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TRABALHO DE CRISTOLOGIA
PARA QUE JESUS MORREU NA CRUZ?
CURITIBA
2018
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CLEONICE GAMA DE OLIVEIRA
TRABALHO DE CRISTOLOGIA
PARA QUE JESUS MORREU NA CRUZ?
CURITIBA
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2018
SUMÁRIO
Introdução .................................................................................................................... 04
Bibliografia .................................................................................................................. 13
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INTRODUÇÃO
Segundo o autor, Deus teria razões, para entregar Jesus a crucificação, sobre isto
há muitas perguntas. Por que o Pai deixou que a população crucificasse seu Filho Jesus
Cristo.
JESUS, O REI
O ponto mais importante entre muitos, é que Jesus contribuiu para sua própria
condenação. Na interrogatória por Pilatos, Jesus diz que nasceu e veio ao mundo, para
testemunhar a verdade.
Outros pesquisadores discordam do autor, dizendo que Deus poderia condenar
Jesus por ser um revolucionário, por se identificar como Filho de Deus, e violar a lei do
sábado.
Segundo Marcos 14,58, a palavra de Jesus, sobre o tempo tem importância no
processo, contra o próprio Jesus, mais sua posição diante do tempo, elevou a
condenação. Na obra historiográfica de Flávio Josefo, deu a entender que a atividade
carismática e profética era considerada grave perturbação da ordem pública, mas, será
que só isto era o bastante para a crucificação de Cristo. Conforme a lei da época, aquele
que amaldiçoar seu povo deve ser crucificado. Mas, é preciso questionar se esta lei se
aplica a Jesus.
Diante disso, é mais plausível que Jesus foi crucificado por seu pretendente ao
trono do rei. Pilatos não entendeu que o reino que Jesus reivindicava não era o seu e sim
o reino do seu Pai do Céu.
Nenhum historiador até hoje jamais contestou o fato da crucificação de Jesus, até
os não-cristãos como Mara bar Serapion (séc d.C.), que atestou a execução do “Sábio
Rei” inocente. Os judeus de hoje afirmam que Jesus foi executado inocente. Jesus é
classificado como mártir e sua morte é comparada à de Sócrates, a cruz representa a não
violência, o mártir é definido todo aquele que não consegue se defender de seus
perseguidores, Cristo foi executado pelos que eram contra os judeus, mas foram os
romanos que condenaram Jesus a sua crucificação. Pilatos mandou escrever na cruz de
Jesus, Rei dos judeus, para humilhar o Jesus Cristo. De acordo com João 19,21: Pilatos
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se nega a escrever e diz eu sou o deus dos judeus, prazerosamente apresenta, aos judeus
seu rei.
A cruz é uma aula crítica de história, uma parcela de catástrofe da humanidade, a
cruz mostra do que os humanos são capazes. A crucificação, era marcada por crueldade
para com os escravos, por isso que quem fosse crucificado era duplamente punido. A
cruz não é um símbolo religioso cristão, para Sócrates, Jesus é o segundo escândalo
judicial da história antiga, que grita aos Céus, Jesus é um marte judaico, assim como
milhões de judeus do século XX, também como Gandhi e Bon Hoeffer. João Paulo II
afirma que todos sejam um, quando morrem na mesma fé.
Mateus escreve que judas ao trair Jesus, ele não teve alternativa, era Jesus ou
Israel, o medo era que os judeus fossem aniquilados, continua dizendo Mateus que judas
queria que Jesus destruísse seu povo, levando ao desaparecimento.
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Muitos pesquisadores críticos opinam que o efeito da ação de Jesus só atinge o
cristão, no batismo que os pecadores não estariam incluídos, precisava, ser perdoado por
Jesus. Os judeus entendiam que o sofrimento e a morte do Messias judeu, beneficiava só
os judeus.
Deus concentrou sobre Jesus toda a culpa dos pecados, toda maldição conforme
o antigo testamento, é decorrente do pecado, sendo assim todos os pecados do mundo
caiu sobre Jesus, e por isto foi preciso Jesus sofrer e morrer para poder se livrar da culpa
e maldição, como Cristo era justo foi possível anular toda essa culpa.
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lado do pai, se a arvore é boa (Deus) o coração (fruto) é bom, a crucificação de Jesus
poderia ser a eliminação de toda a culpa, ninguém afirma que o assassinato de Jesus, era
necessário para demonstrar os sentidos das coisas, a vontade de Deus de perdoar.
