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J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F.

Araújo 1

DISCIPLINA

Métodos Matemáticos Aplicados a


Processos Químicos e Bioquímicos

Capítulo IV : Funções Ortogonais e


Séries de Fourier

José Luiz de Medeiros e Ofélia Q.F. Araújo


Engenharia Química – UFRJ
jlm@eq.ufrj.br, ofelia@eq.ufrj.br
Tel. 21-2562-7535
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 2

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições
x : Variável independente
{φn ( x )} : Família inf inita ( n = 0 ,1,2 ,...) de funções de x em [ a ,b ]
p( x ) : Função peso da família de funções ( p( x ) ≥ 0 )
[ a ,b ] : Intervalo ( ⊂ ℜ ) associado à família de funções {φn ( x )}
Q.I . : Sigla para função de Quadrado Integrável
⊥ : Símbolo para família ortogonal de funções {φn ( x )}
S .F . : Série de Fourier
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições
Função Par e Função Ímpar :
F ( x ) é Par ⇒ F ( − x ) = F ( x ) Ex. F ( x ) = x 2 , F ( x ) = cos( x )
F ( x ) é Ímpar ⇒ F ( − x ) = − F ( x ) Ex. F ( x ) = x 3 , F ( x ) = sen( x )

F ( x) é Ímpar e Contínua ⇒ F (0) = 0


Demonstração : F (− x) = − F ( x); Com x = 0 :
F (−0) = − F (0) ⇒ F (0) = − F (0) ⇒ F (0) = 0
a
F ( x ) é Ímpar ⇒ ∫ F ( x ).dx = 0
−a
a 0 a a −a
Demonstração : ∫ F ( x ).dx = ∫ F ( x ).dx + ∫ F ( x ).dx = ∫ F ( x ).dx − ∫ F ( x ).dx =
−a −a 0 0 0
a a a a

∫ F ( x ).dx + ∫ F ( − y ).dy = ∫ F ( x ).dx − ∫ F ( y ).dy = 0


0 0 0 0
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições

Função Q.I.
F ( x ) é Q.I . em [ a ,b ] sob p( x ) quando :
b b
2 2
∫ p( x ).F ( x ) dx existe; i .e. ∫ p( x ).F ( x ) dx < ∞
a a
Exemplo 1 : g( x ) = 1 / x Não é Q.I . em [ 0 ,1 ] sob p( x ) = 1 :
1 1
1 1
∫ x 2 dx = − x 0 = +∞
0

Exemplo 2 : g ( x ) = 1 / x é Q.I . em [ 0 ,1 ] sob p( x ) = x 2 :


1 1
2 1 1
∫ x
x2
dx = ∫ dx = x 0 = 1
0 0
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições

Família Ortogonal de Funções


{φn ( x )} é Família Ortogonal de Funções Q.I . em [ a ,b ] sob p( x ) :
b
1a
∫ p( x ).φn ( x ).φm ( x ) dx = 0 (n ≠ m)
a
b
2 1b
∫ p( x ).
φ n ( x ) dx = K n > 0 (n = m)
a

{ϕn(x)} é ⊥
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições

Família Ortogonal de Funções Exemplo


{sen( nx )} ( n = 1,2 ,...) é Família ⊥ de Funções Q .I . em [ −π ,π ] sob p( x ) = 1

π
∫ sen( nx ).sen( mx ) dx = 0 (n ≠ m)
−π

π
2
∫ ( nx ) dx =K n > 0
sen (n = m)
−π
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições

Família Ortogonal de Funções Exemplo


{sen( nx )} ( n = 1,2 ,...) é Família ⊥ de Funções Q.I . em [ −π ,π ] sob p( x ) = 1
0
π π
sen( nx ) cos( mx ) π cos( nx ) cos( mx )
∫ sen( nx ).sen( mx ) dx =
−m
+ ∫
− π −π m/ n
dx
−π
π π
cos( nx ) cos( mx )
∫ sen( nx ).sen( mx ) dx = ∫ m/ n
dx
−π −π
π π
0
cos( nx )sen( mx ) π sen( nx )sen( mx )
∫ sen( nx ).sen( mx ) dx = 2
m /n
+ ∫
− π −π 2
m /n 2
dx
−π
π
0
∫ sen( nx ).sen( mx ) dx = 2
1− n / m 2
=0 (n ≠ m)
−π π
∫ sen( nx ).sen( mx ) dx = 0 (n ≠ m)
−π
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições

Família Ortogonal de Funções Exemplo


{sen( nx )} ( n = 1,2 ,...) é Família ⊥ de Funções Q.I . em [ −π ,π ] sob p( x ) = 1
0
π π
2 1 − cos( 2nx ) x π sen( 2nx ) π
∫ sen ( nx ) dx = ∫ 2
dx =
2 −π

4n −π
=π >0
−π −π
π
∫ sen( nx ).sen( mx ).dx = π (n = m)
−π

π
∫ sen( nx ).sen( mx ).dx = π > 0 (n = m)
−π
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições

Família Ortonormal de Funções


{ψ n ( x )} é Família Ortonormal de Funções Q .I . em [ a ,b ] sob p( x ) :
b
2a
∫ p( x ).ψ n ( x ).ψ m ( x ) dx = 0 (n ≠ m)
a
b

∫ p( x ).
ψ 2
n ( x ) dx = 1 (n = m) 2b
a
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições

Converter Família Ortogonal de Funções em Família Ortonormal


{φn ( x)} é Família Ortogonal de Funções Q.I . em [a, b] sob p ( x) :
b

∫ p( x).φ ( x).φ
a
n m ( x) dx = 0 (n ≠ m)

∫ p x n ( x ) dx = K n > 0 ( n = m)
2
( ).φ
a

φn ( x ) Teremos {ψ n ( x )} tal que :


Definindo − se ψ n ( x ) =
Kn
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições

Converter Família Ortogonal de Funções em Família Ortonormal


b b
1
∫ p( x ).ψ n ( x ).ψ m ( x ) dx = KnKm ∫ p( x ).φn ( x ).φm ( x ) dx = 0 (n ≠ m)
a a
b b
2 1 Kn
∫ p( x ).ψ n ( x ) dx = K n ∫ p( x ).φn2 ( x ) dx = =1
a a
Kn

