Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FEIRA DE SANTANA – BA
2019
Michele Carolina Lopes Bastos
FEIRA DE SANTANA – BA
2019
Michele Carolina Lopes Bastos
Data de aprovação:
__________________________________________________
Hélio Guimarães Aragão
Mestre em Engenharia Civil
Professor do Departamento de Tecnologia da UEFS
Orientador da Pesquisa
__________________________________________________
Prof. Msc. Marcelo Pedreira da Silva
Mestre em Engenharia Civil
Professor do Departamento de Tecnologia da UEFS
__________________________________________________
Msc. Dimas Delgado Leite
Mestre em Engenharia Civil e Ambiental
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, à Deus, pelo dom da minha vida, pelo levantar de cada dia, por
cada aprendizado que consegui guardar e, o mais importante, pela força que me deste para
vencer em cada uma das etapas que passei, inclusive, nesta.
À minha mãe, Maria São Pedro, o amor da minha vida, que nunca hesitou em mover
esforços para me ajudar, que viveu cada fase da minha graduação firme ao meu lado, que
sonhou comigo com esta realização e que sabe o valor dessa vitória mais do que ninguém. Ao
meu pai, Mário Bastos, exemplo de caráter e ser humano, a quem tenho imensa admiração e
que, da forma mais humilde que pôde, me ensinou o modo mais correto, íntegro e honesto de
percorrer os caminhos da vida. À minha irmã, Mariellen Bastos, muito mais que irmã, quase
mãe, minha grande incentivadora, que sempre cuidou para que eu não fraquejasse e se assim
fosse, estava sempre a postos. À minha tia, Mailta Bastos, que com todo seu carinho, me
apoiou imensamente. Às minhas avós, Maria e Ernestina, rainhas do meu coração, a quem
tenho imensa saudade e amor que quase não cabem em meu coração.
Ao meu orientador, Hélio Aragão, pela dedicação à orientação deste trabalho, por
apresentar, de forma tão brilhante, as estruturas de concreto armado, por todo conhecimento
transmitido, pela paciência, pela confiança e pelos ensinamentos extraclasse. Ao professor
Marcelo Pedreira, pela disponibilidade em me conduzir com suas sugestões, a quem tive a
honra de ser aluna e poder consultar neste trabalho. Aos meus colegas e amigos da
universidade, que com certeza contribuíram de alguma forma para minha formação. Em
especial, à Emanuelle Rios e à Sávio Levi, a quem tenho imenso carinho e admiração e que
viveram essa jornada junto comigo. E à Natália Martins, minha grande amiga, pela sua
amizade, por toda força e incentivo e pelo significado de cada abraço que não foi preciso ser
dita nenhuma palavra.
Aos meus colegas de estágio, do Boulevard Shopping Feira de Santana e do Gardênia
Residence, com quem pude adquirir conhecimentos que levo para toda minha vida.
À Universidade Estadual de Feira de Santana, por todo conhecimento e pela
oportunidade de ser aluna de grandes mestres.
A todos mencionados e não mencionados, mas que contribuíram para realização deste
trabalho, muito obrigada!
