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Gaste Seu Amor Comigo

PERSONAGENS

ManoeldeBarros - BA

BertoldBrecht – BE

WilliamShakespeare – SH

SamuelBeckett - SA
CENA1

CHOVE. É manhã e quatro homens estão deitados em cima de estrados


de cama de ferro. Uma música vinda de uma grande caixa de som
pendurada no teto propõe o movimento do acordar destes quatro
homens. Esta caixa dá o tom da mudança de cenas e tempo no decorrer
dos fatos no espetáculo.

SH – Bom dia, meu nome é William Shakespeare. Eu não amava que


botassem data na minha existência.

MA – E eu sou Manoel de Barros. O quando mandava em nós. A gente era


o que quisesse ser só usando esse advérbio.

BR – Hy, eu sou Bertolt Brecht! A gente usava mais era encher o tempo.

De um lado para o outro estes homens se movem, mudando o espaço,


tendo os estrados que eram camas, agora transformando-se em janelas.

BE – No momento farei Samuel Beckett. Mas posso mudar. Nossa data


maior era o quando. O quando mandava em nós. A gente era o que
quisesse ser só usando esse advérbio. Assim, por exemplo:

SH – Tem hora que eu sou árvore que podia apreciar melhor os


passarinhos.

BR -Ou: tem hora eu sou como uma pedra. E sendo uma pedra eu posso
conviver com os lagartos e os musgos.

MA – Assim: tem hora eu sou quando um rio. E as garças me beijam e me


abençoam. Essa era uma teoria que a gente inventava nas tardes.

BR- Hoje eu estou quando infante.

SH- Então agora eu estou quando infante. Agora nossos irmãos, nosso
pai, nossa mãe e todos moramos embaixo de um lugar qualquer. Como
este ou outro qualquer.

BR- O rancho não tinha frente nem fundo. O mato chegava, bem perto de
nós. A mãe cozinhava. Lavava e costurava para nós.
CENA2

Elásticos são soltos do alto da caixa de som e os atores prendem nos


estrados em ganchos, mostrando a imagem de uma tenda, circo ou
mesmo “rave”. Música forte e luzes.

MA – Quando eu estudava no colégio interno eu fazia pecado solitário.


Um padre me pegou fazendo. – Corrrumbá, no parrrede!!

Todos riem e vestem pequenos adereços de padre. Começam a


estabelecer um jogo de carícias onde se beijam e se acariciam.

BE – Meu castigo era ficar em pé defronte a uma parede e decorar 50


linhas de um livro. O padre me deu pra decorar o Sermão da Sexagésima
de Vieira.

BR- Decorrrar 50 linhas, o padre repetiu.

Riem muito e entre eles surgem garrafas com líquidos coloridos.

MA – O que eu lera por antes naquele colégio eram romances de


aventura, mal traduzidos e que me davam tédio. Ao ler e decorar 50 linhas
da Sexagésima fiquei embevecido.

TODOS – EMBEVECIDOS.

SH – E li o sermão inteiro. Meu Deus, agora eu precisava fazer mais


pecado solitário! E fiz de montão. – Corrrumbá, no parrrede!!

E eles cada vez com suas carícias e malícias mudam no espaço junto com
som que explode da caixa formando um paredão.

TODOS – ERA A GLÓRIA. EU IA FASCINADO PRA PAREDE. DESTA VEZ


O PADRE MEU DEU O SERMÃO DO MANDATO. DECOREI E LI O LIVRO
ALCANDORADO.

BR – Alcandorado?? Aprendia a gostar do equilíbrio sonoro das frases.


Gostar quase do cheiro das letras.

BE- Fiquei fraco de tanto cometer pecado solitário.

MA- Ficar na parede era uma glória. Tomei um vidro de fortificante e fiquei
bom. A esse tempo também eu aprendi a escutar o silêncio das paredes.

TODOS – SOU UM POUCO IRRESPONSÁVEL COMO OS PASSARINHOS,


ISTO SEJA:
BR – Sou livre.

TODOS – AMAMOS A PALAVRA.

