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1. Definição e Conceito.
A palavra "Teologia", (do grego théos "Deus" e logos "estudo"), foi inicialmente
adotada pela igreja grega, com o sentido inicial de reflexão sobre Deus; o estudo e a
contemplação do próprio Deus; pesquisas sobre as coisas divinas etc. Hoje o termo
significa ciência da religião e das coisas divinas.
Para o estudo da Teologia Contemporânea, é imprescindível que se conheçam as
principais correntes teológicas, desde os dias apostólicos:
A. Correntes Teológicas.
1. Teologia Bíblica procura conhecer a Deus, Seus atributos e Sua vontade, através de
uma reflexão a respeito dos temas presente no Antigo e Novo Testamento, considerados
como infalível Palavra de Deus;
2. Teologia Católica, por sua vez, corresponde às teologias moral (orienta o compor
lamento humano em relação aos princípios religiosos), dogmática (estuda os
elementos da fé, ou seja, as doutrinas), bíblica (estuda o caráter de Deus. Seus
atributos e Sua vontade a nosso respeito, com base na Bíblia) e patrística (estuda a
religião de acordo com a interpretação dos pais da igreja, da tradição e do magistério).
3. Teologia Protestante enfatiza o retorno às origens e a reinterpretação das Escrituras,
tendo Cristo como única perspectiva. Seus temas principais são: somente a Escritura,
somente Cristo, somente a fé, somente a graça.
4. Teologia Natural, ou Teodicéia busca o conhecimento de Deus baseando-se na razão
humana.
5. Teologia Contemporânea ou Especulativa tem por fundamento o estudo sintético
dos textos sagrados, apoiado nos conhecimentos filosóficos do homem. Nesta
categoria pode ser classificada a teologia tomística, de Santo Tomás de Aquino (1225-
1274). A Teologia Contemporânea origina-se diretamente do método especulativo, e
desde a Reforma Protestante tem tomado várias direções, conforme as designações
recebidas: teologia modernista, teologia neomodernista, teologia evolucionista,
teologia do mito, teologia da esperança, teologia do evangelho social, teologia do
cristianismo sem religião, teologia da morte de Deus etc. etc., conforme veremos no
decorrer desse estudo.
6. Teologia Mística fundamenta-se na experiência religiosa que permite ao iniciado
supor-se imediatamente relacionado com a divindade, sendo sinais dessa união as
visões, os êxtases, as profecias, os estigmas.
B. Desconfiança Romanista.
Ao raiar o século XVI e ao mesmo tempo em que irrompia na Europa um
extraordinário renascimento das artes e uma contagiante sede de conhecimento, o
mundo religioso foi palco de uma das suas maiores revoluções: de um lado
alastrava-se por toda parte a Reforma Protestante, empunhando a bandeira da
justificação pela fé e do livre exame das Escrituras; de outro se empenhava o
romanismo numa intolerante contra-reforma, servindo-se, para tanto, dos tribunais
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da Inquisição.
Desconfiado por causa das doutrinas reformistas, o clero romano opunha-se
cegamente a toda e qualquer inovação que parecesse contrária ao seu credo. Durante
a Idade Média, a educação, tanto teológica como secular, estivera exclusivamente em
suas mãos, mas os tempos agora eram outros: as cruzadas colocaram o Ocidente
em contato com a superior cultura oriental e, por isso, muitos europeus preferiam
estudar nas modernas universidades árabes, onde o ensino era mais aprimorado,
principalmente nas disciplinas de Matemática e Astronomia.
O ressurgimento de uma velha teoria, mas com roupagem nova, a respeito da
situação da Terra em relação ao Universo, pode ser considerado um dos principais
pomos de discórdia entre "gregos e troianos". O padre polonês Nicolau Copérnico
(1473-1543), formado em Medicina, Leis e Astronomia, influenciado pela renascente
cultura greco-romana e inconformado com as complicadas teorias geocêntricas
ensinadas principalmente por Cláudio Ptolomeu e consideradas a base do ensino
astronômico por longos séculos, voltou-se para as idéias de Pitágoras, Heráclides
do Ponto e Aristarco de Samos, admitindo o heliocentrismo, no qual a Terra era
destronada de centro do Universo para girar ao redor do Sol como os demais
planetas. Apesar de haver escrito o seu pequeno comentário sobre as hipóteses
de constituição do movimento celeste, em 1505 ou 1507, por precaução, só em
1530 veio ele a público. Até mesmo a palavra "hipóteses" foi ali colocada com o fim
de atenuar o choque de duas idéias (das quais estava plenamente convencido)
com as crenças tradicionais. Em 1543 aparece a obra definitiva do astrônomo
polonês: Sobre a revolução dos orbes celestes.
