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Artigo

OCORRÊNCIAS DE ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA NO ESTADO DA BAHIA – BRASIL


NO PERÍODO DE 2007 A 2014
Gisele Gomes Santos de Souza*1& Elúzio José Lima Cerqueira2.
1
Graduanda do Curso de Farmácia da Faculdade de Tecnologia e Ciências, Salvador,Bahia
2
Universidade Federal da Bahia, Instituto de Farmácia. Salvador, Bahia

*E-mail: gisele_gss@hotmail.com

Abstract. The schistosomiasis is still considered a worldwide problem, and in Brazil the species
responsible for the infection is the Schistosoma mansoni, which is present in 70 million individuals
worldwide. The goals of this study was to evaluate the prevalence of schistosomiasis in the state of Bahia.
Material and Method: Was collected the cases registered of infections caused by Schistosoma mansoni in
the state of Bahia, all this through of the tabulated data from the Notifiable Diseases Information System -
SINAN during the period 2007 to 2014. It was observed that there were 27,754 cases people infected with
the largest number of the male cases (56,38%) were also presented in the brown race with the highest
percentage (60,01%). Regarding the disease progression, there was a predominance of cases considered
ignored (57,22%), however the age with the highest prevalence in the population 20 to 39 years (41,76%)
while the most affected area of residence was the urban area with 60,33% of cases. Over the years there
has been a significant reduction in the number of people infected by Schistosoma mansoni in the state of
Bahia.

Keywords: Parasitosis. Schistosomiasis. Schistosoma mansoni.

Resumo. A esquistossomose ainda é considerada um problema mundial, e no Brasil a espécie responsável


pela infecção é o Schistosoma mansoni, presente em 70 milhões de indivíduos em todo o mundo. O
objetivo desse estudo foi avaliar as ocorrências de esquistossomose mansônica no estado na Bahia. Foram
coletados os casos registrados de infecções causadas pelo Schistosoma mansoni no estado da Bahia
através dos dados tabulados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN durante o
período de 2007 a 2014. Observou-se que houve 27.754 casos pessoas infectadas, com o maior número de
casos do sexo masculino (56,38%), sendo a raça predominantemente parda (60,01%), e a respeito da
progressão da doença, a maioria teve a evolução considerada ignorada (57,22%), já a faixa etária com o
maior percentual foi entre a população de 20 a 39 anos (41,76%) e a zona de residência mais afetada foi a
zona urbana com 60,33% dos casos. Conclusão: Com o passar dos anos, houve uma redução significativa
do número de infectados pelo Schistosoma mansoni no estado da Bahia.

Palavras-chave: Parasitose. Esquistossomose. Schistosoma mansoni.

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1 INTRODUÇÃO

As parasitoses são infecções ocasionadas por parasitas, que se alojam no trato digestivo dos
animais, como nos seres humanos, podendo ser causadas, por exemplo, através de espécies
como o Schistosoma mansoni. Apesar de ser mais comum existirem publicações de casos de
parasitoses nos dias de hoje, esses tipos de infecções não são um problema da atualidade, pois
vários artigos com estudos paleoparasitológicos, ou seja, com estudos de parasitos em material
arqueológicos ou paleontológicos, mostram que na antiguidade, já haviam indícios de casos
infecciosos com a presença de parasitos, como o Schistosoma sp., em múmias no país do Egito
no ano 3200 A.C. e também em múmias chinesas há mais de dois mil anos (GONÇALVES,
2002). Porém essas infecções não ocorreram somente no Egito, mas estavam presentes também
em diversos países do mundo.
A esquistossomose é a infecção causada pelo helminto do gênero Schistosoma.
Acredita-se que no Brasil a esquistossomose mansônica foi trazida juntamente com os escravos
africanos pela Colônia Portuguesa, porém há referências da doença anos antes a essa época
(KATZ; ALMEIDA, 2003).
Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (2013), no mundo há cerca de
200 milhões de pessoas com esquistossomose, sendo que a espécie presente no Brasil é a
Schistosoma mansoni que equivale a 70 milhões de infectados mundialmente.
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, nos anos
de 2007 a 2014, o maior número de casos da doença no Brasil foi no estado de Minas Gerais
com 60.363 casos, com a cura de 38.989 pacientes e com 109 óbitos devido à infecção. Segundo
a Secretaria de Vigilância em Saúde (2005), existem no total 19 Unidades Federadas do Brasil
que são consideradas áreas atingidas pela esquistossomose, sendo apontados como endêmicos
os estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais (com predomínio na região norte e nordeste do
estado), Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte (faixa litorânea), Sergipe e Espírito Santo.
E havendo alguns focos da doença nos estados do Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio de Janeiro,
São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e no Distrito Federal.
Historicamente em 1953, ou seja, 45 anos após a primeira publicação sobre o
Schistosoma mansoni no Brasil, o governo federal realizou a Campanha contra a
esquistossomose, sendo o primeiro passo para a redução dos números de casos da doença no
país. Em seguida, no ano de 1956 foi criado o Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu),
que criou o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) no Ministério da Saúde. E
em 1975 foi implementado o Programa Especial de Controle da Esquistossomose (PECE) que
após cinco anos, foi chamado somente de Programa de Controle da Esquistossomose (PCE),
sendo que em 1990, a PCE ficou sob a responsabilidade da Fundação Nacional de Saúde

