ano 2 Julho / Agosto 2010 nº4 R$ 4,90

Sexo
Saiba quais são
os benefícios
para a saúde
física e mental
Ambiente
saudável MUSCULAÇÃO
Sem tempo para
conheça os
limpar a casa?
benefícios para
Contrate uma
seu corpo
empresa especializada!

Quinua
Leve mais saúde
para a mesa

INVERNO
Proteja sua pele
com hidratação NOVOS HÁBITOS

1
2
NOVOS HÁBITOS
3
NOVOS HÁBITOS
EDITORIAL

A última
Escalação
C
onta a história que na região dos circuitos das águas, interior de São Paulo, próximo a cidade de Campinas, existia um senhor dota-
do de uma memória incrível, que era conhecido por Fá, pela sua segunda filha mais velha e negô por seu único irmão, o Chico. Por
seus genros era chamado carinhosamente de gordinho. São Paulino de coração, também gostava muito do Guarani e até tentou
convencer seus netos a torcerem para o São Paulo, mas não conseguiu. Eles se tornaram bugrinos e até o levavam algumas vezes ao
Brinco de Ouro.
Amante do futebol, ele sabia sobre tudo. Talvez não existisse alguém com tamanha memória na região e até mesmo no mundo
que conhecesse tanto do esporte mais amado do planeta. Técnicos, placares e jogadores, ele se lembrava de tudo - nomes e todas as
histórias dentro das quatro linhas.
Há algum tempo, o dono de um bar do interior desafiava a todos na cidade, oferecendo para aqueles que freqüentavam o estabele-
cimento uma caixa de cerveja se acertassem a escalação completa de um pôster já bem velinho, que ficava pendurado atrás do balcão.
Era um pôster antigo do São Paulo Futebol Clube.
Nunca ninguém havia acertado a escalação completa, devido a um único jogador que era desconhecido do público. O rapaz figurava
na escalação do time minutos antes da final na qual a foto foi tirada. Seu nome era o único que não estava escrito embaixo do time - um
espaço em branco que esperava para ser preenchido.
Era um mistério para saber quem era o rapaz e qual era o nome daquele jogador. O único que sabia era o dono do bar, um São
Paulino fanático, que se gabava de vencer sempre todos aqueles que o desafiavam. Conta a história, que milhares de São Paulinos e
torcedores de outros times, muitos deles viajantes que passavam pela cidadezinha, jamais haviam acertado aquela escalação completa.
Chico, boa pessoa como é, fez logo amizades na cidadezinha na qual ele e seu irmão pousaram depois de um dia longo de viagem.
Ao saber da história e do desafio do bar, foi logo chamando Negô para o bar, a fim de desafiá-lo.
No sábado pela manhã chegaram ao bar, que estava lotado, e logo pediram uma cervejinha. Depois de muito bate-papo sobre
futebol, o dono do bar veio propor seu desafio. Chico olhou para o dono do bar e dobrou a aposta e disse:
– Se meu irmão aqui não acertar eu pago uma caixa para você, mas se ele acertar você me paga duas. Todos do bar riram, inclusive
o próprio dono do bar, que na hora aceitou o desafio. E foi logo tirando o quadro da parede e entregando-o na mão do Gordinho.
O bar inteiro parou, e um silêncio incomum pairou sobre o local, todos olhavam Chico e seu Irmão Gordinho, que logo começou a
ler em voz alta a escalação.
– Esse aqui é o Valdir Peres, esse o Nelsinho Batista, esse em pé ao lado do Nelsinho é o Paranhos, Gilberto Sorriso, Chicão e Pedro
Rocha são os outros em pé. Parou por um momento olhando a foto, alguém do fundo do Bar já gritou.
– Xii esse cara também não sabe!! - Todos riram. Pulou aquele que todos desconheciam, e continuou.
– O primeiro agachado aqui é o Terto, ao lado dele o Muricy, esse mesmo que virou técnico. Este todos conhecem, é o Serginho
Chulapa e completa a lista aqui, o Zé Carlos Serrão. O técnico desse time campeão era o José Poy.
- Tá, mas esses todos já sabem, mas falta aquele ali - disse o dono bar apontando para o desconhecido.
Gordinho parou olhando atentamente para o quadro que segurava, e continuou.
- Esse veio emprestado do Corinthians, jogou só alguns jogos no São Paulo, era lateral direito, de muita garra, chama Manuel, e foi
campeão esse ano com o São Paulo em cima da Portuguesa. O dono do bar abriu um sorriso no rosto, apertou a mão do Gordinho, virou
para o Chico e disse
– Olha, ele sabe tudo mesmo, parabéns! Agora completa o nome dele com a caneta ai no pôster. Virou para o balcão, chamou seu
ajudante e pediu as duas caixas de cerveja mais gelada do bar. A festa estava armada. Nunca mais desafiou ninguém, todos agora
NOVOS HÁBITOS

sabiam o nome daquele jogador.

Gordinho estava esperando pela convocação da seleção que ia disputar a Copa da África, mas no mesmo dia em que Dunga divul-
gou a seleção, Gordinho nos deixou. Não chegou a ver a escalação nem a Copa, deixou muitas saudades e histórias, nós perdemos uma
pessoa querida, amada e bondosa, pai de quatro filhas, pessoa de muito caráter e honesta, que como eu amava muito o futebol. Com
certeza, deve estar acompanhando tudo lá de cima, torcendo por nós, por suas filhas, por sua esposa, e para que o São Paulo seja mais
uma vez campeão da Libertadores.
Em memória ao nosso Avô Maurício, que deixou muitas saudades e histórias sobre o futebol
4
William Carlos Moraes Filho
 Saúde do Corpo

10
Conheça os
benefícios da

SUMÁRIO
musculação
e comece a praticá-la

Viagem e Turismo
Monte Verde:
o verdadeiro paraíso
ecológico! 14
MATÉRIA DE CAPA
Cirurgia para redução de
18
Pediatria
estômago e Amamentação
emagrecimento e Inteligência:

26
qual a relação?

Reeducação
Esportes e Saúde Alimentar
20
52
Muay Thai e Jiu Jitsu: Acredite, existe
o que são e quais uma maneira light
os benefícios para de fazer fondue!
a saúde da mente
e do corpo

36
Ambiente
Saudável
06 Entrevista Mantenha sua casa
limpa e organizada!
12 Saúde Em Campinas
24 Bons Hábitos Alimentares
30 Dermatologia Sexualidade com

38
34 Natureza e Saúde Qualidade
Saiba como prevenir-se
42 Psicologia de lesões musculares
44 Novidade no trabalho

50 Saúde Profissional
54 Para Pensar Fisioterapia

46
Saiba como prevenir-se
de lesões musculares
no trabalho

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 ENTREVISTA
“Sucesso é questão
de hábito”
Quando a saúde e o bem-estar dos funcionários impactam
diretamente no orçamento da empresa
O
maior atentado terroris-
ta da história da huma-
nidade, a destruição das
torres gêmeas do World Trade
Center, em Nova Iorque, afetou
diretamente a vida de milhares
de pessoas no mundo, inclusive a
do empresário Norberto Abicair;
que havia seguido para os Estados
Unidos, em busca de especializa-
ção profissional, mas acabou por
se tornar voluntário, em ações so-
ciais humanitárias, onde recolheu
escombros dos dois prédios atingi-
NOVOS HÁBITOS
dos por aviões suicidas e empres-
tou os ouvidos para gente sofrida,
que precisava desabafar depois de
perder parentes em Nova Iorque.
Toda essa vivência o fez repensar
seus objetivos profissionais, tra-
6 zendo a tona, sua missão de aju-
dar as pessoas a viver melhor, se
amarem mais, serem mais felizes,
enfim, capazes de realizar seus so-
nhos!
De volta ao Brasil; passou a
ensinar o que mais aprendeu com
a experiência, o poder do livre-
arbítrio, “Tudo que vivemos hoje,
é fruto de uma decisão tomada no
passado. No futuro, encontrare-
mos pela frente as conseqüências
das ações que tomaremos hoje”,
diz Norberto, que no início da fase
adulta, enfrentou problemas de
relacionamento familiar, causadas
pela dificuldade em equilibrar um
lado racional, com alto coeficien-
te de inteligência (QI), com um
baixo desenvolvimento do coefi-
ciente emocional (QE), acredita
que é o equilíbrio entre estes co-
eficientes o responsável por gerar
a Liderança Emocional necessária
para uma melhor administração
do tempo e dos relacionamentos,
causando assim uma significati-
va melhora na qualidade de vida
das pessoas. “Muitas pessoas não
sabem o potencial que tem, estão
“adormecidos”. Eles têm o poten-
cial de “águias”, mas vivem como
“galinhas”, portanto é preciso des-
pertá-los, alfineta. Abicair que é
hoje um especialista em liderança,
comunicação, felicidade, plane-
jamento de vida, relacionamento.
Enfim, um estudioso em gente. Ele
conversou com a Revista Novos
Hábitos sobre futuro, trabalho, so-
nhos e comunicação. Nosso novo
colunista, a partir da próxima edi-
ção, desfrute!
NH- Como foi o início de tudo?
Seu primeiro interesse nas rela-
ções pessoais?
NORBERTO ABICAIR – Re-
cém saído da Faculdade, comecei
a trabalhar na área de Marketing,
ligado a um projeto de marketing
interno, que passava por de trei-
nar e motivar pessoas, mas se não
sabia me comunicar bem em pú-
blico, também não tinha a menor
idéia sobre como motivar pessoas,
então resolvi buscar a especializa-
ção em Comportamento Social, a
leitura de livros de PNL (Progra-
mação Neurolinguística), mas foi
em um treinamento de Inteligência
Emocional, onde tive um grande
ganho pessoal, que a “ficha caiu”
mesmo .
NH - Que ganho pessoal foi este?
NORBERTO ABICAIR - Percebi
que uma série de dificuldades de
relacionamento que eu vinha en-
frentando desde o final da adoles-
cência, eram na verdade causadas
por falta de Liderança Emocional,
que ao ser posta em prática gerou
imediatamente resultados signifi-
cativos nas minha relação familiar.
NH - E quando o tema saltou do
pessoal para o profissional?
NORBERTO ABICAIR – Quase
que imediatamente, pois logo em
seguida, saí do Marketing e fui tra-
balhar com RH, em uma empresa
de Treinamento Comportamental,
e 2 anos depois já abriria minha
primeira empresa de desenvolvi-
mento humano.
NH – E qual o perfil das pessoas
que procuram pelos cursos? Que
expectativa elas têm?
NORBERTO ABICAIR – O mais
variado possível, desde jovens
querendo o apoio emocional ne-
cessário para decidir seu futuro
profissional e ingressar na facul-
dade, passando pelos profissionais
do nível gerencial, que buscam
ferramentas práticas de liderança,
até mesmo aqueles que já conquis-
taram sucesso profissional e bus-
cam agora a realização pessoal,
a fim de equilibrar suas saúdes e
prolongar sua vida saudável. Em
comum, elas tem apenas a expec-
tativa de tornar melhor a qualidade
de suas vidas.
NH– Como você definiria o obje-
tivo fundamental do curso?
NORBERTO ABICAIR - O obje-
tivo é contribuir para que as pes-
soas possam equilibrar as 5 saúdes
que garantem a nossa qualidade
de vida, devolvendo a elas o direi-
to de acreditar em seus sonhos e
capacitando-as a realizarem estes
sonhos.
NH – Mas, do ponto de vista das
empresas, qual o benefício?
NORBERTO ABICAIR – Bom,
pessoas mais felizes produzem
mais e tornam o ambiente ao seu
redor mais agradável e produti-
vo. Hoje, há grande tendência nas
empresas em treinar e valorizar a
capacitação emocional dos pro-
fissionais. Está pratica diminui
significativamente o turn-over e o
impacto sócio-econômico que ele
traz.
NH – Você pode nos dar um
exemplo?
NORBERTO ABICAIR – A alta
rotatividade dos funcionários na
base empresarial impacta na pro-
dutividade e na lucratividade das
corporações. Isso acontece quando
a gerência “chefia” mais do que
“lídera”. A combinação de alta
chefia com pouca liderança resulta
em recontratação de funcionários,
além dos que ficam “doentes” de-
vido a alta pressão imposta, cau-
sando assim custos financeiros e
sociais enormes.
NH – Como as pessoas podem
alinhar seus objetivos pessoais e
profissionais?
NORBERTO ABICAIR – Para
isso é imprescindível saber se o
esforço exigido na sua atividade
profissional é proporcional a par-
cela de realização do sonho que as
remuneração deste trabalho dá a
você, ou seja, se este trabalho está
levando você de encontro aos seus
sonhos, ou na direção oposta a
eles? Esta reflexão é simples, mais
difícil é acabar com os maus-hábi-
tos que vivem “sabotando” nossas
conquistas, mas através da PNL,
você consegue não só identificar
estes hábitos, mas também obter
uma mudança significativa destes
padrões.
NH – Como isso é possível?
NORBERTO ABICAIR – Crian-
do novos hábitos que o levem em
direção aos seus objetivos. Suces-
so é questão de hábito. E quando a
gente consegue identificar nossos
hábitos positivos, fica mais fácil.
Para realizar sonhos, as pessoas
precisam seguir bons hábitos e
desprogramar os maus hábitos. A
PNL é uma ferramenta que ajuda
na criação de novos hábitos.
NH – Para ficar claro: o que é
Programação Neurolinguística?
NORBERTO ABICAIR – A PNL
parte do entendimento do funcio-
namento cerebral e dos padrões
de comunicação do inconsciente
através da linguagem corporal. È
uma excelente ferramenta de co-
municação intra-pessoal, de gran-
de ajuda para pormos um fim aos
nossos hábitos negativos e estimu-
lar os hábitos positivos.
NH – Como conseguir isso?
NOVOS HÁBITOS
NORBERTO ABICAIR – O con-
ceito de hábitos positivos e negati-
vos está ligado às nossas atitudes e
aos nossos objetivos. Saber quais
hábitos ajudam a chegar mais pró-
ximos dos nossos sonhos e os que
nos afastam dos nossos objetivos.
7
 ENTREVISTA
NH – Pode dar um exemplo?
NORBERTO ABICAIR – Estes
cursos contribuem muito com em-
presas que precisam mudar o com-
portamento da equipe de vendas.
Mas é difícil as pessoas entende-
rem que tratam-se de treinamento
comportamental. De uma maneira
geral, as empresas têm a cultura de
treinamentos técnicos, mas o que
gera resultado é uma mudança de
comportamento. Não adianta sa-
ber o que precisa ser feito se não
houver disposição para fazer. Tem
que haver uma motivação para por
o conhecimento em prática. Às
vezes, um profissional tem muito
conhecimento técnico, mas se ele
estiver depressivo, por exemplo,
não encontra motivação para apli-
car todo seu conhecimento.
NH – Por que a motivação é as-
sim tão vital?
NORBERTO ABICAIR – Es-
tudos revelam que pessoas mais
motivadas têm mais competência
emocional. Não é raro ouvirmos
no Brasil histórias de grandes gru-
pos empresariais que começaram
com uma pessoa sozinha, que não
tinha estudo e que fez acontecer
mais pela motivação do que pelo
NOVOS HÁBITOS
saber.
NH – Mas este “acontecer” de-
mora, não?
NORBERTO ABICAIR – É cla-
ro! As pessoas pensam que promo-
8 ver essas mudanças requer muito
tempo, mas não avaliam que pas-
saram muito tempo com hábitos
que as afastam de suas realizações,
o tal hábito negativo. É um desafio
ao padrão de comportamento.
NH – Por que administrar o tem-
po hoje é uma atitude imprescin-
dível?
NORBERTO ABICAIR – Porque
para ajudar a resolver esta questão,
que é uma reclamação recorrente
em nossos cursos, é importante
que, primeiro, a pessoa pare para
refletir aonde quer chegar. As
pessoas vivem uma vida inteira
correndo atrás de algo que nem
sequer sabem o que é. Muitas ve-
zes, descobrem que é algo que elas
nem queriam. É importante saber
o que o futuro nos espera e se o
que estamos fazendo hoje vai nos
levar a este caminho.
NH – E como fazê-lo?
NORBERTO ABICAIR – A falta
de tempo tornou-se a grande des-
culpa para tudo no mundo moder-
no. Quando alguém fala muito
sobre a falta de tempo, antes de
tudo, ela está dizendo para si mes-
ma que não consegue fazer aquilo.
É a PNL em prática. Esta pessoa
está programando o cérebro para
não ter tempo mesmo e isso é um
tempo desperdiçado.
NH– Como agir então?
NORBERTO ABICAIR – Livre
arbítrio. Temos o poder de decidir
a todo o momento o que queremos
da vida. Este é o nosso maior dom
e a gente não usa quando acaba
caindo em rotinas sem parar para
pensar se este trabalho que temos
é o que queremos. Isso nos impede
de ocupar melhor o nosso tempo
quando acabamos fazendo coisas
que nem sequer queremos.
NH – Qual sua visão, então, para
o futuro dos comportamentos
dentro do mercado de trabalho e
da vida pessoal?
NORBERTO ABICAIR – Procu-
ro analisar as tendências de com-
portamento humano. Vejo duas
coisas acontecendo ao mesmo
tempo e em direções opostas. De
um lado, vejo pessoas seguindo
o lado do consumo exagerado. É
uma sobrevalorização dos bens
materiais, que cresce na mesma
medida em que as pessoas se iso-
lam umas das outras. Quanto mais
sozinha a pessoa vive, a tendência
é de aumentar sua necessidade de
consumo. Esse comportamento
segue bem o padrão americano,
uma cultura de valorizar a vida
profissional, de valorizar a inde-
pendência e de morar sozinho. É
o status “ter”. Quanto mais você
consome, mais você precisa traba-
lhar para pagar suas contas. Então,
sobra menos tempo para você. Al-
gumas pessoas ficam deprimidas.
NH – E o “outro lado”?
NORBERTO ABICAIR - Vejo
uma outra tendência, que cresce a
cada dia. A de pessoas que valori-
zam mais as relações humanas e o
meio ambiente. São mudanças de
comportamento que substituem o
status “ter” pelo status “ser”. É ser
amigo, filho, irmão, ser família,
saudável, ser feliz. Estamos viven-
do uma transição em que as pes-
soas buscam trabalhar mais pelo
prazer e menos pelo dinheiro. É
uma busca pela qualidade de vida.
NH – Qual comportamento vem
ganhando a “batalha da vida feliz
e produtiva”?
NORBERTO ABICAIR - Nes-
te contexto, positivamente, vem
crescendo o número de pessoas
que preferem trabalhar em casa,
optando pela qualidade de vida e
por organizar melhor o tempo de-
las.
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da vida.
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9
 SAÚDE DO CORPO

