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SCORSIM
DIREITO DAS
COMUNICAÇÕES
REGIME JURÍDICO
Telecomunicações • Internet
TV por radiodifusão • TV por assinatura
ERICSON M. SCORSIM
DIREITO DAS
COMUNICAÇÕES
REGIME JURÍDICO
Telecomunicações • Internet
TV por radiodifusão • TV por assinatura
1 Todos os direitos reservados. O autor solicita que se citados os trechos do Ebook ou reprodu-
zidos parcialmente em outras publicações, mencionar a autoria do presente texto. Convido ao
leitor a apresentar, críticas ou sugestões ao texto que podem ser encaminhadas ao email pessoal
do autor: ericsonscorsim@gmail.com.
ERICSON
SCORSIM
Advogado e Consultor em Direito Público,
especializado em Direito das Comunica-
ções. Doutor em Direito pela USP. Mestre
em Direito pela UFPR. Sócio fundador do
Escritório Meister Scorsim Advocacia.
Site: http://www.meisterscorsim.com/
Blog jurídico: http://www.meisterscorsim.com/blog
Email: ericsonscorsim@gmail.com
O agradecimento especial à minha esposa
Cleide Kazmierski que colaborou de modo
tão significativo na pesquisa, revisão e
organização dos textos, no debate de
ideias, bem como na criação e organização
de facilidades para do cotidiano. Minha
gratidão! Namastê!
PALAVRAS DO AUTOR
“Comunicar-se é natureza;
aprender o comunicado tal
como ele foi dado é cultura”.
Goethe
“Não basta dar passos que devem, um dia, conduzir ao objetivo: cada passo,
em si mesmo, deve ser um objetivo, ao mesmo tempo, em que nos leva
adiante”.
Goethe
Ericson M. Scorsim
DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
SUMÁRIO
I. SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES......................................... 29
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II. INTERNET........................................................................................... 50
3. Aplicações de internet............................................................................. 54
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1. Noção ....................................................................................................... 74
3. TV Digital................................................................................................. 76
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CONCLUSÕES....................................................................................... 132
4.1 TV comercial......................................................................................134
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
1 Aqui, o registro do agradecimento à colaboração do advogado Marcel Scorsim Fracaro nas pesquisas e
revisão do texto, bem como da bacharel em Direito Alessandra Schuster que colaborou nas pesquisas.
2 A título ilustrativo, segundo informações da Anatel, atualizadas até 2015, os números de acessos aos
serviços de comunicações são os seguintes:
a) telefonia móvel (281,7 milhões de acessos);
b) internet banda larga móvel (162,9 milhões);
c) telefonia fixa (45,1 milhões de acessos);
d) internet banda larga fixa (24,3 milhões de acessos);
e) TV por assinatura (19,7 milhões de acessos).
Conforme Relatório Anatel sobre os dados dos mercados, disponibilizados em 31.03.2015. Ver: www.
anatel.gov.br. Também, relatório da Telecom, realizado em dezembro de 2014. Ver: www.telecom.com.
br/3G_brasil.asp
Segundo dados públicos do IBGE, em 2013 o País possuía 65,1 milhões de domicílios particulares per-
manentes, dentre os quais a televisão aberta estava presente em 63,3 milhões. O sinal digital da televisão
aberta estava disponível para 19,7 milhões de domicílios.
Segundo dados divulgados por Jan Koum, cofundador e executivo-geral do WhatsApp, em 2014 o apli-
cativo possuía 45 milhões de usuários no Brasil. Em 2015, conforme estimativas de sites especializados,
o aplicativo já possuía 100 milhões de usuários no Brasil.
3 A escolha do formato de Ebook deve-se à simplificação do acesso para o leitor, o qual pode mediante
download no site http://meisterscorsim.com/ e no blog http://meisterscorsim.com/blog/ visualizar o
arquivo aonde e quando preferir. A concepção foi moldada para facilitar as pesquisas internas dentro do
próprio Ebook.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
Por sua vez, o Marco Civil da Internet contém regras, princípios e direitos,
que interessam diretamente os seus usuários, bem com os provedores de
acesso à internet e os provedores de aplicações. Um dos pontos principais
da lei é o princípio da neutralidade da internet, para garantir o acesso à
rede de modo público e universal com o tratamento isonômico para agentes
4 Sobre o tema, consultar SCORSIM, Ericson Meister e CLÈVE, Clèmerson Merlim. Concessão de ser-
viço por radiodifusão, liberdade de expressão e produção de conteúdos por terceiros ou em regime de
coprodução. Artigo publicado na Revista Brasileira de Direito Público (RBDP – nº 50, ano 13 – julho/
setembro 2015) e também disponível no site Jus Navigandi - www.jusnavigandi.com.br
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
5 Sobre o tema, consultar SCORSIM, Ericson Meister. Bloqueio judicial do WhatsApp no Brasil. Artigo
publicado no site especializado Jusbrasil, disponível em http://ericsonscorsim.jusbrasil.com.br/arti-
gos/269940617/bloqueio-judicial-do-whatsapp-no-brasil 21
DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
6 O autor do presente Ebook tem as seguintes obras de doutrina: TV Digital e Comunicação Social: aspec-
tos regulatórios – TVs pública, estatal e privada. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2008 e Direito a Informa-
ção e Serviços de Televisão. Direito Constitucional Brasileiro. Coordenação Clèmerson Merlin Cléve, 1ª
ed, vol.I, São Paulo/SP: Ed. Revista dos Tribunais, 2014, p. 450. Também, o autor tem diversos artigos
relacionados a temas específicos sobre questões regulatórias das telecomunicações, internet e televisão,
publicados em revistas especialistas em direito.
7 Art. 221, incs. I a IV, da Constituição Federal.
8 Art. 222 da Constituição Federal.
9 Art. 223 da Constituição Federal.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
10 Sobre o tema, consultar: Scorsim, Ericson. TV Digital e Comunicação Social: aspectos regulatórios – TVs
pública, estatal e privada. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2008.
11 Ressalte-se que o termo radiodifusão pública segue a literalidade da Lei n. 11.652/2008. Mas, no enten-
dimento do autor, a atribuição do serviço de radiodifusão à Empresa Brasil de Comunicação seria uma
espécie de radiodifusão do setor estatal. Isto porque o autor distingue o setor público do setor estatal. A
Empresa Brasil de Comunicação é uma empresa criada pela União, daí ser uma empresa estatal. Sabe-se
que é uma empresa pública, mas no sentido de empresa estatal. Um setor de radiodifusão público em
sentido estrito deve ser independente do Estado, algo que não acontece com a EBC, eis que, diretamente
ou indiretamente, dependente de fontes orçamentárias da União.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
12 Para aprofundamento do tema, ver SCORSIM, Ericson. Lei Federal das Normas Gerais para Licencia-
mento e Compartilhamento de Infraestrutura de Rede de Telecomunicações. Artigo publicado na Revis-
ta do Instituto dos Advogados de São Paulo. Ano 18. Ed. 35. Janeiro-Junho de 2015
13 Para detalhamento do tema, ver SCORSIM, Ericson. Competência da Anatel para outorgar e fiscalizar
os serviços de acesso à internet: limites e possibilidade. Artigo publicado na Revista de Direito Contem-
porâneo Administrativo (ReDAC). Ano 3. nº 21. Novembro-Dezembro de 2015.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
14 Sobre o tema, SCORSIM, Ericson. Temas de Direito das Comunicações na Jurisprudência do STF, ebook
disponível para download gratuito em http://meisterscorsim.com/blog/
15 Sobre o tema, ver SCORSIM, Ericson. Temas de Direito das Comunicações na Jurisprudência do STF,
ebook disponível para download gratuito em http://meisterscorsim.com/blog/
16 Na ADI 3.944/DF, Min. Rel. Ayres Britto, o STF decidiu sobre a constitucionalidade do Decreto n.
5.820/2006 que impôs para as concessionárias do serviço público de televisão por radiodifusão a mu-
dança do padrão analógico para o digital sob os argumentos da necessidade de atualização e eficiência dos
serviços públicos.
17 O STF, na ADI 561/DF, Min. Rel. Celso de Mello, deliberou acerca da recepção e compatibilidade da Lei
n. 4.117/1962 com a Constituição de 1988. Esta lei é denominada Código Brasileiro de Telecomunicações,
porém os dispositivos relacionados às telecomunicações foram revogados pela nova Lei Geral das Teleco-
municações (Lei n. 9.472/1997), permanecendo em vigor os dispositivos pertinentes à radiodifusão.
18 O STF, nas ADIs 4.679, 4.747, 4.756 e 4.923, Min. Rel. Luiz Fux, proferiu voto no sentido da constituciona-
lidade das regras da Lei da TV por assinatura: Lei n. 12.485/2011, que dispõe sobre o serviço de comunica-
ção audiovisual de acesso condicionado (SeAC). Nas ADIs foram impugnados 23 (vinte três) artigos da Lei
n. 12.485/2011. Diversas questões da lei foram debatidas: inconstitucionalidade da regra da lei da tevê por
assinatura que estabelece restrições à participação e controle societário por empresas de telecomunicações
de interesse coletivo nas empresas de radiodifusão; inconstitucionalidade da regra que trata da distribui-
ção obrigatória, pelas prestadoras do serviço de lei da tevê por assinatura, dos canais de televisão por ra-
diodifusão (regras must-carry); inconstitucionalidade da norma legal que determina as cotas de conteúdo
brasileiro na programação dos serviços de TV por assinatura; questionamento da constitucionalidade das
regras de transição do regime antigo, referente aos atos de concessão e respectivos contratos das atuais
prestadoras de tevê a cabo, para o regime novo de outorga por autorização administrativa dos serviços de
comunicação audiovisual de acesso condicionado, etc.
19 O STF, na ADI 1.668/DF, Min. Rel. originário Marco Aurélio, julgou constitucional a Lei Geral de Te-
lecomunicações, especialmente os artigos que preveem a competência do Poder Executivo, por meio de
decreto, alterar, impor ou suprimir a modalidade de serviço no regime público, bem como da coexistência
do regime público com o regime privado. Também, respaldou a adoção do regime de autorização adminis-
trativa para a prestação dos serviços de telecomunicações.
20 Sobre o tema, SCORSIM, Ericson. Temas de Direito das Comunicações na Jurisprudência do STF, ebook
disponível para download gratuito em http://meisterscorsim.com/blog/
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
21 Até o momento da conclusão do presente texto, na ação judicial proposta pelas prestadoras dos serviços
de telefonia fixa e celular, representadas pelo SindiTelebrasil, houve o deferimento de liminar para afas-
tar a incidência da Condecine. Segundo a decisão liminar: “somente deve suportar o tributo quem for
integrante do setor que demanda uma atuação efetiva no segmento sujeito à intervenção”. Fonte: www.
converge.com.br/teletime, acessado em 03.02.2016. Destaque-se que a Condecine foi instituída como
medida de fomento à produção audiovisual brasileira, na forma da Lei 12.485/2011.
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SERVIÇOS DE
TELECOMUNICAÇÕES
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I. SERVIÇOS DE
TELECOMUNICAÇÕES
22 Aplicam-se aos serviços de telefonia móvel pessoal (SMP) a Lei n.º 9.472/97 e Resolução n. 477/2007,
da Anatel.
