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PONTIFÍCIA UNIVERSITÀ LATERANENSE

FACULDADE CLARETIANA DE TEOLOGIA


STUDIUM THEOLOGICUM

CLEONICE GAMA DE OLIVEIRA

TRABALHO DE CRISTOLOGIA
PARA QUE JESUS MORREU NA CRUZ?

CURITIBA
2018

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CLEONICE GAMA DE OLIVEIRA

TRABALHO DE CRISTOLOGIA
PARA QUE JESUS MORREU NA CRUZ?

Trabalho apresentado ao curso de Teologia


do Studium Theologicum – Faculdade Claretiana de
Teologia da Pontifícia Università Lateranense como
requisitos de para obtenção de nota parcial da disciplina
Cristologia, tendo como orientador Prof. Dr. Rogério
Miranda.

CURITIBA

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2018
SUMÁRIO

Introdução .................................................................................................................... 04

Jesus, O Rei .................................................................................................................. 04

Jesus como Substituto ................................................................................................. 05

Salvação pelo Matar .................................................................................................... 06

A Morte de Jesus como Sacrifício .............................................................................. 07

Culpa e Expiação ......................................................................................................... 08

O Sofrimento de Jesus Cristo foi Plano de Deus ...................................................... 10

Onde está a tua Vitória ............................................................................................... 10

A Vida toda .................................................................................................................. 10

A Finalidade do Sofrimento ....................................................................................... 10

Vida Nova por Meio da Morte ................................................................................... 11

Paulo e a Teologia da Cruz ........................................................................................ 12

Jesus Tinha que Morrer na Cruz............................................................................... 12

Bibliografia .................................................................................................................. 13

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INTRODUÇÃO

Para que? Em lugar de? Por que?

Segundo o autor, Deus teria razões, para entregar Jesus a crucificação, sobre isto
há muitas perguntas. Por que o Pai deixou que a população crucificasse seu Filho Jesus
Cristo.

JESUS, O REI
O ponto mais importante entre muitos, é que Jesus contribuiu para sua própria
condenação. Na interrogatória por Pilatos, Jesus diz que nasceu e veio ao mundo, para
testemunhar a verdade.
Outros pesquisadores discordam do autor, dizendo que Deus poderia condenar
Jesus por ser um revolucionário, por se identificar como Filho de Deus, e violar a lei do
sábado.
Segundo Marcos 14,58, a palavra de Jesus, sobre o tempo tem importância no
processo, contra o próprio Jesus, mais sua posição diante do tempo, elevou a
condenação. Na obra historiográfica de Flávio Josefo, deu a entender que a atividade
carismática e profética era considerada grave perturbação da ordem pública, mas, será
que só isto era o bastante para a crucificação de Cristo. Conforme a lei da época, aquele
que amaldiçoar seu povo deve ser crucificado. Mas, é preciso questionar se esta lei se
aplica a Jesus.
Diante disso, é mais plausível que Jesus foi crucificado por seu pretendente ao
trono do rei. Pilatos não entendeu que o reino que Jesus reivindicava não era o seu e sim
o reino do seu Pai do Céu.
Nenhum historiador até hoje jamais contestou o fato da crucificação de Jesus, até
os não-cristãos como Mara bar Serapion (séc d.C.), que atestou a execução do “Sábio
Rei” inocente. Os judeus de hoje afirmam que Jesus foi executado inocente. Jesus é
classificado como mártir e sua morte é comparada à de Sócrates, a cruz representa a não
violência, o mártir é definido todo aquele que não consegue se defender de seus
perseguidores, Cristo foi executado pelos que eram contra os judeus, mas foram os
romanos que condenaram Jesus a sua crucificação. Pilatos mandou escrever na cruz de
Jesus, Rei dos judeus, para humilhar o Jesus Cristo. De acordo com João 19,21: Pilatos

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se nega a escrever e diz eu sou o deus dos judeus, prazerosamente apresenta, aos judeus
seu rei.
A cruz é uma aula crítica de história, uma parcela de catástrofe da humanidade, a
cruz mostra do que os humanos são capazes. A crucificação, era marcada por crueldade
para com os escravos, por isso que quem fosse crucificado era duplamente punido. A
cruz não é um símbolo religioso cristão, para Sócrates, Jesus é o segundo escândalo
judicial da história antiga, que grita aos Céus, Jesus é um marte judaico, assim como
milhões de judeus do século XX, também como Gandhi e Bon Hoeffer. João Paulo II
afirma que todos sejam um, quando morrem na mesma fé.
Mateus escreve que judas ao trair Jesus, ele não teve alternativa, era Jesus ou
Israel, o medo era que os judeus fossem aniquilados, continua dizendo Mateus que judas
queria que Jesus destruísse seu povo, levando ao desaparecimento.