Conheça os
benefícios da
musculação
e comece a
praticá-la
Exercício é indicado como prática terapêutica,
preventiva e no controle do peso

V
amos falar um pouco de musculação.
Não é de hoje que a musculação é as-
sunto na mídia, na escola, nos barzi-
nhos e em rodinhas de amigos em geral. Mui-
tos a praticam, conhecem (será?) e querem
praticá-la. Ótimo. Mas para quê? Com qual
intuito? Onde? Como? Com quem?
Muitas pessoas pensam em musculação
como uma forma de modelar o corpo, ga-
nhar músculos ou perder gordura. Mas a
musculação vai muito além disso, é mais
do que um meio de se tornar mais atraente,
melhorar a auto-estima e entrar em forma.
A musculação é terapêutica, preventiva e
funcional.
Praticada desde a pré-história, a mus-
NOVOS HÁBITOS

culação levanta, puxa, empurra e afasta

pesos. Mas só estas formas não são
suficientes. Para ser satisfatório é
necessário que se tenha um pro-
pósito, uma meta e um méto-
do. Muitos são os estu-

10

dos para que se alcance um meio
ideal para chegar a resultados da
forma mais rápida, saudável e
abrangente possível.
Em algumas universidades
são feitos testes diariamente para
revelar qual o treinamento ideal,
o período de repouso, a mensu-
ração da carga, a intensidade e o
volume de treino. Desta forma,
podemos dizer que aquilo que
antes era executar uma tarefa,
que requer força, se torna um
treino de musculação. Um exer-
cício que sai de um estado inicial,
buscando chegar a outro estágio
mais avançado. Desenvolvendo
assim, habilidades (força, ve-
locidade, potência, resistência,
amplitude de movimento), que
podem ser utilizadas em tarefas
cotidianas ou na prática de es-
portes e atividades físicas.
Além disso, podemos usar a
musculação como um método de
desacelerar o envelhecimento.
Com o passar do tempo o nos-
so corpo perde função - massa
óssea, muscular, amplitude arti-
cular, resistência aeróbia e anae-
róbia são perdidas naturalmente.
Mas podemos desacelerar, inter-
romper e até inverter este proces-
so. A musculação ajuda ainda na
mudança do perfil lipídico, ou
seja, aumentando o bom coleste-
rol (HDL) e diminuindo o mau
colesterol (LDL).
Entre os benefícios da
musculação está o au-
mento a sensibilidade
da insulina, o que
pode ajudar a pre-
venir ou comba-
ter a diabe-
tes, baixar
o nível de
triglicérides
no sangue e reduzir
o colesterol. Quanto
às adaptações cardiorres-
piratórias, a prática da ati-
vidade melhora o rendimento
do coração ao aumentar o débi-
to cardíaco, permitindo uma re-
dução da freqüência cardíaca e
pressão arterial e ainda facilitan-
do o retorno venoso. Além disso,
ajuda a aumentar a ventilação
pulmonar e, com isso, reduzir a
freqüência respiratória.
Quando o assunto é o bene-
fício psicológico, a musculação
melhora a capacidade de tra-
balho, da auto-estima (melhor
imagem de si próprio), reduz a
ansiedade e depressão, produz
sensação de bem-estar, melhora
o apetite e o ritmo de sono.
O exercício físico é indicado
em todas as idades, para todas
as populações, apenas seguindo
princípios diferentes para cada
estágio e indivíduo. Aliás, isso
é algo que tem que se ter em
mente: somos indivíduos e a
individualidade biológica deve
sempre ser respeitada. Podemos
apresentar respostas diferentes
“Podemos usar
a musculação
como um método
de desacelerar o
envelhecimento”
ao mesmo estímulo, inclusive
adversas! Dessa forma, ao acei-
tar a importância de incluir uma
atividade física em nossa vida
e assim optar pela musculação,
devemos estar cientes de fazê-lo
em ambiente apropriado e sob os
cuidados de profissionais capaci-
tados. Para uma prática bem ela-
borada de musculação, se deve
levar em conta o estágio que o
indivíduo se encontra, seu coti-
diano, repouso, estresse diário,
alimentação e objetivos.
Por isso, o conselho é treinar,
praticar a musculação e apro-
veitar todos os benefícios que
este exercício traz para a saúde.
Sempre com responsabilidade,
assiduidade e afinco, pois assim,
vamos nos preparar para viver
mais e melhor. Desta forma, au-
mentaremos a capacidade de
realizar tarefas coti-
dianas, retardando
o envelhecimento.
Roney Haddad
Personal Trainer.
Contatos: (19) 8175-
5500 e e-mail:
roneyhadaddad@
gmail.com
NOVOS HÁBITOS
11
 SAÚDE EM CAMPINAS

Nova unidade do
Hospital Sírio Libanês
em Campinas terá
medicina de ponta
Serão 29 mil m2 para atendimento de alta complexidade,
que darão continuidade ao plano de expansão do Hospital

N
a sequência de sua es-
tratégia de crescimento,
com o objetivo de levar
medicina de ponta a um núme-
ro cada vez maior de pessoas, o
Hospital Sírio-Libanês (HSL)
anuncia a sua mais nova unidade,
a primeira localizada fora do mu-
nicípio de São Paulo. A cidade es-
colhida foi Campinas, considera-
NOVOS HÁBITOS
da a quinta melhor infraestrutura
urbana do Brasil (Simonsen/Exa-
me), com PIB anual superior a
R$ 20 bilhões.
Com quase 30 mil metros
quadrados de área construída, a
nova unidade do HSL oferecerá
tratamentos de alta complexida-
de já encontrados em sua unida-
de principal, no bairro da Bela
Vista, em São Paulo. Serão 150
leitos, sendo 30 de UTI, Centro
de Diagnósticos com equipa-
mentos de ponta, Centro Cirúrgi-
co e Pronto-Atendimento.
A opção por Campinas tam-
bém leva em conta o fato do
município ser um importante
pólo acadêmico e tecnológico,
contando com 19% de sua popu-

12

lação com nível superior de ensi-
no. A cidade ainda é a líder bra-
sileira na quantidade de patentes
registradas no exterior. Por esta
razão, além da estrutura de aten-
dimento, o HSL também levará
o seu Instituto Sírio-Libanês de
Ensino e Pesquisa para estabele-
cer parcerias nas áreas de pesqui-
sa clínica e de ensino de saúde de
alta qualidade.
As obras da nova unidade te-
rão início até o final de 2010 e
a previsão é de que, já em 2014,
o atendimento seja iniciado, com
capacidade mensal de 750 pa-
cientes, 17 mil exames de ima-
gem e 80 mil exames laborato-
riais, facilitando o acesso das
pessoas que recorreriam à insti-
tuição viajando a São Paulo.
“Nosso objetivo é levar a
mesma qualidade oferecida na
capital paulista a uma importan-
te região do Estado. Com a nova
unidade de Campinas, mais pes-
soas poderão contar com a mes-
ma medicina de ponta e o mes-
mo calor humano que tornou o
Hospital Sírio-Libanês uma refe-
rência na área da saúde”, afirma
Gonzalo Vecina Neto, Superin-
tendente Corporativo do HSL.
“Com a nova unidade de Campinas,
mais pessoas poderão contar com a
mesma medicina de ponta e o mesmo
calor humano que tornou o Hospital
Sírio-Libanês uma referência na área
da saúde”, afirma Gonzalo Vecina Neto,
superintendente corporativo do HSL.
Plano de expansão
O anúncio da nova unidade
a ser construída em Campinas
integra uma ampla estratégia de
crescimento do Hospital Sírio-
Libanês. Fazem parte desse pla-
no os investimentos de R$ 600
milhões na ampliação das insta-
lações no bairro da Bela Vista,
em São Paulo, que praticamente
duplicará a capacidade de atendi-
mento, além de dotar o local de
novos serviços.
O HSL também está apli-
cando outros R$ 35 milhões
em uma outra unidade na capi-
tal paulista, localizada na Rua
Joaquim Floriano, no bairro
do Itaim. Serão 4,3 mil metros
quadrados que ocuparão oito
andares de um prédio totalmen-
te dedicado à saúde.
A Unidade Itaim contará
com o Centro de Oncologia, re-
conhecido mundialmente pela
sua qualidade e, também, com
Centro de Diagnósticos por
Imagem (CDI) para oferecer
segurança, rapidez e conforto
para pacientes e médicos, que
ocuparão os outros seis andares
do edifício.
Sobre o Hospital Sírio-
Libanês
Fundado em 1921, o Hos-
pital Sírio-Libanês é mantido
pela Sociedade Beneficente de
Senhoras Hospital Sírio-Liba-
nês, entidade filantrópica de
atuação na assistência médica,
social, ensino e pesquisa.
Hoje, entre as principais
ações filantrópicas estão os 19
projetos de desenvolvimento
do SUS e o Instituto Sírio-Li-
banês de Responsabilidade So-
cial, que administra três AMAs
e o Hospital Municipal Infantil
Menino Jesus, na cidade de São
Paulo.
Além desses, oferece o Am-
bulatório de Pediatria Social e o
Abrace Seu Bairro, que buscam
a inclusão social e a melhoria
das condições de vida e saúde
NOVOS HÁBITOS
das famílias da Bela Vista e o
Ambulatório de Filantropia,
que atende mulheres com cân-
cer de mama, crianças cardio-
patas e mantem um programa
de transplante hepático infantil.
13
 VIAGEM E TURISMO

Monte Verde:
o verdadeiro paraíso
ecológico!
Para os amantes da natureza e aos que procuram um lugar
tranquilo rodeado de verde, a pequena cidade de Monte Ver-
de é uma boa opção e atrai pessoas de todo o Brasil