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(FUNASA). E a partir de 1999 e 2000 houve a implementação da descentralização das ações de


vigilância e controle de doenças da FUNASA, para os estados e municípios brasileiros (SILVA
et al., 2012).
Para o diagnóstico da esquistossomose, a Organização Mundial de Saúde recomenda o
método de Kato-Katz, pois é o exame coproparasitológico mais sensível, fácil e rápido para a
detecção desse parasito, sendo utilizado por países dos continentes americanos, África e Ásia
(KATZ; ALMEIDA, 2003).
De acordo com a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais do ano de 2008,
atualmente existem dois tipos de medicamentos para o tratamento da esquistossomose, o
Praziquantel, medicamento de primeira escolha devido seu amplo espectro e o Oxamniquine,
medicamento de segunda escolha, representando um importante recurso para pediatria, pois o
Praziquantel não apresenta forma farmacêutica adequada para o uso em crianças.
Dessa forma, a pesquisa tem como objetivo avaliar as ocorrências de infecções pelo
Schistosoma mansoni no Estado da Bahia no período de 2007 a 2014, com a intenção de
demonstrar a evolução dos casos de infecção no decorrer dos sete anos pesquisados,
evidenciando assim potenciais progressões ou regressões da doença na população estudada.

2 MATERIAL & MÉTODOS

Esse trabalho tratou de um estudo de corte transversal descritivo, quantitativo e


retrospectivo de casos de esquistossomose mansônica notificados pelo SINAN – Sistema de
Informação de Agravos de Notificação no estado da Bahia, no período de 2007 a 2014. As
variáveis analisadas para efeito comparativo foram idade, gênero, raça e área residencial. Os
dados foram coletados e organizados em forma de tabelas e os valores foram apresentados em
forma de percentual, utilizando o programa Microsoft Office Excel versão 2007.

3 RESULTADOS

Entre os anos de 2007 a 2014, foram identificados 27.754 casos de esquistossomose


mansônica no estado da Bahia, com predominância do sexo masculino (Tabela 1), com 15.647
casos (56,38%), e o sexo feminino com 12.095 infectadas, que equivale a 43,58% dos casos.
Vale ressaltar que 12, de todos os casos não foram definidos durante a notificação, sendo
considerados como “Ignorados”, com 0,04% desse total.
A maioria da população infectada e notificada através do SINAN durante esses sete
anos, foi da raça parda com 16.656 casos, equivalente a 60,01% de todas as raças identificadas
na pesquisa. Em segundo lugar ficaram as raças consideradas ignoradas, com 3.932 casos

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(14,17%), em seguida da raça preta com 3.847 casos (13,86%), posteriormente pela raça branca
com 2.770 infectados (9,98%). A raça considerada amarela ficou com 389 casos (1,40%) e por
último a raça indígena com 160 casos (0,58%), como mostra a tabela 2.
De todos os casos notificados durante o período estudado, a maioria dos infectados
foram os que tiveram o quadro de evolução ignorado, com 15.881 casos (57,22%), porém houve
11.749 casos de pessoas curados da infecção (42,33%). E também houve situações de pessoas
não curadas, correspondendo a 107 casos (0,39%), somente 11 dos 27.754 casos, evoluíram
para óbitos devido a infecção da esquistossomose mansônica (0,04%) e 6 casos por óbitos
devido a outras causas, sendo esse percentual em torno de 0,02% (Tabela 3).
A análise da distribuição de casos positivos pela faixa etária demonstra predominância
de infectados com as idades entre 20 a 39 anos com 11.589 casos (41,76%), seguida das idades
entre 40 a 59 anos com 5.882 casos (21,19%). A faixa etária de 15 a 19 anos ficou em terceiro
lugar com 3.176 casos (11,44%), em quarto com 3.107 casos ficaram as idades entre 10 a 14
anos com 11,20%, já entre 5 a 9 anos houve um total de 1.434 casos (5,17%), em seguida a
faixa etária entre 60 a 64 anos com 736 casos, equivalendo a 2,65% de total a população do
período estudado. Idades entre 65 a 69 anos ficaram com 572 casos (2,06%) e a de 70 a 79 anos
houve 554 casos (2%). A menor faixa etária, ou seja, com crianças menores de 1 ano, ficou em
nono lugar, havendo 258 casos de infectados que equivale a 0,93% de toda a população
pesquisada, seguido da faixa etária de 1 a 4 anos com 244 casos (0,88%). A maior faixa etária
pesquisada, com pessoas de 80 anos ou mais, ficou com 0,71% de todos os casos estando em
décimo primeiro lugar com 196 casos de infectados, havendo apenas 4 casos (0,01%) ditos
ignorados (Tabela 4).
De todos os casos notificados, mais da metade dos infectados era da zona urbana com
16.745 casos (60,33%), em seguida da zona rural com 9.199 dos casos (33,14%),
posteriormente pela zona periurbana com 552 casos (1,99%), havendo também 1.258 casos
ignorados com 4,53% do total pesquisado (Tabela 5).
Já ao correlacionar a variável da faixa etária com as evoluções, em relação à cura da
faixa etária mais afetada (20 a 39 anos), observou-se que no ano de 2007 houve 3.805 casos de
cura (42,75%), em 2008 ocorreu uma redução do número de casos para 352 infectados
(35,85%), em 2009 os valores continuaram a reduzir para 186 casos (53,30%), e em 2010 houve
também redução da mesma, com 98 casos (37,26%), em 2011 os casos de cura foram 121
(42,61%) e em 2012 foram 106 casos (42,23%), já em 2013, houve uma redução para 96 casos
(39,67%) e no ano de 2014 com 127 casos (40,06%) de cura da faixa etária de 20 a 39 anos
(Tabela 6).

