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Atos I Diálogo entre o Mudo e o Cabisbaixo (Esquete) 1

“DIÁLOGO ENTRE O MUDO E O CABISBAIXO” ESQUETE


TRANSPOSIÇÃO DE UMA CONVERSA DE REDE SOCIAL
UMA OBRA DE GROSSI

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“DIÁLOGO ENTRE O MUDO E O CABISBAIXO”

PERSONAGENS
Esses dois insatisfeitos e sua plateia

ÉPOCA
Primeira parte do século XXI, a Era da Comunicação

LUGAR
Um palco em branco mas agitado!
Se a casa der suporte, usar projeções dos clipes das músicas

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ATO ÚNICO

[B.O. e aos poucos começa uma música agitada. Sugestão: “Digital bitch” (Black Sabbath) Acender as luzes dos
corredores do meio para revelar os dois atores, cada um em uma cadeira com seu computador à frente. Mais
alguns segundos e então eles se levantam olhando agora para seus celulares. O CABISBAIXO fala “alô” e o
MUDO tenta atender mas fica atrapalhado e deixa cair seu aparelho. Os focos esquerdo e direito também são
acesos, um para cada ator. Sugestão: Toca agora um trecho “24 horas por dia” (Ludmilla) e as luzes dos
corredores da frente são acesas, ficando desse jeito até o final da representação. A música para repentinamente
quando os dois começam o diálogo. Eles têm liberdade total para de movimento no palco iluminado!]

MUDO
(se recompondo)
Ui! Isso é bom mesmo. Outra história das coisas in natura... A gente comum
se irrita com essas piruetas geneticamente modificadas que chegam toda hora!

CABISBAIXO
(rindo do Mudo)
Ah é... as doses dos sintéticos são muito altas. Mas as pessoas bem que estão
gostando, gente é gente né, irmão. É remédio para dormir, acordar, ir pro
trabalho, fazer saliência!

MUDO
(apertando a mão do Cabisbaixo)
Aí está uma discussão bem viável... Podíamos usar esse tema, que tal!?

CABISBAIXO
(cara blasé)
Alteradores? Difícil hein, irmão.

CABISBAIXO (cont.)
(divertido)
Eu acho que vou escrever sobre isso só bem mais velho... quando eu não
precisar mais tanto deles. Por enquanto, ainda tenho muita paixão.

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MUDO
(rindo)
Não, ô adepto!

CABISBAIXO
(desconfiado)
Do quê, então?

MUDO
(didático)
Falo ainda dessas paradas geneticamente modificadas, que na maioria das
vezes são maléficas, coisas bem suaves que absorvemos. Mas essa é minha
opinião... e opiniões são questionáveis, muito baseadas em interpretações
ocasionais.

CABISBAIXO
(para a plateia)
Pô... Não tem como não falar de alteradores... Ninguém mais quer beber mais
chazinho não, eu duvido. Vocês vão?? E eu nem comentei de birita!

[Abre o foco central também, o palco fica com os três focos além dos corredores do meio e da frente, dando
ainda mais espaço e sombra para os atores. Sugestão: Tocar um trechinho da música “Vai congelar a perereca”
(Funk) Os atores se descontraem com o publico um pouco.]

MUDO
(rindo)
Não falar com as palavras, mas fazer analogias. Vou pensar em algo.

CABISBAIXO
(faceiro)
Começou com elas... Bom, as de farmácia, claro!

MUDO
(rindo)
De alteradores já temos uma boa porcentagem, já basta. Além do mais, essa
chapação toda faz esquecer da vida. Eu tenho que terminar a peça!

CABISBAIXO
(rindo também)

Isso aí, é com o alterador, não sobre ele.

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MUDO
(mostrando do celular)
Se liga. “Novos cidadãos inventando tudo artificial”, é sobre esse tema que
pensei. Hoje tinha uma reportagem no FB dizendo que em país tal fizeram
um robô que utiliza tecidos vivos e faz uma baita mescla!!!

Por exemplo só, digo!

CABISBAIXO
(para a plateia)
Hum... Deve ser pra cultivar órgãos. Se dá dinheiro, já viu; dinheiro é febre,
amigo. Ninguém mais se importa com os meios.

MUDO
(para a plateia também)
Sei lá, cara, é um robô que tem partes humanas. Vai mais longe ainda, tem
mó galera pilhada em “ficção científica”. Só o ruim desse dinheiro gasto, é
que provavelmente dava para melhorar a vida de um cado de gente que não
tem opção de vida, como os subdesenvolvidos de verdade. Mas não deixam, a
fome e a miséria dos outros precisa ser notícia e chocar as pessoas... de longe.

CABISBAIXO
(digitando no celular)
Passo aqui um linque, vê.