{ψn(x)} é Ortonormal
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


1. Definições

Família Ortonormal de Funções Exemplo


{sen( nx )} ( n = 1,2 ,...) é Família ⊥ de Funções Q .I . em [ −π ,π ] sob p( x ) = 1

sen( nx )  π 2
Definindo − se ψ n ( x ) =  ∫ sen ( nx ) dx =K n = π
π −π

 sen(nx) 
  é Família Ortonormal de Funções Q.I . em [−π , π ], sob p( x) = 1
 π 
pois
b b
1
∫ p( x)ψ
a
n ( x)ψ m ( x) dx =
π ∫ sen(nx).sen(mx) dx = 0
a
( n ≠ m)

b b
1
∫ p( x).ψ ( x) dx ∫ (nx) dx = 1
sen
2 2
n =
a
π a
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2. Série de Fourier

# 1: Considere F(x) Q.I. em [a,b] sob p(x)


F ( x ) Q.I . em [ a ,b ] sob p( x ) :
b
2
∫ p( x ).F ( x ) dx < ∞
a

# 2: Considere a Família Ortogonal {ϕn(x)} em [a,b] sob p(x)


{φn ( x )} é Família ⊥ de Funções Q .I . em [ a ,b ] sob p( x ) :
b

∫ p( x ).φn ( x ).φm ( x ) dx = 0 (n ≠ m)
a
b
2
∫ p( x ).
φ n ( x ) dx = K n > 0 (n = m)
a
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2. Série de Fourier

# 3: Considere a Série Infinita E(x) construída com {ϕn(x)}



E( x ) = ∑ Anφn ( x ) 3
n =1

Note que a Série de E(x) poderá não convergir para certos x ou


mesmo para nenhum x . Naturalmente, admitimos o contrário ...

# 4: Considere o Resíduo de E(x) com respeito a F(x)



ℑ( x ) = F ( x ) − E( x ) = F ( x ) − ∑ Anφn ( x )
n =1
# 5: Considere a Medida da falta de aderência de E(x) a F(x) :
b
Ξ = ∫ p( x ).ℑ2 ( x ).dx > 0 4
a
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2. Série de Fourier

# 6: Calculamos este Funcional de Falta de Aderência a F(x)


a 2
 ∞ 
Ξ = ∫ p( x ) F ( x ) − ∑ Anφn ( x ) dx 5
a  n =1 
a ∞ b
Ξ = ∫ p( x ).F 2 ( x ).dx − 2 ∑ An ∫ p( x )F ( x )φn ( x ).dx +
a n =1 a
∞ ∞ b
+ ∑ ∑ An Am ∫ p( x )φn ( x )φm ( x ).dx
n =1 m =1 a

# 7: Devido à Ortogonalidade da Família :


a ∞ b ∞ b
Ξ = ∫ p( x ).F 2 ( x ).dx − 2 ∑ An ∫ p( x )F ( x )φn ( x ).dx + ∑ An2 ∫ p( x )φn2 ( x ).dx
a n =1 a n =1 a
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
# 8: Obtemos coeficientes { An } para maximizar aderência da S.F.
Min ℑ( x ) na média ⇒ Min Ξ ⇒ Pto. Est . de Ξ
{ An } { An } { An }

∂Ξ
P.E. Ξ ⇔ = 0 (k = 1,2,...)
∂Ak
{ An }
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
# 8: Obtemos coeficientes { An } para maximizar aderência da S.F.
∂Ξ
= 0 ( k = 1,2 ,...)
∂Ak
a ∞ b ∞ b
Ξ = ∫ p( x ).F 2 ( x ).dx − 2 ∑ An ∫ p( x )F ( x )φn ( x ).dx + ∑ An2 ∫ p( x )φn2 ( x ).dx
a n =1 a n =1 a
b b
∂Ξ
= 0 ⇔ − 2 ∫ p( x )F ( x )φk ( x ).dx + 2 Ak ∫ p( x )φk2 ( x ).dx = 0
∂Ak a a

b
Coeficientes de Fourier
∫ p( x )F ( x )φk ( x ).dx
a
Ak = b
( k = 1,2 ,...)
6
∫ p( x )φk2 ( x ).dx
a
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2. Série de Fourier
Série de Fourier de F(x) em {ϕn(x)} Resumo

E( x ) = ∑ Anφn ( x ) 3
n =1

Coeficientes { An } na Expansão de F(x) em {ϕn(x)} obtidos de


modo a Minimizar o Funcional :
a 2
 ∞  4
Ξ = ∫ p( x ) F ( x ) − ∑ Anφn ( x ) dx
a  n =1 
b
Coeficientes de Fourier
∫ p( x )F ( x )φk ( x ).dx
a
Ak = ( k = 1,2 ,...)
b 6
∫ p( x )φk2 ( x ).dx
a
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2. Série de Fourier

Função Nula
F ( x ) é Função Nula em [ a , b ] sob p ( x ), quando :
b
p ( x ). F 2 ( x ) dx = 0 7

a

Note que F(x) = 0 é Função Nula; mas não necessariamente F(x)


deve ser identicamente nula para ser Função Nula. A função seguinte
é uma Função Nula em [a,b] sob p(x) e não é identicamente nula:

F(x)

x
a b
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2. Série de Fourier

Função Nula
b
F ( x) Função Nula em [a, b] sob p ( x) ⇒ ∫ p ( x).F 2 ( x) dx = 0
a

Observamos também que qualquer função multiplicada por uma


Função Nula é também uma Função Nula. Sendo F(x) Função Nula:
b
8

a
p ( x ). F ( x ).φ n ( x ). dx = 0 ( n = 1, 2 ,...)

{ φn ( x) } Família ⊥ em [a, b] sob p ( x).

Isto é, a Função Nula é Ortogonal a Todos os Membros de uma


Família Ortogonal de Funções.
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2. Série de Fourier
Naturalmente cabe perguntar se a relação (8) valeria também para
funções F(x) que não fossem Funções Nulas. Isto é, se haveria F(x)
Ortogonal a toda uma Família Ortogonal de Funções, onde F(x) não
é uma Função Nula.
b


a
p ( x ). F ( x ).φ n ( x ). dx = 0 ( n = 1, 2 ,...)

{ φn ( x) } Família ⊥ em [a, b] sob p ( x).

b
Neste caso, todos os ∫ p( x )F ( x )φk ( x ).dx
coeficientes An da S.F. ⇒ Ak = a
b
=0 ( k = 1,2 ,...)
de F(x) valem Zero : 2
∫ p( x )φ k ( x ).dx
a
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2. Série de Fourier

A Família { cos(nx) } (n=0,1,2,...) é Ortogonal em [-π,π ] com p(x)=1


π π


∫π cos( nx ). cos( mx ). dx = 0 ( n ≠ m ),

∫π cos 2 ( nx ) . dx > 0

Mas os coeficientes de Fourier da função F(x) = x nesta Família são


todos Nulos, embora esta função Não seja uma Função Nula :
b π

∫ p( x) F ( x)φ ( x).dx ∫π x. cos(kx).dx


a
k

Ak = b
= −
π
=0 (k = 0,1,2,...)
∫ p x k ( x ).dx ∫ (kx).dx
2 2
( )φ cos
a −π
Por que ?
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2. Série de Fourier
Como visto, Não Basta a Ortogonalidade da Família {ϕn(x)} para
garantir que qualquer função Q.I. tenha expansão em S.F. sobre os
membros da Família.