RESUMO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 12
1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................................. 13
1.2 OBJETIVOS .................................................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo geral............................................................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos específicos.................................................................................................................. 14
2 ESTABILIDADE GLOBAL DAS ESTRUTURAS ........................................................ 15
2.1 EFEITOS GLOBAIS, LOCAIS E LOCALIZADOS DE 2ª ORDEM ............................................................ 15
2.2 PARÂMETROS DE INSTABILIDADE ................................................................................................. 17
2.2.1 Parâmetro de instabilidade α ..................................................................................................... 17
2.2.2 Coeficiente 𝛄𝐳 ............................................................................................................................ 19
2.2.3 Processo 𝐏 − 𝚫 .......................................................................................................................... 20
2.2.4 Deslocamentos-limites ............................................................................................................... 21
2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS QUANTO A MOBILIDADE DOS NÓS ........................................ 23
2.3.1 Estruturas de nós fixos ............................................................................................................... 23
2.3.2 Estruturas de nós móveis ........................................................................................................... 24
2.4 NÃO LINEARIDADE FÍSICA ............................................................................................................. 25
2.5 NÃO LINEARIDADE GEOMÉTRICA ................................................................................................. 27
3 ESTRUTURAS DE CONTRAVENTAMENTO ............................................................ 28
3.1 SISTEMAS DE CONTRAVENTAMENTO ........................................................................................... 30
3.1.1 Pilares e Pilares-Parede .............................................................................................................. 30
3.1.2 Pórticos ...................................................................................................................................... 31
3.1.3 Estrutura Reticulada Contraventada .......................................................................................... 31
3.1.4 Núcleos de Rigidez ..................................................................................................................... 32
3.1.5 Tubos de Periferia ...................................................................................................................... 33
3.1.6 Sistemas Mistos ......................................................................................................................... 34
4 AÇÕES................................................................................................................................ 37
4.1 ESTADOS LIMITES DE AÇÕES E SEGURANÇA ................................................................................. 37
4.1.1 Estado Limite Último (ELU) ........................................................................................................ 37
4.1.2 Estado Limite de Serviço (ELS).................................................................................................... 38
4.2 COMBINAÇÕES DE AÇÕES ............................................................................................................ 38
5 METODOLOGIA .............................................................................................................. 40
6 ARQUITETURA MODELO ............................................................................................ 41
7 CONSIDERAÇÕES DE PROJETO ................................................................................ 41
7.1 MATERIAIS E DURABILIDADE ........................................................................................................ 41
7.2 CARGAS ........................................................................................................................................ 41
7.3 LANÇAMENTO ESTRUTURAL ......................................................................................................... 43
8 ANÁLISE E DISCURSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 45
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 51
10 SUGESTÃO PARA TRABALHOS FUTUROS ............................................................. 52
11 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 53
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
A NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 102) afirma que “sob a ação de cargas verticais e
horizontais, os nós da estrutura deslocam-se horizontalmente. Os esforços de 2ª ordem
decorrentes desses deslocamentos são chamados de efeitos globais de 2ª ordem.”
Kimura (2007 citado por BARBOZA, 2008) completa que esses efeitos estão
relacionados ao deslocamento do conjunto completo formado por pilares, vigas e lajes. Como
é o caso de uma edificação sob ação do vento.
“Nas barras da estrutura, como um lance de pilar, os respectivos eixos não se mantêm
retilíneos, surgindo aí efeitos locais de 2ª ordem que, em princípio, afetam principalmente os
esforços solicitantes ao longo delas.” (NBR 6118, ABNT, 2014, p. 102).
16
“Em pilares-parede (simples ou compostos) pode-se ter uma região que apresenta não
retilineidade maior do que a do eixo do pilar como um todo. Nessas regiões surgem efeitos de
2ª ordem maiores, chamados de efeitos de 2ª ordem localizados.” (NBR 6118, ABNT, 2014,
p. 102).
Nk
α=Htot .√ (1)
ECS IC
Onde
α1 =0,2+0,1n, se n≤3
α1 =0,6, se n≥4
Para associações de pilares-parede e para pórticos associados a pilares-parede, adotar
α1 =0,6. No caso de contraventamento constituído exclusivamente por pilares-parede, adotar
α1 =0,7. Quando só houver pórticos, adotar α1 =0,5.
Onde
n é o número de níveis de barras horizontais (andares) acima da fundação ou de um
nível pouco deslocável;
18
Onde
q é a ação horizontal uniformemente distribuída;
H é a altura total do eficício;
a é o deslocamento no topo do edifício submetido à ação horizontal q.
2.2.2 Coeficiente 𝛄𝐳
Onde:
∆Mtot,d é a soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, na
combinação considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de
seus respectivos pontos de aplicação, obtidos na análise de 1ª ordem.