JESUS COMO SUBSTITUTO


Após as questões históricas vem a pergunta central, será que a morte de Jesus na
cruz, pode significar salvação, para responder esta pergunta, antes precisaremos saber o
que é vicaridade, será que uma pessoa pode receber algo pelo outro. O antigo
testamento diz que cada pessoa, tem de assumir seus atos, na vicaridade é diferente, um
pode sofrer as consequências pelo outro.
Com relação a Deus há ação pecaminosa ou culpa, o pecado é algo que passa,
mas a culpa é algo que dura para sempre. A dimensão da vicaridade, não se trata de uma
coação que exerce sobre Deus, e sim uma possibilidade aberta da parte de Deus, para
irmos ao seu encontro.
Em Genesis 18,26-32 Deus declara que pouparia Sodoma por causa de alguns
justos. Jesus ao ser batizado por João, se considera um pecador, neste sentido não há
registro histórico do batismo de Jesus, Marcos relata o batismo de Jesus para,
fundamentar o batismo cristão com agua e espirito, de acordo com Mateus 3,15: Jesus
se considera batizado pela humanidade e justiça. Paulo afirma, que Jesus não conheceu
o pecado.
O substituto como mediador, muitas pessoas acham que seguindo Jesus já estão
redimidos. O novo testamento afirma, que o homem não está só, Jesus diz eles me
pertencem, são meus amigos. Jesus é como um padrinho, na vicaridade Deus não ama e
perdoa simplesmente, mais faz pela intercessão de Jesus, como advogado dos
pecadores. A vicaridade de Jesus é através da justiça, paixão e morte, que só poderia
acontecer uma única vez.

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Muitos pesquisadores críticos opinam que o efeito da ação de Jesus só atinge o
cristão, no batismo que os pecadores não estariam incluídos, precisava, ser perdoado por
Jesus. Os judeus entendiam que o sofrimento e a morte do Messias judeu, beneficiava só
os judeus.
Deus concentrou sobre Jesus toda a culpa dos pecados, toda maldição conforme
o antigo testamento, é decorrente do pecado, sendo assim todos os pecados do mundo
caiu sobre Jesus, e por isto foi preciso Jesus sofrer e morrer para poder se livrar da culpa
e maldição, como Cristo era justo foi possível anular toda essa culpa.

SALVAÇÃO PELO MATAR


Para muitos nem mesmo a morte de Cristo, foi capaz de redimir, uma celebração
da assembleia sinodal da Igreja Evangélica da Alemanha, dizia que não é através de
matança, que se gera salvação alguma. Um pastor da Suábia, afirma que o Deus paterno
e material de Jesus perdoa sem motivo, e sem condição, sem sangue, sem expiação e
sem violência.
Contudo o Deus da Bíblia é vida, a morte e violência estão longe dele, quando se
fala das dadivas de Deus, elas são mansidão, paz e paciência, o sangue como meio de
purificação. A crucificação, não era forma de execução em que escorria sangue,
significava morte violenta, sangue de Jesus é um símbolo real, porque foi derramado
seu sangue real quando foi açoitado e pregado na cruz, seu sangue está no lugar de toda
a vida, que foi concedida a nós seres humanos.
Jesus é como a ponte de um iceberg, é a ponta não é todo, o envio dos doze
apóstolos simboliza um símbolo real, Jesus purifica leproso para explicar o que Deus
pretende realizar, com o seu povo. Sua morte é um processo real, essa morte real é o
começo de uma reconciliação universal os apóstolos são os mensageiros da
reconciliação e o começo de tudo, essa morte na cruz é uma reconciliação, o sangue
vertido de Jesus foi um sinal para o fim da culpa e purificação do templo.
De acordo com Efésio 5,25-27, a entrega da vida de Jesus é denominada de
amor. Jesus como lugar de perdão: assim como um imã atrai os metais, Jesus atrai para
si todos os pecados. Deus, depositou a culpa sobre o crucificado, atraiu para si como o
Santo. Paulo e outros cristãos, veem a ressurreição de Jesus como prova de que os
cristãos foram libertos dos pecados, pela morte de Jesus, a ressurreição confirma a
inocência de Jesus, porque os injustos não são ressuscitados.
Deus está a frente com o ser humano, então não há necessidade de um mediador,
por que Deus não podia agir sempre assim. Jesus, afirma que a coisa que importa é o

