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| Foaasliie Sales q a bites | Cece te-oe-6) BIBLIOTECA MUNICIPAL FELINTO FLORENTINO ESTORIAS DE QUEM GOSTA DE ENSINAR snpres cusopso Pico cme reared 1070, SP ‘ves, Raters Aneto, 15 om esta de ensinar Rube MM ee pai: Cores A (Cols pladeas do nosso tempo; 9) 1 problemas socns, 1. Titulo, 1, cop-a0, te Pe 00 Indies para etélogo sistemtic: 1, Probemas soi 20 (7) 262,062 18.) is | COLEGAO POLEMICAS DO NOSSO TEMPO Rubem Alves BIBLIOTECA UNICIPAL PELINTO FLORENTINO: ESTORIAS DE QUEM GOSTA DE ENSINAR Sis 8 rs ARRE: @ eee cong eta ale, ns Ser ae i Ris Ra een se et, pl Ta Rene to ear Gale des produgio editorial: Antonio de Paulo silva ineviado: Lupércio do OUvelTa EsTORIAS DE QUEM GOSTA DE ENSINAK — Buber | ‘eronimo de Olvera cop: ‘Nenhuma parte desta obra poder ser reproduzida oy opie sem sutpisagdo expressa do autor copyright © do autor Diretos para esta edicto ‘CORTEZ EDITORA — AUTORES ASSOCIADOS ‘Rua Barra, 367 — Tel: (O11) 8540111 8009 — So Paulo — SP Iaresso wo Brust, i ‘set oer SUMARIO Da inutiidade da inféncia Pinéquio as avessas Troperdes da ineligéncia 0 sermdo das aves Sobre 0 saber ¢ 0 praser Procurase um flautsta feiticeiro A morte paga mais Pinéqio =... es essvesese (Os téenicos “sabesudo” Um espelho sem eseripulas A vida € conservadora : Os habitos alimentares da eiéncia Merctrizes @ madonas . Palavras para comer Gurus e gueritheires Os urubus e sabiés Feitcaria oe Os grandes contra os pequenos © pals dos dedos gordos (1) «210. sco. ese pais dos dedos gordas (2) © pais dos dedos gordos (5) © pais dos dedos gordas (4) © pals dos dedos gordos (5) Mestres e cozinheiros «+... Monjolos e moinkos ‘A drvore que floresce no inverno Pais x fos... 2 16 19 2 3 35 38 2 45 0 Bseeas ™ 78 2 Seess DA INUTILIDADE DA INFANCIA © pai orgulhoso e sélido olha para o filho saudavel e imagina o futuro. — Que é que vocé vai ser quando crescer? — Pergunta inevitével, necesséria, previdente, que ninguém questiona. — Ah! Quando eu crescer, acho que vou ser mé- ico! i minslemsaaiii gostaria de ver colados ao nome do seu filho (¢ ao seu, obvia- mente)... Engenheiro, Diplomata, Advogado, Cientis- fae - Pai para quem o filho néo € uma entidade que “vai ser quando crescer”, mas que simplesmente é, por enquanto... E que ele sofre de leu- cemia e, por isto mesmo, nfo vai ser nem médico, nem mecfnico e nem ascensorista. Que € que seu pai Ihe diz? Penso que 0 pai, esquecido de todos “os futuros possiveis e gloriosos” toda a ternura e lhe diz: “Seitudoyeorrersbemyyiremosya0% E, so duas enti Sas fe se pensar a vida de uma crianga. Sao duas maneiras de se pensar aquilo que fazemos com uma crianga. Eu me lembro daquelas propagandas curtinhas que se fizeram na televiséo, por ocasio do ano da crianca 5 tient, para prover qos ainda havi agus espe, ‘ valguma coisa estava sendo feitg ‘os senlamon se par dt a ane © aera soe sparc Ib A sou moto, dee sindome de Dow Sis eS eed n 6 nal guile que ns estavamos Tazendo srk depos que rece, ue ela 6 ser depos Se ite cogira, € agulo 4 oor a pee as er depo maul ‘sate on hag Pear iinocemrmssing time deetuest | ey mc peg sabe + ca, Que cages ore ge snc vse 3 edn, i TSE mos de comesar reconhecendo ques erianca € inti peravase que 25 & ‘um trambolho. Como se fosse uma pequens muda de repolho, bem pequens, que no serve nem para salada € nem para ser recheada mas que, se propriamente cuida (Ps « prezar bates eS nat pi tuont om pv © meno ween? Som 0g ao ; myolho e. uem sabe, um sara Sheri? Ease ven para automatizar 0s mongolides para que 1) “rem um 38 que 'E um melo. O agticultor ama, nas mudinhar de repolho, ‘vas din cue toda que estamos fazendo espe os caminhes de cabesas gordss que ali se encontram es: Ora, 2 mu: do repotho no & um fim, condias¢ promt’, mas pecionents, os cos oe ie Ge dels cer tide sei Sore om "Resonjamos as eriagas sip ints. graeme aap om Ene ne me ‘gris vd, por que nfo esas erncas, 6 porgue idade € nome fei. J4 houve tempo, entretanto, em que ela era a marca de uma virtude too: logal. Duvidam? Invoco Santo Agostinho, mest vene- rivel que declara em De Doctrina Christiana: “Que hé coisas para serem usufruides, © outras para serem ust- (Qu temos a thes dizer? das". E cle acrescenta: “Aquelas que sio para serem Que tudo esté perdido? usufruidas nos tornam bem-aventuradas", Cosas que Eee | podem ser usadas sio ttis: so meios para um fim ex nos responderd: ‘sera un poco diferentes Volames 20 pai ¢ 20 seu fihinho leueémico, terior a ela ‘Mas as coisas que sio usufruidas munca ada. ‘So fins em si mesmas. Elas noe Adora oo dio pret. Sao intel 6 jinn soap. Fest mesmo rind tne per p ‘teem, quando aucem of fitinox. De noite nt Jogo de xadrex? Ou empinar papagsios? ic: 1 Seeded 8 rTesponsivel © 08 resul. i Salone eee nae ser transformado?” ee NG a nos ecls? Data gue? Conheso um mundo de arttiios de_psicologis a eae teens oe ee prepa ae creas Bra ere F il, utes, de forma delicada, SSE fe a ‘Mas em todas elas ceaie gue ee proj inconsclente € reapers de ume experi Infantil de praer- RGdinoobs &lD PINOQUIO AS AVESSAS Nao conhego estéria que combine malandragem psi- canaltica com” convied 5 Caso contrério © com rabo, orelhas, zur ros © tudo o mais que pertence § burtice, Claro que este € um golpe desonesto. Seria necessério dizer com clare 23 aquilo que aqui ficou simplesmente mal dito, conta sobre 0 destino invertide daqueles Alguém jé devia ter dito estas coisas as eriancas: € uma exigéncia da ra se atreveu, A eve que dentro de cada um ‘de nds mora um Gepeto. A inversfo do script poderia parecer uma tntativa de crromper a juventudes e's tne vvador acabaria por ser enxotado, como se fosse parte do bbando de espertathdes que desviou Pindquio do sagrado ‘aminho em busca da humanidede, 0 caminho da escola, Quero tomar este riseo. Ainda vou inventar a tal Sei que esta proposta & insélita ¢ que 0 Ikitor, meio Gepeto sem o saber (como eu também, quando mando ‘meus filhos escola), haverd. de me pedir explicagoes, Confesso que nfo tenho muitas evideneias em minhas Iios, Ainda no fiz as pesquisas © nem fichel as notes ropes Naso mee meena. ‘cara em uma parabola que pase 4 coner: a a a ‘a educagao poderia existir? ‘Que bem moe sjado em su8 bee Se en a a ane bon pte me So, Phish, E assim se onganizaram 0s curriculos, com Ce or a arate selene ears ae ce cs so, io hava bre a qua 05 aprender. Pareee ae mundo entendia, "S6 que o corpo rejetava. Depois de tua aula sobre o cheito © 0 gosto bom da carniga, po- diamse ver grupinhos de péssaros que discretamente (para néo ofender os mestes) vomitavam atris das a vores. Por mais que fizessem ordem unida para apren- dro gingado do urubu, bastava que se pilhassem fora da fescola para que voltassem todos os velhos detestiveis hibites de andar. Eo pavio ¢ a3 araras nfo paravam de cochichar, cesoando da cor dos urubus: “Preto 6 a ‘cor mais bonita? Uma ova..." E assim as coisas se desenrolaram, de fracasso a fracasso, @ despeito dos métodos cada vez mais cientifi- cos e das estatistces que subiam. E todos comentavam, ‘sem entender: “A educagéo vai muito mal...” | Gosto de estéris porque elas dizem com poucas ras aquilo que as andlises dizem de forma compli feada, Todo mundo reclama do fracasso da educagio no Brasil. Os alunos de hoje nfo sfo como os alunos de antigamente, Nem mesmo sabem escrever. Que dizer do aprendizado da Ciéncia, esta coisa tio importante para‘0 projeto Brasil grande poténeia? E eu fico a me Perguntar = o problema néo est justamente agui. Um ‘emievi que consign ser aprovado com distingdo na es cola dos urubus (quem sabe com um daqueles QlIs de ‘auser inveja?) pode ser muito inteligente para os ur bus. Bemie-vi € que cle no é. Néo passa de um dege- nerado. E aqui volto & moral da estéria do Pindquio as avessas, que ainda vou escrever, aquela mesma que cau- Sou 0 espanto: por vezes, a maior prova de inteligencia, se encontra na recusa em aprender. E que o corpo tem raz6es que a diditca jgnora. Vo- mitar € docnga ou € sade? Quando 0 est6mago esta ‘embruthado, aquela terrvelsensapdo de enjéo, todo mun do sabe que o dedo no fundo da garganta provocaré nu so degrade! mas saudive, FOR COM 2 coy contacio desarairey Nitasche dizia em cero fy que wilenta © Sovirar a cilagd0) que cle amava op (alo come ane, exgefs, que exclbiam as nage te neaas, caeees UC Pasar om tos es de inci, po su Balad deg cs een, caper do esse ge fe devia uma denGnci: comida ¢ iq rapa pts i Pr me pergnio se ee 0 denunciado © 130 cha eine enc bea no Sri anes ty sa ac de aut connumos capaes de de Sil de ey pro cope dale ue 36 bes ceo “coc depen: nfo esa Torna pe rr lea yomia a eomiia de Uru que The BOs Chath wesany crane vette bagel tee ba? E fel saber. ue se siva'a mesma Sis soe mst deo Un ia er explora: para educar bemeyi 4 pci gat de emt, ptlar 0 seu pot, nd te roe de vansforso em trubu. Un heme snp um ub de sounds categoria, alee, Pease la ofits da Cin, de fn conejar nlp dr curcloseardipies, mas" do de ‘oo como que se ofeee B educago. Eiso: sar to den TROPECOES DA INTELIGENCIA HG hin ds das rss que cstam muna a6 fia © fram Jevados para um sito, "Um dele, £20 eres ais ittigente que 0 out aprendeu ge ular mo tant ooo oe ‘ro comesou a aparecer em cartazes e todo 0 mundo B . bata plnas: “Como & inline”, © otro, buro, fi Cova amanda nm cant, , por mai gue © telnador fs promsnt ¢ ancjat, nso devas de ener der Chamaram © paisogo do cts 0 dagen fete pid "Ein ns, © ON € muito bao Fieou abandonado nm canto, sr retatoe © sm aploste, uno. Boro, sem sven O tempo. por sor "veo a crue econdmiga ¢ 0 ceo fi 8 fale Concuvom qe a con mais carina gue se podena feer ane ais ra devavels ts oe de onde hae Wiad redox. Basi o dls ec Taran fom: Br viagem devo rao que em meio 4 vag 0 uno tdo por burro parce or acrdado dices, como so cle ci tess eeootendo lars velhon, ores fami, en {ino que ser aigo de QL alo brnceve trtonente Ss Bo, ino presente. iaiment,chegsram © fo fam toler Ouro bur sou, com age rio thr cr eve cen, Gon ar uno de pene esbeagou Sele mundo lingo de gue munca se execs, 0 00 itslgeme oobi ne ata bias someyea © omer et ‘aba so bem. Ema s0o que sabia foe, Fol endo que Sie entendes em meio St temas de rion do rane, hero de ppoe, mines de banda sis de rape panes re tir na ova, que hd na fa Sit que € fos pur sco. © pobin& que la mio pres ta pra vier.” Para sub sua nina ele ter de S© queer de muitos citar, E ene enqusiment