhado pelos cosplayers dentro do universo otaku.
Os eventos que acolhem os otakus cresceram exponencialmente nos últimos anos: hoje o
maior evento, o Anime Friends, conta com um público superior a 120.000 pessoas todo ano. Dentro
deles existem as já citadas competições de cosplay que destacam alguns poucos vencedores todo
ano. Eles viajam o mundo para as finais. Ganham visibilidade, prêmios e com certeza são um
incentivo para qualquer um que busque a fama fazendo aquilo que gosta. Porém o que me chama
ainda mais atenção é o fato de se não todos, uma grande parte dos que fazem parte desse ambiente
exergam os cosplayers como pessoas diferenciadas e buscam inclusive fotos deles ou com eles,
como de algum famoso, e é nesse cenário, mesmo não havendo atores ou públicos formalmente
estruturados, pois a pessoa se fantasia e faz suas interpretações com liberdade, sem necessitar
entrar em competições, que nós vemos os cosplayers esperando pela reação do seu “público”,
como em uma busca por status.
Longe, então, de imaginar que se vestindo como um personagem, o jovem estaria se
afastando da realidade, acredito que é uma forma criativa de se adaptar a uma sociedade cercada
por novidades, plasticidade e exigências a qual ele não conseguia pertencer. E embora possa
parecer limitado, na verdade alguns cosplayers chegam a receber 200 mil seguidores em suas

2
Frase creditada a Warhol, inclusa no programa de sua exibição de 1968 no museu Moderna Musset em
Estocolmo, Suécia.

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páginas onlines, número significante na atualidade. A brasileira Andressa Damiani, começou como
cosplayer de animes e mangás, mas hoje é conhecida como a “Barbie brasileira”, hoje conta com
160 mil seguidores em seu instagram e mais de 50 milhões de acessos em seu youtube. Ano
passado, Mariana Loschiavo Moreira, outra cosplayer e cosmaker (aqueles que confeccionam as
fantasias para terceiros), foi convidada para um documentário da Riot, empresa dona do jogo no
estilo moba League of Legends jogado por 30 milhões de pessoas todos os dias, o qual a expôs
para o mundo inteiro.
Não são fatos ignoráveis e me levam a acreditar no cosplay como este instrumento de
destaque, cada vez mais profissional. Assim, entendo que a sociedade coloque que, atualmente,
para ser valorizada, a pessoa tem que se destacar de alguma forma e que consequentemente, para
algumas pessoas, o cosplay sirva como uma forma mais rápida para conquistarem essa posição. É
certo que não são todos os que fazem essa atividade com esse fim, mas esta pode ter sido uma
saída encontrada diante de um mundo com tamanhas cobranças. Compreendo, desta forma, o
cosplay não apenas como uma forma de inserção social ou de identidade, que sim, ele é, mas,
internamente a comunidade à qual ele mesmo acaba por pertencer, como uma ferramenta de
ascensão social. Ou seja, dentro de um grupo já existente, os otakus, que partilham uma identidade
comum, ser cosplayer é uma forma de ser famoso.

3. CONSIDERAÇÕES

Já hoje faz ao menos sete anos que não vou a nenhum evento, porém mantenho daquela
época os contatos e as lembranças de grupos de pessoas e a certeza de que a prática cosplay apenas
cresce no Brasil. Ela é também cada vez mais estudada em diversas áreas: comunicação,
psicologia, história, antropologia e tem mostrado sua relevância e é compreendida cada vez mais
amplamente, sendo vista hoje como portador de uma cultura própria por alguns autores
especialistas. “Se bem que a historiografia do cosplay esteja ainda sendo traçada, sua origem
refere-se às ligações entre sistemas culturais e sígnicos distintos” (NUNES, 2014, p. 228) e isso
que o torna tão único e um assunto digno de discussão. Sua pluralidade de interpretações e
assimilações o tornam uma prática única e rica no universo jovem brasileiro.
De minha parte, compreendo que o cosplay atue como instrumento de otimização das
relações sociais, outrora empobrecido e defasado pelo individualismo crescente e, por assim dizer,

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um placebo baseado numa espécie de brincadeira de fantasia, ao mesmo tempo em que compõe
parte fundamental do caráter de seus participantes. Considero, também, que há no ato de fazer
cosplay um estímulo à criatividade que no fim acaba por tornar algo de duas dimensões em uma
de três e é isso que me atrai tanto na prática. É uma forma de produção que coloca o espectador
como autor de um trabalho, pois a escolha do personagem envolve um processo de identificação
que começa desde a leitura do mangá ou assistir do anime e tira o fã de um lugar comum de
passividade, onde geralmente é visto.
Nos eventos é possível que essa imaginação dos cosplayers seja compartilhada, pois a
roupa é um instrumento fundamental para sua identificação, e admirada, sendo um refúgio para os
que não encontram no imaginário social padrão um modo de se encaixar, mas além disso, e cada
vez mais, um meio de fazer sucesso e de alcançar o tão sonhado status de fama. Existe uma
comunidade de fãs dispostos a idolatrar os cosplayers e seus trabalhos e muitas pessoas vão em
busca desse reconhecimento. Seja quais forem as intenções que motivam os jovens a procurarem
o cosplay, está certo que é uma prática associada a um período turbulento da vida, de constante
mudança e no qual a pessoa se define e transforma. Todos esses processos tem relação com a arte
cosplay que tem aberto porta para pessoas cada vez mais, sendo hoje uma profissão viável para
seus fãs dedicados, muito além de apenas um artifício de diversão para frequentadores de um
círculo.

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4. REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmund. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi/ Zygmunt Bauman. Rio de


Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

CINTRA, Eduardo; TORRES, Zúquete. (Org.). A Vida Como Um Filme: Fama e Celebridade
no Século XXI. Portugal. 2011.

COELHO Jr, L.; SILVA, Sara Santos (2007). Cosplayers como fenômeno psicossocial: do
reflexo da cultura de massa ao desejo de ser herói. Revista Brasileira de Desenvolvimento e
Humano, 17(1): 64-75.

FURUKAWA, Carolina. Desafios de ser jovem numa sociedade de consumo: o advento do


desenho japonês na construção da identidade. Monografia – Instituto de Psicologia.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2005.

LUYTEN, Sônia. (Org.). Mangá: o poder dos quadrinhos japoneses. São Paulo; Hedra, 2000.

MORENO, Carlos Alexandre de Carvalho; OLIVEIRA, Janete. Cosplay e a visão da cultura


japonesa no Brasil. XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2009.

8
NUNES, Monica Rebecca Ferrari. A emergência da cena cosplay nas culturas juvenis. 2014.

SANTOS, Janete Lopes dos. Mangá: Ascensão da cultura visual moderna japonesa no Brasil.
Anais do XXVI Simpósio Nacional de História, ANPUH. São Paulo, 2011.

WINTERSTEIN, Claudio Pedro. Mangás e animes: sociabilidade entre cosplayers e otakus.


São Carlos, 2009.

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