O que é Necessário é que a Família, além de Ortogonal, seja


Completa de acordo com a seguinte definição :

A Família de Funções Ortogonais {φn ( x)} em [a, b] sob peso p( x),


é dita ser Completa se a Re lação Segu int e Valer apenas para
F ( x) Função Nula :
b

∫ p( x).F ( x).φ ( x).dx = 0


a
n (n = 1,2,...)
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2. Série de Fourier
Como visto, Não Basta a Ortogonalidade da Família {ϕn(x)} para
garantir que qualquer função Q.I. possa tenha expansão em S.F.
sobre os membros da Família.

O que é Necessário é que a Família, além de Ortogonal, seja


Completa de acordo com a seguinte definição :

A Família de Funções Ortogonais {φn ( x)} em [a, b] sob peso p( x),


é dita ser Completa se a Re lação Segu int e Valer apenas para
F ( x) Função Nula :
b

∫ p( x).F ( x).φ ( x).dx = 0


a
n (n = 1,2,...)

i.e. para Todos os Membros da Família !


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2. Série de Fourier
Teorema 4.1

Seja a Expansão E ( x) = ∑ Anφn ( x) da Função F ( x) Q.I .
n =1

em termos da Família COMPLETA de Funções Ortogonais {φn ( x)}


em [a, b] sob peso p( x).


Seja a Série ∑ A φ ( x)
n =1
n n Convergente, podendo ser Integrada

Termo a Termo.

Então a Soma da Série E ( x) Difere de F ( x) no Máximo


por uma Função Nula.
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2. Série de Fourier
Teorema 4.1 Demonstração
Seja o Re síduo da S .F .

ℑ( x) = F ( x) − E ( x)

ℑ( x) = F ( x) − ∑ Anφn ( x)
n =1

Para demonstrar o Teorema devemos mostrar que ℑ( x) é uma


Função Nula; i.e. que ℑ( x) é ⊥ a todos os membros de {φn ( x)}.
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2. Série de Fourier
Teorema 4.1 Demonstração
b
Multiplicando ℑ( x) por p( x).φk ( x) e int egrando ∫ (.)dx :
a

b b ∞ b

∫ p( x )ℑ( x )φk ( x )dx = ∫ p( x )F ( x )φk ( x )dx − ∑ An ∫ p( x )φn ( x )φk ( x )dx


a a n =1 a

Usando a Ortogonalidade da Família :


b b b

∫ p( x)ℑ( x)φ ( x)dx = ∫ p( x) F ( x)φ


a
k
a
k ( x)dx − Ak ∫ p ( x)φk ( x)φk ( x)dx
a
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2. Série de Fourier
Teorema 4.1 Demonstração
b b b

∫ p( x)ℑ( x)φ
a
k ( x)dx = ∫ p( x) F ( x)φ k ( x)dx − Ak ∫ p ( x)φk ( x)φk ( x)dx
a a

Com os Coeficientes de Fourier :


b

∫ p( x) F ( x)φ
a
k ( x).dx
Ak = b
=0 (k = 1,2,...)
∫ p x k ( x ).dx
2
( )φ
a
b b b

∫ p( x)ℑ( x)φ
a
k ( x)dx = ∫ p( x) F ( x)φk ( x)dx − ∫ p ( x) F ( x)φk ( x)dx = 0
a a

(k = 1,2,...)
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2. Série de Fourier
Teorema 4.1 Demonstração
b

∫ p( x)ℑ( x)φ ( x)dx = 0


a
k (k = 1,2,...) ⇒ ℑ( x) é Função Nula

Por tan to

F ( x) − ∑ Anφn ( x) ≡ Função Nula ou Identicamente Nula
n =1

Requisitos :
(1) F(x) Q.I. em [a,b] sob p(x)
(2) { ϕn(x) } Ortogonal em [a,b] sob p(x) e Completa
(3) S.F. Converge e Integrável Termo a Termo
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2. Série de Fourier
Definição 4.1 : A Sequência de Funções Sn(x) é dita convergir na
média para F(x) , Q.I. em [a,b] sob p(x), se :

b
2
lim ∫ p( x )( F ( x ) − S n ( x )) dx = 0 9
n→∞a

Definição 4.2 : Se Sn(x) é a n-ésima Soma Parcial da S.F. de


F(x), qualquer Q.I. em [a,b] sob p(x), em termos da Família
Ortogonal {ϕn(x)}, em [a,b] sob p(x) :
n
S n ( x ) = ∑ Ak φk ( x ) 10
k =1

e Sn(x) Converge na Média para F(x), então {ϕn(x)} é Fechado.


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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
A Igualdade de Parseval para Família Ortogonal Fechada.
Seja {ϕn(x)}, Família Ortogonal em [a,b] sob p(x), Fechada;
Seja F(x) Q.I. em [a,b] sob p(x); Então vale a Igualdade de
Parseval abaixo: Teorema 4.2
b b

11
∫ p( x) F
2
( x)dx = ∑ A 2
n ∫ p( x)φ
2
n ( x)dx
a n =1 a

b
Com Família Ortonormal ∫ p x n ( x ) dx = 1, tem − se a I .P. clássica :
2
( )φ
a

b ∞ 12
∫ p( x) F
2
( x)dx = ∑ A 2
n
a n =1
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
Demonstração : Teorema 4.2
{φn ( x)} é ⊥ em [a, b] sob p ( x). {φn ( x)} também é Fechada.
N
Seja o Aproximante S .F . de F ( x) de Ordem N : S N ( x) = ∑ Anφn ( x)
n =1