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lado do pai, se a arvore é boa (Deus) o coração (fruto) é bom, a crucificação de Jesus
poderia ser a eliminação de toda a culpa, ninguém afirma que o assassinato de Jesus, era
necessário para demonstrar os sentidos das coisas, a vontade de Deus de perdoar.
Depois que os romanos pregam Jesus na cruz, Deus faz que se torne um sinal
para os cristãos, um sinal de perdão. Deus age no crucificado, transformando seu
sangue, ou sua morte, num símbolo real do perdão, da oliveira a pomba de Noé buscou
o ramo da árvore, da cruz nossa salvação. A oliveira é o primeiro sinal de Deus, depois
do diluvio, a árvore da cruz é o único sinal que nos protege, e é a resposta de Deus ao
pecado e a morte, de toda humanidade. A oliveira é um novo começo para a
humanidade, a árvore da cruz é o começo da nova criação sem morte.
Noé é o segundo Adão e Cristo é o último Adão. Na oliveira, a esperança de
Deus cuidando dos seres humanos, na árvore da cruz há esperança pela vida eterna. Pelo
sinal da oliveira Deus afirma: não destruirei mais essa criação, pelo sinal da Cruz Deus
promete: a ressurreição aos humanos. A oliveira representa: a paz de Deus com o
mundo, a árvore da cruz é a reconciliação com o mundo, a oliveira separa a aliança do
arco-íris, a árvore da cruz significa: a nova e eterna aliança do Espirito.
Paulo fala que no batismo os cristãos são sepultados, e crucificados com Jesus,
cada pessoa batizado morre para o pecado e agora, Cristo vive nesta pessoa. Ser
crucificado refere-se: a renuncia, também está a despedida do corpo mortal. Para Paulo
está claro: ninguém é capaz de dar ou sustentar sozinho esse passo, só terá êxito “com
ou em Cristo”, “em seu corpo”, essa comunhão e justa pode ser praticada.
Mateus 25 afirma que o Filho de Deus, vem ao encontro de cada pessoa que
sofre. Para Paulo, todo batizado encontra a comunhão de sofrimento em cristo, que tem
voz e sentido.

A MORTE DE JESUS COMO SACRIFICIO


A Bíblia alemã Boa nova traduziu a expressão despojar-se de sua vida por
aqueles, a quem ama (João 15,13) por sacrificar sua vida pelos amigos. Na Páscoa Deus
se posiciona diante do sacrifício de Jesus e dos discípulos renegados dos fracos. O agir
de Jesus é descrito como, como entregar-se, de acordo com Efésios 5,26, o alvo da auto
entrega de Jesus Cristo é que a Igreja seja Santa, sem mancha e pura, essa integridade da
Igreja é gerada pelo banho da água pelas palavras, mas não pela morte de Jesus, João
também diz vós já estais purificados pela palavra, que eu vos disse, que era ilustrado por
um banho.

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Paulo exorta que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus. Na visão de R. Schnackenburg: porque a pró-existência de Jesus se
aperfeiçoaria na cruz, não consigo constatar isso nesse texto e nem sequer, o considero
viável. Porque nenhuma frase desse capitulo, fala do sangue, da cruz ou da morte de
Jesus. E o conceito de sacrifício está difundindo amplamente demais, mas documentado
raramente demais para a morte de Jesus, para que tivesse de ser acolhido aqui, muito
menos se fala em momento algum de expiação.
O sacrifício de Jesus de acordo com a carta aos hebreus, é o medidor da aliança,
esta carta é capaz de distinguir o rito de imolação do Antigo Testamento, da morte
obediente de Jesus na cruz. O autor da carta diz que é impossível que o sangue de touros
e bodes, elimine o pecado.
Cristo diz, ao entrar no mundo que Deus não queria holocausto e sacrifício, isto
não agradava. Então Jesus disse: Eis-me aqui, pois é de mim que está escrito, no rolo do
livro: Eu vim, ó Deus para fazer a tua vontade. É nesta vontade que fomos santificados,
pelo corpo de Jesus Cristo. Neste texto afirma, que os sacrifícios do Antigo Testamento,
não serve para Jesus.
A crítica da teologia, hoje contra a carta dos hebreus, diz que a mesma apresenta
uma imagem primitiva de Deus (o culto seria toma lá, dá cá), a carta aos hebreus
evidencia: o pecado só pode ser superado a partir de Deus. Imagens significa: ser
cristão, não requer apenas coração e consciência, mas precisa ser alcançável, por
metáfora, tipologia e visão. Por fim esta carta, tenta entender a redenção em Jesus
Cristo, pelas Escrituras do primeiro o Antigo Testamento.
O sangue que o sacerdote purifica a tampa da Arca da Aliança, não é sacrifício
no Antigo Testamento, e sim um meio cultural. O autor da carta aos hebreus: o sangue
do Cristo purifica nossa consciência das obras mortais, para servir o Deus vivo. Para a
carta aos hebreus: como também para outras declarações, a morte de Jesus no Novo
Testamento, o sofrimento de Jesus é o mundo transformado, é pelo sofrer que se elimina
o sofrimento. Ao mesmo tempo K. Marx e F. Engels diz: que o ponto da guinada da
correlação é chamado de revolução.
Jesus aparece diante de Deus, como sumo sacerdote, e defensor nosso diante de
Deus. Quando o sangue de Cristo é derramado: torna-se imagem, com a qual se capta e
bebe do copo, na ceia, vê a ceia que ele está oferecendo. É assim que os crentes veem a
última ceia de Jesus Cristo.