CABISBAIXO (cont.)
É... mas não é culpa da galera da Ciência... são essas grandes corporações
sugadoras de alma que só dão grana para o que está na moda porque vende
mais.

É passageiro... atribuir a marca deles a isso de “positivo”, sabe?

Miséria desde o início dos tempos já existia, geral está acostumado. Quero
ouvir da época das soluções!

MUDO
(animado)
Por essas e outras que não resolvemos os problemas da Humanidade: tem
sempre grana travando um lance. Cara, pensa só: uma revolução de verdade
vai ser quando houver uma nova tomada de consciência sobre como usar
grana, unf.

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MUDO (cont.)
Digo, uma forma de repensar, um sistema de trocas. Ajuda! Enquanto tiver
esses defeitos de caráter, ganâncias, mesquinharias, muiiita coisa vai ficar
parada. Tanto que retrocedemos à beça.

CABISBAIXO
(realista)
Se a empresa não zerar a miséria, não adianta.

CABISBAIXO (cont.)
(caminhando)
Fazem máquinas de tudo, mas no fim só quem pode fazer um ser humano
feliz é outro ser humano, hunnf.

MUDO
(pensativo)
Grana, grana.... Mau uso, porcaria.

Nosso tempo vai ser muito malvisto daqui a pouco, é como uma Idade
Média corrida. Que bola fora! Podemos mais que isso.

O bom de estar uma bosta só é que os bons se sobressaem.

CABISBAIXO
É, primo... Não sei qual vai ser o fim, mas sei que vai haver um e não vai ser
bom; porque começa errado, termina errado.

E aí!? Qual teu lado?

MUDO
Concordo, a contragosto, mas sim.

[Sugestão: Tocar “Déshominisation I” (Alain Goraguer), tema do filme “Planeta selvagem”. Os atores
ficam desconfiados.]

CABISBAIXO
(para a plateia)
Lembra daquele desenho velhão, como era a sociedade no Planeta Selvagem?

O ambiente deles era inclusive muito pior do que o nosso.

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MUDO
(para a plateia também)
Estou ligado. Não existia muita coisa boa, era... só escravidão. Sociedade só
dos Azuis lá. Mas eles eram um grupo coeso porque... seguiam cadenciados.

CABISBAIXO
(caminhando pensativo)
Com certeza, dentro de uns 50 anos vai... ser revisto. Em muito menos, até.
Vão é dar risada da gente. Ou não vai mais existir muito, porque do jeito que
as coisas estão se piorar apodrece de vez. E acaba o ar, as crises de pânico
vencem. É foda!

[A música para.]

CABISBAIXO (cont.)
(enérgico)

Aí eu monto uma resistência.

MUDO
Ufa! Pena. Tanto para recorrer à força. Façamos o nosso. Nossa parte que vai
ficar na História, a parte que boicotou essa vida rasa que pregam. Nosso
legado de tentativas.

MUDO
(rindo meio xoxo)
Pelo menos dos mártires as pessoas lembram.

CABISBAIXO
(decidido)
Se vier esse papo de “ordem” e “organização”... do “Estado” pra tudo e coisa
e tal... Aí fica feio pro lado deles, cidadão!!!

MUDO
(para a plateia)
Guitarras e metracas. Mas eu ainda fico com as boas ações. Na porrada tudo
é mais difícil, todos os lados perdem. Quem já não ouviu um tiro e ficou
assustado?

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CABISBAIXO
(para a plateia também)
Eu sei, eu sei. Aqui onde eu moro é deprimente, uma zona... imagina em
guerra ainda, aí lascou. Se tivesse um radarzinho igual aos jogos dava pra
dividir e identificar bem os setores dos pobres e dos menos pobres.

MUDO
É.... muita chateação.

MUDO (cont.)
(decepcionado)
Quanto pessimismo, e onde caímos... Ainda em obras.

CABISBAIXO
(indicando com a mão)
Tipo aquilo ali. A fachada daquele prédio ficou toda zoada, e as persianas das
janelas... quase todas queimadas e gastas, sabe? Você vê pelos móveis e
interior das casas que aquela família x ou y já não prospera mais como
costumava ser, entendeu? É a vida de quem vive nessas desarmonias.

MUDO
(cabeça baixa)
A ruína às vezes é necessária.

CABISBAIXO
(esperançoso)
Tanto foi! Mas é completamente desnecessária porque essa jogada é mundial.
Entende, ter um partido, algo fixo. Ou manter certas dignidades.

Manter. Aqui... até quem é muito rico se dana...

[Sugestão: Começar aos poucos o tema do programa “Mitadas do Bolsonabo” (Carioca) Os atores
fazem imitações de soldados.]