Como {φn ( x)} é Fechada :


b 2

lim ∫ p ( x)(F ( x) − S N ( x) ) dx = 0
N →∞a
b 2
  N
lim ∫ p ( x) F ( x) − ∑ Anφn ( x)  dx = 0
 n =1 
N →∞a
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
Demonstração : Teorema 4.2
b 2
 N

lim ∫a 
p ( x ) F ( x ) − ∑
n =1
A φ
n n ( x )  dx = 0

N →∞
b N b

∫ p ( x) F ( x)dx − 2∑ An ∫ p ( x) F ( x)φ n ( x)dx
2

a n =1 a 
0 = lim  b 
N N
N → ∞ + ∑∑ A k n∫
A p ( x )φ ( x )φ ( x ) dx 
 k n 
 k =1 n =1 a 
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
Demonstração : Teorema 4.2
Devido à Ortogonalidade da Família , a relação torna − se :

b N b N b

0 = lim ∫ p ( x) F ( x)dx − 2∑ An ∫ p ( x) F ( x)φn ( x)dx + ∑ An ∫ p ( x)φn ( x)dx 
2 2 2

N → ∞ a 
n =1 a n =1 a

∫ p( x) F ( x)φ ( x).dx
a
n

Com os Coeficientes de Fourier : An = b

∫ p x n ( x ).dx
2
( )φ
a

b N b N b

0 = lim ∫ p ( x) F ( x)dx − 2∑ An ∫ p ( x)φn ( x)dx + ∑ An ∫ p ( x)φ n ( x)dx 
2 2 2 2 2

N → ∞ a 
n =1 a n =1 a
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
Demonstração : Teorema 4.2

b N b N b

0 = lim ∫ p ( x) F ( x)dx − 2∑ An ∫ p ( x)φn ( x)dx + ∑ An ∫ p ( x)φ n ( x)dx 
2 2 2 2 2

N → ∞ a 
n =1 a n =1 a

b N b

0 = lim ∫ p ( x) F ( x)dx − ∑ An ∫ p ( x)φ n ( x)dx 
2 2 2

N → ∞ a 
n =1 a

b ∞ b
0 = ∫ p ( x) F 2 ( x)dx − ∑ An2 ∫ p ( x)φn2 ( x)dx
a n =1 a

b ∞ b
11
∫ p ( x ) F 2
( x ) dx = ∑ n∫
A 2
p ( x
n =1
)φ n ( x ) dx
2

a a
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 36

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
Demonstração : Teorema 4.2
b b

11
∫ p ( x) F
2
( x)dx = ∑ A 2
n ∫ p( x)φ
2
n ( x)dx
a n =1 a
b
Se, adicionalmente, a Família é Ortonormal : ∫ p ( x)φn2 ( x)dx = 1,
a

tem − se a forma clássica da Igualdade de Parseval :

b ∞
12
∫ p ( x ).F ( x ).dx
2
= ∑ n
A 2

n =1
a
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
Observação : Teorema 4.2
A Igualdade de Parseval também poderia ser mostrada
para {φ n ( x)} ⊥ em [a, b] sob p ( x) e COMPLETA.

Sendo {φn ( x)} Completa, ℑ( x) = F ( x) − ∑ Anφn é Função Nula.
n =1
b 2
  ∞
Pela definição de Função Nula : ∫ p( x) F ( x) − ∑ Anφn ( x)  dx = 0
a  n =1 
b ∞ b
0 = ∫ p ( x).F 2 ( x).dx − 2∑ An ∫ p ( x).F ( x).φ n ( x).dx
a n =1 a
∞ ∞ b
+ ∑∑ An Am ∫ p ( x).φn ( x).φm ( x).dx
n =1 m =1 a
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
Demonstração : Teorema 4.2
Pela Ortogonalidade :
b ∞ b ∞ b
0 = ∫ p ( x).F 2 ( x).dx − 2∑ An ∫ p( x).F ( x).φ n ( x).dx + ∑ An2 ∫ p ( x).φn2 ( x).dx
a n =1 a n =1 a
b

∫ p( x) F ( x)φ ( x).dx
a
n

Com os Coeficientes de Fourier : An = b

∫ p x ( x).dx
2
( )φ n
a

b ∞ b ∞ b
0 = ∫ p ( x).F 2 ( x).dx − 2∑ An2 ∫ p ( x).φn2 ( x).dx + ∑ An2 ∫ p ( x).φ n2 ( x).dx
a n =1 a n =1 a

b ∞ b
0 = ∫ p ( x).F ( x).dx − ∑ A
2 2
n ∫ p ( x φ
). n ( x ).dx
2

a n =1 a
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 39

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
Demonstração : Teorema 4.2
b ∞ b
0 = ∫ p ( x).F ( x).dx − ∑ A
2 2
n ∫ p ( x φ
). n ( x ).dx
2

a n =1 a

b ∞ b

∫ p( x ).F 2
( x ).dx = ∑ n∫
A 2
p( x ).
φ 2
n ( x ).dx
11
a n =1 a
b
2
Com Família Ortonormal ∫ p( x )φ k ( x )dx = 1, tem − se a I .P . Clássica
a
b ∞
∫ p( x ).F 2
( x ).dx = ∑ n
A 2
12
a n =1
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Seja {ϕn(x)}, Família Ortogonal em [a,b] sob p(x), Completa;


Então {ϕn(x)} é também Fechado com respeito ao espaço de
funções Q.I. em [a,b] sob p(x) Teorema 4.3

Seja {ϕn(x)}, Família Ortogonal em [a,b] sob p(x), Fechada com


respeito ao espaço de funções Q.I. em [a,b] sob p(x).
Então {ϕn(x)} é também Completa. Teorema 4.4
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Construir a S.F. de F(x) = x com {ϕn(x)} = {sen(nx) (n=1,2,...)} U


{cos(nx) (n=0,1,...)}. A Família {ϕn(x)} é Ortogonal em [-π,π ],
com p(x)=1 e Completa. Exemplo 4.1
∞ ∞
Escrevemos F ( x) = x, E ( x) = ∑ Bn sen(nx) + ∑ An cos(nx)
n =1 n =0
π

∫π x. cos(kx).dx
Ak = −
π
=0 (k = 0,1,2,...)
∫ (kx).dx 0
2
cos
−π

π π
cos(kx) π cos(kx) cos(kx) π sen(kx) π
∫ x.sen(kx).dx −x
k
+∫
− π −π k
dx −x
k −π
+
k 2 −π
Bk = −π
= =
π π
1 − cos(2kx) sen(2kx) π
∫ (kx).dx
sen ∫−π 2 dx π−
2

−π
4k −π
0
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Construir a S.F. de F(x) = x com {ϕn(x)} = {sen(nx) (n=1,2,...)} U


{cos(nx) (n=0,1,...)}. A Família {ϕn(x)} é Ortogonal em [-π,π ],
com p(x)=1 e Completa. Exemplo 4.1