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CULPA E EXPIAÇÃO

A expiação significa libertação dessa culpa, imaginada como fardo, poder,

enfermidade ou maculação, está relacionada a execução penal. Quando alguém cumpri

sua pena, o juiz diz que sua pena foi expiada.


Para os cristãos Deus é amor e graça, basta crer e os seus pecados serão
perdoados. Segundo Martinho Lutero: não se busca o Deus misericordioso, afinal já se
sabe que Deus é misericordioso. De acordo com Anselmo de Cantuária, Jesus teve que
tornar-se humano e morrer, a fim de oferecer a Deus uma satisfação para a ofensa, que
lhe foi causada por meio do pecado, a morte de Jesus pode ser entendida como morte
expiatória.
Um escrito judeu-cristão da antiga Igreja, a “Escada de Jacó”, tenta resolver a
morte da de Cristo, que ocorre no tempo de Jerusalém. O Messias será ferido no meio
da casa amada, quando, for ferido estará próxima a salvação e o fim da perdição, os que
feriram receberão eles próprios em ferimento, que não sarará jamais. Essa lenda é
interessante: por um fato teológico, que a morte de Jesus não é expiatória, no sentido da
Escritura. Entende, pois, por expiação a eliminação palpável por meio de um sinal, da
culpa dos pecados.
Jesus purifica o leproso, a cura da mulher com hemorragia, a ressurreição dos
mortos, os evangelhos advogam para Jesus, uma pureza que não vem com temores de
contato, mas que torna puro o impuro. A morte de Jesus: tem eficácia pelo fato de estar
situada na realidade de Deus, por ser justa, sua intercessão perante Deus como sumo
sacerdote, por isto temos de crer nele. O Espirito Santo assegura a condição imaculada
do agir de Jesus, no entanto por Jesus estar próximo a Deus, ser Filho de Deus e justo,
sua morte pode ser uma imagem prototípica, cuja sombra podem abrigar todas as
pessoas.
De acordo com Apocalipse 6,9, perante Deus o sangue de outros Mártires está
chamado por vingança, tanto quanto o sangue de Jesus. Na carta aos hebreus, e em
Apocalipse 6, o sangue dos Mártir e de Jesus, como lembra o vidente João, está ligado
diretamente com o altar celestial. Conforme hebreus 12,24: o sangue de Jesus clama
com mais força que o sangue de Abel. No norte da África: encontrou uma inscrição de
cerca de 200 anos d. C.: Alma por alma, sangue para sangue, um ser vivo por um ser
vivo.

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Um cordeiro, como sacrifício vicário, isso significa que Jesus morreu, Deus
perdoa, muito menos se Jesus não tivesse morrido, Deus não perdoaria, ou Deus enviou
jesus ao mundo para morrer. Paulo fala da eficácia: morte na cruz, se referindo que o
cristão foi liberto do papel de alguém que precisava ser condenado a cada instante. Na
teologia do primeiro milênio: compara a árvore do paraíso, da qual Adão e Eva
comeram o fruto proibido, com a árvore da cruz, Jesus superou a morte por meio da
morte.