seria soa mors, polemenosperguntr se 0 desavavimen. toe intlignin ‘nao 4 dt sempre, tata de Colas ue dev ser esq, abandonadas, dsinadas ates, Esto estiatomou forma na minha cabeg quando Wi tno de jornal que me aera st ¢ fea tsi ao mcsmo tpoA'pimeia conta as desvenutas eum astenaua que sera flo, rlando mor aba a3 a ~~ Peete Pick pte ae ee aetna Ine Pico NEIBLI I, ent ttn at lane, sora a vay aN Sones Seas eae Ones seen Sees Sele See ceinn nae es eee eee Ge ae peas ce a Goats in eae ae ae eee eee ee ee ee ee sane ols ane a 3 eerste Sots gest same Se com ee a ar lr le Sel feats aoe ae ee ee 15 de um lado, cen ai ot a Se aa mens (© SERMAO DAS AVES Dinem que so Franco, hi ltcents anos, pre govt bisos. Nagle tempo Isto no atapelion Flo contro, sé ado o seu reconhecimente como || santo. Hoje, 0 resultado teria sido diferente: das alturas | Ge amidade sera rebaitado is humilhasSes da pice | Conteio questo me preocupa um posco porque, sem | hater eezndo 20 ponto de pregar ect animes, reconhe | co gue algun dente cls, especnlente as ve, me | feito alguns sermies. | __ Primer fot uma rolinha que vino terreno do meu visio, aqucesolhinhos mansos ¢ assustados,bicando |) igus ‘no cimeno. Rolin desarrada, cu. pense Forge clas nfo so como os pad, ichos urbanoe ¢ proeninas, amigos do tifego © das consruses, Pie ferem ot expos em que o silénio permite que o se friho encrespe a ombra, como aia Cecil. Mei 4s. Mas eu extavaenganado, No dia sepuinte ela vol ___ tid, paar acompanhada de parents © 2 fs. Parece que a boa noticia se espalhara: agora 0 & ment es coisa bos para ralinhas. 10 i Depois foram os bemtevis, que comecaram a se aboletar nas antenas de televisio, em quantidades cada vex maiores, © de Id cantavam 0 seu canto sem assunto f gostoso, enchendo 0 espaco urbano de memérias. de tum passado que se havia perdido, Era como se 0 tempo do nunca mais voltasse, ‘Ai fui ajudar o meu filho numa horts que ele estava plantando num terreno abandonado, e vi coleitinhas, pas faros conhecidos meus de infincis, dos quintais de ja buticabeiras e de laranjeiras de Minas Gerais, de muitos anos ats. Hd poucas semanas, assentado pperto de uns vasos de samambaia, na minha casa, vi um minésculo péssaro baixar vo, pousar num deles, © simplesmente desapare cer no emaranhado de folhas, Era uma corrutra. Sem pedir licenga, fizera seu ninho na minha varanda, Tantas provas da volta dos péssaros me fizerim Pensar numa possivel conspiracio das aves, algo pareci- do com o filme de terror de Hitchcock, Mas 0 sobress to teve curta duracio, porque nada de suspeito ou de sub: versivo pude perceber quer no seu comportamento, quer fas suas ideologias trinadas... E me alegret imaginan do que, talvez, por razdes que a minha razio desconhe. cia, tivéssemos experimentado um milagee de renovacdo, ‘Ab! Faz tanto tempo que os péstaros nos abandonaran, Lembeeime de livro que li faz anos, titulo esquecido. Me recordo de que, num submarino, eles mantinham um ea. néio engaiolado. Nao por amor a0 bichinho, mas por amor & propria vida. E que quando o oxigenio ia aca. bando, © passarinho era o primeito a morrer. Sinal de ue faltava pouco tempo. ois é. Nossos pésiaros aban. ram, espantados, as nossas cidades, Antes de me rerem. Para ram para lugares distan- Ww | { \ { ezinhos, no submarino condenado. Sua auséncia era eo sertrise, lamento, cangio fnebre, Sermo sem palavras, Mas, agora veltavam. Quem sabe a eSperanca estayg renaveendo... E me alegre "Are que um amigo mais entendido dessas coisas me disse: = No & maa dino, Esti fogido dos campos. ‘ati caberts de martes Hebicids, inetd, de- ota, frases [Ai entendi o sermio que as rolinhas, os bemtevis, ‘as coliinhas e as corrutas estavam pregando. “O terx ‘Os campos sio desertos verdes. Deserto verde. déia verde. Verde € cor que desde tempos imemoriais se aszociou a0 oss, & sombra, 8 égua, 2 fruta, Onde esté 0 verde, ali esté a vida. Desertos, lv ares de mort, eram vermelhos © amarelos. N&o mais, ‘As plantagées de cana, Que vida dura e teimosa se atre werd viver no seu meio? Talvez as formigas... E é as sim, com todes aqueles campos verdes e belos, « perder de vista. Voss flora e fauna, aquela vida que a nate: reza levou milhSes de anos para produzir. Definitiva mente, Que inseto conseguiré sobreviver em meio a tan- tos pesticidas? E que semente de capim ou frutinha silvestre permaneceré para ser comida? Poderio me acuser de sonhador romintico, Perder tempo com passarinhos, quando hé tantas contas 3 agar De fato, hé uma deformagio roméntica... Creio fem valores estéticos. Acho que a vida e esta coisa inde finivel que se chama felicidade se fazem nfo s6 com as cifras da economia, mas freqiientemente contra elas. Hé coisas que no podem ser trocadas por dinheiro: a belez® das Sete Quedas, 0 mistério de uma mata, e as memé- ras)e fantasias de pigs: de corujas, regatos.cristalinos, pais limpes, ¢bichos que nunca vimos mas que, sabe rep ao wossos ior ¢ artes deste mistério maga Biro noso mundo, nota Tar © Noto corPO. Mas, nfo € s6 romantsmo. B instinto de wbrevi- wtncia” Os pasars, nose rtoro, nos dizem que algo remedy etd sondo feito os n0sses préprios corps. Sco seni sobre a vida em fuga, em busca de um logs TE pense que sermio dos pésars devera ser me- ids por ater a in cm ica ego vam rus penstmentos da cabera até 0s labortérios. Por She'd asim que as cols andam, foi assim que a Cién- contre ene mundo promisore trvel: dos penst- Stentor ag es abortorioe, dos IabortGries até a8 bri {hare ds fabrics até ot confine do mundo. Somos cim- ples, querendo ou nio, nagilo de grandioso © horrendo {ue marea o nosso tempo e 0 nosso espago. & facil acc iro pido. E para into ninguém se dsculpa. Mas, tect cua 6 colsa que dS. E todos se exquivam © sermio dos pisaros € um lamento, Um miscrere tdegic. Tales baja uma men culpa a ser dita. E iustmente aqui que se abre s esperanga SOBRE O SABER E O PRAZER Ah! Nada tio puro € to honesto quanto a dor © 0 prazer. F que af o corpo fala sua linguagem mais pro- funda, universal © irrefutdvel. Pascal me permitindo, irei, numa parédia: “O corpo tem razdes que a propria rario desconhece...” Que metafisica invocar contra uma célica renal ou uma ridieula dor de dentes? Que razses apresentar contra 0 prazer do sono ou as evidéncias do orgasmo? Nietzsche agiu com acerto: batizou 0 corpo 19. | com 0 nome de Grande Razio, por oposigio Aquela razig ppequena ¢ acess6ria, que parece residir dentro da caixa i Lembrciame de Galiley. Claro que a Ipreja no pode ser absolvida daquilo que ela the fez. Mas, no se pode negar, por outro lado, que no final ele acabou por Teencontrar a verdade. Pode ser que, no mundo abstratg dos que vive nos laboratérios — longe da fome, dos oe de batatha, dos navios que afundam, das cama. fas de tortura —, lugar onde 0 sofrimento nfo conta ¢ £6 ha assépticas equapSes mateméticas frias e indiferen tes, sim, pode ser que Id o Sol seja 0 centro em torno do {qual nds giramos, Mas, quando Galileu, 0 homem Ga Tileu, carne € 0ss0, anteviu seu corpo em sofrimento, vol- fowthe a razio de quem quer viver, distante e diferente da razio dos que s6 pensam: € em volta do corpo que titam todos os sdis e planetas, em volta do corpo gira 0 Universo inteio, Na verdade, quando a dor e 0 prazer cestio em jogo e 0 corpo se dependura sobre 0 abismo, saber se 0 Sol gira em forno da Terra ou a Terra gira fem toro do Sol nada mais € que uma questio fat. E por que nio deveria ser assim? A inteligéncia é filha do corpo, € fungio do corpo. Volta-me a sabedoria visceral de Nietzsche: “Um instrumento do seu corpo também a sua pequena razfo, meu irméo, a que voc’ dé ‘© nome de ‘espirito’ — um pequeno instrumento ¢ um bringuedo da sua Grande Razio...” De fato, nada melhor que a dor para nos fazer rect perar o sentido das coisas que importam. Até # Nona Sinfonia fica diferente quando se esta sofrendo de ums nevralgia do trigémeo, Contaram-me de um individu (ue, perfurado por esta dor que ndo passava, acabou por cometer suicidio, Por amor a0 corpo, a anestesia defi iva Que eonUlste ébimica acontece quando se des 20 camp i] li I } cobre que em algum lugar invisivel deste eorpo se escon ide um bicho que acabaré por devorélo.- Que outra funglo © corpo poderia atvibuie & intl sgincia, ferramenia € bringuedo, diferente de aumenter 6 pprazer e diminuie a dor? “0 corpo dia para © eeu “Sita dor ag tio o eu soe ¢ panes em como para de soft ee isto que 0 far pensar. 0 corpo die pars © seu eu: ‘Sintapracer aqui” EntSo 0 eu snte pear {pense no que fazer para ter de nove o prac —€ bo que o faz pense...” (Nitche) Na verdade, parece que 0 pensamento surge com a dor, Para o pensamento, o estémago comesa a existir no momento em que a azia aparece... Quando tudo vai bem nfo pensamos sobre as coisas; nds as usufruimos, Femando Pessoa estava certo: “Pensar € estar doente dos olhos" Eu acrescentaria: doente do corpo inteiro. O des dda inteligencia € © corpo. Sua dnica funsio & faz61o sobreviver, sobreviver com um sorriso, . ‘Assim, a inteligéneia e qualquer Cigncia que ela ve- tha a produzir, 6 podem ser avaliadas em funcio de sua relagio com a vids. Os corpos ficam mais felizes? Suas possibilidades de sobrevivéncia como individuos © co- ‘mo espécie aumenta? Vejo os tubarées. Que sabedoria se encontra alojada de forma silenciosa e trangilla em seus corpos. J4 me disseram hi quantos mies de anos cexistem. Me esqueci. Era muito tempo, Seremos tio sbios?”Acreditamos que somos muito mais... Até nos batizames como Homo sapiens — titulo de nobreza e pre sung. No fundo afirmamos que as outras expécies decem de certa estupidez: no escrevem livros nem fax zm bombas, ‘Tenho divides. Tubardes, besouros, Ia ‘gartixas, formigas... Todos eles carregam em siléncio, nos seus corpos, uma sabedoria, toda ela a servigo da sua sobrevivencia. an Cee UE EEE IIE IIIT eoeecnee ne [A situagdo do Homo sapiens parece ser distin ‘¢8 sobrevivéncia da vida. Afinal, se um pouco de int Ele é o ainice bicho em que 0 aumento do saber implica figéncia nos sobra, temos de gritar, com Brecht, que iviar @ miséria da con (das possibilidades de sua prépria eeisiea finalidade da Ciencia € Winego. Que dizer de wma serpente que produz um siglo humana”. eating ee mortifero que cla mesma morre, pelo simples sere op guide com a sua boca? Ou de uma borbo. fen que deenvolve as to enomes que ni tem fo ue ete las? O corpo endoideceu. Fez ums coisa eee ™ Gorbolets, = pudese fal também num aument PROCURA-SE UM FLAUTISTA FEITICEIRO sdindo que se Ihe arrancassem as presas —_ oa ‘apaixonem pela Ciéncia. Para isto seria necessirio que os edindo J veneto dente datoce ae st comide ear Tesem tami contadores de estras inven Se comove com tais argumentos. © que indica que sua ‘se ajuntassem criangas ¢ adolescentes, a semelhanga do sabedoria € temperada por aguda dose de estupider. flautista de Hamelin, feiticeiro, que tocava sua flauta ncia” avanga sem parar, 0 saber eacantada ¢ os meninos o seguiam. “promesso at © Mas nd0 se pet dos estimulos econbmicos ¢ militares : ‘Todo inicio contém um evento mégico, um encon- fai ming eg ees imam een se ee Jogada sobre os poles ‘gun logics continuum no Tae as andes paixics, a dedieagio As causes, « Pet taming gi get eS fn a Pa ot das as revolugées, todas as ordens sociais, quaisquer YF, puderam ser ouvidos. O ruido da guerra ¢ 0 barulho das a ari Ome" «ln: Ore seeMinica finalidede, fazer com que 05 Comps ¥I¥8™ avg desafinada. © mait provavel € que o flautista se vivam mais felizes? tivesseesquecide de melodia. TAs veees penso que a Ciencia se comporia come Nio, no se espantem. Mitos ¢ magia no sio coi ina prosttata que rea secioamene,enaustto © 08" sas de mindos dfunios, Eos mais lciossabem dist, tto faz aguilo para que pagou. Com a reza, ave 88 TS porque nio se exqueceram de sonhar. Em 1952, Freud iopin da Cacia tem o nome de rigor metodoleic, PS excreveu uma carta a Einstein que fia uma estranha fervase a pureza do saber. Claro, as inteng Pergunta/afirmagéo: “Néo seré verdade que toda Cign- corgasmo © orgssmo ia contém, em seus fundamentos, ume mitologia?” Di- io os senhores que nfo pode ser assim. Que mitologia 6 coisa da fantasia, de falsa consciéncia, de cabesa des 23 boss... Mas isto nfo altera o desfecho. sempre daqucles que podem pagar a conta ‘que prositula parasse com suas Tez3s © 8 di siber puro, saber pele aber, aos sorisos 2, domme le eg See ayes) concer Cotte ise pice oes oo ig orem morons Pensamento a servigo do corpo, Ciéncia como genitais do a ta eS peso ek mene NERS a gue msi compe a ee dele & voy sa ine te NS ies as ht coa Pau ee Se i cls os veoeent teas ay fsa ox aber» es ae if Sei bean andre qe iomusoe pt Stent pal'un tot Continent € soln sre peng. Nan € pec quo deo fe © OP Spies o aut! Ga tonic, perce Sib impocnes © nite. Pau confer © precio proto ear Ea pry Gos es aes om il dene pnt cpar desert © fog 40 anor Pe Cini? Guest onamon pa enlcato to Silo? Coe mes cebyanon que mete ao fae fame gun asian? S saa mul, emPegee 82, O reid 6 tem wat 2 tn ambos. 80s, porque o que se cima eae nll 6 sere me Toda ase om Ge eroché, a tal rend serve para ser coloade so. ee tian cla Sok ee ie inn ete oe Sta Ss iret eto hav um Prete snes ane ee ces, iusie a vie em ingueens Eo coun nando Pears rea ¢ uma forma de ste, comegbtncia de ai nse Ao etveseme Seal con a aes cds pls come entre pe Ve re st ue rst desnplse o Farin’ das referidas cosas, stm usélas como 06 ini rien har 0 le do et peer men ch. Wr © ta, aresentat ee pare slr io: Davi 30 ier. sm que lf denios raguine de ech core Saconinante 8 fonconar "Ect qua secamat de Som moons ene a des oo Mle eons aoe cnvndst" que pemer € eau dene doe Foi entio que me disseram que hé outros tar. Parada no eroché cerebral. Ver sem tenciar © visto em pensamento, Recuper periéncia divina animal primitiva, de confortvel sen- ise em easa com as coisas, sem tentar melhorélas com Pilaveas faladas ow pensades Imeginet que isto di jue isto deveria ser gostoso, pelo menos Same delicioss alienacéo passageira. "Também 0 cérehro [Retece descanso... Experimentar com as coisas o mes ontato dos corpos nus dos amantes, sem que hov 87 Timm ate d fo, € 0 lugar da fala, © a tarefa dos mesire 58 Aisin, 5 0 Inga Por defn eS & formar e ina em oderia pa, isto no lug ado se eslareca. © tal negécio de governo mun- Taspitais da cra da iluminagéo explicava sua impor a Eas fundapder susvs de unos test am nome explevam sun spite eves "Ee Brasilia soubera © eprovara, era sinal de que tudo gaa bem. Prepareime para evento © I eta, no aia garado, um Pouca antes da hora, com os outros. ‘Howe atraso. Acostumado a gurus de outros tem- Hmagnel Togo: “O jumentinho deve terse cansado. te Guem sabe, as bolhas os pés...” Fol entlo que Sejarem quatro cavalheiros, impecévis, roupa de ne SHE Tbrahim Sued botar dfeito (0 que me Ter enco- {fer humilhado, mum canto), que nos informaram, com fine normafidade na vor que nos fulminou, que 0 Mutarsht Mahesh Yogi no vera porque ado puders taconiar um elic6pteo para percorer a dstincia Sto Prulo-Campina. Sem o guru para me inspicr, pusme a ouvir as pro- poses educacionas que os cavalhites, presidents de tn Yeridades, nos traziam. Em resumo:” 0 Maharshi avia descoberio 0 segredo da utopia. Ele se chamave Medi tuo Transcendental.» Sofri um abalo, pols’ pensara ef sls ert mais modesn, Egan. EA Ino pos. a eng tm ol de See 1 A nt sn py 9 ‘deena "© averting > Yen Se tania ex bom simi, Ne? 0s propuseram fsto € coisa mais poderosa que No meu caso particular, atdnita, introduzir, em nossos curriculos, prée 59 ea ce de medugSo tramendensl, dus venes por Fein te entre ue ws a a ofereceriam a tecnologia © os recursos humanee, Et resume: o gies BLT fas (a a na sper de raided ake pen was, em que tudo € pers tanglidide ee 2 Gado”, Teh natural do"univeso.” Ect quatro rey Sa tava para poser det arse eras soe cP invocave © tfieminko de Casi Tenet Jog: "Se 0 reverndo aon fot sects lavagem cerebral por clocr lee deco ee et an Sov is, o que dct de uma Manan fe Se idias?”” "porque Ie n0 fund nto hs rae Lembretime de"iS84" onde o conte roi are pela clinnacto ds patsras ‘Efi cnog soe Ber como f auc a NLT. pods ajuda ox pobre a/c, Storgnco'Pofs apap uns das Gue ox bam fon sobmersos na Mc se exqueescm das. noe dk Wien coe" go mito apnane res caquceuca da fome, Ino ev nfo pels co Precnder. E fol assim que, desaetadamente, props US pleas cen doses Mos Esco tomou dlr que nos campos oe nificados ¢ que ainda havia muita M.T. pare ser fc - Ko tmburaso geese seul on on cavern cus eos responder mine queso. En di ‘cicero provade se x re ue re gS en pat oe dspser 3 ft a an or caper qu ears fram wns Pa rhea de lade, nem Pe ee te chenderi Neve moment. © 5 ve fevendo. M.T.: minha eabera estara completamyey i ——-———s _— a am pole ado et an pun leu dake poe vt Sse Le atand at te ee 2 atm 1 500 a ee a ar rtes peice ae Posies aes ‘cca ao es Mae, So ube cterglae i, Chem (See reasol latent oar ees ee eae areas tae SDN tag ch mae be eae ae Sache secs dns Cae nae eae Hs po ae conte lc ea ie Sms. Quem tem poder para acabar com uma seca tem poder também para provocar enchentes © derrubar go- OS URUBUS E SABIAS auc Tu azonteces numa ea dnt, no tempo em os bchos flava. Os urubus, aes por mores Decade, mus som grandes dots para" o' conor dee ‘an Git mao conta 8 naureza les have bog {omar grands cantor. "E paraiso funders ole §oraram protesors,garprsjaom Sone sos an imprimir diplomas, © fizcam compereoe, oe sta ‘ver quais dels seram os mais importenes one 4 Pemissdo para mandar nos out Fo asst quem todos A Os bem anf que # doce Bee ssiremecide. oy ores fl ems SESE pass taseels fiziem 6 Ss ‘haviam passe fp nascera com elBs an prone gt em ceespeio ‘MORAL abi. 9 conten, FEITICARIA ro, mas Sto Ge-inenitebilidedet|de fami 6 nie se lembra do tenente Calley Dentre multes que escaparam, um ei ‘Comandou # iguidg g8es entre a psicoling Ja sem importincia. Me ‘criancinhas de colo. Pe tora js, mais jovens, mais proximes iano, No que 0 iver. E que a repeticao constant tranatlilidade dey, A floresta foi invag, brinceva em unssono,expulseram da loesta os pe gentaver sem alvard fe urubus diplomados no se eux aitares e de the celebrarlturgis eolet Da =~ prio horror. Afinal, contra as armas que que do Perro im tera de 10 & inl que os corde my serenstas com 05 sabids ‘ona pod? ‘ico, 0 78R20F encrespoy 4 eesgs, Sabi © candriog BS gin dos cures, aqulo sobre que se fala. ex ve olbaram perleee ‘io julgamento nem jules, nem sdvogadcs © nem aves se clharam perplease Saginado que tis coisas howe synpor escolas d® canto, porque © E ounca apresentaram um dic ect am cana", mAs cantavem, ings’ ar asta. sa ccc ci vac wc oe aie pega A tp ingutn podia entender ©. que acontecera. Mociaes, sings de escols onde os poemas de Robert Frost eetmdos, «de igrejas onde os dez mandamentos eram on até serem eabidos de cor, transformados em bes- ‘So se fosse feitgaria. Mato oso ex wa Eneanto de noite de lus cheia fez gente man fa virarIobisomem...” so, sin oto pode ser Cantar stm ati : et base ‘A melhor explicagdo era a loucura, Calley ¢ com- panheiros deveriam ter sido enlouguecidos pelo medo © ofrimento, Eram exceg6es patoligicas. Doent Gue nade se dissesse contra a guerra. Ela continuava bela herdica. Por que haveriam as nagées de Ihe er 1? E enviaram © tenente para o especialista em excegdes doentia, o psi- ‘quatre, Para que a loucura fosse constatads Acontece que 0 que ele descobriu foi muito diferen- te, De loueura nem sombra, Ao contrrio: raciocinio cientifico ¢ légico. Tudo em eime de uma rigorosa com- ‘pe preensio da linguagem. Sei que o leitor perguntars, perplexo, sobre as rela. ica € & matanga. A resposta é simples. De inicio o psiquiatra notou que no mundo de Calley néo existia a palavra matar. Ele néo a usava nun- me ca. Eo tenente explicou que no se tratava de esqh ce sua. A coisa era resultado de pesquisa ciemtifc “Nao é que eu nio a use, Nés, os militares, nlo a usa Ag "mos. Nunca. Esté ausente do nosso mundo”. E tinham te val pat Melos que mover o corp. © coro scone nat a < para aqueles mogos, matar era palavra proibida por mi se el ee a a Nien 0 core wee bem pequeno, que limy {que ¢ bom para 0 corpo deve ser bom para tudo o mals Qujeira se liquida com sabio desinfeante. E era iso 6 acabava Gque estava fazendo Id. Ninguém matava, ‘Calley m0 cra louco. Ape com lixo malcheiroso. ‘2 pesquisa psicolit sar exccutava algo pelos canis que 18° Petavrss owas, ensinadss #0 CO siaistiea indicara Bia que ele fizesse aquilo que devia ser Feito. Lise Fe ajgica amarrar o corpo com palavras novas. QUES oo caer da Bi Bem que diit Gevcarriculo. Sob o poder das palavras. | * de caret ingenszin que a8 palavras 1ém 0 pode enfeitigar. - Pensei nisto a0 ver as criangas, alegres, escolas, para aprender os mundos que Ihes fhados, « para nao aprender os mundos