ΔMtot,d =Σ(Pid.yi ) (4)
Onde
Pid é a força vertical do andar i;
yi é o deslocamento horizontal do andar i;
M1,tot,d é o tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças horizontais
da combinação considerada, com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura:
M1,tot,d=Σ(FHid .xi ) (5)
Apesar da NBR 6118 (ABNT, 2014) limitar o valor de γz em 1,3, estruturas são
comumente projetadas com um limite de 1,2. Para valores superiores, costuma-se realizar uma
análise não-linear geométrica através do processo P-Δ. (MONCAYO, 2011).
2.2.3 Processo 𝐏 − 𝚫
Onde:
- Σ𝑃𝑖 e Σ𝑃𝑖+1 são os somatórios das forças verticais nos pavimentos i e i+1,
respectivamente;
- ℎ𝑖 e ℎ𝑖+1 são os pés diretos dos pavimentos i e i+1, respectivamente;
- é o deslocamento horizontal relativo do pavimento i em relação ao pavimento i+1
- é o deslocamento horizontal relativo do pavimento i+1 em relação ao pavimento i.
A Figura 6 ilustra a substituição dos deslocamentos horizontais por forças horizontais
suplementares. Essa substituição é possível pois as forças horizontais suplementares
produzem o mesmo efeito sobre a estrutura que a interação das forças verticais com os
deslocamentos horizontais provocados por elas. (OLIVEIRA, 2002).
2.2.4 Deslocamentos-limites
As estruturas podem ser classificadas como estruturas de nós fixos ou de nós móveis.
Essa divisão é baseada nos parâmetros de instabilidade.
De acordo com Oliveira (2002), todas as estruturas são deslocáveis. Mas em algumas
os deslocamentos horizontais dos nós são pequenos. Essas são conhecidas por serem mais
24
rígidas e nesse caso, os efeitos globais de segunda ordem têm pouca influência sobre os
esforços totais. Por esse motivo, podem ser desprezados. Às estruturas que se comportam
desta maneira, dá-se o nome de nós fixos.
Moncayo (2011) afirma que, para efeito de cálculo, uma estrutura é considera de nós
fixos quando os efeitos globais de segunda ordem são inferiores a 10% dos respectivos
esforços de primeira ordem. E, como completa Wordell (2003), o dimensionamento dos
pilares de estruturas classificadas de nós fixos pode ser feito isoladamente, sendo necessário
apenas conhecer os esforços globais de primeira ordem.
A NBR 6118 (ABNT, 2014, p. 105) afirma que:
Nas estruturas de nós fixos, o cálculo pode ser realizado considerando cada
elemento comprimido isoladamente, como barra vinculada nas extremidades aos
demais elementos estruturais que ali concorrem, onde se aplicam os esforços obtidos
pela análise da estrutura efetuada segundo a teoria de 1ª ordem.
Estruturas de nós móveis são aquelas cujos deslocamentos horizontais são mais
significativos, ou seja, são estruturas mais flexíveis. Para essas, os efeitos globais de segunda
ordem não podem ser desprezados pois representam uma parcela muito importante dos
esforços finais. Para o dimensionamento de edificações classificadas como de nós móveis,
deve-se levar em conta os efeitos das não-linearidades física e geométrica. (OLIVEIRA,
2002).
Porém, a determinação da influência do efeito da não linearidade física, como sugere
Wordell (2003, p. 28) “necessita-se de um tipo de procedimento incremental e iterativo, no
qual, para cada nível de solicitação ou carregamento, a rigidez dos elementos precisa ser
determinada.” Por esse motivo, alguns estudos têm sido realizados a fim de simplificar este
processo.
Estruturas são consideradas de nós móveis quando os efeitos de segunda ordem são
importantes (superiores a 10% dos respectivos esforços de primeira ordem) e devem ser
considerados. NBR 6118 (ABNT, 2014).
Vale ressaltar que a desconsideração dos efeitos globais de segunda ordem não implica
na desconsideração dos efeitos locais e localizados, já que a estabilidade global não garante a
estabilidade local, e vice-versa. Sendo assim, tanto nas estruturas de nós fixos quanto nas
estruturas de nós móveis, é obrigatório levar em conta os efeitos locais e localizados de
segunda ordem. (MONCAYO, 2011).