U
m dos principais desti-
nos turísticos do inverno,
a cidade de Monte Verde
na divisa dos estados de Minas
Gerais e São Paulo, une baixas
temperaturas, clima romântico e
natureza privilegiada para quem
NOVOS HÁBITOS
rante os meses de junho, julho e
agosto, atende a crianças, jovens
e adultos, pois concentra diver-
sas opções de lazer, tanto para os
que buscam sossego, quanto para
aqueles que preferem a diversão.
Enquanto casais e as famílias
atingir a temperatura de - 8ºC e
colabora ainda mais para atrair
visitantes e reforçar o clima eu-
ropeu do local.
De acordo com o diretor da
associação de hotéis e pousadas
de Monte Verde, Gustavo Arrais,

curte passar esta temporada nas
montanhas. Distrito de Caman-
ducaia, o vilarejo ao Sul de Minas
Gerais é cercado pela Serra da
Mantiqueira e fica a 1,500 m de
altitude, além disso é conhecida
como a Suíça brasileira.A região,
14 que recebe maior movimento du-
curtem o clima romântico, as
crianças e os grupos de amigos
optam por aventuras e esportes
radicais, como: rappel, raftting
e trecking, pois em número de
atrativos, Monte Verde não per-
de para outra região montanhosa.
No mês de julho, a cidade chega
o distrito está sempre em queda
bruscas de temperatura, por isso
é necessário se agasalhar. “Se o
turista deseja em ir para a região
mineira, é hora de tirar o cache-
col e as luvas da gaveta. Não
deve economizar nas blusas de
frio e deixar a preguiça de lado,
 “Para quem vai junto com a
família, a dica para curtir sem
se preocupar com as crianças
é deixar a garotada nas mãos
dos monitores, que interagem
com os pequenos, além de ofe-
recem opções de atividades.”

pois o clima é ideal para apreciar

o verde”, diz.
O Vilarejo oferece ainda, di-
versas opções para quem for se
hospedar mais de um dia. A ci-
dade possui ótimos hotéis, pou-
sadas e chalés. Para quem vai
junto com a família, a dica para
curtir sem se preocupar com as
crianças é deixar a garotada nas
mãos dos monitores, que intera-
gem com os pequenos, além de
oferecem opções de atividades.
Durante a noite, a cidade fica
mais bonita e reserva um céu es-
trelado, que é um convite aos óti-
mos restaurantes com cardápios
diferenciados para atender todos
os paladares. Vale a pena confe-
rir os restaurantes: Villa Donna,
Fritz, Beija Flor Artesanal e a
Adega do Chicão.
Trilhas para iniciantes e
especialistas
Chegar ao topo do mundo.
Essa é a sensação de quem per-
corre as trilhas das florestas que
rodeiam Monte Verde e abrigam
cinco picos principais: Pedra Re-
ficuldade e tempo estimado para
completar o percurso:
Chapéu do Bispo (1h, fá-
cil; altitude: 1.955 m)
Ótimo passeio para toda a famí-
lia, a trilha até a base da pedra
do Chapéu do Bispo é muito
fácil de ser percorrida, podendo
ser feita por crianças. Já chegar
ao topo da pedra exige mais
destreza e preparo físico.
Corredeiras do Itapuá (1h,
fácil)
Acompanha o córrego do Ca-
dete e, por isso, é pontuada por
cachoeiras. Para vê-las melhor,
é necessário abandonar a trilha
principal e seguir pelas diversas
entradas que levam à margem
esquerda do rio
O cume da pedra é quase um
terraço natural, de onde se tem
uma vista de 360º da região. O
vento no alto é frio e bastante
forte, portanto é melhor levar
agasalho, de preferência imper-
meável.
Platô (1h e 40’, intermedi-
ária; altitude: 1.945 m.)
Esta subida exige fôlego e
cuidado para não torcer os pés
nas suas pedras irregulares. É a
segunda trilha mais movimen-
tada de Monte Verde e possui
NOVOS HÁBITOS

. vários mirantes em toda a sua

donda, Pedra Partida, Chapéu do
Bispo, pico do Selado e Platô.
Na verdade, as caminhadas (ou
trekking) são uma das melhores
maneiras de conhecer a região.
Estas são as oito trilhas princi-
pais da região, por ordem de di-
Pedra Redonda (1h e 30’,
intermediária; altitude:
1.950 m)
É a trilha mais popular de
Monte Verde. A subida é íngre-
me e o terreno, irregular, mas
vale a pena chegar até o fim.
extensão, ótimos para apreciar a
paisagem e descansar.
Pedra Partida (2h e 45’,
avançada júnior; altitude:
2.046 m)
Emoção não falta neste pas- 15
 VIAGEM E TURISMO

seio: em alguns trechos, o cami-
nho acompanha a crista da serra
e, por isso, é bastante estreito,
desnudando penhascos de mil
metros de altura. É melhor fazer
a trilha acompanhado por guias
ou, pelo menos, em grupo. O
presente para os corajosos é uma
vista deslumbrante. Em dias
claros, é possível até mesmo ver
a Pedra do Baú, localizada em
Campos do Jordão.
Pico do Selado (4h, avan-
çada júnior; altitude:
2.080 m)
Alcançar o platô deste pico,
o mais alto do sul de Minas
Gerais, não é tarefa fácil, mas
compensa. Apesar de ser uma
das trilhas mais bonitas da re-
gião, ela não é muito movimen-
tada e, em alguns trechos, está
quase fechada, o que desacon-
selha fazer o percurso sozinho.
Do alto, descortina-se toda a
região e também parte do Vale
do Paraíba.
Fazenda Santa Cruz (4h,
avançada júnior; altitude:
1.300 m)
Quem gosta de água e está em
forma não pode deixar de fazer
esta trilha, que dá acesso a uma
das poucas cachoeiras de Monte
Verde. Como a subida é acentua-
da, é recomendável usar bastões
de caminhada e tomar cuidado
nas descidas, para não forçar os
joelhos.
Pico da Onça (5h, avançada
plena; altitude: 1.940 m)
Ainda pouco explorada, une
São Francisco Xavier, no fundo
do vale, a Monte Verde, no alto
das montanhas. É um passeio
que exige bom condicionamento
físico e conhecimentos de nave-
gação ou então a companhia de
um guia. O ponto alto é a Flo-
resta dos Duendes: localizada
em um vale úmido e profundo
e coberta pela copa cerrada das
árvores, é fresca e está sempre
na penumbra.

Dicas para os caminhantes

- Sempre leve uma garrafa com água e mantenha-se constantemente hidratado. Para as trilhas mais longas,
leve também um lanche.
- Não esqueça o repelente e o protetor solar.
- Agasalhos impermeáveis, que mantêm a temperatura do corpo, protegem da umidade e “cortam” o vento, são
os mais recomendáveis.
- Nada de estrear o tênis novo! Prefira calçados já usados e confortáveis, com uma boa folga entre a ponta e os
dedos.
- Se sair à tarde, leve uma lanterna potente e confiável, com estoque extra de pilhas.

Compras
Com o clima da região, não é de se estranhar que uma das especialidades do comércio local sejam as roupas de
inverno. As confecções oferecem uma grande variedade de malhas, cachecóis, luvas, meias e gorros feitos sob
medida para enfrentar as temperaturas mais baixas.
E as compras não param por aí. Apesar de pequena, a vila de Monte Verde possui vários centros comerciais e
lojas que são uma tentação para quem gosta de artesanato, produtos naturais e sabores caseiros.

Como chegar
NOVOS HÁBITOS

Saindo de São Paulo, siga pela Rodovia Fernão Dias. Passa-se pelas cidades de Atibaia, Bragança Paulista e
Extrema, até chegar em Camanducaia. Entre na cidade de Camanducaia onde irá encontrar placas que indicam
o caminho até a estrada para Monte Verde. Aproveite para fazer sua reserva antecipada. Como sugestões de
hospedagem ficam o Hotel Fazenda Cabeça de Boi, Mirante da Colyna Hotel e a Pousada Águia Dourada.
16
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 PEDIATRIA

Amamentação
e Inteligência:
qual a relação?
Seis meses é o tempo recomen-
dado para o consumo de leite
materno para os recém- nas-
cidos. Estudos científicos
mostram que a importância
de manter a mãe perto do
filho neste período envol-
ve efeitos nutricionais,
emocionais e cognitivos

A
mamentar pro-
move um forte
vínculo afetivo
entre mãe e filho, além
de promover a saúde da
criança em seu todo.
Uma das grandes
vantagens que o
aleitamento mater-
no exclusivo (quando
a criança recebe ape-
nas o leite materno)
proporciona é que
a amamentação
influencia sig-
nificativamen-
te no desen-
NOVOS HÁBITOS

18
volvimento da inteligência das
crianças, principalmente se elas
nasceram com baixo peso.
Vários estudos realizados
sobre a amamentação e inteli-
gência puderam comprovar que
crianças nascidas com nove
meses de gestação, com baixo
peso abaixo de 2.700g e que
receberam leite materno exclu-
sivo durante os primeiros seis
meses de vida, desenvolveram
mais sua inteligência, atingin-
do melhor pontuação nos teste
de QI quando atingem 5 anos
de idade, do que crianças que
receberam alimentação mista-
fórmulas infantis e alimentos
sólidos juntamente com o leite
materno durante este período.
Houve, porém, uma contro-
vérsia sobre se o leite materno
melhorava o desenvolvimento
mental das crianças. Além dis-
so, acreditava-se que crianças
nascidas com baixo peso cres-
ciam mais rápido se recebes-
sem alimentação complemen-
tar com fórmulas e alimentos
sólidos mais precocemente.
Este estudo não confirmou esta
idéia. Este estudo foi realizado
na Noruega, onde as mães que
trabalham podem ficar até 12
meses de licença após o parto,
recebendo salário praticamen-
te integral. Isto faz com que
elas tendam a amamentar suas
crianças por mais tempo. Fato
este, poderia se concretizar
também no Brasil, mas infeliz-
mente ainda não é possível.
Os pesquisadores examina-
ram 220 crianças nascidas com
37 semanas ou mais de gesta-
ção, que pesavam menos de
2.700g e 229 crianças que pe-
savam pelo menos 2.700g. Os
exames foram realizados quan-
do elas tinham três, seis, nove
e 13 meses de vida. No último
exame as crianças fizeram um
teste para medir as habilidades
motoras e mentais, e aos cinco
anos de idade, realizaram um
teste de inteligência padroniza-
do na Noruega.
Houve uma suplementação
alimentar nos bebês pequenos,
contudo não houve diferenças
entre o crescimento dos que
recebiam e não recebiam com-
plementação. A diferença mais
significativa foi encontrada en-
tre bebês de baixo peso alimen-
tados ao seio por seis meses,
que realizaram testes de QI aos
cinco anos de idade. Todas as
crianças amamentadas ao seio
exclusivamente se saíram me-
lhor neste teste de QI aos cinco
anos.
“O leite materno é o alimento perfei-
to para crianças até os seis meses de
idade.”
Diferenças
A diferença entre amamen-
tados e não amamentados foi
maior em crianças que nasce-
ram com baixo peso. As alter-
cações foram maiores nas pon-
tuações alcançadas na solução
de problemas não verbais do
que no QI verbal. Este estudo
pode demonstrar que a ama-
mentação influencia o desen-
volvimento da inteligência das
crianças, principalmente se elas
nasceram com baixo peso.
A idéia de que o leite mater-
no seria “fraco” para possibili-
tar o crescimento mais acelera-
do destes bebês que nasceram
pequenos, além de falsa é pre-
judicial ao desenvolvimento em
longo prazo das crianças. Além
deste estudo, outros já demons-
traram este fato em crianças
nascidas com peso normal.
Portanto, fica cada vez mais
claro que o leite materno é o ali-
mento perfeito para crianças até
os seis meses de idade. Estudos
como este nos ajudam a confirmar
o que a natureza levou milhões de
anos para desenvolver: o leite da
mãe é o melhor alimento para o
desenvolvimento da criança.
Mamães façam parte desta
idéia!
Lúcia Chacur Camolese
Especialista em Neuropsicologia
Infantil
NOVOS HÁBITOS
luciachacur@hotmail.com
19
 REEDUCAÇÃO ALIMENTAR

Acredite, existe
uma maneira light
de fazer fondue!
Com as baixas temperatu-
ras, nada melhor do que
curtir o inverno sem se
preocupar com as calorias

O
frio faz qualquer um pensar em reunir os amigos
em casa, tomar um vinho, saborear algo prático
e rápido. O fondue, famoso e típico prato de in-
verno, é uma delícia que veio da Suíça e entrou de vez
no cardápio dos brasileiros. Diante de toda a variedade
que o prato permite - chocolate, queijo ou carne, será que
existe uma maneira de comer bem sem abusar das calo-
rias?
Em entrevista a Revista Novos Hábitos, a nutricionis-
ta Vanessa Franzen Leite, indica algumas receitas light,
saudáveis e nutritivas na hora de fazer o fondue. “Existem
opções de receitas com redução de gorduras e calorias. É
possível incluir ainda, vitaminas e sais minerais em com-
binações com vegetais, pão integral e frutas”, explica.
Entre as preferências dos consumidores está o fondue
de chocolate e o de queijo, porém, de acordo com Va-
nessa, estas opções também entram na lista das receitas
light e não menos saudáveis. “No fondue de chocolate é
possível mergulhar uma fruta na especiaria e comer duas
sem. Desta forma, a pessoa comerá menos e terá mais
saciedade”, afirma a nutricionista.
NOVOS HÁBITOS

Se mesmo assim ficar difícil fugir das calorias e da

vontade de abusar do prato, o conselho de Vanessa é não
focar toda atenção na comida, mas equilibrar e dividir a
atenção com as companhias presentes, o ambiente e a be-
bida. Confira as receitas light indicadas pela nutricionista
e não perca a boa forma:

20
 e Q u e i j o L i g h t
Fondue d
( Re n d e 2 p o r ç õ e s )

Ingredientes:
1 dente de alho
1/3 do copo de requeijão light
(75g)- 120Kcal
3 col. (sopa) de queijo Cottage light
(50g)- 37Kcal
2 ½ fatias de queijo prato light rala-
do (50g)- 133Kcal
50 ml de leite desnatado- 17,5Kcal
½ col. (sobremesa) de amido de mi-
lho/ Maisena- 30Kcal
1 pitada de noz-moscada

Modo de Preparo: Comparação com o fon-

Esfregue um dente de alho na pa- due de queijo normal:
nela de fondue. Dissolva o amido de
milho em 25ml de leite (metade),
acrescente o requeijão e reserve. Redução calórica Total
Bata bem o queijo cottage com a
metade restante do leite. Misture to-
1518,35 (76,8%)
dos os ingredientes, coloque na pa-
nela e leva ao fogo baixo, mexendo Redução calórica por Pessoa
sempre até criar consistência. 759,175 (76,8%)
Sirva com os acompanha-
mentos: (ricos em fibras) Fondue de Fondue de
2 cenoura baby- 6Kcal queijo LIGHT queijo NORMAL
4 tomatinhos cereja- 12Kcal
NOVOS HÁBITOS