que Thee ferditedos. Tudo escondido na inocéncia. de sque-se repetem, como mandam os curriculs ind pos foram de hes foram sla fo “de cada mundo que s€ aprende hé mundos sem conta aque se perder dos, nas ov im, no esquecimento, por do silencio, Cada curriculo € uma dect sercits colas sobre que se pode falar, decisfo sobre sobrt gndo que deve continuar. E também uma decisfo iiee coisas sobre que se devers fazer siléncio, mundos 2s, maldits, inter/ditados, condenados a nio ser. io, conspirapio de uns, projetos de corpos futuros, ‘como chora. De Dec a0, como viverfo, como aa ie ceonerto. LA vi elas, alegre, ciangss 20 Te. po dos mundos © 80. mundes, decidides por Ou- amine sncidos no feitgo das palavras. Eas salas de 5 ficam muito proximas das ipdes de psicolingtistcs Sisnadas em lugares distances "assim acontecem as coiss, sem que paresa haver Pais € educadores, participamos “de uma Sinpiragio. Nio porque o tenhamos decidido. & que ‘Guamos a ito condenados. Nés somos os que temos at falta, Cornjome: nds somos aqueles }f posuldos frlos puavras. E tomamos a inicitiva, Langamos fide dt simbolos que iréeair sobre as eriangas. E all, no fen interior, coninuard a gestagfo dot seus corpos. Nao ‘Ho as crlangas que decidirgo das coisas que sero dltas € dos mundos que se consirurdo. Os curicules #80 igo /imposig2o. nose un? a sto & para 0 seu bem. Pode ser... Em os tempos um pi sila que o bem maior st de ado a um filho era a sus bénglo. Béngao. Bendigio Sends. Renzet. Beier. Ahi As palavas at. ais com cua, Thum poder migio. Pod Stn Gas Ga aa meats fons fé nos escapou, porque Pi seseltames.“Acredtamce agora no bem que Outs am em si, estas coisas que se dizem na 65 j el et 8 a aO% © eng tx cm snd gue Mundo © 140 OES: Taber pep eos or a8 Senos pl Plas, hy ue nis mee Se dos nosss Sesees tenhagg es ee elvas pre falar dos SONNE aa J no contamos ee Samar, QUE espe, cos, as palavras vo entrando aeandag so Fe es non 08 eS ae hos curricula PT ns fucagao. $6 que, eat os (GRANDES CONTRA OS PEQUENOS See ils foram me esperar no aeroporto. Enquane famos para casa pergumtel: — ko, € 9 Gu, como vai? an ata ne quase me sepredon, preocupad io ai tm sda. Na excl. O orientador edie Talon amon: Problemas de aprendizagem, de- ‘Sng eabea wounds, iacapacidade de cONentar oA mo esndon para um icélogo. Figuel surpreso, © Gui sempre me parecera um a ho alegre, curiso, feliz. © que teria acontecido? ‘Sua mie continuo ~ © pricogo pein um eletroenctto A‘ me asustel. Imagine! que o Gui deveria wt do alma perturbgsoneuolgigrave, slum io, convulsio, % ae = No, io tve mda, a mie me trang, aso psclog peu. Nunca se sabe AI cle ee ee cara bat com mis fo Peo ou. Figuetimaginando 0 que deveria estar se pastendo ipa eabeee do’ Gui, pal © me indo conversar com orien Missa entrevisia com © pricdogo, depois aquela mesa, HeTigados i cabega, Claro que’ alguma coisa deveria cece muito errda com ele. Tendo vsto tants desenhos Se'ficgo cientifica na TV, & provével que ele tvesse Genaado que, quando a miguina fosse ligada, os seus ince iiam aconder © piscar como Wzinhas de’ diversoes eleténias ‘Quando acorde, no dia seguine, estrnhei. Nio vi Gulla pela cara. Mas era sibado, dia lindo, céu azul {Com certea estaria longs, empinando uma pipe, jogam- dh bolinhas de gude,rodando pido, brincando com a me- nada.” Dia bom pra vadia, cosa abengoads pra quem pode. Plo menos € isto que aprendi dos textos sogra dos, que 0 Criador, depois de fazer tudo, no sébado, parouy sori e ficou feliz Foi af que comecei a fiear preocupado. Assentadi- ho, no quarto, livro aberto 2 sua frente. Nem veio me dar um abrayo. Ficou 14, com o livro. Cheguel perto © comegamos a conversa. ele logo entrou na coisa que align tenho de fazer gure pom io ier io de reuperagio. To 6 rol etagn bie, ‘Ose pelo fen soo face. Pow dont 67 | io sabia 0 que nt naga ae css ak ifieava tal vinta © chogue, © Gui ié aprender, abaio do aul nue o tempo se divi em tempo de en ean aa ty ore i eg, Se oe ge cle ser Ee Pi da cota. Mas como? etc es «oe stn om oo del nay onsale tambon Tose coisa fotos. Dee aide ce nfo quer dizer que ela tenka dif tenon erviagem. “QUer dizer que hi alguma cosa aes era, ¢ que crianga ainda nio sé Wout rewandose ser domesticada ‘Cotnuamos a conversa e cle comecou a falar de on oma ao ape cia aie,” vk maginer, uma crianga de oto anos, falando ew re jk? Dois & nao apiontl ¢ inierompl — Que & ite, Gui? Por que & que vost nfo {ata porto abana © moro scima! Man a profesor se CCompreendientfo. A pinoquizasdo ja se ins Um menininho d= came ¢ oss0 jf nfo usava mas sus pi pve Repaia o ue poesora ds Figue pensando em quem & que estava doente: © rmonino ou @ercola,.. Claro que @ ratinho tem de fat de péloserepindo. ois © choque vem... E eu pereusto se io esté-mais dosnte ainda quem dé 0 chogue. Si prcendime com esta enorme e perversa conspirgio € trea dies3o dat eseols, os orientadores, os pss Todos unidos, contra a erianga. 0 orientador, oie rio tem alternatives. cde @ do eonveneet 0s pais, por meio. de uma linguagem tic ue tudo vai bem com a ezeola e que & melhor ave & Cuidem da crianga, on 08 tn gues pony if = Até ue ols io 6 mi. 56 ex tendo probe mas Seria bom levla a um plclogo (© psicblogo, por sua ver, fica atrapalhado. Que & que vai fazer? Desautorizar 0 diagnéstico de wma fonte de clientes? & melhor fazer um eletro. Rion © frificos dio sempre um ar de respeitabilidade cient: a tudo. Lembrei-me da velhistima estéria do cliente que chegava 20 analista e dizia = Deuter, tem um jacat debsing da minha “sun cam nfo est na Beir da fgoa, ext? featso nfo hi jacaré nenhum debaixo da aus cums Volie pra eas, dutma bem assim foi, semana apis semana, até que o tal cliente no mais voliou. © analista ficou feliz. tipo ddeveria ter se curado da estranha alucinagio. Ate que, tum dia, encontrou'se na rua com um amigo do homem do jacaré = Ente, e 6 ulano, como vai? Sarou de tudo? = Mas'o Senhor no soube do acontecdo? Ele {ot comido por um jaeaté que morava debaixo da Hi muitasexcolas que nip pasiam de jacrés, De- Yoram se exangas em nome de "gor, de ehino pert. do, de boa base, de prepa para'© vestibular, E com fia propaganda que et convencsm es, pis ¢ cobram mailto Masa afin? Eo di que sete pet nance mals? Eos sons fegdentader, los de quinze z ote ac Big cine SW tea er 69 ee ‘que esté tendo problemas, um foco cerebral com certey neurologists, psiedlogo, psicanalista, © 03 pais vio, fangdstia em angéstia, gastando dinheiro, querendo one thor para o filho. Quanto a mim considero que isto no passe de ‘erueldade dos grandes contra 0S Pequenos. Torturétas SGpora, em beneficio daquilo que clas poderS0 ser, um sree cairem nas armadilhas que 0s desejos dos gran ides para elas armam. 'Nio, Gui, fique tranqtilo. Esté tudo certinho com youd. Sio outros que deveriam ser ligados a fios eld. reer né que os seus olhos piscassem como se fossem Timpadas de brinquedos eletrOnicos © PAIS DOS DEDOS GORDOS (1) Vivia num pais dstante e céu cor de anil, um pore pobre e feliz, que na sua pobreza tinhe tempo e oto Pepe cantar, brincar, fazer versos © experimentar cm Patel artes eaquelas Ciéncias que faziam alegre o st sage. elles também cram 0 ree a rainke, mit series e que esperavam, para completar sta flicide &E, Sntscimento de uma erianga. Nasceu uma mening a, mansaefofa, AR! Ela seria ais belt 9 {lino mais amada.” B, para que nada Ihe acontens, GSnvidaram. como madrinhas ¢ padrinhos 2° bala todas as Faas e magos do reno, que com OSs tamentos haveriam de envolver a eriancinha com om ee protean Igvorram, € claro, & bros vada que vivia na floresta negra. a ‘Quando ela soube, pela letura das columst Se aque havin sido desprezad, tee um aceso rr, Fisou vinganga, _Mandou 20 palécio seus cO*¥0S —<$<—i@-— aque verifcaiem se haviaalgum ponto vulnerével nos en- | aus Jrentos que protegiam a princesinha, Voltaram de- Samira? °O. corpo da princess esté fechado, Nada seroma Ihe pode scr Tito. 56 existe um lugarzinho. Es: (heceramse do dedo ‘seu-vizinho', da mio esquerda Gina deu uma gargalhads: "Mais que suficente, Jor Aieruma praga que faré com que o rei ea raina se faci dam pelo resto de suas vides. Aqucle dedinho v Gemrosser, engrossar, engrossar. Eno haverd remédio aque cure, F ssim foi. Ea malvada sinda mandou dizer, por mensagem no bico de seus corvos-correio. O rei e a rai rar faram tomados de grande afligfo. Chamaram fadas 2eeagos, Inutilmente, Bruxedo ado se desfaz. Vieram tan cirurgides plisticos, invocaram a homeopata, fi- ‘Trram eompressas de confre, apelaram para 0 poder das Firdmides e a meditacio transcendental. Em vio. Pobre Princesinha. Seu dedinho virou dedio, grotesco e verme- {hso. Nao podia usar aquelas lindas luvas brancas. E nem os angie reais, Também no podia tocar piano, violino ‘ou violdo. © dedio esbarrava © a nota desafinava. Cho- fava a pobre. princesinha, inconsolivel pelo ‘seu-vizi tho’... "Quem quereria se casar com uma jovem de de- dogrosio? © rei, desesperado, chamou seus sibios © pediu con sti. Foi enfo que, um dees fe senstaponderago! 