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Na somatória total dos valores, identificou-se que o sexo que houve um maior número
de curas foi do sexo masculino com 6.783 casos (57,73%), porém ao comparar com o sexo
feminino, o sexo masculino teve uma prevalência maior de casos de infectados não curados,
com o total de 55 homens (51,40%). Também foi o gênero em que houve maior percentual de
óbitos por esquistossomose, com 8 casos (72,73%) e óbitos por outras causas, com 4 casos
equivalente a 66,67% (Tabela 7).
No total, a raça parda foi a que mais teve casos de cura com 7.419 casos (63,15%) e
também foi a raça que ao ser comparada com as outras, teve o maior índice de não cura com 67
casos (62,62%), também sendo o maior número de óbitos por esquistossomose com 7 casos
(63,64%), assim como foi a que obteve o maior percentual de óbitos por outras causas com 4
casos com 66,67% (Tabela 8).
A região urbana foi a zona em que mais houve cura com 6.863 casos (58,41%), porém
na zona rural foi a que houve maior casos de não cura, equivalendo a 61 casos (57,01%). O
maior número total de óbitos por esquistossomose foi da região urbana com 8 casos (72,73%) e
também a de óbitos por outras causas com 5 casos (83,33%) (Tabela 9).
A tabela 10 mostra que a faixa etária com maior percentual de cura foi a de 20 a 39 anos
com 4.904 casos (41,74%), sendo essa mesma faixa etária correspondente ao maior número de
casos não curados com o total de 42 casos (39,25%). Já em relação ao número total de óbitos
por esquistossomose, o maior percentual ficou com a faixa etária de 40 a 59 anos com 4 casos
(36,36%). E o maior número de óbitos por outras causas, também foi da faixa etária de 40 a 59
anos, com 4 casos equivalente a 66,67% de todos os casos.
Entre os anos de 2007 e 2014, foram confirmados 125.153 casos de esquistossomose
mansônica no Brasil, sendo que nesse mesmo período no Nordeste, houve 41.499 casos da
doença, equivalendo 33,16% de todos os casos de infecção provocadas pelo Schistossoma
mansoni no Brasil. Já o estado da Bahia corresponde a 22,18% dos casos em todo o Brasil e
66,88% dos casos em todo o Nordeste, ficando assim em primeiro lugar da região nordeste com
maior índice de casos notificados da infecção durante os anos de 2007 a 2014.

4 DISCUSSÃO

Foi observado que durante os sete anos pesquisados, a predominância dos casos foi do
sexo masculino (56,38%), provavelmente haja uma correlação com o fato de que os indivíduos
desse sexo tenham um menor cuidado com a saúde em questão de prevenção e tratamento
quando comparados com o sexo feminino que corresponde a 43,58% dos casos (GOMES;
NASCIMENTO; ARAÚJO, 2007). Dessa forma, nota-se que os níveis de não cura do sexo

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masculino também são um pouco superiores ao sexo feminino, assim como o percentual de
óbito pela infecção (72,73%) e óbito por outras causas (66,67%). O percentual de cura do sexo
masculino (57,73%) também é superior em relação ao feminino, porém isso pode estar
relacionado ao grande número de casos infectados do sexo masculino, havendo assim uma
proporção significativamente alta.
Apesar de não existirem muitos estudos voltados com os aspectos cor/raça e a
esquistossomose na literatura, alguns estudos mostram que indivíduos da cor preta e parda são
mais afetados pela doença. Esse fator pode estar relacionado com as condições socioeconômicas
do indivíduo, pois é observado que a maioria da população negra e parda vive em piores
condições socioeconômicas em comparação com as outras raças. Podendo assim, justificar esses
valores, com publicações em que afirmam a associação do baixo nível socioeconômico com o
risco de se adquirir doenças. Assim, seria de se esperar que, entre a raça negra e parda, a
infecção esquistossomótica fosse mais frequente (TAVARES NETO, 1987).
Os índices de cura foram relativamente altos em comparação com o percentual
de óbitos e não cura, apesar desses valores não serem totalmente conclusivos devido ao
percentual de dados ignorados ser equivalente a 57,22% de todos os casos confirmados durante
os anos de 2007 a 2014. Devido a esse resultado, fica evidente que mais da metade das variáveis
de evolução foram determinadas como casos ignorados, isso provavelmente tenha ocorrido
devido a um não acompanhamento após o diagnóstico, ou pelo fato dos pacientes não darem um
retorno para a unidade atendida, como por exemplo, não informando se houve a adesão do
tratamento ou simplesmente pelos familiares não relatarem se o paciente foi a óbito. Ou seja, há
diversas justificativas possíveis que tenham ocasionado esse alto percentual de casos ignorados.
A faixa etária predominante na pesquisa corrobora os resultados da pesquisa da
cidade de Mogi Guaçu em São Paulo, entre os anos de 2006 a 2013 (CAMARGO;
BOAVENTURA, 2011). Esses resultados confirmam a publicação de Cardim (2011), em que
relata que a prevalência dos casos é acometida a população economicamente ativa.
De acordo com a RENAME, em 2008 foi o ano em que o medicamento
Oxamniquine solução foi incluso no Sistema Único de Saúde (SUS) sendo esse o único
medicamento com a forma farmacêutica líquida para a cura da esquistossomose mansônica,
auxiliando assim no tratamento de crianças e idosos que têm dificuldade de deglutir as formas
farmacêuticas sólidas. Após a inclusão desse medicamento no SUS foi identificado através
desse estudo que no ano de 2009 todas as faixas etárias tiveram os percentuais de cura
superiores ao se comparar com o ano de 2007 juntamente com o ano de 2008 (Tabela 6), não
havendo distinção de faixa etária em relação a variável de cura, ou seja, não houve melhorias da