As "hipóteses" copernicanas encontraram logo veemente oposição: a Igreja Romana
incluiu-as no Index - listagem de obras condenadas - e até mesmo Lutero teceu duras
críticas ao astrônomo. Era o resultado da consagração das hipóteses do referido
Ptolomeu, o último dos grandes cientistas gregos que viveu no século II A.D. e em
cuja obra principal, o Almagesto, adota o sistema geocêntrico: a Terra encontra-se
no centro do Universo e em torno dela giram Mercúrio, Lua, Vênus, Sol, Marte, Júpiter
e Saturno. Ptolomeu aceita a opinião do astrônomo Hiparco e, quanto às órbitas
desses "planetas", segue Platão e Aristóteles.
D. Galileu e a Inquisição.
O golpe de Copérnico à teologia tradicional foi secundado por outro grande sábio,
Galileu Galilei (1564-1642), ao refutar este definitivamente, em seu livro Diálogo
sobre os dois máximos sistemas do mundo, todos os antiquados conceitos
astronômicos até então em voga. Sua obra foi considerada pelo "Santo" Ofício como
sendo mais perigosa que as de Lutero e Calvino. Acusado de perjúria e heresia pelos
clericalistas, o grande físico, já com 70 anos, foi citado a comparecer perante o Tribunal
da Inquisição, em Roma. Na manhã do dia 22 de junho de 1633, ajoelhado ante seus
inimigos, Galileu, para salvar a vida, abjura seus "erros e heresias" e "renega" todas
as suas sensacionais descobertas. Segundo a lenda, depois da retratação, o velho
sábio teria batido o pé no chão, gritando: "E pur se muove..." (continua movendo-se).
Ele estava vencido, mas não convencido.
Hoje, depois de mais de 300 anos de observações astronômicas confirmando de forma
indiscutível o sistema heliocêntrico, surge no seio do romanismo um movimento pela
reabilitação de Galileu. Em 1968 o cardeal Franz Koenig, arcebispo de Viena, disse
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E. O Ataque à Bíblia.
1. A posição medievalista da Igreja Católica nos primeiros séculos após a Renascença, em
relação ao desenvolvimento da cultura, trouxe males sem conta a ela mesma, pois à
medida em que a ciência começou a provar os "absurdos" condenados pela religião,
esta começou a ser contestada por eminentes escritores, porém secularistas e
irreverentes, a cujos olhos o romanismo não passava de um mal social e um entrave ao
progresso dos povos.
2. A mais grave de todas as divergências foi expor a Palavra de Deus ao cerrado ataque
dos partidários da evolução científica, como se fosse a Bíblia a base da teologia medieval.
A Escritura Sagrada, todavia, jamais apoiou os erros de que estava contaminada a
doutrina romanista, pois hoje, incólume, é ela o livro por excelência de milhões de
pessoas em mais de 1600 línguas e dialetos, inclusive de luminares do saber que
forjam nossa era espacial nos sofisticados centros de pesquisas.
3. Como infalível Palavra de Deus, a Bíblia não apenas está ao lado, mas à frente da ciência
moderna, pois esta, como tudo que é humano, está rodeada de limitações. O homem
culto e honesto conhece as fronteiras do seu próprio saber. O médico não deixa a
faculdade conhecendo tudo sobre o corpo humano, pois se desejar especializar-se num
ramo específico da medicina, terá de continuar estudando. As bibliotecas do mundo
inteiro guardam dezenas de milhares de livros científicos que se desatualizaram apenas
algumas décadas depois de escritos! É a evolução natural do conhecimento humano.
Das 50 mil publicações do século XVII, apenas 59 foram reeditadas. Mas a Bíblia foi
completada há dezenove séculos e permanece atual, moral, teológica e cientificamente!
Na realidade, ela nunca apoiou as teorias absurdas dos vaidosos cientistas ou filósofos
do passado e do presente, e muito menos os "dogmas" dos escolásticos dela
divorciados.
