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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP


Laureatte International Universities
Curso de Pós Graduação Psicologia
Psicologia Clínica e Psicoterapia Infantil

ZÉLIA DE OLIVEIRA E SILVA1


DIEGO MACEDO GONÇALVES2

DEPRESSÃO JUVENIL: Principais sintomas e fatores


desencadeantes

RESUMO

Este artigo refere-se a uma pesquisa sobre o tema “Depressão Juvenil:


Principais sintomas e fatores desencadeantes”. Através de algumas literaturas de
pesquisadores são identificadas discussões, que pontuam o crescente número de
adolescentes depressivos e suas características, dando a conhecer de como se dá
o processo da depressão em jovens e seus fatores causadores. Baseado nas
ideias aqui apresentadas por alguns autores, respostas são encontradas
relacionadas à depressão Juvenil, o que vem a ser e como se dá esse tipo de
transtorno, como reconhecê-lo, assim como quais os sintomas e fatores que
contribuem e possíveis implicações resultantes da depressão juvenil. Além das
leituras, aqui é mostrado resultados científicos, advindos de avaliações
desenvolvidas em adolescentes estudantes de uma Escola Pública situada no
bairro de Neópolis em Natal/RN, com levantamento de dados coletados resultantes
da aplicação do Inventário de Depressão de Beck -BDI-II Segunda Edição (2011) e
Questionário de Depressão de Kovacs –CDI -Psiquiatria Infantil.com.br (2016) e
Gouveia et al(1995), com uma solicitação de justificativas em uma folha à parte,
daí sendo encontradas outras respostas sobre os sentimentos dos jovens em
estado de anedonia. Desta pesquisa, emerge reflexões, com visões e
conhecimentos, porém, ciente de que indubitavelmente nova pesquisa e
questionamentos deva ocorrer.

PALAVRAS-CHAVE: Depressão, Juvenil, fatores.

1
Pedagoga, Psicóloga com Formação em Terapia Cognitivo-Comportamental, especialista em Psicopedagogia
e Orientação Educacional, atual concluinte do Curso de Pós Graduação Especialização em Psicologia Clínica e
Psicoterapia Infantil na UnP - zeliapsicologa45@gmail.com
2
Orientador, Doutor em Psicobiologia, Psicólogo Cognitivo Comportamental e Professor Universitário da UnP
- diego@metacognitiva.com
2

1 INTRODUÇÃO
A depressão tem sido considerada um enorme problema para a saúde
pública e tida mundialmente como a principal causadora de incapacidade mental,
com estimativa de que ela até 2020, venha a ser a segunda maior razão de
doenças psíquicas com incapacitação do ser humano (CUNHA, et al 2012)

Segundo Oliveto e Ramos (2011) divulgaram no Correio Braziliense:

“Em um período de 12 meses seguidos, o Brasil lidera, entre os países em


desenvolvimento, o ranking mundial de prevalência da depressão... Os
dados brasileiros foram retirados do São Paulo Megacity, um estudo do
Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo que avaliou a
prevalência de distúrbios psiquiátricos na região metropolitana da cidade,
baseado em 5.037 entrevista” (s.p.).

Milhorance (2014) diz que, “no Brasil, 21% dos jovens entre 14 e 25 anos
têm sintomas indicativos de depressão...segundo dados do 2º Levantamento
Nacional de Álcool e Drogas, realizado pela UNIFESP-Universidade Federal de
São Paulo”

O Ministério da Saúde na sua página Universidade Aberta do UNA-SUS


(2014), anuncia que segundo divulgação da OMS em seu primeiro relatório dia 14
de maio de 2014, a depressão tem sido a primordial doença e causa de
incapacidade entre os adolescentes, baseado em dados fornecidos por 109 países.

O tema desta pesquisa foi idealizado, após esses conhecimentos como


também, através da mídia de que atualmente há um gradativo aumento de
depressão em crianças e adolescentes, antes mais perceptivo e diagnosticado em
adultos, principalmente idosos.

A finalidade deste trabalho foi investigar sobre a Depressão juvenil, seus


principais sintomas e o que contribui para o desencadeamento da astenia por
depressão e comorbidades dela resultante.
3

A população pesquisada foi de uma Escola Estadual, situada no bairro de


Neópolis em Natal/RN, do 8º. E 9º. Ano do Ensino Fundamental, com faixa etária
de 13 a l7 anos.