25
Um exemplo disso é um pilar isolado que perde a sua estabilidade, em uma estrutura
de nós fixos, devido aos efeitos locais de segunda ordem.
Como sugere Moncayo (2011) projetistas estruturais analisam a sua estrutura com
base em momentos fletores, e não em tensões. Por esse motivo, é possível utilizar o diagrama
apresentado na Figura 7 (a) para análise não-linear de pavimentos, no cálculo de flechas. Já o
diagrama apresentado na Figura 7 (b) pode ser empregado no cálculo de elementos
submetidos a esforço normal.
Entretanto, a partir do conhecimento da armadura e do valor da força normal atuante é
possível determinar a não-linearidade física de um elemento estrutural através do diagrama
26
Pode-se utilizar um coeficiente redutor diferente para vigas e pilares caso sejam
consideradas duas condições: se a estrutura de contraventameto for composta exclusivamente
por vigas e pilares (sem consideração de núcleos de elevadores, pilares em U) e o valor do γz
g for menor que 1,3. Nesse caso, a rigidez das vigas e pilares é expresso por:
(EI)sec =0,7 Ec Ic
Por esse motivo,
3 ESTRUTURAS DE CONTRAVENTAMENTO
Quando for constatado, após a análise dos efeitos de segunda ordem, que
uma determinada estrutura extrapolou os limites admitidos para sua instabilidade
global, deve-se adotar uma solução de forma a aumentar a rigidez do edifício,
reduzindo os efeitos de segunda ordem a valores aceitáveis e garantindo a
estabilidade do conjunto. Para tanto, são previstas as chamadas estruturas de
contraventamento.
Peças estruturais podem ser classificadas como de contraventamento e contraventadas.
Tal classificação depende da sua influência quanto aos efeitos globais. Nas estruturas de
contraventamento estão compreendidos os elementos que possuem resistência suficiente a
ponto de garantir a estabilidade global do edifício. Já no grupo das estruturas contraventadas
estão os elementos que são equilibrados, a nível global, pelas estruturas de contraventamento.
(RIBEIRO, 2010).
Essa classificação também é apresentada na NBR 6118 (ABNT, 2014): “Por
conveniência de análise, é possível identificar, dentro da estrutura, subestruturas que, devido à
sua grande rigidez às ações horizontais, resistem à maior parte dos esforços decorrentes
dessas ações. Essas subestruturas são chamadas subestruturas de contraventamento.”
Porém, Ribeiro (2010) salienta que essa distinção entre estruturas de contraventamento
e contraventadas pode ser arbitrária uma vez que as partes ditas não estruturais de uma
edificação muitas vezes possuem resistência não totalmente desprezível, como é o caso das
alvenarias em edifícios altos.
Desta forma, a concepção estrutural a ser considerada para estruturas de
contraventamento e contraventadas devem seguir as seguintes orientações:
Vale salientar, como sugere Barboza (2008), que as ações horizontais, em especial a
do vento, são recebidas pelas paredes externas e transmitidas à estrutura de contraventamento,
que por sua vez transferem os esforços à fundação. O contraventamento de uma edificação é
formado, normalmente, por pórticos, pilares-paredes e núcleos de rigidez.
3.1.2 Pórticos
Figura 14 Pórtico
Quando a ligação rígida entre vigas e pilares de um pórtico não é capaz de conferir a
estabilidade necessária para edificação, faz-se uso de elementos chamados diagonais de
contraventamento que têm a função de reduzir significativamente o deslocamento horizontal
32
Com a elevação da altura dos edifícios, é cada vez mais difícil encontrar uma estrutura
de contraventamento rígida o suficiente que seja capaz de absorver sozinha às ações. Desta
forma, muitos engenheiros lançam mão da associação desses sistemas, as chamadas estruturas
mistas. Por isso é tão comum o uso de estruturas que combinam diversos elementos verticais
de acordo com as suas vantagens e desvantagens que juntos aumentam a rigidez do conjunto e
diminuem o deslocamento horizontal. Por esse motivo, não é difícil encontrar edificações
cujas estruturas de contraventamento são compostas por pilares-paredes associados à pórticos
indeslocávies ou tubos periféricos ligados à núcleos de rigidez, por exemplo. (BARBOZA,
2008).
