Você está na página 1de 27

Stress Acadêmico em Estudantes

Moçambicanos do Ensino Superior em uma


Universidade Pública em Nampula

MA. Gildo Aliante (UFRGS-Brasil)


dr. Bonciano Hilário Saquina (UniRovuma)
Prof. Doutor Mussa Abacar (UniRovuma)
dr. Carlos Luís Aristides (EPC Namutequeliua)

Nampula,....... /09/2019
Estrutura da apresentação
Introdução
Revisão da Literatura
Metodologia
Resultados e Discussão
Considerações Finais
Sugestões
Introdução
 O ingresso na Universidade constitui um importante marco
na vida do estudante que acessa um universo acadêmico
repleto de normas, metodologias, grupos e pessoas
desconhecidas. Essa nova realidade educacional cria a
necessidade do estudante de desenvolver um perfil
universitário (Castro, 2017).
 Durante a fase de vida universitária, os alunos se deparam
com diversos stressores tais como, o distanciamento da casa
dos familiares, a adaptação ao ambiente universitário, a
sobrecarga de tarefas, os conflitos, o insucesso escolar e
dificuldade de lidar com as matérias (Araújo et al., 2016).
 O dia-a-dia do estudante no ensino superior é marcado por
múltiplas exigências, próprias da vida académica, o que
pode ocasionar o aparecimento de stress.

 Este estudo teve por objetivo avaliar a sintomatologia de


stress em estudantes moçambicanos em uma instituição do
ensino superior em Nampula.
REVISÃO DA LITERATURA
O termo stress refere-se a conjuntos de reações que ocorrem
em um organismo quando está submetido a um esforço de
adaptação (Seyle, 1980).
O stress não é necessáriamente ruim, ou seja, pode ser
positivo (eustress) e negativo (distress). No eustress, o
esforço de adaptação gera sensação de realização pessoal,
bem-estar e satisfação de necessidades, mesmo que
decorrente de esforços inesperados. É um esforço sadio na
garantia de sobrevivência.
O distress seria uma tensão com rompimento do equilíbrio
biopsicossocial por excesso ou falta de esforço, incompatível
com o tempo, resultados e realização (Limongi-França &
Rodrigues, 2009).
Lipp (2016) aponta quatro fases de stress: alarme,
resistência, quase-exaustão e exaustão.

 A fase de alarme: é caracterizada por aumento de


frequência cardíaca e de pressão arterial, para permitir que
o sangue circule mais rapidamente e, portanto, chegue aos
tecidos mais oxigênio e mais nutrientes (Limongi-França &
Rodrigues, 2009).
 A fase de resistência: surge caso o stressor mantenha-se
em ação e caracteriza-se por irritabilidade, insônia,
mudanças de humor e diminuição do desejo sexual
(Limongi-França & Rodrigues, 2009).
Fases de stress
Lipp (2016) aponta quatro fases de stress:
 A fase de alarme: é caracterizada por aumento de
frequência cardíaca e de pressão arterial, para permitir
que o sangue circule mais rapidamente e, portanto,
chegue aos tecidos mais oxigênio e mais nutrientes
(Limongi-França & Rodrigues, 2009).
 A fase de resistência: surge caso o stressor
mantenha-se em ação e caracteriza-se por
irritabilidade, insônia, mudanças de humor e
diminuição do desejo sexual (Limongi-França &
Rodrigues, 2009).
 A fase quase exaustão: é caracterizada pelo
enfraquecimento do organismo e início do processo da
doença. Precisa-se, então, de ajuda tanto médica para
tratar o problema físico como psicológica para
aprender a lidar com a causa do stress. (Lipp, 2016).
A fase de exaustão: representa muitas vezes a falha
de mecanismo de adaptação. Nesta fase, doenças
graves ocorrem e a pessoa não consegue mais se
recuperar sozinha, não consegue se concentrar, pensar
direito, rir, ter gosto pela vida, entra em depressão e
várias doenças físicas graves aparecem (Lipp, 2016).
Metodologia

Tipo de pesquisa: descritivo-exploratório, observacional


transversal e de natureza quantitativa.
Participantes: amostra não probabilística por acessibilidade
de 176 estudantes dos cursos de licenciatura em ensino de
Matemática, Física, Psicologia Social e das Organizações, e
Educação Física e Desporto de uma universidade pública
moçambicana localizada na província nortenha de Nampula.
Técnicas de coleta de dados: questionário de dados socio
demográficos e O Inventário de Sintomas de Stress para
Adultos de Lipp (ISSL).
ISSL é um instrumento da autoria de Lipp (2000) de
avaliação do stress, e busca identificar a sintomatologia
que o indivíduo apresenta, bem como em qual fase se
encontra, de acordo com o modelo quadrifásico do
stress de Lipp (alerta, resistência, quase exaustão e
exaustão).
O ISSL é constituído de 53 itens, dentre os quais, 34
são referentes aos sintomas físicos e 19 psicológicos,
sendo dividido em três partes: F1 e P1; F2 e P2; F3 e
P3;
O ISSL na sua versao orginal apresentou uma
consistencia interna excelente medida por alfa de
Cronbach (0.91) (Lipp et al., 2017).
Técnicas de análise de dados: pacote estatístico
SPSS (Statistical Package for Social Sciences), versão
25.
Para determinar o perfil dos participantes e identificar
os sintomas de stress foi utilizada a abordagem
estatística descritiva, observando as frequências das
respostas aos itens da escala para a elaboração das
tabelas
Resultados e Discussão
Perfil dos participantes
176 estudantes de uma Instituição do Ensino Superior
(Universidade Rovuma);
107 (60.8%) são do sexo masculino e 69 (39.2%) do sexo
feminino, com idades compreendidas entre 17 a 55 anos;
158 (89.8%) são solteiros e 18 (10.2%) são casados.
82 (46.6%) cursam Psicologia Social e das Organizações, 44
(25%) Educação Física e Desporto, 32 (18.2%) são do curso de
licenciatura em Ensino de Física e 18 (10.2%) do Ensino de
Matemática.
Frequência dos Sintomas (≥25%)
Fase de alarme: Sintomas Físicos (F1) e Sintomas Psicológicos
(P1);
Fase de resistência : Sintomas Físicos (F2), Sintomas
Psicológicos (F2)
Fase de quase exaustão e exaustão: Sintomas Físicos (F3),
Sintomas Psicológicos (P3)
Discussão