4. Inúmeras verdades relacionadas com a terra, sobre as quais não se admite hoje a menor
objeção por estarem plenamente confirmadas, estão registradas no Livro dos livros,
destacando-se, dentre elas, as seguintes: as pequenas dimensões da Terra em relação
ao Universo visível a olho nu, são uma prova da impossibilidade do geocentrismo (Jó
26.14); os céus e a Terra foram criados na mais remota antiguidade (Gn 1.1); a Terra é
redonda, ou esférica, coisa negada pelos antigos (Is 40.22); o globo terrestre está
suspenso sobre o espaço vazio (Jó 26.7); a crosta da Terra está assentada sobre um
fogo interior (Jó 28.5); esta crosta saiu das águas, sob as quais esteve muito tempo
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(Gn 1.9); a Terra está envolvida numa atmosfera (Gn 1.7); as maiores montanhas do
globo foram empurradas do interior da Terra pelo fogo (SI 104.6-9); os céus não são uma
abóbada sólida, nem um firmamento, mas "a expansão", (Gn 1.7).
F. A Influência da Filosofia.
Descartes é o fundador da teoria do conhecimento (epistemologia), com suas
perguntas: "como sei?" e "como posso estar certo?" Chama-se cartesianismo a influência
de Descartes na filosofia moderna, rapidamente difundida na Europa. Combatido pelos
teólogos e pelos aristotélicos
Kantianismo
Immanuel Kant (1724-1804), filósofo alemão, constitui um marco na história do
pensamento contemporâneo. Sua filosofia, considerada na confluência do racionalismo, do
empirismo inglês e da físico-matemática de Newton, influenciou muitíssimo a moderna
filosofia alemã. Segundo Hegel, a força com que frutificou só pode ser comparada ao
pensamento de Sócrates na história da filosofia grega. Dentro de apenas 12 anos após a
publicação, em 1781, de sua obra Crítica da Razão Pura, mais de duzentos livros foram
escritos sobre sua filosofia.
“Só a crítica pode cortar pela raiz o materialismo, o fatalismo, o ateísmo, a
incredulidade dos espíritos fortes, o fanatismo e a superstição, que se podem tornar
nocivos a todos e, por último, também o idealismo e o cepticismo, que são sobretudo
perigosos para as escolas e dificilmente se propagam no público" Kant, Crítica da razão
pura, B XXXIV.
O mundo em geral aceitou essas possibilidades de absolutos tanto no
conhecimento como nos costumes. Antes de Kant podia-se raciocinar com uma
pessoa na base de causa e efeito. Contudo, esse homem com suas críticas
começou a pôr em dúvida se as pessoas realmente podiam aceitar fatos que
estavam além de seus cinco sentidos.
Na análise que Kant faz do processo de pensamento ele propôs que ninguém
pode conhecer qualquer coisa exceto por experiência. Ele acreditava que a
liberdade individual reside na obediência à "lei moral que fala dentro de nós".
Ainda sobre a filosofia moral Kant Diz:
“Diz que deveremos agir por forma a que possamos pensar de nós
próprios como leis universais legislativas através das nossas máximas.
Podemos pensar em nós como tais legisladores autônomos apenas se
seguirmos as nossas próprias leis”.
No plano religioso, em 1792, Kant, ao escrever a obra (A vitória do princípio bom
sobre o princípio mau e a constituição de um reino de Deus sobre a terra), afirma
ainda cheio de otimismo: “A passagem gradual da fé eclesiástica ao domínio
exclusivo da pura fé religiosa constitui a aproximação do reino de Deus”.
Nessa obra, o "reino de Deus" anunciado nos Evangelhos recebia
como que uma nova definição e uma nova presença: a Revolução podia apressar
a passagem da fé eclesiástica à fé racional; aonde chegasse a Revolução a “fé
eclesiástica” seria superada e substituída pela “fé religiosa”, ou seja, pela "mera fé
racional."
Em 1795, no livro “Das Ende aller Dinge” (O fim de todas as coisas), a
perspectiva é já completamente diferente. Face à violência inaudita da Revolução
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Hegelianismo
George W. F. Hegel (1770-1831), filósofo alemão, cursou durante cinco anos o seminário
protestante de Tubingen, preparando-se para a carreira eclesiástica. Ao deixar o
seminário, afastou-se da religião e produziu muitos trabalhos que refletem a influência do
racionalismo de Kant.