F ( x) = x, E ( x) = ∑ Bn sen(nx)
n =1

cos(kπ ) cos(kπ )
−π −π
k k − 2 cos(kπ )
Bk = = (k = 1,2,...)
π k

− 2.(−1) k 2.(−1) k +1
Bk = = (k = 1,2,...)
k k

2 1 2 1 2
B1 = 2, B2 = −1, B3 = , B4 = − , B5 = , B6 = − , B7 = , ...
3 2 5 3 7
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Construir a S.F. de F(x) = x com {ϕn(x)} = {sen(nx) (n=1,2,...)} U


{cos(nx) (n=0,1,...)}. A Família {ϕn(x)} é Ortogonal em [-π,π ],
com p(x)=1 e Completa. Exemplo 4.1


F ( x) = x, E ( x) = ∑ Bn sen(nx) − 2.(−1) k 2.(−1) k +1
Bk = = (k = 1,2,...)
n =1 k k

N
Aproximante S .F . de O ( N ) : S N ( x) = ∑ Bn sen(nx)
n =1
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 45

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Notar a Aderência Restrita ao Intervalo [-π,π ]


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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Construir a S.F. de F(x) = -1 (x<0), F(x)=1 (x>0) [Não-Contínua]


com {ϕn(x)} = {sen(nx) (n=1,2,...)} U {cos(nx) (n=0,1,...)}. {ϕn(x)} é
Ortogonal em [-π,π ], com p(x)=1 e Completa. Exemplo 4.2
+ 1, x > 0

F ( x) =  0, x = 0
− 1, x < 0

∞ ∞
E ( x) = ∑ Bn sen(nx) + ∑ An cos(nx)
n =1 n =0
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Construir a S.F. de F(x) = -1 (x<0), F(x)=1 (x>0) [Não-Contínua]


com {ϕn(x)} = {sen(nx) (n=1,2,...)} U {cos(nx) (n=0,1,...)}. {ϕn(x)} é
Ortogonal em [-π,π ], com p(x)=1 e Completa. Exemplo 4.2
+ 1, x > 0 Função Ímpar

F ( x) =  0, x = 0
− 1, x < 0

∞ ∞
E ( x) = ∑ Bn sen(nx) + ∑ An cos(nx)
n =1 n =0

∫π x. cos(kx).dx
Ak = −
π
=0 (k = 0,1,2,...)
∫ (kx).dx
2
cos
−π
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 48

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Construir a S.F. de F(x) = -1 (x<0), F(x)=1 (x>0) [Não-Contínua]


com {ϕn(x)} = {sen(nx) (n=1,2,...)} U {cos(nx) (n=0,1,...)}. {ϕn(x)} é
Ortogonal em [-π,π ], com p(x)=1 e Completa. Exemplo 4.2
+ 1, x > 0
 Função Ímpar : Só termos Seno na S.F.
F ( x) =  0, x = 0
− 1, x < 0


E ( x) = ∑ Bn sen(nx)
n =1
N
Aproximante S .F . de O ( N ) : S N ( x) = ∑ Bn sen(nx)
n =1
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 49

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Construir a S.F. de F(x) = -1 (x<0), F(x)=1 (x>0) [Não-Contínua]


com {ϕn(x)} = {sen(nx) (n=1,2,...)} U {cos(nx) (n=0,1,...)}. {ϕn(x)} é
Ortogonal em [-π,π ], com p(x)=1 e Completa. Exemplo 4.2
+ 1, x > 0
 ∞
F ( x) =  0, x = 0 , E ( x) = ∑ Bn sen(nx)
− 1, x < 0 n =1

π 0 π
cos(kx) 0 cos(kx) π
∫−π F ( x)sen(kx).dx −∫π − sen(kx)dx + ∫0 sen(kx)dx k −π

k 0
Bk = π = =
π
1 − cos(2kx) sen(2kx) π
∫−π sen (kx).dx ∫−π 2 dx π−
2
4k −π

2  cos(kπ ) cos(− kπ )  2  (−1) k (−1) k 


− +  −  +  2
Bk =
k  k k  =
k  k k  Bk =

(
1 − (−1) k )
π π
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier

Construir a S.F. de F(x) = -1 (x<0), F(x)=1 (x>0) [Não-Contínua]


com {ϕn(x)} = {sen(nx) (n=1,2,...)} U {cos(nx) (n=0,1,...)}. {ϕn(x)} é
Ortogonal em [-π,π ], com p(x)=1 e Completa. Exemplo 4.2
+ 1, x > 0

F ( x) =  0, x = 0
− 1, x < 0


E ( x) = ∑ Bn sen(nx)
n =1

N
2
Aproximante S .F . de O ( N ) : S N ( x) = ∑ Bn sen(nx) Bk = (
1 − (−1) k )
n =1 kπ
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 51

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 52

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


2. Série de Fourier
Aderência Restrita ao Intervalo [-π,π ]
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 53

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
Este Teorema justifica o surgimento de Família {ϕn(x)} Ortogonal
em [a,b ], sob p(x), de EDO-2 Lineares Teorema 4.5
Seja a EDO − 2 Linear Homogênea :
d
dx
( )
r ( x). y (1) + {q ( x) + λ . p ( x)}y = 0 13
Sob Condições de Contorno Lineares e Homogêneas :
a1 y (a ) + a2 y (1) (a ) = 0
14
b1 y (b) + b2 y (b) = 0
(1)

onde :
a1 , a2 são cons tan tes não nulas ao mesmo tempo;
b1 , b2 são cons tan tes não nulas ao mesmo tempo;
r ( x) e p ( x) são contínuas em [a, b]; q ( x) é contínua ao menos em (a, b)
λ parâmetro numérico a buscar para viabilizar Solução Não − Trivial
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 54

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
Este Teorema justifica o surgimento de Família {ϕn(x)} Ortogonal
em [a,b ], sob p(x), de EDO-2 Lineares Teorema 4.5
Sejam as Soluções Não − Triviais de Eq.(13) + (14) : y1 ( x), y2 ( x), y3 ( x),...
viabilizadas pelos respectivos valores de λ : λ1 , λ2 , λ3 ,...

Então as Soluções Não − Triviais de Eq.(13) + (14), { yn ( x)} definem


uma Família Ortogonal de Funções em [a, b] sob peso p ( x).
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 55

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Observações Teorema 4.5


Note que y(x) = 0 resolve trivialmente as Eqs. (13) e (14). Mas só
queremos soluções não-triviais y(x) ≠ 0 .

Note que (13) é uma EDO-2 Linear e Homogênea; e que as


Condições de Contorno (14) também são Equações Lineares, de
Coeficientes Constantes, e Homogêneas.