Foi realizado levantamento dos dados das respostas dadas ao Inventário


de Depressão de Beck - Segunda Edição (BDI-II), que é um instrumento composto
de 21 itens, cujo objetivo é mensurar a intensidade da depressão em adultos e
adolescentes a partir dos 13 anos de idade, usado como tempo de aplicação entre
5 e 10 minutos. No mesmo dia, posteriormente foi aplicado o Questionário de
Depressão de Kovacs (CDI) com página suplementar para justificativas das
respostas dadas, pelos juvenis pesquisados, sendo utilizado para as duas
aplicações, um total de aplicação de 25 minutos.

O objetivo geral da pesquisa foi de conhecer através da teoria os principais


sintomas da depressão juvenil, suas implicações e quais elementos que
contribuíram para o surgimento da mesma.

Todos os dados foram coletados e analisados pela pesquisadora com


anuência e supervisão do Professor Orientador da Universidade Potiguar, Dr.
Diego Macedo Gonçalves.
Os dados obtidos evidenciaram como se apresentam os traços de
depressão nos juvenis com seus diferentes sintomas e níveis de intensidade,
evidenciando quais elementos contribuem para que a depressão se estabeleça.

2- DESENVOLVIMENTO

Há um estigma de que a adolescência é a fase mais difícil da vida de uma


pessoa devido as constantes mudanças de humor, de vontades, de crises
emocionais e até considera isso peculiar à idade e ciclo.

As dificuldades relatadas são reais na vida da maioria dos adolescentes e


na realidade, há de se admitir que realmente é nessa fase em desenvolvimento
4

para a fase adulta, que se deparam com variadas inovadas situações e pressões,
impostas pela sociedade, tornando-as percebida como difícil.

Levando em conta leituras realizadas de autores que estudaram o tema


sobre depressão juvenil, foi ideado encontrar respostas tais como: o que vem a ser
depressão juvenil, como reconhecer que um adolescente está em depressão, quais
os sintomas e fatores que contribuem para desencadear esta doença psíquica e
possíveis implicações advindas da depressão.

2.1 O QUE É DEPRESSÃO

Batista e colaboradores(2001) em resultado de pesquisa sobre a depressão


de adolescentes afirma que não há dúvidas de que as desordens psíquicas infantis
e especialmente os transtornos de humor, estão relacionados à estrutura e suporte
inadequado da família. E diz mais:

“Hoje em dia, não há mais dúvidas de que os transtornos de humor


atingem tanto crianças quanto adolescentes e, o crescimento de
pesquisas nesta área (Kashani, 1981) sugerem que a problemática é
grave. As pesquisas sobre prevalência vem apontando, cada vez mais, um
número relativamente alto de crianças e adolescentes com sintomas de
depressão, o que leva a questionar quais os principais fatores ligados a
estes dados” (s.p).

Varella (2016) que é médico nacionalmente conhecido, em seu site ele


diz a depressão ser uma doença grave, que caso não venha a ser
convenientemente tratada, interfere e compromete a qualidade de vida da pessoa,
sendo que no caso infanto-juvenil é um problema mais difícil de ser revelado,
porque ele aceita a depressão como fato natural, entendem ser o seu modo natural
de ser, sem perceber que se trata de uma doença e que precisam buscar alívio,
ficam calados assim, os pais demoram a reconhecer o problema e ajudá-lo.
5

2.2 SINTOMAS: COMO RECONHECER A DEPRESSÃO NO ADOLESCENTE

Sabe-se que pessoas depressivas geralmente têm uma alta taxa de


comportamento de sofrimento, incluindo na depressão infantil, a reclamação, choro
e irritabilidade.

Louza Neto (2010) relata que o deprimido tem um sentimento de uma


profunda tristeza que é duradoura, e sente-se desanimado, apático, com anedonia
em seu estado mais severo, sentindo-se incapaz de sentir prazer, tendo ainda,
insônia e perda de apetite, queixando-se às vezes de fadiga, dores nas costas ou
de cabeça.

Seus pensamentos são distorcidos, com sentimentos de culpa, de


desesperança e de que já não pode mais ser útil, e caso alcance o grau mais alto,
pode chegar ao suicídio, a pensamentos "ruins", como ideias de culpa, inutilidade,
desesperança.

Rappaport (1981) reporta que o sujeito a partir da mais tenra idade, funciona
basicamente incorporando o universo que o rodeia, possibilitando ser encontrado
no elemento pesquisado (o idoso) a depressão causado pelo meio social em que
vive.