2a, se nfo 6 porsvel fazer com que o dedo da prin- czsinha fique igual aos dedos dos outros, & possivel fa- z2r que os dedos dos outros fiquem iguais a0 dedo da Drincesinha, Ao final, © resultado sero mesmo. Nin- suém terd vergonha”. que Py fou encanta, E logo chamot os tenios «foram encarregados de viabilzar a solugio. © 8 decidiu foi 0 seguit oo cited seguinte: 0 rei promovers, anualmente, le para o qual todos os jovens do reino esto con- n 70 Tnfeliamente, nem todos poderio ser adi vidados ‘ a orgs hs tp aa i pars ne le age Maes, poucos ob cacolhios, oe, Bin Seo sna, peo Matos slo ot he ecompesads: empress cl a ea s uelcomo marido, futuro rei. © eritéio para na cs mil que, dentre todes, tiverem 0s mais anand miso? Orla edo ara ae aja signe inh’ dk i elendicos mo vets tate, ®t tes dds, © Compe pale, Os oe era opusram ot na a es vas eomclre» bog oe I goon Todor compreenan ge De ene 91 umes verlares © ote 0 be oto pare BS var gronira dO “svi we da mio exquerda. Cessou a antiga alegria inconse ts ose debarm Se pear ace sen deo tengo no edo. Ese aba Sen es ama 0s Sh Pin fate Ps esol pena Pet forse. Os. estabelccimentos antiquados, precupedat ee cane epatinoseis sm sat. “A So ci asa os pals, xen, Fe eas press. Es gue proyreda «at aa rd co nroduiram at cease 343 ce Mae poss. Masts, iterature, bring artes © Ciéncias que davem prazer foram todas sposens’ Bae 6 Ge impva em pant no vestibult © ‘ulay so conava' posure do del ; EE foi assim que se criou uma nova filosofia a a ‘cago, ¢ coisas novas, cursinhos que viam tudo pelo fio eteundoo Obie de engrossar os fos cram cavities.” Os pate tral fag ives lvave mas rua "Pa feds placa 0 eal iba. Ed 0 ——_ oh, Deus, sjud © meu filho para que ele tenha discipi- tne e'se-aplique para que 0 seu dedo engross: Mus, ano vai ana yem, & mesma coisa aconteca ‘56 mil entravam. O§ que ficavam de fora se punham a Sthar para seus dedos gressos. Aquele era o resultado Grianos de disiplina e privacées. Serd que adiantou? fF pensavam nas coisas perdidas, nunca msis. Dedo gros serinatl gordo de abstengées e sacifcios. Ar coisas Re davai prazer haviam sido abandonadas c, agora, ex ANeim sem © baile © sem o prazer. A suspeita era de (ju haviam sido vitimas de uma grande burla... A cada SRS fur passava, aumentava o niimero de jovens tite. Nunca entrariam no baile. E o pior: estavam aleijados mundo se havia transformado num gigantesco dedo ross. Era como se um pedaco da vida Ihes tivesse sido Bribedo, iremediavelmente, O.passado nio se recupe- Ta Por todo 0 Pals, a nuvem de tristeza. Os téenicos fgeriam que, talvez, com t6enicas mais eficentes, a qua- lidade do-ensino poderia ser melhorads. Dedos mais rots, talez...O tnico problema & que 0 tamanho do salao de bailes continuava o mesmo, dentro, a situaglo nfo era melhor. A princesi- nha nio se decidia sobre o seu cleito: “Pai, eles si chatos, $6 sabem falar sobre dedos grossos. Preferria ‘um mopo de dedo fino mas que fosse alegre © pudesse sme alegrar (© rei compreendeu, repentinamente, © tamanho de sua estupidez. As vezes, 0 amor & cego © burro. Mandow sess arautos de novo, Pas afora, dizendo que dal pra free ninguém mais seria jlgado pla grossura do dedo ‘que importaria seria a alegria de viver. E ento, como ‘we por encanto, o Pais acordow do seu feitigo. Ninguém ‘ais procurava os cursinhos engrossa-dedo, que tiveram de fechar suas ports, Os pais mudaram suas oragdes, Pediam @ Deus que fizessem alegres os seus filhos, pa B #8 fe Yaram de fsa os seus dedos “seus, ‘scl paa aber ds cola bla © ovens go feriam. Os poems votaram a sr lide, os meee Gavam eam Sus Ts © ies em dore i: ee Gita, ds Cnc a ele ve dedicat got ‘ne Ines devam pre. is O salio de festas continuou do mesmo tam sua sombra sinistra jé nfo mais enfeitigava juventude. Mesmo os que ficavam de fora mh. Mia a0 ds Morin pone aban que tna allo eaeenue defects mat be 'O tompo no taiaTaan, ©. © passado nic tinha sido indtil. ttle! Eo rei, olhando para 4 princesinha, feliz, cantarolava que 0 que importa’ ¢ ‘que cada um “da alegria seja um aprendi2” E 0s mogos tomavam seus instrumentos dedilhavam 1s cordas. E no havia dedos gordos que atrapalhassom © PAIS DOS DEDOS GORDOS (2) Em pais de terremotos a solugéo definitive para 0 perigo dos dessbamentos € acabar com os terremotos. Mas enguanto nfo se descobre a mancira de trangiilizar 8 terta 0 jeito € ir construindo casas de bambu e de papel para que, quando tudo despencar em cima dos que estéo dlormindo ninguém fique machucado. © que vou dizer sobre a educagio no pord fim aos terremotos mas pode contribuir para diminuir © mimero de mortos ¢ feridos A ‘ese € simples: os exames vestibulares se encon- tam entre os maiores vilGes da edueago brasileira. Set poder de aterrorizar e intimidar é maior que todas # nossasfilosofias © portarias, empacotadas..... Se cOns® guissemos maté-los © enterré-los, os estudantes volaria® 4 sort, dormiriam melhor e aprenderiam mais. S¢ #9 te —_ for impossivel, pelo menos castrar e domesticar a fera, (era que ela possa ser cavalgada sem perigo... Vou ten. Parvcaplicar esta wfirmago aparentemente cxtapafrdia. 1. Primero € & mentira do nome. Diem que & um came vestibular. Vem de vesbul, que lugar de Givada. Entads claro, para » Universidade. Porta que tbe para frente. E aly enganados pelo nome, ao emo aqullo ge eles fechem para ts. Apreser- mse como ledes-dechicata, que sida com oy atl te mas no contam para ninguém que, a escondides, sevrorzam as rlangas peguenas. "Os vesbulaes vst fam a fantsias dos pais rondams os jardinedeinftnci, tounclunse nos anos de primero grat, J no spundo frat tomam conta da alma edo corpo Sos menos: To SP mundo jé est slejedo, “Tudo comegs com of pais. “— Meu filo, que € ue vood val ser quando ereseer?” O garoinho ainda est Brincando de cartinho de bombeiro eles ji comepam a perder 0 sono, pentando se flho vai ser caper de pas Sarno vestbuiar ese eles tro capezes de pega as men. salidades dos cusinhos. E-€ porque a angistia tomou fonia da sua alma que se afligen quando tam que as ‘icolas no pert 0 silent, nto desenvalven © ee Piro indivdualista de competgio e de deixar 0 outto ara tis, e gastam 0 tempo com atividades supa, Supérluas sio as aivdades que nio se acumulam como um capital que vet a dar ao estidante una vantage sobre 0s cures, na hors do “vamos ver". Todos concordam: 6 necestio que a escola db uma boa base gos seus alnos. Mat acho que ninguem pense boa base em termos de pratt, legis, esprit com iva, sentiments. ganerosos © humanists, enibilida de antiica, Estas ao colar boas para vida, Mas no isto ques pesoas tem em mente ao se refeiem Ata 5 ‘Se tomando priticas comuns, para que 0 alune i> CE erp ae aper rt i cua! wiles di es or mes teguie o re 2, Concluimos, eno, que quem esté detrminan deo of rumor da educasio brasileira & 0 grupo de pesos aque tem 0 poder de dizer como € que o vestibular va fer, $6 existe uma populagio que esti livre deste rorismo: aguela que sabe que nunca teré condiates chegar até a Universidade. Com esta gente pobre eno se poderia pensar num proceso educalivo coms ° "2 fibular nfo existe, pois que, para ela, ole mo exit de fato. Os outros, que pretendem o saber university to t2m alteratva, tm de se colocar de quatro: ede she como as empresas fazedoras do vestibular determina aque devam ser educados. = wo mesmo: emprests fazedoras de vestibua os enti que determina a fit stein educatives, por scaso? lat ta xm Sp ereos empresa, de produsSo em yo gue WA quests dever sr eins de tal manera que smu prndor nao se contends, scthas cles (2) compas ma resposta cela Para qué? Para Ue vendo afeet cesar de mania wnforme (eine S.guintnet) rptamente (les economia) winemgcamamos que 08 050s ni sabem escrever depois Shor ecrver se este ato € supér iva? Saber ata ema ver com uma atitude da pessoa que acredita ‘Sr aper de rr clas nov, Mas @ to gu o vex Merri as reposts ceras Jf esto prota, com tals 22 jo implemen iene ls, Que € Fea iMtomado a vide nteira no apenas nfo stbe esere- Ser como também néo sabe conversa. E ainda mais: Ueaprendeu © que sgnifiea fazer Ciencia, Uma profes {Sre'minha amiga me dzia que os piores alunos no seu Campo do saber exam justamente aqueles que tiravam os primeior Iugees num dests cursinhos que trombeteiam Fat virtodes pla televisi. isto porque tai alunos no podiam suportar que o cents viva freqientemente diane de alternatives ncertas © de opjes néo testadas. ‘Sua perguna inevitivel € sempre 2 mesma: “— Mas, profesora, qual € a resposta cela mesmo?" Ou see: cuando aparecer a pergunta, qual € o quadradinho onde devo por 0X"? Reduzidos a condiges de ratinhos na czina onde s6 hd comportamentos certs e errados: ov ‘comida ou 0 choqve, ou a aprovasio ou reprovasio. Iso es nor ais Eirexames?” Ser thon is cusinhos cantam glories © poem os ret 08 (iso mesmo, retatinhos. ..) dos. seus aprovados 8 TV. “— Conseguimos abrir as ports...” Os pais em champanhe © se congratulam. Os mopos raspam un CS) comsconnct aust tama triunfal celebragio. Sugiro, 90 contririg: COM Ae ee fr are da ase HE te aah edears ane ae Oe Be se leet eo ae cao ee ee ecard dee ae Qepressa possivel, Dentro em breve nada mais ret ‘acusatérios dos pais. O dinheiro perdido. me AS resting nagdes. Eo terrivel sentimento de derota. Como sey, vide a ee aes oe Ae ee ee eee ea ee ee © PAIS DOS DEDOS GORDOS (3) Um amigo meu sugeriu que uma boa alterativa pe | rao5 exames vestibulares seria um sorte, Cade cand dato teria um némero, Os resultados poderiam apareet junto com as listas de premiados pela Toteria. Ache ae fou: "Absurdos sfo os vestibulares. Um sorte i muito melhor para todo mundo. Pense um pouso © '* ‘ei que voeds devem estar imaginando ave st riolado deve ser o pai de algum aluno vagabunde & fo, que munca iré passar neste vestibular cose sf (. Ou, mais provavelmente, algum aluno ® = SS: => do, Mas ele ficou sério e sce soe sous amulotes © bonzedures orga. Ervaram. efi fe sem fazer forse, Eerarae nado a pesauist, € 4! vio, acostumado 2 we rig, esata. Ciencia. APOS normal das pessoas et se leo misiy mole. Porgue tal proposin oo Pose eda E viriam as expliasoes ee co nes injustigas. Gente Prineio, © sorte faria enor . ict de fora e gene Burra entraria, Pie, int fan ficaria de fora e gent PFeBuiOss = ete croioule est af, do jeito como é, para garantir fe a jstiga ela eit. ‘clam diso, todo mundo sabe que © ensino neste Pals tid um verdadeiro descalabro, So 03 préprios exa- Pas ci pulares que revelam a ignordincia da mocada. Vesibular apertado, diffe, de alto nivel é um jeito que wUniversdedes encontraram para corvigir o fracasso da soca. com estes dois fulminantes argumentos, que qual aver estoa normal reconheceré como dbvios © justos, a Conversa sobre a proposte do meu amigo parece ter che- Go ei no. Vou pedir a opinio de ou der ofiho pata a Universidade. Fensou que, fazcnd tuat hors exit ali'e umes economy aul, Sede ‘juntar 6 dinheirinho para paga as aqui, poderia delero megs ra pagar o cursinho. Ele acabou aces eae um dle Vela 6 0 seu roxio. A we ve "Ea, qoene nunca poderé pagar desanimado, sem intereioe, “ Qonae, Ele me otha tear, ee “E que Sees er an rinse 9 =—=— wie pe, perpeo, del at 0 edo op sco Te fam ot ¢ perp, “NP SS ha oper? E, eee go ae of pobes tm HE dry Pra cies, 0 sorieio & uma esperanca, talver a nig ee peranga, a bee ida, que 0s Paises ricos e beneve se a a cd eee hares. Im Jentes, comp © alimento, nr ids de que o teste € obevo. sti margem a via, NOM Fear inure ds usa? tls ‘Jenados a ror eed Bios @ ch Bem, nlo hi di hi dividss de que no deixa mar dividss de que todos podem veri tados. Mas quem ousard felar de corrida encobre uma injusti¢a que ‘mais fracos foram, dz antemio, condenados [Abt Sei que vocts concordariam em que um SF Sic jose ta é a situagdo do vestibular: @ aparente objetivie