2 buquês de brócolis (fazer no va- Preparação de queijo 337,65 1856

por)- 21Kcal Acompanhamentos de
2 buquês de couve-flor (fazer no 121 121
vegetais e pão integral
vapor)- 22Kcal
2 fatias de pão integral light (torrar Valor calórico total 458,65 1977
o pão)- 60Kcal Valor calórico por pessoa 229,325 988,5
21
 REEDUCAÇÃO ALIMENTAR
Fon d u e d e C h o c o l a t e
p o r ç õ e s )
Light ( R e n d e 2
Ingredientes:
100g de chocolate ½ amargo
(escolha opções com maior
% teor de cacau em função de
conter mais propriedades antio-
xidantes)- 524Kcal
1 xíc. (chá) rasa de leite desnatado
(100 ml)- 35Kcal
1 col. (sopa) de suco de laranja-
8,7Kcal
Modo de Preparo:
Comparação com o fon- Coloque em uma panela (antiade-
due de queijo normal: rente) e leve ao fogo baixo até o
chocolate derreter.
Redução calórica Total Sirva essas frutas como
313,9 (29,4%) acompanhamento:
1 banana-maçã (cortada em cubos)-
Redução calórica por Pessoa 72Kcal
2 fatias pequenas de abacaxi (corta-
156,95 (29,4%) das em cubos)- 58Kcal
4 gomos de tangerina- 19,2Kcal
8 morangos- 38,4Kcal
Fondue de Cho- Fondue de Cho-
colate Light colate Normal
Preparação de chocolate 567,7 881,6
Frutas de acompanha-
187,6 187,6
mento
Valor calórico total 755,3 1069,2
Valor calórico por pessoa 377,65 534,6
NOVOS HÁBITOS
Outras combinações que podem
reduzir ainda mais a ingestão de
calorias, de acordo com a nutricio-
nista Vanessa, é consumir metade
da porção individual no fondue
22
de queijo, chocolate ou mesmo no
de carne na pedra. Com os acom-
panhamentos a redução pode ser
ainda melhor, confira:
Fondue de Queijo:
Metade da porção individual do
queijo - 84,25Kcal
1 cenoura baby- 3 Kcal
2 tomatinhos cereja- 6 Kcal
1 buquê de brócolis- 10,5Kcal
1 buquê de couve-flor- 11 Kcal
½ fatia de pão integral light-15 kcal
Total da porção: 129,75Kcal
No fondue de Carne na
Pedra opte:
40g de filé mignon- 48,4Kcal
40g de frango- 42,7Kcal
1 col. (sopa) cheia de molho-
20Kcal
Total da porção: 111,1Kcal
No fondue de Chocolates
Light opte:
Consumir metade da porção indivi-
dual do chocolate- 141,75Kcal
¼ de banana-maçã- 18Kcal
½ fatia de abacaxi- 14,5Kcal
2 gomos de tangerina- 9,6Kcal
3 morangos- 14,4Kcal
Total da porção: 198,25Kcal
Total de calorias ingeridas nos três
tipos de fondue: 439,1Kcal
 BONS HÁBITOS ALIMENTARES
Quinua:
conheça quais são os
benefícios para a saúde
Para muitos, este é o cereal do momento! Altamente nutritivo,
as propriedades deste alimento fazem bem para a saúde e o
uso regular ajuda a prevenir doenças
Q
uinua para os brasileiros
e quinoa (Chenopodium
Quinoa Willd) para o
país de origem, como Chile e a
Argentina, a quinua é qualificada
como o melhor alimento de ori-
gem vegetal para consumo hu-
mano pela Academia de Ciências
dos Estados Unidos e, segundo a
OMS (Organização Mundial da
Saúde) e a FAO (Food and Agri-
culture Organization), é um dos
alimentos mais completos que
NOVOS HÁBITOS
24
existe. Por possuir um extraor-
dinário valor nutritivo, foi sele-
cionada pela Nasa para integrar a
dieta dos astronautas em viagens
espaciais de longa duração e as-
sim ganhou fama. Descoberta pe-
los incas da Bolívia e do Peru há
8 mil anos, a Quinua é definida
pela botânica como um pseudo-
cereal, cultivado em altas altitu-
des (2.500 a 3.800m de altitude)
e baixas temperaturas (entre 5 e
14°C). É um alimento isento de
glúten e um parente distante do
espinafre, pois essas plantas são
bastante semelhantes.
Hoje, a Quinua já é um ali-
mento indispensável no dia-a-dia
de muitos brasileiros. Encon-
trada no mercado em forma de
grãos, farinha, flocos, macarrão
e leite, a Quinua ganhou espaço
até em barrinhas de cereais. Os
grãos são arredondados com tex-
tura macia, como o arroz branco,
além disso, existem diversos ti-
pos de grãos do alimento, onde
a branca, vermelha e preta são
as mais consumidas no Brasil.
Porém, pesquisas indicam
que a quinua real bran-
ca é um dos tipos que
apresenta uma com-
posição mais comple-
ta quando comparadas
as demais. No entanto,
a vermelha e a preta po-
dem ser usadas para dar
mais cor e deixar o pra-
to mais bonito e diferente,
como é feito na alta gastrono-
mia.
A Quinua ainda não faz parte
da alimentação de algumas pes-
soas, pois nem todos sabem real-
mente o valor nutritivo que o ce-
real oferece. Para a nutricionista
funcional Dra. Fernanda Granja,
a Quinua é um grão altamente
nutritivo, sendo considerado por
muitos especialistas, tão com-

pleto como o leite materno. Seus
grãos possuem proteína de alto
valor biológico, ou seja, é mui-
to aproveitada pelo organismo
humano. Além disso, a quinua
contém nutrientes importantes,
como as vitaminas A, B1 e B6
e, em menores quantidades, as
vitaminas E e C. Também é rica
em alguns minerais, como ferro,
fósforo e cálcio.
A nutricionista explica ain-
da, qual a melhor maneira de
utilizar o alimento. “Os grãos,
por exemplo, podem ser utili-
zados em saladas ou cozidos da
mesma forma que o arroz. Nes-
se caso, é importante lavar bem
os grãos em água quente antes
do consumo, pois a forma crua
possui fatores antinutricionais
que reduzem a qualidade de suas
proteínas. Já os flocos podem ser
consumidos em refeições como
o café da manhã, acompanhan-
do frutas, sucos, leite e iogurtes,
ou ainda, como componentes de
sopas. Já as farinhas podem fa-
zer parte das receitas de massas,
pães, bolos, biscoitos. Funciona
como uma aveia em flocos”, ex-
plica.
Benefícios para a saúde
Não há desculpas nem para os
alérgicos, hoje a quinua também
existe para facilitar aqueles que
sofrem com diversos tipos de ali-
mentos. De acordo com a Dra.
Fernanda além de pratico, é fácil
de encontrar. “Para quem gosta
do leite é possível encontrar no
mercado brasileiro, marcas ita-
lianas em lojas especializadas.
Ele surgiu da necessidade de
um produto sem lactose, já que
uma grande parcela da popula-
ção apresenta alergia ao leite de
vaca. O macarrão e a barrinha de
cereal também são muito utiliza-
dos por pessoas alérgicas, pois é
feito com farinha de quinua e não
contém farinha de trigo, sendo
ótimas opções para os intoleran-
tes ao trigo, como é o caso dos
celíacos”, esclarece a nutricio-
nista.
Quanto aos carboidratos, es-
tes apresentam um valor entre 67
e 74%, essencialmente na forma
de amido, o que torna a Quinua
um alimento energético, ou seja,
é preciso ter moderação no uso.
Pode ser usada todos os dias,
porém sem exceder o limite de
carboidratos da dieta. Um exem-
plo, segundo Fernanda, é utilizar
no lugar do arroz branco. “Use a
Quinua em grão; no lugar do pão
francês, em flocos de Quinua e
assim por diante. O ideal é variar
sempre e não ficar preso em um
único alimento”, sugere a nutri-
cionista.
Entre as propriedades que o
cereal apresenta, a Quinua pos-
sui ainda, uma excelente quanti-
dade de fibras, fazendo o intesti-
no funcionar melhor, diminuindo
os níveis de gordura e açucar no
sangue. Além disso, a Quinua
contém bons níveis de ácidos
graxos Ômega-3 e Ômega-6, que
são as gorduras essenciais para
o nosso organismo. “O alimento
apresenta uma quantidade de áci-
dos graxos essenciais em um ní-
vel superior aos demais cereais,
onde aproximadamente 60% são
de ômega 6 (linoleico) e ômega
3 (linolênico), que auxília da re-
dução do colesterol total, LDL
e triglicérides”, afirma Dra. Fer-
nanda.
Como usar a Quinua?
Confira receita fácil e prática!
Leite de Quinua
Ingredientes :
- 2 colheres de sopa rasa de quinua em
flocos
- 200ml de água
Modo de preparo:
Deixar a quinua em flocos no mínimo 6
horas (durante a noite). Bater no liqui-
dificador e coar com um pano. Se ne-
cessário, pode juntar um pouco mais de
água. Acrescentar melado, malte, stévia
ou xarope de agave. Pode ser levado ao
fogo e cozido por alguns minutos para
deixar o caldo encorpado.
Como utilizar na alimentação?
O consumo desse grão é indicado para
quem deseja comer bem, tanto no sa-
bor quanto no valor nutritivo do prato,
sendo indicado especialmente para
vegetarianos, diabéticos, grávidas, lac-
tantes, idosos e praticantes de ativida-
des físicas.
Vegetarianos restritos (que não con-
somem carne, leite e derivados, onde
são encontradas as maiores fontes
proteicas), atletas (que necessitam de
um maior consumo de aminoácidos),
celíacos (que são intolerantes ao glú-
ten – derivado do trigo) e populações
carentes de países subdesenvolvidos,
formam o grupo mais bem auxiliado
pelas propriedades da Quinua.
Esses grãos podem ser utilizados nas
mais diversas preparações, como nas
saladas, bolinhos com legumes ou se-
rem cozidos da mesma forma que o
arroz, podendo substituí-lo, ou cozinhar
junto com o arroz de todo dia. Os flocos
NOVOS HÁBITOS
podem ser consumidos, principalmen-
te, nas preparações do café da manhã,
acompanhando frutas, sucos, salada de
frutas e vitaminas. No caso das farinhas,
elas podem fazer parte das receitas de
massas, pães, bolos e tortas, como já
citado. 25
 CAPA
Cirurgia para
redução de
estômago e
emagrecimento
Indicada para controle de peso e obesidade mór-
bida, esta intervenção médica pode reduzir para
40% do excesso de peso e devolver saúde e auto-
estima aos pacientes
A
obesidade já é reconhecida
pelo Ministério da Saúde
como um problema de saú-
de pública, atingindo cerca de 30%
da população adulta. No Brasil,
existe aproximadamente um milhão
de obesos mórbidos, um número
que cresce a cada ano, assim como
nos países desenvolvidos. Fatores
genéticos, alterações psicológicas,
problemas hormonais e sedentaris-
mo, por exemplo, levam pacientes á
compulsão pela comida e a falta de
controle sobre o peso.
Entre os exemplos citados, os
fatores genéticos são os vilões da
obesidade e correspondem de 25% a
50% dos casos de sobrepeso. Ape-
sar de diversos recursos disponíveis
para o emagrecimento, como dietas
balanceadas, exercícios físicos diá-
rios ou tratamento medicamentoso,
nem sempre é possível atingir uma
redução de peso suficiente ou um
resultado duradouro. Isso se torna
NOVOS HÁBITOS
mais evidente em obesos severos,
com excesso de peso acima de 45
kg, onde o sucesso com o tratamen-
to clínico conservador é quase nulo.
Além da qualidade de vida ex-
tremamente comprometida e limi-
tada em função do excesso de peso,
26 os riscos inerentes da obesidade le-
vam a diminuição da expectativa de vida, devido
a diversas doenças como: diabetes hipertensão
arterial, doenças respiratórias, hérnias, cálculos
na vesícula, artroses, varizes, alterações psicológi-
cas, infertilidade, disfunções sexuais, entre outras.
Além disso, é comum haver problemas afetivos,
no trabalho e na vida social.
De acordo com o doutor Admar Concon Fi-
lho, da Clínica Concon – especializada em cirur-
gia do aparelho digestivo, a cirurgia bariátrica é
recomendada para pacientes que possuam mais
de dois anos de obesidade, já tenham tentado
métodos de emagrecimento com endocrino-
logistas sem resultado e tenha IMC (Índice
de Massa Corpórea) acima de 40. “Além
do IMC, avaliamos se o paciente tem
doenças causadas pela obesidade,
problemas de autoestima, convivên-
cia social etc.”, afirma.
Com cerca de 1,8 mil pacientes
operados, Admar explica que, após
a cirurgia e o equilíbrio do peso,
praticamente todos os problemas
desaparecem ou diminuem signi-
ficativamente. No entanto, alerta
o especialista, antes e depois do
procedimento é necessário ser
acompanhado por profissionais,
como: médico cirurgião, endocri-
nologista, nutricionista, psicóloga,
entre outras. “Estes especialistas
vão oferecer todo o suporte funda-
mental para a fase pré-operatória e
também na pós-operatória. Desta forma, o paciente
terá uma avaliação completa sobre seu estado de
saúde”, diz.
Embora a cirurgia seja recomendada e pode me-
lhorar a qualidade de vida dos pacientes, Admar ex-
plica que não faz milagres. “A intervenção médica é
uma ferramenta para ajudar o paciente a emagrecer,
porém se não houver um acompanhamento ade-
quado o paciente não vai obter os resultados que
almeja. Será necessária uma alimentação saudável
e atividade física diária (caminhada) para atingir o
emagrecimento efetivo, manter a manutenção do
peso e evitar um reganho”, afirma.
Além disso, o paciente precisa entender que a
obesidade é uma doença que geralmente vem da in-
fância ou é genética. “Trata-se de uma enfermidade
com componente psicológico, metabólico, endocri-
nológico e hereditário. Se uma criança tem mãe ou
pai obesos, a chance é de ter 40% de obesidade; se
ambos possuem excesso de peso, o número sobe
para 80%. É uma doença crônica e deve ser tratada
por toda a vida”, afirma Admar. Com a cirurgia,
o emagrecimento é de 30 a 40% do peso ini-
cial, porém, se tratada com exercícios físicos
diários, o controle do peso tem melhores
resultados.
Riscos e benefícios
Primeiramente o paciente
precisa ter a consciência de
que ele é portador de uma
doença, mas que está
magro ou próximo
do seu peso ideal por diversos fatores. Com
a cirurgia a pessoa se livra de doenças co-
muns, além de recuperar a autoestima. “Há
casos em que o paciente recupera a vida social,
profissional e afetiva. No Brasil, a cultura que
prevalece ainda é da beleza física. Existem histó-
rias de pacientes com vergonha de sair na rua, que
sofrem de depressão e quando emagrecem, tudo
muda para melhor”, afirma Admar.
Quando o assunto é o risco para
o paciente, Admar afirma que qual-
quer cirurgia tem seu risco, por isso,
antes de submeter a pessoa a esta
opção, o paciente passa por exames,
orientações com palestrantes e espe-
cialistas. “Da primeira consulta até
a cirurgia é um processo com cerca
de dois meses. Este paciente vai par-
ticipar de duas reuniões onde todos
os especialistas explicam alguns
pontos específicos sobre a doença
e a cirurgia, quais são os riscos e as
complicações; por que uma doença
clínica está se tratando com cirur-
gia no estômago e quais os motivos
pela escolha de um método radical
e agressivo. Além disso, apresenta-
mos explicações científicas, os tipos
de cirurgias que existem, os riscos e
benefícios pós-cirurgia, e o relato de
pessoas que já passaram por isso”,
esclarece.
A cirurgia é complexa e tem
entre 0,5% e 1% de mortalidade,
no entanto, explica Admar, existem
alguns dados que mostram que os
riscos do paciente não operar e con-
tinuar obeso é maior do que se ele
operar. “Se observamos, as com-
plicações de saúde atingem partes
fundamentais do organismo, como
o coração, por exemplo”, diz.
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 DERMATOLOGIA
Hidratação
de pele no inverno deve
ser redobrada
Proteja sua pele contra as baixas temperaturas desta época
Com a chegada do inverno e
a reduzida umidade do ar, a pele
tende a ficar mais ressecada e a hi-
dratação é fundamental para evitar
doenças dermatológicas. Mais do
que gerar incômodos e deixar uma
aparência ruim, estas condições cli-
máticas favorecem o ressecamento
e a sensibilidade, podendo provo-
car problemas de saúde ou agravar
situações já existentes.
A dermatologista da SBD-SP
(Sociedade Brasileira de Derma-
tologia de São Paulo) Ana Paula
Gomes Meski,
explica que o
principal ar-
tifício ainda é
a hidratação.
NOVOS HÁBITOS
30
Ana Paula ensina também, outras
formas de prevenção como: inge-
rir água, pois o ressecamente piora
com a baixa umidade e os banhos
quentes, usar bucha e sabonete, de
preferência neutro. E mesmo as-
sim, evitar esfregar muito o corpo,
para não esfoliar demais a pele, re-
tirando a proteção natural do corpo.
“Se possível, as pessoas também
devem evitar o contato direto e pro-
longado da pele com roupas feitas
com tecidos sintéticos ou lã que es-
timulam a coceira, além de utilizar
produtos hidratantes após o banho
e, se necessário, várias vezes ao
dia”, explica.
Para Ana Paula, além da
ingestão de líquidos, o inver-
no pede bons hidratantes.
“Existem algumas subs-
tâncias a base de uréia
para reparar o man-
to lipídico – hidratante natural que
nossa pele produz, com o banho
quente eliminamos isso. Alguns
produtos a base de uréia tentam
imitar essa hidratação natural. Ago-
ra aqueles que têm só perfume e
essências refrescantes, em geral hi-
dratam menos, assim como o óleo”,
afirma.
Para os adeptos dos cremes ca-
seiros e receitas antigas, a dermato-
logista alerta que é preciso conter
todas as substâncias necessárias
para uma boa hidratação e, somen-
te produtos testados e aprovados
vão garantir o resultado esperado.
“Hoje o ideal é comprar os hidra-
tantes, pois já possuem tecnologias
para isso. São produtos que fazem
o manto lipídico e vale a pena in-
vestir neles.”
Áreas mais sensíveis
O rosto é sempre a região mais
temida para quem sofre com os
problemas do inverno. De acordo
com o mestre e doutor em dermato-
logista pela USP (Universidade de
São Paulo) e membro da SBD-SP,
Luis Fernando Tovo, vale a pena
investir em cremes com substân-
cias anti-oxidantes para a região
do rosto. “Na face vale a pena ter
produtos associando-os à anti-oxi-
dantes como Vitamina C, Green
Tea, Acído Ferúlico (maior prote-
ção solar), Poli-hidróxiácidos (age
nas fibras de colágeno e elastina)”,
aconselha. No entanto, segundo
Tovo, se o paciente apresentar pele
oleosa mesmo no inverno, a hidra-
tação não é necessária como nas
peles normais e secas, além do que,
os cremes devem ser administrados
na forma de gel. “O contorno dos
olhos e bocas precisam de hidrata-
ção com fórmulas mais consisten-
tes, aumentando-se também a con-
centração dos anti-oxidantes nestas
formulações”, completa.
Para muitos, o verão é a única
época para cuidar do corpo e, se-
gundo Tovo, cuidar da pele durante
o inverno é essencial. “A fotopro-
teção deve ser mantida no inverno,
porém é preciso lembrar que prin-
cipalmente para idosos e crianças,
o sol é fundamental para produção
e fixação de Cálcio e vitamina D”,
afirma
Dicas
Com a pele mais sensível, principalmente
quando está seca, é comum aparecer irrita-
ções e alergias. Para facilitar a hidratação, o
dermatologista ensina cuidados com o ros-
to pela manhã:
*Para a limpeza de pele, utilize uma loção
não abrasiva.
*Na hidratação do contorno dos olhos e da
boca aplique um hidratante com fotopro-
teção leve: 15 para a cidade, que contenha
alguns princípios cosmecêuticos como: vita-
minas A, C ou E.
*Para peles oleosas pode-se usar um sabo-
nete para específico e os mesmos cuidados.
*Na praia, campo ou para atividades espor-
tivas, utilize um protetor solar de fator mais
alto, como o 30, com todos sempre UVA
e UVB. Certifique-se de que não saia com
água ou transpiração.