Cruvinel e Boruchovitch (2003) diz que:

“Parece que, a partir da adolescência, as meninas passam a apresentar


mais sintomas de depressão do que os meninos. Antes da adolescência,
esses índices ainda são confusos, no entanto, quando os estudos
apontam o fato de que meninas são mais depressivas que os meninos,
algumas hipóteses são levantadas, e uma delas refere-se, segundo
Harrington (1993), às formas de socialização. Esse autor explica que,
normalmente, as meninas lidam com suas emoções de forma diferente
dos meninos. As meninas são encorajadas a entrar em contato com
sentimentos depressivos como tristeza, choro e desânimo, e os meninos
são reforçados a utilizar outras estratégias, como, por exemplo, a
distração.”(s.p.)
6

Segundo o divulgado no Jornal do Brasil (2016) :”A depressão é uma doença


caracterizada por um conjunto de sintomas psicológicos e físicos, associada a altos
índices de comorbidades médicas, incapacitação e mortalidade prematura.”

É importante reportar que conforme registra o DSM-IV (2006), para que seja
diagnosticado um quadro depressivo, é necessário que a pessoa apresente em
duas semanas seguidas, no mínimo, cinco dos sintomas que servem de parâmetro;
entre eles, o do humor deprimido na maior parte do dia, mas no mesmo DSM, cita
que há exceções, que no entanto, dependem do nível de desenvolvimento do
indivíduo, e assim, na criança quando deprimida, pode se manifestar com irritação
ao invés de tristeza, com baixo rendimento escolar resultante do problema,
causando inclusive, déficit de atenção e concentração.

O transtorno depressivo maior é conhecido também pela sigla (TDM),


também conhecido como depressão unipolar ou simplesmente depressão maior, é
um transtorno clínico.

ABRAMOVITCH; ARAGÃO (2011) anunciam que:

A partir de 1970, crianças e adolescentes podem apresentar transtorno de


humor, incluindo o transtorno depressivo maior e o transtorno bipolar. De
acordo com as classificações atuais - Classificação Internacional de
Doenças (CID)16 e da Diagnostic Medical Statistic (DSM)17 -, essa faixa
etária pode apresentar transtorno depressivo com os mesmos sintomas
que os adultos, com leves alterações, como o humor irritável, em vez de
deprimido, e a redução ou perda de interesse ou prazer na realização das
tarefas, nos esportes, nas amizades, na escola, além da presença de
sentimentos de menos valia. Embora as crianças possam experimentar
tristeza e desespero transitórios, também podem apresentar transtorno
depressivo com um padrão persistente de alteração do humor(s.p.)

As autoras dizem ainda ser comum a hostilidade e mudança de humor,


causando dificuldade para um bom relacionamento psicossocial.

O TDM (Transtorno Depressivo Maior) em adolescentes caracteriza-se por


queixas somatizadas de dores de cabeça, agitação nos movimentos, alucinações
congruentes com o humor, lentidão psíquica e motora, desinteresse pelo que antes
lhe interessava, falta de interesse pelas atividades escolares e momento de
7

recreios, fuga da companhia de colegas. o sentimento de culpa se faz presente,


com tendência ao uso do álcool ou demais substâncias que podem viciar e
culminar com a tentativa ou concretização do suicídio.

2.3 DEPRESSÃO E COMPROMETIMENTO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS

Ávila e Bottino (2006) relatam que pacientes com depressão severa, têm
várias habilidades cognitivas comprometidas e citam psicomotricidade, memória
não verbal e verbal, aprendizagem, compreensão de leitura, fluência da fala e
funções executivas, provavelmente, com mais dificuldades para executarem
complexas tarefas que exijam atenção e intenção, evidenciando porém, que os
processos automáticos, não estão comprometidos.

Batista et al (ibid) conjetura resultante de pesquisas, que a depressão


possivelmente pode estar condicionada a problemas de estudos, déficit de atenção,
pânico, problemas com drogas, de ordem sexual, desordem de conduta e ou
alimentar, transtorno de ansiedade e tantas outras comorbidades.

2.4 DEPRESSÃO: TRÍADE COGNITIVA DE BECK

Segundo Powell et al (2008), para a questão da depressão, Beck pressupôs


existir para isso, dois elementos básicos, a Tríade Cognitiva e as Distorções
Cognitivas.

