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Braga
Dezembro de 2004
Instituto de Educação e Psicologia
Braga
Dezembro de 2004
i
Agradecimentos
dados.
Rosa e a Armanda.
todos os momentos.
ii
RESUMO
Esta dissertação analisa a realidade da rede escolar do 1º Ciclo do Ensino Básico
do Concelho de Cabeceiras de Basto, relativamente ao equipamento das escolas em
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC, na vertente vídeo, computador e
Internet), utilização pelos professores, e avaliação das suas “atitudes”, face às TIC, a
importância que atribuem à “formação” nesta área e as “condições” proporcionadas pelas
escolas.
Na componente teórica, começámos por abordar a relação entre a Sociedade do
Conhecimento, a Sociedade da Informação e a Escola, seguimos depois para uma breve
análise da evolução das TIC no ensino, no nosso país. Abordámos também os objectivos, a
selecção e utilização de software e a utilização destas tecnologias nas áreas curriculares,
não esquecendo a influência das tecnologias sobre o mundo das crianças. Por fim,
procurou-se analisar a influência das principais teorias psicológicas na evolução das
tecnologias no ensino e na aprendizagem e na adopção de quadros teóricos de referência e
os modelos de ensino mais relevantes referenciados na literatura.
Na componente experimental, foram construídos dois questionários que
constituíram instrumentos privilegiados no processo de recolha de dados. O Questionário
1 foi dirigido aos directores das 39 escolas do 1º Ciclo do concelho e o Questionário 2 foi
direccionado a todos os professores titulares de turma.
Os resultados evidenciam que a rede escolar sofreu uma espécie de “choque
tecnológico” que se traduziu numa melhoria significativa em quantidade e diversidade de
equipamentos, mas que a existência de equipamentos não é suficiente para uma efectiva
utilização pelos professores quer seja na utilização para preparação de aulas quer seja na
sala de aulas com os alunos. Contudo, a apetência e o interesse manifestado pelos docentes
em aprenderem mais sobre as aplicações das TIC na aprendizagem e a existência de
atitudes positivas na sua utilização constituem sinais de que se mostram receptivos a
integrar as TIC nas práticas de ensino.
Defendemos, por isso, uma maior aposta na formação inicial passando também
pelo aumento da oferta da formação contínua, de qualidade, que permita elevar o nível de
conhecimentos dos professores. Adicionalmente, defendemos o reordenamento da rede
escolar, atendendo ao elevado número de turmas com mais de uma classe, o que permitiria
a optimização dos recursos humanos e uma melhor gestão pedagógica da sala de aula.
iii
ABSTRACT
This dissertation analyses the reality of the school network at Primary school level in the
district of Cabeceiras de Basto, regarding the school equipment used in Information and
Communication Technology (ICT, focusing on the video, computer and Internet), its utilization by
teachers, and the assessment of their “attitudes”, in relation to ICT, the importance they attribute to
“training” in this area and the “conditions” supplied by schools.
In the theoretical component, we have begun by approaching the relationship between the
Society of Knowledge, the Society of Information and the School, subsequently proceeding to a
brief analysis of the evolution of ICT in teaching, in our country. We have also covered the
objectives, the selection and the use of software and the utilization of these technologies in the
world of children. Finally, we sought to analyze the influence exercised by the principal
psychology theories on the evolution of teaching technologies, on learning and the adoption of
theoretical frameworks of reference, as well as the most relevant teaching models mentioned by
literature.
In the experimental component, two questionnaires were set up, which proved to be
valuable tools in the process of data collection. Questionnaire 1 was sent to the directors of 39
Primary schools in the district and Questionnaire 2 was addressed to all form teachers.
The results reveal that the school network has undergone a type of “technological shock”,
which has resulted in a notable improvement in the quantity and range of equipment, yet the
existence of equipment is insufficient for its effective use by teachers, both for lesson preparation
as well as for classroom activities with the students. Nevertheless, the willingness and interest
demonstrated by the staff in learning more about ICT applications in learning, and the existence of
positive attitudes in its use, are clear indicators that they are receptive to integrating ICT in their
teaching practice.
We, therefore, uphold a greater investment in initial training, which should also include a
larger supply of continuous training, thus enabling teachers to improve their knowledge of the
subject. Furthermore, we believe in the reorganization of the school network, since there are many
classes with more than one lesson, which would allow for the optimization of human resources as
well as improved pedagogical management within the classroom.
iv
ÍNDICE
I PARTE
Introdução ..................................................................................................................................... 2
1.2. Evolução da integração das TIC no ensino em Portugal: breve resenha histórica ................ 19
v
II PARTE
d) Periféricos................................................................................................................ 139
vi
f) Condições de conectividade ..................................................................................... 142
b) Autoconfiança/gosto............................................................................................... 179
vii
4.4. Síntese ............................................................................................................................. 197
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura II.4.12 – Projectos em curso na área das TIC nas escolas do concelho…………………………….154
Figura II.4.13 – Justificação de continuar ou não com a candidatura a projectos na área das TIC………..156
Figura II.4.18 – Tempo de serviço docente em anos completos até 31 de Agosto de 2002………………..161
Figura II.4.19 – Tendências gerais dos professores por anos de carreira …………………………………..162
Figura II.4.23 – Frequência de utilização das TIC na sala de aula com os alunos…………………………167
Figura II.4.25 – Média das respostas aos itens da subárea 1.1 “Ansiedade”……………………………….179
Figura II.4.26 – Média das respostas aos itens da subárea 1.2 “Autoconfiança/gosto”…………………….180
ix
Figura II.4.27 – Média das respostas aos itens da área 2 “Formação”……………………………………..184
Figura II.4.28 – Média das respostas aos itens da subárea 3.1 “Instalações e recursos educativos”……….187
Figura II.4.29 – Média das respostas aos itens da subárea 3.2 “Eficiência da escola”.…………………….189
x
LISTA DE QUADROS
Quadro II.3.1 – Itens da área 1 “Atitudes dos professores face às TIC” ............................................................... 100
Quadro II.4.10 – Programas existentes em maior número nas escolas .................................................................. 145
Quadro II.4.13 – Total de projectos realizados e em curso nas escolas do concelho.......................................... 155
Quadro II.4.18 – Distribuição dos professores pelos itens da subárea 1.1 “Ansiedade”.................................... 178
Quadro II.4.19 – Distribuição dos professores pelos itens da subárea 1.2 “Autoconfiança/gosto”.................. 179
Quadro II.4.20 – Distribuição dos professores pelos itens da área 2 “Formação”............................................... 182
Quadro II.4.21 – Distribuição dos professores pelos itens da área 2 “Formação” – continuação……………183
xi
Quadro II.4.22 – Distribuição dos professores pelos itens da subárea 3.1
Quadro II.4.23 – Distribuição dos professores pelos itens da subárea 3.2 “Eficiência da escola”…………...188
Quadro II.4.24 – Utilização das TIC para preparação de aulas em função do sexo ............................................ 190
Quadro II.4.25 – Utilização das TIC na sala de aulas com os alunos em função do sexo ……………………191
xii
_________I Parte__________
1
Introdução
O nosso interesse pela utilização das TIC, em contexto pedagógico, nasceu com a
frequência de uma disciplina durante a formação inicial do curso de Professores do Ensino
Básico da Universidade do Minho e foi cimentado pela realização de um Diploma de
Estudos Superiores Especializados e de uma Licenciatura em Ensino de Português/Inglês.
Estes cursos de ensino possuem uma componente curricular na área das Tecnologias de
Informação e Comunicação pelo que o contacto com estas tecnologias foi constante. O
interesse foi-se aprofundando ao lo ngo do tempo através da prática pedagógica de mais de
uma década e como necessidade de resposta à evolução que o ensino tem sofrido nos
últimos anos e aos desafios da Sociedade da Informação. O desempenho de um cargo
como membro da Comissão Executiva de um Agrupamento de Escolas permitiu- nos
apostar não só na aquisição de software educativo e no desenvolvimento de acções de
formação na área das TIC dirigidas a docentes e auxiliares de acção educativa, como
2
Introdução
A utilização das TIC depende também da forma como a sua integração é realizada e
da existência de um conjunto de condições propícias. E se actualmente as TIC estão no
centro das políticas nacionais vemos, por outro lado, que a sua integração nos sistemas
escolares dos países europeus está a generalizar-se progressivamente. Esta integração tem
sido facilitada pelo sucesso social destas tecnologias e pela pressão económica e estratégia
de desenvolvimento nas quais a Comunidade Europeia tem apostado. Em Portugal esta
conjuntura favorável foi reforçada com um conjunto de medidas legislativas e o
lançamento de programas e projectos. Segundo Ponte (2002) e Silva (2001), há dois
grandes momentos marcantes da introdução das TIC no sistema educativo português. O
responsável por estas iniciativas foi o Ministério da Educação. O primeiro momento foi o
Projecto Minerva que decorreu de 1985 a 1994, o segundo momento é o Programa Nónio
Século XXI iniciado em 1996. Também o Ministério da Ciência e Tecnologia através do
Programa Internet na Escola, lançado em 1997, apetrechou todas as escolas, incluindo as
do 1º Ciclo do Ensino Básico, do país com computadores ligados à Internet. Este
programa, de abrangência nacional, foi o que maior impacto teve até ao presente no
apetrechamento das escolas ao nível do 1º Ciclo e no acesso à Internet.
3
Introdução
Comunicação (TIC), no Ensino Básico (Silva, 2001). Neste mesmo decreto-lei, as TIC são
consideradas “Formações transdisciplinares de carácter instrumental”, podendo conferir no
final do ensino obrigatório uma certificação das competências básicas neste domínio.
Pretende-se assim, desenvolver competências numa perspectiva de formação ao longo da
vida. As novas orie ntações curriculares concebem a utilização das Tecnologias de
Informação e Comunicação para o Ensino Básico como aprendizagens transdisciplinares,
ou seja, atravessam todas as disciplinas e áreas do currículo.
O recente relatório sobre os números chave das TIC nas escolas na Europa, da
responsabilidade do Eurydice (2004), inclui Portugal no grupo de países europeus que
inscreve ram as TIC no programa de ensino do 1º Ciclo. No nosso país, a utilização do
computador como ferramenta ao serviço das outras áreas é a forma mais comum ao nível
do 1º Ciclo.
Apesar da aposta inegável na utilização das TIC na sala de aula, convém referir
que o seu aproveitamento pedagógico continua a carecer de uma reflexão profunda.
4
Introdução
Diferentes autores chamam a atenção para os obstáculos de integração das TIC. São
considerados dois pontos de vista: um pedagógico e outro institucional. No primeiro ponto
de vista, Bourguignon (1994) cha ma a atenção que a utilização das TIC, deve integrar de
5
Introdução
forma coerente os conteúdos. O segundo ponto de vista considera que é a instituição que
deve ser envolvida e um variado leque de questões deve ser colocado de forma a garantir
sucesso à integração das TIC.
6
Introdução
Este trabalho é constituído por duas partes que embora distintas são
complementares. A primeira parte debruça-se sobre os fundamentos teóricos do estudo.
7
Introdução
8
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação no
resenha histórica
Ciclo)
_______________________________________________________
9
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
A escola como instituição sente-se muitas vezes como um elástico, puxada de todos
os lados, pressionada a agir pela mudança, mas muitas vezes agarrada a uma lógica
tradicional de actuação tentando manter o equilíbrio (precário), resistindo. Não pode
continuar atrasada em relação às grandes mudanças sociais operadas a um ritmo cada vez
maior, sob pena de se tornar obsoleta por não dar resposta aos múltiplos desafios e papéis
dos tempos actuais que se caracterizam pela profunda transformação tecnológica operada
pela rápida evolução e difusão de novas tecnologias, principalmente as associadas às
comunicações e aos computadores. Estas tecnologias têm a capacidade de alterar a difusão
das ideias e das formas de viver em sociedade, da forma de estudar, do relacionamento
entre pares e a forma de ocupar os tempos livres. Estas potencialidades influenciam
consequentemente a escola na sua forma de agir e de se relacionar com a sociedade.
10
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Não será pela simples adição de novos elementos (as TIC) que se transforma a
escola tal como demonstram alguns estudos (Jaquinot, 1977; Langouët, 1982, 1985; Tardy,
1996, cit. in Langouët, 2000). Estes estudos puseram em causa a ideia de que a introdução
de uma nova tecnologia era suficiente para a inovação e renovação das práticas
pedagógicas. É o mesmo que acrescentar mais água à sopa, todos os elementos já lá estão e
o professor, qual cozinheiro, tem um papel fundamental a desenvolver. É a cultura
pedagógica dos professores, as suas atitudes e representações que ditam o sucesso ou
insucesso da integração das TIC. Não é suficiente mudar o professor é preciso mudar
também os contextos em que ele participa. Em última análise a mudança está no professor
e depende do professor, ele “é a chave última da mudança educativa e do aperfeiçoamento
da escola” (Hargreaves, 1998, p. IX).
11
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
No mesmo sentido Langouët (2000, p. 64) considera que “Ce n’est jamais le média
ou l’outil utilisé qui induit quoi que ce soit, mais bien l’usage qui en est fait par
l’enseignant, en fonction des conditions de réception des apprenants » 1 .
1
“Nunca é o média ou a ferramenta utilizada que induz o que quer que seja, mas sim a forma de utilização
pelo professor em função das condições de recepção dos alunos”.
12
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
riqueza, na definição da qualidade de vida dos cidadãos e das suas práticas culturais. A
Sociedade da Informação corresponderá, por conseguinte, a uma sociedade cujo
funcionamento recorre crescentemente a redes digitais de informação” (MSI, 1997, p.7).
13
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Com a RCTS realizou-se a ligação das escolas à Internet através da rede RDIS.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
15
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
A cultura mediática entra em concorrência com a cultura escolar, uma vez que esta
deixou de ser a única fonte de transmissão do conhecimento. No entanto estas duas
culturas têm contribuído para o aumento do conhecimento dos seus destinatários e podem
ser complementares.
Porcher (2000) considera a ideia de passividade associada aos média uma falsa
questão uma vez que os ouvintes ou telespectadores podem escolher de acordo com os seus
interesses. Tanto a visão da passividade como da actividade são semelhantes, quer para os
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
média quer para a escola. Sugere que a escola e os média conjuguem esforços que
contribuam para uma articulação positiva entre a frequência obrigatória da escola e a
escolha voluntária dos média para que não haja um desinteresse total pela escola.
Há quase duas décadas Greenfield (1985) referia-se à escola como uma instituição
conservadora, na qual as mudanças eram lentas. Os que ensinam (professores) pertencem a
uma geração anterior e preparam os jovens para a incorporação na vida social. Essa é uma
das razões que mantém a escola um passo atrás das inovações tecnológicas.
Vimos assim que existem diferenças entre a escola e os média mas também existem
semelhanças e complementaridade apesar de cada uma possuir singularidades próprias.