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OBESIDADE MÓRBIDA:
UM ASSUNTO PARA SER TRATADO COM SERIEDADE.
A obesidade é uma doença que cresce cada vez mais no Brasil e já é reconhecida
pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, atingindo cerca de
30% da população adulta.
Dentre os métodos mais utilizados para o tratamento da obesidade mórbida estão
a cirurgia bariátrica e a inserção do balão intragástrico. Esses procedimentos
são realizados apenas por razões estritas e em pacientes que estão de acordo com
a regulamentação do Conselho Federal de Medicina. O cirurgião responsável
tem o direito e o dever de analisar e interpretar essas razões, indicando ou
contra-indicando tais procedimentos.

Médico responsável da Clínica Concon: Dr. Admar Concon Filho – CRM 53577

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 NATUREZA E SAÚDE
Beber
água
sem tratamento
adequado pode
causar doenças
por vírus e
bactérias
Conheça os cuidados básicos para não se contaminar
B
eber água sem tratamento
ou sem conhecer sua ori-
gem pode representar sérios
riscos à saúde humana. A concep-
ção do tratamento de água exige
qualidade do manancial de onde ela
é captada e deve ter controle resi-
dual em todo o sistema distributivo,
uma vez que se este sistema não for
mantido, pode causar problemas de
saúde publica. No caso de São Pau-
NOVOS HÁBITOS
lo, a Sabesp faz todo este tratamen-
to e é a responsável pela qualidade
da água até o cavalete. No entanto,
se após todo o processo de trata-
mento da água, a residência estiver
com problemas no encanamento ou
mesmo na caixa d água, existe risco
34 de ingerir uma água sem qualidade.
De acordo com a presidente do
comitê científico da Abinam (As-
sociação Brasileira de Indústria
de Água Mineral), Petra Sanchez,
é necessário cuidado em condo-
mínios e casas, pois é comum
surgirem pombas, passarinhos e
sujeiras. “Bactérias, vírus e pro-
tozoários podem estar presentes
na água e causar problemas intes-
tinais. Além disso, tem a ameba,
que também é prejudicial à saúde,
principalmente para pessoas que
tem problemas de baixa imunida-
de. Normalmente surgem doenças
como a diarréia, por exemplo”, ex-
plica. Para ter o mínimo de controle
sobre a água que se está bebendo
ou cozinhando, Petra alerta que é
necessário verificar as condições
da caixa d’água eventualmente.
Filtro ou Água Mineral
Na opinião de Petra, o filtro reti-
ra o gosto do cloro comum na água
da rede, pois é novo, no entanto,
conforme o uso, fica velho e piora
as condições. “O filtro é para tirar
o gosto e remover alguma partícula
orgânica, não é utilizado para trata-
mento”, explica. Já a água mineral
é boa por natureza, além de ser en-
vazada nas mesmas condições que
foi encontrada. Na fonte ela já é
potável e a água de rede é transfor-
mada.
Quem é quem
Água potável: Água pronta para
o consumo humano sem riscos à saúde.
Água potável segue padrões físicos, quí-
micos e biológicos estabelecidos pela le-
gislação nacional e internacional.
Água poluída: Apresenta cheiro, cor
ou sabor, pois contêm contaminação quí-
mica como substâncias tóxicas.
Água contaminada: Contém mi-
cróbios vivos, ou seja, bactérias, vermes,
protozoários ou vírus, com capacidade de
causar doenças.
Doenças causadas
por Bactérias
Cólera: quando há consumo de água contaminada por fe-
zes ou vômito de algum indivíduo contaminado.
Leptospirose: A água contaminada por urina de ratos
é a principal causa da doença, cuja incidência aumenta com
chuvas fortes e enchentes. Apresenta maior perigo em águas
próximas a depósitos de lixo e em áreas sem esgotamento sa-
nitário.
Febre Tifóide: ingestão de água ou alimentos contami-
nados (quando lavados em água contaminada).
Gastroenterites: a ingestão de água ou alimentos con-
taminados por fezes causam distúrbios gástricos associados a
fortes diarréias.
Desinteria Bacilar: através da ingestão de água sem
tratamento, severas formas de diarréias, formando um quadro
de febre, dores e mal estar geral.
NOVOS HÁBITOS
35
 AMBIENTE SAUDÁVEL
Mantenha sua casa
limpa e organizada!
Serviço doméstico e de governança em dia contribui positiva-
mente para o bem-estar da rotina familiar
U
m ambiente limpo e or-
ganizado contribui para
que as pessoas tenham
uma qualidade de vida adequada,
uma vez que estressam menos ao
procurar algo que precisam, por
exemplo. De acordo com a filo-
sofia do Feng Shui, a limpeza e a
organização ajuda na prosperida-
de de cada um. De acordo com a
pesquisa feita em 2006 com duas
mil mulheres entre 18 e 80 anos,
realizada na Grã-Bretanha, 59%
das entrevistadas ficam tensas
com a sujeira e bagunça; 58% se
sentem deprimidas com a desor-
dem; 4% apenas acharam que é
perda de tempo ficar arrumando
a casa. Diante disso, conclui-se
que a bagunça do ambiente físico
causa desordem mental, levando
a perda de autoestima, estresse,
NOVOS HÁBITOS
irritação, frustração e depressão.
A limpeza e a organização são ca-
pazes de trazer tranqüilidade, paz
interior e harmonia.
Hoje, a necessidade de cada
família ou de cada residência vai
além da “faxina”, da “cozinha” ou
36
da “roupa”. Há 20 anos, a experi-
ência dentro de sua própria resi-
dência era suficiente para formar
um profissional para o trabalho
doméstico. Devido a fatores como
a inclusão das mulheres no mer-
cado de trabalho, a evolução cada
vez mais acelerada da tecnologia
em todos os campos e o distan-
ciamento entre as realidades dos
lares brasileiros, aumentou con-
sideravelmente a busca por pro-
fissionais capacitados e com um
leque de opções de serviços para
oferecer. Assim, aquela velha ex-
periência ou herança familiar não
serve mais como base de capaci-
tação de um funcionário ou cola-
borador doméstico.
Pensando neste novo nicho de
mercado, já é possível encontrar
consultorias especializadas em
treinamentos para tarefas do lar,
como é o caso da House Keeping,
especializada nesta função. “A
idéia nasceu quando foi detectado
a dificuldade crescente de se en-
contrar profissionais capacitados
para o trabalho em residências e
o transtorno gerado a partir daí”,
explica uma das sócias da empre-
sa, Adinalva Souza.
Partindo do princípio que cada
família é única e com necessida-
des próprias, a idéia da empresa
é fazer do treinamento “in loco”
um grande diferencial. “Temos as
apostilas mestras para cada um de
nossos cursos, contudo o treina-
mento é customizado para atender
a necessidade de cada residência e
de sua família”, afirma Adinalva.
Entre os benefícios que a
consultoria oferece além da go-
vernança especializada, está a de
quebra de manias, vícios e hábi-
tos, auxiliando, portanto, na me-
lhoria da qualidade de vida das
famílias ou residências. “Nenhu-
ma mudança verdadeira ocorre
rapidamente Elas levam tempo.
Primeiro vem a vontade de mudar
e depois a descoberta das dificul-
dades que a mudança vai gerar.
Nessa fase aparece (ou não) o
compromisso de mudar - que im-
plica em aprendizado, abandono
de manias e vícios, fortalecimento
e incorporação de novos costu-
mes. Só então vem a mudança na
forma de persistência em dia após
dia em fazer as mesmas coisas de
maneira diferente”, diz a sócia da
House keeping.
Para Adinalva, o fundamental
para uma dona de casa moderna
é que sua profissional seja capa-
citada e tenha bem definido em
seu conhecimento doméstico o
que é arrumar, o que é organizar e
o que é administrar uma residên-
cia, pois isso vai muito além de
lavar, passar e cozinhar. “Com a
vida agitada que as donas de casa
têm nos dias de hoje – trabalho,
academia, filhos, especializações
e mestrado, aumentou a preocu-
pação com o nível de profissional
que elas colocam dentro de suas
residências. Qual o conhecimen-
to que esse profissional tem para
cuidar e administrar o patrimônio
da família e qual o conhecimento
que ele tem para cuidar do “bem
maior” que são os filhos, são fa-
tores importantes para quem con-
trato o serviço”, explica a sócia da
empresa.
Além das tarefas rotineiras,
Adinalva explica ainda, que os
padrões familiares mudaram e os
espaços físicos das residências
também. Estas novas característi-
cas apareceram devido a inclusão
da mulher no mercado de traba-
lho e o aumento da renda familiar.
“As casas aumentaram considera-
velmente o tamanho da área cons-
truída. Antigamente a família era
muito mais numerosa e a casa ti-
nha um ou dois banheiros no má-
ximo. Hoje, as famílias estão cada
vez menores e é comum encontrar
residências com cinco ou seis ba-
nheiros para uma família de três
ou quatro integrantes, sem contar
a quantidade de salas, salão de
jogos e até academias e cinemas
nas casas modernas. E como ad-
ministrar, limpar e organizar tudo
isso?”, diz.
Embora o mercado ainda es-
teja muito carente neste setor,
existem algumas agências de pro-
fissionais de residência que ofe-
recem capacitação, mas esse tra-
balho ainda é lento e incompleto,
frente à necessidade dos lares.
Já atuante neste setor, a House
Keeping está presente no merca-
do das cidades de Campinas/SP
desde 2006 e desenvolve proje-
tos e treinamentos nas cidades de
Campinas/SP, Barão Geraldo/SP,
Brasília/DF, Jundiaí/SP, Louveira/
SP, Paulínia/SP, Pedreira/SP, Vali-
nhos/SP, Vinhedo/SP, São Paulo/
SP e Sousas/SP. A consultoria ofe-
rece cursos como: Capacitação de
Rotinas Domésticas, Capacitação
em Serviços de Lavanderia, Ca-
pacitação em Serviços de Copa,
Marketing Pessoal, Capacita-
ção em Serviços de Governan-
ta, Consultoria em Governança,
Governança Externa, Personal
Organizer, Purchaser (compras/
reposição de louças e enxoval) e
Organização de Mudanças.
Fazer faxina é terapia para mulhe-
res, diz pesquisa
A maioria das britânicas considera
que tarefas domésticas são uma terapia
contra a angústia, de acordo com uma
pesquisa feita na Grã-Bretanha por um
canal de TV especializado em saúde.
Cerca de 58% se sentem “deprimidas
quando a casa está desordenada”, e 59%
afirmam que “a sujeira e a bagunça as
deixam tensas”. Apenas para 4% das
entrevistadas arrumar a casa é uma
perda de tempo., revela o estudo feito
NOVOS HÁBITOS
para o canal Discovery Home and Health,
divulgado nesta segunda-feira pelo
jornal The Independent.
Foram entrevistadas 2 mil mulheres
entre 18 e 80 anos.
Adinalva Souza | Consultora | 19 9604-3744 37
 SEXUALIDADE COM QUALIDADE