Depois que os romanos pregam Jesus na cruz, Deus faz que se torne um sinal
para os cristãos, um sinal de perdão. Deus age no crucificado, transformando seu
sangue, ou sua morte, num símbolo real do perdão, da oliveira a pomba de Noé buscou
o ramo da árvore, da cruz nossa salvação. A oliveira é o primeiro sinal de Deus, depois
do diluvio, a árvore da cruz é o único sinal que nos protege, e é a resposta de Deus ao
pecado e a morte, de toda humanidade. A oliveira é um novo começo para a
humanidade, a árvore da cruz é o começo da nova criação sem morte.
Noé é o segundo Adão e Cristo é o último Adão. Na oliveira, a esperança de
Deus cuidando dos seres humanos, na árvore da cruz há esperança pela vida eterna. Pelo
sinal da oliveira Deus afirma: não destruirei mais essa criação, pelo sinal da Cruz Deus
promete: a ressurreição aos humanos. A oliveira representa: a paz de Deus com o
mundo, a árvore da cruz é a reconciliação com o mundo, a oliveira separa a aliança do
arco-íris, a árvore da cruz significa: a nova e eterna aliança do Espirito.
Paulo fala que no batismo os cristãos são sepultados, e crucificados com Jesus,
cada pessoa batizado morre para o pecado e agora, Cristo vive nesta pessoa. Ser
crucificado refere-se: a renuncia, também está a despedida do corpo mortal. Para Paulo
está claro: ninguém é capaz de dar ou sustentar sozinho esse passo, só terá êxito “com
ou em Cristo”, “em seu corpo”, essa comunhão e justa pode ser praticada.
Mateus 25 afirma que o Filho de Deus, vem ao encontro de cada pessoa que
sofre. Para Paulo, todo batizado encontra a comunhão de sofrimento em cristo, que tem
voz e sentido.
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Paulo exorta que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus. Na visão de R. Schnackenburg: porque a pró-existência de Jesus se
aperfeiçoaria na cruz, não consigo constatar isso nesse texto e nem sequer, o considero
viável. Porque nenhuma frase desse capitulo, fala do sangue, da cruz ou da morte de
Jesus. E o conceito de sacrifício está difundindo amplamente demais, mas documentado
raramente demais para a morte de Jesus, para que tivesse de ser acolhido aqui, muito
menos se fala em momento algum de expiação.
O sacrifício de Jesus de acordo com a carta aos hebreus, é o medidor da aliança,
esta carta é capaz de distinguir o rito de imolação do Antigo Testamento, da morte
obediente de Jesus na cruz. O autor da carta diz que é impossível que o sangue de touros
e bodes, elimine o pecado.
Cristo diz, ao entrar no mundo que Deus não queria holocausto e sacrifício, isto
não agradava. Então Jesus disse: Eis-me aqui, pois é de mim que está escrito, no rolo do
livro: Eu vim, ó Deus para fazer a tua vontade. É nesta vontade que fomos santificados,
pelo corpo de Jesus Cristo. Neste texto afirma, que os sacrifícios do Antigo Testamento,
não serve para Jesus.
A crítica da teologia, hoje contra a carta dos hebreus, diz que a mesma apresenta
uma imagem primitiva de Deus (o culto seria toma lá, dá cá), a carta aos hebreus
evidencia: o pecado só pode ser superado a partir de Deus. Imagens significa: ser
cristão, não requer apenas coração e consciência, mas precisa ser alcançável, por
metáfora, tipologia e visão. Por fim esta carta, tenta entender a redenção em Jesus
Cristo, pelas Escrituras do primeiro o Antigo Testamento.
O sangue que o sacerdote purifica a tampa da Arca da Aliança, não é sacrifício
no Antigo Testamento, e sim um meio cultural. O autor da carta aos hebreus: o sangue
do Cristo purifica nossa consciência das obras mortais, para servir o Deus vivo. Para a
carta aos hebreus: como também para outras declarações, a morte de Jesus no Novo
Testamento, o sofrimento de Jesus é o mundo transformado, é pelo sofrer que se elimina
o sofrimento. Ao mesmo tempo K. Marx e F. Engels diz: que o ponto da guinada da
correlação é chamado de revolução.
Jesus aparece diante de Deus, como sumo sacerdote, e defensor nosso diante de
Deus. Quando o sangue de Cristo é derramado: torna-se imagem, com a qual se capta e
bebe do copo, na ceia, vê a ceia que ele está oferecendo. É assim que os crentes veem a
última ceia de Jesus Cristo.