Greenfield (1985) chama a atenção para a importância das imagens visuais “ (...)
los niños que ven mucha TV desarrollan una preferencia por las imágenes visuales
dinámicas.” (p. 135). 2
2
“ (...) as crianças que vêem muita TV desenvolvem uma preferência pelas imagens visuais dinâmicas”.
17
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Torna-se, assim, claro que a escola tem que mudar não podendo continuar a
transmitir o conhecimento baseado apenas na palavra, principalmente na palavra escrita,
situação referida por Carvalho (2003) como de “crise” da escrita. As principais razões,
segundo o autor, radicam principalmente na massificação do sistema escolar e no
desenvolvimento da tecnologia que permitiu o surgimento de novas formas de lazer que
ocuparam muito do tempo anteriormente destinado à leitura, muito embora, o computador
e o estado actual da Internet tenham recuperado a palavra escrita. Os alunos devem, então,
ser preparados para pesquisar a informação, seleccioná- la e incorporá- la nos seus
conhecimentos e ainda serem capazes de a compreender e interpretar as suas mais variadas
linguagens. Actividades variadas podem ser utilizadas para atingir este último objectivo
como por exemplo fazendo descrições verbais, desenhos, gráficos e utilizando o
videogravador ou o computador multimédia.
Se Bartolomé (2002) afirma que a escola tem que mudar, Papert (1997) vai mais
longe e acredita que a longo prazo o desenvolvimento de centros comunitários de
aprendizagem será uma via alternativa para os meios de aprendizagem do futuro, em que a
escola será uma entre várias instituições de aprendizagem, com igual legitimidade e
financiamento público, levando esta evolução ao conceito de sociedade de aprendizagem.
3
“O ensino e a aprendizagem devem converter-se num processo contínuo de tradução de linguagens, códigos
e canais, do visual ao verbal, do audiovisual ao escrito, e vice-versa. A comunicação enriquece-se, os
conhecimentos consolidam-se, a informação que se adquire fora da sala de aula integra-se na que é
trabalhada dentro da sala.”
18
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
literate”. Esta forma de alfabetização abrange os média mais “antigos” como a televisão
mas também os novos média (computador e Internet). A literacia em média vai para além
do seu acesso e baseia-se na capacidade crítica e conscienciosa do impacto do seu uso e
também nas vantagens que os novos média têm sobre outras formas de aprendizagem.
Silva (2001) num estudo de campo sobre os meios de ensino do Liceu Nacional de
Braga 4 desde a sua fundação até à actualidade (1836-2000) encontrou uma evolução lenta
no apetrechamento desta escola e o recurso a um ensino verbalista. De forma sucinta
apresentamos de seguida algumas das reflexões do autor.
4
Actualmente designado por Liceu Sá de Miranda.
19
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Os meios quando existiam nas escolas (por exemplo o telégrafo) eram usados como
objectos de demonstração e não como meios de comunicação.
Silva (2001) considera que “O ambiente escolar deste período era de penúria de
recursos e traduzia o predomínio do método pedagógico tradicional verbalista, ou seja,
como se afirmava no relatório do ano de 1882, de uma forma geral o ensino prático estava
limitado pelas lições teóricas” (p.5).
Não podemos, no entanto, deixar de lembrar que a opção por estes métodos
assentava em disposições metodológicas existentes nos regulamentos das reformas
escolares da época e a sua adopção era facilitada pela penúria de equipamento uma vez que
estes métodos necessitavam apenas de mesas e cadeiras.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
(IMAVE). Este instituto pretendia através das técnicas audiovisuais elevar o nível cultural
da população e facilitar a actividade lectiva dos professores e era responsável pela emissão
de programas educativos de rádio e televisão, designadamente a Telescola.
Este movimento, uso das tecnologias na educação, deu origem à formação de uma
área de saber, a Tecnologia Educativa, facto que aconteceu em muitos países sob a égide
das Ciências da Educação. A Tecnologia educativa é entendida por Silva, Blanco e Gomes
(1988) como uma forma sistémica de conceber, realizar e avaliar o processo de
ensino/aprendizagem recorrendo a sistemas tecnológicos de informação e comunicação
para o processamento da aprendizagem.
21
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Pode considerar-se a década de oitenta para a generalidade dos países, como a data
marcante de arranque dos projectos nacionais que visavam a introdução do computador.
22
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
considerar que a escola deve preparar os alunos para uma sociedade que se quer
competitiva fazendo uso das Novas Tecnologias.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Programa Nónio Século XXI e o Programa Internet na Escola, incidindo nas tecnologias
multimédia e nas redes de comunicação.
O Programa Nónio Século XXI, criado pelo Ministério da Educação teve como
finalidade apoiar e adaptar o desenvolvimento das escolas às novas exigências colocadas
pela Sociedade da Informação, as quais radicam na necessidade de novos conhecimentos e
práticas e também de novas infra-estruturas sempre em constante evolução e actualização.
A implementação do Projecto baseava-se numa responsabilidade tripartida: as escolas
aderentes apresentavam, implementavam e desenvolviam o Projecto, o Ministério da
Educação aprova va-o e financiava-o e o Centro de Competências apoiava-o e
acompanha va as escolas.
Um Programa que teve grande impacto na integração das TIC nas escolas foi o
Programa Internet na Escola e no que diz respeito ao 1º Ciclo do Ensino Básico foi aquele
que mais contribuiu para o apetrechamento em meios informáticos. Este progr ama
coordenado pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia inseriu-se na iniciativa nacional
para a Sociedade da Informação e teve como objectivo principal o apetrechamento de todas
as escolas com um computador multimédia ligado à Internet, através da Rede Ciência,
Tecnologia e Sociedade (RCTS). No início do seu arranque em 1997 contemplava apenas
as escolas do 2º, 3º Ciclo e escolas secundárias acabando por incluir também a partir de
2000 as escolas do 1º Ciclo. A Unidade de Apoio à Rede Telemática Educativa (UARTE)
foi criada pelo programa para apoiar o desenvolvimento da rede comunicativa e educativa
através de actividades desenvolvidas e dos conteúdos propostos no seu Web Site.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Responderam ao inquérito (de 2000), 31,8% das escolas do 1º Ciclo e 44,1% do 2º,
3º Ciclo e Secundário. Pouco mais de um terço (35,6%) das escolas do 1º Ciclo estavam
equipadas com computador, bem atrás dos valores dos restantes níveis de ensino (90,7%).
De referir alguns dados interessantes, por vezes esperados, como por exemplo : as
impressoras são os periféricos mais abundantes; a localização mais comum dos
computadores no 1º Ciclo é a sala de aula enquanto nos outros níveis de ensino é a sala de
informática; no 1º Ciclo a percentagem de escolas que dispõem quer de software educativo
quer utilitário era diminuta; a produção e edição de informação, a recreação e a consulta e
pesquisa de dados eram as actividades educativas mais comuns em todos os níveis de
ensino e os projectos anteriores desenvolvidos no 1º Ciclo apresentavam percentagens
25
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
reduzidas mesmo tendo em conta o importante impacto que alguns tiveram: como os
Programas Nónio Século XXI, Ciência-Viva e Minerva.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
O objectivo deste texto não é aprofundar todas as questões relativas aos objectivos
da utilização das TIC na educação, mas sim apontar alguns que poderemos considerar
fundamentais.
A utilização das TIC na escola vai muito além do papel que lhes está
tradicionalmente associado, ou seja o acesso à informação. Elas possibilitam não só a
produção e edição de informação como também a sua partilha (mesmo a nível do 1º Ciclo).
5 Currículo nacional.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
A informação coligida pelos alunos pode ser armazenada numa base de dados e
pode existir sob a forma de texto, gráfica ou numérica. Estas bases de dados podem ser
exploradas para que os alunos estabeleçam relações simples, formulem questões e
hipóteses. Estas actividades também favorecem o trabalho em grupo uma vez que
envolvem colaboração, procura e discussão de informação.
A curiosidade natural das crianças do 1º Ciclo pode ser utilizada para exp lorar o
modo de funcionamento dos aparelhos e o porquê dos fenómenos. A tartaruga de solo e
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
É claro que o professor deve acompanhar todo este processo contribuindo com os
seus conhecimentos para o desenvolvimento destas capacidades.
29
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
limite para se atingir um rácio de 10 alunos por computador; lança novas iniciativas no
domínio da educação e formação de adultos, criando ao mesmo tempo um grupo de
trabalho para coordenar os programas de introdução, difusão e formação em Tecnologias
de Informação e Comunicação.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
com o software utilitário e para que possa ser utilizado na sala de aula necessita de ser
integrado no currículo para que tanto professores como alunos possam tirar partido das
suas potencialidades.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
-os e apoiando-os.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
recorrendo à cor, à forma e direcção das letras, resultando numa forma apelativa para os
sentidos. Esta actividade é cada vez mais comum no 1º Ciclo.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
A maioria das escolas possui pelo menos um exemplar de jogos educativos, o que é
deveras insuficiente.
Alguns dos videogramas utilizados para fins pedagógicos não foram criados com
esse objectivo, mas prestam-se a uma utilização que pode ser vantajosa se adequadamente
explorados. A possibilidade de utilização de vários sentidos (aud ição e visão) no
visionamento de um videograma, aliados ao movimento, à representação do real, à
existência de todas as dimensões dos objectos por contraste com as imagens estáticas e
apenas com duas dimensões dos livros, constituem vantagens pedagógicas que não são de
menosprezar.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Uma das principais razões para a dificuldade de integração curricular das TIC
(principalmente a Internet e em menor escala o computador) prende-se com o facto de
estas tecnologias terem aparecido recentemente (há poucos anos) e se úteis têm uma
penetração social facilitada e rápida, enquanto as alterações curriculares necessitam de
alguns anos para serem implementadas (envolvem pareceres de especialistas, cria ção de
legislação, alterações organizacionais, refinamento de estratégias e, por último, avaliação e
se necessário proceder a alterações). 6
6
Este facto pode ser constatado por exemplo, no processo que deu origem à actual Reforma Curricular do
Ensino Básico e Secundário, que embora se tenha iniciado em 1996 só em 2001 se efectivou através de
publicação legislativa.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
A escola esteve sempre um passo atrás das evoluções tecnológicas quando estas se
processavam a um ritmo mais le nto. Actualmente, principalmente na área das Tecnologias
de Informação e Comunicação a evolução é diária, facto que deve preocupar a escola de
forma a não se deixar ultrapassar. Este é uma das características actuais das TIC que
permitem evoluções rápidas e constantes, aspecto geralmente designado por “salto
tecnológico”.
Por seu lado, Ponte (2002) critica o facto de em algumas escolas do 2º Ciclo o
ensino das TIC ser realizado quase exclusivamente numa disciplina de informática,
propondo antes um uso transversal uma vez que hoje em dia se pretende uma maior
integração das disciplinas.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
A Área de Projecto tem como principal objectivo a implicação dos alunos nas
diversas fases de um projecto (concepção, realização e avaliação) de acordo com os
problemas ou temas em estudo sugeridos pelos alunos e que se enquadrem nos seus
interesses ou necessidades abrangendo de forma articulada os saberes das várias áreas
curriculares.
Das três áreas curriculares não disciplinares, a Área de Projecto é a que reúne
melhores condições para a utilização mais intensiva e qualitativa das TIC, durante as várias
fases de execução de um projecto. Essa utilização pode passar pela fase de planificação,
pela criação de grelhas de observação ou de avaliação das actividades, pela fase de recolha
de dados. Tal como o computador, a Internet também pode desempenhar um papel
importante na fase de pesquisa de informação, na criação de uma página para divulgação
dos projectos realizados, para contactar com outras escolas, etc. O videogravador pode ser
utilizado para visionar ou gravar as actividades, para explorar informação, entre outros.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
apresentação de trabalhos dos alunos; como recurso didáctico, no sentido em que podem
constituir-se como auxiliares nomeadamente através da utilização de jogos e/ou exercícios
que desenvolvem competências gerais ou conhecimentos em áreas específicas, como fonte
de informação e, finalmente, como desenvolvimento e apoio à distância.
7
A articulação destes dois termos deu origem a uma área chamada de edutainment (Pons, 1999).
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Poderão ser utilizados vários tipos de programas para desenvolver a linguagem oral
e escrita: jogos de aventuras, programas de texto e imagem e processamento de texto.
Para os alunos que estão na fase de iniciação à leitura o ecrã e o teclado aparecem
como o tradicional papel e lápis. À medida que vão escrevendo, os caracteres aparecem
dispostos da esquerda para a direita (direcção da escrita) e ao mesmo tempo existe uma
correspondência entre os símbolos gráficos (letras) e a organização espacial (cada letra
39
Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
ocupa um só lugar, as palavras estão separadas por espaços tal como na linguagem oral e
estão também separadas por espaços temporais).
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
que o recurso aos meios tradicionais. Esta interactividade apresenta algumas vantagens
perante algumas formas tradicionais de abordagem da música.
Apesar de aqui nos interessar principalmente a análise da situação das TIC nos
sistemas educativos na Europa também serão incluídos neste texto, alguns dados e
informações relativos às TIC nos lares europeus. Esta situação justifica-se pela inter-
relação casa/escola nos tipos de uso que os jovens realizam com os equipamentos TIC.
Outra razão prende-se com o facto destes dados nos permitirem um conhecimento mais
aprofundado da problemá tica da utilização das TIC.
A introdução das TIC nos sistemas educativos nalguns países europeus tem passado
por diversas fases consoante os países. As estratégias de implementação centraram-se
principalmente em três alternativas: através da criação de uma disciplina autónoma, ou
repartida pelas diversas disciplinas de acordo com as estratégias definidas e a criação de
um espaço à parte “laboratório, centro informático, clube”. Alguns países passaram por
todas estas fases, outros apenas por algumas.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
europeus durante a década de oitenta, o que nos permite verificar a sua evolução
recorrendo a estudos mais actuais (Süss, 2001; Gonçalves, 2002).
Durante a década de oitenta, a Suécia optou por uma abordagem da utilização das
TIC no sentido de Alfabetização Informática do computador. Gonçalves (2002) considera
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Tecnologias de Informação e Comunicação no sistema educativo.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Desde a década de setenta a França passou por períodos em que o computador foi
utilizado como ferramenta, ensino assistido por computador e Alfabetização Informática. A
experiência piloto de 1970 dos “58 liceus” em que a utilização do computador era
transversal às disciplinas, influenciou a evolução posterior tendo levado à adopção da
informática em todas as disciplinas (Baron, 1992). A informática está presente no
programa dos dois últimos anos do Ensino Primário (1º Cic lo) e no Ensino Secundário,
como opção. O plano “Informática para Todos” de 1985 constituiu um marco fundamental
na introdução dos computadores no sistema educativo francês ao dotar todos os
estabelecimentos de ensino com equipamentos informáticos, a criação de salas de aula para
estes equipamentos e “ateliers informáticos”.