23 Cf. Constituição, Art. 21, inc. XI.
24 A título explicativo, os usuários de serviços de telecomunicações têm direito: (i) de acesso aos serviços
de telecomunicações, com padrões de qualidade e regularidade adequados à sua natureza, em qualquer
ponto do território nacional; (ii) de não ser discriminado quanto às condições de acesso e fruição do
serviço; (iii) à inviolabilidade e ao segredo de sua comunicação, salvo nas hipóteses e condições consti-
tucional e legalmente previstas; (iv) à não suspensão de serviço prestado em regime público, salvo por
débito diretamente decorrente de sua utilização ou por descumprimento de condições contratuais; (v) à
reparação dos danos causados pela violação de seus direitos, etc. Sobre o tema, ver SCORSIM, Ericson
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
Meister, artigo Direito dos consumidores nos serviços de telefonia fixa, móvel pessoal, conexão à inter-
net e TV por assinatura: aproximação entre o Direito do Consumidor e o Direitos das Comunicações,
publicado na Coletânea Repensando o Direito do Consumidor III. Coleção Comissões OAB/PR. Vol.
XIX. 2015. E-book disponível para download em http://www.oabpr.com.br/Noticias.aspx?id=22349
25 Cf. art. 210, da Lei Geral de Telecomunicações.
26 Cf. art. 131, da Lei n. 9.472/1997.
27 Cf. art. 130 da LGT. Diferentemente, no regime de concessão há a garantia do equilíbrio econômico-fi-
nanceiro do contrato entre as partes.
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39 No âmbito da agência reguladora, estuda-se a adoção de medidas para o compartilhamento das frequên-
cias entre as empresas prestadoras dos serviços de comunicação pessoal.
40 O adiamento do cronograma de desligamento do sinal de transmissão analógica dos serviços de radio-
difusão de sons e imagens e retransmissão da TV aberta (switch off) pode gerar prejuízos as operadoras
de telecomunicações, pois interfere na disponibilização de serviços de 4G na faixa de 700 MHz. A título
ilustrativo, o desligamento do sinal analógico no Município de Rio Verde, Estado de Goiás, escolhido
para ser o primeiro a ter o sinal de transmissão analógica encerrada, estava prevista para ocorrer em dia
29 de novembro de 2015. Com o adiamento, deverá ser realizado apenas em 15 de fevereiro de 2016.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
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Sobre o tema, ver SCORSIM, Ericson Meister, artigo Direito dos consumidores nos serviços de telefonia
fixa, móvel pessoal, conexão à internet e TV por assinatura: aproximação entre o Direito do Consumidor
e o Direitos das Comunicações, publicado na Coletânea Repensando o Direito do Consumidor III. Cole-
ção Comissões OAB/PR. Vol. XIX. 2015. E-book disponível para download em http://www.oabpr.com.
br/Noticias.aspx?id=22349
46 Em ações judiciais, os representantes dos consumidores (Procons, Defensorias Públicas e Ministério
Público) alegam violação do Código de Defesa do Consumidor, especialmente em relação às cláusulas
abusivas dos contratos que autorizam o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qua-
lidade do contrato após a sua formalização. Eles também fundamentam os pedidos nas ações judiciais
com base nas regras do CDC que tratam da publicidade enganosa e abusiva e a vinculação à oferta publi-
citária. Daí a alegação quanto à ilegalidade da oferta publicitária de franquia ilimitada de dados.
Por sua vez, as empresas prestadoras de serviços de acesso à internet alegam a legalidade do bloqueio
dos serviços, após o consumo da franquia, com fundamento na resolução da Anatel citada. Argumentam
que a oferta da navegação na internet móvel, além da franquia, se tratava de uma promoção e/ou corte-
sia, daí a possibilidade de sua extinção por se tratar de liberalidade. Em razão deste entendimento, para
a continuidade do acesso à internet é necessária a recontratação do plano de dados ou contratação de
plano adicional avulso.
O Superior Tribunal de Justiça realizou audiência pública, em 9/11/2015, sobre a competência para
o julgamento das ações coletivas que tratam da continuidade do serviço de acesso à internet na mo-
dalidade pré-pago, após o término da franquia de dados. Trata-se de incidente processual no Conflito
de Competência ns. 141.322/RJ, Rel. Min. Moura Ribeiro, proposto pela Oi Móvel S.A, e o Conflito de
Competência n. 142.731/RJ, proposto pela Telefônica Brasil S.A. Em 25 de novembro de 2015, os Mi-
nistros da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, decidiram em conhecer do
conflito para declarar competente o Juízo de Direito da 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro/RJ para
processar e julgar todas as causas que envolvam o direito das operadoras de reduzirem a velocidade de
navegação na internet móvel após o esgotamento da franquia de dados nos sistemas pré e pós-pago, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator Moura Ribeiro.
Ver: SCORSIM, Ericson Meister. O Corte do acesso à internet pelo celular é legal? Comentário publicado
na versão digital do jornal gazeta do povo, edição de 30.10.2015, disponível em http://www.gazetadopovo.
com.br/opiniao/artigos/ocorte-do-acesso-a-internet-pelo-celular-e-legal-er97bw8gez4y237immkx40b05.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
47 Ver: SCORSIM, Ericson Meister. O Corte do acesso à internet pelo celular é legal? Comentário publicado
na versão digital do jornal gazeta do povo, edição de 30.10.2015, disponível em http://www.gazetadopovo.
com.br/opiniao/artigos/ocorte-do-acesso-a-internet-pelo-celular-e-legal-er97bw8gez4y237immkx40b05
48 Sobre o tema, ver SCORSIM. Ericson Meister. O corte do acesso à internet pelo celular é legal? Publicado
na versão digital no jornal Gazeta do Povo em 30.10.2015. (http:// www.gazetadopovo.com.br/opiniao/
artigos/ocorte-do-acesso-a-internet-pelocelular-e-legal-er97bw8gez4y237immkx40b05)
49 A título ilustrativo, os autos de Ação Civil Pública n. 1016930-92.2015.8.26.0053, em trâmite na 3ª
Vara da Fazenda Pública do Foro Central da Comarca de São Paulo. Figuram no polo passivo as opera-
doras OI Móvel S/A, Telefônica Brasil S.A, Claro S/A e Tim Celular S/A. Também, autos n. 1006465-
83.2015.8.26.0001, em trâmite na 1ª vara Cível de SP – Foro Regional de Santana. Figura no polo pas-
sivo a operadora Tim Celular S/A.
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54 Cf. art. 93, da Lei n. 9.472/1997. Sobre a legalidade da inclusão entre as metas de universalização do
serviço de telefonia fixa, a expansão da capacidade de rede (backhaul internet), nas concessões, ver
SUNDFELD, Carlos Ari. É possível incluir na concessão de telefonia metas de universalização úteis a
outros serviços de telecomunicações? Pareceres, vol. I, Direito Administrativo Econômico. São Paulo:
Thomson Reuters, Revista dos Tribunais, 319-336.
55 Cf. art. 99, da Lei n. 9.472/1997. Em debate entre os agentes econômicos, o termo final do prazo das
concessões de telefonia fixa no ano de 2025 e as opções pelo fim do atual modelo de concessão de tele-
fonia fixa ou a sua prorrogação com as adaptações necessárias às novas exigências do interesse público,
ou, a realização de novas licitações para outorgar os serviços de telefonia fixa. Também, debate-se o
afastamento da cobrança de multas concessionárias de telefonia fixa por investimentos na melhoria da
infraestrutura de rede, bem como na prestação de serviços para os usuários. Em debate entre os agentes
econômicos, a eliminação da aplicação do regime de concessão ao serviço de telefonia fixa, com a sua
substituição pelo regime de autorização administrativa. E, também, o afastamento das obrigações de
instalação e manutenção de terminais públicos (“orelhões”), e a substituição por investimentos na rede
de banda larga fixa. Igualmente, diante do cenário de competição das empresas de telecomunicações e
as empresas de tecnologia, as receitas do serviço de voz das concessionárias de telefonia fixa estão em
declínio, e, a utilização da infraestrutura de rede fixa para a distribuição de conteúdos audiovisuais, daí
a discussão para revisão do modelo de concessão de telefonia fixa, bem como da revisão da Lei Geral de
Telecomunicações para fins de adaptação ao novo ambiente imposto pela Internet. A título ilustrativo,
o projeto de lei n. 3453/2015, da Câmara dos Deputados, possibilita à Anatel a substituição do regime
de concessão pelo de autorização. A substituição de regime está condicionada a investimentos na
implantacão da infraestrutura de rede de alta capacidade de comunicação de dados. Cabe ao poder
público determinar o valor econômico da mudança do regime, para finalizar a concessão em mercados
mais competitivos, porém mantê-la em regiões de menor interesse econômico.
Segundo Floriano de Azevedo Marques Neto: “Ocorre que a prestação dos serviços concedidos não cap-
tura o valor agregado pela indústria de conteúdo audiovisual na rede, uma vez que o modelo de remune-
ração dos serviços de telecomunicações se baseia em disponibilidade ou prestação do serviço de trans-
missão de sinais, sem valorar ou qualificar o conteúdo que transmitido. Daí que há um grande desafio
regulatório hoje no setor, consistente em equilibrar a pressão por investimentos das concessionárias
sem que elas estejam incrementando suas receitas na mesma proporção”, Concessões, obra citada aci-
ma, p. 247.
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56 A título ilustrativo, o Decreto n. 6.654/2008, que trata do Plano Geral de Outorgas do Serviços de Tele-
comunicações, dispõe que o serviço telefônico fixo comutado é o prestado nos regimes público e priva-
do.
57 Segundo Dinorá Museti Groti: “Quanto ao regime jurídico de sua prestação, a Lei Geral de Telecomu-
nicações contemplou os regimes público e privado (art. 63 da L.G.T.), submetidos a níveis de regulação
distintos. Não se trata de reservar algumas atividades ao Estado. A lei prevê claramente que o serviço
coletivo pode ser prestado exclusivamente no regime público, exclusivamente no regime privado ou con-
comitantemente nos regimes públicos e privado (art. 65), cabendo ao Presidente da República definir
as modalidades de serviço que serão exploradas no regime público, concomitantemente ou não com sua
prestação no regime privado (art. 18, I e 11 da L.G. T.), definindo de antemão que o serviço de telefonia
fixa comutada (L.G.T., art. 64, parágrafo único) seria, desde logo, explorado por alguma prestadora em
regime público, o que daria uma certa maleabilidade ao modelo.” Artigo REGIME JURÍDICO DAS TE-
LECOMUNICAÇÕES: autorização, permissão e concessão. Disponível em file:///C:/Users/Adv03/Downlo-
ads/47764-93876-1-PB.pdf
58 Vide nota n. 30.
59 Cf. Art. 18, caput e inc. I, da Lei n. 9.472/1997.
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73 Sobre o tema, ver SCORSIM, Ericson Meister, artigo Direito dos consumidores nos serviços de telefonia
fixa, móvel pessoal, conexão à internet e TV por assinatura: aproximação entre o Direito do Consumidor
e o Direitos da Comunicações, publicado na Coletânea Repensando o Direito do Consumidor III. Cole-
ção Comissões OAB/PR. Vol. XIX. 2015. E-book disponível para download em http:www.oabpr.com.br/
Noticias.aspx?id=22349
74 A aplicabilidade das regras do Regulamento Geral dos Direitos dos Consumidores, aprovado pela Reso-
lução nº 632/2014 da Anatel, está sendo analisada pelo Poder Judiciário. Em ação judicial movida pela
Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TELCOMP), que
representa empresas como Algar Telecom, Claro, Embratel, GVT, Net, Nextel, Sky, TIM Celular, Oi Mó-
vel e Vivo, em face da Anatel (réu), foi obtida liminar para suspender o cumprimento de determinadas
regras do RGC: Retorno imediato (art. 28, parágrafo único); Promoções válidas a todos os consumidores
(art. 46); Reajuste combo (art. 55); Cobrança antecipada (art. 61, § 1º), Responsabilidade sobre a contes-
tação do consumidor (art. 84); Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD – art. 89). Entretanto, após a
interposição de Agravo de Instrumento, a liminar foi revogada, em sede de retratação, determinando-se
o cumprimento integral de todas as normas do RGC. Autos nº 00476109020144013400, em trâmite na
21ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal. Desde 26 de agosto de 2015 o processo encon-
tra-se concluso para decisão.