CABISBAIXO (cont.)
Estamos em fase de teste para alguém ser liderzinho econômico e servir para
algum propósito financeiro. Os ocasionais que acham que estão abafando e
não ligam de se sentir mal todo dia ao ir trabalhar, contanto que tenha
conforto.

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CABISBAIXO (cont.)
Se liga, viu? Pode anuviar a cabeça indefinidamente, mas aí vira aquele
exemplo feio em casa, claro... todo mundo confuso, insensível... Daí, vai...

MUDO
(debochando)
É porque esse país aqui que moramos é subdesenvolvido, ainda. Até hoje
apenas um lugar que falta educação em todas as bases, um país que nunca vai
à frente. Parece que essa galera curte um cabresto, abaixar a cabeça, reclamar
da vida. Eu, hein.

MUDO (cont.)
(cheio de energia)
Eu prefiro ser é íntegro e passar por este planeta dessa forma. E nós, nós
ainda tentamos ajudar, seja musicando, escrevemos alguns textos.

[Termina a música. Os atores relaxam. O Mudo se senta bem perto da plateia. O Cabisbaixo puxa uma
cadeira e senta, o lado do encosto para frente.]

MUDO (cont.)
(para a plateia)
Vamos falar com as pessoas, fazer apresentações... O teatro ajuda!

MUDO (cont.)
Deve ser por isso que tanto sofremos... somos os que tentam.

CABISBAIXO
(apaziguando)
Calma, vamos direcionar isso aí. Eu acho que se a gente souber ficar de bico
calado e firme nas falas imprescindíveis... vamos é ter melhores oportunidades
de soltar o verbo em bons veículos de comunicação, entendeu? Quem fala
demais uma hora perde a razão, ou melhor, tiram sua razão! À força, né.

MUDO
(esperançoso)
Amamos a Humanidade, a noção de se humanizar, devemos pensar num
futuro igualmente, já que queremos persistir! Qual foi!? Quem não quer viver
bem?

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CABISBAIXO
(para a plateia)
Exatamente... Só os princípios justificados que estão errados. Eu sei que
falhamos também aguardando tanto. Mas se dermos mole mais tempo, calam
nossa boca. Qual foi, ninguém quer isso, né meus camaradas?

MUDO
(para a plateia também)
Com clareza absoluta, eu vejo nas caras deles! Por isso temos as redes sociais,
ali dá pra expor, caguetar. Não é só falar da vida dos outros, ficar de butuca!
Em grandes mídias, poderíamos mexer com essas cabeças ociosas,
principalmente os jovens, os que estão começando a se coçar.

CABISBAIXO
(jogando a cadeira para o lado)
Mas as grandes mídias são apenas ditames, pronunciamentos. Talvez, de
coração, se formos pela cartilha e nunca mijarmos fora do pinico.... nossa
chance, nossa voz pra falar, se formos corretos, aí sim vai ficar mais fácil.

CABISBAIXO (cont.)
Já penso... até então neutros, num programa desse e do nada mandamos na
lata... Aí sim... Vão querer matar a gente e tudo.

MUDO
(se levantando com dificuldade)
Não é impossível. Morre muita gente por causa de ideias. Mas fazer o quê? É
um risco. Mas é um risco também definhar em casa fingindo ser o que não
sou ou esperando qualquer morte lenta.

Mas eu sei que é perigoso falar. Penso nisso também, mais ainda quando me
falou aquilo de cuidar da integridade física... Ficou na minha cabeça!

CABISBAIXO
(se exibindo)
Mas eu sou mais brabo que a maioria deles, compadre!

MUDO
(rindo)
Eu sei que é, irmão. Confio!

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CABISBAIXO
(refeito)
Não tanto... mas a gente sempre precisa ter consciência de que precisamos
nos defender.

MUDO
(para a plateia)
Justo. Ainda que nossos instintos nos sejam aliados, é interessante utilizar de
forma... medida!

CABISBAIXO
(para a plateia também)
Na real, eu me defendo desde moleque, e só não me ferrei algumas vezes
porque fui safo na prática. Mas não tinha que ser assim, a gente aqui sabe.

CABISBAIXO (cont.)
(meio confuso)
É que também estou pensando nisso agora... Nunca tinha parado para pensar
analisando por essa ótica...

MUDO
Quê? Temos que pensar no futuro, já que queremos persistir.

CABISBAIXO
Sensato, não é...!?

MUDO
(zoando)
Eu lá sou trouxa!?

CABISBAIXO
(rindo)
Pode crer... A gente que nunca esqueça de quem lutou pra estarmos aqui
nesse momento. Existem várias formas de luta.

MUDO
(para a plateia)
É, eu sei. Eu luto até por minha coragem!

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CABISBAIXO
(para a plateia também)
Se agora eu e você podemos falar tranquilamente aqui nesse palco, é por causa
dessas pessoas também, de alguma forma. É por causa de todos nós nesse
momento!

