Você está na página 1de 2

AVALIAÇÃO-PRÉ ANESTÉSICA

 O parecer do anestesiologista é descrito com detalhes no prontuário do paciente e deve concluir com as opções
anestésicas e os ricos e benefícios associados;
1. Anamnese - O anestesiologista deve:
- Revisar sinais e sintomas da enfermidade atual, os exames complementares realizados, o diagnóstico provável,
o tratamento inicial e as reações ao tratamento
- Os sinais vitais devem ser verificados e o balanço hídrico estimado
- Abordagem sistemática de “sistema de órgãos”
- Os medicamentos prescritos para tratar as enfermidades atuais ou coexistentes, suas doses e esquemas de
administração
- Alergias: antibióticos (sulfonamidas, penicilinas, cefalosporinas), óleo de soja e gema de ovo (evitar usar
propofol)
- Alergias a frutos do mar não foi ligado a alergia a contraste iodado intravenoso
- Tabagismo: abstinência do consumo de cigarros durante 6 a 8 semanas antes da cirurgia pode reduzir
hiperatividade das vias respiratórias
- Álcool: A intoxicação alcoólica reduz as demandas de anestésicos enquanto a abstinência aumenta. Suspender
por um dia
- A utilização rotineira de opióides e benzodiazepínicos pode aumentar as doses necessárias para induzir e
manter a anestesia ou propiciar a analgesia.
- REVISÃO DE SISTEMAS: Relato de infecções recentes das vias respiratórias superiores, asma, DAC pré-existente,
diabetes, hipertensão arterial, hérnia hiatal associada a refluxo esofágico e probabilidade de gravidez (DUM)

2. Exame físico
- Sinais vitais: altura e peso, PA, pulso em repouso (ritmo, perfusão e frequência), incursões respiratórias
(frequência, profundidade e padrão em repouso)
- Cabeça e pescoço: avaliar abertura máxima da boca (<4cm IOT difícil), medir a distância tireomentoal (<6 cm
IOT difícil), documentar dentes frouxos ou lascados, verificar amplitude de movimento da coluna vertebral
cervical, documentar se há desvio traqueal e massas no pescoço.
- Precórdio: Ausculta cardíaca
- Pulmões: Ausculta
- Abdome
- MMSS e MMII
- Dorso
- Exame neurológico: Documentar estado mental, função dos nervos cranianos, cognição e a função
sensorimotora periférica

3. Exames laboratoriais
- Hematológicos: nível recente de hemoglobina (Hb <6 g/dl contraindicado), função das plaquetas (perguntando-
se ao paciente; um achado positivo justifica investigação laboratorial), coagulograma (só é solicitado com
indicação clínica como: uso de AAS ou anticoagulante)
- Bioquímica sérica: hipopotassemia (frequente em uso de diuréticos; a correção rápida do potássio intravenoso
pode provocar arritmias e parada cardíaca, sendo razoável adiar a cirurgia), hiperpotassemia (frequente em
doença renal terminal; tratamento justificado se > 6mEq/L)
- ECG: Se o paciente apresentar fator de risco para DAC ou homens com mais de 45 anos e mulheres com mais
de 55
- Rx de tórax
- Provas de função pulmonar

4. Relacionamento anestesista-paciente
- Devem ser prestadas informações acerca: período de dieta zero, tempo estimado da cirurgia, medicamentos
que serão mantidos no dia da cirurgia, necessidade de pré-medicação, necessidade de doação autóloga de
sangue, manejo da terapia com AAS ou AINE (celecoxib não precisa ser interrompido), procedimentos que
ocorrerão no dia da cirurgia antes do início da cirurgia, planos para a recuperação pós-operatória e planos para
o controle da dor após a cirurgia

5. Observações do anestesiologista na visita pré-operatória:


- Declaração concisa e legível da data e da hora da anamnese e o procedimento planejado
- Achados positivos e negativos relevantes na anamnese, no exame físico e nos exames laboratoriais, com lista
de alergias e medicamentos importantes
- Lista de problemas
- Impressão geral da complexidade das condições clinicas do paciente com atribuição ASA
Classe 1: saudável (sem anormalidades fisiológicas, físicas ou psicológicas)
Classe 2: com doença sistêmica leve sem limitação das atividades cotidianas
Classe 3: com doença sistêmica grave com limitação das atividades cotidianas, mas não incapacitante
Classe 4: doença sistêmica incapacitante que é ameaça constante a vida
Classe 5: moribundo, que não sobreviverá 24h com ou sem cirurgia
Classe 6: morte cerebral cujos órgãos estão sendo removidos para fins de doação
- Plano de anestesia: avaliação da necessidade de pré-medicação, avaliação da necessidade de monitorização
invasiva, revisão das opções anestésicas e plano para controle pós-operatório da dor

6. Pré-medicação:
- HAS: se persistir apesar do tratamento ou se os níveis de PAD forem superiores a 115mmHg a cirurgia deve ser
adiada
- DAC ou risco de DAC podem se beneficiar com uso de betabloqueadores, diminuindo o risco de isquemia
miocárdica perioperatória. Se paciente apresentar FC superior a 60 e PAS superior a 110, metoprolol pode ser
administrado antes da indução da anestesia
- Asma: pré tratamento com albuterol (salbutamol) reduz a incidência de sibilos e broncoespasmo durante as
intervenções cirúrgica
- DM: a glicemia deve ser medida antes da cirurgia e o tratamento com infusão de insulina ou insulina deve ser
iniciado se for necessário.
- Aspiração pulmonar: antagonistas da histamina (cimetidina e ranitidina), inibidores da bomba de prótons
(omeprazol), antiácidos não-particulados e metoclopramida são fármacos que reduzem o volume do ácido
gástrico, sem evidencias conclusivas que reduzam a frequência de aspiração pulmonar.
- Os BZD são efetivos para tratamento da ansiedade: midazolam proporciona excelente amnesia e sedação e o
lorazepam provoca uma amnesia mais prolongada e sedação pós-operatória
- Opióides só são prescritos em caso de muita dor
- Os agentes antieméticos podem ser administrados antes da indução da anestesia ou durante a intervenção
cirúrgica para evitar náuseas e vômitos pós-operatório

7. Adiamento de cirurgias:
- Ocorrência de infarto agudo do miocárdio nos 6 meses anteriores
- Ritmo cardíaco instável recente
- Coagulopatia
- Hipóxia
- Incertezas de cunho administrativo

Medicações MANTER: anti-hipertensivos, antianginosos, antiarrítmicos, hipolipemiantes, anticonvulsivantes,


broncodilatadores, antidepressivos, serotoninérgicos, doenças da tireóide e antipsiquiátricos.
Medicações SUSPENDER: glibenclamida, clorpropamida, insulina NPH, AAS, HBPM, Heparina cálcica ou sódica,
ticlopidina, antidepressivo tricíclico, IMAO, inibidores do apetite, formulas emagrecedoras, IECA, varfarina, alho,
ginkgo biloba, ginseng, erva de são João.

Você também pode gostar