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75 Aqui, lembre-se que a competência da União quanto à outorga dos serviços de telecomunicações foi
delegada à Agência Nacional de Telecomunicações. Reprise-se que a livre iniciativa no segmento dos
serviços de telecomunicações é condicionada pela autorização, permissão ou concessão, outorgadas pela
Anatel. Daí porque se uma empresa resolver atuar no mercado de telecomunicações sem o necessário
ato de outorga da Anatel do serviço de telefonia fixa, móvel pessoal, TV por assinatura e conexão à inter-
net, comete ilegalidade.
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76 Trata-se da Lei n. 17.663/2013, que trata do atendimento presencial nos serviços de TV por assinatura.
Sobre o assunto, ver: SCORSIM. Ericson Meister. Lei do Paraná estabelece o direito ao atendimento
pessoal nos serviços de TV por assinatura: análise de sua constitucionalidade sob a perspectiva das com-
petências federativas. Revista dos Tribunais: RT SUL, novembro-dezembro, 2013, p. 43-51.
77 O STF declarou a inconstitucionalidade de algumas leis estaduais que tratam de matérias relacionadas
aos serviços de telecomunicações nos seguintes casos: a vedação da cobrança assinatura básica nos con-
tratos de telefonia fixa (ADI 4.369, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 15-10-2014), a comercializa-
ção e revenda de celulares usados (ADI 3.846, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 25-11-2010), a
instalação de contador de pulso no serviço de telefonia fixa (ADI 3.533, rel. min. Eros Grau, julgamento
em 2-8-2006), a obrigação de o fornecedor informar ao consumidor a quitação de débitos no instrumen-
to de cobrança (ADI 4533 MC, rel. min. Ricardo Lewandowski , julgamento em 25-08-2011), ponto de
acesso à internet e cobrança do ponto extra (Adin n. 4083), etc.
Em sentido diverso, o julgamento pelo STF da ADI 5356 MC/MS, que apresenta pedido de medida
cautelar visando suspender os efeitos da Lei n. 4.650/2015, do Estado do Mato Grosso do Sul, que
determina que as empresas operadoras do Serviço Móvel Pessoal (celular) instalem equipamentos ou
solução tecnológica hábil a identificar e bloquear sinais de telecomunicações e radiocomunicações nos
estabelecimentos penais e centros de sócioeducação do Estado. No voto que indefere a medida cautelar,
o Min. Relator Edson Fachin entende que se trata de competência concorrente dos Estados-membros
para legislarem sobre direito penitenciário, relações de consumo e segurança pública, visto que à União
cabe editar apenas normas gerais na espécie.
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78 Ver: Resolução Anatel n. 632/2014, que aprova o Regulamento do Direito dos Consumidores nos Servi-
ços de Telecomunicações.
79 Ressalte-se que a Constituição contém os parâmetros para o exercício da competência legislativa con-
corrente sobre produção e consumo e responsabilidade por dano ao consumidor. Conforme a regra
constitucional prevista no art. 24 e parágrafos seguintes, a competência da União limita-se à edição
de normas gerais no âmbito da legislação concorrente. O exercício desta competência da União para
legislar sobre as normas gerais não exclui a competência suplementar dos estados. Se inexistir lei fede-
ral sobre normas gerais, os Estados podem exercer a competência legislativa plena, para atender suas
peculiaridades. A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual,
no que lhe for contrário.
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INTERNET
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II. INTERNET
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92 Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço de telecomunicações que lhe dá
suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento, apre-
sentação, movimentação ou recuperação de informação, conforme art. 61 da LGT. Sobre o tema, SCOR-
SIM, Ericson Meister. Marco Civil da Internet: questões centrais da regulação dos serviços e aplicações
de internet. Artigo publicado no site AcademiaEdu.
93 Segundo o STF na Adi 1491 MC/DF, Rel. Min. Carlos Velloso, Rel. para Acórdão Min. Ricardo
Lewandowski, j. 08/05.2014: “O serviço de valor adicionado - SVA, previsto no art. 10 da Lei n.
9.295/1996, não se identifica, em termos ontológicos, com o serviço de telecomunicações. O SVA é,
na verdade, mera adição de valor a serviço de telecomunicações já existente, uma vez que a disposição
legislativa ora sob exame propicia a possibilidade de competividade e, assim, a prestação de melhores
serviços à coletividade”.
94 Cf. §2 º, do art. 61 da LGT.
95 Cf. Art. 5 º, V, da Lei 12.965/2014.
96 Cf. art. 5 º, IV, da Lei 12.965/2014.
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97 Um dos temas polêmicos é a continuidade dos serviços de acesso à internet móvel, após o consumo das
franquia de dados, tema abordado anteriormente.
98 Cf. Art. 18 da Lei n. 12.965/2014.
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3. APLICAÇÕES DE INTERNET
O Marco Civil da Internet descreve as aplicações de internet como: “o
conjunto de funcionalidades que podem ser acessadas por meio de terminal
conectado à internet”.99 As funcionalidades são as utilidades ofertadas aos
usuários em relação à transmissão de textos, voz, imagens, dados, etc.
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Em litígios entre empresas de televisão e rádio por radiodifusão e o ECAD, pela cobrança de direitos
autorais pela exibição da programação das emissoras em seus próprios sites na internet (simulcasting),
o Poder Judiciário já se manifestou favorável a tese apresentada pelas empresas de radiodifusão (im-
possibilidade de cobrança – bis in idem) em diversas ações que tramitam nos Estados do Paraná e São
Paulo: Agravo nº 1.336.400-0/01/TJ-PR; Apelação nº 0173652-06.2010.8.26.0100 TJ-SP; Agravo Ins-
trumento nº 1.0024.10.287440-1/001 TJ-SP; Apelação nº 1.0024.10287440-1/005 TJ-SP.
102 Cf. Art. 19, da Lei n. 12.965/2014.
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Pois bem, a Lei n. 12.965/2014 trata da proteção aos registros, aos dados
pessoais e comunicações privadas. Assim, o provedor responsável pela
guarda de dados pessoais e comunicações pode ser obrigado a disponibilizar
os registros de conexão e de acesso a aplicações de internet para identificação
do usuário ou terminal, mediante ordem judicial, conforme dispõe o art. 10, §
1º. O conteúdo das comunicações privadas somente pode ser disponibilizado
mediante ordem judicial nas hipóteses legais. Ou seja, são garantidas a
inviolabilidade e o sigilo do fluxo das comunicações pela internet, bem como
a inviolabilidade e sigilo das comunicações privadas armazenadas, excetuada
a hipótese do afastamento da inviolabilidade por ordem judicial, conforme
determina o art. 7º, incs. II e III, da referida lei n.12.965/2014.
O Marco Civil da Internet, no art. 12, ao tratar da proteção aos registros, aos
dados pessoais e às comunicações privadas, estabelece que, sem prejuízo
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108 Para análise mais completa do tema, Scorsim, Ericson. Marco Civil da Internet: regimes dos provedores
de acesso e aplicações de internet, publicado no AcademiaEdu.
Segundo ainda Márcio Aranha sobre o histórico do debate brasileiro sobre a interpretação do princípio
da neutralidade da internet limitou-se ao controle dos eventuais abusos dos contratos de priorização de
tráfego entre as empresas de proprietárias de infraestrutura de banda larga e as demais empresas de
aplicações de internet. Ver: Aranha, Márcio. Direito das comunicações: histórico normativo e conceitos
fundamentais, 3 edição, 2015, London: Laccademia Publishing, 2015, p. 175-176.
109 Segundo Márcio Aranha, as discussões no Brasil sobre a neutralidade da rede limitaram-se ao debate
sobre a autorização de contratos de priorização de tráfego na Internet. In Direito das Telecomunicações.
Histórico normativo e conceitos fundamentais. 3, 2015, p. 175.
110 Sobre o tema, Machado, Jónatas. Liberdade de expressão: Dimensões constitucionais da esfera pública
no sistema social. Coimbra: Coimbra Editora, 2002. O autor aborda o tema da liberdade de expressão e
a internet, as restrições possíveis, bem como as técnicas que podem ser utilizadas para a harmonização
dos diferentes direitos em conflito, por exemplo: liberdade de expressão e a proteção da infância e juven-
tude e direitos de personalidade. E, também, o regime de responsabilidade dos provedores de acesso,
bem como de responsabilidade dos fornecedores de conteúdo. O Marco Civil da Internet, na forma da
Lei n. 12.965/2014, aborda o regime de responsabilidade dos provedores de acesso (isenção de respon-
sabilidade pelos conteúdos), e o regime de responsabilidade dos provedores de conteúdos.
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111 Para entendimento dos elementos da internet previstos na Lei do Marco Civil da Internet, transmissão,
comutação e roteamento são termos que provém do âmbito da computação. A evolução tecnológica é
que permitiu a comunicação na rede mundial de computadores.
Segundo Walter Isaacson: “Um método mais eficiente é a comutação de pacote, na qual as mensagens
são reduzidas a unidades pequenas, do mesmo tamanho, chamadas pacotes, que recebem cabeçalho
com endereço descrevendo para onde devem ir. Esses pacotes são enviados pela rede para seu destino,
retransmitidos de nodo a nodo, usando as conexões mais disponíveis naquele instante. Se as conexões
começam a ficar entupidas, com excessos de dados, alguns pacotes são roteados para caminhos alterna-
tivos”. Ver: Os inovadores. Uma biografia da revolução digital. São Paulo: Companhia das Letras, 2014,
p. 252. O roteamento tem a função de estabelecer o direcionamento do tráfego dos pacotes de dados, da
rede mundial de computadores. Em síntese, a rede mundial de computadores é uma rede de dados de
pacotes comutados entre milhões de usuários espalhados em diversos pontos geográficos do planeta. A
título ilustrativo, os roteadores IP da empresa Alcatel-Lucent prometem quadruplicar o tráfego de dados
e vídeos nas redes. O produto tem a função de aumentar o ganho de eficiência da comunicação entre
datacenters, por intermédio do roteamento do IP. Ver: www.convergenciadigital.uol.com.br, acesso em
23.02.2015.