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“Desde 1960, sucederam-se políticas oficiais, cada uma promovendo na escola uma vaga tecnológica
específica (audiovisual, informática, Internet) ”.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
O esforço económico para adquirir estes bens funciona como um travão à sua
disseminação, principalmente para os economicamente desfavorecidos. Estes dados
demonstram a importância da escola para diminuir as desvantagens de acesso das crianças
mais desfavorecidas, contribuindo para a democraticidade de aceso às TIC.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Süss (2001), num estudo comparativo de onze países europeus e Israel, sobre a
difusão e importância dos novos média e das tecnologias de informação entre as crianças e
adolescentes, efectuado com base em inquéritos lançados em 1997, refere que a explicação
para a introdução dos computadores nas escolas na década de oitenta deve u-se ao facto das
crianças terem de aprender destrezas de programação. Mais tarde as escolas abandonaram
o ensino da programação e optaram pelos programas existentes, como de escrita e desenho.
Alguns países como a Alemanha e a Espanha tinham uma abordagem antiquada do ensino
de programação, enquanto que os países nórdicos possuindo modernos equipamentos
multimédia e com uma utilização intensiva do computador, raramente o faziam. Por outro
lado, a utilização de programas de desenho começava muito cedo (seis, sete anos) sendo o
Reino Unido e Israel os países mais utilizadores destes programas.
Os países nórdicos faziam um uso inovador da Internet e em maior escala que todos
os outros países europeus. A maioria dos alunos (60%), segundo o estudo de Livingstone e
Bovill (2001), utilizava o computador na escola, com os países nórdicos e o Reino Unido a
liderarem as percentagens (80%), aparecendo no outro extremo a Espanha e a Alemanha
(40%). Os rapazes e as raparigas tinham igualdade de oportunidades de acesso ao
computador na escola, não existindo também diferenças ao nível da classe social, ao
contrário do que acontecia no acesso em casa, com os rapazes a saírem beneficiados bem
como os filhos pertencentes a classes sociais favorecidas.
11 “Design e tecnologia”.
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caracteriza va-se pelo predomínio dos canais de televisão nacionais e acesso reduzido a
novas tecnologias; o segundo grupo era formado pela Alemanha, Suiça, Bélgica e Israel
com acesso a múltiplos canais televisivos e um uso moderado de novas tecnologias; em
terceiro lugar, o Reino Unido que associa va um acesso elevado à televisão e às novas
tecnologias, por último, o quarto grupo que abrangia os países nórdicos e a Holanda
considerados como países pioneiros relativamente às novas tecnologias.
Apesar destes entraves, a maioria das crianças europeias tem acesso à televisão,
telefone, livros, revistas e videogravadores, principalmente em casa. Muitas têm aparelho
de televisão no quarto e acesso a um computador pessoal em casa. Facto marcante é o
domínio da televisão como o média mais abundante e mais utilizado (perto de duas horas
por dia), seguido da música e em terceiro lugar, e a ganhar terreno, os média interactivos
como o computador, jogos vídeo e Internet (Livingstone & Bovill, 2001).
Uma situação comum à maioria dos países que implementaram a informática nos
seus sistemas de ensino é a preocupação com a formação dos professores nesta área, tanto
na formação contínua (por vezes de curta duração) como na formação inicial.
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d’enseignement, formation des enseignants” da responsabilidade da Unidade Europeia
do Eurydice (Rede de informação sobre a educação na Europa ) extraído do relatório “Les
chiffres clés de l’éducation en Europe” (4º édition) 13 e publicado em 2000, apresenta uma
perspectiva global sobre as políticas educativas nacionais de vinte e nove países europeus
relativamente às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
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para os três níveis de ensino a partir de 1995, enquanto a França e a Espanha foram
pioneiras a partir da década de oitenta.
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com carácter obrigatório quase sempre o número de horas é estipulado. Quando se trata de
opção o número de horas varia de país para país.
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5 – Alguns números sobre equipamentos e sua utilização nas escolas e nos lares.
No entanto, o relatório aponta para uma evolução positiva quanto à integração das
TIC e ao nível de equipamentos. Por exemplo, os resultados são encorajadores
relativamente ao número de países que passaram a contemplar as TIC como matéria
obrigatória do programa de ensino no ano lectivo de 2002/2003.
A taxa de informatização varia de país para país bem como o rácio de alunos por
computador que oscila entre 5 e 20 (alunos de quinze anos). Alguns países aparecem com
rácios muito elevados (Grécia), mas já estabeleceram metas para a sua redução. Nos países
onde foram fixados rácios a disparidade de equipamentos entre escola s é muito reduzido.
Nos países onde não foram estabelecidos estes rácios o número de alunos por computador
pode variar de escola para escola. Esta situação é mais grave nos países com um PIB baixo
e equipamento informático pouco desenvolvido. No nosso país o Despacho nº 16126/2000
14
“Números chave das tecnologias de informação e comunicação na escola, na Europa”.
15
Projecto Internacional de avaliação de alunos. É um projecto da responsabilidade da OCDE. Este estudo
internacional (Portugal também fez parte) foi aplicado a jovens de 15 anos e tem como objectivo testar
performance em literacia, em cultura matemática e em cultura científica.
16
Projecto Internacional de avaliação da capacidade leitora. Em 2001 participaram neste estudo internacional
35 países. Este estudo tem como objectivo medir a compreensão leitora dos alunos do 4º ano de escolaridade
(9-10 anos de idade), tendo resultado num relatório sobre a capacidade de leitura de cada país participante.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Nalguns países (Grécia, Espanha, França, Bulgária) menos de um terço das famílias
dispõe de acesso à Internet.
A leitura dos dados revela a existência de uma relação entre o nível de riqueza
nacional e o grau de desenvolvimento informático, quer a nível familiar quer a nível
escolar. Os países nórdicos são os que têm um PIB mais elevado e são também aqueles que
apresentam taxas mais elevadas de penetração de computadores e Internet.
A utilização das TIC na escola aumenta directamente com a idade dos alunos: os
alunos de nove ou dez anos (1º Ciclo) utilizam raramente o computador (perto de metade
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
não utiliza ou quase nunca utiliza e apenas um terço afirma utilizar o computador várias
vezes por semana), excepto no Reino Unido e na Islândia onde dois terços dos alunos de
quinze anos utilizam regularmente o computador. Es tas situações acontecem mais
frequentemente em países com uma reduzida taxa de equipamentos, ainda que aconteça
também em países bem equipados pelo que não se poderá afirmar que o número de
equipamentos é condição obrigatória para um uso mais intensivo.
Depois da análise da situação das TIC na Europa, chega agora a vez de analisar a
sua situação no sistema de ensino português, principalmente ao nível do 1º Ciclo.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
O Programa Internet na Escola foi até ao presente o programa que mais impacto
teve na dotação de equipamentos às escolas e no acesso à Internet pelo menos no 1º Ciclo,
dada a dimensão reduzida das escolas (poucos alunos, salas e professores), daí que apenas
um computador possa representar um impacto considerável.
Pouco mais de metade dos jovens de quinze anos em 1999/2000, tinham acesso à
Internet em casa. Infelizmente não existem dados disponíveis para o nosso país referentes
aos alunos de nove/dez anos (1º Ciclo), no acesso à Internet, nem nas formas de utilização
do computador em casa. No entanto, apesar da falta de dados é muito provável que a
situação seja análoga à dos restantes países europeus não surpreendendo o facto dos jogos
informáticos serem a actividade mais frequente de utilização do computador seguida do
processamento de textos e pesquisa de informação.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
computador como ferramenta ao serviço das outras áreas é a forma mais comum ao nível
do 1º Ciclo, enquanto no Ensino Secundário as TIC podem ser utilizadas quer como
ferramenta quer como disciplina autónoma, tendo passado, a partir do ano lectivo de
2002/2003, a fazer parte do currículo como uma nova matéria de estudo no 9º e 10º anos
(Decreto-Lei nº 209/2002).
Entre 2004 e 2006 pretende-se atingir um rácio de dez alunos por computador
(Despacho nº 16126/2000), mas em 2001 um estudo da responsabilidade do DAPP
apontava para um rácio superior a cinquenta relativamente aos alunos de quinze anos. Esta
situação tem evoluído rapidamente em todos os países europeus e o nosso não é excepção.
No nosso país existe uma grande disparidade entre escolas quanto ao número de
computadores disponíveis por aluno. Enquanto numas existem menos de quinze alunos por
computador noutras eleva-se a mais de noventa, ao mesmo tempo que uma utilização
frequente (várias vezes por semana ) é muito reduzida sendo inferior a 20%, o mesmo se
passa com a Internet (cerca de 10%). Não admira portanto que surjam títulos sugestivos
nos jornais, do género: “Tecnologia ainda não vai à escola” (Carvalho, 2002).
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Há quase vinte anos, Greenfield (1985) referia-se à enorme evolução dos meios de
comunicação que estavam a invadir a vida quotidiana e às mudanças que operavam não só
nos costumes como na forma de pensar. Enquanto que os adultos se esforçavam para se
adaptarem à introdução destas novas tecnologias, para os jovens a acomodação social era
visível na facilidade com que experimentavam e utilizavam todas as potencialidades destas
tecnologias e na ausência de receio perante elas.
Vivem num contexto onde estes média têm um lugar importante nas formas de
ocupação do tempo livre e nas suas conversas. Naturalmente que estas mudanças se
reflectem na sua relação com a comunicação escrita, nas aprendizagens escolares e nas
formas de socialização.
Os média desempenham um papel cada vez maior nos tempos livres das crianças e
a sua influência não mais pode ser separada da educação, do relacionamento com a família
e os pares e inclusive das perspectivas de emprego. Por exemplo, o facto de se oferecer um
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
computador a uma criança pode afectar o tempo gasto noutras actividades e despertar uma
preferência profissional nesta área.
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Pasquier (2001) prevê que surjam “New patterns of interaction within the family,
with more distinct territories marked according to gender and to age, seem likely to
emerge” (p.176). 17
17
“ Novos padrões de interacção no interior da família, com mais territórios distintos marcados segundo o
género e a idade, parecem provavelmente emergir.”
18
“Viverem acompanhados, mas afastados”.
19
“A atracção insubstituível, junto dos jovens, pela comunicação face a face e as actividades de grupo as
quais os média não saberiam suplantar”
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Por sua vez, d´Haenens (2001) encontrou diferenças de país para país relativamente
à importância que os média tinham na vida das crianças. Neste estudo (onze países
europeus e Israel) perguntaram a crianças e jovens de qual dos média, de uma lista de
dezasseis, sentiriam mais falta. A televisão obteve a maioria das respostas na maior parte
dos países. Foram encontradas diferenças nalguns países, por exemplo na Finlândia a
prioridade foi para o computador (resposta que vai de encontro à liderança dos países
nórdicos na área das TIC). Na Suiça, Alemanha e Flandres foi a música (rádio ou
aparelhagem HI-FI) que obteve o primeiro lugar.
20
“A televisão continua a ser o média dominante para todos os tipos de utilização, tanto no número de
utilizadores como no tempo gasto”
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
Beentjes, Koolstra, Marseille e van der Voort (2001) consideram que o tempo
dispendido e as funções preenchidas pelos média estão relacionados com o género, a idade
e o estatuto socioeconó mico. Todos os estudos apontam para a televisão como o média que
mais tempo ocupa, tempo esse que vai aumentando a partir da adolescência, o mesmo
acontecendo com os média áudio. Por outro lado, alguns estudos citados por Beentjes et al.
(2001), (Beentjes et al., 1997; Klingler & Graebel, 1994) salientam que são as crianças de
elevado estatuto socioeconómico que dedicam mais tempo à leitura, as raparigas passam
mais tempo com os média áudio que os rapazes e também lêem mais.
Suoninen (2001) sintetiza de forma exemplar a importância dos média na vida das
crianças ao analisar as diferenças de género, o tipo de média e a influência da idade e da
cultura familiar. À medida que a idade avança aumenta a importância dos amigos na
utilização dos média, mas passando para uma utilização mais frequente fora de casa. A
idade em que tal ocorre depende consideravelmente da cultura. Por exemplo, nos países
nórdicos a “cultura de pares” já é importante aos seis ou sete anos, enquanto nos países
possuidores de valores familiares tradicionais mais arreigados (ex. Espanha) até os
adolescentes recebem mais influências da família.
Estas alterações na vida das crianças também passam pela escola, ainda que em
menor escala por esta não acompanhar o ritmo de evolução da sociedade. Quem tem
contacto com alunos já notou certamente a substituição de alguns jogos tradicionais pelos
“Game Boys” durante os intervalos ou mesmo em casa. O mesmo se passa dentro da sala
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Capítulo 1 – Tecnologias de Informação e Comunicação nas escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico
de aula com a utilização, cada vez maior, de tecnologias que recorrem à interactividade
(Internet, computador multimédia).
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
3- Uma resposta que um organismo produz pode ser associada, através do treino, a
um estímulo a que se possa levar o organismo a prestar atenção. Dessa forma a
aprendizagem ocorria de uma forma automática. O organismo era encarado como um
recipiente de estímulos do meio (Sprinthall & Sprinthall, 1993).
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
Tal como tinha acontecido com Watson, Thorndike também foi influenciado pelo
condicionamento clássico de Pavlov tendo-o aplicado em ambiente escolar. A importância
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
de Thorndike foi visível nas práticas educativas dos Estados Unidos durante algumas
décadas do século XX pela aplicação de uma abordagem behaviorista na educação.
Apesar do conexionismo não gozar da enorme popularidade que outrora teve, a sua
influência ainda se faz sentir actualmente. A utilização de estrelas douradas, pontos e
outras formas de motivação extrínseca por ele introduzidas fazem parte, hoje em dia, dos
CD-ROMS e Websites. O processo de praticar e de repetir exercícios em software
educativo é uma influência directa da lei do exercício.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
Skinner, da mesma forma que Thorndike, acreditava que a recompensa era o factor
mais importante no processo de aprendizagem preferindo chamar- lhe reforço em vez de
recompensa.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
A sua máquina de ensinar, criada nos anos cinquenta, provocou uma revolução na
tecnologia educativa e era considerada pelo seu criador como um auxiliar da aprendizage m
que permitiria aos alunos alcançar o seu potencial intelectual.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
A evolução seguinte passou pelo software tutorial que conduzia os alunos através
de uma unidade temática de ensino. Nos últimos anos o software tem como objectivo o
domínio de conceitos globais. À medida que o aluno progride no programa pode fazer
escolhas sendo levado a descobrir um conceito por si mesmo. No caso de errar, o programa
permite a revisão do material que não foi compreendido. O EAC (Ensino Assistido por
Computador) é assim interactivo ao permitir ao aluno responder, proceder a escolhas e a
participar.
21
EAC – Ensino Assistido por Computador; EAO – Enseignement Assisté par Ordinateur ; CAI – Computer
Assisted Instruction.