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evolução em somente algumas faixas etárias específicas, mas sim em todas as faixas etárias
analisadas.
Como mostra a tabela 3, a partir do ano de 2009, os percentuais de cura de cada
ano são maiores que do ano de 2008 e algumas porcentagens são superiores ao ano de 2007,
mesmo que somente três, dos sete anos após a introdução da Oxamniquine no SUS, tiveram
níveis superiores de cura em relação ao ano de 2007, podemos definir que esses valores estão
relacionados ao grande número de casos totais confirmados neste ano ou também a possíveis
erros durante a notificação ou perda de informações concretas desses dados, podendo essas
perdas estarem relacionadas ao grande percentual de casos ignorados em relação ao tipo de
evolução.
A esquistossomose é considerada tipicamente endêmica em regiões rurais,
porém a pesquisa mostrou que a maioria dos casos notificados, cerca de 60,33% foram
observados na zona urbana. Essa e outras pesquisas têm mostrado que a doença que antes era
considerada típica da zona rural, atualmente tem se expandido para a zona urbana, podendo
relacionar esses resultados com o crescente número de migrações da população rural para as
áreas urbanas, devido ao grande crescimento industrial nessas regiões (COURA FILHO, 1997).
O que se pôde observar além dos resultados epidemiológicos, foram as análises
do próprio sistema de notificações. Notou-se que em dois momentos em que foi realizada a
busca no sistema, os valores dos anos de 2014 foram modificados, essas variáveis foram de
residência (zona urbana e rural), faixa etária (40 a 59 anos e 70 a 79 anos), evolução (cura e
ignorado), raça (preta e parda) e sexo (feminino e masculino). Apesar de ter tido uma pequena
variação de 27.751 casos para 27.754 casos, percebe-se que o sistema ainda está sendo
atualizado, podendo existir futuras modificações até a data da publicação desse artigo.
Outra observação feita do SINAN foi que em 2007 o valor total da variável da
faixa etária com 21.008 casos (tabela 4), não está de acordo com os valores do total de todas as
variáveis do ano de 2007, como mostra nas outras tabelas, que foi de 21.010 casos. E o valor
total pesquisado de cura do mesmo ano (tabela 3), foi de 9.030, porém quando foi pesquisada a
correlação da evolução com a faixa etária do ano de 2007, observou-se que o valor total de cura
desse ano passa a ser 9.029 (tabela 6), ou seja, houve divergência nos resultados dos dados
coletados, podendo ter sido devido a um possível erro durante a notificação do sistema. Erros
como esses, mostram que apesar de ser uma fonte segura de dados disponibilizada gratuitamente
pelo DATA SUS vinculada ao Ministério da Saúde, o SINAN pode apresentar falhas como
qualquer outro sistema informatizado devido a erros no momento da notificação.

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5 CONCLUSÃO

Após a análise dos resultados, conclui-se que a maioria dos casos é do sexo masculino e a raça
com número predominante de infecções é da cor parda. De todos os casos de infecções por
Schistosoma mansoni na Bahia, a maioria das evoluções foram ignoradas, porém 42,33% dos
casos foram curados, a faixa etária com maior predomínio de casos foi entre 20 a 39 anos e a
zona de residência com mais casos foi na zona urbana.
O conhecimento dos aspectos epidemiológicos é fundamental para identificar as
variáveis de risco e assim analisar quais indivíduos necessitam de maiores investimentos com
medidas corretivas e preventivas para a promoção, proteção e recuperação da saúde da
população.

REFERÊNCIAS

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Epidemiológica. 6. ed., Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 297 p.

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TABELAS

Tabela 1. Número total de casos confirmados dos sexos infectados por Schistosoma mansoni na Bahia nos anos de 2007
a 2014.

Bahia – Sexo
2007 2008 2009 2010 2011 2012 201 2014 Total
Variáveis
n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
Masculino 12.048 1.262 422 (54,66) 329 405 340 377 464 15.647
(57,34) (52,06) (49,55) (54,07) (54,66) (54,72) (56,31) (56,38)

Feminino 8.954 1.159 (47,81) 350 (45,34) 335 344 (45,93) 282 311 360 12.095
(42,62) (50,45) (45,34) (45,14) (43,69) (43,58)

Ignorado 8 (0,04) 3 0 0 0 0 1 0 (0) 12 (0,04)


(0,12) (0) (0) (0) (0) (0,15)

Total 21.010 (100) 2.424 (100) 772 (100) 664 749 (100) 622 689 824 (100) 27.754
(100) (100) (100) (100)

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Artigo

Tabela 2. Número total de casos confirmados das raças infectadas por Schistosoma mansoni na Bahia em 2007 a 2014.