Note que as constantes a1 e a2 não podem ser nulas


simultaneamente; o mesmo acontecendo com b1 e b2 .
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 56

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Demonstração Teorema 4.5


Sejam Soluções Não − Triviais de Eq.(13) + (14) : yn ( x) ≠ 0 e ym ( x) ≠ 0,
viabilizadas por respectivos valores diferentes de λ : λn ≠ λm .
Assim :
d
dx
( )
r ( x). ym(1) + q ( x) ym = −λm p ( x) ym 13a

d 13b
dx
( )
r ( x). yn(1) + q ( x) yn = −λn p( x) yn

a1 ym (a ) + a2 ym(1) (a ) = 0 14a

a1 yn (a ) + a2 yn(1) ( a) = 0 14b
b1 ym (b) + b2 ym(1) (b) = 0 14c
b1 yn (b) + b2 yn(1) (b) = 0
14d
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 57

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Demonstração Teorema 4.5


Eqs. (14a ) e (14b) podem ser escritas como :
a1 ym (a ) + a2 ym(1) ( a) = 0  ym (a) ym(1) (a )  a1  0
⇔    =   15a
a1 yn (a) + a2 y (a ) = 0
(1)
n  yn (a ) y n ( a )   a 2  0 
(1)

Eqs. (14c) e (14d ) podem ser escritas como :


b1 ym (b) + b2 ym (b) = 0
(1)  y m (b ) y (1)
 b
m (b)  1  0  15b
⇔    =  
 yn (b) yn (b) b2  0
(1)
b1 yn (b) + b2 yn(1) (b) = 0
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 58

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Demonstração Teorema 4.5


Multiplicando (13a ) por yn ( x), (13b) por ym ( x), e subtraindo − as :
d d
yn
dx
(
r ( x). ym − ym
(1)

dx
) ( )
r ( x). yn(1) = (λn − λm ) p ( x) yn ym
b
Integrando − se esta igualdade em ∫ (.).dx :
a
b b
 d d 
∫a  n dx
 y r ((x ). y (1)
m − y)m
dx
r ( x ). y((1)
n )
.dx = (λn − λm ) ∫ p ( x) yn ym dx
 a

Com o método das partes no lado esquerdo :


b b
d b
∫a n dx
y (r ( x ). y (1)
m ).dx = r ( x ). y (1)
m y n −
a a ∫ r ( x ). y m y n dx
(1) (1)

b b
d b
∫a dx
y m r ( x(). y (1)
n .dx =)r ( x ). y (1)
n y m −
a a ∫ r ( x ). y yn dx
(1) (1)
m
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Demonstração Teorema 4.5


Obtemos :
b
b b
r ( x). ym(1) yn − r ( x). yn(1) ym = (λn − λm ) ∫ p ( x) yn ym .dx
a a a

(
r (b) ym(1) (b) yn (b) − yn(1) (b) ym (b) + )
b
( )
− r (a ) ym(1) (a ) yn (a ) − yn(1) (a ) ym (a ) = (λn − λm ) ∫ p ( x) yn ym .dx
a
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 60

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Demonstração Teorema 4.5


Neste ponto, usamos os SQHs das Eqs. (15a ) e (15b) :
 ym (a ) ym(1) (a )  a1  0
   =   15a
 yn (a) y n ( a )   a 2  0 
(1)

 ym (b) ym(1) (b)   b1  0


   =   15b
y
 n ( b ) y (1)
n (b )  b2   0 
Estes SQHs devem ser satisfeitos por soluções não − triviais que
obrigam as respectivas matrizes a serem Singulares ( DET = Zero) :
 a1 
a  ≠ 0 ⇒ y m ( a ) y (1)
n ( a ) − y n ( a ) y m (a) = 0
(1)

 2
 b1 
b  ≠ 0 ⇒ y m (b ) y (1)
n ( b ) − y n (b ) y m (b) = 0
(1)

 2
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 61

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Demonstração Teorema 4.5


( )
r (b) ym(1) (b) yn (b) − yn(1) (b) ym (b) +
b
( )
− r (a ) ym(1) (a ) yn (a ) − yn(1) (a ) ym (a ) = (λn − λm ) ∫ p ( x) yn ym .dx
a

 ym (a) yn(1) (a) − yn (a ) ym(1) (a ) = 0


Pela Singularidade dos SQHs ⇒ 
y
 m (b ) y (1)
n (b ) − y n (b ) y m (b) = 0
(1)

b b
(λn − λm ) ∫ p ( x) yn ym .dx = 0 , como λn ≠ λm ⇒
a
∫ p ( x) y
a
n ym .dx = 0

Soluções não-triviais de um Problema Sturm-Liouville [PSL]


yn(x) ≠ 0 e ym (x) ≠ 0, referentes a valores λ distintos, λn ≠ λm , são
funções ortogonais em [a,b] com peso p(x).
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 62

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Portanto, para estabelecer o surgimento de Família {ϕn(x)}


Ortogonal (em [a,b ], sob p(x)), em um dado Problema de Valor
de Contorno (PVC) em EDO-2, deve-se estudá-lo cuidadosamente
para verificar se ele é um Problema de Sturm-Liouville [PSL].
Isto é, para verificar se estamos diante de um Problema de Valor
de Contorno com EDO-2 Linear Homogênea e Condições de
Contorno Lineares e Homogêneas.

Problemas PSL darão origem, ao serem resolvidos, a soluções


ortogonais {ϕn(x)}. Estas soluções devem ser pesquisadas
atribuindo-se série de valores adequados ao parâmetro λ
conforme garantido pelo Teorema 4.5.
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 63

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Recapitulando a forma de um Problema Sturm-Liouville [PSL]


EDO − 2 Linear Homogênea :
d
dx
( )
r ( x). y (1) + {q( x) + λ. p ( x)}y = 0 13
Condições de Contorno Lineares e Homogêneas :
a1 y (a) + a2 y (1) (a ) = 0 14
b1 y (b) + b2 y (1) (b) = 0
onde :
a, b pontos dados para aplicação de Condições de Contorno
a1 , a2 const., dadas, não nulas ao mesmo tempo;
b1 , b2 const., dadas, não nulas ao mesmo tempo;
r ( x) e p ( x) dadas e contínuas em [a, b]; q( x) dada e contínua em (a, b)
λ parâmetro a buscar para viabilizar Solução Não − Trivial
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 64

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

Exemplo 4.3 : Obter a Solução do Problema de Valor de


Contorno abaixo:

y( 2 ) + λ .y = 0
y( 0 ) = 0 , y( L ) = 0
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 65

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

y( 2 ) + λ .y = 0 Exemplo 4.3
y( 0 ) = 0 , y( L ) = 0

Resolução

# 1: Reconhecemos neste PVC um PSL após colocação na forma:


 r( x ) = 1
d (1) 
dx
y ( ) + λ .y = 0 ⇒  p( x ) = 1
q( x ) = 0

y( 0 ) = 0 ⇒ {a = 0 , a1 = 1, a2 = 0
y( L ) = 0 ⇒ {b = L , b1 = 1, b2 = 0
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 66

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 2: Resolvendo PVC para EDO-2 Lin. Hom. com Coef. Const. :
y( x ) = exp( θ .x )
Substituindo − se em y ( 2 ) + λ . y = 0 ⇒ Eq. Característica : θ 2 + λ = 0
Raízes da E .C . : θ = ± − λ .