22
Serviço Nacional de Aplicação de Provas.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
continuam, contudo, a propor programas de ensino que em muitos casos se baseiam nos
mesmos princípios de base: divisão dos saberes em micro-objectivos e reforço.
Sempre que o software de tipo EAC permita a manip ulação de diferentes situações
podem ser utilizados de forma criativa com a condição do professor conseguir levar os
alunos a testar diferentes ideias sobre os conteúdos apresentados.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
Ao mesmo tempo que uma criança passa por consideráveis alterações físicas
durante o seu desenvolvimento também as suas capacidades cognitivas progridem através
de transformações fundamentais. O desenvolvimento cognitivo remete para um processo
mental pelo qual o conhecimento é adquirido, armazenado e recuperado para resolver
problemas. As teorias cognitivas procuram explicar as actividades cognitivas que
contribuem para o desenvolvimento intelectual das crianças e da capacidade de
aprendizagem. A investigação sobre o desenvolvimento cognitivo teve um grande impacto
no movimento construtivista e na tecnologia educativa.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
Legros, Pembroke e Talbi (2002) avançam com três objectivos importantes para os
sistemas de Ensino Assistido por Computador possibilitados pelo desenvolvimento da
inteligência artificial: i) a adaptação às particularidades e necessidades dos alunos, ii)
tornar possível a aprendizagem pela acção e iii) permitir a transferência de conhecimentos.
Não esquecem, contudo, as fragilidades destes sistemas em virtude da sua dificuldade em
modelar as interacções entre o aluno e o material verbal, daí a importância das pesquisas
actuais da psicologia cognitiva sobre a memória e tratamento das informações verbais
particularmente sobre os textos e hipertextos.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
Durante algumas décadas Piaget foi construindo a sua teoria através da observação
directa de crianças. A sua pesquisa viria a revolucionar a nossa compreensão do
desenvolvimento intelectual.
A sua teoria foi muito útil para explicar quando, como e porquê as crianças
desenvolvem e aprendem novos conceitos. Para além disso, forneceu também uma
estrutura de referência aos educadores e aos tecnólogos da educação com a qual podem
analisar o comportamento dos alunos e construir ambientes educativos através dos quais as
crianças podem construir o seu próprio conhecimento.
23
“Piaget nunca especificou um conjunto de etapas ou procedimentos para o ensino. Ele forneceu um
conjunto de linhas de orientações universais, na sua teoria da aprendizagem, com as quais se podem desenhar
e planificar actividades educativas”.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
A psicologia cognitiva interessa-se pela capacidade que o ser humano tem para
obter conhecimentos e desenvolver a sua inteligência.
Bruner lembra aos professores que devem ajudar a promover as condições que
permitam que o aluno se aperceba da estrutura de um determinado assunto. A
24
“Treino de investigação”
25
“Aprendizagem pela descoberta”
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
Denomina a sua posição uma teoria da instrução e não uma teoria da aprendizagem.
Entende que uma teoria da aprendizagem é descritiva ao fazer uma descrição posterior dos
factos. Por seu lado, a teoria da instrução é prescritiva pela possibilidade de prescrever
antecipadamente a melhor forma de ensinar um conteúdo.
O professor deve ensinar uma matéria utilizando mensagens sem palavras, depois o
aluno deve explorar representações pictóricas, e finalmente, a mensagem deve ser
explicada simbolicamente pelo uso de palavras.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
A sua influência alargou-se à área política, sendo também uma corrente política que
proclama que as escolhas públicas devem ser guiadas pela vontade de criar um certo tipo
de sociedade e não o bem-estar imediato dos indivíduos.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
Daremos aqui relevância ao trabalho de Jean Piaget, ainda que de forma breve, pela
sua importância no campo da psicologia do desenvolvimento cognitivo e a repercussão e a
influência da sua obra na área da educação.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
e é por sua vez por este afectado. Desta forma, nem a criança é um ser vazio nem a
aprendizagem se resume a encher de forma passiva um recipiente vazio.
Os estudos intensivos de Piaget com crianças permitiram- lhe produzir um mapa dos
estádios de desenvolvimento cognitivo e propor que o mesmo se processa em estádios de
desenvolvimento. A natureza e a forma de inteligência mudam qualitativa e profundamente
ao longo do tempo.
A palavra esquema representa uma estrutura mental que se adapta aos padrões do
ambiente. Por exemplo, uma criança pode confundir uma vaca com um cão por possuírem
alguns padrões semelhantes: quatro patas, orelhas grandes, etc. À medida que as crianças
se desenvolvem, os seus esquemas alargam-se, diferenciam-se e inter-relacionam-se,
permitindo- lhes distinguir animais. Estes esquemas estão constantemente a serem
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
Quando uma criança encontra uma situação nova ou um novo ambiente com o qual
não está familiarizada, cria-se um estado de desequilíbrio na mente da criança que
necessita de ser mentalmente gerido. De forma a criar um estado confortável de equilíbrio
no esquema mental, a criança tem de modificar ou reestruturar o esquema para explicar
esta nova situação. O processo mental responsável pela reestruturação do esquema é a
assimilação e a acomodação. A actividade de assimilar experiências do meio envolvente
força a criança a acomodá- las ou internalizá- las. O desenvolvimento mais completo existe
quando as crianças assimilam experiências do seu meio e, a partir daí, são capazes de
acomodar ou internalizar essas experiências.
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
Gillani (2003) afirma que “The most prominent scholar in this area is Vygotsky”
26
(p.75).
26
“O investigador mais proeminente nesta área é Vygotsky”.
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o significado para o aluno. Esta situação leva à produção de conhecimentos inertes, uma
vez que são construídos geralmente em contextos abstractos e sem qualquer ligação directa
com a realidade do aluno. Os conhecimentos realizados neste contexto raramente são
transferidos e reutilizados noutras situações de aprendizagem (Legros, Pembroke, & Talbi,
2002). A opção pela decomposição dos conteúdos em pequenas unidades é mais o
resultado dos constrangimentos dos programas que são concebidos em função dos
conteúdos disciplinares do que em função dos processos de aprendizagem sobre os quais
eles intervêm.
A educação a distância tem- se preocupado com a análise dos modelos de ensino, ao
memo tempo que a realização de investigação sobre estes modelos tem proliferado.
Landau (2001) afirma que muitos cursos on-line combinam contribuições dos
modelos centrados no professor que incluem a transferência de conhecimentos
(exposições, textos e videogramas) e técnicas dos modelos centrados no aluno, como sejam
a escrita, discussão, desenho, realização de experiências e pesquisa, aná lise, planeamento e
colaboração. A mesma autora refere que embora os cursos baseados nos modelos centrados
no professor possam ser eficazes num ambiente presencial, face-a-face, quando transpostos
para um ambiente virtual falham redondamente devido à ausência dos factores
motivacionais que existem numa sala tradicional (pressão dos pares, respeito pelo
professor, cortesia, harmonia) levando mesmo os alunos mais motivados a procrastinar as
tarefas. Os cursos online baseados nos modelos centrados no aluno são mais eficazes pelo
facto dos estudantes se sentirem apoiados pelos colegas e considerarem o professor como
um orientador que se preocupa com os seus progressos. A interacção/interactividade é o
desafio da educação online (Campos & Martins, 2002). Por sua vez, Neto (2003) considera
que a Internet é um meio participativo devido à sua natureza interactiva e aberta, alertando,
contudo para o facto da interactividade depender da forma como o processo é conduzido,
destacando, neste caso, o carácter essencial da participação do professor. Silva (2002)
numa análise profunda ao conceito de interactividade afirma que esta potencia uma nova
competência comunicacional na sala de aula, passando o professor a ter um novo desafio, o
de modificar a comunicação no sentido da participação/intervenção. Os alunos, por seu
lado, passam a ter um espaço de diálogo, participação e aprendizagem favorecidos por um
ambiente que garante a liberdade de expressão e onde o professor disponibiliza o
conhecimento que é construído na confrontação de ideias de forma colectiva, livre e plural.
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objectivo é apelar à criatividade dos indivíduos. O professor tem como função facilitar a
troca de informação e de conhecimentos entre os alunos, participando nos debates e
providenciando para que todos interajam mutuamente. Tem vindo a ser adoptado
progressivamente em muitas instituições de ensino e formação, por se reconhecer que
desenvolve nos alunos uma maior criatividade, atitude crítica, espírito de grupo e a
capacidade de comunicação interpessoal.
Na aprendizagem colaborativa, a articulação das estratégias e dos processos
permite aos alunos construírem novas estruturas de conhecimentos e modificar as já
existentes. Alguns autores fazem uma distinção clara entre “colaboração” e “cooperação”.
Pudelko, Legros e Georget (2002) fazem uma distinção entre os dois conceitos.
Assim, a colaboração consiste em realizar uma tarefa em comum, do princípio ao fim. A
cooperação, por seu lado, consiste em partilhar elementos da tarefa em que cada membro
do grupo realiza uma parte e depois reúnem-se as participações individuais num todo.
Segundo Johnson e Johnson (1996), num grupo que trabalhe de forma colaborativa,
todos os membros estão empenhados com o objectivo de optimizar a aprend izagem de
cada um. Os autores preconizam a aplicação de regras precisas para a criação de grupos
colaborativos propondo as seguintes condições: lutar por um benefício comum, partilhar
uma identidade grupal e um destino comum e, por último, unirem-se durante muito tempo.
Para que tal suceda, o professor deve dar aos alunos uma tarefa clara e explícita e explicar
os objectivos da mesma.
Os grupos colaborativos partilham uma responsabilidade comum, uma vez que
podem contar uns com os outros. É reconhecido, contudo, que a aprendizagem por
colaboração é mais complexa que a aprendizagem por competição ou a aprendizagem
individual, visto que os membros do grupo têm de se empenhar simultaneamente num
trabalho relacionado com a tarefa e num trabalho de grupo (Pudelko, Legros, & Georget,
2002). Os autores citam estudos que demonstram que a aprendizagem cooperativa assistida
por computador tem efeitos positivos em pequenos grupos (Cavalier & Klein, 1998). Citam
também outros estudos (Klein & Doran, 1997) que mostram efe itos idênticos entre os
métodos individuais e grupais.
Levy (2000) também defende a aprendizagem cooperativa na mudança qualitativa
nos processos de aprendizagem. Alguns dos exemplos da aprendizagem cooperativa são: a
aprendizagem cooperativa assistida por computador e os “campos virtuais” onde os alunos
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
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Capítulo 2 – Ensinar e Aprender com as TIC
_________II Parte__________
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Capítulo 3 – Metodologia da investigação
_____________________________________________________
3.4.2. Formação
3.4.3. Condições
____________________________________________________________
O 1º Ciclo do Ensino Básico tem sido equipado nos últimos anos com Tecnologias
de Informação e Comunicação quer resultantes da aposta dos professores das escolas, quer
do Ministério da Educação através de projectos e programas específicos (Nónio Século
XXI, Internet na Escola, entre outros).
95
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
96
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
- Analisar as escolas mais bem equipadas de acordo com o meio em que estão
inseridas: rural, urbano e misto (rural/urbano);
97
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
are held, processes that are going on, effects that are evident, or trends that are
developing” (p.105) 27 . De acordo com Pinto (1990) “Quando um investigador inicia o
estudo de uma nova área ou domínio do saber é provável que recorra ao método
descritivo para identificar os principais factores ou variáveis que existem numa dada
situação ou comportamento” e que “A finalidade do método descritivo é fornecer uma
caracterização precisa das variáveis envolvidas num fenómeno ou acontecimento” (p.46).
É neste sentido que Ary, Jacobs e Razavieh (1989) consideram que “Os estudos
desta índole tratam de obter informações acerca do estado actual dos fenómenos. Com
eles pretende-se descrever a natureza de uma situação tal como ela existe no momento do
estudo” e para além disso “A investigação descritiva quase nunca procura a comprovação
de hipóteses” (p. 308).
27 “... descreve e interpreta o que é. Interessa-se pelas condições ou relações existentes, as práticas que
predominam, as crenças, pontos de vista e atitudes vigentes, os processos que acontecem, os efeitos sentidos,
98
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
99
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Ambas as áreas foram adaptadas de um estudo levado a cabo por Coutinho (1995).
100
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Esta área constituída por doze itens foi adaptada de um estudo efectuado por
Gonçalves e Silva (2001) para avaliar o impacto da utilização das TIC numa escola
aderente ao Programa Nónio Século XXI.
21. A escola cria condições para que os alunos adquiram cada vez mais capacidades
no domínio das TIC.
22. A diversidade de recursos TIC existente na escola vai de encontro às necessidades
de professores e alunos.
23. Todos os alunos têm as mesmas oportunidades de acesso às TIC na escola.
24. As condições ambientais das salas equipadas com TIC favorecem a sua utilização.
25. A escola esforça-se por actualizar os recursos TIC.
26. Os recursos TIC são divulgados junto da comunidade escolar.
27. A concentração das TIC em determinado sector da escola favorece a sua utilização
por professores e alunos.
28. O pessoal, os recursos físicos e materiais afectos às TIC são devidamente geridos.
29. A escola procede a uma gestão racional dos recursos financeiros destinando parte
à compra de equipamentos TIC.
30. A formação profissional do pessoal auxiliar corresponde às exigências das TIC.
31. Os responsáveis pelos projectos e pelo órgão pedagógico têm um papel encorajador
junto dos colegas para usarem as TIC como recurso educativo.
32. O Conselho Executivo proporciona condições para a utilização pedagógica das TIC.
De acordo com Gable (1986), as escalas Likert são frequentemente utilizadas uma
vez que têm validade, são de fácil construção e são fáceis de adaptar para medir vários
tipos de características do domínio afectivo.
101
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Cada vez mais, o estudo de atitudes de professores se afigura como uma área
importante de investigação em educação. Apesar de se admitir a existência de relações
entre a prática docente e as atitudes dos professores, poucos concebem que as suas atitudes
influenciam o seu comportamento e as suas percepções na sala de aula. Investigações
realizadas por Owens (1987) e Moreira (1992) consideraram as atitudes dos professores
como factores importantes na forma de actuar e interpretar a realidade educativa.
102
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
O conceito de atitude tal como outros construtos foi evoluindo e sofrendo alterações
ao longo do tempo.
Alguns anos depois Allport (1935), citado por Gable e Wolf (1993), avançou a
seguinte definição “An attitude is a mental and a neural state of readiness, organized
through experience, exerting a directive or dynamic influence upon the individual’s
response to all objects and situations with which it is related” (p.5). 29
29 “Uma atitude é um estado mental e neural de preparação, organizada através da experiência, exercendo
uma directiva ou influência dinâmica nas respostas individuais a todos os objectos ou situações com as quais
está relacionado”.