reeutralidade de todo 0 processo esconde a inju- ‘ometeu no inicio. Os pobres sio climinados {isa ee corida comece. Claro, sei que nada os ime ARE dose insereverem. Mis, como poderdo competr pete Je outros, que durante um ano inteiro se locupeta cont ny as dictas especiais servidas pelos cursinbor? A parse wna onlay Comoe Se ae P- demos pagar, tivéscinos articulado © seguinte argumento: see tines o saber mimo necessirio pars a admis. ie has Universidade, (E claro que nio é o operério que fas nso.) Fazemos com que este saber seja superior vete ministrado pelo segundo grou. (E ao fazer isto in- wgmos 0 progresso da Cigacia e rigor como nossas Testemunhas...) Criamos cursinhos especiais onde tal {aber é ministrado, Fazemos com que os seus pregos fsjam to altos que os pobres nio possam pagar”. Ess, asim, terminada a primeira fase, eliminatéria, dos exames vestibulares: os pobres ficam de fora por in- competéneia econémica, Os sobreviventes estabelecem Eritrios objetivos e justos para dividir entre si os despo- jos. Porque, como disse Santo Agostinho, até mesmo os Tadrées tém um senso de justga para com os membros da 4quadrilha a que pertencem, E, sim, em nome da justice do saber, chegamos 4 este magnifico resultado: os que podem pagar entram nes Universidades. gratuita, enquanto que os que nio podem pagar, se desejarem estudar, to de entrar para 45 Universidade particulares, pagas, cin feabd, Minto de Mins Energia ¢ Man ‘ licaram matéria encantadora, com 0 titulo ‘0 Vestibular ao Alcance de Todos". Deliciosos sio 0s fomethinhos: “Néo se exquesa de verficar periadicamen ‘24 estado de saide (...) Tem dormido oito horas a1 de tiga que se a te rr por dia? (...) Reserve algum tempo para a pritica spores (...) Vé ao einema (...) Pensamento posing’, E ‘termina com esia coisa: "Manchete toree por vost Camel fs pose ose plo amengo ©) Sa | tos, a0 mesmo tempo, em partida decisiva. Ou ndo sn bem o que &0 vesibular ou esto mentindo. Porgue | hh algo que ele no é, € estar ao alcance de todos. Iie seria verdade se, 20 invés do vestibular, tivéssemer 0 low. © PAIS DOS DEDOS GORDOS (4) Continuo perturbado pela idéia louca do meu amigo que sugeriu que os vestibulares fossem abolidos © subs tituidos por um sorteio, Todo mundo esperneou 20 ot vir semelhante disparate, exceto os pobres, que deram risadas de prazer, perguntando incrédulos ‘se de entio para a frente haveria uma pitadinha de esperanga para fs seus filhos. .. © sorriso dos pobres me conto que © meu amigo nio estava tio louca como cheguct a pen: Foi enti que os diretores dos cursinhos, puxando 6s pais dos seus alunos a tiracolo, fizera dlo, em nome da educagio d mogada e do futuro da oa TM: E esereveram Li, em papel offeio, datilograte: Nis sbno auinalos, eucadores € pals de alunos, dese Jamo ctrvimie misao mais so repo ome text Wie ‘espoosivel da substitlgan dow elaine, vestibulaes for sorciog, EN rate do Somenn eto at pesca decay ao en fe gue pando dan venue etd ad Vee ea {sar "Dest, asin actu da eae Bo Poel a» ~ a Fiquei impressionado com 0 argumento, Fechei a “Tratei de investigar a questo. A se acreditar no tee ao abeito assinado, teramor logieamente decom ciate ‘Quanto mais frouxot of vestibulaes,plor a edu «io. Quanto mais apertados os vestibulares, melhor a ceducagao. Pus-me @ campo, para encontrar as evidéncias empi- ricas que comprovassem tais hipéteses. Mas o que en- ccontrei foi exatamente 0 oposto: a educago tem estado piorando na razio inversa do crescimento da difieuldade fos vestibulares. Se nossa educagio chegou aos niveis baixos em que ela agora se encontra, & porque os ve tibulares chegaram, inversamente, aos niveis altos de ficuldade em que estio. Se isto for verdade, teremos forgosamente de con- cluir: & necessério que s¢ eliminem of vestibulares, para que a educagio possa melhorar. E muito fécil entender por que. Ti conversamos, noutra fala, sobre a sombra do ter- ror que os vestibulares espalham, até sobre os menini nnhos do primétio. Eles nunca ouviram falar de tal coi- os pais jf... E comecam a perder © sono. Claro, eles quotem © melhor para os seus filhos © estio Uispostos a fazer os maiores sacrificios. Imaginam a tr teza das reprovagSes sucessivas, 0 mogo se sentindo um fracasso, E nem querem, para si mesmos, a vergonha de lum filho que nio consegue diploma, e tem de passar a Vida como caiteio de loa ou representante automo... Para evitar tal futuro dotoroso, tratam de comegar Melhor prevenir que remedi cedo, aN a pate do priate ano. As cies ean ll recer © melhor, um extra que as ULFAS excolas no fe. wet © eMechamente tortard or detor Sov tela rete ateulosos que aqucles dua “outras” cscolna,«. Cl ni aye feller sate tule Claro nica to's Teme do herdl, een, pela Janeln, as pipns voando) Frum a lege daqucter Goo. albo eageronda Ef rede linha» Mine os pols-nn n coneci “sl Alever cumpride, A ewola dy Pent? Claro que & methor, Nie me stines mnesitcon, Tenn de penne wf (over. 1 a evdangns arent toro de ponies minim © Thea de weuperagi, ogo que © mundo gira om fe quem sta pip TE ales feria Vu petgunto, com honestidade: evdangas ap voee pusesse un ratio ia dos choguet efettivos © pedagos de quetjo; © se na euisinh houvesse toma barra que @ ratinho tem dle aprender a salary sallar ganha 0 quljo, se mo saltar se tal barra fcasse ead dia Voces acl adoro a gostar de estudar?™ tun ehoque; um pouguinbo mais al vooés acham que o tal ratinho gostaria da coisa? Se toulesse falar bem que ditia qu pre rosa, sem ansiedade, sige, misturado com miedo Mois & com medo n tua. e anil carunchaaks ea celta comer que wm aprende a postar de Eo prazer de estudar, rnvent " ag, {pe inst pine t hor até sobre as através da ansiedade dos eae — Mas vein 96 08 sallos exteuoninérioy que ele slat Ao que eu retruearia: fon Vell 0 seu plo. Hath eri Quer que nossueducngio melhor t uulares © on eursinhos como res pela situngio ealumitosn n que chy Houve su we ficou aborrecklo no ver que todos n cara (ristes, Malxou um decreto: Quem io ficar alegre itd pura-n cadcla, Fol entho. que 4s pessons fieuram mais trstes ainda. © rei pos os lee {es a cadeia, para que aprendessem, AC as sts esposne f filhos fi © rei os pds também tna exude, wior cra 0 rigor du let antiristezn, Quando os vestibulares acabarem, entio a mogada Poder reaprender que estudar € tio divertido quanto em. Pinar papagaios 85, © PAIS DOS DEDOS GORDOS (5) Ganhei um guardanapo de papel. Um amigo me ‘dea, como evidencia de crime, Carlo de visita de um ‘eurinho, com uma mensagem. Ele estava tomando u ‘Cervja com tns amigos, num parénteses de descontr foi limpar a boea eo encanto se quebrou, Esta Ail Hi escrito coiss mais ou menos assim: “A cervejinha esd gelada, O papo esti gostoso. Eo vestibular esté che fando". A cerveja ficou sem gosto, 0 papo se esvazioy ft amiedade so ssentou Enganamse os que pensam que os cursinhos so on uvivaoes estore deicadss ministrar um saber ava favo. Ente as disiplinas que normalment:serem em Svas dias encontrase sempre a ansedade como fempe ro gatio, F que cla € parte interante das Turns que Iomtecem em voll dos vetbulaes. Sem 0 maga Re {rad nsodade ces seria eventos bani, mm importincia, & 2 ansiedade que Ihes dé sva dignidade cspecfiea, qualidade quate relgiosa perante a qual dos se corvam, sabedres de que alse jogs com 0 sete do da vida. Dai 0 sew poder pare penerar no como: aque fiona barsg,o» lor sobrestaltados no meio do fone, os olhos aberios que se_reeusam a. dormir, 8 dinmsias, a agresividade que gostaria Je qusbrar muita isa ee contenta em apareer domestcada sob a formt de uma der Claro que a ansiedade & necesiria, Que outa emer so seria capoe de obrigat pais filhos a tamanko solr Inenlo? dicta no se easteraa pelo sabor Nada te em comm com © aprendizado erica do paladar das Gols gue a fantasia culindiapreparu. Dict ds gus, 86) gor, cozinha de tropa. O corpo diz nfo, rfuga, vomita. Mas (0s sacerdotes dos vestbulares, nos seus aventais brancos, declaram definitivos que eles sabem © que € melhor pars a salvagao dos necesstados. E invocam todo um paseado {de monotonia dietética, Aqui quem come 26 do que ‘gosta fica de fora. Fora com esta doida filosofie culind ria de educasio, que lige saber com sabor. Exemplo mais edificante € o dos gansos que engolem tudo o que os seus donos enfiam nos seus papos, via fun, $6 um pougu rho mais. O corpo se contoree em revoliae, sob cond Ges normais, diria adeus a tanto sofrimento estipido, ‘Mas nio faz isto. ica, aceta 0 funil na boce, engole ainds paga. Como explicar tio esdrixulo comportamento? A res posta se concentra nesta criteriosa e cientifica adminis. lragio da ansiedade. A psicologia ajuda a determinar os ‘seus niveis étimos. “Em excesso pode provocar bloguctos indesejéveis. Mas na dose cera produz aquela saudével situago em que desaparecem os parénteses de descontra so. E tudo se mobiliza para um dnico fim: engoli as dlictas sem gosto preparadas por quem sabe mais. A an siedade tem este estranho poder: ela torce o corpo ¢ 0 ‘briga a fazer coisas que ele nlo deseja fexr. Forma re. finada de tortura, Nilo, nio me entendam mal. Nao foram os cursinhos que inventaram isto tudo, Eles simplesmente constata. Fam e fizeram uso dos ingredientes emocionais que ja se fencontravam misturados nos vestibulares. Lembrome de uma adveréneia que se encontra numa porte de pri- vada, se no me engano em Ubatuba. Quando 0 jover, Se assenta no trond, para um momento de concentragio Fisiolégica, sua atengdo € atraida por duas linha cuide ddosamente escritas:"Enquanto voc? esté aqui cegando, ‘hé um japonés estudando..."" Adverténcia que, imagino, 87 _ Pa be provoca reagdes imediatas no perstaltismo intestinal, oy pe diregdo da diarréia, gesto de desprezo para com g fnundo, ou na diregao da. prisdo de ventre, que concord obre a inuilidade de solides fisilSgicas, face a urgén, ‘A ansiedade comesa com os pais, Antigamente a féemla se resumia: "Posso morer quando a minha fhe feast ¢ quando 0 mou filho tar 0 diploma”. Em am. tos ov cats, gaantias de um futuro, sento feliz, pelo me. rs seguro, Casamento e diploma cram certezas de que ‘io falaria nem o dinero e nem a dignidade. Ter ung filha soterona, antes de ser um problema econémico era uma humilhasSo. Quem rejeita filha rejita © pai e a rie: incompeténsia genética. J& uma filha bonita € nip sé porania de um bom casamento, como também um teunfo pessoal. “Ela € minha fitha", diz 0 pai