A Sol . Completa da EDO − 2 Homogênea apresenta 3 casos em λ :


Caso 1 : λ < 0
Caso 2 : λ = 0
Caso 3 : λ > 0
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 67

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville

# 3: Caso 1 : λ < 0 → 2 raízes reais distintas θ = ± (- λ)1/2


θ = ± − λ ⇒ Sol . Compl . Hom. y H ( x ) = C1 exp( x − λ ) + C2 exp( − x − λ )
CCs para y H ( x ) : C1 + C2 = 0
C1 exp( L − λ ) + C2 exp( − L − λ ) = 0

 1 1  C1  0  C1  0 
CCs como SQH :    
) C2  0 
[ ]
=  ∴ M   =  
exp( L − λ ) exp( − L − λ C2  0 

DET ( M ) = exp( − L − λ ) − exp( L − λ ) ≠ 0 para λ < 0 ( M não sin gular )

C1  0 
SQH só admite a Sol . Trivial   =   ⇒ y H ( x ) = 0
C2  0 
Caso 1 sem y(x) ≠ 0
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 68

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 4: Caso 2 : λ = 0 → 2 raízes reais iguais (raiz dupla) θ = 0
θ = 0 ⇒ Sol . Compl . Hom. y H ( x ) = C1 exp( 0 x ) + C2 .x. exp( 0 x )
⇒ y H ( x ) = C1 + C2 .x
CCs para y H ( x ) : C1 + 0.C2 = 0
C1 + L.C2 = 0

1 0   C1  0   C1  0 
CCs como SQH :     =  ∴ M   =   [ ]
1 L  C2  0  C2  0 

DET ( M ) = L ≠ 0 ( M não sin gular )


C1  0 
SQH só admite a Sol . Trivial   =   ⇒ y H ( x ) = 0
C2  0 
Caso 2 sem y(x) ≠ 0
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 69

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 5: Caso 3 : λ > 0 → 2 raízes complexas conj. θ = ±( -λ )1/2 = ± i (λ)1/2
θ = ±i λ ⇒ Sol . Compl . Hom. y H ( x ) = C1 cos( x λ ) + C2 sen( x λ )
CCs para y H ( x ) : C1 + 0.C2 = 0
C1 cos( L λ ) + C2 sen( L λ ) = 0
 1 0   C1  0  C1  0 
CCs como SQH :     =  ∴ M   =   [ ]
cos( L λ ) sen( L λ ) C2  0  C2  0 
π π π
DET ( M ) = sen( L λ ) ⇒ DET ( M ) = 0 se λ = ±1. ,±2. ,±3. ,...
L L L
π π2 π2 π2 π 2
λn = ± n. ⇒ λn = 12 . 2
,2 2 . 2
,3 2 . 2
,... λn = n 2
2
( n = 1,2 ,3,...)
L L
L L L
C1 + 0.C2 = 0 
SQH tem Sols. Não − Triv . :  ⇒ C1 = 0 , C2 ≠ 0
C1 cos( ± nπ ) + C2 sen( ± nπ ) = 0 
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 5: Caso 3 : λ > 0 → 2 raízes complexas conj. θ = ±( -λ )1/2 = ± i (λ)1/2
π 2 π2 2 π2 2 π2 2 π2
λn = ± n. ⇒ λn = 1 . 2
,2 . 2
,3 . 2
,... λn = n 2
( n = 1,2 ,3,...)
L L L L L
nπx nπx
y H ( x ) = C2 sen( x λn ) ⇒ y H ( x ) = C2 sen( ± ) ⇒ y H ( x ) = C2 sen( )
L L
Por q?

n 2π 2 n πx
λn = ⇒ yn ( x ) = sen( ) ( n = 1,2 ,...)
L2 L

Caso 3 com y(x) ≠ 0


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3. Teorema de Sturm-Liouville
# 5: Caso 3 : λ > 0 → 2 raízes complexas conj. θ = ±( -λ )1/2 = ± i (λ)1/2
π 2 π2 2 π2 2 π2 2 π2
λn = ± n. ⇒ λn = 1 . 2
,2 . 2
,3 . 2
,... λn = n 2
( n = 1,2 ,3,...)
L L L L L
nπx nπx
y H ( x ) = C2 sen( x λn ) ⇒ y H ( x ) = C2 sen( ± ) ⇒ y H ( x ) = C2 sen( )
L L
Por q?

n 2π 2 n πx
λn = ⇒ yn ( x ) = sen( ) ( n = 1,2 ,...)
L2 L

Identifica-se a Família { yn(x) } sem C2

Caso 3 com y(x) ≠ 0


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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 6: Surge, portanto, deste PVC, a Família Ortogonal de Soluções :
n 2π 2 nπx
λn = ⇒ yn ( x ) = sen( ) ( n = 1,2 ,...)
L2 L
nπx
{ yn ( x )} = { sen( )} ( n = 1,2 ,...)
L
Família ⊥ em [ 0 , L ] sob peso p( x ) = 1

L n πx mπx
 ∫ sen( ).sen( ).dx = 0 ( n ≠ m )
0 L L
L
 sen 2 ( nπx ).dx = L
∫ L 2
(n = m)
0
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3. Teorema de Sturm-Liouville

Exemplo 4.4 : Obter a Solução do Problema de Valor de


Contorno abaixo:

y( 2 ) + λ .y = 0
y( 1 )( 0 ) = 0 , y( 1 )( L ) = 0
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
y( 2 ) + λ .y = 0 Exemplo 4.4
y( 1 )( 0 ) = 0 , y( 1 )( L ) = 0

Resolução

# 1: Reconhecemos neste PVC um PSL após colocação na forma :


 r( x ) = 1
d (1) 
dx
y ( ) + λ . y = 0 ⇒  p( x ) = 1
 q( x ) = 0

y( 1 )( 0 ) = 0 ⇒ {a = 0 , a 1 = 0 , a2 = 1
y( 1 )( L ) = 0 ⇒ {b = L , b1 = 0 , b2 = 1
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 2: Resolvendo PVC para EDO-2 Lin. Hom. com Coef. Const. :
y( x ) = exp( θ .x )
Substituindo − se em y ( 2 ) + λ . y = 0 ⇒ Eq. Característica : θ 2 + λ = 0
Raízes da E .C . : θ = ± − λ .