A Tríade Cognitiva consta de uma pessoa com visão negativa de si, vendo-
se inadequado e incapacitado; se autodenominando como alguém enfadonha,
desinteressante; com visão também distorcida do mundo, incluindo aí, relações
dela com as atividades profissionais, acreditando que pessoas não apreciam seu
trabalho e tem visão desvirtuada de futuro, com alto grau de desesperança,
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acreditando na impossibilidade de sua vida melhorar; que já não serve mais para
nada ou com pensamentos similares.

Há pensamentos negativos sobre o porvir, vinculado a pensamentos em


grau de desesperança numa forma tão intensa, que o faz capaz de acreditar a
morte poder vir a ser um alívio, daí podendo advir, o suicídio.

A Distorção Cognitiva é composta de percepções distorcidas de fatos


vivenciados ou observados e que nesse processo interpretativo, dar lugar à
depressão e geralmente, não há evidências reais para tais considerações, ativadas
por fontes primárias do estresse.

Para Beck em relação a tríade diz que:

Quando tais pensamentos se associam à ideação suicida, a desesperança


torna-os mais intensos, e a morte pode ser compreendida pelos pacientes
depressivos como alívio para a dor ou sofrimento psicológicos ou como saída
diante da percepção de uma situação como impossível de ser suportada (apud
POWELL, 2008 doc internet),

Powell (ibid) faz considerações reportando que essa forma de interpretar os


acontecimentos e as expectativas, tem função similar a um propulsor de
comportamentos depressivos, que ratifica novas interpretações conexas com
sentimentos particulares de inadequação, baixa autoestima, desesperança, e
consequentemente ratificando-as, após nova interpretação dos próprios
sentimentos pessoais de inadequação.

2.5- FATORES QUE CONTRIBUEM PARA A DEPRESSÃO JUVENIL

Cortez 2005 diz que há crianças que crescem muitas vezes ouvindo dos pais
conceitos depreciativos de si, tais como, de que são “burras” incapazes,
incompetentes, teimosas, chatas, inconvenientes, e que são pesos na vida delas e
9

que tais conceitos escutados, imprimem na criança e ajuda na composição da sua


identidade, tornando-se difícil mudar nas fases a seguir de sua vida.

O mesmo autor, aponta para fatores que contribuem para uma depressão
infante:

No decorrer do desenvolvimento, a criança vai internalizando padrões de


comportamento, espelhando-se nas pessoas que a cercam. Entre os
modelos de identificação, que podem futuramente servir de base para a
depressão, estão o perfeccionismo e a intolerância, revelando um alto
nível de crítica e exigência, o pessimismo, o sentimento de inferioridade, a
submissão, a dificuldade de expressar a raiva, a autodepreciarão e a
postura ilusória e arrogante de autossuficiência. O jeito como uma criança
é tratada também exerce influência na construção de sua autoestima,
sendo esta o sentimento que uma pessoa tem de ser amada, útil, aceita,
de ter algo de bom em si para oferecer ou não. Trata-se do valor que a
pessoa se atribui, do quanto ela se ama e se aceita.

O CID- Classificação Internacional de Doenças (1993) classifica 3 tipos de


depressão: Leve, Moderada e Grave. Descreve quando em estado de depressão a
pessoa se apresenta com humor deprimido, com anedonia( perda da capacidade
de sentir prazer) baixa energia acompanhada de fadiga, diminuindo sua
capacidade de atuação diária. Passa a ter déficit de atenção, baixa autoestima e
autoconfiança, sentimento de culpa e inutilidade, visão desoladora, pessimista
quanto a visão de futuro, pratica a automutilação, tenta ou concretiza o suicídio.

3- MÉTODO

3.1 - PARTICIPANTES

Participou desta pesquisa um total de 20 alunos do sexo masculino e


feminino, na faixa etária de 13 a 17 anos, sendo que 09 deles, pertenciam ao `8º.
Ano e 11 ao 9º. Ano, do Ensino Fundamental, de uma Escola Estadual localizada
no Bairro de Neópolis, na cidade de Natal/RN..
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3.2- INSTRUMENTOS

Foram utilizado os seguintes instrumentos:

a) O BDI II , um questionário composto de 21 grupos de afirmações que os


participantes escolherão as que melhor se adequarem ao seu estado de
sentimento e emoção, cujo objetivo é medir a intensidade da depressão a
partir dos 13 anos.
.
b) Utilizou-se o Children’s Depression Inventory (CDI), um questionário
padronizado com 27 questões fechadas e que determina o nível de corte
em 17 pontos, e pontuação de 0 a 2 para cada item, o qual caracterizará
o grupo com sintomatologia depressiva. A escala foi elaborada por
Kovacs em1983, validada por Barbosa & Gaião (2001).