orgthora, Evidéneia inverda de pedinés impecével. Afinal de contss, & pelo fruto que se conhece a frvore, Ter umn fe Io doutor era mesma coisa. “Puxou 0 pai..." 0 Ye Iho sori, vendose relletido e realizado no diploma do {ilho. Jé-um filbo bueeo era uma tristeza sem fim. No terminou nem o gingsio arranjow um empreguinho qual quer... Ba dor erescia quando as familias se reuniam 6 oF mais afrtunados comecavam a se gabar dos fete dos seus rebentos, Acontece que os mogos também caism ‘as malas dos pais, echegavam a sreditar que els eam para ser medidos ou pelo dinero que tinham ou pelt diplomas que podiam dependurar na parede, Dal 0 cOF ‘ume curioso de ir colocando os diplomas ¢ os eertiflee dos em quadtos, pars que todo mundo fique sabendo o> mo a alma & bela... Ser eprovado ¢ ter atestado de Du ‘o, vergonha para © pai © a mle, vergonha pare si me ‘mo, que fica para trés, enquanto os amigos vio passand2 cand nn ue mn vo pad = ie ede gcraen sxe da snide Ox sa pai como sivas apa. pavsiber tise anaes Fides co enversahtdoe Or mais paws’ genta Smetsam, © que bom, porque exinam ceca imogo 4 que oda J4'co mas tfiadoes tie Tes de psclog, sone enfant a to poskiva Voc fode™. Eo gebie mage at nar ‘bdo, imensameni #6 ¢ abandonade, neeba ee tinguém enende a armada em que ns Ensen okes Qe nfo ht sluin. um log ds carat oe ee tsi tnddacs pore medio gone ey ths dls mil novecenon ¢ der tebe ete oon So impora qo niger ces sum, une dos tena Cll acina Se 200." “haus hey pemanece sempre mesma, ‘independent ae ese, Tndepenente do aniedade'A sna one ns Seder verde € 4 ditibuigto deta mame dor As toons Ge se rept, opal comesam ts lr 4 Renae pemando magia gue deven ter foto decade's a Pesta a oir ov ios convencido de gue ace seo fogasem scabaram por puta. os ose coteran soar opal, por Raver eecee se ee in expecnivay, ease dare sl meimo, por nis sees Sapaze de pata, como’ pour nornadoe “Den ‘de eel eno gue somene um so pera ine finado cosa que cious tanta nines ent Pls ef thor, mistrade com 0 tenpero tao dr sledade © que nto scoteca we ele prope fee dagucle me ami: = Seria melior um soto. Sortei, Depois deo filho ter sido rejetado peta ter. ceira ver pelo imprevsivel da role ‘ele, com muita amizade, e the dria: a" — Fitho, que inustca esté sendo feita com a gente ames tomat uma cere? Ninguém se humilharia. Ninguém se orgutharia, Os vestibulares instauram o 6dio entre pais e filhos, Os sorteios trariam de volta a amizade. MESTRES E COZINHEIROS 1 se acreitar em entendios em coisas de cur inndos jf devo tr sido connbsiro em alguma vida pa fala. que tenho un fescinio enorme elas panels, pel foo, pls tmprose porta a broxria qe sam free mus ocnhas, pas produio. das coisas que so tous pura o corpo, Nio € 28 umn questo de sobreién: Gia Os coxinhtros dos mess sonhos nfo se paces com epeilis em deca, Intresseme mals o prazer que aparece no 10 curio sorente de gum que tra a tampa da pe ia para vero que eté Ik dentro, Minhas eon, e@ minha fantasia, ada tim a yer com estas de hoe, 0 derns, madras sem a memdria dos eons pans ¢ dat ear que ve deramaram, tudo movido a bot, te de mictoonds, ads a jogos eras prelimi ephr, chaar, belicar, prover, perfurar-. Two te pido, tudo prético, tudo funcional. Imaginei que quem Sim tata ciznha, no amor deve oracle 28 false pins, guano mals depen melhor, hi xl mais importantes ve Tur, Como aqule vended con vo, dn ern do "Paqueno Prine! pil Ir aio filtzo & uma perda de tempo. Com a pilula mina © perda inGtil. "— & que 6 que eu fago com @ ow 0 Principezinho- « Voot faz 0 que quiser”, rspondeu 0 vende- dor. “Que bom! Entio, € isto'o que vou faze, bem devagarzinho, mios nos bolcs, alé a fonte, beber gun..." ‘Quero voltar & cozinha Leta, exética, lugar onde a quimica esté mais préxima da vida e do prazer,cozinha velha, quem sabe com alguns picumés pendurados no toto, estemunhos de que até mesmo as aranhas se sentem bem ali. Nada melhor que o contase. A sala de visitas, por cxomplo. Lé no interior de Minas, faz tempo. Retrato silencioso oval do avd, na parede, samambaia no cachepé de madeira eoverizada, ports bibelés, x cadvres,en- cestos verticais, 90 graus, para que ninguém se acome- dass, capas brancas engomadas pra que nenhuma cabe- a brihantinosa se encontasse, dizendo em siléncio est ra hora, 0 “ainda & eedo”, na hore da partia, junto com 4s recomendagées a ta Sinhé (porque toe familia tinha de ter uma tia Sinhé). A‘ a porta fechava, ¢ ainda reco ‘mesava, na cozinha ‘A porta da rus ficava aber, Era 26 ir entrando. Se nio encontrasseninguém no tnha importnes, por ‘que em cima do fogio estava a cfeeira de folks, sem- pre quente, para quem quiseste.Tomavaseo café jase mbora, havendo recebido o reconfrto daquela cozinha © acolhedora, Ea dirla que a cotinha € 0 dtero dda casa: lugar onde a vida erese © 0 prazer acontece, ‘quente... ‘Tudo provoca 0 corpo e seid adormec ts acordam. S08 cro db uma de gordara tsimada, do po de qusjo ue eresce no form, dos tem ade amubsancian, os gx, pounder dentro Ao ate. cio, alo apr onde mre ala i san fi, nunc igual, presenea na ponta da Os pcr i i os Teen “| > Va 4 FP 1. sao ido cope da frture oF alos aprnden llr‘ gator dv ors at corer gu tga | er corina: al se apende a vida. & como umn excl em que o corpo, obrgado a comer para sobreviver, acaba or descbri qe o prazer vem de contraband.‘ purg Uildade alimentar, coisa boa para a sade, pela mapa ds culniria, se torna arte, bringuedo, friglo, slegra, Coxina, lugar dos ios Pens enti s€ no haveria algo que os professres puikssem aprender com os corinhcitos: que corinha fo Sera anecimara da sala de aus, © que os professores tvessem sido anes, polo mengs nes fanasis © nos deve jos, mesuescuca, specialists nas pequenas coisas que {exam o corpo sari de antecpasto Isto. Uma Filosofia Culinéria da Educagdo, Im ne que os professors, acostumados a homens ise, sem cheiro de cebola na mio, haveriam de se ofender ensando que isto no passa de uma gozapao minha, Logo me tranaitize, ouvinde a sabedoria de Ludwig Feuerbach, a quem alé mesmo Marx prestou atengio: “0 | ame ¢ aguilo que ele come”. Abaixe Descartes Nias sloras ¢istinas podem see boas para o. pensamenta, Também bombs stmiens e as contas do FMI alo boss Para serem pensads, $6 que ndo podem ser amadat, Mo (Em gosto © nem cheiro,€ por isto mesmo a boce nie 45 saborei © ndo entram em nossa carne Imitar om que reper at coisas bss e ensinam 0s sabores. ie E preciso tquinho, e fiear ali, temo, para Fata sllenciosa do gosto e do cheito. smuneiar © chiro: pr estas coisas ‘que 0 corpo escute « Expliear © gost, 92 a de nada vale; & precio stpnca, citmciasaboro Cites ccaminhar nt conaba, ete Toga de eeberan 2. PaCscinheiro: bruno, sedutor. "— Vatwos, prove, vole tor ut bom..." Palavas que nfo trnontem tubes, mes pa te Ole ore eee "idm dn pala. E indie Com el aie tole seve ine sue alos por meio de ete de miltipla eal, cede come ars nous poo ec tom suger.” Lembrome do mer Saris, eet tho sm for conheido, que compreena que ido Cone seresta elo amore, ligeamente exci, ete mes fee aprendin que € af que sr pode ssbonian ony tuna Telelgbo cutarccn, on Pelee eso meee fm tom a oa props coca 2 lio dis € que o razr do gosto € do chiro no onvivem com a bariga chia, O pst ess em tne Be'peauonas abtengoes, ty provas que s6 tos ne fr E ai queo corpo val ee desnbrinds como ent ade mmaravilhosamente politica na sun infindavl oe pacidade para sentir prices nfo penadon Ia ov io Ingos estas pe into razr pedem 08 geting © sono ¢ obesidade. Connhios de topn nade saben sobre prase. A comida se produr ts donna de gue les. Pouco importa que os copos sar, Comidn co, Susvl. “Que os corps continaem a marcha hlhey & fone pilus. Abolao da corn, aboligo do hae 2ers pra wilde, aero de fai. "— Estava boa a comida?” "— tims. Com um quilo © dusestss grams..." Equagdo desejavel, pela redugso do prazer & quan tidade de gramas. Nio deixa de ser uma Filosofia... Co- ‘mo aquela que desemboea nos eursinhas vestibulares © jé Se anuncia desde a primeira série do primeito rau, Nao Se trata da erotizagio do corpo. Para a engorda tais sen. ae ” sibiidades séo dispenséveis. Artificio na eriagio de gan. ‘ilies cise igaon res: ana eee | ae or all's comida sem gost. Aina, por gue i | imi oem om me nvr a ee oe ae |) po vestibular a. ihe Entendem por que eu queria uma filosofia culindria I omer saccn cose mea seal |) como modelos. | MONJOLOS E MOINHOS A ular pelo corpo que temo, somes una epic || ue dea er despre da fave Tees hare re ee ct, deleadinha, que nfo apenta ne squeal rem fio’ no poe ter comparada nent com of Invelies |, Gn df on ou cma nde canon me | Ole ara sues tna, Para get {i ar sujeira, crescer € quebrar? Claro. Aue pera cogar alguna mordida de earapao, essa que tem fegvel alo eco, mas pouco contbut para schrevinéncla. Veja, por contrac, um tats cavando ® sou buraco, Sua uni abo verdadeta evades, Ou 0 {alos © parents felinos, com unhasnavalha que rasgam © couro mais duro, dos ta ‘As pernas valem também muita poueo. Os prod ios de um Joio-do-Pulo no podem ser comparados #0 Seriiano ds pugs, dos gatanhotos e dos eangurus. 5 ® qucstio € corer, qualquer formiga corse mais a pé 60 ‘445 wm carro de Férmula Um, guardadas up devidad pr on ee ee el; en rm a, vt cea, ectins men scree Eo Sin «te oy fre pio i b haley eee ease wel He causa da velocidade das pernas, organo s Gerba oe Inteligéncia: palavra que so presta a confusses. Al. Buns pensam que € uma coisa que uns tém mais © outros ‘menos, Coisa parecida com gordura e altura. As pessoas ‘etiam gordas ou magras,allas ou bainas, ‘eliggncia ow pouea. Ocorre que no & bem assim. 