103
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Aiken (1980), citado por Gable e Wolf (1993), tal como outros investigadores,
reuniu elementos das várias definições contribuindo para a apresentação de uma definição
de atitude mais abrangente “Attitudes may be conceptualized as learned predispositions to
respond positively or negatively to certain objects, situations, concepts, or persons. As
such, they possess cognitive (beliefs or knowledge), affective (emotional, motivational),
and performance (behaviour or action tendencies) components” (p.6). 31
30 “Uma atitude é uma ideia carregada de emoções que predispõe uma classe de acções para uma classe
particular de situações”.
31 “As atitudes podem ser conceptualizadas como predisposições do indivíduo para responder positiva ou
negativamente a certos objectos, situações, conceitos ou pessoas. Como tal, possuem componentes cognitivos
(crenças ou conhecimentos), afectivos (emocionais, motivacionais) e de actuação (comportamento ou
tendência para a acção) ”.
104
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
105
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
3.4.2. Formação
Cada vez mais se exige à escola e por conseguinte aos professores a preparação dos
alunos para uma sociedade competitiva e em constante mutação. Assim, a natureza das
funções a desempenhar pelo professor é significativamente diferente daquelas a que este
estava tradicionalmente habituado. A cada problema novo que surge e a cada inovação
tecnológica é exigido à escola que se adapte e acompanhe estas alterações. Os professores
sentem necessidade de alterar o seu perfil profissional e as suas atitudes, ao mesmo tempo
que têm de conhecer e compreender os novos problemas/desafios e estarem preparados
para os enfrentar. Essa capacidade de resposta exige dos professores o domínio de
múltiplas competências, as quais nem sempre são acauteladas durante a formação inicial.
106
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
107
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Itália, Espanha e Portugal (Eurydice, 2000). Portugal aparece neste relatório como uma
excepção, ao não possuir um plano oficial ao nível da formação contínua.
108
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Um professor que domine com alguma mestria a utilização das TIC pode ser um
elemento influenciador positivo para os colegas da escola. Para que tal aconteça, o
professor precisa de dominar um grande número de destrezas e conhecimentos do papel da
tecnologia, pelo praticar nas diversas tecnologias, pelo conhecimento dos recursos e
materiais oferecidos pelo mercado (cada vez em maior quantidade e variedade), pela
utilização e posterior avaliação dessa utilização e, finalmente, pela produção, com os
alunos, de software educativo. Este conjunto de destrezas e conhecimentos deve em
primeiro lugar ser assegurado pela formação inicial e aprofundada/reajustada pela
formação contínua.
Area (1989) defende que a formação deve incidir de preferência nos processos de
uso e selecção dos meios tecnológicos, devendo estes ser integrados nos processos de
planificação e implementação do ensino.
Vários estudos realizados mostram que quantos mais sentidos forem utilizados na
aprendizagem, mais esta se torna eficaz. Por isso mesmo, Area (1989) entende que um
109
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
currículo inovador não se pode basear na utilização de apenas um único meio simbólico
(linguagem verbal). Torna-se necessário a utilização pelos professores de suportes
multimédia, uma vez que os alunos no seu dia-a-dia encontram mensagens sob diferentes
formas: icónicas, informáticas e artísticas. O computador, a Internet, e o videogravador
apresentam a informação de uma forma que ultrapassa largamente a linguagem verbal e,
para além disso, estes meios oferecem possibilidades multissensoriais.
Por outro lado, Ferrés (1994) entende que o facto de uma mensagem ser veiculada
por uma máquina não é suficiente para que essa mensagem seja eficaz.
O estudo levado a cabo por Ponte e Serrazina (1998) sobre a oferta de formação em
TIC por parte de estabelecimentos de ensino superior (públicos e privados) que formam
110
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
111
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
3.4.3. Condições
A escola, como instituição integrada numa sociedade, não pode viver de costas
voltadas para esta, sofrendo, por isso, pressões mais ou menos intensas que a obrigam a
adaptações constantes sob o risco de ser posta em causa. Podemos considerar o momento
actual como favorável à introdução das TIC na escola, influenciado pelo sucesso social
destas tecnologias. Razões de estratégia económica e de desenvolvimento encontram-se
por detrás de pressões exercidas sobre a escola para integrar as TIC no seu seio. Esta
conjuntura favorável que se vive actualmente relativamente à utilização das TIC foi
reforçada e implementada através de um conjunto de medidas legislativas e o
desenvolvimento de programas e projectos. No nosso país, e relativamente ao 1º Ciclo do
Ensino Básico, podemos considerar como fundamentais o lançamento de dois programas
que permitiram apetrechar as escolas deste nível de ensino com tecnologias TIC: o
Programa Internet na Escola que possibilitou o equipamento de todas as escolas do 1º
Ciclo com pelo menos um computador ligado à Internet e o Programa Nónio Século XXI
que teve um impacto muito importante.
Estamos de acordo com Silva (1998) quando afirma que “... equipar as escolas com
meios é uma condição necessária para a integração na dinâmica do processo curricular,
112
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
mas não é condição suficiente” (p. 57), uma vez que a existência de meios não leva
necessariamente à sua integração na escola. Considera, ainda, que esse sucesso deve ter em
conta três vectores:
113
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
este último problema não se coloca, já no caso de escolas com turmas de vinte ou mais
alunos a gestão dos recursos coloca entraves à sua utilização pedagógica.
114
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Sugestões para reformular a redacção de alguns itens e não incluírem os títulos das
áreas e subáreas na segunda parte do questionário.
115
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Outra contribuição importante foi dada pelos colegas da turma a qual era composta
por professores de vários níveis e áreas de ensino incluindo do 1º Ciclo. Para além disso,
foi pedida a colaboração de um professor de Português para detectar possíveis imprecisões
de linguagem ou deficiente formulação das questões. No final deste longo processo ficou
pronta a versão final que se apresenta em anexo.
Pinto (1990) alerta para os erros de amostragem que podem acontecer porque “(...)
os questionários são passados quase na sua totalidade a amostras, em vez de serem à
população que se quer analisar” (p.57). Assim, dada a reduzida dimensão da população,
optámos por dirigir os questionários a todos os professores titulares de lugar e
116
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
117
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
118
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
(IDES) composto por alguns indicadores de base: esperança de vida à nascença, taxa de
alfabetização, água, electricidade e instalações sanitárias (nível de conforto) e o PIB
(Produto Interno Bruto) colocam o concelho, a par da maioria dos concelhos do Norte do
país, mas abaixo da média nacional.
As actividades mais dinâmicas nos últimos anos têm sido a indústria têxtil e
vestuário e a construção civil. A esta última está associada a florescente indústria de
extracção de granito.
Entre 1991 e 2001 a população activa no sector primário caiu de 32,2% para
12,6%, enquanto o sector secundário subiu de 32,2% para 44,2% e o sector terciário
cresceu de 35,6% para 43,2%, aproximando-se estes sectores dos níveis da Região Norte.
119
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
120
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Jardim-de-infância
EBM (Telescola)
Escola Secundária
Nas 34 escolas que responderam ao questionário, existem 20 que possuem uma sala
e uma turma e em 16 delas leccionam 16 professores (em algumas escolas de lugar único
estão colocados 2 professores). Nas escolas do concelho existem 70 professores titulares de
turma que leccionam em escolas inseridas maioritariamente em meio rural. A maioria
dista, em média, 11 km da sede do concelho e o funcionamento em regime normal (9-12
horas e 14 -16 horas) verifica-se em 76,5% das escolas. A fotografia que se apresenta de
seguida representa uma escola unitária (uma sala, um professor e uma turma que possui a
maior parte das vezes três ou quatro classes).
121
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
O grupo etário (população juvenil) até aos 14 anos sofreu uma queda acentuada nos
últimos trinta anos, passando de 7090 jovens em 1970, nesta faixa etária, para 3534 em
2001. Das três freguesias mais populosas apenas Cavez perdeu população na faixa etária
até aos 19 anos.
122
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
abaixo da média da região do Tâmega (6,2%). Quanto às retenções, continuam num nível
elevado 12,5% (1º, 2º e 3º Ciclos) em 1999/2000, verificando-se, no entanto, variações
locais e regionais.
A população abrangida por este estudo é constituída pela totalidade dos professores
do 1º Ciclo do Concelho de Cabeceiras de Basto, titulares de turma e pela e pela totalidade
dos Coordenadores de Estabelecimento. Apesar dos questionários (Questionário 1 e 2)
terem sido entregues em mão, podemos observar através do Quadro II.3.4 que 5
Coordenadores optaram por não responder ao Questionário 1, tendo já sido avançadas as
razões para tal decisão. Pela observação in loco (visita) verificámos que estas escolas são
de pequena dimensão, são escolas unitárias (3 possuem apenas 1 professor, uma sala
enquanto nas 2 restantes leccionam 2 docentes em cada escola).
123
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
Quantidade Percentagem
O Questionário 2 era dirigido aos professores titulares de turma num total de 70,
tendo havido uma percentagem de respostas de 84,2%.
Quantidade Percentagem
124
Capítulo 3 – Metodologia da investigação
125
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
________________________________________________
a) Computador
b) Vídeo
c) Internet
d) Periféricos
f) Condições de conectividade
g) Software utilitário
h) Software Educativo
j) Mecanismos de Comunicação
l) Projectos em TIC
126
e) Motivos para a utilização das TIC
4.3.1. Atitudes
a) Ansiedade
b) Autoconfiança/gosto
4.3.2. Formação
4.3.3. Condições
b) Eficiência da escola
4.4. Síntese
___________________________________________________
127
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
128
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
25%
20%
5%
0%
129
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Escolas Turmas %
20 1 58,8
11 2 32,4
1 3 2,9
1 5 2,9
1 12 2,9
Total 34 62 100,0
Como se pode constatar pela Figura II.4.2 a maioria das escolas (58,8%) tem
apenas 1 sala de aula. A população escolar tem diminuído nos últimos 30 anos,
principalmente na faixa etária até aos 14 anos. Essa diminuição teve como consequência o
aumento de salas de aula sem utilização, havendo escolas que embora tendo 4 salas
disponíveis, apenas 1 se encontra em funcionamento. A maior escola do concelho possui
12 salas de aula. Esta escola situa-se na sede do concelho e é também a que possui o maior
número de alunos e de professores. Comparativamente a uma escola de cidade é, em
muitos casos, de menor dimensão, no entanto, em praticamente todos os concelhos do país,
a escola com maior número de alunos situa-se na sede do concelho. A pequena dimensão
das escolas condiciona o trabalho dos professores a vários níveis e tem repercussões no
sucesso escolar. A implementação de projectos é frequentemente prejudicada por esta
realidade, embora com a constituição dos Agrupamentos de Escolas a situação tenha
melhorado, uma vez que os projectos educativos e os projectos específicos, como por
exemplo em TIC, são extensíveis a todas as escolas do Agrupamento. O reordenamento da
130
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
rede escolar afigura-se como condição obrigatória para o aumento do sucesso escolar, a
dinamização de projectos, a estabilidade do corpo docente, o apetrechamento das escolas,
bem como a melhor gestão dos recursos disponíveis.
20
18
16
14 1 Sala
12 2 Salas
Escolas
10 4 Salas
8 5 Salas
6 12 Salas
4
2
0
Salas
131
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Escolas Professores %
16 1 47,1
14 2 41,2
1 3 2,9
1 5 2,9
1 7 2,9
1 15 2,9
Total 34 74 100
Com a Questão 1.2 pretende-se conhecer o meio de inserção da escola num dos
seguintes parâmetros: rural, urbano e misto (rural/urbano). No questionário foram incluídas
estas três hipóteses, no entanto os respondentes não consideraram a hipótese urbana, indo
de encontro a um posicionamento misto (rural/urbano) mais consentâneo com a realidade
económico-social do concelho. Esta questão está intimamente relacionada com um dos
132
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
objectivos deste trabalho que é o conhecimento da localização das escolas mais bem
equipadas.
100%
90%
80%
70%
60% Urbano
50% Misto
40% Rural
30%
20%
10%
0%
A distância das escolas à sede do concelho (Questão 1.3) tem como valores médios
11 km, sendo o número mais frequente (moda) 6 km. Mais de metade das escolas (55,9%)
encontra-se situada até 8 km da sede do concelho. A dispersão do povoamento reflecte-se
no parque escolar, havendo escolas que distam mais de 30 km da sede do concelho, sendo
estas as que apresentam o número mais reduzido de alunos.
133
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
a) Computador
134
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
135
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
25
20
15
Escolas
Computadores
10
136
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Século XXI e Programa Internet na Escola, tendo-se verificado, neste último, uma
intervenção significativa das autarquias.
b) Vídeo
Os dados recolhidos revelam que perto de metade das escolas (47%) possui
videogravador. No concelho existem apenas três escolas que têm em funcionamento o
Ensino Básico Mediatizado 32 (nova designação para a Telescola, tendo como objectivo
colmatar as carências da rede escolar com o prolongamento em 1964 da escolaridade
obrigatória para 6 anos). Estas escolas responderam ao questionário pelo que
obrigatoriamente possuem pelo menos um videogravador. A maioria dos videogravadores
existentes foi adquirida pelas próprias escolas ou oferecida pelas juntas de freguesia ou
outras entidades. Apesar dos DVD existirem há algum tempo e de terem actualmente
preços acessíveis, não há nenhum exemplar nas escolas do concelho. A maioria das escolas
(58,8%) possui um monitor TV. A única escola a possuir dois televisores e dois
videogravadores tem em funcionamento o Ensino Mediatizado. Somente duas escolas
possuem câmara de vídeo analógica e não há uma única escola que possua câmara de vídeo
digital. Para este conjunto de questões existe um total que nos permite ter uma ideia global
da existência de equipamentos vídeo. Nas 34 escolas existem 41 equipamentos vídeo, não
perfazendo sequer 2 por escola. O equipamento mais abundante é, em primeiro lugar, a
televisão (22 exemplares), seguida do videogravador com 17. Verificamos assim que uma
32- Este subsistema escolar foi conhecido durante muitos anos por Telescola/CPTV, tendo sido criado pelo
Decreto-Lei nº 46136 de 31 de Dezembro de 1964. Foi a resposta utilizada para colmatar as carências da rede
escolar com o prolongamento em 1964 da escolaridade obrigatória para 6 anos, proposto no Decreto-Lei nº
45810 de 9 de Julho de 1964. A partir de 1988, as emissões televisivas foram substituídas pela leitura de
videocassetes, tendo estas escolas sido apetrechadas com leitores de vídeo. Em 1991, passou a designar-se
Ensino Básico Mediatizado. Em 1990 encontravam-se em funcionamento no concelho sete EBM(s), em 2002
eram três e em 2004 apenas uma se encontrava em actividade.
137
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
70%
30%
DVD
20%
Videogravador
10%
0%
c) Internet
138
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
d) Periféricos
Cada vez mais as actividades educativas são apoiadas por equipamentos periféricos
(Questão 2.3) que gradualmente se vão diversificando. O Quadro II.4.7 ilustra o nível de
apetrechamento das escolas com periféricos.
139
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
O total de periféricos ascende a 73, o que daria uma média de 2,15 por escola se
não existissem 10 escolas com apenas um.