O SOFRIMENTO DE JESUS, FOI PLANO DE DEUS


De acordo, com o sentido à primeira vista só poderia ser o seguinte: Deus Pai
estabeleceu em sua onipotência, que o Filho teria de sofrer e ser crucificado. Deus assim
determinou, e disse não há escapatória, porque o era necessário, foi só essa maneira
possível de sermos redimidos.
Episódio, da vida e paixão de Jesus: isso aconteceu para que cumprisse, a
passagem da Escritura. A paixão e morte de Jesus, tem um alvo que se chama redenção
e libertação de todas as criaturas.

ONDE ESTÁ TUA VITÓRIA


Conforme Lucas 22,28, Jesus resume toda a sua vida como única sequência de
tentações, que os discípulos teriam suportados pacientemente com Jesus. Em
decorrência: são as seguintes palavras chaves, dessa concepção de vida: fé, paciência e
vitória, a fé é a nossa relação com o Deus bíblico: paciência, isto vale em face de
tentações e sofrimento, vitória isso é a perseverança nas tentações.
De acordo com João 12,31, Jesus pode afirmar, que o dominador do mundo é
despojado do poder, isto é, Jesus o derrotou. Conforme Marcos 14,32-42, Jesus vence a
tentação no começo da paixão, através da oração, e quando Jesus diz Meu Deus, Meu
Deus porque me abandonaste, Jesus resiste a maior das tentações, renegar a fé em Deus,
até na hora da morte, Jesus sabe que só Deus tem o poder de salva-lo. Hebreus 2,14,
informa que Jesus, por sua morte reduziu a importância aquela que detinha o poder da
morte, isto é, o maligno.

A VIDA TODA
Toda a vida de Jesus é entendida como obediência, corajosa resistência, vitória
sobre tentações e serviço aos discípulos. O novo testamento relata que a vida de Jesus é
expiação, por nossos pecados e compensação por nossas culpas. Em Marcos 10,45 diz
Jesus, o Filho de Deus veio, não para ser servido, mas para servir e dar a vida em

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resgate pela multidão. Na frase dar a vida: significa a morte expiatória de Jesus, o termo
resgate refere-se: a suspensão da culpa pelos pecados. Dar a vida significa dedicar,
consagra-la, pôr em risco, sua existência. Como justo, Jesus vive em favor de outros,
nos detalhes e na somatória de seus atos.

A FINALIDADE DO SOFRIMENTO
No novo testamento, a morte de Jesus, a princípio análogos, Jesus se torna
Senhor e proprietário de pessoas que antes não lhe pertenciam. A morte foi o preço que
Jesus pagou, para se tornar Senhor. Em romanos 14,9, Paulo diz, que foi para ser Senhor
dos mortos e dos vivos que Jesus morreu e tornou a vida. 2 coríntios 5,14-15, Jesus
morreu por todos, a fim de que os vivos não vivam mas para si mesmo, mas para aquele
que morreu e ressuscitou por eles. 1 coríntios 1,30, Jesus Cristo se tornou para nós
sabedoria que vem de Deus, justiça, santificação e libertação do pecado e da finitude.
O cordeiro não apenas falou, mas também viveu, agiu e sofreu. Acima de tudo é
evidente que toda a sequência com os elementos de justiça, santificação e libertação não
aponta diretamente para a cruz, mas para a própria pessoa de Jesus Cristo. O tópico
santificação em parte alguma é conectada à morte de Jesus, mas ao Espirito Santo. O
termo justiça também se trata, da dádiva que Jesus representa e transmite em seu todo.
O aspecto da dádiva da salvação estabelece, a ligação com a pessoa de Jesus.

A VIDA NOVA POR MEIO DA MORTE


O significado do sangue de Jesus há diferença entre sacramento do batismo e da
ceia do Senhor, sobre o batismo a eficácia do sangue de Jesus se processo através da
água do batismo, e na Eucaristia por meio do vinho. O sangue que Jesus derramou em
sua paixão, não é entendido no sentido genérico da morte violenta, mas como um
líquido de certo modo prolongado e representado por outro líquido (troca). Nessa
transição, o sangue de Jesus foi substituído, pela água batismal.
Em 1Pedro 1,2, torna-se cristão os eleitos, pela Santificação do Espirito, para
obedecer a Jesus Cristo e ter parte na aspersão de seu sangue. Conforme 1João 1,7, o
sangue de Jesus, seu Filho, purifica-nos de todo pecado. Escritos do primeiro
cristianismo, podem ser encontrados, argumentos de que o batismo dos cristãos com
água concede a purificação e santificação, que o sangue da paixão de Jesus, fundamenta
e institui. A água batismal, substitui e prolonga o sangue de Cristo, o sangue, portanto,
pode emprestar sua função a água.