14 tipos diterentes ineligéncia que nio podem ser misturados, Até inven. ‘si uma estoriazinbe para lustrar a questi, aa * —_—__ = Ere uma vex um povo que morava numa montsnha, onde havia muitas quedss d'gua. Moer © gro nop pildes era uma dureza. Um dia, um mogo coberto ge Suor de tanto trabalhar,olhow para a queda d'égua onde fe banhava diariamente. E uma idéia o iluminou comp tum raio: acabava de inventar © monjolo. Foi aquela re Yolusio. ‘Tudo mudou. E logo surgiu um grupo nov de profissionais, mecinices ¢ especalistas em consertay monjolos. Isto’ eles faziam melhor que © inventor. ‘Acontece que uma tribo guerreira invat faquele povo teve de fugir para as planicies a beiramay, ‘Com mito esforgo levaram seus monjolos, indo deseo. brir que nfo tinham nenhuma utilidade 1é embaixo, ja que nio havia quedas d'égua. Os mecinicos e especie lists perderam © trabalho. E nio teve outra s taram os piles. © tempo passou. Até que um homem cansado de fazer forga viu 0 vento sacudie as devores. E, de novo, o milagre aconteceu. Uma iluminago mo- rmentinea: nascew assim o moinho de vento. Nova re volugSo. Nova classe de mecinicos, especiaists no con serto de moinhos de vento Hum tipo de inteligéncia criadora. Ela invents © novo ¢ introduz no mundo algo que ndo existia. Quem inventa no pode ter medo de errar, pois vai se meter em terras desconhecidas, ainda no mapeadas pimento com velhas rotinas, o abandono de maneiras dt fazer © pensar que a tradigio cristaliza. Pense, por exea® plo, no milagre do iglu. Como teré acontecido? Com preender que aquele espaco € protegido, que & possivel usar o gelo para preserva 0 calor... Perceber a5 vant gens estruturais daquela forma de hemis(ério, Fazer wo dos materiais disponiveis. Tudo imensamente simples, i teligente, adapiado, eficaz. Nenhuma importagio € n€ csssiria.. A gente enconira o mesmo tipo de intelige™ cja no antista-que faz ima obra de arte, no cientsta a¥ 96 at visvaliea na imaginagZo uma nova teoria cientifica, no poliicosonhador que pensa mundos utépicos, considera Ses impossiveis pelo mecdnico. O criador esté conven- ido de que existe algo de fundamentalmente errado no tque existe © que € necessirio comegar tudo de novo. Ji.0 mecinico pensa diferente. Tudo esta bem, Foi apenas um pequeno defeito. Trocer uma pega, fazer um ‘justamento... Trilha velhos caminhos © as necessidades préticas cortaramthe as asas da imaginapio. Fazer como fempre se fez, de acordo com o manual de instrugbes. Hi receitas para tudo. HA respostas certas para tudo. Claro que estes dois tipos de inteligéncia se aplicam 4 situages diferentes. Se © meu monjolo quebrou e ‘queda d'égua esté 16, quero mais € que um bom mecini- ©0 0 conserte. Mas se 0 monjolo esté em perfeito estado a gusta digua secu, © mecinico mio vai servirpara Acontece que a intelignca se parece com sements- Nio basta que-a semente se boa. Ela pevsa de terre para germinar,Brotare creser, A questi que se coloca se nots sistem educacio tal, repo. pela lgica dor vestibular, tem hogar pore 2 inteligénciaerativa.-. Neptivo. __ Tuo € preparado como se howveste somente mec os neste mondo, NSo hé ger para 0 desenolvimen to da eapacidade de perguntar ~o fator mas importante no descavolvimento da intlgencia eda ici. "© aluno aprende que existe sempre una resposta cert ene at alternativas apresenadas, © que pecsa apenas dar a so- lugio para deteminada questo preparada por euro. Se o dano se resting casa, até que sera sx Portivel. Mas quando a imaginapio € castrads, 6 resta Vintligncie tbr o camino dos meciicos. Assim, quando a crise politica pede que sparegam visionérios a a jos tentando consertar © que nfo. ta € esta a esséncia da crise que nos ef tentam fazer funcionar monjolos numa existem quedas dgua M conse, volve? Planicie onde nt ‘A ARVORE QUE FLORESCE NO INVERNO Armei uma érvore de Natal na minha sala, ide, no destas que se guardam na caiza, de ano pany ‘ano, permanentes © mortas. E depois ajudei a enfetce 2 sala com velas e outras coises, inha filha armou tum presépio de papelio sobre a mesa. Em tudo ino ‘gi, eu penso, como todo pai que tem aqucla condescon tocia (palavra gozada esta, que significa descer até om. <0 outto se encontra, bem abaixo...) para com a crian ice das criangas, que gostam de estérias de fads e se alegram vendo coisas coloridas. Tudo pela alegria dat criangas De ver Acontece que de noite as coisas mudaram. Porgue depois que todo mundo tinha ido para a cama, e tudo ‘ra siléncio, umas coisas estranhas dentro de mim me Puxaram para a sala, Eu fui, E fui fazendo.coises, Acendi as elas, que logo transformaram © luger numa coisa que ele no era, pal 1s sombras, normalmente act nhadas e fixas,ficaram encorpadas, gordas mesmo, ¢ 8 puseram a mexer, vivas. Tirei da estante um disco, s Nagios hf cerea de um ano, onde velhas canges de Natal estavam guardadas. A’ sputha as atonden ¢ a8 comesaram a set centadss, Hee et rn en pean Sa cid or mat thos, que se alimentam de nostalgias. oa beni ‘séria lesejo, o corpo dizendo, sem palavras, 0 que talgia: algo esté faltando, a coisa mais importante. E por- 99 alld ” = i faltando, tudo fice triste. Ha aque algo esté faltando, tudk stots gue seam ee sun, obsos de amor gure pt ‘Voce munca tve desis experiéncias? Ax eng gente vai andando pela mis, slidos em meio a sry tem daineads, © repetinamente vem um pertun SSe se abe de onde, ea senuaglo € de Que o'prfoge tuncou, do nos fundo, um pedago de um peta dcfinio, econdio na neblina. A gente nem ove ees pode dar, ms sabe que eat Ik.” E'o tbe porn © deseo sremeceu ea netalgin nos rosou. Ree ee 4s €0 repicar de um sino, no silencio da noite. On fe pocmna,. Coisas que se epetem, E sempre sig: on 6 simbol que moram no desi, Repetemas semen Como as eri gv seins quetem Suvi sre reptdss, do mesmo jeto, sem tiv nem por, ron coda reptisto raz de novo a ericia do rags Pe, 6s poemas'e ax palavas do amor.” “Assim aconiese mo ‘mundo dos sonhos, das neblinas metéforas, das crism. 28 © dos deuses, onsttéi mundo de outro tipo, fem sentimentos obscuros, iis onic, or que no haviam armado a deve ‘re aparecia 16 na entrada da uni dade que de drvore ela no tink ‘fo passava de uns fiot amar limpadas pendurades. E figuei pensando 4a universidade e do Claro que © discurso ‘da Cignela simbolos de_presengat, Sem ilusbes mégicas ow fas: Compreendi entio das razdes, talvez, rore de Natal que sem. E bem ver. versidade, 100 0 calor da égua, Metéfora do mais profundo do S08 2 eo humano: obrigat a natureca a se cUrvar desejo 38 fgencias do desejo, E quando a drvore floria, a ante redo inverno, € como se fosse servido aos presen. dere aperitivo de uma auséncia, A natureza continue ‘5 fone gracona._. E é ito que se encontra escondido We pinto com bolas coloridas, a esperansa magica em drvore que nBo dé frutos © ainda haveré de dat {fost transubstanciapio da natureza. Ou, se prefer tem linguagem mats fls6fice: humanizagio. da nature- {No fondo, nio € exatamente era a espetanga que st ncontn presente por detrés de todas as metiforas. mie fGssr? Ese assim for, no sera possivel & Cineia fer f paces com esta frvore/metafora? No fundo, ambat naseeram de una mesma esperanga. —Avore, metdfore de meméris que se perderam ou se esconderam, no ‘mundo diurno da Cignei. Meméris que fariam bem 20 oo, se fesse relembradas:expedas transformadas cm srados, langasfundidas em tesouras de podat, as poras das rises se sbrindo, os doentes sendo curados © por fim, os adultos dangando como eriangas.-. Afinal de ontas, se a Cigncia no for para estas coisas, ela nao va. Tea pena... Feliz Natal! PAIS X FILHOS: Pediramme para contar ot meus desejos. ‘Que eu dissesse os meus sonhos, para a escola do ‘mew filho Os antigos acreditavam que as palavras cram seres fencantados, tagas mégicas, transbordantes de poder. Os jovens também sabiam disto e pediam: —=—>———_ 0, bendizer, bemizes, benzer, gi A palaves, ‘como sémen, semente que faria brotat, na penetrado, 0 desejo bom por ela invacado, ta com deseo, ndo ficaria varia eng auele por ela E 0 poi respondia: — Meus desejos 280 poucos ¢ pobre, Te desejo tanto bem que ato basta © meu betizer. Por ite fue Deus t abeogoe. Que seit cle aguele que digg {odo 0 bea caer todo o poder E enti, plo milage de fantasia, tudo se tmava possi. As palarassurgiam como cristae de ea ogi, sero, stop, oreo, fig pura de an E isto que acontce sempre que © desi fala ¢ i o seu mundo, Virumes braxos« felines e's Sos fata conti chetos mapcs, expresses simples de sae, Sosa por coisas bear © boar onde mam oss 6 isto que dejo fazer salar sobre os Tinie ue separam 0 posieleistente do upico esas, Gu sind nfo oases. Dir © nome dah sos qu no S3o, para qubra © feiigo daqulas que nao, Seis roto diam que eram eriansat ckepsions © ano do efcente as trunera & nossa contenplio doméstis, vin teers. "Os edadores preidany soe atividades, até que se voltavam para o telespectadar, com sua mensagem: — Esperamos ave, 430 final de tudo isto, estas siangaspossam se tls a 4 sociedade, Nunca ouvi ninguém que dissese 102 se peer es tsp i 2 rege ode mien aes 6 Sale ea tree cen de dee con cape sia pn Fe ee cae ge wane a ete ie Ce os pee ee seers ees ore ieee = Que & que voct vai ser quando crescer? No fundo, mesma coisa. Agora, vocé nada é. Se- 14, depois de passar pela escola. Como na estoria de Pinéquio. Suponhamos que a crianca, ignorando a armadilha, responds simplesmente = Quando cree quero ter mito tengo para olhar oo . e —qeando creset deseo poder empiar ips, — "Quando creser quero cootnar a ser melo ‘anes, porque ot adultos me parecem feios flee Tae, = Sortiremos, compreensi ~ Ni & bem isto, fhe. Vout vai ser médico, ‘engenheizo, dentists? De novo, a pergunta sobre ude sol Nao € para isto que se organizam escolas, para ce as criangas se esqussam dos seus préproe corpos, © aprendam © mundo que os sdultos Ihes impoem 103 rm F Lembrome do lamento de Bergson: “Que infénc teviamos ido, s© nos tvessem permitido viver como ae sejdvamos E lembrome também da tolice evangélica, que nin pod leva rio =O Reino de Devs? & necesito que nos tor- cing, ages que brncam, ingedorInutlidade absolute, Zero de produ vidas." seu fla, tudo continua como dene a ‘hue meodoria, nenhum luce. "Por gut, calc Fa pio per Dir o poem Inbew de Chisgbo gue Deus, depo de sci das de trabalho, parou sas ios ¢ os Se xttsiado, na pura contemplago daquilo que havi cui plago daquilo que havie cri — Come é belo, Ate ¢ bringuedo tm isto em comum, ‘meios para fins m: 4 pices em que sein Suspiro da erature. mada em bringuedo Bem posto se tam sobre sobran false sabre cot io tio importantes, mas puros horizontes spt ods Casa do abalo, rimida que desejria ser transfor © em beleza, * i inerogas rogasdes graves icelhas polit ai ss mn ara que os ho- Nio basta que os —_——— res eam po, & necsirio que o plo sje comido resin rig ba ae Fos ds ee etc ee rises ica, no fisal das Conte, nfo serd simplesmer: tes we oe bemeapen sengieacs pos pr oa SPS tenet oo em nines ‘San 6 tpl alae a peten Lees rece oe ae eae oe aoe ee Bo Sa go wee sate eso rete yams we SS ee eens ce Se sageete «enema tates Oe ce ok ep e enpppel tla jeer age Scape ck pe coe oo ee ee ee act ae ate oe

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