Bahia – Raça
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total
Variáveis
n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
Branca 2.081 212 (8,75) 99 (12,82) 73 (10,99) 86 71 76 (11,03) 72 (8,74) 2.770
(9,90) (11,48) (11,41) (9,98)

Preta 2.857 366 101 (13,08) 73 (10,99) 118 105 16,88) 91 (13,21) 136 3.847
(13,60) (15,10) (15,75) (16,50) (13,86)

Amarela 327 23 (0,95) 11 (1,42) 3 4 (0,53) 5 (0,80) 9 7 389 (1,40)


(1,56) (0,45) (1,31) (0,85)

Parda 12.425 1.459 501 (64,90) 454 458 381 (61,25) 459 (66,62) 519 16.656
(59,14) (60,19) (68,37) (61,15) (62,99) (60,01)

Indígena 122 9 7 8 2 (0,27) 4 (0,64) 3 5 160 (0,58)


(0,58) (0,37) (0,91) (1,20) (0,44) (0,61)

Ignorado 3.198 355 53 (6,87) 53 (7,98) 81 56 (9) 51 (7,40) 85 3.932


(15,22) (14,65) (10,81) (10,32) (14,17)

Total 21.010 2.424 772 (100) 664 (100) 749 622 (100) 689 (100) 824 27.754
(100) (100) (100) (100) (100)

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Tabela 3. Número total de casos confirmados de evoluções das infecções causadas pelo Schistosoma mansoni na Bahia
em 2007 a 2014.

Bahia – Evolução
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total n
Variáveis
n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) (%)
Cura 9.030 (42,98) 846 34,90) 411 (53,24) 265 335 (44,73) 249(40,03) 255(37,01) 358 11.749
(39,91) (43,45) (42,33)

Não Cura 76 (0,36) 3 (0,12) 4 (0,52) 8 (1,20) 6 (0,80) 3 (0,48) 6 (0,87) 1(0,12) 107
(0,39)

O.E. 0 (0) 1 (0,04) 1 (0,13) 0(0) 2 (0,27) 1 (0,16) 3 (0,44) 3(0,36) 11 (0,04)

O. O. C. 0 (0) 0 (0) 1 (0,13) 0 (0) 2(0,27) 1 (0,16) 2 (0,29) 0 (0) 6 (0,02)

Ignorado 11.904 (56,66) 1.574 (64,93) 355 (45,98) 391(58,89) 404 (53,94) 368 (59,16) 423(61,39) 462 15.881
(56,07) (57,22)

Total 21.010 (100) 2.424 (100) 772 (100) 664 (100) 749 (100) 622 (100) 689 (100) 824 27.754
(100) (100)

Legenda: O.E. – Óbitos por esquistossomose; O.O.C. – Óbitos por outras causas.

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Tabela 4. Número total de casos confirmados das faixas etárias infectadas por Schistosoma mansoni na Bahia em
2007 a 2014.

Bahia – Faixa Etária


Variáveis 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total
(anos) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)

<1 166 (0,79) 27 (1,11) 14 (1,81) 8 (1,20) 9 (1,20) 6(0,96) 12 16 (1,94) 258 (0,93)
(1,74)

1-4 204 (0,97) 14 (0,58) 5 (0,65) 6 (0,90) 5 (0,67) 4 (0,64) 4 (0,58) 2 (0,24) 244 (0,88)

5-9 1.149 (5,47) 114 (4,70) 36 (4,66) 22 (3,31) 36(4,81) 25 (4,02) 26 26 (3,16) 1.434 (5,17)
(3,77)

10-14 2.539 (12,09) 259 (10,68) 55 (7,12) 48 (7,23) 48 (6,41) 44 (7,07) 62 (9) 52 (6,31) 3.107(11,20
)

15-19 2.566 (12,21) 257 (10,60) 69 (8,94) 55 (8,28) 67 (8,95) 46 (7,40) 46 70 (8,50) 3.176(11,44
(6,68) )

20-39 8.901 (42,37) 982 (40,51) 349(45,21) 263(39,61) 284(37,92) 251(40,35) 242(35,1 317 (38,47) 11.589(41,7
2) 6)

40-59 4.150 (19,75) 575 (23,72) 177(22,93) 183(27,56) 206 (27,50) 164(26,37) 196(28,4 231 (28,03) 5.882(21,19
5) )

60-64 513 (2,44) 67 (2,76) 23 (2,98) 19 (2,86) 22 (2,94) 24 (3,86) 34 34 (4,13) 736 (2,65)
(4,93)

65-69 367 (1,75) 65 (2,68) 19 (2,46) 27 (4,07) 29 (3,87) 18 (2,89) 26 21 (2,55) 572 (2,06)
(3,77)

70-79 335 (1,59) 47 (1,94) 20 (2,59) 25 (3,77) 32 (4,27) 29 (4,66) 30 36 (4,37) 554 (2)
(4,35)

80 e+ 115 (0,55) 16 (0,66) 5 (0,65) 8 (1,20) 11 (1,47) 11 (1,77) 11 19 (2,31) 196 (0,71)
(1,60)

Ignorado 3 (0,01) 1 (0,04) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 4 (0,01)

Total 21.008* (100) 2.424 (100) 772 (100) 664 (100) 749 (100) 622 100) 689 824 (100) 27.752
(100) (100)

Legenda: *Valor divergente do total de casos do ano de 2007 devido a um possível erro durante a notificação do sistema.