Ele foi chamado de ditador filosófico da Alemanha. Acreditava que um fato ou
idéia (tese) atuando contra outro fato (antítese) produziria um novo fato (síntese).
Esta filosofia foi a base das idéias comunistas políticas e econômicas de Karl
Marx e do Nacional-Socialismo de Adolf Hitler.
Hegel glorificou o Estado. Ele ensinou que o Estado não tinha de obedecer a leis
morais, nem os governos tinham de manter os acordos. Hitler seguiu essa
filosofia com perfeição
Segundo o pensamento hegeliano, tudo era relativo. Isto dava ao homem uma
aproximação da verdade, uma aproximação da vida em que não havia absolutos,
mas somente termos de relatividade.
Visto como Hegel acabou com a lógica de causa e efeito, não havia necessidade
de verdade última. Com a eliminação de uma causa ou verdade última, o homem
podia mergulhar de ponta-cabeça sem qualquer necessidade de crer num Deus
Criador.
Esta filosofia de pensamento relativo logo permeou os sistemas educativos mais
elevados da Europa e dos Estados Unidos. O triste progresso (?) posterior foi
simples: quantas pessoas se educavam, tanto mais elas rejeitavam os absolutos
de Deus, da verdade e dos costumes morais, Inclusive aqueles que tinham
verdadeira fé em Jesus verificaram que sua fé enfraquecia na faculdade, mas
era difícil descobrir por quê.
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referirem a Deus. Antes dessa data, muito raramente alguém ousava criticar assim
a Palavra de Deus, lançando dúvidas sobre sua historicidade tradicionalmente
aceita.
Em 1780 o hebraísta alemão Eichhorn aceitou a hipótese de Astruc e afirmou que
os referidos documentos tinham características, estilo e expressões distintas um do
outro. Ilgen, em 1798, também alemão, julgou ter descoberto, dentro do documento
Eloísta do Gênesis, diversas características de estilo e expressões. Por isso foi ele
considerado o descobridor do segundo documento Eloísta. Na Escócia, o padre
católico romano, Alexander Gaddas, anunciou ter encontrado no Pentateuco
diversos documentos (1798-1800). Em 1808 a 1874 viveu o Teólogo e escritor
alemão, autor da obra: A Vida de Jesus (D. F. Strauss), que marcou o
início da crítica filosófica da religião e da divisão da escola hegeliana em
velhos hegelianos e jovens hegelianos .
2. O Criticismo se desenvolveu dentro de alguns critérios estabelecidos por seus
fundadores:
Crítica histórica, aplicada primeiramente ao estudo de livros da antigüidade ,
tendo descoberto neles muitos documentos forjados e idéias nela introduzidas.
Albrecht Ristchl e mais tarde Harnack, submete as Escrituras aos mesmos
métodos de avaliação histórica criando assim o que seria autentico e que seria
adição.
Crítica da Forma - Encoraja o reconhecimento das unidades literais segundo
suas formas. Ex. Gn. 1-36; dividi-se em onze secções separadas pela frase
“estas são as gerações de”.
Crítica de tradições - examina como tradições específicas foram interpretadas
por vários escritores bíblicos. Ex. Êxodo - diferentes ênfases dadas pelos
historiadores, salmistas, profetas e apóstolos.
Critica da redação - investiga a motivação editorial envolvida numa obra com
referência especial a ponto de vista expressado.
Ex: o cronista - preocupado com a sucessão davídica e sua continuidade.
3. Hipóteses do Criticismo:
Fragmentária (De Wette e outros) - Segundo a qual o Pentateuco teria surgido
de inúmeros fragmentos, sem quaisquer planos ou unidade;
Germinante ou Complementar (E. Wald, E. Schrader) - sugere um
documento Eloísta como base, revisto pelo documento Jeovista, e que recebeu
inúmeros acréscimos, seções e anotações, formando assim o documento
Deuteronomista, mais recente.
Documentária (Hupfeld, Graf-Welhausen) - ensina ter havido quatro
documentos originais, ou seja, Eloísta, Jeovista, Deuteronomista e Sacerdotal.