A título de curiosidade para quem quiser aprofundar o tema das inovações tecnológicas e o surgimen-
to da computação, especificamente sobre a formação da internet e constituição da rede de pacotes de
dados, com o desenvolvimento das funções de comutação e roteamento, veja: ISAACSON, Walter. Os
inovadores. Uma biografia da revolução digital. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
112 Sobre o assunto, HOBAIKA, Marcelo Bechara de Souza e BORGES, Luana Chystyna Carneiro. Respon-
sabilidade jurídica pela transmissão, comutação ou roteamento e dever de igualdade relativo a pacote
de dados. In Marco Civil da Internet (George Salomão Leite, Ronaldo Lemos, coordenadores, São Paulo:
Atlas, 2014, p. 651).
Também, segundo Pedro Henrique Soares Ramos: “... a neutralidade da rede é um princípio de arquite-
tura de rede que endereça aos provedores de acesso o dever de tratar os pacotes de dados que trafegam
em suas redes de forma isonômica, não os discriminando em razão de seu conteúdo ou origem”. In Neu-
tralidade da Rede e o Marco Civil da Internet: um guia para interpretação. In Marco Civil da Internet
(George Salomão Leite, Ronaldo Lemos, coordenadores, São Paulo: Atlas, 2014, p. 165.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
113 Exemplos constantes do Relatório Final do Projeto de Lei da Internet, aprovado no Plenário da Câmara
dos Deputados, citado por MELCHIOR, Silvia Regina. Neutralidade no direito brasileiro. In Marco civil
internet: lei n. 12.965/2014. São Paulo: Thomson Reuters, Revista dos Tribunais, p. 133.
114 Ponto de conexão entre o domicílio do usuário final do serviço de acesso à internet e a rede de infraes-
trutura de telecomunicações.
115 Ver WIMMER, Miriam. Seminário Marco Civil da Internet: neutralidade e Proteção de Dados Pesso-
ais, 17.03.2015. Sobre as questões subjacentes à neutralidade da rede (tarifa zero para os serviços de
acesso à internet e a autorização da cobrança de preços diferenciados conforme pacote de serviços), ver
SCORSIM, Ericson Meister. Marco Civil da Internet: análise do regime jurídico dos serviços de acesso e
aplicações de internet: direitos e deveres dos provedores, artigo publicado no site AcademiaEdu.
116 A interpretação do princípio da neutralidade é polêmica. Trata-se de uma garantia de tratamento igua-
litário pelos responsáveis pelas atividades de transmissão, comutação ou roteamento, em relação aos
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
pacotes de dados, proibindo-se distinções de conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação.
A aplicação prática do princípio da neutralidade envolve interesses dos usuários/consumidores, das
empresas provedoras dos serviços de conexão à internet, provedores de serviços na internet, produtores
de conteúdo com distribuição pela internet, entre outros. Exemplos: uma empresa de telecomunicações
não pode favorecer os serviços de vídeo de uma empresa parceira, em detrimento dos demais concor-
rentes no mercado. Destaque-se que algumas empresas de telecomunicações têm interesse em firmar
parcerias com as empresas de provimento de conteúdo pela internet, enquanto outras empresas líderes
de mercado não têm este interesse. A título ilustrativo, há vários episódios sobre o tema, nos EUA, como
é o caso das práticas da Comcast, provedor de rede de telecomunicações, de limitar a velocidade do pro-
vedor de conteúdo Netflix. Sobre o tema, Cintra, Maria Eduarda. Neutralidade de rede: o caso Comcast
v. Netflix e o Marco Civil da Internet. Revista de Direito, Estado e Telecomunicações. Brasília, v. 7. n. 1,
p. 145-170, maio 2015.
117 Na perspectiva do direito norte-americano, o autor Ashley Packard explica:
“Internamente, o termo neutralidade da rede refere-se à noção de alta velocidade da Internet, ou banda
larga, os provedores de acesso não podem dar preferência a determinados provedores de conteúdo ou
tipos de conteúdo com o fornecimento em alta velocidade. Os defensores da neutralidade como acesso
do ponto terminal a terminal preferem que os norte-americanos não utilizem o termo neutralidade da
rede em relação à gestão da banda larga. Desta perspectiva, banaliza uma questão bem maior, ligada ao
acesso universal à Internet e mais especificamente ao acesso aos seus conteúdos”, obra citada, p. 67-68.
118 Sobre o tema, consultar SCORSIM. Ericson Meister. 3 Questões da Regulamentação do Marco Civil da
Internet, por Decreto Presidencial. Disponível em http://meisterscorsim.com/blog/3-questoes-da-re-
gulamentacao-do-marco-civil-da-internet-por-decreto-presidencial/
119 Ou saber, da possibilidade do estabelecimento de regime de acesso facilitado no serviço de internet mó-
vel às aplicações do Wikipedia, para favorecer a inclusão social.
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120 Sobre o tema, ver SCORSIM. Ericson Meister. Lei Federal das Normas Gerais para Licenciamento e
Compartilhamento de Infraestrutura de Rede de Telecomunicações, publicado na Revista do Instituto
dos Advogados de São Paulo. Ano 18. ed. 35. Janeiro - Junho 2015.
A competência da Anatel decorre dos artigos 61, § 2º, da Lei Geral de Telecomunicações.
A título ilustrativo, no exercício de sua competência para garantir o acesso às redes de telecomunicações,
a Anatel multou empresas de telecomunicações, mediante a repressão de condutas anticompetitivas
como é o caso da degradação do tráfego do VoiP ou de SMS de banda larga.
Diversamente, é o entendimento de Floriano de Azevedo Marques Neto e Milene Louise Renée Coscione
sobre a regulação dos serviços de valor adicionado pela Anatel:
“Destaque-se que a competência regulatória da Anatel está adstrita aos serviços de telecomunicações e,
portanto, a Agência não regula os serviços de valor adicionado. É dizer, em outras palavras, que a Anatel
não regula o provimento de acesso à internet aos consumidores e não regula o conteúdo multimídia”. Cf.
Telecomunicações. Doutrina, jurisprudência, legislação, e regulação setorial. (Coleção Direito Econômi-
co, Coordenador Fernando Herren Aguilar, São Paulo: Ed. Saraiva, p. 50.
121 Vide nota n. 13.
122 O Decreto Nacional da Banda Larga formulou diretriz para Anatel atuar na ampliação da oferta de ser-
viço de conexão à internet em banda larga na instalação de infraestrutura de telecomunicações. Este
decreto dispôs que a Anatel deve observar as políticas públicas estabelecidas pelo Ministério das Comu-
nicações sobre internet banda larga.
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128 A internet é tema complexo e de natureza internacional, pois afeta diversos países, inclusive repercute
sobre a soberania nacional. Por exemplo, o modelo regulatório da internet afeta o comércio mundial
eletrônico de bens e serviços. A internet enseja discussões sobre a aplicação e a jurisdição das leis na-
cionais. Por isso, o enquadramento do tema como de governança mundial. Daí também porque alguns
defendem a incompetência das agências reguladoras para regular a internet.
129 FCC, Open Internet Order, adopted in December 2010, com a aprovação das regras para a internet:
transparency, no blocking and no unreasonable discrimination e reasonable network management.
130 Federal Communications Commission, Report and Order remand, declaratory ruling, and order, adop-
ted 26, 2015, Release: March 12, 2015, na qual classifica a internet como public utility sob o Título II,
Section 706, do Telecommunications Act, em votação por maioria de 3, sendo dois votos divergentes.
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134 BEREC (Body of European Regulators for Electronic Communications) Guidelines on Net Neutrality
and Transparency Best practices and recommended approaches, 2011.
135 Ver: Relatório sobre o quadro regulatório da União Europeia para as comunicações eletrônicas, no site:
ec.europa.eu/digitalagenda.
Para análise do direito francês, consultar: Huet, Jérôme e Dreyer. Emmanuel. Droit de la comunication
numérique. Paris: LGDJ, 2011.
A título ilustrativo, Dinamarca, Hungria, Suécia e Reino Unido sustentam iniciativas de auto regulação
para garantir a neutralidade da internet.
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A mesma lógica jurídica pode ser adotada em relação à regulação das aplica-
ções de internet, como é o caso do Netflix. Também, considerado um serviço
OTT (over-the-top). Pela lei geral de telecomunicações o serviço OTT
(exemplo: Netflix) é espécie de serviço de valor adicionado. Há assimetria
regulatória entre os serviços de TV por assinatura e os serviços do Netflix.
Assim, a solução do conflito entre as empresas de telecomunicações e a
empresa WhatsApp, bem como das empresas de TV por Assinatura e empresa
Netflix, depende da interpretação adequada da legislação em vigor aplicável
aos serviços de telecomunicações, serviços de TV por Assinatura e serviços
de aplicações da Internet, todas objeto de estudo no âmbito do Direito das
Comunicações. Na visão do autor, não há fundamento na legislação do setor
de telecomunicações para regular os serviços do WhatsApp e do Netflix.
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137 Registre-se a existência do projeto de lei do senado nº 386, de 2012, que altera a Lei Complementar nº
116, de 31 de julho de 2003, que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS, de
competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. Dentre outros objetivos,
o citado projeto de lei visa, em sua versão original, a inclusão de diversos novos serviços tributáveis,
tais como elaboração de programas de computador, computação em nuvem, provimento de acesso à
internet, processamento, armazenamento ou hospedagem de dados, textos, imagens, vídeos, páginas
eletrônicas, aplicativos, sistemas de informação, disponibilização de conteúdos de áudio, vídeo, imagem
e texto em páginas eletrônicas, dentre outros.
Nos termos da redação original do projeto, a lista de serviços anexa à Lei Complementar nº 116/2003
incluiria os serviços Whatsapp, Itunes, Netflix, etc.
Ao tramitar na Câmara dos Deputados, no entanto, o texto original foi alterado antes de aprovado, isen-
tando da tributação do imposto municipal, por enquanto, os serviços multiplataformas de mensagens
instantâneas (Whatsapp, Facebook), serviços de armazenamento de dados (Icloud, Dropbox, Google
Drive) e as lojas virtuais de hospedagem de aplicativos (ex.: App Store, Google Play, etc.)
Atualmente, o citado Projeto de Lei aguarda aprovação do Senado em relação as alterações propostas
pela Câmara.
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TELEVISÃO E RÁDIO
POR RADIODIFUSÃO
COMERCIAL
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1. NOÇÃO
Os serviços de televisão e rádio por radiodifusão destinam-se à transmissão
gratuita de programação ao público em geral. Os programas de televisão
e rádio servem à difusão de conteúdos jornalísticos, informativos,
educativos, culturais, de entretenimento e publicitário. A execução do
serviço de radiodifusão de sons e imagens depende da utilização de canal de
frequências138, sob a outorga da União.139 Há diversos direitos fundamentais
impactados pelos serviços de televisão e rádio, entre os quais: a liberdade de
expressão, liberdade de comunicação, liberdade artística, direito à imagem,
direitos autorais, direito à cultura, direito à honra, direito à educação, entre
outros.140
138 O ato de outorga da concessão das estações geradoras de televisão confere o direito ao uso de um canal
de frequências da largura de 6 (seis) MHz de faixa. A faixa dos 700 Mhz é tradicionalmente utilizada pe-
las empresas de TV por radiodifusão. No caso dos serviços de radiodifusão sonora, a faixa de frequências
modulada possui 20 MHz de largura e está situada entre 87,7 e 108 MHz.