3.3- PROCEDIMENTOS

Após verificação a pesquisa se enquadrar dentro dos ditames do Comitê de


Ética da UnP (Universidade Potiguar- laureate international universities) foi
solicitado através de ofício, consentimento à Direção da Escola da população a ser
pesquisada, para que fosse permitida a execução do trabalho, no momento
ostentando os objetivos.

Ao obter aprovação, foi dada à pesquisadora pela Direção da Escola,


oportunidade para falar em sala de aula aos alunos, que explicou aos discentes do
8º. e 9º. ano, a finalidade do trabalho a ser executado e enviando no momento aos
pais e ou responsáveis, uma carta de solicitação de autorização e também sendo
entregue um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para livremente
assinarem e antecipadamente foi externando gratidão àqueles que optassem em
contribuir assinando o termo.
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No dia da aplicação do Inventário e Questionário, apesar de com


dificuldades, se alcançou o silêncio necessário e ambiente adequado, para as
restas dos mesmos.

4- RESULTADOS

4.1 .QUADRO GERAL- NÚMEROS ABSOLUTOS COLETA DE DADOS 8º. E 9º.


ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL ANO 2016

Tabela 1- Quadro de depressão por sexo


Ano Sexo Fem Sexo Fem Total Masc Masc Total Total
Ensino. Depressivo Não Depressivo Nâo Masc Geral
Fund. Depressivo Fem Total Depressivo
Total
8º. 03 00 03 02 04 06 09
9º. 04 03 07 02 02 04 11
TOTAL 07 03 10 04 06 10 20
Quadro Geral dos pesquisados

Tabela 2- Quadro Percentual por sexo


Sexo Feminino em Depressão Sexo Masculino em Depressão
70% 20%
12

4.2 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

4.2.1 Representação de Total de Pesquisados

25

20

15

Série1
10

0
Total Pesquisados Depressivos Não Depressivos

Fonte: Pesquisa de Campo em 8º. E 9º. Ano - Escola Estadual em Natal/RN

4.2.2 Representação do Total de Pesquisados sexo Feminino, quantos


Depressivos e Não Depressivos

12

10

6
Série1

0
Total Pesq. Sexo Fem Depressivos Não Depressivos
Fonte: Pesquisa de Campo em 8º.. E 9º. Ano - Escola Estadual em Natal/RN
13

4.2.3 Representação do Total de Pesquisados sexo Masculino, quantos


Depressivos e Não Depressivos

12

10

6
Série1
4

0
Total Pesq. Sexo Depressivos Não Depressivos
Masc
Fonte: Pesquisa de Campo em 8º.. E 9º. Ano - Escola Estadual em Natal/RN

4.3 JUSTIFICATIVAS DAS RESPOSTAS DOS ALUNOS COM RESULTADOS


QUE SUGEREM TER DEPRESSÃO

Após análise dos dados coletados sobre as respostas do BDI II apenas


daqueles cujo resultados sugeriu estado depressivo e o CDI levando em conta
também o resultado, foi investigado o reconhecimento das causas externadas pela
população pesquisada com respostas de justificativas de abatimento e tristeza
intensa. Na referida página, narraram com suas próprias palavras, seu manifesto
de desalentos, pessimismos e baixa autoestima, algumas delas existentes no
momento da efetuação dos questionários. Aqui algumas delas:

 Não alcanço metas

 Não sou compreendido


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 Não tenho razão para me divertir