Ministério da
Saúde Indica:
Faça sexo
e tenha uma vida
mais saudável
Após os últimos comentários do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, sobre os benefícios do
sexo para a saúde, a Revista Novos Hábitos foi conferir quais são realmente estes benefícios. Em
entrevista, o urologista, sexólogo, terapeuta sexual e autor do livro “Prazer Secreto”, Celso Marzano
contou um pouco mais sobre esta prática saudável, na qual também recomenda.

NH: Quais são os benefícios do Para o estresse do dia-a-dia o seu

sexo para a saúde física e mental?
Realmente faz bem para a saúde,
conforme indicação do ministro?
CM: Sim, faz bem para a saúde
física e mental. São tantos os be-
nefícios de uma vida sexual ativa
que até os médicos passaram a
recomendá-lo. Agora, na lista de
recomendações, fazer sexo ganha
espaço ao lado de outros itens con-
siderados importantes na busca da
melhor qualidade de vida e mais
NOVOS HÁBITOS
efeito é relaxante. Além disso, o
sexo garante benefícios psicoló-
gicos, mantém a mente em equilí-
brio, o brilho da pele, o equilíbrio
hormonal, varre os radicais livres
do organismo, faz o coração bater
no compasso, combate a depres-
são, e, de quebra, elimina gordu-
rinhas indesejadas. Estes efeitos
são cientificamente comprovados:
o sexo, verdadeiramente, só faz
bem! Desde que bem feito, é claro.
NH: Qual a relação dos benefí-
cios do sexo para a saúde do co-
ração?
CM: No sexo, os músculos do
corpo são utilizados e estes ne-
cessitam de sangue, que vem da
bomba cardíaca e está sendo for-
çada a exercitar-se. No orgasmo, a
pressão arterial sobe, a freqüência
cardíaca aumenta até 50%, o que
mostra que também para a prática
do sexo necessitamos de um cora-

saúde. Cuidados com a alimenta- Os especialistas afirmam que ção sadio.

ção, abandono do vício do cigarro
e a prática de esportes são algumas
delas.
Você já parou para prestar aten-
ção em como está sua vida sexual?
Se não, faça-o já!
38
as pessoas que praticam relações
sexuais com regularidade conse-
guem equilibrar seus hormônios
e estimular suas potencialidades.
Posso dizer que “elas são mais fe-
lizes com elas mesmas”.
NH: Os benefícios do sexo ocor-
rem apenas para as pessoas que
possuem parceiros fixos e uma
vida sexual ativa, ou o mesmo
acontece para aqueles com vida
sexual casual?
CM: Sem dúvida que para os dois.
As pessoas buscam sexo casual
para ter prazer físico e viverem
novas experiências. É uma auto-
afirmação e pode acontecer em
qualquer idade, com homens e
mulheres em qualquer estado ci-
vil. Eles sabem que se envolver
de forma estável não está nos pla-
nos, apenas o prazer do momento
e, desta forma, os praticantes do
sexo casual não sentem culpa ou
arrependimento. É mais fácil cor-
rer tudo bem quando um homem
e uma mulher se conhecem, se
atraem e acabam praticando sexo
e realizando suas fantasias, sem
pensar no dia seguinte e como se
entenderão. Lembrando sempre de
ser uma prática segura, com o uso
do preservativo.
NH: Existe uma freqüência reco-
mendada para a prática do sexo?
CM: A frequência é pessoal, indi-
vidual e única. O mais comum é
ter-se duas a três relações por se-
mana. Vale lembrar que o impor-
tante é a qualidade em si e não a
quantidade.
NH: Deixar de fazer sexo pode
fazer mal à saúde? Por quê?
CM: Não faz mal desde que a
pessoa aceite esta situação, pela
sua escolha ou pela imposição do
momento. Muitas pessoas des-
viam suas energias sexuais para
outros afazeres por opção naquele
momento da vida. Também na ter-
ceira idade o sexo pode sim deixar
de existir por questões emocionais
ou por saúde, sem causar outros
danos físicos.
E para quem acha que a vida
sexual diminui com a chegada da
menopausa, os especialistas garan-
tem exatamente o contrário. Quan-
do a mulher entra na menopausa,
geralmente os filhos já saíram de
casa e elas têm mais tempo para
cuidar de si, para ser mais com-
panheira do marido, viajar, passe-
ar e curtir a vida. Não tem mais a
responsabilidade da maternidade.
Também produz maior quantida-
de de testosterona em relação ao
estrógeno, o que aumenta a libido,
garantem os médicos. Hoje, a me-
nopausa é vista como a segunda
fase da vida, com mais experiência
e maturidade.
Cultivar o carinho, exercitar a
compreensão e derrubar barreiras
e tabus estão entre os segredos
para incrementar a relação a dois
depois dos 50 anos. Quem a gente
ama não envelhece, não deixa de
ser belo. Afinal, as pessoas estão
NOVOS HÁBITOS
descobrindo que, não importa a
idade, o sexo faz bem para o corpo
e para a mente e todos, indistinta-
mente, têm direito de desfrutá-lo.
NH: Existe uma fórmula para o
sexo ideal?
CM: O sexo ideal se conquista 39
 SEXUALIDADE COM QUALIDADE
com o amadurecimento do corpo
e principalmente da mente. Nesse
relacionamento maduro desenvol-
vem-se alguns dos valores mais
significativos para o ser humano:
afetividade (muito amor), compre-
ensão, segurança e cabeça aberta
para possíveis mudanças. Que
o sexo é uma necessidade básica
ninguém mais duvida. Pesquisas
nacionais e internacionais apon-
tam para a constatação e mostram
que sexo é muito mais do que pra-
zer: é um combinado de prazer e
saúde.
Os resultados destas pesquisas
garantem: homens e mulheres que
fazem mais sexo são mais joviais
e envelhecem menos. A explica-
ção vem das conhecidas substân-
cias que o cérebro libera durante o
ato sexual. Entre elas está a endor-
fina, o hormônio ligado à sensação
de bem-estar. Com envolvimento
emocional então, os benefícios
são muito maiores, garantem os
cientistas. Sendo assim, se antes se
achava que o sexo trazia os mes-
mos benefícios de se malhar em
uma academia de ginástica, hoje
as conclusões mostram que vão
além. Superam em muito o que fi-
cava por conta da imaginação.
NH: O que pode prejudicar a vida
sexual de homens e mulheres?
CM: Hoje, com a modernidade
da medicina, fica praticamente
impossível utilizar desculpas para
não se manter uma vida sexual ati-
NOVOS HÁBITOS
va e saudável. Durante muito tem-
po, o universo das queixas sexuais
foi dominado pela disfunção erétil
e pela dificuldade em atingir o or-
gasmo. Até hoje, muitos homens e
mulheres vivem atormentados por
esses fantasmas, que podem ser
40 facilmente tratados e eliminados.
Novos medicamentos, métodos
contraceptivos modernos, e diver-
sos outros incentivos, melhoraram
substancialmente o desempenho
sexual feminino e masculino.
NH: O sexo até quando é ruim é
bom pode ser considerado mito
ou verdade?
CM: É falso, pois o sexo bom é
bom e o ruim é ruim. Quando se
fala do sexo casual, para agora,
para tirar o stress ou para aprovei-
tar a oportunidade, tudo bem. Você
pode ter prazer e se alegrar pelo
seu prazer. Quando algo vai mal,
o medo da perda, as ansiedades, as
culpas e os julgamentos percorrem
as mentes dos parceiros sexuais.
NH: As pessoas que têm vida se-
xual regular apresentam melhor
desempenho em outras ativida-
des, como a profissional ou so-
cial? Por quê?
CM: Sim, sem dúvida, pois estão
realizados como homem, mulher,
parceiros e amantes. Claro que
isto é verdade se eles valorizam o
aspecto sexual nas suas vidas. O
sexo dá alegria, prazer pelo corpo,
pela intimidade, pelas trocas e uma
sensação interna de realização to-
tal.
NH: Como o sexo atua no corpo
masculino e feminino? Os dois
organismos têm as mesmas ne-
cessidades do sexo e reagem po-
sitivamente?
CM: Questões de gênero são di-
ferentes, mas as questões físicas
quanto à necessidade de sexo são
praticamente iguais.
Fique em dia
com a saúde!
Estudos mostraram que ter vida sexual ativa
ou freqüente tem como conseqüências boas
o seguinte :
• Melhoria da sensação de cheiro: após o
sexo, a produção do hormônio prolactina
aumenta. Este, por sua vez, faz o cérebro de-
senvolver novos neurônios do bulbo olfató-
rio, que melhora o sentir dos cheiros.
• Redução do risco de doença cardíaca: em
2001 um trabalho da Queens University con-
cluiu que ter relações sexuais três ou mais
vezes por semana é saudável. Os homens
reduziram o seu risco de ataque cardíaco ou
acidente vascular cerebral pela metade.
• Perda de peso: sexo é exercício. Uma vigoro-
sa relação sexual queima cerca de 200 calo-
rias - aproximadamente o mesmo que correr
15 minutos ou jogar um jogo de squash. A
pulsação cardíaca sobe a partir de cerca de
70 batimentos por minuto para 150, a mes-
ma que a de um atleta fazendo um esforço
máximo.
• Pesquisadores ingleses verificaram a quei-
ma de calorias equivalente a ingerir 6 ham-
burgeres duplos com tudo que tem direito,
tendo relações sexuais três vezes por semana
durante um ano. Contrações musculares du-
rante o coito trabalham a pélvis, coxas, náde-
gas, braços, pescoço e tórax. Sexo também
aumenta a produção de testosterona, o que
leva a melhorias nos ossos e músculos. Diz-
se que a cama é um aparelho de ginástica
ótimo.
• Alívio da dor: imediatamente antes do or-
gasmo, os níveis do hormônio oxitocina têm
aumento de cinco vezes o seu nível normal.
Este, por sua vez, libera endorfinas, que
aliviam a dor de cabeça, a artrite e mesmo
enxaquecas. Nas mulheres, o sexo também
gera produção de estrógeno, que pode redu-
zir a dor da TPM.
• Menos constipações e gripes: Universidade
Wilkes da Pensilvânia diz que os indivíduos
que têm relações sexuais uma ou duas vezes
por semana tem 30 % a mais de um anticor-
po chamado imunoglobulina, conhecido por
estimular o sistema imunológico.
• Prevenção do câncer de próstata: um estu-
do publicado pelo British Journal of Urology
International, afirma que os homens em tor-
no dos 20 anos podem reduzir em um terço
as suas chances de ter câncer de próstata
ejaculando pelo menos 5 vezes por semana.
 Estamos de olho no que andam colocando na nossa
comida. E você também pode ficar. Graças ao trabalho
do Greenpeace, as empresas que usam produtos
O Greenpeace está de olho. transgênicos estão sendo obrigadas a rotular suas
Colabore com o Greenpeace embalagens. Alimentos transgênicos recebem mais
e vamos juntos cuidar do planeta.
agrotóxicos para poder resistir a determinadas pragas.
NOVOS HÁBITOS

Agora você sabe. E pode escolher. Quando for ao

supermercado, fique de olho no T de transgênico.