139 Sobre o tema, SCORSIM, Ericson Meister. TV Digital e Comunicação Social: aspectos regulatórios - TVs
pública, estatal e privada. Editora Fórum, 2008.
140 Para uma referência sobre o tema dos direitos fundamentais e a atividade de radiodifusão, consultar as
obras: MACHADO, Jonatas Eduardo Mendes. Liberdade de Expressão: Dimensões Constitucionais da
Esfera Pública no Sistema Social. Coimbra: Coimbra Editora, 2002; ALEXANDRINO, José Alberto de
Melo. Estatuto Constitucional da atividade de televisão. Coimbra: Coimbra Editora, 1998.
141 SCORSIM, Ericson Meister. Capítulo Direito a Informação e Serviços de Televisão. Obra - Direito Cons-
titucional Brasileiro. 1. ed. São Paulo/SP: Editora Revista dos Tribunais Ltda., 2014. v. I. p.450.
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3. TV DIGITAL 145
nal de qualquer natureza, à exceção das previstas nos arts. 32 e 33 deste Regulamento. (art. 31 Decreto
5.371/2005, com redação dada pelo Decreto nº 5.413, de 2005).
145 Sobre as características do padrão de TV digital: alta definição (HDTV), definição padrão (STV), multi-
programação ou monoprogramação, transmissão móvel, etc, conferir: SCORSIM, Ericson Meister. TV
Digital e Comunicação Social: aspectos regulatórios - TVs pública, estatal e privada. Editora Fórum,
2008.
146 A título de conhecimento, o Município de Rio Verde, Estado de Goiás foi escolhido para ser o primeiro a
ter o sinal de transmissão analógica dos serviços de radiodifusão de sons e imagens e retransmissão de
televisão desligado. Embora esse desligamento (switch off) estivesse previsto para ocorrer no dia 29 de
novembro de 2015, conforme cronograma definido pelo Decreto n. 5.820/2006, houve necessidade de
prorrogação do prazo, com previsão para ocorrer em 15 de fevereiro de 2016. De acordo com a Portaria
n. 841/2014, que regulamenta o Decreto n. 5.820/2006, é condição para o desligamento da transmissão
analógica dos serviços de radiodifusão de sons e imagens e retransmissão de televisão que pelo menos
93% dos domicílios que acessem o serviço livre, aberto e gratuito por transmissão terrestre estejam ap-
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
tos à recepção da televisão digital terrestre. Todavia, após pesquisa encomendada pela GIRED (Grupo
de Implantação do Processo de Redistribuição e Digitalização) e realizada pelo IBOPE no Município de
Rio Verde/GO, durante os dias 19 a 22 de novembro, foi constatado que caso o cronograma inicial fosse
cumprido 38% das famílias de Rio Verde ficariam sem sinal de TV. A prorrogação do prazo de desliga-
mento do sinal analógico no Município teste pode se tornar tendência e se aplicar sobre todo o cronogra-
ma em relação aos demais municípios brasileiros previsto pelo Decreto n. 5.820/2006. Cumpre destacar
que o adiamento do cronograma de desligamento do sinal de transmissão analógica dos serviços de
radiodifusão de sons e imagens e retransmissão da TV aberta (switch off) pode gerar prejuízos as opera-
doras de telecomunicações, pois interfere na disponibilização de serviços de 4G na faixa de 700 MHz.
147 Na visão do autor, a matéria da adoção da tecnologia digital no âmbito do sistema de radiodifusão pri-
vado deveria ter sido debatida e aprovada por lei no Congresso Nacional, e não por mero decreto.
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148 Cf. art. 223, da Constituição Federal. No mesmo sentido, as disposições do art. 6º do Decreto n.º
52.795/1963:
Art. 6º À União compete, privativamente, autorizar, em todo território nacional, inclusive águas territo-
riais e espaço aéreo, a execução de serviços de radiodifusão.
§ 1o Compete ao Presidente da República outorgar, por meio de concessão, a exploração dos serviços de
radiodifusão de sons e imagens. (Redação dada pelo Decreto nº 7.670, de 2012)
§ 2o Compete ao Ministro de Estado das Comunicações outorgar, por meio de concessão, permissão ou
autorização, a exploração dos serviços de radiodifusão sonora. (Redação dada pelo Decreto nº 7.670, de
2012)
149 Cf. art. 4º, inc. II, do Decreto n. 5.371/2005.
150 Cf. art. 41, da Lei n. 8.987/95.
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151 Por exemplo, na hipótese de patrocínio por instituição financeira de programa de notícias (telejornal),
há potencial risco do patrocinador influenciar o conteúdo editorial deste programa informativo. Há,
portanto, conflito de interesses entre o direito do público à informação e a publicidade comercial. Ao
invés de informar, no telejornal, em reportagens ou entrevistas, o veículo pode se predispor a vender,
direta ou indiretamente, algum produto, serviço ou divulgar a marca comercial para os consumidores.
Por outro lado, a título ilustrativo, no âmbito esportivo, a Lei Pelé inclusive proíbe as concessionárias,
permissionárias ou autorizatárias dos serviços de radiodifusão e, também, as empresas de televisão por
assinatura, de patrocinar ou veicular sua marca, seus canais ou títulos de seus programas, nos uniformes
de competições das entidades desportivas.
152 O formato tradicional da publicidade está baseado nos anúncios de poucos segundos veiculados nos
intervalos da programação. Porém, desenvolveu-se técnicas de marketing para a inserção de marcas e
produtos dentro dos próprios programas televisivos.
153 Destaque-se que o Ministério Público tem relevante papel quanto à fiscalização das outorgas dos ser-
viços de televisão por radiodifusão, bem como para fiscalizar eventuais ilegalidades praticadas na pro-
gramação e na publicidade comercial veiculada pelas concessionárias. Daí o cabimento de ações civis
públicas para apurar infrações contra a legislação dos serviços de radiodifusão e pleitear a aplicação
de penalidades em relação às concessionárias dos serviços de televisão por radiodifusão. Existem inú-
meros exemplos de ações propostas pelo Ministério Público para a defesa dos direitos das crianças e
adolescentes em relação à classificação indicativa da programação televisiva, a proteção dos direitos
dos idosos, dos consumidores em relação à publicidade comercial na televisão, respeito à direito à li-
berdade religiosa, direito à informação atualizada em programa jornalístico, etc. Ver: www.prsp.mpf.
mp.br, item Comunicação. A título ilustrativo, a rede de televisão SBT (Sistema Brasileiro de Televisão)
foi condenada, em Ação Civil Pública proposta pelo PROCON/SP (autos 0014146-33.2013.8.26.0053
– 5ª Vara da Fazenda Pública do Estado de São Paulo), a pagar indenização de setecentos mil reais por
danos morais coletivos, em decorrência da promoção de merchandising direcionado ao público infantil
na novela Carrossel. De acordo com a sentença, (...) “houve o atingimento de um valor essencial a toda
a classe de consumidores, qual seja, o sadio e respeitoso desenvolvimento das crianças. Isso porque a
Emissora valeu-se da ingenuidade, da falta de perspicácia e da imaturidade do público infantil para dele
se aproveitar economicamente, incutindo-lhes a necessidade de aquisição dos produtos veiculados.”
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160 Constituição: art. 54, II, letra “a”. A União, no âmbito das outorgas das concessões dos serviços de ra-
diodifusão, tem adotado interpretação restrita do referido artigo, ao entender que há somente proibição
para os agentes políticos quanto à participação na gestão da empresa. Ou seja, conforme esta interpre-
tação administrativa, se o político for apenas sócio da empresa de radiodifusão não há violação à proibi-
ção constitucional. Ver LIMA, Venício Artur de. Regulação das comunicações. História, poder e direitos.
São Paulo: Paulus, 2011, p. 116-117.
161 Até a conclusão deste livro, a ADPF 246/DF aguarda julgamento no STF.
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162 Art. 38. Nas concessões, permissões ou autorizações para explorar serviços de radiodifusão, serão obser-
vados, além de outros requisitos, os seguintes preceitos e cláusulas: (Redação dada pela Lei nº 10.610,
de 20.12.2002).
Parágrafo único. Não poderá exercer a função de diretor ou gerente de concessionária, permissionária
ou autorizada de serviço de radiodifusão quem esteja no gozo de imunidade parlamentar ou de foro es-
pecial. (Redação dada pela Lei nº 10.610, de 20.12.2002).
163 Cf. Lei 4.117/1962, Art. 38 parágrafo único.
164 Lei n. 4.117/1962:
“Art. 38. (...)
Parágrafo unico. Não poderá exercer a função de diretor ou gerente de concessionária, permissionária
ou autorizada de serviço de radiodifusão quem esteja no gozo de imunidade parlamentar ou de foro es-
pecial”.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
169 Uma alternativa regulatória, de lege ferenda, ao invés de se garantir outorga de canal de televisão para
uma única igreja, a lei poderia estabelecer obrigações de compartilhamento de um canal de frequências
entre diversas associações religiosas.
170 Cf. art. 38, alínea “c”, da Lei n. 4.177/62.
171 139 Em Ação Cautelar (processo n.º 0006235-69.2015.4.03.6100, em trâmite na 6ª Vara Federal Cível
da 1ª Subseção Judiciária do Estado de São Paulo), o Ministério Público Federal pleiteia liminarmente:
(i) a suspensão da execução do serviço de radiodifusão conferido a Abril Radiodifusão S.A. e transferida
a Spring Televisão S.A (rés); (ii) determinação para que as empresas rés apresentem toda a documenta-
ção que instrumentalizou a venda da licença de utilização de radiofrequência e seus ativos operacionais,
inclusive quanto aos aspectos comerciais financeiros da transação; (iii) determinação pra que a União se
abstenha de conceder às rés novas outorgas para execução dos serviços de radiodifusão e de autorizar a
transferência de outorga às réus. Em data de 23 de julho de 2015, a medida cautelar requerida foi apre-
ciada, sendo o pedido julgado improcedente, ante a ausência de elementos suficientes ao reconhecimen-
to de qualquer infração à legislação sobre a exploração de serviços de radiodifusão, especialmente tendo
o órgão competente da Administração (ANATEL) se pronunciado quanto a aparente ausência de vícios
no contrato de transferência da concessão, bem como que eventual infringência à ordem legal praticada
pela Abril Radiodifusão S.A. ou pela Spring Televisão S.A. decorreria da efetiva constatação da transfe-
rência direta da execução dos serviços de radiodifusão.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
Em dezembro de 2015, o Ministério Público Federal propôs Ação Civil Pública contra as empresas Abril
Radiodifusão S.A. e Spring Televisão S.A. (processo
0026301-70.2015.4.03.6100 – 6ª Vara Federal Cível da 1ª Subseção Judiciária do Estado de São Paulo),
requerendo a concessão de tutela antecipada para suspender os efeitos do negócio jurídico estabelecido
entres as rés, inclusive com a suspensão da exploração do serviço público de radiodifusão. Alternativa-
mente, requereu a concessão de tutela antecipada de evidencia, com obrigação de fazer, para que as rés
comprovem, através da documentação pertinente, que o negócio jurídico celebrado entre as mesmas
atende aos requisitos legais e constitucionais do art. 175, com relação à exploração do serviço público de
radiodifusão por particular. Em 08 de janeiro de 2016 a tutela antecipada foi indeferida.