Barboza (2008) a reitera que elementos estruturais verticais diferentes se deformam de
formas diferentes. E é por esse motivo que a utilização de elementos estruturais com
características diferentes é alternativa positiva, não só pelo aumento da rigidez da estrutura
associada, mas também porque a sobreposição dessas deformações pode conferir melhor
comportamento à estrutura em relação ao deslocamento horizontal.
Existem estruturas que se comportam como uma barra engastada com extremidade
livre. Essas têm maior deformação na sua parte livre, o chamado sentido convexo de
carregamento, exemplificado na Figura 18. Pilares-parede, núcleos de rigidez e pórticos
enrijecidos apresentam esse comportamento. Já estruturas de pórticos deslocáveis têm maior
deslocamento na sua base (sentido côncavo de carregamento), conforme apresentado na
Figura 19.
Ou seja, a combinação de dois sistemas de contraventamento que se deformam de
formas diferentes pode reduzir significativamente os deslocamentos horizontais e aumentar a
estabilidade da estrutura. Por exemplo, com a combinação de um pórtico deslocável com
pilares-paredes temos o deslocamento na base limitado pelos pilares-parede enquanto o
deslocamento no topo, é restringido pelo pórtico. A transmissão dos efeitos é feita através de
diafragmas rígidos. (BARBOZA, 2008).
35
Figura 20 Deformação do sistema misto: pórtico deslocável com pilar-parede e pórtico deslocável com
pórtico contaventado
4 AÇÕES
Carvalho e Filho (2014) afirmam que “o estado limite último é aquele relacionado ao
colapso ou a qualquer outra forma de ruína estrutural que determine a paralização, no todo ou
em parte, do uso da estrutura”. A NBR 6118 (ABNT, 2014) determina que a segurança das
estruturas de concreto deve sempre ser verificada em relação aos seguintes estados limites
últimos:
▪ Perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido;
▪ Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte, pelas
solicitações normais e tangenciais;
▪ Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte,
considerando os efeitos de segunda ordem;
▪ Provocado por solicitações dinâmicas;
▪ Colapso progressivo;
▪ Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou em parte,
considerando exposição ao fogo, conforme a NBR 15200, citada por NBR 6118
(ABNT, 2014);
▪ Esgotamento da capacidade resistente da estrutura, considerando ações sísmicas,
conforme a NBR 15421 citada por NBR 6118 (ABNT, 2014);
▪ Outros estados-limites últimos que eventualmente possam ocorrer em casos
especiais.
38
O carregamento imposto à estrutura de estudo foi definido pela combinação das ações
que têm probabilidades não desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura,
durante um período preestabelecido, levando em consideração a condição mais desfavorável
para a estrutura.
Onde:
Fd é o valor de cálculo das ações para combinação última;
Fgk. representa as ações permanentes diretas;
39
Fεk representa as ações indiretas permanentes como a retração Fεgk e variáveis como a
temperatura Fεqk;
Fqk representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida principal;
γg, γεg, γq, γεq são coeficiente de ponderação e seus valores estão expressos na Tabela
11.1 da NBR 6118 (ABNT, 2014);
Ψ0j, Ψ0ε são fatores de redução e seus valores estão expressos na Tabela 11.2 da NBR
6118 (ABNT, 2014);
As combinações de serviço são classificadas de acordo com a sua permanência na
estrutura como sendo quase permanentes, frequentes ou raras.
Onde
Fd,ser é o valor de cálculo das ações para combinações de serviço;
Fq1k é o valor característico das ações variáveis principais diretas;
Ψ1 é o fator de redução de combinação frequente para ELS;
Ψ2 é o fator de redução de combinação quase permanente para ELS.