4. A hipótese chamada Graf-Welhausen é a mais aceita pelos críticos das
Escrituras. Ela afirma que alguém, depois do cativeiro babilônico, compilou o
Pentateuco, que foi então publicado pelo sacerdote Esdras. Dessa forma, Moisés
não teria escrito nada!
5. Os mesmos métodos de desintegração aplicados ao Velho Testamento foram também
aplicados, de maneira violenta, ao Novo, lançando descrédito sobre o seu valor
histórico e resultando, em alguns casos, no completo desaparecimento da pessoa
divina de Jesus Cristo, para instalar em seu lugar apenas um profeta sem
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2. Liberalismo Teológico.
Teologia liberal (ou liberalismo teológico) foi um movimento teológico cuja produção
se deu entre o final do século XVIII e o início do século XX. Relativizando a autoridade
da Bíblia, o liberalismo teológico estabeleceu uma mescla da doutrina bíblica com a
filosofia e as ciências da religião. Ainda hoje, um autor que não reconhece a
autoridade final da Bíblia em termos de fé e doutrina é denominado, pelo
protestantismo ortodoxo, de "teólogo liberal".
No século XVIII o racionalismo depositava a mais vivida confiança nas possibilidades
da razão, daí desencadear-se num movimento que explicasse a religião dentro dos
ditames da razão.
Saliente-se, de início, que o liberalismo teológico não é uma religião ou uma
organização ideológica possuidora de templos, funcionários ou sociedades. Ele é,
simplesmente, uma tendência de ajustar o Cristianismo aos conceitos da Alta Crítica
da Bíblia, da Ciência e das filosofias modernas. Esta tendência apresenta-se hoje
sob diversos outros títulos: Modernismo, Racionalismo, Nova Teologia etc.
Por seu próprio caráter, o liberalismo encontra relativa facilidade para influir nas
seitas e religiões de todos os credos, destruindo as estruturas doutrinárias,
particularmente nos arraiais evangélicos, onde a liberdade para estudar e interpretar as
Sagradas Escrituras é base fundamental.
David Friedrich Strauss (1808-1874) Foi o teólogo alemão que maior influência
exerceu no século XIX sobre os não-teólogos e não-eclesiásticos. Tornou-se professor
da Universidade de Tubingen com apenas 24 anos. Quatro anos mais tarde, em 1836,
foi furiosamente afastado do cargo em virtude de sua Vida de Jesus, criticamente
estudada.
Para Strauss, Jesus é mero homem. Insiste em que é necessário escolher entre uma
observação imparcial e o Cristo da fé. Ensinou que é preciso julgar o que os
Evangelhos dizem de Jesus pela lei lógica, histórica e filosófica, que governa todos os
eventos em todos os tempos. Não achou e não procurou um âmago histórico, mas
interessou-se apenas em mostrar a presença e a origem do mito nos evangelhos.
Nas obras de Strauss não há lugar para o sobrenatural. Os milagres são mitos,
contados para confirmar o papel necessário de Jesus, daí as referências ao Velho
Testamento. Em resumo, Jesus é uma figura histórica. Da vida de Jesus nada
sabemos, sendo tudo mito e lenda.
Considerado o mais erudito entre os biógrafos infiéis de Jesus, Strauss encerra o
último capítulo da sua segunda Vida de Jesus com estas palavras: “Os resultados
da nossa pesquisa aparentemente aniquilaram a maior e mais importante parte daquilo
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Principais doutrinas
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mensagem evangélica.
Pontos Positivos
3. Fundamentalismo Teológico.
Movimento surgido nos Estados Unidos durante e imediatamente após a 1ª Guerra
Mundial, a fim de reafirmar o Cristianismo protestante ortodoxo e de defendê-lo contra os
desafios da teologia liberal, da alta-crítica alemã, do darwinismo, e de outros pensamentos
considerados danosos para o Cristianismo norte-americano. A partir de então, o enfoque do
movimento, o significado do termo e as fileiras dos que se dispõem a usar o termo como
identificação mudaram várias vezes. O fundamentalismo, até ao tempo presente, já passou
por quatro fases de expressão, embora mantenha uma continuidade essência de espírito,
crença e método.”[Enciclopédia histórico Teológica, Vol. II Pg. 187, C. T. Mcintire].