41
Só aceitamos doações de pessoas físicas como você. Não aceitamos ajuda de empresas ou governos, o que garante nossa independência e liberdade para atuar.
 PSICOLOGIA
Transtorno Bipolar
atinge cerca de 2% de
homens e mulheres
Mudança de humor repentina, euforia e depressão são sinto-
mas que podem ser tratados para controlar a doença
C
aracterizado pela mudan-
ça de humor repentina,
o Transtorno Bipolar se
apresenta em cerca de 1% ou 2%
da população, entre homens e mu-
lheres. Através de crises repetidas
de depressão e mania, o humor de
quem sofre com a doença oscila
entre a euforia, alegria e excitação
excessiva e de agitado (euforia),
para muito triste (desesperança,
desmotivação e desvalia) durante
NOVOS HÁBITOS
semanas, meses ou até anos.
As pessoas que sofrem com a
doença, de acordo com a psicóloga,
escritora e palestrante, Olga Tessa-
ri, lidam com crises consideradas
graves, moderadas ou leves. “As
mudanças bruscas do humor re-
42
percutem nas sensações, emoções,
idéias e no comportamento da pes-
soa, com uma perda importante da
saúde e da autonomia da personali-
dade”, explica. De acordo com ela,
a pessoa pode permanecer na fase
maníaca ou depressiva durante al-
guns dias, meses ou anos. Os perí-
odos de estabilidade entre as crises
também seguem nestes mesmos
intervalos.
Para cuidar do Transtorno Bi-
polar, o tratamento adequado pode
encurtar a duração das crises e pre-
veni-las, pois ainda não existe uma
cura definida. O desencadeamento
dos conflitos, em geral, está relacio-
nado a um fator de estresse. “Há vá-
rios fatores que predispõem para a
doença e o seu conhecimento ainda
é incompleto: não se pode falar em
cura, mas em estabilização do hu-
mor (sair dos extremos) para que a
pessoa possa ter uma vida normal”,
afirma Olga.
O tratamento é feito com medi-
cação estabilizadora do humor em
conjunto com tratamento psicoló-
gico, baseado na terapia comporta-
mental-cognitiva. “É preciso evitar
o uso de álcool e outras drogas que
podem desencadear as crises, assim
como agentes estressores. O trata-
mento psicológico colabora para
que a pessoa saiba lidar melhor
com os agentes estressores, evitan-
do as crises”, explica a psicóloga.
Como surge a doença?
Dificuldades financeiras, doen-
ça na família, perda de uma pessoa
importante, uso de drogas, entre
outros, podem contribuir para o
desencadeamento da doença. Ela
pode iniciar na infância, com sin-
tomas como irritabilidade intensa,
impulsividade e aparentes “tem-
pestades afetivas”; mas, em ge-
ral, manifesta-se na adolescência
ou logo depois dela. Há casos de
mulheres que manifestam a doen-
ça entre 45 e 50 anos e raramen-
te o problema começa acima dos
50 anos: nesse caso, alerta Olga,
é importante investigar outras
causas.
Na opinião da psicóloga, in-
dependente da idade do paciente,
a doença provoca um grande im-
pacto na vida da pessoa, da sua
família e da sociedade, causando
prejuízos freqüentemente irrepa-
ráveis em vários setores da vida
do indivíduo, como nas finanças,
saúde, reputação, além do sofri-
mento psicológico. “Pessoas que
convivem com um bipolar podem
desenvolver um grande estresse,
o que pode provocar uma série de
problemas emocionais e doenças
físicas (que variam de indivíduo
para indivíduo). É comum as pes-
soas se afastarem do doente por
conta da sua instabilidade de hu-
mor”, afirma Olga, que aconselha
tratamento médico freqüente para
controle do desenvolvimento do
transtorno.

Conheça um pouco mais sobre os sintomas

Estado de Mania
A característica maior é o exagero, a exacerbação! O humor da pessoa é para cima, com alegria exagerada e du-
radoura, com aumento da energia e da produtividade; tem otimismo e autoconfiança exagerados; agitação/
inquietação física e mental, apresentando irritabilidade e impaciência.
Os pensamentos são acelerados e a pessoa fala muito; começa muitas coisas e não consegue terminá-las; tem
dificuldade de concentração, pois tem fácil distração. Acredita que possui muitos dons ou poderes especiais de
influência, grandeza e poder. Aumento da atividade e da necessidade sexual e dos gastos, o que pode levar ao
endividamento. O estado de euforia leva à insônia e à redução da necessidade de sono.
Em casos graves ocorrem delírios (pensamentos irreais) e/ou alucinações (ouvir, ver, sentir o que não existe).

Estado de Depressão
A característica predominante é o sentir-se sem saída, com humor para baixo, tristeza, angústia ou sensação
de vazio, com pouca ou nenhuma capacidade de sentir prazer e alegria na vida, com falta de vontade, de ini-
NOVOS HÁBITOS

ciativa e de interesse, levando à apatia. Os pensamentos são negativos, pessimistas e repetitivos, com idéias de
culpa, fracasso, inutilidade, falta de sentido na vida, baixa autoestima e medos. Há redução da libido e da vontade
de fazer sexo, perda ou amento de apetite e/ou peso, além disso apresenta insônia ou dorme demais. Em casos
graves, apresenta alucinações e/ou delírios.

43
 NOVIDADE
REVISTA NOVOS HÁBITOS
AGORA NA INTERNET!
Em breve a sua revista de saúde e medicina vai estar com
conteúdo online
C
om cerca de 40 páginas na
versão impressa, a Revista
Novos Hábitos está em sua
4ª edição e aborda as mais diferen-
tes especialidades médicas em suas
editorias. Com temas divididos entre
pediatria, ginecologia, cirurgia plás-
tica, nutrição, sexualidade, esportes,
entrevista, bem-estar, entre outros, a
NOVOS HÁBITOS
revista traz em cada seção, uma es-
pecialidade médica e um conteúdo
exclusivo com articulistas da área
para tratar de temas relevantes e atu-
ais da saúde.
No mês de agosto, a Revista ga-
nhará um portal com conteúdo ex-
44
clusivo e notícias atualizadas diaria-
mente, com entrevistas, reportagens
e artigos de médicos especialistas.
Atualmente, a publicação im-
pressa tem periodicidade bimestral
e 8 mil exemplares. Além disso, é
distribuída a um mailing seleciona-
do nas cidades de: Campinas, Vi-
nhedo, Valinhos, Itatiba, Louveira e
Jundiaí. Pode ser encontrada ainda,
nas principais bancas de jornais,
clínicas médicas, clínicas de estéti-
ca, hospitais, consultórios e centros
comerciais também. “O portal foi
criado com o objetivo de informar e
criar um meio de comunicação que
possa atender um público segmenta-
do, que tenha interesse em notícias
atuais sobre saúde e medicina”, ex-
plica o diretor comercial da editora
Vagalume e responsável pela distri-
buição das revistas, William Carlos
Moraes Filho.
Toda a produção de conteúdo
para a revista impressa e para o por-
tal está sob supervisão da Agência
Contatto, que possui unidade em
São Paulo, capital e na região de
Campinas. A Agência já possui ou-
tras produções de conteúdo, revistas
customizadas, informativos etc.
 FISIOTERAPIA
Saiba como
prevenir-se
de lesões mus-
culares no
trabalho
V
ocê está sentindo dores
freqüentes nos braços ou
costas? Então, fique atento,
pois pode desenvolver algum tipo
de lesão muscular. Conhecidas pe-
las siglas DORT (Distúrbios Osteo-
musculares Relacionados ao Traba-
lho) ou LER (Lesões por Esforços
Repetitivos), tais patologias afetam
tendões, músculos e nervos, princi-
palmente os do pescoço e dos bra-
ços. Segundo o Instituto Nacional de
Prevenção às LER/Dort, tais distúr-
bios são a segunda maior causa de
afastamento do trabalho no Brasil.
Esse fenômeno que pode estar
relacionado ao trabalho é caracte-
rizado pela ocorrência de vários
NOVOS HÁBITOS
sintomas concomitantes ou não,
como: dor, perda parcial de movi-
mentos, sensação de peso, fadiga,
entre outros. Estão relacionados os
quadros de lombalgia, cervicalgias,
dorsalgias, bursite isquiática, bursi-
46 te infra-patelar, tendinite de aquiles,
fascite plantar e muitas outras. Tais
patologias estão relacionadas com a
repetitividade de movimentos, ma-
nutenção de posturas inadequadas
por tempo prolongado, esforço físi-
co, invariabilidade de tarefas, pres-
são mecânica sobre determinados
segmentos, trabalho muscular está-
tico, choques e impactos, vibração,
frio e fatores organizacionais.
Muitos sociólogos e psicólo-
gos tendem a acreditar que as LER/
DORT sejam, principalmente, a
manifestação somática das angus-
tias vividas, marcada pelo medo do
desemprego, da violência e da falta
de perspectiva de realização pesso-
al. Suspeita-se que a LER/DORT
seja responsável por 65% das li-
cenças médicas solicitadas pelos
trabalhadores brasileiros. A inves-
tigação para fazer o diagnóstico é
semelhante a de outra doença.

Prevenção
As principais ações no campo
da prevenção e controle das doen-
ças ocupacionais propostas pelo
Ministério da Saúde levam em
conta a possibilidade da promoção
da saúde no ambientes de trabalho,
determinando as condições de ris-
co, a caracterização e a quantifica-
ção, atingindo as empresas, os ór-
gãos públicos e o mercado informal.
Um programa de prevenção
das LER/DORT em uma empresa
inicia-se pela identificação dos fa-
tores de risco presentes na situação
de trabalho. Devem ser analisadas
as tarefas realizadas, especialmen-
te as que envolvem movimentos
repetitivos, movimentos bruscos,
o uso de força, posições forçadas
e por tempo prolongado. Aspectos
organizacionais do trabalho e psi-
cossociais também devem ser con-
siderados. A prevenção das LER/
DORT não depende de medidas
isoladas, sendo que a alteração dos
fatores de risco entra muitas vezes
em conflito com as gerências de
planejamento e produção, como por
exemplo, o número de funcionários
para executar determinada tarefa.
Freqüentemente há orientações
das gerências de planejamento
para que as chefias aumentem o
ritmo com o objetivo de produzir
mais com menos trabalhadores.
Essa filosofia tão disseminada vai
frontalmente contra políticas de
prevenção. Por outro lado, sabe-se
que apenas o aumento de funcio-
nários não é a solução, se não hou-
ver um planejamento adequado. O
importante em todo esse processo
de prevenção é que haja acordo
entre trabalhadores e empregadores
A atividade física reduz as le-
sões musculares, o que por sua
vez, tem efeito positivo na capaci-
dade funcional, deste indivíduo. O
American College of Sports Medi-
cine relata que entre os benefícios
que a prática regular de atividade
física proporciona, inclui-se a re-
dução das mudanças biológicas
decorrentes da idade, controle e
redução das doenças crônicas, ma-
ximização da saúde psicológica,
aumento da mobilidade e capacida-
de funcional, auxiliando na reabili-
tação de doenças crônicas e agudas.
Assim, a atividade física con-
tínua realizada durante 30 mi-
nutos, é recomendada onde os
exercícios que melhorem a cir-
culação geral serão melhores que
exercícios de força.
Medidas preventivas estão sen-
do adotadas nas organizações e es-
truturas dos trabalhos, tais como:
redução na carga horária de traba-
lho, pausas, palestras de reeduca-
ção postural e mudanças nos pos-
tos de trabalho com a implantação
de equipamentos ergonomicamen-
“A atividade
física reduz as
lesões muscu-
lares, o que por
sua vez, tem
efeito positivo
na capacidade
funcional, deste
indivíduo.“
te projetados. Os exercícios físicos
devem ser realizados em sessões
de ginástica (ginástica laboral ou
de pausa) e seus efeitos podem
colaborar na redução de acidentes,
lesões e dor muscular, agindo da
seguinte forma:
• Desperta o trabalhador a partir
da quebra da rotina de produção,
fornecendo estímulos variados;
• Contribui na retomada da aten-
ção e concentração para a execu-
ção das tarefas;
• Os exercícios de alongamento
reduzem a pressão intramuscular
favorecendo maior fluxo sangüí-
neo na região;
• Os exercícios de resistência ati-
vam e preparam os grupos mus-
culares antagonistas, melhoran-
do a qualidade dos movimentos;
• Aumenta o aporte do fluxo san-
güíneo para suprir o músculo de
nutrientes e oxigênio, prevenindo
o acúmulo de metabólitos e,
• Prepara os grupos musculares
específicos para as ações habitu-
ais de trabalho.
Tais medidas contribuirão para
um trabalho mais produtivo e uma
NOVOS HÁBITOS
vida mais saudável.
Pontifícia Universidade Católica de
Campinas – Faculdade de Fisioterapia
Regina Célia Turolla de Souza; Fabiana
Rossi e Carolina Moretti.
47
 Ronda Propaganda
Auxilia o cérebro
no processamento da
memória e melhora do Melhora a clareza do raciocínio
desempenho físico.6,14 e aumenta a vivacidade.6,15,16

Melhora a clareza do
Melhoram a transmissão raciocínio e o desempenho
dos impulsos nervosos.6 na aprendizagem.6,18

Melhora a insônia e
diminui a agitação.17 1 a 2 frascos
ao dia

SOB LICENÇA DA SIGMA-TAU

Referências: 1) Changel J et al -Bull.Soc Pharm. De Marseille, 1966,15,133. 2) Berthet J - Sem. Thérap., 1960, 36, 461. 3) Pirrota A et Guazzoni R - II Fármaco (Ed. Sci.), 1970, 26, 456. 4) Coppen A - Lancet, 1967,
2, 1178. 5) Saitta G et al - Medicina dello Sport., 1967, 20, 172. 6) Goodman and Gilman´s. The pharmacological basis of therapeutics 10a edição, 2001. 7) Nardozza V. et Pugliese L. - Clin. Europ., 1966, 5, 613. 8)
Boganelli I et Mannucci C - Clin. Terap., 1968, 46, 465. 9) Schapira G - Bioch. Générale. Ed. Flammarion, Paris 5ème edit., 1959, 237. 10) Scognamiglio R, et al. The effects of oral amino acid intake on ambulatory capacity
in elderly subjects. AgingClin Exp Res. 2004 Dec;16(6):443-7. 11) Bula do medicamento Forten® - Poliaminoácidos - M.S. 1.0058.0014. 12) Martindale, The Extra Pharmacopeia, 31º edição, 1996. 13) Ajinomoto
Interamericana Ind e Com ltda - Enciclopédia dos aminoácidos - disponível em http://www.ajinomoto.com.be/enciclopedia/q-a.html, acessado em 23/01/07. 14) Tong BC - Cellular and physiological effects of arginine.
Mini Rev Med Chem. 2004, 4(8):823-32. 15) Bacq. Z et al – Pharmacodynamie biochimique. Ed. Masson, Paris, 1961, 406. 16) Chwals WJ. Regulation of the cellular and physiological effects of glutamine. Mini Rev
Med Chem. 2004;4(8):833-8. 17) Guilleminaut C et al. Nouv. Presse Méd., 1972, 1, 479. 18) Stadtman T - Science, 1971, 171, 859.
Forten® poliaminoácidos. USO ADULTO E PEDIÁTRICO. COMPOSIÇÃO, FORMA FARMACÊUTICA E APRESENTAÇÃO: Cada 10 ml após a mistura contém: 10 mg de L-fosfotreonina, 60 mg de L-
glutamina, 40 mg de L-triptofano, 40 mg de L-fosfoserina, 100 mg de L-arginina, 500 mcg de Hidroxocobalamina e veículo aromatizado q.s.p 10 mL Caixas com 10 frascos de 10 ml para preparação
extemporânea. INDICAÇÕES: Tônico e reconstituinte. CONTRAINDICAÇÕES: Não são conhecidas até o momento. CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS: Informe seu médico sobre qualquer medicamento
que esteja utilizando, antes do início ou durante o tratamento. Interações Medicamentosas: Não foram relatados, até o momento, incompatibilidades com outros fármacos, substâncias ou alimentos
durante o tratamento com o produto. Reações Adversas/ Efeitos Colaterais: Não são conhecidas, até o momento, reações adversas ao uso do produto. Informe ao seu médico o aparecimento de qualquer
reação desagradável. POSOLOGIA: Adultos: de 1 a 2 frascos via oral (diariamente) de preferência em jejum por 2 a 3 semanas. Crianças: 1 frasco via oral de preferência em jejum por 2 a 3 semanas.
INSTRUÇÕES DE USO: 1 - Pressionando lateralmente com o polegar, forçar decididamente para cima a lingueta da tampa; 2- Puxar a lingueta que se encontra parcialmente desprendida até removê-la
totalmente; 3- Tirar a tampa que estará, então, totalmente solta; 4- Forçar para baixo o botão vermelho até romper a sub-tampa e fazer descer no líquido o pó contido na mesma; 5- Agitar bem; 6- Retirar a
sub-tampa branca; 7- Beber a solução obtida pura ou misturada com água ou outros líquidos. Reg. M.S. 1.0058.0014 SAC - 0800-114525 www.chiesi.com.br

