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Conceito de psicoterapia:

há um consenso de que a psicoterapia é um método de tratamento mediante o qual um


profissional treinado, valendo-se de meios psicológicos, especialmente a comunicação verbal e
a relação terapêutica, realiza, deliberadamente, uma variedade de intervenções, com o intuito
de influenciar um cliente ou paciente, auxiliando-o a modificar problemas de natureza
emocional, cognitiva e comportamental, já que ele o procurou com essa finalidade (Strupp,
1978).

CARACTERÍSTICAS DA PSICOTERAPIA

• É um método de tratamento realizado por um profissional treinado, com o objetivo de


reduzir ou remover um problema, queixa ou transtorno definido de um paciente ou cliente
que deliberadamente busca ajuda

• O terapeuta utiliza meios psicológicos como forma de influenciar o cliente ou paciente

• É realizada em um contexto primariamente interpessoal (a relação terapêutica)

• Utiliza a comunicação verbal como principal recurso

• É uma atividade eminentemente colaborativa entre paciente e terapeuta.

ELEMENTOS COMUNS A TODAS AS PSICOTERAPIAS

• A psicoterapia ocorre no contexto de uma relação de confiança emocionalmente carregada


em relação ao terapeuta

• A psicoterapia ocorre em um contexto terapêutico, no qual o paciente acredita que o


terapeuta irá ajudá-lo e confia que esse objetivo será alcançado

• Existe um racional, um esquema conceitual ou um mito que provê uma explicação plausível
para o desconforto (sintoma ou problema) e um procedimento ou um ritual para ajudar o
paciente a resolvê-lo (Frank, 1973)

CRITÉRIOS PARA QUE UM MODELO PSICOTERÁPICO SEJA CONSIDERADO CONSOLIDADO

• Deve estar embasado em uma teoria abrangente, que ofereça uma explicação coerente (um
racional) sobre a origem, a manutenção dos sintomas e a forma de eliminá-los

• Os objetivos a que se propõe modificar devem ser claramente especificados

• Devem existir evidências empíricas da efetividade da técnica proposta

• Deve haver comprovação de que as mudanças observadas são decorrentes das técnicas
utilizadas e não de outros fatores

• Os resultados devem ser mantidos a longo prazo

• Deve apresentar uma relação custo/efetividade favorável na comparação com outros


modelos ou alternativas de tratamento (Marks, 2002; Wright; Beck; Thase, 2003)
Psicanálise e psicoterapia de orientação analítica Fundamentos teóricos
O termo “psicanálise”, literalmente, significa dividir a mente em seus elementos constitutivos
e nos seus processos dinâmicos. Na prática, ele é utilizado com, pelo menos, três significados
diferentes:

• Um conjunto de teorias psicológicas sobre o funcionamento mental, sobre a formação da


personalidade e de aspectos do caráter, tanto aqueles considerados normais como os
psicopatológicos (sexualidade infantil, inconsciente dinâmico, conflito psíquico, mecanismos
de defesa e formação dos sintomas são alguns dos conceitos-chave);

• Um método ou procedimento de investigação dos conteúdos mentais, especialmente os


inconscientes (livre associação, análise dos sonhos, análise da transferência);

• Um método psicoterápico que se propõe a efetuar modificações no caráter (ou em aspectos


focais do caráter) por meio da obtenção de insight mediante a análise sistemática das defesas,
na chamada neurose de transferência.

Indicações da psicanálise e da psicoterapia de orientação analítica


• Traços de personalidade ou problemas caracterológicos desadaptativos • Transtornos leves
ou moderados de personalidade • Atrasos ou lacunas em tarefas evolutivas • Conflitos
internos, predominantemente de natureza edípica, que interferem nas relações interpessoais
atuais As terapias de orientação analítica, em princípio, são contra-indicadas • Quando há
ausência de um ego razoavelmente integrado e cooperativo (psicóticos, transtornos graves de
personalidade, dependentes químicos, transtornos mentais orgânicos) • Na presença de
problemas de natureza aguda, que exigem solução urgente • Em transtornos mentais para os
quais existem outros tratamentos efetivos de menor custo (transtornos de ansiedade,
transtornos do humor, transtornos alimentares, depressão, etc.) • Para pacientes impulsivos
que não toleram níveis, mesmo que pequenos, de frustração, como ocorre com pacientes
borderline, altamente narcisistas e centrados em si mesmos ou voluntariosos • Para pacientes
com transtornos da personalidade que dificultam o estabelecimento de um vínculo
(esquizóides, esquizotípicos, anti-sociais) e que dificilmente se enquadram dentro da estrutura
do tratamento analítico • Para pacientes com problemas agudos (psicoses, transtornos do
humor e de ansiedade, etc.) • Para pacientes gravemente comprometidos e, portanto, sem
condições cognitivas para trabalhar na busca de insight • Para pacientes comprometidos
cognitivamente (retardo mental, demência) Psicoterapias 27 • Para pacientes com pouca
capacidade para introspecção (alexitimia) ou com pouca sofisticação psicológica • Na ausência
de motivação para uma terapia de insight ou de interesse em um trabalho introspectivo.

OBJETIVOS DAS PSICOTERAPIAS DE APOIO


• Redução ou a eliminação dos sintomas • Manutenção ou o restabelecimento do nível de
funcionamento anterior a uma crise • Melhora da auto-estima • Melhora da capacidade de
lidar com os estresses internos e externos, eventualmente por meio do afastamento das
pressões ambientais ou da adoção de medidas que visam ao alívio dos sintomas • Diminuição
de déficits de funcionamento do EGO por meio do reforço de defesas consideradas adaptativas
• Desenvolvimento de capacidades de lidar com déficits provocados por doenças físicas ou
suas sequelas

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