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Tabela 5. Número total de casos confirmados das zonas de residência em que ocorreu infecção por Schistosoma
mansoni na Bahia em 2007 a 2014.

Bahia – Zona de Residência


2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 n 2014 Total
Variáveis
n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) (%) n (%) n (%)
Urbana 12.385 1.731 468 395 448 410 429(62,26) 479 (58,13) 16.745
(58,95) (71,41) (60,62) (59,49) (59,81) (65,92) (60,33)

Rural 7.064 596 (24,59) 284 241 275 194 235(34,11) 310 (37,62) 9.199
(33,62) (36,79) (36,30) (36,72) (31,19) (33,14)

Periurbana 481 (2,29) 42 (1,73) 1 (0,13) 4 (0,60) 6 (0,80) 6(0,96) 1(0,15) 11 (1,33) 552
(1,99)

Ignorado 1.080 (5,14) 55 (2,27) 19 (2,46) 24 (3,61) 20 (2,67) 12(1,93) 24(3,48) 24 (2,91) 1.258
(4,53)

Total 21.010 (100) 2.424 (100) 772 664 (100) 749 (100) 622 689(100) 824 (100) 27.754
(100) (100) (100)

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Tabela 6. Correlação entre as evoluções e as faixas etárias da população do estado da Bahia infectada por Schistosoma mansoni nos anos de 2007 a 2014.

Bahia – Faixa Etária x Evolução


Ign. < 1 ano 1-4 anos n 5-9 anos 10-14 anos 15-19 anos 20-39 anos 40-59 anos 60-64 anos 65-69 anos 70-79 anos 80 e + Total
Ano

Evol. n (%) n (%) (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
C. 1 (33,33) 60 (36,14) 74 (36,27) 485 (42,21) 1.054 (41,51) 1.160 (45,21) 3.805 (42,75) 1.795 (43,25) 208 (40,55) 169 (46,05) 159 (47,46) 59 (51,30) 9.029* (42,98)
N.C. 0 (0) 0 (0) 2 (0,98) 1 (0,09) 4 (0,16) 6 (0,23) 30 (0,34) 20 (0,48) 3 (0,58) 2 (0,54) 5 (1,49) 3 (2,61) 76 (0,36)
2007

Ig. 2 (66,67) 106 (63,86) 128 (62,75) 663 (57,70) 1.481 (58,33) 1.400 (54,56) 5.066 (56,91) 2.335 (56,27) 302 (58,87) 196 (53,41) 171 (51,04) 53 (46,09) 11.903 (56,66)
Total 3 (100) 166 (100) 204 (100) 1.149 (100) 2.539 (100) 2.566 (100) 8.901 (100) 4.150 (100) 513 (100) 367 (100) 335 (100) 115 (100) 21.008 (100)
C. 1 (100) 11 (40,74) 1 (7,14) 37 (32,46) 99 (38,22) 85 (33,07) 352 (35,85) 203 (35,30) 20 (29,85) 20 (30,77) 10 (21,28) 7 (43,75) 846 (34,90)
N.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,39) 1 (0,39) 1 (0,10) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 3 (0,12)
2008

O.E. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,17) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,04)
Ig. 0 (0) 16 (59,26) 13 (92,86) 77 (67,54) 159 (61,39) 171 (66,54) 629 (64,52) 371 (64,52) 47 (70,15) 45 (69,23) 37 (78,72) 9 (56,25) 1.574 (64,93)
Total 1 (100) 27 (100) 14 (100) 114 (100) 259 (100) 257 (100) 982 (100) 575 (100) 67 (100) 65 (100) 47 (100) 16 (100) 2.424 (100)
C. 0 (0) 6 (42,86) 2 (40) 18 (50) 27 (49,09) 32 (46,38) 186 (53,30) 102 (57,63) 15 (65,22) 10 (52,63) 10 (50) 3 (60) 411 (53,24)
N.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1,45) 2 (0,57) 1 (0,56) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 4 (0,52)
O.E. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,29) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,13)
2009

O.O.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (1,45) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,13)
Ig. 0 (0) 8 (57,14) 3 (60) 18 (50) 28 (50,91) 35 (50,72) 160 (45,85) 74 (41,81) 8 (34,78) 9 (47,37) 10 (50) 2 (40) 355 (45,98)
Total 0 (0) 14 (100) 5 (100) 36 (100) 55 (100) 69 (100) 349 (100) 177 (100) 23 (100) 19 (100) 20 (100) 5 (100) 772 (100)
C. 0 (0) 3 (37,50) 2 (33,33) 7 (31,82) 19 (39,58) 31 (56,36) 98 (37,26) 79 (43,17) 7 (36,84) 12 (44,44) 5 (20) 2 (25) 265 (39,91)
N.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (3,64) 4 (1,52) 1 (0,55) 0 (0) 0 (0) 1 (4) 0 (0) 8 (1,20)
2010