Digo, em aceitação, sabe? Mas tudo isso pode acabar se formos governados
pelo medo.

MUDO
Ah sim. Cara, tem muita gente boa por aí, só que desperdiçada. Medo é ruim
de lidar, tem gente que peida!

[Sugestão: Entra o som de “Cilada” (Molejo) Eles se descontraem. Toca um trecho apenas e o Mudo
faz sinal para a mesa de som desligar a música.]

CABISBAIXO
(para a plateia)
Valeu! E fácil! É aquilo, se o Brasil fosse tradicionalmente só de samba, ia
babar... Sabe fazer sambar?

MUDO
(surpreso)
Eu? Tá de sacanagem.

MUDO (cont.)
(confuso)
Mas não entendi o que quis dizer!

CABISBAIXO
(caçoando)
São exemplos, porra. Você vai dançar só porque te dizem para fazer?
Qualquer estilo? Quer o samba dos outros? Eles foram pioneiros, nós somos
a consequência. Eles eram só grupinho e pandeiro, a gente é uma banda que
se tornou banda “Mundo”.

CABISBAIXO (cont.)
Mundo. Eu nem pagode sei....

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MUDO
(para a plateia)
Só rindo! Nem dançar, nem chutar, nem correr em círculo.

CABISBAIXO
Pois é.... Nem eu. Chega de imposições, amigo. Mas enfim!
Aí, faz aquela imitação, estilo político. Sem rir!

MUDO
(para a plateia)
Espera, é assim, vou fazer os trejeitos: “Cidadão, você! A memória é uma das armas de
um povo. Se os gregos e romanos, por exemplo, tivessem deixado virar pó os escritos
dos filósofos, dos matemáticos ou políticos daquela época, seria possível que a gente
do século XXI ainda estivesse em tribos esparsas. Ou não, depende, evidentemente.
São correlações. Mas a memória é o povo, em uma magnificência.

MUDO (cont.)
(para a plateia)
Sabemos enxergar como se estraga uma educação com muito pouco. Veja quantas
crianças são mal-educadas, sem uma família no sentido da passagem de valores.
Porque vemos nem pais nem mães esculpidos por zelos; pouco recebem algo dos
antecessores... Tememos por uma reação em cadeia, tememos um montão de
personalidades partidas.
Nas mãos, a oportunidade de abrir cabeças. Mas e...se!?”

CABISBAIXO
(se divertindo)
Boa! E se bobear?

CABISBAIXO (cont.)
(rindo)
Atualmente, temos gerações, muita subdivisão. Fica mais fácil de influenciar.

MUDO
É, e gerações rápidas à vera, a mesma velocidade da internet!

Isso é relevante.... Eu mesmo já sou passado e me ridicularizo por tanta


falação.

CABISBAIXO
Muito importante. Que mais posso dizer?

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MUDO
(para a plateia)
Essa porcaria de tudo ser rápido e digerível, reciclado e ultrapassado... é dose.
Acha não? Não ficam de cabelos em pé...? Num dia notícia, no outro, teu
reflexo virtual simplesmente esquecido! Chato.

CABISBAIXO
(para a plateia também)
É, gerações, crianças, novas oportunidades. Eu queria ver mais a criançada
cantando, sabe... Muitas crianças. Acho que cantam direitinho!

MUDO
Quem dera. A inocência delas mostra como o resto do mundo ficou ruim.

CABISBAIXO
Crianças são como oportunidades. Por isso... quando algo sai de um lugar e
dá espaço a outro; quanto mais rápidos e descartáveis forem os noticiários...
mais tempo os deturpadores vão precisar para lascar a pureza das crianças.

[Sugestão: A plateia ouvir “Confisco” (Charlie Brown Jr) A música iria até o final da esquete.]

CABISBAIXO (cont.)
(para a plateia)
Se os deturpadores forem logo a notícia da falência... Fora disso, as coisas
correm naturalmente. É poxa!

MUDO
(para a plateia também)
É. Os deturpadores, controladores de massas, esses devem ser nossos
inimigos; se os atingidos ficarem se acusando, aí fica difícil. Se liguem!!
Essa é uma discussão que a gente comum tinha que se habituar. Precisamos
tanto da pureza!

CABISBAIXO
(brincando)
Entendi, entendi... Dá pra falar em 30 minutos, até uma entrevista resolve.

MUDO
(também descontraído)
Não é!? Vou salvar essa conversa. Quem dera se não é reaproveitada!

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CABISBAIXO
(rindo, braço no obro do Mudo)
Mais um ponto pras redes da sociedade.

Boa ideia!

[Os atores jogam os celulares para a plateia. Depois B.O. enquanto ainda toca a música.]

FIM

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