BE- Faço o que gosto. Faça o que você gosta.

SH – Amo a palavra.

BR – Ando muito complexo de vazios. Meu órgão de morrer predomina.


Estou sem eternidades.

MA – Não posso mais saber quando amanheço ontem. Está rengo de mim
amanhecer. Ouço o tamanho obliquo de uma folha. Atrás do acaso
surgem os insetos.

BE- Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino. Estas coisas
mudam constantemente.

Dançam uma música coreografada. As personagens estabelecem jogos


de sexualidade, usando as PRÓPRIAS MÃOS como instrumento sexual.
CENA3

SH- Sempre que desejo contra uma coisa, não faço nada; mas se não
desejo contar nada, faço poesia. Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino, mais de um menino, mais de um menino,
gostei de Romeu e amei Mercúcio, que carregava água na peneira.

Os outros trazendo peneiras fazem parte das personagens nesta cena,


representam os meninos.

TODOS TRÊS – A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo
que roubar um vento e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos...

Chegam os três trazendo tinta laranja para pintar o rosto. Pintando o


rosto fazem a próxima cena.

MA – Iniciaremos a próxima cena, assim: A mãe disse que era o mesmo


que catar espinhos na água laranja. O mesmo que criar peixes no bolso.

BR- O menino era ligado em despropósitos. Quis montar os alicerces de


uma casa sobre orvalhos.

TODOS – A MÃE REPARAVA QUE FILHO GOSTAVA MAIS DO VAZIO DO


QUE DO CHEIO.

SH- Falava que os vazios são maiores e até infinitos.

BE – Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo que carregar


água na peneira.

BR- No escrever o menino que era capaz de ser noviça, monge ou


mendigo ao mesmo tempo.

MA- O menino aprendeu a usar as palavras. Viu que podia fazer as


peraltagens com as palavras.

TODOS – E COMEÇARAM FAZER PERALTAGENS.

SH – Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.

Nesse momento, num estalar de dedos, começa chover com a sonoridade


da caixa de som. Todos abrem guarda-chuvas de onde de descem fios de
acrílico.
Andam pelo espaço e colocam os estrados nas laterais como uma cerca.

SH – O menino fazia produzir chuva. Até fez uma pedra dar flor.

MA – A mãe reparava o menino com ternura. A mãe falou:

TODOS - A MÂE FALOU

MEU FILHO VOCÊ VAI SER POETA

VOCÊ VAI CARREGAR ÁGUA NA PENEIRA A VIDA TODA

VOCÊ VAI ENCHER OS VAZIOS COM AS SUAS

PERALTAGENS

E ALGUMAS PESSOAS

VÃO TE AMAR POR SEUS DESPROPÓSITOS.


CENA 4

BR- Quando jovem e ainda jovem escrevi minha aldeia

Meus rios internos eram de aproximação com o Deus povo

Falo da fome dos muros derrubados e os feitios da morte

SH – Entre sua proposta no distanciamento ouvi e vi

Entre seu método do fazer amanheço aqui no rio

Entre o rio e vocês três temos grande distância

BE – Nãoconsigo mergulhar nos meus instintos

O existir para a árvore com uma folha só me faz lembrar

Vida secura morte galhos e botas velhas

MA – Nas minhas escritas ando de mãos dadas com Deus

Os elementos naturais e mais escatológicos e sensuais

Caminham nos meus dedos

na minha elegância poética

Neste momento, eles sentam na boca de cena e um corredor os ilumina,


ficando ali por um momento olhando para o público (10 segundos).
Congelam e lentamente vão voltando a falar:

MA – Nem ainda sabemos como montam nossos textos

Diretores e atores corrompem e poucas vezes

Poucas e muitas vezes falam de inutilidades

BE – Pertenço de fazer imagens, opero por semelhanças

Deitaremos no escuro e de costas e de pé

Nossos corpos com diâmetro de dois metros

Altura três superfície do solo cerca de três metros

Quadrados quadrados quadrados

BR –...Ah, nós...
Que queríamos preparar o terreno à amabilidade

Não podíamos nós próprios ser amáveis

Quando chegar o dia a noite do dia a noite

Em que o homem prestará auxílio ao homem

SH - Não chame o meu amor de idolatria

Nem de ídolo realce a quem eu amo,

Pois todo o meu cantar a um só se alia,

E de uma só maneira eu o proclamo.