172 Constituição Federal:
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização para o
serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da complementaridade dos
sistemas privado, público e estatal.
173 Lei nº 4.117/62: Art. 38. Nas concessões, permissões ou autorizações para explorar serviços de radiodi-
fusão, serão observados, além de outros requisitos, os seguintes preceitos e cláusulas:
(...)
c) a alteração dos objetivos sociais, a modificação do quadro diretivo, a alteração do controle societário
das empresas e a transferência da concessão, da permissão ou da autorização dependem, para sua vali-
dade, de prévia anuência do órgão competente do Poder Executivo;
174 Decreto nº 52.795/63:
Art. 90. Nenhuma transferência, direta ou indireta de concessão ou permissão, poderá se efetivar sem
prévia autorização do Govêrno Federal, sendo nula, de pleno direito, qualquer transferência efetivada
sem observância dêsse requisito.
Art. 94. O requerimento de transferência direta de concessão e permissão será apresentado ao Minis-
tério das Comunicações. § 1o O pedido de que trata o caput será formulado em conjunto pela entidade
detentora da concessão ou permissão e por aquela para a qual a outorga será transferida, e será instruído
com os formulários e documentos estabelecidos em ato do Ministro de Estado das Comunicações. (...) §
4o Compete ao Presidente da República a decisão sobre os pedidos de transferência direta de concessão
de serviços de radiodifusão de sons e imagens, que serão previamente instruídos pelo Ministério das
Comunicações.
Art. 122. Para os efeitos deste Regulamento são consideradas infrações na execução dos serviços de
radiodifusão os seguintes atos praticados pelas concessionárias ou permissionárias: (…) 16. Efetuar a
transferência direta ou indireta da concessão ou permissão, sem prévia autorização do Govêrno Federal;
(...) 34. Executar os serviços de radiodifusão em desacordo com os termos da licença ou não atender às
normas e condições estabelecidas para essa execução;
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
175 Informações disponíveis em no site Wikipédia. Acesso realizado em 09 de novembro de 2015. https://
pt.wikipedia.org/wiki/Modula%C3%A7%C3%A3o_em_frequ%C3%AAncia
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
176 Registre-se que no âmbito doutrinário há controvérsia sobre a aplicabilidade e eficácia dos referidos
princípios constitucionais. Para uns doutrinadores, os princípios são autoaplicáveis, independentemen-
te da edição da lei que regulamente a sua incidência sobre as emissoras de TV e rádio. Para outros, os
princípios da produção e programação de TV e rádio para irradiar sua eficácia dependem da interme-
diação legislativa. Destaque-se que estes princípios constitucionais sobre produção e programação são
aplicáveis aos serviços de TV por assinatura, conforme determina o art. 222, §3º, da Constituição. Sobre
o tema, consultar, SCORSIM, Ericson Meister. Comunicação Social e Democracia: regime jurídico dos
servidores de televisão aberta. Direito Constitucional Brasileiro, Coordenação Clèmerson Merlin Cléve,
1ª ed, v.III, São Paulo/SP: Ed. Revista dos Tribunais, 2014, p. 619.
177 Cf. Art. 221, inc. I.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
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183 Até o momento da conclusão deste livro o julgamento no STF da ADI 2.404 não havia sido concluído.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
184 Sobre o tema SCORSIM, Ericson Meister e CLÈVE, Clèmerson Merlim. Concessão de serviço por radio-
difusão, liberdade de expressão e produção de conteúdos por terceiros ou em regime de coprodução.
Artigo publicado na Revista Brasileira de Direito Público (RBDP – nº 50, ano 13 – julho/setembro 2015)
e com versão disponível no site Jus Navigandi - www.jusnavigandi.com.br, out. 2015.
185 A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), através Ação Direta de Inconstitu-
cionalidade (ADI 5424), questiona no Supremo Tribunal Federal (STF) a constitucionalidade da Lei
16.751/2015, do Estado de Santa Catarina, que proíbe a propaganda de medicamentos e similares nos
meios de comunicação sonoros, audiovisuais e escritos daquele estado da federação. No mesmo senti-
do a ADI 5432, proposta pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão – ABRATEL. A
ABERT sustenta que compete privativamente a União legislar sobre propaganda comercial de medica-
mentos, conforme artigos 22, inciso XXIX e 220, parágrafos 3º e 4º, da Constituição Federal. Também,
alega que a Constituição estabeleceu expressamente que a propaganda de medicamentos estará sujei-
ta apenas a restrições legais, mas “jamais ao banimento”. Em sentido semelhante, são os argumentos
apresentados pela ABRATEL. Na decisão da preliminar das referidas ADIs, realizado pelo STF em 14 de
dezembro de 2015, o Min. Relator Dias Toffoli determinou a suspenção da eficácia da Lei n. 16.751/2015
de Santa Catarina. Segundo o Min. Rel.: “... o Estado de Santa Catarina não apenas legislou em matéria
que não é da sua competência, como também o fez contrariando a lei federal que disciplina a matéria,
o que reforça a inconstitucionalidade da norma”. O mérito das Ações Diretas de Inconstitucionalidade
relativas à Lei n. 16751/2015, que proíbe a propaganda de medicamentos e similares nos meios de co-
municação sonoros, audiovisuais e escritos no Estado de Santa Catarina (ADI 5424 e 5432), aguarda
julgamento pelo Plenário do STF.
186 Outro tema sensível é a publicidade de produtos e serviços dirigida às crianças. A Resolução n. 163/2014,
do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), dispõe sobre a abusivida-
de do direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança e ao adolescente.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
187 A liberdade de expressão na promoção de anúncios em programas de televisão e rádio está submetida
ao Código de Defesa do Consumidor, especialmente as disposições do art. 37, que veda a publicidade
enganosa ou abusiva. A título ilustrativo, a rede de televisão SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) foi
condenado, em Ação Civil Pública proposta pelo PROCON/SP (autos n. 0014146-33.2013.8.26.0053 –
5ª Vara da Fazenda Pública do Estado de São Paulo), a pagar indenização de setecentos mil reais por
danos morais coletivos, em decorrência da promoção de merchandising direcionado ao público infantil
na novela Carrossel. De acordo com a sentença, (...) “houve o atingimento de um valor essencial a toda
a classe de consumidores, qual seja, o sadio e respeitoso desenvolvimento das crianças. Isso porque a
Emissora valeu-se da ingenuidade, da falta de perspicácia e da imaturidade do público infantil para dele
se aproveitar economicamente, incultindo-lhes a necessidade de aquisição dos produtos veiculados.”
188 O CONAR é uma organização não-governamental (ONG), fundada e mantida pela propaganda brasilei-
ra, ou seja, pelas agências de publicidade, por empresas anunciantes e veículos de comunicação. Tem
como objetivo fiscalizar a ética da propaganda comercial veiculada no Brasil, norteando-se pelas dispo-
sições contidas no Código Brasileiro de Auto-regulamentação Publicitária.
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195 Sobre o assunto, ver SCORSIM. Ericson Meister. Criação de joint venture por empresas de TV por radio-
difusão para licenciamento de programação televisiva às prestadoras do serviço de TV por assinatura.
Disponível em http://meisterscorsim.com/criacao-de-joint-venture-por-empresas-de-tv-radiodifusao-para-licen-
ciamento-de-programacao-televisiva-as-prestadoras-do-servico-de-tv-por-assinatura/
A legalidade da criação da operação de joint venture das empresas de TV por radiodifusão está sob a apre-
ciação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE – no processo n. 08700.006723/2015-
21. Em 22 de dezembro de 2015, a Procuradoria Federal Especializada (PFE) junto ao CADE emitiu
parecer pela legalidade da criação da joint venture, bem como “pela legitimidade da cobrança pelas Re-
querentes (SBT, Record e Rede TV) dos seus sinais de TV Aberta diante do arcabouço lega existente (Lei
nº 12.85/2011), bem como pela possibilidade jurídica da existência de um mercado de licenciamento de
canais de TV aberta para SeAC”. Até o momento da conclusão deste artigo o julgamento não havia sido
concluído.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
199 Fundamentação Constitucional: Art. 5°, XXII, XV, XVII, XXVIII, XX; Art. 170, IV. Dispositivo
Legal Questionado: Lei Federal n° 12853, 14 de agosto de 2013, e arts. 5°; 68; 097; 98; 98-A; 98-B;
98-C, 99, 99-A; 99-B; 100; 100-A; 100-B e 109-A, da Lei Federal n° 9610, de 19 de fevereiro de 1998.
Ministro Relator: Luiz Fux. Requerente: ABRAMUS - Associação Brasileira de Música e Artes As-
sim - Associação De Intérpretes e Músicos Associação de Músicos, Arranjadores e Regente Amar - SOM-
BRÁS - Sociedade Musical Brasileira Escritório Central de Arrecadação e Distribuição – ECAD Socie-
dade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música - SBACEM Sociedade Independente
de Compositores e Autores Musicais - SICAM SOCINPRO - Sociedade Brasileira de Administração e
Proteção de Direitos Intelectuais. Julgamento: Até o momento de conclusão desse texto, tanto o re-
querimento liminar quanto o de mérito ainda não havia sido apreciados pelo STF.
200 Fundamentação Constitucional: Art. 5°, caput, X, XII, XVIII, XXII, XXVII, XX; Art. 173. Disposi-
tivo Legal Questionado: Lei Federal n° 12.853, 14 de agosto de 2013. Ministro Relator: Luiz Fux.
Requerente: União Brasileira de Compositores – UBC. Julgamento: Até o momento de conclusão
desse texto, tanto o requerimento liminar quanto o de mérito ainda não havia sido apreciados pelo STF.
201 Também, é significativa a transmissão dos Jogos Olímpicos e da Copa Mundial de Futebol.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
202 A título de conhecimento, a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf) ingressou, em 2015,
com ação judicial na 19ª Vara Cível de Pernambuco para impedir que a Rede Globo exiba a imagem dos
juízes durante os jogos de futebol no Brasil ou efetue o pagamento dos direitos de imagem/arena.
A Associação dos Árbitros sustenta o seu pedido de pagamento do direito de imagem com fundamento
no art. 5º, inc. XXVIII, alínea “a”, da Constituição Federal, que contempla a proteção às participações
individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades des-
portivas.
Por sua vez, as emissoras de televisão podem justificar o não pagamento do direito de imagem aos árbi-
tros com base na Lei n.º 13.155/2015, que assegura o pagamento de direitos de imagem/arena apenas
aos atletas em decorrência das transmissões televisivas, sem mencionar direito de imagem aos árbitros
e auxiliares (bandeirinhas).
