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PREPARANDO A CELEBRAÇÃO
Método
INTRODUÇÃO
Não só distribuir tarefas
Envolver a comunidade
Equipe de liturgia - uma necessidade
que se preocupa com a vida litúrgica da comunidade local, que celebra
reúne pessoas com dons e capacidades de exercerem funções específicas na celebração.
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Ver artigo de ORMONDE, D. Laboratório litúrgico: o que é, como se faz, por quê? In: CENTRO DE LITURGIA. Formação
litúrgica: como fazer, p. 36-41. Também mais recentemente o livro de BARONTO, L.E.P. Laboratório litúrgico: pela inteireza
do ser na vivência ritual, citado na bibliografia.
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2) Exercitar a criatividade na vivência dos ritos, não perdendo de vista o contexto cultural, social
e histórico no qual a comunidade celebrante está situada.2
O laboratório possui uma estrutura simples. Vejamos as etapas previstas para chegar aos objetivos
propostos:
1. Relaxamento ou aquecimento – Nesta etapa, os participantes são submetidos a alguns
exercícios de respiração, relaxamento muscular, ou outros exercícios específicos para trabalhar o corpo.
2. Sensibilização ou improvisação – O(a) moderador(a) orienta o grupo a experimentar, através
de encenação, gestos do cotidiano, ou gestos referentes a ritos sociais e/ou religiosos, que estão, de
alguma forma, ligados ao rito litúrgico que está sendo trabalhado. Por exemplo, se estivermos trabalhando
a fração do pão serão utilizados gestos de partilha do pão na vida familiar e social.
3. Atitudes e gestos do corpo que fazem parte do rito que está sendo trabalhado (experimentação
ritual) – Este é o núcleo do laboratório. É nesta etapa que mais se trabalha a busca da unidade perdida
entre o fazer (gesto), o sentir (atitude afetiva) e o pensar (sentido teológico-litúrgico).
4. Conversa dos três pontos: o gesto corporal, o sentido teológico-litúrgico e a atitude
afetiva/interior – Nesta etapa acontece uma maior sistematização dos elementos do rito trabalhado e sobre
a unidade entre o gesto, o sentido teológico-litúrgico e a atitude afetiva/interior.
5. Avaliação do laboratório – O grupo que realizou o laboratório é convidado a avaliar as etapas
realizadas anteriormente. Algumas questões são colocadas ao grupo para ajudar na avaliação: Os
objetivos foram realizados? O que foi importante para cada participante? Quais foram os momentos mais
proveitosos? Onde falhamos? Dificuldades encontradas?3
A prática prova que na verdade o laboratório é um instrumental valioso. Vale aplicá-lo, sabendo
que é preciso um aprofundamento maior sobre o mesmo como também treinamento para pessoas que
aplicam os laboratórios.
É muito válida a aplicação da técnica do laboratório para o treinamento de leitores, presidentes das
celebrações dominicais, salmistas, cantores, ministros extraordinários da comunhão e outros.
6º PASSO: AVALIAÇÃO DA CELEBRAÇÃO
1. Assembleia
a) Ocupação do espaço
b) Participação
Foi acolhida? Como ocupou o espaço? Foi devidamente constituída? Foi “introduzida”? Como participou
nas respostas, nos cantos, nos silêncios, nos gestos, na partilha, nas orações...? Houve envolvimento?
c) Exercício dos ministérios:
- Desempenho
- Atitude interior
- Relação com a assembléia
2. Mistério Celebrado
(O mistério pascal do Senhor na particularidade do tempo, ou da festa, e na circunstância da vida).
a) Nos cantos, nos símbolos, na expressão da assembléia, nas preces, na recordação da vida...
b) Como apareceu a relação do mistério celebrado com a vida? Em que momentos foram expressas as
experiências pascais nossas e do povo?
c) Foi orante, afetuosa?
3. Ações simbólicas
a) Ajudaram a criar uma atitude espiritual nos ministros e na assembléia?
b) Contribuíram para celebrar o mistério?
4. Canto e música
a) Adequados ao momento ritual?
b) Foram orantes?
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Cf. BARONTO, L.E. P. Laboratório litúrgico: pela inteireza do ser na vivência ritual, p. 29-30.
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Para a estrutura do laboratório litúrgico conferir BARONTO, L.E. P. Laboratório litúrgico: pela inteireza do ser na vivência
ritual, p. 32-47.
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c) Como foram entoados, cantados?
5. Ritualidade
a) Como foi realizado o rito?
b) Cada rito cumpriu sua função?
Outros elementos a serem observados
É importante observar as leis da dinâmica global da celebração: a lei do ritmo, a lei da duração e dos
contrastes, a lei da unidade (Jean LEBON. Para vivir la liturgia, Navarra, (Espanha), Ed. Verbo Divino, 1989, p. 159-
161)
“Na linguagem, mudando o ritmo, muda o sentido. Assim também na liturgia: se acentuamos demasiado
um rito em detrimento do outro acaba prejudicando a ação como todo. É preciso colocar os pontos altos
no lugar certo.
A duração não é só cronológica, mas sobretudo psicológica. Devemos sentir o quanto pode durar o
silêncio ou a homilia, ou a oração dos fiéis. Em geral, a monotonia gera desatenção e tédio (por exemplo,
a mesma pessoa fazendo várias coisas em seguida, o presbítero fazendo toda a oração eucarística num
mesmo tom e com o mesmo ritmo....). Os contrastes é que despertam a atenção (de
pé/sentados/caminhar/imobilidade, som/silêncio, música/palavra-cantada/palavra-falada, tom maior/tom
menor, lento/rápido, uma voz/várias vozes, penumbra/luz repentina...
O que pode ajudar a criar unidade num determinado “ritual” ou numa seqüência de celebrações, é
a repetição de um refrão ou de um elemento visual ou de um gesto simbólico... Por exemplo, a cruz com
faixa roxa durante toda a quaresma, ou um pequeno refrão que introduz as várias partes (rituais) de uma
celebração...” (Ione Buyst).
BIBLIOGRAFIA
BARONTO. Luiz Eduardo P. Preparando passo a passo a celebração: um método para as equipes de
celebração das comunidades. São Paulo, Paulus, 1997.
CNBB. Animação da vida litúrgica no Brasil. São Paulo, Paulinas, 1989 (Doc. CNBB 43) n. 203-28.
CARPANEDO, Penha. Preparação de uma celebração. In: Revista de Liturgia. São Paulo, (111): 72-4,
maio/jun. 1992.