É hoje e sempre o meu amor galante,

Inalterável, em grande excelência;

Por isso a minha rima é tão constante

A uma só coisa e exclui a diferença.

'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;

'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;

E em tal mudança está tudo o que primo,

Em um, três temas, de amplo movimento.

'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;

Num mesmo ser vivem juntos agora.

TODOS aplaudem a próxima cena, indo cada um com seus estrados,


formando um quadrado com os quatro cantos. Um em cada canto fala
diretamente pro outro repetida e em sequência de velocidade as próximas
cenas. Uma música forte com vento invade o teatro e culmina na cena em
que começam a se vestir e andar até o centro.
CENA 5

BR- Iremos agora e com muita dificuldade tentar representar partes de


nossas obras; isso será uma aula e quem não quiser aprender teoria e
prática pode sair agora. Repetiremos cenas, ok?

BE- Você, mister Brecht sempre ironizando nosso público.

Este que somente alimenta verdades de nossas histórias

MA – Descobri entre seus objetos

Um buquê de pedras com flor.

Eu acredito em nada e em Deus, como o Bispo do Rosário.

SH - Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.

Aqui neste teatro neste espaço debaixo desta caixa de som

Todo mundo é capaz de dominar a dor

Comecemos enton com uma cena de dor

Dois atores entram em cena e encenam o combate de Romeu e Mercúcio,


finalizando com a chegada de Julieta.
CENA 6

(Na PRAÇA, estão Teobaldo, Mercúcio e Romeu). Beckett, Brecht e


Shakespeare representam as personagens. Os estrados vão para o centro
do palco formando uma árvore ou imagem semelhante.

TODOS– Bem se vê que esta praça está malfrequentada.

MERCÚCIO - BR– A quem te refere, Teobaldo?

TEOBALDO – BE - A ti e a família dos Montéquios.

ROMEU-SH– Estás a me ofender? Porém, por ti não possoter ódio.

MERCÚCIO- BR– Mas eu tenho. Venha com tua espadaque eu defenderei


tua honra.

(Brigam Teobaldo e Mercúcio. Romeu tenta separar eMercúcioé morto)

MERCÚCIO BR– Estou lançando uma maldição. Por amor. Quetodos


vocês, Montéquios e Capulettos, paguem por seuódio.

Com amor. Gastando meu amor por minha MORTE.

(morre)

ROMEU-SH– Seu caça-ratos. Verás o aço de minhavingança.

MONTÉQUIO -MA– Meu filho, o que fizeste?

ROMEU-SH– Papai, me ajude a levar o corpo para um lugar escondido.

MONTÉQUIO– MA- Sim, meu filho, rápido. (Ajuda a tirá-los de cena).

ROMEU- SH– E agora, o que farei?

MONTÉQUIO- MA- Vá, meu filho.

ROMEU –SH - (saindo) Preciso encontrar-me com Julieta...

AO FIM DA CENA TODOS os quatro personagens olham para a plateia e


perguntam:

TODOS – Querem que continuemos esta história ou...


BE – Vamos aproveitar essa bela árvore e esperar Godot por aqui.
Paremos com Romeu e Julieta. Chega desta bobagem romântica, de
nemsei qualséculo foi ou é. Todos embaixo da árvore, por favor. Vou
pedirsol a pino pro operador de luz. Por favor...(estala os dedos e de cima
vem um foco amarelo.)

BE – Lembra de um projeto Yellow que falei pra vocês, então estamos


vivendo ele e enganando o existir a todo o momento. Penso que farei um
solo agora já que vocês fecharam os olhos, os ouvidos e a boca. Esperar
por Deus. Esperar Godot.

Preciso ir buscar um adereço para continuar a próxima cena. (sai de cena


e traz uma folha e coloca na árvore que são os estrados juntos e de pé).