20
18
16
14 7 Equipamentos
6 Equipamentos
12
5 Equipamentos
Escolas
10 4 Equipamentos
3 Equipamentos
8
2 Equipamentos
6 1 Equipamento
4
140
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
141
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
f) Condições de conectividade
Optou-se por apresentar este grupo de questões numa única tabela por duas razões,
por estarem relacionadas com condições de conectividade e por facilidade de leitura.
142
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Computadores com
acesso à Internet 49 2
Distribuição por tipo
de ligação
RDIS 58,8% 67,3%
143
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
g) Software utilitário
De forma a tornar mais fácil e inteligível a leitura (interpretação) desta questão, foi
disponibilizado, entre parêntesis, um exemplo para cada um destes tipos de software
educativo no questionário : Apresentação Electrónica (ex. PowerPoint), Software Gráfico
(Paint).
35
30
Outros
25 software gráfico
Produção de páginas Web
20 Processador de texto
Gestão de base de dados
15
Folha de cálculo
10 Edição electrónica
Apresentação electrónica
5
144
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
145
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
comprovado vendo os programas que vieram nos computadores fornecidos pelo Programa
Internet na Escola e que contêm um conjunto de programas iguais para todas as escolas.
Verifica-se, assim, uma fraca rentabilização das potencialidades oferecidas por estes
programas, apesar de não pretendermos dizer que todos os professores devam ser peritos
em todos os programas.
h) Software Educativo
90%
80%
70% Outros
60% Videogramas
10%
0%
146
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Apesar da questão se dirigir apenas ao software existente em cada uma das escolas,
tínhamos conhecimento que os Agrupamentos de Escolas tinham procedido à compra de
diversos tipos deste software, principalmente CD-ROMs de conteúdo disciplinar ou
temático, jogos educativos e, em menor número, enciclopédias/dicionários e videogramas
pelo que os valores, embora reais, ficam aquém da disponibilidade existente, uma vez que
os quatro Agrupamentos do concelho põem à disposição das escolas este software
educativo. Foi pedida e posteriormente facultada uma lista de material (software educativo)
existente na sede dos Agrupamentos de forma a termos uma ideia mais clara da sua
quantidade e diversidade.
147
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
são em pequeno número, tendo a escola mais bem equipada apenas 4. A área de Língua
Portuguesa, apesar de considerada pelos professores do 1º Ciclo fundamental, e existindo
actualmente uma grande variedade de software, obteve valores bastante baixos (29,4%).
Menos de um terço das escolas possui exemplares para Matemática (26,5%). Expressão e
Educação Físico-Motora e Expressão e Educação Musical apresentam valores idênticos
(5,9%), ou seja, só duas escolas possuem este tipo de software. A área de Expressão e
Educação Plástica está presente em 3 escolas (8,8%), enquanto que a Expressão e
Educação Dramática e Educação Moral e Religiosa Católica/Desenvolvimento Pessoal e
Social estão completamente ausentes. Em qualquer uma das oito áreas curriculares a
quantidade máxima deste software é de cinco exemplares numa escola e na mesma área
curricular. Se nos cingirmos aos totais por escola a situação piora para quase metade das
escolas (47,1%) que não assinalaram a presença de qualquer exemplar em todas as áreas.
Somente uma escola (Refojos de Basto) possui uma quantidade e diversidade razoáve l
deste software (11 exemplares). Também para este software educativo houve investimento
por parte dos Agrupamentos de Escolas, existindo um número razoável de exemplares que
podem ser requisitados na sede do Agrupamento.
50%
Educação Moral e Religiosa
45% Católica/Desenvolvimento
Pessoal e Social
Expressão e Educação
40% Plástica
Matemática
15%
5%
Estudo do Meio
0%
148
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
149
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
As Questões 6.1.4, 6.1.5 e 6.1.6 estão intimamente ligadas uma vez que analisam
os três níveis de desenvolvimento de um projecto. Em primeiro lugar, o Projecto Educativo
do Agrupamento constitui-se como o projecto comum a todos os estabelecimentos de
ensino do Agrupamento, tem a duração de três anos e está sujeito a alteração e avaliação.
Em segundo lugar, o Projecto Curricular de Escola, tendo como matriz o Projecto
Educativo, geralmente com a duração de um ano e específico de cada escola. Em terceiro
lugar, o Projecto Curricular de Turma, específico de cada turma e relacionado com os dois
níveis anteriores.
150
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
10%
Contrato de Manutenção
0%
151
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
j) Mecanismos de Comunicação
152
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
80%
70%
60%
50%
Email
40%
Homepage
30%
20%
10%
0%
l) Projectos em TIC
35
Este instituto devido a reestruturação efectuada pelo governo foi extinto em 2002.
153
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
escolas (14,7%) tem em curso o Projecto Prodep e cerca de um quinto (20,6%) participou
no Projecto Nónio. A maioria das escolas (52,9%) tem em curso o Projecto Ciência Viva.
90%
80%
70% Outros
60% Prodep
IIE
50%
Cência Viva
40%
Nónio
30% Internet na escola
20% Minerva
10%
0%
Figura II.4.12 – Projectos em curso na área das TIC nas escolas do concelho.
O Projecto Internet na Escola obteve respostas de 82,4% para a situação “em curso”
e 2,9% para projectos realizados, 14,7% das escolas não responderam. Deveria ter havido
100% de respostas positivas para “Assinale com um x os projectos desenvolvidos na sua
escola na área das TIC”, no que se refere a este projecto, tendo em conta o facto de possuir
características de âmbito nacional e envolver presentemente todas as escolas. O projecto
encontra-se em curso e as escolas que não responderam fizeram- no por desconhecimento
ou por opção. Verificamos assim que os dois projectos com mais escolas envolvidas são,
em primeiro lugar, o Projecto Internet na Escola, seguido do Projecto Ciência Viva.
O Projecto Nónio Século XXI obteve a totalidade das respostas (20,6%) na situação
“realizados”. Não existe actualmente qualquer escola do concelho a utilizar este
projecto. 36 Não só pelo facto de ser um projecto pioneiro no concelho, mas sobretudo pela
dinâmica gerada nas escolas (por nós presenciada), constitui-se como um motor de
utilização das TIC.
36
Foram realizados dois concursos de âmbito nacional, tendo concluído em 2000. O projecto continua a nível
de Ministério da Educação e dos centros de competências realizando actividades de divulgação e assessoria
em TIC e estudos de avaliação sobre a utilização destas tecnologias. A este respeito podem conferir-se as
actividades desenvolvidas no Centro de Competências da Universidade do Minho (www.nonio.uminho.pt).
154
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Projectos % Projectos em %
realizados curso
Minerva 0 0 0 0
Internet na escola 1 2,9 28 82,4
Nónio 7 20,6 0 0
Ciência Viva 0 0 18 52,9
IIE 0 0 0 0
Prodep 0 0 5 14,7
Outros 0 0 0 0
155
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
A maioria das escolas que respondeu “sim” à segunda parte da questão (69,2%)
apresentou as seguintes justificações para a continuação da apresentação de candidaturas
ou desenvolvimento de projectos: aumento de recursos, importância atribuída às TIC,
preparação dos alunos para o futuro e actualização do processo ensino/aprendizagem. As
respostas negativas (30,7%) foram justificadas por falta de tempo, pouca motivação dos
professores, falta de condições e de conhecimentos.
31%
Sim
Não
69%
Figura II.4.13 – Justificação de continuar ou não com a candidatura a projectos na área das TIC .
156
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Este questionário era dirigido aos professores titulares de lugar (total de 70), sendo
a percentagem de respostas de 84,2%.
Os dados relativos à idade (Questão 1.1) mostram- nos que o professor mais jovem
tem 22 anos e com mais de 50 anos existem apenas 2 professores (3,4%), enquanto a média
de idade situa-se próxima de 40 anos. Nesta variável, o grupo que tem maior peso é o dos
157
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
3%
20%
21- 30 anos
31- 40 anos
41- 50 anos
19% + de 50 anos
58%
19%
Sexo masculino
Sexo feminino
81%
158
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
50%
40%
30% Masculino
20% Feminino
10%
0%
21 - 30 anos 31 - 40 anos 41 - 50 anos + 50 anos
Entre os professores que estão a exercer funções podem existir três tipos de
habilitações académicas (Questão 2.1) diferentes como formação de base para o 1º Ciclo
(devido a alterações legislativas que ocorreram ao longo dos anos): magistério primário,
bacharelato e licenciatura. Para além da habilitação base para o 1º Ciclo, alguns
professores também possuem outro tipo de formação: licenciatura em DESE, CESE ou
Complemento de Formação. Nesta questão também se perguntava o nome do curso deste
tipo de formação e, por último, se possuía outra licenciatura e o seu nome, bem como se
possuíam mestrado ou doutoramento.
159
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
80%
70%
60%
50% Licenciatura
40% Bacharelato
30% Magistério
20%
10%
0%
Quanto aos professores que têm o Magistério Primário como formação de base,
(51,2%) possuem outro tipo de formação (licenciatura em DESE, CESE ou Complemento
de Formação) em: Apoios Educativos (14,6%), Administração Escolar (9,8%), Animação
Sociocultural (2,4%), Desenvolvimento Pessoal Social e Educação Cívica (4,9%),
Educação Comunitária (2,4%), Orientação Educativa (2,4%), Supervisão Educativa e
Formação de Formadores (2,4%) e 12,1% não mencionaram o nome do curso.
Todos os professores que possuem bacharelato (6,8%) têm outro tipo de formação
em: Comunicação Educacional e Gestão da Informação (1,7%) e 5,1% em Educação
Visual e Tecnológica.
Os professores que têm licenciatura como formação base para o 1º Ciclo não
referiram possuir outro tipo de formação e também não há nenhum professor a exercer
funções no 1º Ciclo com mestrado ou doutoramento, pelo que não será feita referência a
estes casos no Quadro II.4.14.
160
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Habilitação base
Outras habilitações: Magistério Bacharelato
(DESE, CESE OU
COMPLEMENTO)
Apoios Educativos 14,6
Administração Escolar 9,8
Animação Sócio – Cultural 2,4
Comunicação Educacional
e Gestão da Informação 1,7%
Desenvolvimento Pessoal
Social e Educação Cívica 4,9
Educação Visual e
Tecnológica 5,1%
Orientação Educativa 2,4
Supervisão Educativa e
Formação de Formadores 2,4
Nome do curso não
mencionado 12,1
50%
45%
40%
35%
+ de 30 Anos
30%
21 - 30 Anos
25%
11 - 20 Anos
20%
Até 10 Anos
15%
10%
5%
0%
Figura II.4.18 – Tempo de serviço docente em anos completos até 31 de Agosto de 2002.
161
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
60%
50%
40% Serenidade
Diversificação
30%
Estabilização
20% Entrada na carreira
10%
0%
45%
40%
35%
Contratado
30%
25% Quadro Distrital de
Vinculação
20%
Quadro Geral
15%
10%
5%
0%
162
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
163
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
45%
40%
35%
1 Via
30%
2 Vias
25%
3 Vias
20%
4 Vias
15%
10%
5%
0%
164
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
165
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Na utilização “Às vezes”, ou seja, algumas vezes por mês, a tecnologia que recebeu
maior número de respostas foi o computador (42,4%). Na análise dos dados desta questão é
evidente a reduzida utilização das TIC na preparação de aulas. Uma utilização “Frequente”
nesta situação só obteve respostas a duas tecnologias: Internet 6,8% e computador 25,4%.
Não houve respostas para uma utilização diária “Sempre” em qualquer uma destas
tecnologias.
80%
70%
60%
Sempre
50% Frequentemente
Às vezes
40%
Raramente
30% Nunca
20%
10%
0%
videogravador câmara vídeo computador Internet
166
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
80%
70%
60%
Sempre
50% Frequentemente
40% Às vezes
Raramente
30%
Nunca
20%
10%
0%
videogravador câmara vídeo computador Internet
Figura II.4.23 – Frequência de utilização das TIC na sala de aula com os alunos.
167
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
168
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
169
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Uma característica comum aos contextos de utilização das TIC (Questão 4.4) é a
supremacia do computador. Esta tecnologia foi sempre a mais utilizada em todos os
contextos, como se pode ver pelo Quadro II.4.17. Em segundo lugar aparece o
videogravador também em todos os contextos de utilização.
A utilização das TIC em trabalhos de projecto foi referida por 72,9% dos docentes.
O computador foi mais uma vez a tecnologia mais utilizada. A maior parte dos professores
utiliza apenas uma tecnologia (42,4%), duas tecnologias 17%, três tecnologias 10,1% e,
por fim, quatro tecnologias 3,4%.
A utilização das TIC para apoio pedagógico acrescido teve um número de respostas
bastante aceitável (52,5%): videogravador 13,6%, computador 33,9 e Internet 5,1%. A
utilização de somente uma tecnologia atingiu quase a totalidade das respostas (49,1%):
Internet 5,1%, computador 32,2% e videogravador 11,9%. Um número muito reduzido
utiliza duas tecnologias (3,4%).
170
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Das quatro tecnologias abordadas pela questão, a Internet foi a que registou uma
menor dispersão de respostas (menor variedade de justificações), sendo ao mesmo tempo
aquela que obteve um número mais expressivo de respostas para justificar o seu uso como
fonte de pesquisa de informação (20 respostas). Obteve ainda algumas respostas como
fonte de comunicação, recreação, possibilita um ensino mais criativo e o seu uso também
se deve a pressões da realidade actual.
Por outro lado, a câmara vídeo foi a tecnologia que obteve menor número de
respostas e os motivos apresentados para a sua utilização foram pouco variados: descrição
de gravuras e posterior debate, registo de observações e registo de actividades (a
justificação que obteve maior número de respostas).
171
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
O computador é a tecnologia mais abundante nas escolas, tendo sido também a que
obteve um número de respostas mais variado. Os professores consideraram a utilização do
computador como útil na apresentação de trabalhos escritos dos alunos, mais prático,
rápido e funcional e ainda como tendo um papel de complemento das outras áreas
curriculares. Apresentaram também algumas razões de ordem motivacional (motiva,
melhora a concentração e possibilita aulas mais interessantes) e de ordem cognitiva
(facilita a aprendizagem, aquisição, aplicação e consolidação de conhecimentos). Algumas
respostas dirigiram-se à aprendizagem de programas específicos por parte dos alunos
(processador de texto), por fazer parte do Projecto Curricular de Turma, como introdução
“às novas tecnologias” e como facilitador para a preparação de materiais pedagógicos
(fichas de avaliação, de leitura e preparação de aulas). Alguns professores justificaram a
pouca utilização do computador pelos obstáculos criados pela sua localização (sala de aula
de outro docente e espaço reduzido).