“FORTEN É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA.”
®

SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

 SAÚDE PROFISSIONAL
Saúde do trabalhador
x Negócios da empresa
Quando a saúde e o bem-estar dos funcionários impactam
diretamente no orçamento da empresa
Por Luciana Galvão Vieira de Souza
F
alta de atividade física, es-
tresse, obesidade, sedenta-
rismo, tabagismo, dieta não
balanceada são alguns dos fatores
que comprometem a saúde do tra-
balhador, com a consequente que-
da de sua produtividade. O ideal é
aumentar a qualidade de vida dos
trabalhadores no ambiente de tra-
balho, identificando as formas mais
significativas de prevenção e geren-
ciamento de programas de saúde.
A consciência já existe. O que
falta é a iniciativa de mudar com-
portamentos e estilos de vida para
hábitos saudáveis, como não fumar,
dormir de sete a oito horas por noi-
te, praticar atividades físicas regu-
larmente, fazer uso moderado de
bebidas alcoólicas, evitar o seden-
tarismo, entre outros. E para que
isso ocorra com sucesso, os pro-
gramas de gerenciamento de saúde
precisam estar integrados com a
NOVOS HÁBITOS
filosofia da empresa e com o total
engajamento da gerência.
Alguns hábitos simples já fa-
zem a diferença: subir e descer es-
cadas ao invés de usar o elevador
e substituir refrigerantes por sucos
de frutas nos eventos empresariais
50
são opções de saúde de baixo custo,
que trazem benefícios para o indiví-
duo no seu dia-a-dia.
A questão da obesidade é bas-
tante preocupante. Nos Estados
Unidos existe uma “epidemia de
obesidade” e dos problemas que
dela decorre (hipertensão, diabetes,
colesterol alto etc.). Em 2000, as
estimativas de custos com a obe-
sidade no país foram da ordem de
US$ 117 bilhões e o número de
óbitos/ano, de 300 mil. De acordo
com o Ministério de Saúde Pública
Americano, 61% dos americanos
são obesos (segundo Índices de
Massa Corpórea- IMC). O IMC é
o cálculo utilizado para determinar
se uma pessoa está com o seu peso
ideal, dividindo-se o peso (em kg)
pela altura (em metros e centíme-
tros) ao quadrado.
Os resultados menores do que
19 indicam que a pessoa está abai-
xo do peso; de 20 a 25 representa o
peso ideal; de 26 a 30, sobrepeso;
de 31 a 39, obeso; e acima de 40,
obesidade mórbida.
No entanto, mais do que im-
plementar programas de gerencia-
mento de saúde total nas empresas,
é fundamental ter o controle sobre
as ferramentas para garantir a sua
eficácia. O acompanhamento das
intervenções a cada seis meses, a
avaliação dos processos e a identifi-
cação de possíveis barreiras ajudam
a fazer os ajustes necessários e a
maximizar os investimentos.
Esse acompanhamento é im-
portante para melhorar os negócios
e a produtividade, diminuindo os
gastos com os planos médicos, pois
se há uma boa saúde, há muito mais
produtividade. Muitas empresas
brasileiras já estão bem conscientes
da necessidade de cuidar de perto
da saúde de seus colaboradores,
com programas de vanguarda na
área de promoção de saúde e quali-
dade de vida. Tais empresas só têm
a ganhar pontos nos quesitos pro-
dutividade e retenção de talentos.
* Luciana Galvão Vieira de Souza é ad-
vogada, especialista em Direito Empresarial.
É titular da Galvão e Freitas Advogados (São
Paulo/SP), diretora jurídica do Grupo de Rela-
ções Industriais Sindicais – GRIS, palestrante
e autora de diversos artigos publicados.
51
NOVOS HÁBITOS
 ESPORTES e saúde
M
uay Thai, que
se traduz para o
português como
Boxe Tailandês ou Thai Boxing em
inglês, é o esporte nacional da Tai-
lândia, e uma arte marcial cujas ori-
gens se encontram nas antigas téc-
nicas de luta do Exército Siamês.
Na Tailândia o Muay Thai também
é conhecido como Luta da Liberda-
NOVOS HÁBITOS
de ou Arte dos Livres.
O professor de Muay Thai
da academia Linha de Frente em
Campinas, Otávio Carneiro, expli-
ca que o esporte oferece todos os
benefícios das atividades físicas,
tais como melhora do condicio-
52
Muay Thai
e Jiu Jitsu:
o que são e quais
os benefícios para
a saúde da mente
e do corpo
namento físico, perda
de peso e aumento de
resistência muscular.
“O muay thai é ex-
celente para aju-
dar a manter a
concentração
e a auto-estima,
além de ser um
eficiente meio de defesa pessoal,
visto que se baseia em situações re-
ais de luta”, explica.
O treinamento é hoje muito se-
guro graças a sofisticados proteto-
res para o esporte, que evoluíram
para evitar danos aos lutadores
entre as competições. Mas, segun-
do Carneiro, é preciso ter cuidado
na hora de escolher onde praticar
e saber se há professores qualifica-
dos. “Para evitar lesões é necessário
treinar com todo o equipamento de
proteção (luvas, caneleira, banda-
gem, protetor bucal e protetor de
genitais para os homens e de seios
para as mulheres) e com professo-
res qualificados e reconhecidos por
entidades legais, como federações
e confederações”, explica o profes-
sor.
Além de efetivo fora do ringue,
o Muay Thai foi abraçado entusias-
ticamente por praticantes de grande
variedade de atividades de defesa
pessoal, esportivas, militares e de
imposição da lei. O principio básico
do esporte é trabalhar todo o corpo
de forma eficiente, usando golpes
com os punhos, cotovelos, joelhos
e pés, sempre objetivando finali-
zar a luta. Qualquer pessoa pode
praticar essa modalidade, apenas é
preciso condicionamento físico. “O
Muay Thai pode ser praticado por
pessoas de ambos os sexos, a partir
dos 6 anos de idade, até quando es-
tiverem aptos a praticar exercícios
físicos. Só ha contra-indicações nos
casos em que os médicos especifi-
cam a não pratica do esporte (por
exemplo, alguém que sofreu um
acidente, ou tem problemas sérios
na coluna)”, afirma Carneiro.
Jiu Jitsu
Enquanto o Muay Thai chegou
entre as novidades de esporte, o
Jiu Jitsu, já mais conhecido, ainda
permanece na liderança entre as op-
ções. Traduzido por “a arte suave”,
o Jiu-Jitsu é uma tradução menos
poética, mas possivelmente mais
descritiva, seria “a arte da adapta-
ção flexível”. O Jiu Jitsu requer ha-
bilidade para ceder ou esquivar de
um ataque, oferecer resistência mo-
mentânea para quebrar o equilíbrio
ou o ímpeto do atacante e, assim
controlar, imobilizar ou incapacitar
o oponente. O verdadeiro Jiu Jitsu
consiste em obter o máximo efeito
com o mínimo esforço. Assim, o
bom Jiu Jitsu tem suas bases não
em tamanho e força, mas sim em
equilíbrio, senso de oportunidade,
sutileza e flexibilidade.
O professor da Academia Linha
de Frente e competidor de Jiu Jitsu,
Vinícius Andrade Teixeira, destaca
que na prática do Jiu Jitsu brasilei-
ro diversos são os benefícios para a
saúde. “Autoconfiança, disciplina e
condicionamento físico. O esporte
é também uma boa prática para as
crianças, pois aumenta a confiança,
coordenação, ensina respeito, disci-
plina e interação social”, afirma.
A prática do esporte consiste no
uso de golpes de articulação, como
torções de braço e tornozelo e de
estrangulamentos, para imobilizar
o oponente. Inclui também, que-
das, golpes traumáticos e defesas
pessoais, como saídas de gravata,
esquivas e contragolpes. Outra ca-
racterística marcante que diferencia
o Jiu Jitsu de outras artes são suas
avançadas técnicas de luta de chão,
com a qual é possível finalizar um
adversário por meio de uma que-
da, usando-se torções com ambos
deitados. As características da luta
possibilitam que um lutador, mes-
mo sendo menor que o oponente,
consiga vencer.
Para evitar as lesões na hora de
praticar o Jiu Jitsu é preciso alguns
cuidados básicos.” O alongamento
antes da prática tem se mostrado
muito eficiente na prevenção das
lesões musculares. Além disso,
recomenda-se a realização de um
treinamento consciente e a orienta-
ção de um profissional capacitado
na arte em questão.” alerta o profes-
sor Vinicius Teixeira.
NOVOS HÁBITOS
53
 PARA PENSAR
Qual é o verdadei-
ro papel do Pai na
relação familiar?
A
ligação do filho com a mãe
é algo inegável desde sem-
*Por Roselake Leiros
pre, o que não se deu com a
figura do pai. O papel do pai sofreu
grandes transformações ao longo do
tempo. Em um passado remoto, não
se tinha a idéia de que o pai sequer
fosse responsável pela fecundação,
de maneira que o mesmo não tinha a
consciência do seu vínculo genético
com o filho. Assim, se estabeleceu a
distância entre pai e filho. A desco-
berta de que a gestação era prove-
niente de uma união sexual e, desta
forma, o pai tinha participação na
concepção da criança fez com que a
responsabilidade e a ligação come-
çassem a se estabelecer de maneira
mais forte e emocional.
Houve também, o tempo em
que o patriarca da família era respei-
tado e considerado, mas as famílias
como conhecemos hoje - pai, mãe e
seus filhos, conviviam numa mesma
casa com outros núcleos, ou seja, as
famílias de irmãos ou primos. As
crianças dessas famílias sofriam in-
fluências de muitas figuras, e nem
sempre era o Pai a principal referên-
cia masculina. As mudanças socio-
econômicas foram acontecendo e
aos poucos a família nuclear como
conhecemos hoje se estabelece no
cenário, e a criança passa então a
ter o pai, a mãe e os irmãos como
referências de maior peso.
NOVOS HÁBITOS
Existe uma expectativa cultural a
cerca do papel do pai. Ele deve pro-
ver materialmente, cuidar da educa-
ção e saúde do filho, mas a função
do pai é algo mais profundo, ela diz
mais respeito à formação emocio-
nal e da personalidade da criança.
54 A tendência natural da criança é es-
tar junto com a mãe o tempo todo
e tê-la como objeto de seu controle.
O Pai é aquela figura de autoridade
que deve estimular a criança a sair
deste vínculo simbiótico com a mãe
e ainda ser um exemplo em muitos
aspectos para o filho.
A criança, primeiro vai apren-
der a dividir essa atenção dentro
do ambiente familiar, depois na es-
cola, na sua adolescência, com seu
grupo de trabalho na idade adulta, e
vai destituindo seus amores primi-
tivos por outros. Assim, ela apren-
derá naturalmente a dividir e lidar
com seus desejos, o que propiciará
conviver em sociedade de forma
mais harmônica.
A falta do pai é sempre prejudi-
cial, mas a mãe pode exercer parte
do papel como prover e colocar os
limites necessários. Já a ausência do
pai como modelo, pode trazer uma
série de fantasias e consequências
mais ou menos sérias, dependendo
do convívio da criança com outras
figuras masculinas. Se a criança ti-
ver uma variedade de figuras mas-
culinas para se identificar, o proble-
ma se dilui um pouco. Se não tiver,
se o convívio for apenas com a mãe
ou com figuras femininas, o pro-
blema aumenta na medida em que
não tem modelos para se projetar. A
criança, no entanto, pode ir pegan-
do esses modelos com seus amigos,
com os pais dos amigos, mas não é
a condição mais favorável.
Fala-se muito da importância do
pai para o filho e recrimina-se essa
ausência, mas vale a pena apreciar
os porquês dela. Enquanto a mãe
tem nos nove meses de gestação um
vínculo muito grande com o filho
- tempo de se estabelecer uma pro-
funda sintonia, o pai não tem o mes-
mo privilégio. Muitas vezes a sua
consciência se dá só no nascimento
do bebê... e ainda vai um tempo para
ele se adaptar a essa nova realidade,
e tem de se adaptar a muitas outras
mudanças que ocorrem com a che-
gada do filho.
Para a mulher também é um
grande desafio assumir a maternida-
de e sentir todos os medos naturais
desta fase. Mas a verdade é que ela
tem muita influência no exercício da
paternidade. A mãe madura e segura
emocionalmente irá incluir o pai na
relação com o filho de uma manei-
ra positiva. No entanto, se ela não
é madura e se a sua relação com o
marido não é de qualidade, ela tende
a se unir ao filho como num pacto
e excluir o pai do convívio emo-
cional com a criança. Geralmente
são mulheres que abandonaram os
demais contextos de suas vidas e se
voltam de uma maneira exagerada
para a maternidade passando a ter
um cuidado excessivo e, às vezes,
desnecessário.
A verdade é que mães e pais
precisam se preparar mais emocio-
nalmente para essa sublime tarefa,
podendo assim se auxiliar e receber
esse filho num ambiente de paz e
harmonia, onde nenhum é mais ou
menos, melhor ou pior que o outro.
Filhos merecem pai e mãe inteiros
em si mesmos e convivendo em
harmonia.
*Roselake Leiros é couch de Relacionamentos
e de carreira e diretora da CrerSer Mais –De-
senvolvimento Humano. É palestrante e possui
atendimentos individuais e em grupos, além de
ministrar workshops sobre comportamentos
afetivos. www.crersermais.com.br
 NOVOS HÁBITOS

56
ESPORTES