O documento descreve a técnica de cerâmica Raku, originada no Japão no século XVI. Explica que as peças são feitas à mão, cozidas a baixas temperaturas e retiradas do forno ainda quentes, resultando em acabamentos únicos. Também apresenta a história da técnica e como ela foi introduzida no Ocidente, além de detalhar o processo de queima e suas características.
Descrição original:
texto sucinto sobre a técnica japonesa de cerâmica, raku.
O documento descreve a técnica de cerâmica Raku, originada no Japão no século XVI. Explica que as peças são feitas à mão, cozidas a baixas temperaturas e retiradas do forno ainda quentes, resultando em acabamentos únicos. Também apresenta a história da técnica e como ela foi introduzida no Ocidente, além de detalhar o processo de queima e suas características.
O documento descreve a técnica de cerâmica Raku, originada no Japão no século XVI. Explica que as peças são feitas à mão, cozidas a baixas temperaturas e retiradas do forno ainda quentes, resultando em acabamentos únicos. Também apresenta a história da técnica e como ela foi introduzida no Ocidente, além de detalhar o processo de queima e suas características.
Raku uma tcnica de feitura de cermica japonesa originada no sculo XVI, cuja tradio est intimamente relacionada filosofia zen e cerimnia do ch. Em 1920, o ceramista Bernard Leach introduziu esta tcnica no ocidente, e desde ento ela se popularizou, assumindo novos padres. No entanto, as peas em raku so em geral caracterizadas pela modelagem do barro a mo; pelas peas relativamente porosas, que resultam de baixas temperaturas de cozedura; pelo uso de esmaltes e vidrados; e pela remoo das peas de barro do forno ainda incandescentes.
A palavra raku, em japons, significa "prazer", "conforto" ou "facilidade" e derivada de Jurakudai, o nome de um palcio, em Kyoto, que foi construdo por Toyotomi Hideyoshi (1537-1598), lder estadista e guerreiro de seu tempo. No sculo XVI, Sen Riky, um mestre de ch japons, estava envolvido na construo do palcio Jurakudai e solicitou a um ceramista, chamado Tanako Chjir, a confeco de taas de ch para uso em uma cerimnia chamada wabi. Posteriormente, Hideyoshi presenteou Jokei, filho de Chjir, com um selo que trazia o ideograma chins para Raku, que tornou-se o nome da famlia que produzia as peas segundo aquela tcnica criada por Chjir. Tanto o nome como o estilo de cermica foram passadas atravs da famlia at a gerao atual (dcima-quinta). No sculo XVIII, aps a publicao de um manual japons, as louas em Raku foram popularizadas em Kyoto e em outras cidades do Japo, principalmente por ceramistas amadores e praticantes da cerimnia do ch. Outros ceramistas japoneses deste perodo incluem Dny (neto de Chjir, tambm conhecido como Nonk; 1574-1656), Hon'ami Ketsu (1556-1637) e Ogata Kenzan (1663-1743). As informaes histricas podem ser cotejadas no site oficial da famlia Raku na internet (www.raku-yaki.or.jp/e).
\\ A TCNICA _________________________________________
No estilo de queima Raku praticado no ocidente, as peas j biscoitadas recebem uma aplicao de esmalte (ou vidrado) e so levada ao forno a uma temperatura que pode variar de 800 a 1000 Celsius (cone 6), de acordo com o tipo de esmalte utilizado. Ao atingir essa temperatura, as peas so retiradas do forno ainda incandescentes e colocadas em uma atmosfera de ao redutora, em geral um recipiente de metal preenchido com serragem, folhas secas ou outros materiais combustveis, como o papel. O fechamento dessa cmara redutora diminui a quantidade de oxignio disponvel para a queima dos materiais combustveis que se encontram em seu interior, desse modo a reao de queima sequestrar o oxignio presente nos minerais da argila e nos xidos metlicos presentes nos vidrados da pea. Esta parte do processo responsvel pela criao do brilho caracterstico nas peas de raku, devido privao do oxignio no ambiente de queima, que deixa para traz, como subproduto, ons de um brilho iridescente. Aps a queima, a pea retirada da cmara redutora e submergida em gua para deter o processo de reduo.
So caractersticas da tcnica, peas com lustres metlicos, craquelados, pequenos furos e zonas negras (onde no foi aplicado o vidrado), alm de pequenas rachaduras no vidrado e mesmo na pea. Devido a estas especificidades, peas com queima Raku no estilo ocidental no so indicadas como objetos utilitrios para comida e bebida. E so ainda mais contraindicadas caso haja fundente de chumbo na composio do vidrado.
O processo conhecido por sua imprevisibilidade, especialmente quando a reduo forada, e as peas podem trincar ou at mesmo explodir devido ao choque trmico. Peas podem ser devolvidas para o forno para reoxidar, caso os resultados da queima no atendam s expectativas do oleiro; ainda que cada queima sucessiva oferea uma grande chance de enfraquecer a integridade estrutural global do pote, devido ao excesso de choques trmicos. Como as mudanas de temperatura so rpidas durante o processo de Raku, os corpos de barro utilizados devem ser capazes de lidar com o estresse trmico significativo. A maneira usual de acrescentar fora ao corpo de argila e para reduzir a dilatao trmica a incorporao de uma percentagem de quartzo ou cianite (este ltimo preferencialmente) no corpo da massa antes de model-la.
BRANFMAN, Steven. Raku, a practical approach. Ed. Krause, 2001. GABBAI, Miriam B. Birmann. Queima de Raku. In: Cermica arte da terra. So Paulo: Ed. Callis, 1987, pp. 145-149. RHODES, Daniel. Arcillas e vidriados para el ceramista. Madrid: CEAC, 1990. www.raku-yaki.or.jp/e http://www.ufrgs.br/lacad/patioraku.html