Preocupados com o avanço do modernismo, os fundamentalistas começaram a
organizar-se. Entre 1878–1897 realizaram a Conferência Bíblica de Niagara, que
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1 – Defesa Intelectual
2 – Reavivamento
Billy Sunday (1862-1935) Seu estilo de pregação era extravagante, com afirmações
teatrais e gesticulação exagerada que magnetizava a audiência. Ele recebeu muita crítica
dos pregadores liberais e da imprensa. Com seu estilo despretensioso, junto ao seu
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Os primeiros metodistas viam a santidade como uma das razões para a existência da
igreja Metodista. Mas, por Volta do final do século XIX, os metodistas tornaram-se cada vez
menos preocupados com os ensinamentos de santidade. Orange Scott e a igreja Metodista
Wesleyana, um grupo que, em 1843, rompeu com os metodistas por causa da posição
abolicionista radical destes, enfatizaram o tema da Santidade. Depois da Guerra Civil, os
wesleyanos ficaram sem causa. No entanto, eles perceberam que, embora o pecado da
escravidão acabara, a causa da santidade estava longe de vencer; e eles deram nova vida
à denominação com um novo chamado à retidão e ao viver santo.
O movimento santidade era, no entanto, muito maior do que a .pequena denominação
metodista wesleyana. No século XIX, houve um ressurgimento do ensinamento de
santidade em várias denominações (Presbiteriana, Metodista, Batista, Reformadora
holandesa, Congregacional), "prática autorizada e oficial" era a santificação (prática feita
após a cunvi são), e a ferramenta que usavam para ajudar as pessoas na experiência de
santificação eram os campos de reuniões.
Em julho de 1867, em Vineland, New Jersey, quase dez mil pessoas participaram
do campo de reuniões, o que resultou na fundação da Associação Nacional de
Campos de Reuniões para o Fomento da Santidade.
Em 1868, vinte e cinco mil pessoas participaram do campos de reuniões em
Manheim, Pensilvânia.
Em 1869, vinte mil pessoas participaram do campo de reuniões Round Lake, Nova
York.
Em 1895, Phineas F. Bresee, pastor metodista em Los Angeles, foi o primeiro a usar o
nome "Igreja do Nazareno". Seu rompimento com os metodistas não se deveu apenas ao
seu comprometimento com a santidade, mas também ao seu compromisso com a
adoração com a pregação empírica.
Na virada do século, desenvolveu-se uma fome pelas coisas de Deus e um desejo de
aprofundar o caminhar cristão. Todos os cristãos sabem que Deus faz o trabalho da
santificação neles, tornando-os mais e mais à imagem de Cristo. Em algumas igrejas
fundamentalistas, a ênfase neste processo tornou-se o foco principal da igreja. Algumas
ensinavam que o cristão podia tornar-se perfeito.
O movimento santidade estava a todo vapor. Por volta do final do século XIX, a maioria
das pessoas que participavam do movimento foi tirada ou saiu da denominação que não
era mais suscetível aos ensinamentos de santidade, formando, assim, um excesso de
pequenas denominações e organizações.
4. Escatologia.
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Defensores
1. Esta teologia é comumente conhecida por barthianismo, por ter como seu principal
autor Karl Barth (1886-1968), considerado o maior teólogo do século vinte. Este
sistema possui ainda vários outros nomes: teologia dogmática, teologia da crise, neo-
ortodoxia, teologia transcendental, modernismo-negativista e teologia de Lund. Este
último nome se deve às doutrinas de alguns professores da Universidade de Lund,
na Suécia.
Eis alguns pontos defendidos por Barth em sua volumosa obra:
Deísmo-filosófico - Deus está no céu, e nada nos é possível saber acerca dele;
A Bíblia é, de capa a capa, palavras humanas falíveis. O homem, que tem errado
em toda palavra, com essa mesma palavra falível tem pronunciado a Palavra de
Deus. A Bíblia não é a Palavra de Deus, mas a contém;
Jesus não teve um nascimento virginal, o que equivale a dizer que não é Deus, mas
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3. Paul Tillich (1886-1965) Teólogo alemão, foi professor de teologia nas universidades de
Berlim, Malburg e Leipzig. Em 1933, com o advento do nazismo, emigrou, ajudado por
Reinhold Niebuhr, para os Estados Unidos, onde lecionou em Nova Iorque, Harvard e
Chicago.