BE – POZZO - Sou impertinente. (acende o cachimbo). Devo ir embora.


Obrigadopela companhia.(Ele reflete.)A menos que eu dê outra
cachimbada antes de ir. O que os senhores medizem?(Eles não dizem
nada.)Oh, eu sou apenas um pequeno fumante, não tenho o hábito de dar
duascachimbadas seguidas, isso faz(Mão sobre o peito. Inspira.)meu
coração acelerar.(Silêncio.)É anicotina. A gente acaba a absorvendo
apesar das precauções.(Suspira.)Sabem como é.(Silêncio.)Mastalvez os
senhores não fumem? (Brecht acende um cigarro e oferece para Manoel
de Barros e Shakespeare) Sim? Não? Não tem importância.(Silêncio.) Mas
como me sentar agora com naturalidade, com amor, se acabei de me
levantar? Sem dar a impressão – como direi? – sem dar a impressãode
recuo.(A Vladimir.)Perdão?(Silêncio.)Talvez o senhor não tenha dito
nada?(Silêncio.)Não temimportância. Vejamos...(Ele reflete.)
CENA 7

As três personagens incorporam o fazer a cena do espera por GODOT e


divertem-se no final questionando o existencialismo.

VLADIMIR – BR- Isso passou o tempo.

ESTRAGON – SH -Teria passado de qualquer forma.

VLADIMIR - BR -Sim, mas não tão depressa.

Pausa.

ESTRAGON – SH -O que fazemos agora?

VLADIMIR – BR -Não sei.

ESTRAGON- SH -Vamos embora.

VLADIMIR – BR - Não podemos.

ESTRAGON – BR -Por que não?

TODOS - Estamos esperando Godot.

Riem e começam a derramar líquidos nos estrados e a acender isqueiros.


Colocam fogo nos estrados que apaga em segundos. Dando o
rompimento da próxima cena.

MA - O pintor fala da grande época por vir

As florestas ainda crescem.

Os campos ainda produzem.

As cidades ainda existem.

Os homens ainda respiram.

SH - Quando o pintor fala sobre a paz através dos alto-falantes

Os trabalhadores de construção olham para

As autoestradas e veem

Cimento espesso, próprio

Para tanques pesados.


BE -O pintor fala de paz.

Aprumando as costas doloridas

As mãos grossas em tubos de canhões

Os fundidores o escutam.

BR - Os pilotos dos bombardeiros

Desaceleram os motores e ouvem

O pintor falar de paz.

Os madeireiros param no silêncio dos bosques

Os camponeses deixam de lado o arado e colocam a mão atrás do ouvido

BE - As mulheres que levam a comida para o campo se detêm:

No terreno revolvido há um carro com amplificador. De lá se ouve

MA - O pintor pedir paz.

SH - Os de cima dizem: guerra e paz

São de substância diferente

Mas a sua guerra e a sua paz

São como tempestade e vento.

A guerra nasce da sua paz

MA -Como a criança da mãe

Ela tem

Os mesmo traços terríveis.

BR - A sua guerra mata

O que a sua paz

Deixou de resto.

TODOS -No muro estava escrito com giz:

Deslocam os estrados e formam ao funcho um paredão.


TODOS – Eles querem a guerra.

Os de cima

BR - A guerra que virá. (coloca catchup nas mãos)

O sangue nas mãos

Não é a primeira. Antes dela

Houve outras guerras.

Quando a última terminou

Havia vencedores e vencidos.

No momento de marchar, muitos não sabem

MA - Que seu inimigo marcha a sua frente.

A voz que comanda

É a voz de seu inimigo.

Aquele que fala do inimigo

É ele mesmo o inimigo.

TODOS -General, teu tanque é um carro poderoso.

BR- General, o homem é muito útil.

Ele pode voar e pode matar.

Mas tem um defeito:

Pode pensar.

No fim desta cena todas as personagens estão com sangue nas mãos e
passam no rosto.
CENA 8

BR – Me lembro e escrevo o que vivi e sobre a guerra.