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Quando Jesus é chamado de Cordeiro há prolongamento visível do sangue de
Jesus, porque a purificação por intermédio do sangue de Jesus é visivelmente,
apresentado por ela, porque a água consegue muito bem representar a eficácia,
purificadora do sangue como sinal. Segundo João, o batismo era considerado sinal ou
pregação, perdão dos pecados. A morte de Cristo, se torna o novo alicerce de todo o
perdão. A água do batismo, expressa o afastamento dos pecados, por intermédio da
morte de Jesus, porque o sangue do Cordeiro é descrito como água batismal.

PAULO E A TEOLOGIA DA CRUZ


A reconciliação acontece também com a teologia da cruz, o exegeta da Bíblia de
forma alguma designa, tudo que tem a ver com a morte de Jesus, e com o perdão dos
pecados como teologia da cruz. A palavra cruz ou crucificar tem grande importância o
significado, “Vergonha”, porque a cruz é a mais ignominiosa forma de execução.
Vergonhoso é sempre o que é rejeitado, e desprezado.
Crucificar significa cuspi-lo, fazer dele uma escória. Paulo afirma que os que
pertencem a Jesus Cristo “crucificaram a carne” com suas paixões e desejos. Isso
significa: deram as costas a esfera da fraqueza. Em Gálatas 6,14, Paulo chega a dizer
pôr a cruz de Jesus o mundo está crucificado para mim, como eu para o mundo. Ou seja:
pela ligação com o Messias, Paulo não tem mais nada a ver com o mundo. Paulo fala:
que as pessoas que se batizam no nome de jesus, se deixam crucificar com ele. A
comunhão com Jesus, nos separa do “velho corpo do pecado”, ou seja, dos antigos laços
do “velho Adão”, Paulo não está falando no morrer vicário de Jesus, mas de morrer e ser
crucificado, com ele por parte de cada um.

JESUS TINHA QUE MORRER NA CRUZ


O motivo para a execução de Jesus não foi sua reivindicação de ser Filho de
Deus, ou sua posição em relação a Lei e ao Templo. A cruz diz duas coisas, quem são os
humanos, e quem é Deus. Deus transforma o ódio em perdão, por isso a “fé na cruz”, é
tudo menos glorificação da crueldade. Quando Jesus abraça o pecador, e faz com que o
pai corra ao encontro do filho perdido, para acolhe-lo com carinho.
A mensagem de Jesus na cruz significa sofrer solidariamente, com os outros o
sofrimento de Jesus. A morte de Jesus para os pecados é uma espécie de
acontecimentos, simbólico sacramental, que transcorre “no Céu”, “no altar celestial”,

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isto é, situa na realidade espiritual de Deus. Jesus trouxe a salvação através de toda a sua
vida, e não apenas através da morte na cruz.
O sangue de Jesus foi “substituído”, por maneiras bastante diferentes, pela água
do batismo e pelo vinho da Santa Ceia. O pão na Ceia do Senhor: o corpo de Cristo, não
significa o cadáver de Jesus na cruz. O sangue de Cristo derramado, não significa o
sangue do sofrimento, mas refere a Jesus como Mediador da aliança e tem também a
alegria messiânica de Jesus.
Diante da morte de Jesus na cruz a pergunta adequada não é pelo porque mas
pelo para que. O teólogo Klaus Berger, não adota outra perspectiva de resposta, na
direção das eventuais motivações de Deus para “sacrificar’ jesus, mas procede a uma
releitura consistente e inovadora da doutrina da justificação, para conduzir o leitor ao
cerne da questão, sobre o sentido do sofrimento de Jesus como sacrifício. Para a
presente pesquisa, a “fé na cruz” é tudo menos glorificação da crueldade. Ao contrário,
ela testemunha inequivocamente a resposta a crueldade pelo amor de Deus aos
inimigos.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

Klaus Berger – Para que Jesus Morreu na cruz? Editora Loyola – Tradução Werner
Fuchs

Bíblia Sagrada

Marcos. 10,45 e 14,32-42 e 14,58

Genesis. 18,26-32

Mateus. 3,15

João. 12,3 e 15,13 e 19,21

1João. 1,7

Efésios. 5,25-27

Apocalipse. 6,9

Hebreus. 2,14 e 12,24

Lucas. 22,28

Romanos. 14,9

2Coríntios. 5,14-15

1Coríntios. 1,30

1Pedro. 1,2

Gátatas. 6,14

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