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CULPA E EXPIAÇÃO
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Um cordeiro, como sacrifício vicário, isso significa que Jesus morreu, Deus
perdoa, muito menos se Jesus não tivesse morrido, Deus não perdoaria, ou Deus enviou
jesus ao mundo para morrer. Paulo fala da eficácia: morte na cruz, se referindo que o
cristão foi liberto do papel de alguém que precisava ser condenado a cada instante. Na
teologia do primeiro milênio: compara a árvore do paraíso, da qual Adão e Eva
comeram o fruto proibido, com a árvore da cruz, Jesus superou a morte por meio da
morte.
A VIDA TODA
Toda a vida de Jesus é entendida como obediência, corajosa resistência, vitória
sobre tentações e serviço aos discípulos. O novo testamento relata que a vida de Jesus é
expiação, por nossos pecados e compensação por nossas culpas. Em Marcos 10,45 diz
Jesus, o Filho de Deus veio, não para ser servido, mas para servir e dar a vida em
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resgate pela multidão. Na frase dar a vida: significa a morte expiatória de Jesus, o termo
resgate refere-se: a suspensão da culpa pelos pecados. Dar a vida significa dedicar,
consagra-la, pôr em risco, sua existência. Como justo, Jesus vive em favor de outros,
nos detalhes e na somatória de seus atos.
A FINALIDADE DO SOFRIMENTO
No novo testamento, a morte de Jesus, a princípio análogos, Jesus se torna
Senhor e proprietário de pessoas que antes não lhe pertenciam. A morte foi o preço que
Jesus pagou, para se tornar Senhor. Em romanos 14,9, Paulo diz, que foi para ser Senhor
dos mortos e dos vivos que Jesus morreu e tornou a vida. 2 coríntios 5,14-15, Jesus
morreu por todos, a fim de que os vivos não vivam mas para si mesmo, mas para aquele
que morreu e ressuscitou por eles. 1 coríntios 1,30, Jesus Cristo se tornou para nós
sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e libertação do pecado e da finitude.
O cordeiro não apenas falou, mas também viveu, agiu e sofreu. Acima de tudo é
evidente que toda a sequência com os elementos de justiça, santificação e libertação não
aponta diretamente para a cruz, mas para a própria pessoa de Jesus Cristo. O tópico
santificação em parte alguma é conectada à morte de Jesus, mas ao Espirito Santo. O
termo justiça também se trata, da dádiva que Jesus representa e transmite em seu todo.
O aspecto da dádiva da salvação estabelece, a ligação com a pessoa de Jesus.
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Quando Jesus é chamado de Cordeiro há prolongamento visível do sangue de
Jesus, porque a purificação por intermédio do sangue de Jesus é visivelmente,
apresentado por ela, porque a água consegue muito bem representar a eficácia,
purificadora do sangue como sinal. Segundo João, o batismo era considerado sinal ou
pregação, perdão dos pecados. A morte de Cristo, se torna o novo alicerce de todo o
perdão. A água do batismo, expressa o afastamento dos pecados, por intermédio da
morte de Jesus, porque o sangue do Cordeiro é descrito como água batismal.
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isto é, situa na realidade espiritual de Deus. Jesus trouxe a salvação através de toda a sua
vida, e não apenas através da morte na cruz.
O sangue de Jesus foi “substituído”, por maneiras bastante diferentes, pela água
do batismo e pelo vinho da Santa Ceia. O pão na Ceia do Senhor: o corpo de Cristo, não
significa o cadáver de Jesus na cruz. O sangue de Cristo derramado, não significa o
sangue do sofrimento, mas refere a Jesus como Mediador da aliança e tem também a
alegria messiânica de Jesus.
Diante da morte de Jesus na cruz a pergunta adequada não é pelo porque mas
pelo para que. O teólogo Klaus Berger, não adota outra perspectiva de resposta, na
direção das eventuais motivações de Deus para “sacrificar’ jesus, mas procede a uma
releitura consistente e inovadora da doutrina da justificação, para conduzir o leitor ao
cerne da questão, sobre o sentido do sofrimento de Jesus como sacrifício. Para a
presente pesquisa, a “fé na cruz” é tudo menos glorificação da crueldade. Ao contrário,
ela testemunha inequivocamente a resposta a crueldade pelo amor de Deus aos
inimigos.
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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Klaus Berger – Para que Jesus Morreu na cruz? Editora Loyola – Tradução Werner
Fuchs
Bíblia Sagrada
Genesis. 18,26-32
Mateus. 3,15
1João. 1,7
Efésios. 5,25-27
Apocalipse. 6,9
Lucas. 22,28
Romanos. 14,9
2Coríntios. 5,14-15
1Coríntios. 1,30
1Pedro. 1,2
Gátatas. 6,14
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