A Questão 4.6 visa conhecer as principais razões da não utilização das TIC na
escola. Assim, não é de estranhar que tenha recebido um número menor de respostas (53%)
que a questão anterior. Para justificar esta realidade podemos avançar algumas hipóteses:
seja porque os professores já tinham respondido à Questão 4.5 e não necessitavam de
responder à questão actual, seja por constrangimento por terem de justificar a não
utilização das TIC ou, simplesmente, por não pretenderem responder à questão.
172
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Vimos, assim, que a maioria dos professores justificou a não utilização das TIC por
variadas razões, surgindo em primeiro plano a falta de conhecimentos e a não existência
(no caso da Internet, falta de acesso temporário ) destas tecnologias na escola.
173
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
174
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
5
Concordância
Níveis de resposta
3 Indefinido
2
Discordância
1
0
1 2 3 8 10 4 5 6 7 9 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32
Itens
Legenda:
Área 1 – “Atitudes”
Subárea 1.1 – “Ansiedade” – itens (1, 2, 3, 8 e 10);
Subárea 1.2 – “Autoconfiança/gosto” – itens (4, 5, 6, 7 e 9).
Área 2 – “Formação” – itens (11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19 e 20).
Área 3 – “Condições”
Subárea 3.1 – “Instalações e recursos educativos” – itens (21, 22, 23, 24, 25, 26 e
27);
Subárea 3.2 – “Administração e gestão da escola” – itens – (28, 29, 30, 31 e 32).
Legenda:
Nível 1 – Discordo Totalmente (DT);
Nível 2 – Discordo em Parte (DP);
Nível 3 – Não Concordo Nem Discordo (NCND);
Nível 4 – Concordo em Parte (CP);
Nível 5 – Concordo Totalmente (CT).
O nível 1 (DT - Discordo Totalmente) recebeu a maioria das respostas nos itens
número 1,2,7,14,23,24 e 30. De realçar as percentagens muito elevadas no item 2 (Fico
nervoso(a) quando ouço falar em Tecnologias de Informação e Comunicação) com 67,8%
e o item 14 (A formação em tecnologias só poderá interessar a professores de certas
disciplinas, nomeadamente Matemática ou Ciências) com 76,3% das respostas.
175
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
O nível 3 (NCND – Não Concordo Nem Discordo) que reflecte a indecisão dos
inquiridos manifestou-se em primeiro lugar em quatro itens: o nº 28 (sobre a eficácia da
gestão dos recursos humanos e materiais afectos às TIC) com 33,9%; o item nº 31 que se
debruçava sobre o papel dos responsáveis pelos projectos e pelo órgão pedagógico junto
dos colegas no incentivo ao uso das TIC como recurso educativo 37,3% e, por último, o
item nº 32 que pretendia conhecer as condições proporcionadas pelo Conselho Executivo
para a utilização pedagógica das TIC. Este nível caracteriza-se por valores baixos com
percentagens inferiores a 15% na maioria dos it ens (em 19 dos 32 itens).
O nível 5 (CT – Concordo Totalmente) obteve a maioria das respostas em dez itens
(nº: 5, 6, 9, 11, 12, 13, 15, 19 e 20), tendo inclusive um deles, item nº 12 (É fundamental
que futuros professores aprendam a trabalhar com as tecnologias) conseguido a
percentagem mais elevada (84,7%) num único nível em todos os 32 itens do questionário.
176
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Em resumo: oito itens receberam uma pontuação negativa, quatro itens obtiveram
uma apreciação indefinida indiciando um posicionamento defensivo ou falta de
conhecimentos sobre o contexto, dez tiveram uma apreciação positiva, tendo pontuado no
nível 4 (Concordo em Parte) e também dez itens pontuaram no nível 5 (Concordo
Totalmente). De salientar que os itens referentes à indecisão dizem respeito apenas a uma
subárea (Eficiência da escola na gestão de recursos económicos e financeiros a utilizar na
aquisição e utilização pedagógica
4.3.1. Atitudes
A análise de cada área ou subárea será acompanhada de uma tabela com os níveis
de resposta e a média de cada item.
a) Ansiedade
177
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Quadro II.4.18 – Distribuição dos professores pelos itens da subárea 1.1 “Ansiedade”.
(N = 59)
A ideia de trabalhar ou ouvir falar em TIC não é suficiente para os pôr tensos ou
nervosos. Por outro lado, os dados obtidos no item nº 3 (CP + CT = 49,2%) podem
significar que os professores entendem que o facto de se sentirem à vontade num curso de
TIC pressupõe o conhecimento do uso destas tecnologias e nem todos (tal como os dados
indicam) estão nessas condições.
Se por um lado a maioria dos docentes discorda da ideia de que trabalhar com as
TIC (item nº 1) os põe tensos, o me smo não se passa perante o facto consumado (item nº 8)
em que neste caso é a minoria que se sente bem a trabalhar com estas tecnologias.
178
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
5
4 Média
Níveis
3
2
1
0
1 2 3 8 10
Itens
Figura II.4.25 – Média das respostas dos professores aos itens da subárea 1.1 “Ansiedade”.
b) Autoconfiança/gosto
Quadro II.4.19 – Distribuição dos professores pelos itens da subárea 1.2 “Autoconfiança/gosto”.
(N = 59)
179
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
A apetência pela aprendizagem sobre aplicações das TIC em educação, por parte
dos professores, (item nº 9) foi responsável por um número expressivo de respostas
(94,9%) no nível de concordância com 64,4% em CT e 30,5% em CP. Estes professores
responderam de forma categórica, manifestando a intenção de aprender mais sobre
aplicações das TIC em educação.
4
Média
Níveis
0
4 5 6 7 9
Itens
Figura II.4.26 – Média das respostas dos professores aos itens da subárea 1.2 “Autoconfiança/gosto”.
4.3.2. Formação
Das 3 áreas abrangidas pela II Parte do Questionário 2 esta foi a que obteve a
pontuação mais elevada no sentido da concordância em 80% dos itens, sendo cinco em CT
180
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
e três em CP, num total de dez itens. De referir que vários itens receberam percentagens
muito elevadas na concordância total (CT), caso do item nº 12 (É fundamental que futuros
professores aprendam a trabalhar com as tecnologias) com 84,7%, sendo ao mesmo tempo
o item mais pontuado num único nível. É patente a valorização que os professores
atribuem à formação de futuros docentes na área das TIC – item nº 12 (CT = 84,7% + CP =
15,3%, total 100%) revelando uma opinião positiva sobre o uso futuro das TIC na escola.
As respostas ao item nº 11 (Dever-se- ia implementar um programa de formação em
tecnologias a todos os professores dos diferentes graus de ensino) com 94,9% no nível de
concordância e o item nº 13 (Deveria ser um objectivo das licenciaturas de formação de
professores conhecer diferentes aplicações das tecnologias na sala de aula) com 96,6% no
mesmo nível, vêm reforçar os argumentos relativos ao item nº 12 no sentido em que os
professores ao sentirem actualmente necessidade de formação nesta área entendem que os
futuros docentes devem ter formação para poderem utilizar as TIC na prática pedagógica.
O item nº 15 (Só investindo na formação quer inicial quer contínua se poderá esperar que
os professores utilizem as tecnologias na prática docente = 94,9% em CP + CT) vem tocar
num ponto essencial para a utilização das TIC : a formação inicial e posteriormente a
contínua são investimentos que não podem ser descurados quer pelos professores quer
pelas instituições com responsabilidades nesta área. A formação constitui uma das
principais preocupações dos professores e a sua falta é um dos maiores obstáculos à
utilização de qualquer inovação pedagógica ou introdução de uma nova tecnologia. O item
nº 14 (A formação em tecnologias só poderá interessar a professores de certas disciplinas,
nomeadamente Matemática ou Ciências) obteve a sua maior pontuação (76,3%) no nível
de discordância como se pode constatar pelo Quadro II.4.20, tendo recebido no nível de
concordância apenas 8,5% (CP 3,4% + CT 5,1%). Os dados levam- nos a pensar que os
docentes entendem que a formação deve ser extensível a todos os professores e não apenas
aos de Matemática ou Ciências.
181
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
(N = 59)
O segundo Quadro desta área exemplifica os dados obtidos a partir dos itens nº:
17, 18, 19 e 20.
182
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Quadro II.4.21 – Distribuição dos professores pelos itens da área 2 “Formação” - continuação.
(N = 59)
f % f % f % f %
Nível 1 (DT) 3 5,1 4 6,8 0 0 2 3,4
Nível 2 (DP) 13 22 9 15,3 4 6,8 9 15,3
Nível 3 (NCND) 7 11,9 10 16,9 7 11,9 3 5,1
Nível 4 (CP) 23 39 23 39 23 39 15 25,4
Nível 5 (CT) 13 22 13 22 25 42,4 30 50,8
Item 17 – A razão principal para os professores não utilizarem as tecnologias na aula está mais na
falta de formação do que na falta de equipamento disponível.
Item 18 – Não será possível atingir os objectivos das novas orientações curriculares sem alfabetizar
professores na área das tecnologias.
Item 19 – As tecnologias são ferramentas pedagógicas indispensáveis à actividade docente e devem
constar de todos os planos de formação de professores.
Item 20 – Penso não ser prioritário investir na formação de professores na área das tecnologias.
183
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Mais uma vez a esmagadora maioria dos docentes (81,4%) concorda com a
importância pedagógica das tecnologias para a actividade docente e a sua inclusão nos
programas de formação de professores (item nº 19).
4 Média
Níveis
0
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Itens
Figura II.4.27 – Média das respostas dos professores aos itens da área 2 “Formação”
4.3.3. Condições
184
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
- Dois dos itens anteriores (25 e 26) possuem um nível de indecisão elevado (ambos
com 33,9% de respostas);
Quadro II.4.22 – Distribuição dos professores pelos itens da subárea 3.1 “Instalações e recursos educativos”.
(N = 59)
f % f % f % f % f % f % f %
Nível 7 11,9 17 28,8 20 33,9 15 25,4 5 8,5 5 8,5 7 11,9
1 (DT)
Nível 19 32,2 19 32,2 13 22 12 20,3 8 13,6 11 18,6 12 20,3
2 (DP)
Nível 5 8,5 4 6,8 3 5,1 12 20,3 20 33,9 20 33,9 12 20,3
3
(NCN
D)
Nível 25 42,4 18 30,5 14 23,7 12 20,3 21 35,6 21 35,6 24 40,7
4 (CP)
Nível 3 5,1 1 1,7 9 15,3 8 13,6 5 8,5 2 3,4 4 6,8
5 (CT)
Item 21 – A escola cria condições para que os alunos adquiram cada vez mais capacidades no domínio das TIC.
Item 22 – A diversidade de recursos TIC existentes na escola vai de encontro às necessidades de professores e alunos.
Item 23 – Todos os alunos têm as mesmas oportunidades de acesso às TIC na escola.
Item 24 – As condições ambientais das salas equipadas com TIC favorecem a sua utilização.
Item 25 – A escola esforça-se por actualizar os recursos TIC.
Item 26 – Os recursos TIC são divulgados junto da comunidade escolar.
Item 27 – A concentração das TIC em determinado sector da escola favorece a sua utilização por professores e alunos.
185
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
A maioria dos docentes (55,9%) refutou a ideia de todos os alunos terem na escola
as mesmas oportunidades de acesso às TIC (item nº 23). Isto pode dever-se a várias razões,
entre elas a localização das tecnologias (sala de outro professor ou local exíguo), existência
de escolas de lugar único com uma turma composta por quatro classes (do 1º ao 4º ano) e
os professores considerarem os alunos do 3º e do 4º ano mais autónomos relativamente aos
do 1º e 2º ano, acabando estes por não terem as mesmas oportunidades de acesso. A
existência de muitas respostas (39%) no nível da concordância (CP + CT) leva-nos a
pensar na possibilidade de estas escolas possuírem/criarem condições de igualdade de
acesso às TIC na escola.
186
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
5
4 Média
Níveis
3
2
1
0
21 22 23 24 25 26 27
Itens
Figura II.4.28 – Média das respostas dos professores aos itens da subárea 3.1 “Instalações e recursos
educativos”.
b) Eficiência da escola
Esta subárea foi a que recebeu maior número de itens a pontuar no nível de
indecisão (Não Concordo Nem Discordo) e ao mesmo tempo foi a que apresentou o maior
número de itens neste nível em todo o questionário.
187
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Quadro II.4.23 – Distribuição dos professores pelos itens da subárea 3.2 “Eficiência da escola”.
(N = 59)
Item 28 – O pessoal, os recursos físicos e materiais afectos às TIC são devidamente geridos.
Item 29 – A escola procede a uma gestão racional dos recursos financeiros destinando parte à
compra de equipamentos TIC.
Item 30 – A formação profissional do pessoal auxiliar corresponde às exigências das TIC
Item 31 – Os responsáveis pelos projectos e pelo órgão pedagógico têm um papel encorajador
junto dos colegas para usarem as TIC como recurso educativo.
Item 32 – O Conselho Executivo proporciona condições para a utilização pedagógica das TIC.
188
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
uma das percentagens mais elevadas na discordância total (50,8%). Estes docentes
entenderam que o pessoal auxiliar das suas escolas não tinha conhecimentos suficientes em
TIC. Já o mesmo não se pode dizer dos 25,4% de indecisos que se refugiaram na indecisão
ou nunca tiveram oportunidade de avaliar os conhecimentos do pessoal auxiliar. Estes
números deveriam ser mais favoráveis a estes profissionais, uma vez que todos
participaram em acções de formação contínua na área das TIC.
4 Média
Níveis
0
28 29 30 31 32
Itens
Figura II.4.29 – Média das respostas dos professores aos itens da subárea 3.2 “ Eficiência da escola”.
189
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
O teste t para amostras independentes utilizado para a aná lise do sexo na utilização
das TIC para preparação de aulas mostra- nos que não há diferenças dos valores da média
entre homens e mulheres (t (57) = - 0,93, p> 0.05).
Quadro II.4.24 – Utilização das TIC para preparação de aulas em função do sexo.
190
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Quadro II.4.25 – Utilização das TIC na sala de aulas com os alunos em função do sexo.
Pela análise dos dados do Quadro II.4.25 verificamos que não existe significância
estatística na utilização das TIC na sala de aula entre homens e mulheres (t (57) = - 0,17,
p> 0,05).
Os resultados apontam para que se possa concluir que a variável sexo não tem
influência na utilização das TIC na sala de aula com os alunos. Tal como se pode constatar
da análise das tabelas, os professores (de ambos os sexos) usam mais as TIC na sala de
aula com os alunos do que na sua preparação.
A análise da variável “Conhecimentos na área das TIC” permitiu- nos formar dois
grupos de professores de acordo com os conhecimentos possuídos. Interessava- nos saber se
existiam diferenças entre estes dois grupos na utilização das TIC na sala de aula com os
alunos e na sua preparação.
191
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Quadro II.4.26 – Utilização das TIC na preparação de aulas e na sala de aulas com os alunos em
função dos conhecimentos.