A posição teológica de Tillich tem sido considerada como entre o liberalismo e o
neomodernismo. Ele insiste em que a religião deve ser submetida ao exame da razão e
o cristianismo pode ser compreendido pelo conhecimento secular, mas conclui que o
critério final de toda revelação está em Jesus como o Cristo.
Para Tillich, Deus não existe. Ele não é nem natural e nem sobrenatural. Deus
transcende o homem como o fundamento da sua existência. Deus não é um ser, mas é
o poder de ser, o fundamento de todo o ser, porém não objetivo e não sobrenatural,
mas um incondicionado impessoal, enquanto Jesus revela a realidade última como
aquele que reúne em si mesmo o homem-essência e o homem-existência, e preenche
plenamente a condição finita e trágica da humanidade.
Influência Política
1. Por mais curioso que possa parecer, considera-se a teologia transcendental um dos
principais responsáveis pela deflagração da Segunda Guerra Mundial. A infiltração
dessa tendência nas igrejas protestantes da Alemanha, a pátria da Alta Crítica, acelerou
o desenvolvimento do niilismo, doutrina que rejeita toda e qualquer crença e nega, em
absoluto, que o homem possa atingir a Verdade. Essa "filosofia do desespero", nascida
da Alta Crítica, preparou o caminho a Hitler. Este fato, plenamente reconhecido do ponto
de vista filosófico, dá-nos uma ideia da influência perniciosa do modernismo na vida
prática de nossos dias.
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Influência Religiosa
1. No campo religioso, por negarem a autorjdade da Bíblia e edificarem sobre o nada a sua
própria autoridade, os neoliberalistas se apresentam com posições doutrinárias
dissonantes acerca do homem, do universo e de Deus. Aceitam geralmente a antibíblica
teoria da evolução, na sua versão darwinista, segundo a qual o homem descende do
macaco. Vêem na ordem maravilhosa do universo nada mais que um amontoado de
partículas rodopiantes, sem nenhuma relação entre si, e, quanto a Deus, um
neomodernista de renome chegou a afirmar que Deus é, simplesmente, um elemento da
alma humana.
2. Os adeptos do neomodernismo procuram rebaixar Cristo ao ponto de ligar seu nome ao
de Buda, Maomé, Confúcio etc., considerando o Cristianismo, desta forma, semelhante
às religiões pagãs do Oriente.
5. Evangelicalismo (1950).
Entrementes, o fundamentalismo desenvolveu-se e produziu um enteado, conhecido
como evangelicalismo. Por volta das décadas de 1950, o fundamentalismo veio a referir-se
mais a um grupo sociológico que a um teológico. A visão de mundo dos fundamentalistas
tendia ser mais isolacionistas. Os evangélicos, enquanto afirmavam os fundamentos da fé,
não eram isolacionistas. Eles não queriam sair da cidade, mas evangelizá-la. Os
fundamentalistas pareciam menos inclinados a infiltrar-se nas cidades que consideravam
lugares maus. Eles davam muito valor para questões externas e adotavam uma abordagem
legal para a vida cristã. Os evangélicos preocupavam-se mais com a conformidade
teológica, especificamente a centralidade da Bíblia, a cruz, a ressurreição de Cristo e a
conversão pessoal.
Propósito
A teologia seria baseada nas bases doutrinárias do Fundamentalismo.
De tornar a Teologia tão amplamente discutida, em prática que pudesse ser
assimilada de forma prática.
O Evangelicalismo tinha o propósito de conduzir a Igreja do Senhor uma ação
evangelizadora urgente.
Daí, Rod Staples, ex-professor do Seminário Teológico Nazareno, explicar a diferença
entre fundamentalismo, evangelicalismo, modernismo (liberalismo) e pós-modernismo,
em sua obra ímpar (História dos Pastores)
Na minha história há quatro pastores — um modernista, um fundamentalista, um pós-
modernista e um evangélico. Um a um, eles vêm até a manjedoura à procura de Cristo.
O pastor modernista vem à manjedoura e diz: "Esta manjedoura é fraca; algumas tábuas
têm nós na madeira". Depois, ele toma providências para torná-la melhor retirando a
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Expoentes do Evangelicalismo
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BIBLIOGRAFIA
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