Sobre a guerra dos homens a guerra humana

A guerra do terror e das misérias humanas

Mas aqui hoje tudo precisa ser rápido e direto

Nada de chantilly e distanciamentos

Sem entender o próprio.

Uma forte explosão da caixa de som faz com que eles se dispersem e se
coloquem debaixo dos estrados. Sons de tiros e balas e explosões.

De dentro de suas roupas tiram uma bandeira do país: Irlanda, Alemanha,


Brasil e Inglaterra.

MA – Ok, enton minha vez de representar:

Colocam-se em cima dos estrados e dizem:

SH – Boa noite, meu nome é William Shakespeare. Eu não amava que


botassem data na minha existência.

MA – E eu sou Manoel de Barros. O quando mandava em nós. A gente era


o que quisesse ser só usando esse advérbio.

BR – Hy, eu sou Bertolt Brecht! A gente usava mais era encher o tempo.

BE – EU sou o Beckett ainda do começo do espetáculo lembra?

MA – Eu vim do meio da noite

Vim buscar todos vocês, tudo isto aqui

Vim em busca de teu nome

Escrevê-lo

Com esperma.

BR – Esta noite vi dedos apontando-me.

Como se aponta um leproso. eram

Dedos gastos pelo trabalho e


Estavam partidos.

Ignorantes! Gritei

Consciente da Culpa.

BE – Uma voz chega a alguém no escuro

Imaginar

Uma voz chega a alguém no escuro

Imaginar

TODOS –.Uma voz chega a alguém no escuro imaginar.

Escurece todo o ambiente e eles descem dos estrados e deitam


adormecendo.
CENA 9

Voz em Off de Miryam Muniz:

SER LIVRE NÃO É ENCOSTAR O CORPO

SER LIVRE É TRABALHAR E VADIAR

E PODER CONTINUAR SENHOR DE SI

QUEM PROCURA NA VIDA SÓ QUE É DOCE

NÃO TEM NEM DOCE E NEM FEL

VAI SER VAZIO E SER RESINA

HOMEM PERDIDO NA VIDA

ESCRAVO NO FATO E NA VERDADE

SER LIVRE...

´PODER DORMIR EM CENA COM a plateia te assistindo

Neste momento da caixa de som um barulho ensurdecedor de


despertador CU CO CU CO CU CO CU CO. As personagens todas
espreguiçam-se.

MA- Sabe que hoje é outro dia

E aceito que você empregue o seu amor em nós quatro.

Sob um luar sem defeito em abril.

E agora o que fazer com esta manhã desabrochada?

Só se eu fosse rã querendo ser um passarinho

Só se for a teatro...

Em teatro você faz o passarinho e voa

E eu faço a rã

Teatro não é troca de experiência.

BR –“O amor é a arte de criar algo com a ajuda da capacidade do outro."

SH - Há quedas que servem para levantarmos mais felizes.


BE - "A arte sempre foi isto - interrogação pura, questão retórica sem a
retórica - embora se diga que aparece pela realidade social.”

SH -Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de


dementes.

Os atores vão congelando e falando frases repetidas vezes.

TODOS – Vem dormir comigo:não faremos amor, ele nos fará!

Ainda em off – vozes e várias frases ditas em cima uma das outras.

1. É muito melhor viver sem felicidade do que sem amor.SH


2. Tenta. Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo.
Fracassa melhor. BE
3. Os homens de poucas palavras são os melhores. SH
4. Todos nós nascemos loucos. Alguns permanecem. BE
5. Terrível é a tentação de querer ser Deus. BR
6. Pergunte sempre a cada ideia: a quem serves?BR
7. Poesia não é para compreender, mas para incorporar.
8. Entender é parede: procure ser árvore. MA
9. Poetas e tontos são feitos com palavras. MA
10. Vem dormir comigo:faremos amor a qualquer hora!
11. Vem dormir comigo:não faremos amor, ele nos fará!

Tarde do dia -01.05.2013 – 14:08

Primeiro tratamento

Em off bem baixinho :

GASTE, GASTE SEU AMOR COMIGO!

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