203 O Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência tem analisado diversas questões sobre os direi-
tos de exclusividade nas transmissões dos jogos dos campeonatos do futebol brasileiro. No Processo
Administrativo n. 08012.006504/97-11, a Secretaria de Defesa Econômica (SDE) concluiu que o Clube
dos Treze praticou infração à ordem econômica ao vender os direitos de transmissão do Campeonato
Brasileiro de Futebol de forma agrupada, independentemente da mídia, nas temporadas de 1997 a 1999
e com cláusulas de exclusividade e de preferência na renovação dos contratos. Também, considerou que
TV Globo prejudicou a concorrência ao exercer influência direta sobre o formato de venda dos direitos
de transmissão do Campeonato Brasileiro de Futebol, abusando de seu poder de mercado.
204 A lei 13.188/2015 dispõe sobre o direito de resposta ou retificação do ofendido em matéria divulgada,
publicada ou transmitida em veículo de comunicação social.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
A título ilustrativo, duas ações diretas de inconstitucionalidade em trâmite no STF questionam a Lei n.
13.188/2015. Na ADI n. 5418/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, argumenta-se que a referida lei, especialmente
ao estabelecer o prazos exíguos para cumprimento do direito de resposta pelos veículos de imprensa,
atenta contra a liberdade de imprensa e de expressão e ofende os princípios da ampla defesa, do con-
traditório, da igualdade das partes, do devido processo legal e do juiz natural. Há comparação entre a
nova legislação com a antiga Lei de Imprensa (Lei 5.250/1967), declarada incompatível com a Consti-
tuição Federal pelo Supremo no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF) 130. Daí o pedido de decretação da inconstitucionalidade da Lei Federal n. 13.188/2015 em sua
totalidade ou no art. 2, parágrafo terceiro, parágrafo 1, incisos I e II do art. 6 e art. 10. Por sua vez, na
ADI 5415/DF, Min. Rel. Dias Toffoli, alega-se ofensa ao direito à efetiva tutela jurisdicional, o princípio
do juiz natural e o princípio da separação de poderes.
Em decisão liminar, o Min. Rel. Dias Toffoli entendeu que o art. 10 da Lei Federal n. 13.188/2015, em
leitura literal, “incorre em patente vício de inconstitucionalidade.”
Segundo o Min. Relator: “Admitir que um juiz integrante de um Tribunal não possa, ao menos, conceder
efeito suspensivo a recurso dirigido contra decisão de juiz de 1º grau é subverter a lógica hierárquica
estabelecida pela Constituição, pois é o mesmo que atribuir ao juízo de primeira instância mais poderes
que ao magistrado de segundo grau de jurisdição.”
205 Lei n. 9.795/1999 - Política Nacional de Educação Ambiental (art. 3º, inc. IV):
Art. 3o Como parte do processo educativo mais amplo, todos têm direito à educação ambiental, incum-
bindo:
IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação
de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua
programação.
206 Lei n. 12.288/2010 – Estatuto da Igualdade Racial - (arts. 43 a 46):
Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a participa-
ção da população negra na história do País.
Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à veiculação pelas emissoras de televisão e em
salas cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de emprego para atores,
figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, ideológi-
ca, étnica ou artística.
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica aos filmes e programas que abordem espe-
cificidades de grupos étnicos determinados.
Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à veiculação pelas emissoras de televisão
e em salas cinematográficas o disposto no art. 44.
Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional, as
empresas públicas e as sociedades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de participação
de artistas negros nos contratos de realização de filmes, programas ou quaisquer outras peças de caráter
publicitário.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
207 Lei n. 10.222/2001, que padroniza o volume de áudio das transmissões de rádio e televisão nos espaços
dedicados à propaganda.
208 Lei n. 12.343/2010.
Art. 2o São objetivos do Plano Nacional de Cultura:
I - reconhecer e valorizar a diversidade cultural, étnica e regional brasileira;
II - proteger e promover o patrimônio histórico e artístico, material e imaterial;
III - valorizar e difundir as criações artísticas e os bens culturais;
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
209 Sobre o conceito de televisão e o enquadramento normativo das respectivas espécies de serviços de
comunicação audiovisual ofertados aos consumidores, ver: SCORSIM, Ericson Meister. TV Digital e
Comunicação Social, obra citada, p. 95.
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214 Os padrões Tell HD (de uma empresa brasileira, com base no sistema americano,) e o DRM (de um
consórcio internacional, com base no sistema europeu) foram testados em várias oportunidades, com
emissoras de rádio de várias classes e potência e em de diferentes estados da federação.
215 TRIGO-DE-SOUZA, Lígia Maria. Rádios@Internet: O desafio do áudio na rede. Dissertação de mestra-
do. São Paulo: USP, 2002. p. 173. Disponível em http://www.cencib.org/simposioabciber/PDFs/CC/Johan%20
Cavalcanti%20van%20Haandel%20e%20Fabiana%20Patricio%20Vieira%20van%20Haandel.pdf
216 Webcast é a transmissão de áudio e vídeo utilizando a tecnologia streaming media. Pode ser utilizada por
meio da internet ou redes corporativas ou intranet para distribuição deste tipo de conteúdo.
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4.117/1962, pois não são empresas de radiodifusão sonora. Daí porque não
podem ser fiscalizadas pelo Ministério das Comunicações, nem mesmo pela
Anatel. Por sua vez, as rádios off line que transmitem sua programação tanto
via radiodivusão quanto pela internet (simulcasting)217, estão sujeitas as
normas aplicáveis ao setor de radiodifusão. Também, é preciso diferenciar a
situação das empresas que fornecem sites de compartilhamento de músicas
(transmissão de arquivos de áudios), que também não configuram serviços
de radiodifusão sonora.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
225 A título ilustrativo, o Conselho de Comunicação Social apresentou pareceres sobre os seguintes temas
tratados em projetos de lei: direito de resposta, classificação indicativa da programação de televisão,
flexibilização do horário do programa a Voz do Brasil, inclusão de legenda oculta na programação das
emissoras de televisão, liberdade de expressão no período eleitoral, etc. Também, o Conselho de Comu-
nicação Social apreciou a proposta de Emenda à Constituição sobre a obrigatoriedade da exigência de
formação de nível superior em jornalismo para o exercício da profissão. E, apresentou Relatório sobre
as atividades da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
TELEVISÕES PÚBLICAS
E ESTATAIS E RÁDIOS
COMUNITÁRIAS
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
226 O autor deste artigo adota uma concepção de televisão pública, diferente daquela adotada na Lei n.
11.652/2008. A TV pública é aquela, cuja produção, gestão e difusão de programação está sob a res-
ponsabilidade da sociedade (comunidade). Assim, a Empresa Brasil de Comunicação é uma espécie de
TV estatal, embora o legislador tenha decidido adotar a nomenclatura de radiodifusão pública. Sobre o
tema, SCORSIM, Ericson Meister. TV Digital e Comunicação Social: aspectos regulatórios - TVs pública,
estatal e privada. Editora Fórum, 2008.
227 Sobre o tema, SCORSIM, Ericson Meister. TV Digital e Comunicação Social: aspectos regulatórios - TVs
pública, estatal e privada. Editora Fórum, 2008.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
2. TVS ESTATAIS
228 SCORSIM, Ericson Meister . TV Digital e Comunicação Social: aspectos regulatórios - TVs pública, esta-
tal e privada. Editora Fórum, 2008.
229 Cf. art. 32, da Lei n. 12.485/2011.
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DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
230 Existem dois contratos de prestação de serviços entre a União, por intermédio da Secretaria de Comuni-
cação Social da Presidência da República, e a Empresa Brasil de Comunicação. Documentos acessíveis
no site www.ebc.com.br.
O contrato 1/2012, cujo objeto é a prestação de serviços de captação, gravação, transmissão, distribuição
de sinal de TV por satélite e internet e outros serviços de comunicação audiovisual, tais como locução,
transmissão de atos, solenidades e eventos que envolvam a presença da Presidenta da República, seu
substituto delegado ou eventos e atos de interesses da CONTRATANTE ...”.
No outro contrato n. 2/2012 há o seguinte detalhamento dos serviços:
“2.1.1.1 São considerados serviços de TV: produção de conteúdo, transmissão, veiculação e gestão do ca-
nal de TV NBR, transmitido em sinal de satélite analógico e digital para captação por antena parabólica
e por meio de serviços de televisão por assinatura e por sinal aberto quando disponível”.
Aqui, cabe lembrar que a Lei 11.652/2008 prevê o seguinte: “Art. 8º. Compete à EBC: (…) VI – prestar
serviços no campo da radiodifusão, comunicação e serviços conexos, inclusive transmissão de atos e ma-
térias do Governo Federal”. E, a Lei 12.485/2001, ao tratar da distribuição obrigatória nos serviços de te-
levisão por assinatura, faz referência apenas à distribuição do canal reservado para a emissora oficial do
Poder Executivo. Na visão pessoal do autor do presente artigo, ainda falta normatização adequada para
a gestão da TV NBR, omissão esta que pode comprometer a função informativa do meio de comunicação
e o direito do público à informação. Os limites normativos são necessários para garantir a impessoalida-
de e a objetividade em seu funcionamento, evitando-se o caráter propagandístico na utilização do canal
de comunicação.
231 Cf. Decreto 4.799/2002 que trata da comunicação do Poder Executivo Federal.
112
DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
deve ser pautada por critérios objetivos nela previstos, de modo a atender o
princípio da impessoalidade que vincula a administração pública. Eventuais
utilizações pessoais ou eleitorais deste canal de televisão poderão ensejar
responsabilização das autoridades.
232 A TV Justiça foi originariamente disciplinada pela Lei 10.461/2002. Segundo o Min. Celso de Mello, do
STF, em discurso em homenagem à criação da TV Justiça em seu 10º aniversário:
“Essa medida legislativa revestiu-se de enorme significado, pois conferiu transparência ainda maior
à atuação do Poder Judiciário em nosso País, viabilizando, aos cidadãos da República, pleno acesso
ao próprio funcionamento do Poder Judiciário nacional e, em particular, aos processos e mecanismos
decisórios do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais judiciários, além de propiciar, em benefício
da coletividade, a transmissão dos cursos, painéis de discussão e informações relevantes em matéria
judicial”. Documento disponível no site do STF. E, ainda, na ADPF 130, julgada pelo STF, o Min. Carlos
Ayres Britto destacou a relevância da TV Justiça para a história do STF.
233 A transmissão ao vivo das sessões do STF pela TV Justiça (e também pelo Youtube) representa um
marco histórico na cultura jurídica nacional. O televisionamento demanda medidas adequadas para a
realização concreta do direito à informação, de modo a facilitar a compreensão pelo público. Algo que
tem sido efetivado na cobertura dos julgamentos pelo noticiário da TV Justiça. Por outro lado, aqui, não
há espaço para abordar o problema da repercussão da cobertura midiática dos julgamentos e a eventual
quebra da imparcialidade processual, fica a obra de referência: ADBO, Helena. Mídia e Processo. São
Paulo: Ed. Saraiva, 2011.