Fonte: NBR 6118 (ABNT, 2014)
5 METODOLOGIA
6 ARQUITETURA MODELO
O projeto utilizado para realização deste trabalho foi de uma edificação já executada
na cidade de Vitória da Conquista – BA. A arquitetura original utilizada consiste em cinco
pavimentos de tipologias diferentes (garagem 01, garagem 02, playground e térreo) seguida
de 12 pavimentos tipos. Porém, para efeito de estudo os quatro pavimentos iniciais foram
substituídos por pavimentos tipos resultando num empreendimento de 16 pavimentos com
3,24m cada um resultando em uma edificação de 51,84 metros de altura. A arquitetura
apresenta dois apartamentos por andar conforme Figura 30. A área dos ambientes de cada
apartamento é apresentada na Tabela 2.
Tabela 3 Ambientes
Ambiente Área (m²)
Suíte 01 12,43
Sanitário – Suíte 01 3,52
Suíte 02 11,61
Sanitário – Suíte 02 7,07
Closet – Suíte 02 5,41
Suíte 03 12,31
Sanitário – Suíte 03 3,56
Sala de Estar/Jantar 46,82
Despensa 2,02
Cozinha 13,01
Varanda Gourmet 7,00
Área de Serviço 5,63
Dependência 5,07
Sanitário - Dependência 1,98
Fonte: Elaborada pela autora
7 CONSIDERAÇÕES DE PROJETO
7.2 CARGAS
A NBR 6118 (ABNT, 2014) afirma que devem ser consideradas, para o cálculo
estrutural, todas as ações que possam produzir efeitos significativos para a segurança da
42
estrutura. Dentre estas, a NBR 6120 (ABNT, 1980) classificam-nas como cargas permanentes
(g) e cargas acidentais (q).
As ações permanentes, como sugere a NBR 6118 (ABNT, 2014), “são as que ocorrem
com valores praticamente constantes durante toda a vida da construção.” No presente
trabalho, foram consideradas como cargas permanentes o peso próprio da estrutura, o peso de
revestimento e as alvenarias sobre lajes e vigas, assim como propõe a NBR 6120 (ABNT,
1980).
Ainda com base na NBR 6120 (ABNT, 1980), que também traz o peso específico dos
materiais de construção mais frequentes, tem-se o valor de peso específico do concreto
armado e tijolo furado de 2500 kgf/m³ e 1300 kgf/m³, respectivamente. De posse desses
valores, é possível definir o peso próprio da estrutura (lajes, vigas e pilares) bem como das
alvenarias sobre as vigas e sobre as lajes. Além disso, para o peso próprio de revestimento foi
considerado o valor mínimo estabelecido por norma de 100 kgf/m².
Já as ações variáveis (diretas), “são constituídas pelas cargas acidentais previstas para
uso da construção, pela ação do vento e da água”, como afirma a NBR 6118 (ABNT, 2014).
Foi utilizada valor igual a 150 kgf/m² para carga acidental sobre as lajes dos dormitórios,
salas, copas, cozinhas e banheiros e 200 kgf/m² sobre as lajes das despensas, áreas de serviço
e lavanderias, conforme recomendação da NBR 6120 (ABNT, 1980).
Em relação a carga de vento, considerou-se as recomendações propostas pela NBR
6123 (ABNT, 1988) a qual estabelece três fatores S1, S2 e S3 para definição da carga do vento
e que leva em consideração a velocidade básica do vento no Brasil, conforme Figura 22.
Desta forma, foi considerada a velocidade básica do vento de 30 m/s visto que se trata de um
empreendimento localizado na cidade de Vitória da Conquista – BA.
O fator S1 leva em consideração as variações do relevo do terreno e foi considerado
igual a 1,00 visto que a localidade em questão é fracamente acidentada. Já o fator S2 refere-se
à rugosidade do terreno, dimensões da edificação e altura sobre o terreno. Dentre as categorias
estabelecidas pela NBR 6123 (ABNT, 1988), a edificação em questão enquadra-se na
Categoria IV por se tratar de uma zona urbanizada com obstáculos numerosos e pouco
espaçados. Em relação a dimensão da edificação a mesma pertence a Classe C uma vez que
apresenta a maior dimensão vertical de 51,84 m (maior que 50 m).
