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II – DOS FATOS:
Decretos Objeto
Decreto nº 22.682, de 20 de março de Cria a Estação Ecológica Umirizal, no
2018. Município de Porto Velho.
Decreto nº 22.683, de 20 de março de Cria a Reserva de Fauna Pau D‟Óleo, no
2018. Município de São Francisco do Guaporé.
Decreto nº 22.684, de 20 de março de Cria o Parque Estadual Abaitará, no
2018. Município de Pimenta Bueno.
Decreto nº 22.685, de 20 de março de Cria a Reserva de Desenvolvimento
2018. Sustentável Rio Machado, no Município de
Porto Velho.
Decreto nº 22.686, de 20 de março de Cria a Reserva de Desenvolvimento
2018 Sustentável Limoeiro, no Município de São
Francisco do Guaporé.
Decreto nº 22.687, de 20 de março de Cria a Reserva de Desenvolvimento
2018. Sustentável Serra Grande, no Município de
Costa Marques.
Decreto nº 22.688, de 20 de março de Cria o Parque Estadual Ilha das Flores, no
2018. Município de Alta Floresta D‟ Oeste.
Decreto nº 22.689, de 20 de março de Cria a Reserva de Desenvolvimento
2018. Sustentável Bom Jardim, no Município de
Porto Velho.
Decreto nº 22.690, de 20 de março de Cria a Estação Ecológica Soldado da
2018. Borracha, nos Municípios de Porto Velho e
Cujubim.
Decretos Objeto
Dispõe sobre a Área de Proteção Ambiental
Decreto nº 22.680, de 20 de março de do Rio Pardo, criada pela Lei Complementar
2018. Estadual nº 581, de 30 de junho de 2010, e
dá outras providências.
Dispõe sobre a Floresta Estadual do Rio
Decreto nº 22.681, de 20 de março de Pardo, criada pela Lei Complementar
2018. Estadual nº 581, de 30 de junho de 2010, e
dá outras providências.
Por outro lado, no que diz respeito especificamente aos decretos que
regulamentaram a APA do Rio Pardo e a FES do Rio Pardo, é relevante
esclarecer que, ao editar tais atos normativos, o Chefe do Poder Executivo tão
somente cumpriu sentença da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Porto
Velho (DOC. 15), proferida nos autos do processo nº 0017310-42.2014.8.22.0001,
que condenou o ESTADO DE RONDÔNIA a definir os limites territoriais, o perfil
dos ocupantes e as atividades econômicas permitidas nas citadas unidades, nos
seguintes termos:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao
Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações.
§ 1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(...)
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que
comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção.
[...]
Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.
(...)
§ 6º. A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação
dos seus limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por
instrumento normativo do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde
que obedecidos os procedimentos de consulta estabelecidos no § 2º deste artigo.
§ 7º. A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação
só pode ser feita mediante lei específica.
(...)
É que, da análise dos artigos 219, inciso II, e 221, inciso III, todos da
Constituição do Estado de Rondônia, o que se depreende é que a intenção do
legislador constituinte foi conferir o máximo de proteção aos espaços territoriais
especialmente protegidos, facilitando a sua criação e dificultando a sua redução ou
extinção, haja vista a necessidade de observância do direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
Esse é um fato extremante grave e que, com todo respeito ao Poder Legislativo
deste Estado, não pode ser tratado como mera questão política e com o objetivo de
agradar um grupo ou grupos de pessoas em detrimento do meio ambiente, da
proteção das Unidades de Conservação e da legislação disciplinadora do assunto.
O Poder Legislativo local tendenciou ao editar os Decretos, objetos desta ação, com
um propósito nobre, mas, apesar de toda nobreza e altruísmo pretendido, o meio
ambiente e os interesses difusos e coletivos não podem sofrer as consequências da
política realizada.
Ao discorrer sobre o tema, Antônio Herman Benjamin anota que “os controles
legislativos e mecanismos de salvaguarda dos direitos humanos e do patrimônio
natural das gerações futuras observem (…) o 'caminhar somente para a frente'”.
1
MILARÉ, Édis. Direito do Meio Ambiente. 8ª Ed, revista, atualizada e reformulada – São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2013. p. 257-258.
Art. 8º. Ao Estado compete exercer, em seu território, todos os poderes que,
implícita ou explicitamente, não lhe sejam vedados pela Constituição Federal,
especialmente:
(...)
XV - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas;
XVI - preservar as florestas, a fauna, a flora e a bacia hidrográfica da região;
(...)
(...)
(...)
(...)
“1. Defina os limites territoriais entre a APA e a FES Rio Pardo, inclusive em
relação aos módulos internos da área a serem distribuídos;
Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.
§ 1º. (VETADO)
§ 5º. (...)
(...)
“No tocante à consulta pública, a defesa bem disse que se revela o objetivo maior
não a concordância com o possível ato de preservação ambiental, mas a
definição das áreas a serem preservadas. É o que se depreende do § 2º do
artigo 22 da Lei nº 9.985/2000, não bastasse a ordem natural das coisas, a
certeza sobre a indisponibilidade da questão pela população local (...)
O decreto que se seguiu – nº 4.340/2002 – não discrepou dessa diretriz. O artigo
5º dele constante dispôs que a consulta para a criação de unidade de
conservação tem a finalidade de subsidiar a definição da localização, da
dimensão e dos limites mais adequados para a unidade, consistindo em reuniões
públicas ou, a critério do órgão ambiental competente, em outras formas de oitiva
da população local e de outras partes interessadas. De qualquer modo, assente-
se, a mais não poder, que não se está a lidar com algo que possa ser
definido mediante autonomia da manifestação de vontade do cidadão. A
conclusão sobre a necessidade, ou não, de criar-se a reserva da área, tal como
prevista no inciso III do § 1º do artigo 225 da Constituição Federal, se de um lado,
ante a observável seriedade de propósito, baseia-se em levantamentos técnicos,
de outro, é incumbência do poder público e este age a partir do interesse geral, e
não individual”.
IV – DA TUTELA CAUTELAR:
Além disso, não se pode ignorar que, a cada dia que passa, mais pessoas
chegam a Rondônia com o intuito de obter terras no interior de unidades de
conservação, acreditando que, de algum modo, o Estado promoverá a
regularização fundiária das parcelas de terras ocupadas.