 Desconfio muito das pessoas

 Não tenho sorte nas amizades

 Do nada me bate angústia

 Não confio em mim mesmo

 Já tomei veneno de rato para morrer

 Sinto constante vontade de chorar

 Meus pais brigam por minha causa

 Tenho medo de tomar decisões

 Sinto constante vontade de comer e comer

 Não tenho medo de sentir dor

 Eu me irrito fácil

 Em casa tudo de ruim que acontece é por minha causa

 Vim ao mundo para sofrer

 Sou muito tímido

 Me acho feio por causa de minhas espinhas

 Quero morrer, motivo para viver sumiu


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 Choro frequentemente

 Gosto de me trancar no quarto

 Tudo que planejo dá errado

 Não me comunica bem

 Sinto falta de amigos

 Tenho pensamentos negativos

 Penso em fazer besteiras, se necessário me mataria

 Sente-se sozinho

 Acho que faço coisas erradas

 Sente desânimo

 Queria que alguém me ajudasse

5- DISCUSSÃO

A presente pesquisa teve como objetivo mais relevante, encontrar


possíveis sintomas e fatores internos e externos desencadeantes que conduziram
ao transtorno de depressão em curso, na fase juvenil.
Diante dos resultados das justificativas apontadas e já ostentados, é
notório que a família se apresenta como um dos fatores determinantes da
depressão juvenil e que os sintomas anunciados em outras pesquisas se mostra
veraz.
16

Baptista e Assunpção (1999) diz que:

A importância de se estudar a depressão em crianças e adolescentes é


fundamental devido à possibilidade de evitar o desenvolvimento de
maiores problemas ou transtornos futuros em fases posteriores, incluindo
até mesmo o suicídio (pp. 79-80).

Na população aqui pesquisada, deixa evidenciado jovem que até já tentou


suicídio e outros que falam que preferem morrer.
Das 10 alunas pesquisadas, 07 tinham depressão e dos alunos, de 10
pesquisados, foi identificado menor número, com 04 em depressão, ratificando
pesquisas que demonstram o referido transtorno imperar mais no sexo feminino.
Os resultados das justificativas demonstraram as dificuldades no
relacionamento interpessoal, desacerto, incompreensão e conflitos no âmbito
familiar, como também apontaram para a necessidade de intervenção
multidisciplinar, para evitar evolução do transtorno depressivo juvenil e graves
possíveis consequências de comorbidades incapacitantes funcional.
Baptista et al (ibid) anuncia a família como sendo uma espécie de
amenizador do estresse e a falta dela, ser um dos fatores de risco para o
desencadeamento dos sintomas da depressão em crianças e adolescentes, visto
que a família influencia na forma de como o indivíduo avalia a si e os outros.
Nas justificativas ficou evidente o sofrimento no ambiente familiar, a carência
anunciada de afeto, a solidão e pedido de ajuda.

5- CONCLUSÃO

Na pesquisa com objetividade de averiguar sintomas e fatores


desencadeantes dos juvenis, percebeu-se mais um fator pertinaz, além à de
conduzir aos sintomas do transtorno de depressão em curso, na fase juvenil.
Aplicados o BDI II e o CDI, percebeu-se que os resultados de ambos
convergiam, foram os mesmos. A folha aplicada à parte em que oportunizava os
pesquisados expressarem os motivos que os levava aos sintomas por eles
17

escolhidos nas questões apresentadas, apesar ter surgido alguns ainda não
citados em outras pesquisas, ficou nítido que as justificativas também afluíam para
algumas já apontadas por outros pesquisadores.
Diante dos resultados já ostentados, é notório a importância da
contribuição da família como suporte para um salutar desenvolvimento no construto
do indivíduo, desde a mais tenra idade.
Sugere-se então, que mais estudos sejam feitos com população
pesquisada mais ampliada, para que assim possamos alcançar maior grau de
convicção de probabilidades e para melhor compreensão sobre o tema.

ABSTRACT

This article refers to a research on the topic "Juvenile Depression: Major Symptoms
and Factors." Through some researchers' literature, discussions have been
identified that demonstrates the growing number of depressive adolescents and
their characteristics, revealing how the depression process occurs in young people
and their causative factors. Based on the ideas presented here by some authors,
answers have been found related to juvenile depression, what it is and how this
type of disorder occurs, how to recognize it, besides as symptoms and factors
contribute and the possible implications resulting from Youth depression. In addition
to the readings, it is shown here scientific results, derived from evaluations
developed in adolescent students of a Public School located in the neighborhood of
Neópolis in Natal / RN, with collected data resulting from the application of the Beck
Depression Inventory -BDI-II Second (2011) and Kovacs Depression Questionnaire
-CDI-Infantil.com.br (2016) and Gouveia et al. (1995), with a request for justification
on a separate sheet, and found other answers about the feelings of the Young
people in state of anhedonia. From this research emerged reflections, with visions
and knowledge, however, aware that undoubtedly new research and questioning
should occur.

KEY WORDS: Depression, Juvenile, factors


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