O fator S3 é baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau de segurança
requerido e a vida útil da edificação. Dentre os valores estabelecidos pela NBR 6123 (ABNT,
1988), foi adotado valor igual a 1,00 por se tratar de uma edificação residencial.
43
Tabela 5 Continuação
Pavimento Altura Deslocamento Limite Diferença entre Limite
acumulado no topo pavimentos
Direção X Direção Y Direção X Direção Y
Pav. Tipo 12 324.00 1,34 0,81 3,14 0,05 0,06 0,38
Pav. Tipo 11 324.00 1,29 0,75 3,14 0,06 0,07 0,38
Pav. Tipo 10 324.00 1,23 0,68 3,14 0,07 0,07 0,38
Pav. Tipo 9 324.00 1,16 0,61 3,14 0,09 0,08 0,38
Pav. Tipo 8 324.00 1,07 0,53 3,14 0,10 0,08 0,38
Pav. Tipo 7 324.00 0,97 0,45 3,14 0,11 0,08 0,38
Pav. Tipo 6 324.00 0,86 0,37 3,14 0,12 0,08 0,38
Pav. Tipo 5 324.00 0,74 0,29 3,14 0,14 0,08 0,38
Pav. Tipo 4 324.00 0,60 0,21 3,14 0,15 0,07 0,38
Pav. Tipo 3 324.00 0,46 0,14 3,14 0,16 0,06 0,38
Pav. Tipo 2 324.00 0,30 0,08 3,14 0,16 0,05 0,38
Pav. Tipo 1 324.00 0,14 0,03 3,14 0,13 0,03 0,38
Fundação 150.00 0,02 0,00 3,14 0,02 0,00 0,18
Fonte: Elaborada pela autora.
Com base nos dados apresentados nas tabelas acima, foi produzida Tabela 11 que
apresenta o resumo dos custos de produção incluindo materiais, mãos de obra e equipamentos,
dos dois sistemas estruturais. Os valores unitários de cada composição de custos foram
retirados do SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices para Construção
Civil) e orçamento detalhados encontram-se no APÊNDICE D - ORÇAMENTO
51
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
estabilidade global da edificação, foi necessário aumentar a seção dos pilares, em especial na
direção Y.
Entretanto, na direção X a estrutura com núcleo rígido se apresentou melhor
comportamento. Visto que, a rigidez na direção X foi significativamente reduzida devido a
substituição dos núcleos rígidos por pilares-paredes.
Vale ressaltar que, ambos sistemas de contraventamento estudados atendem aos
limites estabelecidos pela NBR 6118 (ABNT, 2014) e por isso, a estrutura com núcleo rígido
não se mostrou tão atrativa no que se refere à estabilidade global e ao custo total. Além disso,
o presente trabalho estuda uma edificação de 16 pavimentos e, como sugere a Figura 21, para
estruturas com até 15 pavimentos, a estrutura aporticada atende a estabilidade global. Porém,
a utilização de estruturas de contraventamento com núcleo rígido em edificações com mais
pavimentos pode ser determinante tanto para estabilidade global de uma edificação.
Para engenheiros estruturais, é de grande importância definir, dentre os sistemas de
contraventamento possíveis, qual atenderá aos critérios de estabilidade e, entre esses, o mais
econômico. Pode-se dizer, então que, para em edificação de 16 pavimentos, a utilização de
núcleo rígido, apesar de possuir melhor comportamento em relação a estabilidade global, não
se mostrou economicamente tão vantajosa. Além disso, a execução das fôrmas para a
estrutura aporticada, geralmente, é mais simples se ser executada por apresentar apenas
pilares retangulares.
11 REFERÊNCIAS
ALTOQI. Eberick V8: software para projeto estrutural em concreto armado e pré-
moldados. AltoQi Tecnologia em Informática, 2015.
ARAÚJO, José Milton de. Curso de Concreto Armado. 2. ed. Rio Grande: Dunas,
2003.244 p.