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ESPECIALIZAÇÃO EM MUSICOTERAPIA
SALVADOR – BAHIA
SETEMBRO DE 2019
1. Fale sobre memória musical e sua contribuição no atendimento de um paciente
adulto em coma. Elabore uma sessão com as devidas explicações.
● Memória musical
A música é uma experiência multissensorial, pois ativa áreas cerebrais ligadas a
diversos sentidos. Ao escutar música podemos rememorar lugares, sabores,
sensações, etc. A memória exerce o papel de ligar a música que escutamos a eventos
passados. A memória é o que nos constitui como sujeitos, é de onde retiramos o
nosso modo de ser, nossa personalidade, nosso conhecimento e experiências.
Os estudos sobre memória afirmam, por meio de evidências biológicas e
psicológicas, que existem vários tipos de memórias, envolvendo funções motoras,
sensoriais, musculares. É sabido também que essas diversas memórias estão em
locais distintos do cérebro (CORREIA, 2009). Sobre a memória musical, os estudos
ainda não são conclusivos sobre sua localização na estrutura cerebral. Sabe-se,
entretanto, que a memória musical organiza-se de forma diferentes de outras
memórias, como a visual e verbal:
● Pacientes em coma
As desordens de consciência são situações onde acontecem perdas
“psicológicas difusas, quase sempre acompanhadas de redução generalizada ou
alteração no conteúdo da consciência, somadas a deficiências no despertar”
(PUGGINA, 2015, p. 103). O coma, o estado vegetativo, estado minimamente
consciente e sedação são tipos de desordens de consciência. O coma, por sua vez,
trata-se do estado em que o indivíduo não tem conhecimento de si mesmo e do local
onde está, tem diminuição ou ausência do nível de consciência e não responde a
estímulos externos e internos (PUGGINA, 2015).
Devido ao fato de ser uma experiência multissensorial, estar diretamente
relacionada a estímulos emocionais e a ativação de diversas áreas cerebrais, a música
constitui um importante ferramenta de estimulação de pacientes em coma. Para esse
processo deve-se buscar a coleta de informações sonoro-musicais desse paciente a
partir de sua família, de modo a utilizar músicas do seu contexto para as intervenções,
já que:
● Plano de sessão
1) Dados do Estudante (nome, código matrícula, período, supervisor):
Robson da Silva Cardoso
2) Dados do Paciente / Grupo (nome, idade, hipótese diagnóstica):
a. Nome: Vitor dos Santos Almeida (paciente fictício);
b. Idade: 35 anos;
c. Hipótese diagnóstica: Desordem de consciência devido a traumatismo
craniano (coma).
3) Data e tempo da sessão:
a. Data: 06 de setembro de 2019;
b. Tempo da sessão: 15 min.
4) Objetivos Gerais (com justificativa):
a. Estimular reações do paciente buscando o aumentos do nível de
consciência.
5) Objetivos Específicos (preferencialmente até 3 e, se possível, quantificáveis):
a. Estimula a memória através de canção familiar;
b. Estimular a percepção espacial;
c. Estimular a alterações de indicadores fisiológicos
6) Metodologia:
a. Individual;
b. Tipos de Experiência Musical e/ou Técnicas Específicas (com previsão
de tempo de cada atividade):
● Acolhida e conversa (breve saudação, identificação do terapeuta,
conversa com o paciente e descrição do ques será feito). Duração:
5 min;
● Usar a canção familiar indicada por familiar na entrevista inicial
como sendo de importância na história do paciente, executada
através de aparelho de som. Após 2 minutos de execução
modificar a localização da fonte sonora e observar a presença ou
não de reações reações. Duração 5 min
● Em seguida, utilizando o violão e a voz, improvisar canção sem
letra a partir do pulso e ritmo de respiração do paciente. Usar
sequências harmônicas comuns ao estilo musical preferido do
paciente. Observar reações e alterações de indicadores
fisiológicos. Duração 3 min
● Despedida (conversa final com o paciente para finalizar a sessão).
Duração 2 min
d. Setting (instrumentos, espaço físico etc.):
● Leito do paciente, aparelho de som com música escolhida, violão
e voz.
REFERÊNCIAS
PUGGINA, Ana Claudia Giesbrecht; SILVA, Maria Julia Paes da. Pacientes com
desordem de consciência: respostas vitais, faciais e musculares frente música ou
mensagem. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 68, n. 1, p. 102-110, 2015.