Ig. 0 (0) 5 (62,50) 4 (66,67) 15 (68,18) 29 (60,42) 22 (40) 161 (61,22) 103 (56,28) 12 (63,16) 15 (55,56) 19 (76) 6 (75) 391 (58,89)
Total 0 (0) 8 (100) 6 (100) 22 (100) 48 (100) 55 (100) 263 (100) 183 (100) 19 (100) 27 (100) 25 (100) 8 (100) 664 (100)

Legenda: *Valor divergente do total de curas do ano de 2007 devido a um possível erro durante a notificação do sistema.
Revista Diálogos & Ciência (D&C), v. 2, n. 40 (17), p.81-100, 2017. ©IMES
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Artigo 96

(Continuação)
Ign. < 1 ano 1-4 anos 5-9 anos 10-14 anos 15-19 anos 20-39 anos 40-59 anos 60-64 anos 65-69 anos 70-79 anos 80 e + Total
Ano

Evol. n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
C. 0 (0) 2 (22,22) 2 (40) 21 (58,33) 21 (43,75) 27 (40,30) 121 (42,61) 100 (48,54) 6 (27,27) 10 (34,48) 20 (62,50) 5 (45,45) 335 (44,73)
N.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (2,78) 0 (0) 0 (0) 4 (1,41) 1 (0,49) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 6 (0,80)
O.E. 0 (0) 1 (11,11) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (3,45) 0 (0) 0 (0) 2 (0,27)
2011

O.O.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (0,97) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (0,27)
Ig. 0 (0) 6 (66,67) 3 (60) 14 (38,89) 27 (56,25) 40 (59,70) 159 (55,99) 103 (50) 16 (72,73) 18 (62,07) 12 (37,50) 6 (54,55) 404 (53,94)
Total 0 (0) 9 (100) 5 (100) 36 (100) 48 (100) 67 (100) 284 (100) 206 (100) 22 (100) 29 (100) 32 (100) 11 (100) 749 (100)
C. 0 (0) 2 (33,33) 1 (25) 17 (68) 18 (40,91) 11 (23,91) 106 (42,23) 62 (37,80) 8 (33,33) 9 (50) 11 (37,93) 4 (36,36) 249 (40,03)
N.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (4,35) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (9,09) 3 (0,48)
O.E. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (3,45) 0 (0) 1 (0,16)
2012

O.O.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (3,45) 0 (0) 1 (0,16)
Ig. 0 (0) 4 (66,67) 3 (75) 8 (32) 26 (59,09) 33 (71,74) 145 (57,77) 102 (62,20) 16 (66,67) 9 (50) 16 (55,17) 6 (54,55) 368 (59,16))
Total 0 (0) 6 (100) 4 (100) 25 (100) 44 (100) 46 (100) 251 (100) 164 (100) 24 (100) 18 (100) 29 (100) 11 (100) 622 (100)
C. 0 (0) 6 (50) 1 (25) 10 (38,46) 18 (29,03) 17 (36,96) 96 (39,67) 69 (35,20) 16 (47,06) 7 (26,92) 11 (36,67) 4 (36,36) 255 (37,01))
N.C. 0 (0) 1 (8,33) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,41) 3 (1,53) 1 (2,94) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 6 (0,87)
O.E. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (1,02) 0 (0) 0 (0) 1 (3,33) 0 (0) 3 (0,44)
2013

O.O.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (1,02) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (0,29)
Ig. 0 (0) 5 (41,67) 3 (75) 16 (61,54) 44 (70,97) 29 (63,04) 145 (59,92) 120 (61,22) 17 (50) 19 (73,08) 18 (60) 7 (63,64) 423 (61,39))
Total 0 (0) 12 (100) 4 (100) 26 (100) 62 (100) 46 (100) 242 (100) 196 (100) 34 (100) 26 (100) 30 (100) 11 (100) 689 (100)
C. 0(0) 4 (25) 1 (50) 18 (69,23) 38 (73,08) 42 (60) 127 (40,06) 80 (34,63) 11 (32,35) 4 (19,05) 12 (34,29) 5 (26,32) 342 (41,56)
2014

N.C. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (2,94) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,12)

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O.E. 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 1 (0,32) 1 (0,43) 0 (0) 1 (4,76) 0 (0) 0 (0) 3 (0,36)
Ig. 0 (0) 12 (75) 1 (50) 8 (30,77) 14 (26,92) 28 (40) 189 (59,62) 150 (64,94) 22 (64,71) 16 (76,19) 23 (65,71) 14 (73,68) 477 (57,96)
Total 0 (0) 16 (100) 2 (100) 26 (100) 52 (100) 70 (100) 317 (100) 231 (100) 34 (100) 21 (100) 35 (100) 19 (100) 823 (100)

Legenda: Evol. – Evolução; C. – Cura; N.C. – Não cura; O.E. – Óbitos por esquistossomose; O.O.C. – Óbitos por outras causas; Ig. – Ignorado.

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Tabela 7. Número total de casos correlacionados dos sexos e das evoluções das populações infectadas pelo
Schistosoma mansoni na Bahia nos anos de 2007 a 2014.