113
DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
2.4. TV CÂMARA
A TV Câmara tem como objetivo efetuar a cobertura das sessões plenárias da
Câmara dos Deputados, comissões legislativas e comissões parlamentares
de inquérito.238
114
DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
2.5. TV SENADO
A TV Senado é um meio de comunicação social voltado a cobertura das sessões
de seu plenário e comissões legislativas.241 É instrumento para concretização
do direito à informação sobre o funcionamento do Senado Federal, do
processo legislativo e o conhecimento das leis. Em ato interno da Comissão
Diretora do Senado há o regramento da ordem de prioridade de cobertura
das sessões do plenário e de sua transmissão ao vivo.242 São estabelecidos
critérios para a definição da atividade parlamentar a ser mostrada, evitando-
se influências editoriais ou políticas.243 Um dos seus maiores desafios é a
115
DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
244 A lei federal dos serviços de televisão por assinatura limita-se a tratar dos aspectos da distribuição de
canais ao estabelecer o dever da prestadora do serviço de acesso condicionado de distribuir: “um canal
legislativo municipal/estadual, reservado para o uso compartilhado entre as Câmaras de Vereadores
localizadas nos Municípios da área de prestação do serviço e a Assembleia Legislativa do respectivo Es-
tado ou para uso da Câmara Legislativa do Distrito Federal, destinado para a divulgação dos trabalhos
parlamentares, especialmente a transmissão ao vivo das sessões”.
116
DIREITO DAS COMUNICAÇÕES • ERICSON M. SCORSIM
3. RÁDIOS COMUNITÁRIAS
O serviço de radiodifusão comunitária é definido pela Lei n. 9.612/1998. Este
serviço é outorgado pelo Poder Executivo (Ministério das Comunicações)246
a fundações e associações comunitárias sem fins lucrativos. O objetivo é
245 O Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Paraná (art. 13, V) prevê a competência da Mesa
Diretora para: “promover a realização de campanhas educativas e divulgações permanentes, bem como
adotar as medidas adequadas para a promoção e valorização do Poder Legislativo, com o objetivo de for-
talecimento das instituições democráticas”. Daí a possibilidade da TV Assembleia realizar campanhas
educativas de valorização do Poder Legislativo. Mas, sem desconsiderar que a programação deve estar
voltada para o direito à informação dos cidadãos paranaenses.
246 Cf. art. 2º da Lei n. 9.612/1998.
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TELEVISÃO POR
ASSINATURA
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1. NOÇÃO
A TV por assinatura classificada como Serviço de Comunicação Audiovisual
de Acesso Condicionado, conhecido como SeAC, é espécie de serviço
de telecomunicações. O acesso é condicionado ao pagamento do preço,
regime diferente do serviço de televisão por radiodifusão, o qual é acessado
gratuitamente pelas pessoas.
248 SCORSIM, Ericson Meister. TV por assinatura - Serviço de Acesso Condicionado. Lei da Comunicação
audiovisual: análise dos serviços de distribuição dos canais de programação obrigatórios e as implica-
ções no setor de radiodifusão. Revista de Direito das Comunicações, v. 5, p. 65-96, 2012.
249 Cf. art. 2o, da Lei n. 12.485/2011, considera-se:
XI - Empacotamento: atividade de organização, em última instância, de canais de programação, inclusi-
ve nas modalidades avulsa de programação e avulsa de conteúdo programado, a serem distribuídos para
o assinante;
XVII - Produção: atividade de elaboração, composição, constituição ou criação de conteúdos audiovisu-
ais em qualquer meio de suporte;
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Art. 142. Renúncia é o ato formal unilateral, irrevogável e irretratável, pelo qual a prestadora manifesta
seu desinteresse pela autorização.
Parágrafo único. A renúncia não será causa para punição do autorizado, nem o desonerará de suas obri-
gações com terceiros.
Art. 143. A anulação da autorização será decretada, judicial ou administrativamente, em caso de irregu-
laridade insanável do ato que a expediu.
Art. 144. A extinção da autorização mediante ato administrativo dependerá de procedimento prévio,
garantidos o contraditório e a ampla defesa do interessado.
260 Cf. art. 32, caput e § 12, da Lei n. 12.485/2011.
261 Exemplos: Globo, SBT, Record, Bandeirantes, etc.
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262 A título ilustrativo, há o Fundo Setorial do Audiovisual (Lei n. 11.437/2006), Lei do Audiovisual e Lei
Rouanet (Lei 8.313/91).
263 Registre-se que são aplicáveis aos serviços de TV por assinatura os princípios constitucionais da produ-
ção e programação de televisão, conforme detemina o art. 222, §3º.
264 Cf. art. 6º, da Lei n. 12.485/2011.
265 Sobre o tema: SCORSIM, Ericson Meister. Ministério Público Federal recomenda que empresa de te-
lecomunicações deixe de ofertar serviços de programação e empacotamento de conteúdo audiovisual.
Disponível em: http://meisterscorsim.com/ministerio-publico-federal-recomenda-que-empresa-de-
-telecomunicacoes-deixe-de-ofertar-servicos-de-programacao-e-empacotamento-de-conteudo-audio-
visual/
266 Cf. art. 12, da Lei n. 12.485/2011.
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Tal Lei exige que as produtoras brasileiras sejam independentes. Para tanto,
não devem ser controladoras, controladas ou coligadas a programadoras,
empacotadoras, distribuidoras ou concessionárias de serviço de radiodifusão
de sons e imagens. Também não podem manter vínculo de exclusividade
que impeça de produzir ou comercializar para terceiros os conteúdos
audiovisuais por elas produzidos.268
267 Segundo Vinícius Alves Portela Martins: “Na maior parte dos casos, o distribuidor é o responsável pelas
atividades de empacotamento, que é a organização dos canais em pacotes para venda ao assinante”. In
Agência Nacional do Cinema - Ancine. Comentários à Medida Provisória n. 2.228/1-01 ao Decreto n.
4.121/02 e à Lei n. 12.485/11. São Paulo: Atlas, 2015, p. 324.
Modalidade avulsa de programação é a modalidade de canais de programação organizados para aqui-
sição avulsa por parte do assinante (art. 2º, inc. XV, da Lei n. 12.485/2011). Já a Modalidade Avulsa de
Conteúdo Programado ou Modalidade de Vídeo por Demanda Programado é a modalidade de conteúdos
audiovisuais organizados em canais de programação e em horário previamente definido pela programa-
dora para aquisição avulsa por parte do assinante (art. 2º, inc. XIV, da Lei n. 12.485/2011).
268 Cf. art. 2º, III, alínea “c”, da Lei n. 12.485/2011.
269 Cf. art. 16, da Lei n. 12.485/2011.
270 Cf. art. 17, da Lei n. 12.485/2011.
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DTH (TV por satélite) e TVA (TV especial por assinatura), para autorização
dos serviços de acesso condicionado.281
281 SCORSIM, Ericson Meister. Direito dos consumidores nos serviços de telefonia fixa, móvel pessoal,
conexão à internet e TV por assinatura: aproximação entre o Direito do Consumidor e o Direitos das
Comunicações, artigo publicado na Coletânea Repensando o Direito do Consumidor III. Coleção Comis-
sões OAB/PR. Vol. XIX. 2015. E-book disponível para download em http://www.oabpr.com.
br/Noticias.aspx?id=22349
282 A Ancine, Agência Nacional do Cinema, é autarquia em regime especial, criada na forma da MP 2.2228-
1, de 06 de setembro de 2001. Tem competências sobre os segmentos de cinema, vídeo doméstico, publi-
cidade, e TV por assinatura. A Ancine não tem competência regulatória sobre os serviços de televisão e
rádio por radiodifusão, excetuadas a competência para fiscalizar o dever de informar sobre contratação
de direitos de exploração comercial, licenciamento, produção, coprodução, exibição, distribuição, co-
mercialização de obras cinematográficas e videofonográfivas em qualquer suporte ou veículo no mer-
cado brasileiro. Sobre o tema, Martins. Vinícius Alves Portela. Agência Nacional do Cinema - Ancine.
Comentários à Medida Provisória n. 2.228/1-01 ao Decreto n. 4.121/02 e à Lei n. 12.485/11. São Paulo:
Atlas, 2015, p. 324.
283 A título ilustrativo, a Ancine multou a empresa Sky, com fundamento no art. 5 º da Lei 12.485/2011, pelo
fato de explorar o canal de programação canal Sports+, sendo uma empresa distribuidora de canais de
programação. Também, em outro exemplo, a TV Meteorológica Ltda ingressou com ação judicial contra
ato da Ancine, para fins de reconhecimento da validade jurídica de sua autodeclaração de classificação
como canal brasileiro de espaço qualificado independente, para fins de enquadramento no regime de
cotas do art. 17 da Lei 12.485/2011.
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CONCLUSÕES
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4.1 TV COMERCIAL
A Constituição, no capítulo da Comunicação Social, contém diversas regras e
princípios aplicáveis às emissoras de televisão comercial. Há as garantias da
liberdade de expressão e informação jornalística, com a vedação à censura,
285 SCORSIM, Ericson Meister. Competência da Anatel para outorgar e fiscalizar os serviços de acesso à
Internet: limites e possibilidades. Artigo em vias de publicação.
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4.2 TV PÚBLICA
A TV pública é regulada Lei n. 11.652/2008. A Empresa Brasil de
Comunicação é a empresa pública responsável pela gestão da TV pública
no âmbito federal. Entre os objetivos dos serviços de radiodifusão pública:
i) oferecer mecanismos para debate público acerca de temas de relevância
nacional e internacional; ii) desenvolver consciência crítica do cidadão; iii)
fomentar a construção da cidadania; iv) fomentar a produção audiovisual
nacional, entre outros.287
4.3 TV ESTATAL
A TV estatal destina-se à comunicação institucional dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário. O sistema de TV estatal é integrado por diversas
emissoras, como por exemplo: TV Justiça288, TV Câmara, TV Senado, TVs
das Assembleias Legislativas, TV NBR, TV das Câmaras de Vereadores. Não
há legislação específica para estas espécies de canais estatais de televisão.
Há tão-somente uma referência na legislação da Lei da TV por assinatura,
quando se refere à distribuição obrigatória dos canais estatais para as
prestadoras do serviço de acesso condicionado.289
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290 Para detalhamento do tema, ver SCORSIM, Ericson. Competência da Anatel para outorgar e fiscalizar os
serviços de acesso à internet: limites e possibilidade. Artigo publicado na Revista de Direito Administra-
tivo Contemporâneo(ReDAC). Ano 3. nº 21. Novembro-Dezembro de 2015.
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291 Votaram com Relator, até o momento, os Ministros Luís Roberto Barroso, Teori Zavascki e Rosa Weber.
Luiz Edson Fachin considerou a lei totalmente constitucional – inclusive o artigo 25. Ainda aguardam-se
os votos de mais seis Ministros.
292 Vide nota anterior
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REFERÊNCIAS NORMATIVAS
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republicado em 28.set.1998.
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REFERÊNCIAS JURISPRUDENCIAIS
DO STF
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRASIL. Tribunal de Justiça de São Paulo. 11ª Vara Cível da Comarca de São
Paulo. – Procedimento Ordinário – Responsabilidade Civil. Partes: Psafe
Tecnologia S.A. e Baidu Brasil Internet Ltda. Processo em trâmite.
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