A Sol . Completa da EDO − 2 Homogênea apresenta 3 casos em λ :


Caso 1 : λ < 0
Caso 2 : λ = 0
Caso 3 : λ > 0
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3. Teorema de Sturm-Liouville

# 3: Caso 1 : λ < 0 → 2 raízes reais distintas θ = ± (- λ)1/2


θ = ± − λ ⇒ Sol . Compl . Hom. y H ( x ) = C1 exp( x − λ ) + C2 exp( − x − λ )
CCs para y (H1 ) ( x ) = C1 − λ exp( x − λ ) − C2 − λ exp( − x − λ )
C1 − λ − C2 − λ = 0
C1 − λ exp( L − λ ) − C2 − λ exp( − L − λ ) = 0
 −λ − −λ  C1  0 
CCs como SQH :    =  
 − λ exp( L − λ ) − − λ exp( − L − λ ) C2  0 
C1  0 
[ ]
M   =   ⇒ DET ( M ) = λ(exp( − L − λ ) − exp( L − λ )) ≠ 0 para λ < 0
C2  0 
C1  0 
SQH só admite a Sol . Trivial   =   ⇒ y H ( x ) = 0
C2  0 
Caso 1 sem y(x) ≠ 0
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Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 4: Caso 2 : λ = 0 → 2 raízes reais iguais (raiz dupla) θ = 0
θ = 0 ⇒ Sol . Compl . Hom. y H ( x ) = C1 exp( 0 x ) + C2 .x.exp( 0 x )
⇒ y H ( x ) = C1 + C2 .x
CCs para y (H1 ) ( x ) = 0.C1 + C2
0.C1 + C2 = 0 ( x = 0 )
0.C1 + C2 = 0 ( x = L )
0 1 C1  0  C1  0 
CCs como SQH :     [ ]
=   ∴ M   =   ⇒ DET ( M ) = 0
0 1 C2  0  C2  0 
SQH admite a Sol . Não − Trivial C1 ≠ 0 ,C2 = 0 ⇒ y H ( x ) = C1
λ0 = 0 ⇒ y0 = 1

λ0 = 0 ⇒ y0 = 1
Caso 2 com y(x) ≠ 0
J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 78

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 5: Caso 3 : λ > 0 → 2 raízes complexas conj. θ = ±( -λ )1/2 = ± i (λ)1/2
θ = ±i λ ⇒ Sol . Compl . Hom. y H ( x ) = C1 cos( x λ ) + C2 sen( x λ )
CCs para y (H1 ) ( x ) = −C1 λ sen( x λ ) + C2 λ cos( x λ )
0.C1 + C2 λ = 0
− C1 λ sen( L λ ) + C2 λ cos( L λ ) = 0
 0 1  C1  0   C1  0 
CCs como SQH :     =  ∴ M   =   [ ]
− sen( L λ ) cos( L λ ) C2  0  C2  0 
π π π
DET ( M ) = sen( L λ ) ⇒ DET ( M ) = 0 se λ = ±1. ,±2. ,±3. ,...
L L L
π 2 π2 2 π2 2 π2 n 2π 2
λn = ± n. ⇒ λn = 1 . 2
,2 . 2
,3 . 2
,... λn = 2
( n = 1,2 ,3,...)
L LL L L
0.C1 + C2 = 0 
SQH tem Sols. Não − Triv . :  ⇒ C1 ≠ 0 , C2 = 0
− C1sen( ± nπ ) + C2 cos( ± nπ ) = 0 
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3. Teorema de Sturm-Liouville
# 5: Caso 3 : λ > 0 → 2 raízes complexas conj. θ = ±( -λ )1/2 = ± i (λ)1/2
nπx nπx
y H ( x ) = C1 cos( x λn ) ⇒ y H ( x ) = C1 cos( ± ) ⇒ y H ( x ) = C1 cos( )
L L

n 2π 2 nπx
λn = ⇒ yn ( x ) = cos( ) ( n = 1,2 ,...)
L2 L

Caso 3 com y(x) ≠ 0


J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 80

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 5: Caso 3 : λ > 0 → 2 raízes complexas conj. θ = ±( -λ )1/2 = ± i (λ)1/2
nπx nπx
y H ( x ) = C1 cos( x λn ) ⇒ y H ( x ) = C1 cos( ± ) ⇒ y H ( x ) = C1 cos( )
L L

n 2π 2 nπx
λn = ⇒ yn ( x ) = cos( ) ( n = 1,2 ,...)
L2 L

Identifica-se a Família { yn(x) } sem C1

Caso 3 com y(x) ≠ 0


J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 81

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 6: Reunindo Casos 2 e 3 com Soluções Não-Triviais do PSL

λ0 = 0 ⇒ y0 ( x ) = 1 ( n = 0 )

n 2π 2 nπx 
λn = 2 ⇒ yn ( x ) = cos( ) ( n = 1,2 ,...)
L L 


n 2π 2 n πx
λn = ⇒ yn ( x ) = cos( ) ( n = 0 ,1,2 ,...)
L2 L

Casos 2 e 3 com y(x) ≠ 0


J.L. de Medeiros & Ofélia Q.F. Araújo 82

Cap. IV : Funções Ortogonais e Séries de Fourier


3. Teorema de Sturm-Liouville
# 7: Surge deste PVC, a Família Ortogonal de Soluções :

n 2π 2 n πx
λn = ⇒ yn ( x ) = cos( ) ( n = 0 ,1,2 ,...)
L2 L

n πx
{ yn ( x )} = {cos( )} ( n = 0 ,1,2 ,...)
L
Família ⊥ em [ 0 , L ] sob peso p( x ) = 1

L nπx mπx
∫ cos( ). cos( ).dx = 0 (n ≠ m)
0 L L
L L
 cos 2 ( n πx L
∫
).dx = ( n = m > 0 ), ∫ 1.dx = L ( n = m = 0 )
0 L 2 0

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