192
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Para testar se estas diferenças são ou não significativas procedemos a uma análise à
variância. Esta análise é apresentada no Quadro II.4.28.
Quadro II.4.28 – Utilização das TIC na preparação de aulas e na sala de aulas com os alunos em
função da idade.
193
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Os dados proporcionados pelo Quadro II.4.29 mostram- nos uma maior utilização
das TIC por parte dos professores com menor tempo de serviço (na utilização para
preparação de aulas e na sala de aula com os alunos). O grupo em que esta utilização é
maior é o grupo que possui entre 11 e 20 anos de serviço, seguido do grupo com 0 a 10
anos de tempo de serviço. Como já vimos em questões anteriores, os professores que
concluíram os cursos mais recentemente tiveram oportunidade de, durante a sua formação
académica inicial, aprenderem a utilizar as TIC pelo que esta vantagem se pode reflectir
numa utilização mais intensiva, comparativamente a outros grupos de professores que não
dispuseram desta oportunidade.
Como se pode verificar pelo Quadro II.4.30 que se apresenta a seguir, sobressai o
efeito da variável independente (tempo de serviço) sobre a dependente (utilização das TIC
na preparação de aulas), com razões F significativas ao nível de menos de 0,05.
194
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Quadro II.4.30 – Utilização das TIC na preparação de aulas e na sala de aulas com os alunos em
função do tempo de serviço.
Se por um lado a observação da estatística descritiva nos permite verificar que são
os professores possuidores de licenciatura que mais utilizam as TIC na preparação de
aulas, por outro, esta correspondência não se verifica posteriormente na utilização na sala
de aula com os alunos. Aqui, são os docentes com habilitação de bacharelato que mais
utilizam as TIC.
195
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Quadro II.4.32 – Utilização das TIC na preparação de aulas e na sala de aulas com os alunos
em função das habilitações.
196
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
4.4 Síntese
Esta síntese do capítulo que aqui se apresenta permite compreender melhor os dados
proporcionados pelos dois questionários.
197
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Como seria de esperar para este nível de ensino, os dois programas utilitários mais
conhecidos e provavelmente os mais utilizados são o processador de texto (Word) e Paint.
A quantidade elevada de respostas que referem a existência de um número reduzido de
programas (software utilitário) revela desconhecimento da maioria dos programas
instalados nos computadores, o que se traduz numa fraca rentabilização dos mesmos. O
software utilitário disponibilizado às escolas existe em quantidade e diversidade suficiente,
constituído pelos programas que acompanham o pacote do Microsoft Office (Word, Excel,
Paint, PowerPoint, FrontPage e Publisher).
O mesmo já não se pode dizer do software educativo, uma vez que a maioria das
escolas não o possui em quantidade aceitável. Dos vários tipos de software educativo
analisado (enciclopédias/dicionários, conteúdo disciplinar ou temático, jogos educativos,
videogramas e outros), apenas os jogos educativos existem em percentagens significativas
nas escolas do concelho (79,4%). Apesar da existência de diferenças significativas entre
escolas ao nível da quantidade e diversidade de software educativo, podemos considerar, de
uma forma geral, que as escolas se encontram mal equipadas. Esta situação é mitigada pelo
recurso aos exemplares deste tipo de software existente na sede dos Agrupamentos de
Escolas.
Não será coincidência que as três escolas mais bem apetrechadas em equipamentos
periféricos, computadores, videogravadores, Internet, software educativo e de conteúdo
disciplinar se situem nas três vilas do concelho (Refojos, Arco de Baúlhe e Cavez). A
justificação para esta situação radica na existência de um corpo docente estável, edifícios
mais recentes e, por isso mesmo, mais bem equipados, maior investimento em projectos
ligados às TIC e mais facilidade/empenho na angariação de verbas. Esta situação não é
exclusiva de Portugal. Em França também existem escolas com grande disparidade de
equipamento segundo os média (televisão, computador, videogravador, câmara de vídeo) e
segundo o nível de ensino e mesmo segundo as disciplinas. Langouët (2000) chama a
atenção para as desigualdades existentes no sistema educativo francês “Contrairement au
198
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
mythe de l’égalité pour tous, le système éducatif français présente de grandes disparités
dans son offre éducative, et les médias en sont un exemple supplémentaire” (p.53). 37
Dos projectos em curso nas escolas do concelho aquele que apresenta valores mais
elevados é o Projecto Internet na Escola, seguido do Projecto Ciência Viva e em menor
37 “Contrariamente ao mito da igualdade para todos, o sistema educativo francês apresenta grandes
disparidades na sua oferta educativa, e os média são um exemplo suplementar”.
199
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
escala o Prodep. O Projecto Nónio Século XXI obteve a totalidade das respostas para os
projectos realizados.
200
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Este quadro também foi encontrado por Livingstone e Bovill (2001) num estudo
efectuado a 11 países europeus e Israel onde a maioria dos alunos (60%) declarou que
embora utilizasse os computadores na escola esse uso era muito reduzido, uma ou duas
vezes por semana, situação que acontecia mesmo em países bem equipados.
Não é apenas nos tipos de actividades que existem diferenças entre os professores
na utilização das TIC. O mesmo se passa relativamente aos contextos em que o fazem. Se o
computador foi a tecnologia mais empregue em todos os contextos (Disciplinar, Trabalho
Projecto, Clube/Núcleo, Apoio pedagógico acrescido, Currículos Alternativos e ocupação
dos tempos livres), a câmara vídeo e a Internet obtiveram valores extremamente baixos.
Dos vários contextos de utilização das TIC analisados pelo Questionário 2 encontramos
201
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
As razões consideradas para a não utilização das TIC são múltiplas, mas prendem-
se principalmente com a falta de conhecimentos, o não funcionamento provocado por
avarias (especialmente a Internet e o computador) e a não existência nas escolas.
202
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
também manifestado atitudes positivas na sua utilização. Num estudo efectuado por Silva
(1989) os professores também manifestaram atitudes favoráveis à entrada e utilização dos
recursos audiovisuais no ensino.
A terceira área designada por “Condições” é composta por duas subáreas: a subárea
3.1 “Instalações e recursos educativos” e a subárea 3.2 “Eficiência da escola”.
A maioria dos docentes considera que as escolas se têm esforçado para criar
condições para os alunos adquirirem mais capacidades em TIC e ao mesmo tempo
entendem que nem todos os alunos têm as mesmas oportunidades de acesso às TIC.
203
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
Podemos constatar no nosso estudo que a subárea 3.2 é a que possui maior número
de respostas no nível de indecisão. As opiniões revelam um elevado índice de respostas de
indecisão, seja como resultante da diversidade de condições existentes em cada escola, seja
pela opção de uma atitude defensiva, ou ainda de desconhecimento do contexto da
gestão/administração escolar.
Dos cinco itens desta subárea apenas um recebeu a maioria das respostas fora do
nível de indecisão, entendendo aqui os professores que a formação do pessoal auxiliar não
correspondia às exigências das TIC.
204
Capítulo 4 – Apresentação e discussão dos resultados
No nosso estudo verificámos que não existem diferenças entre homens e mulheres
na utilização das TIC na preparação de aulas, bem como na sala de aulas com os alunos,
ainda que neste último caso a utilização seja maior.
Apesar da análise da média nos mostrar que a utilização das TIC na preparação de
aulas diminui com a idade e que o grupo que as utiliza com mais frequência é o grupo dos
docentes com idades entre 21 e 30 anos, não há diferenças estatisticamente significativas
na utilização das TIC nesta situação por parte dos quatro grupos de idades. Quanto à
utilização das TIC na sala de aula com os alunos são os professores com idades
compreendidas entre os 31 e os 40 anos aqueles que maior uso fazem delas, embora
também não existam diferenças estatisticamente significativas. Ao mesmo tempo, o grupo
com idade superior a 50 anos é o menos utilizador.
205
Capítulo 5 – Conclusões e sugestões para estudos
posteriores
Depois de um longo percurso de quase dois anos surge agora o momento de uma
reflexão que nos permita ir além da necessária ponte entre a investigação teórica e
empírica.
O conhecimento obtido com a realização deste trabalho revela-se uma mais valia
para a nossa actividade profissional, que poderemos compartilhar com os muitos docentes
com quem contactamos ao longo do ano.
A pequena dimensão das escolas (a maioria possui apenas uma sala de aulas em
funcionamento e uma turma) constitui um obstáculo à troca de experiências e de partilha
de conhecimentos indispensáveis a uma boa utilização das TIC por parte dos professores.
A agravar esta situação, a grande mobilidade dos docentes não permite implementar
projectos de forma duradoura e estruturante. Por outro lado, e relativamente ao computador
e Internet, a existência de turmas com reduzido número de alunos permite um rácio muito
bom, possibilitando ao mesmo tempo uma melhor utilização pedagógica destas duas
tecnologias.
A crescente utilização das TIC verificada nas escolas do 1º Ciclo, ainda que se
encontrem com maior frequência do que seria desejável computadores com funções
meramente decorativas nas escolas, poderá ser posta em causa se esse nível de ensino
continuar sem qualquer tipo de financiamento para comprar consumíveis (como tinteiros e
papel para a impressora) ou pagar reparações dos equipamentos. Uma situação comum a
todas as escolas é a demora da reparação dos computadores que provoca desânimo nos
206
Capítulo 5 – Conclusões e sugestões para estudos posteriores
professores e frustração nos alunos. Uma Escola com tecnologias exige outro esforço
financeiro muito para além do da Escola de quadro negro e giz.
207
Capítulo 5 – Conclusões e sugestões para estudos posteriores
tecnológico”, desde logo, quando se verifica que todas as escolas estão equipadas com
computador, a maioria com características multimédia e que todas as escolas têm ligação à
Internet, através de rede RDIS. Não deixa de ser significativo que a maioria das escolas
tenha endereço de correio electrónico e que algumas, ainda que em número diminuto (mas
em número crescente), possuam página na Internet. Nesta dinâmica deve ser valorizado o
contributo decisivo que tiveram os projectos Internet na Escola, o Ciência Viva e o Nónio
Século XXI.
No entanto, verificou-se que possuir equipamentos não é razão suficiente para a sua
utilização. Os dados mostraram-nos que a utilização não é feita de modo frequente, seja na
preparação das aulas, seja (sobretudo) na sala com os alunos, havendo apenas um pequeno
número de professores que se sente à vontade em trabalhar as TIC. Esta situação é agravada
pela existência de alguns aspectos adversos, destacando-se o elevado número de professores
que não possuem conhecimentos suficientes para utilizarem de forma adequada, pedagógica
e comunicacional, o computador, o vídeo e, principalmente, a Internet; a falta de
coordenação/integração das TIC nos três níveis de desenvolvimento de um Projecto
(Projecto Educativo, Projecto Curricular de Escola e Projecto Curricular de Turma) e ainda a
existência de um número significativo de docentes que desconhece a maioria dos programas
utilitários que acompanham o pacote do Microsoft Office.
Se os meios existem, então, porque é que a sua utilização não é mais intensa?
A resposta passa obrigatoriamente pela aposta na formação. Até porque, dos vários
factores condicionantes da utilização das TIC (idade, tempo de serviço e habilitações
académicas), os conhecimentos desempenham um papel preponderante. Não surpreende,
portanto, que os professores com menos tempo de serviço, com idade até 40 anos, com
habilitação de licenciatura ou bacharelato e com “conhecimentos suficientes” sejam
aqueles que mais utilizam as TIC na sala e na preparação de aulas, uma vez que reúnem
condições para que tal suceda.
Não é demais realçar que a inversão desta tendência só pode ser dada pela formação.
Este estudo mostra que a formação constitui uma das principais preocupações dos
professores e a sua falta é um dos obstáculos à utilização de qualquer inovação pedagógica.
Os professores lançam um desafio a si próprios ao valorizarem a via da autoformação, mas
também às instituições que têm responsabilidades na formação inicial e contínua. Esta
208
Capítulo 5 – Conclusões e sugestões para estudos posteriores
A resposta não se afigura fácil uma vez que existe um variado leque de opiniões por
parte dos especialistas que se têm dedicado a investigar outros níveis de ensino,
principalmente o universitário e especialmente a educação a distância e o trabalho
209
Capítulo 5 – Conclusões e sugestões para estudos posteriores
No entanto, depois de uma reflexão sobre estes modelos e tendo em conta a nossa
experiência profissional, de mais de uma década em variados contextos educativos no 1º
Ciclo do Ensino Básico, entendemos que os três modelos possuem vantagens e
desvantagens. Como meros exemplos podemos avançar com algumas reflexões
relativamente a alguma situações de sala de aula.
Se, por um lado, a análise e decomposição das unidades de ensino pode facilitar a
aprendizagem dos alunos, característica dos modelos centrados no aluno, por outro, não
deve ser apresentada de forma descontextualizada e desligada da realidade do aluno. Em
muitas escolas unitárias é difícil implementar algumas estratégias próprias do modelo de
ensino centrado no aluno. Nesta realidade, o professor vê-se obrigado a ter uma classe com
ensino directo enquanto as restantes podem trabalhar de forma colaborativa. O nível de
conhecimentos da leitura e escrita dos alunos do 1º Ciclo, principalmente os dos 1º e 2º
anos, pode ser um obstáculo à adopção de estratégias construtivistas como sejam a pesquisa
e análise de informação e a implementação de ambientes colaboracionistas em algumas
actividades que requeiram uma grande autonomia ao nível da literacia. Algumas actividades
utilizadas pelos modelos centrados no aluno como a realização de experiências e pesquisas,
discussão, análise, planeamento e colaboração, podem contribuir para o desenvolvimento
dos processos cognitivos de construção do próprio conhecimento dos alunos. Acima de tudo,
o professor deve ter consciência das vantagens e desvantagens destes modelos e adoptar as
estratégias de um ou mais modelos de acordo com os alunos que tem na sua sala de aula e o
nível de ensino que lecciona.
210
Capítulo 5 – Conclusões e sugestões para estudos posteriores
211
Capítulo 5 – Conclusões e sugestões para estudos posteriores
212
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224
Bibliografia
-classroom.htm
225
Anexos
ANEXOS
Anexo 1 – Questionário 1
226
Anexos
1
Anexos
2
Anexos
3
Anexos
4
Anexos
Anexo 2 – Questionário 2
231
Anexos
1
Anexos
2
Anexos
3
Anexos
4
Anexos
5
Anexos
6
Anexos
238
Anexos
1
Anexos
2
Anexos
3
Anexos
4
Anexos
243
Anexos
UNIVERSIDADE DO MINHO
Instituto de Educação e Psicologia
1
Anexos
2
Anexos
3
Anexos
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- Modificaria a redacção de algum item? __________________________________________
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4
Anexos
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- Modificaria a redacção de algum item? __________________________________________
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12 – Proporia alguma outra questão e/ou sugeriria algo mais, que pense, tendo em
conta a finalidade do inquérito em causa, devesse ser abordado/questionado?
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5
Anexos
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