Levando em consideração o critério de maiores frequências


para cada sintoma previsto no instrumento (n≥25%), os
resultados desta pesquisa apontam que cinco sintomas da fase
de alerta foram sinalizados por mais de 25% da amostra
estudada, dos quais dois físicos (mãos e pés frios e, boca seca)
e os três psicológicos (aumento súbito de motivação,
entusiasmo súbito e vontade súbita de iniciar novos projetos).
Na fase resistência: 4 sintomas merecem destaque a saber,
três físicos (problemas com a memória, mal-estar
generalizado, sem causa específica, cansaço constante) e um
psicológico (dúvida quanto a si próprio).

Na fase de exaustão:dois sintomas registram maiores


escores, sendo um físico (insônia) e outro psicológico
(pesadelos frequentes). Entretanto, merece destacar um
outro sintoma psicológico (impossibilidade de trabalhar),
embora não atende os critérios definidos.
Estes resultados corroboram com os de um estudo
feito com alunos brasileiros de graduação, o qual
identificou que parte da população estudada
apresentava stress (52%), com predominância de
sintomas psicológicos (Querido, Naghettini, Orsini,
Bartholomeu, & Montie, 2016).
A revisão de literatura de Benavente e Costa (2011)
concluiu que dos 13 artigos analisados, a maioria deles
apontavam a frequência de sintomas psicológicos, ou
seja, cinco abordaram manifestações psicológicas,
quatro, manifestações fisiológicas e outros quatro
ambas.
Considerações finais
Este estudo revelou a presença de stress nas fases de
alerta e resistência, com sintomatologia
predominantemente de natureza física e psicológica,
sendo o perfil de estudantes com maior vulnerabilidade
à doença o ser do sexo masculino, ser mais novo, estar
no início do curso, ser solteiro, estudar no regime
diurno e não possuir vínculo empregatício.
Sugestões

Necessidade de realização de futuras pesquisas com


amostras maiores de modo a aprimorar o conhecimento e
compreensão do fenómeno para delinear programas
preventivos e/ou preventivos;
Promoção de ambientes de debate sobre saúde mental dos
estudantes;
Desenho e implementação de serviços de atendendo
psicossocial dos estudantes.
Referências
 Anacleto Estrela Y. C., Costa Rezende, A.C., Ferreira Guedes, A., Oliveira Pereira C., Nunes, A. S. M.(2018).
Estresse e correlatos com características de saúde e sociodemográficas de estudantes de medicina. Rev CES
Med., 32(3), 215-225. doi: http://dx.doi.org/10.21615/cesmedicina.32.3.3

 Araújo, K. J. S., Silva, A. M., Silva Júnior, G. M. N., Carrijo, J. B., Caixeta, L. F., & Bagasra, A. (2016). Sofrimento
mental: avaliação em uma universidade americana. Rev. Educ. Saúde, 4(2), 64-71. Recuperado de
periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/educacaoemsaude/article/view/2018

 Ariño, D. O. & Bardagi, M. P. (2018). Relação entre fatores acadêmicos e a Saúde Mental de estudantes
universitários. Psicol. Pesqui., 12(3), 44-52. http://dx.doi.org/10.24879/2018001200300544

 Assis, C. L., Silva, A. P. F., Lopes, M. S., Silva, P. C. B., & Santini, T. O. (2013). Sintomas de estresse em
concluintes do curso de psicologia de uma faculdade privada do norte do País. Mudanças – Psicologia da Saúde,
21(1), 23-28. doi: http://dx.doi.org/10.15603/2176-1019/mud.v21n1p23-28

 Benavente, S. B. T. & Costa, A. L. S. (2011). Respostas fisiológicas e emocionais ao estresse em estudantes de


enfermagem: revisão integrativa da literatura científica. Acta Paul Enferm., 24(4), 571-6.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002011000400019
Querido, I. A., Naghettini, A. V., Orsini, M. R. C. A., Bartholomeu, D.,
Montie, J. M. (2016). Fatores associados ao Estresse no Internato
médico. Rev. bras. educ. med., 40(4), 565-573.
http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v40n4e00072015
Limongi-França, A. C. & Rodrigues, A. L. (2009). Stress e trabalho:
uma abordagem psicossomática, (4 ed., 3. reimp.). São Paulo: Atlas
Lipp. M. E. N. (2016). O Stress do professor frente ao mau
comportamento do aluno. In D. C. Fava (Org.). A Prática da
Psicologia na Escola (pp. 351-37). Belo Horizonte: Artesâ.
Lipp, M. E. N., Costa, K. R. S. N., & Nunes, V. O. (2017). Estresse,
qualidade de vida e estressores ocupacionais de policiais: Sintomas
mais frequentes. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 17(1),
46-53. http://dx.doi.org/10.17652/rpot/2017.1.12490.
Contactos

aliantegildo@yahoo.com.br
abacarmussa@yahoo.com.br
boncianosaquina@gmail.com
carlosluisaristides93@gmail.com

Muito Obrigado.

Você também pode gostar