Bahia – Sexo X Evolução – Valor Total


Sexo Cura n (%) Não Cura n (%) O.E. n (%) O.O.C. n (%) Ignorado n (%) Total n (%)
Masculino 6.783 (57,73) 55 (51,40) 8 (72,73) 4 (66,67) 8.797 (55,39) 15.647 (56,38)

Feminino 4.965 (42,26) 52 (48,60) 3 (27,27) 2 (33,33) 7.073 (44,54) 12.095 (43,58)

Ignorado 1 (0,01) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 11 (0,07) 12 (0,04)

Total 11.749 (100) 107 (100) 11 (100) 6 (100) 15.881 (100) 27.754 (100)

Legenda: O.E. – Óbitos por esquistossomose; O.O.C. – Óbitos por outras causas.

Tabela 8. Número total de casos correlacionados das raças e das evoluções das populações infectada pelo
Schistosoma mansoni na Bahia nos anos de 2007 a 2014.

Bahia – Raça X Evolução – Valor Total


Raça Cura n (%) Não Cura n (%) O.E. n (%) O.O.C.n (%) Ignorado n (%) Total n (%)
Branca 1.269 (10,80) 14 (13,08) 1 (9,09) 0 (0) 1.486 (9,36) 2.770 (9,98)

Preta 1.471 (12,52) 16 (14,95) 2 (18,18) 0 (0) 2.358 (14,85) 3.847 (13,86)

Amarela 127 (1,08) 2 (1,87) 0 (0) 1 (16,67) 259 (1,63) 389 (1,40)

Parda 7.419 (63,15) 67 (62,62) 7 (63,64) 4 (66,67) 9.159 (57,67) 16.656 (60,01)

Indígena 90 (0,77) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 70 (0,44) 160 (0,58)

Ignorado 1.373 (11,69) 8 (7,48) 1 (9,09) 1 (16,67) 2.549 (16,05) 3.932 (14,17)

Total 11.749 (100) 107 (100) 11 (100) 6 (100) 15.881 (100) 27.754 (100)

Legenda: O.E. – Óbitos por esquistossomose; O.O.C. – Óbitos por outras causas.

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Tabela 9. Número total de casos correlacionados das zonas de residências e das evoluções das populações
infectada pelo Schistosoma mansoni na Bahia nos anos de 2007 a 2014.

Bahia – Zona de Residência X Evolução – Valor Toral


Zonas de Residências Cura n (%) Não Cura n (%) O.E. n (%) O.O.C. n (%) Ignorado n (%) Total n (%)
Urbana 6.863 (58,41) 44 (41,12) 8 (72,73) 5 (83,33) 9.825 (61,87) 16.745 (60,33)

Rural 4.176 (35,54) 61 (57,01) 2 (18,18) 1 (16,67) 4.959 (31,23) 9.199 (33,14)

Periurbana 359 (3,06) 1 (0,93) 0 (0) 0 (0) 192 (1,21) 552 (1,99)

Ignorado 351 (2,99) 1 (0,93) 1 (9,09) 0 (0) 905 (5,70) 1.258 (4,53)

Total 11.749 (100) 107 (100) 11 (100) 6 (100) 15.881 (100) 27.754 (100)

Legenda: O.E. – Óbitos por esquistossomose; O.O.C. – Óbitos por outras causas.

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Tabela 10. Número total de casos correlacionados das faixas etárias e das evoluções das populações infectada pelo
Schistosoma mansoni na Bahia nos anos de 2007 a 2014.

Bahia – Faixa Etária X Evolução – Valor Total

Faixas Etárias Cura n (%) Não Cura n ( %) O.E. n (%) O.O.C. n (%) Ignorado n (%) Total n (%)

< 1 ano 95 (0,81) 1 (0,93) 1 (9,09) 0 (0) 161 (1,01) 258 (0,93)

1- anos 84 (0,72) 2 (1,87) 0 (0) 0 (0) 158 (0,99) 244 (0,88)

5-9 anos 613 (5,22) 2 (1,87) 0 (0) 0 (0) 819 (5,16) 1.434 (5,17)

10-14 anos 1.294 (11,01) 5 (4,67) 0 (0) 0 (0) 1.808 (11,39) 3.107 (11,20)

15-19 anos 1.406 (11,97) 12 (11,21) 0 (0) 1 (16,67) 1.757 (11,06) 3.176 (11,44)

20-39 anos 4.904 (41,74) 42 (39,25) 2 (18,18) 0 (0) 6.641 (41,82) 11.589 (41,76)

40-59 anos 2.490 (21,20) 26 (24,30) 4 (36,36) 4 (66,67) 3.358 (21,15) 5.882 (21,19)

60-64 anos 291 (2,48) 5 (4,67) 0 (0) 0 (0) 440 (2,77) 736 (2,65)

65-69 anos 241 (2,05) 2 (1,87) 2 (18,18) 0 (0) 327 (2,06) 572 (2,06)

70-79 anos 239 (2,03) 6 (5,61) 2 (18,18) 1 (16,67) 306 (1,93) 554 (2)

80 e+ 89 (0,76) 4 (3,74) 0 (0) 0 (0) 103 (0,65) 196 (0,71)

Ignorado 2 (0,02) 0 (0) 0 (0) 0 (0) 2 (0,01) 4 (0,01)

Total 11.748 (100) 107 (100) 11 (100) 6 (100) 15.880 (100) 27.752 (100)

Legenda: O.E. – Óbitos por esquistossomose; O.O.C. – Óbitos por outras causas.

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