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25/11/2016 Carl Jung Revolutions | Somos Todos UM

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Carl Jung Revolutions
por Acid (mailto:) 
 

"O conhecimento baseia­se não somente na verdade, mas no erro também". 

Arquétipos
São imagens recorrentes no inconsciente coletivo (formas­pensamento), que expressam e definem uma situação. São mais
que um ícone, pois contêm uma grande carga de emoção (além da informação) que é transmitida a quem vê. Ex: Jesus na
cruz  simboliza  um  arquétipo  de  ser  bondoso  que  sofreu  injustamente  e  resignado,  o  que  causa  um  efeito  anestésico
(inconsciente)  em  quem  está  passando  por  provações  (por  identificação).  Já  Trinity  se  tornou  (pra  muitos)  um  arquétipo
feminino desta geração, assim como Marilyn Monroe o foi para a geração dos anos 60. Uma vez que esses arquétipos são
assimilados  pela  pessoa,  são  trabalhados  individualmente,  podendo  até  assumir  o  controle  da  personalidade  (no  caso  da
Sombra).  Não  é  preciso  entrar  em  contato  sensorial  com  os  arquétipos  para  que  eles  atuem,  já  que  cada  indivíduo  nasce
com acesso a toda a "Biblioteca de Arquétipos", via Inconsciente Coletivo.  

Persona 
É  a  máscara  usada  pelo  indivíduo  em  resposta  às  convenções  e  tradições  sociais  e  às  suas  próprias  necessidades
arquetípicas internas. É o papel que a sociedade lhe atribui, que espera que você represente na vida. O propósito da máscara
é  produzir  uma  impressão  definitiva  nos  outros  e,  muitas  vezes,  embora  não  obrigatoriamente,  dissimula  a  verdadeira
natureza  do  indivíduo,  em  oposição  à  personalidade  privada,  que  existe  por  trás  da  fachada  social.  Se  o  ego  se  identificar
com a 'persona', como freqüentemente o faz, o indivíduo terá mais consciência do papel que está representando do que de
seus  sentimentos  genuínos.  Será  sugado  pelo  personagem,  tornando­se  um  alienado  de  si  mesmo  e  toda  a  sua
personalidade  toma  um  aspecto  superficial  e  bidimensional.  (a  persona  assemelha­se,  em  certos  casos,  ao  superego,  de
Freud)  

Sombra 
O arquétipo da Sombra é o lado escuro da mente, moradia do inconsciente. Lá estariam guardados os instintos animais que
o  homem  herdou  de  espécies  primitivas  na  evolução,  e  também  as  funções  menos  utilizadas  da  personalidade.  É
representada pelas idéias, desejos e memórias que foram reprimidos pelo consciente, por ser incompatível com a Persona e
contrárias  aos  padrões  morais  e  sociais.  Quanto  mais  forte  for  nossa  Persona,  e  quanto  mais  nos  identificarmos  com  ela,
mais  repudiaremos  outras  partes  de  nós  mesmos.  A  Sombra  representa  aquilo  que  consideramos  inferior  em  nossa
personalidade  e  também  aquilo  que  negligenciamos  e  nunca  desenvolvemos  em  nós  mesmos.  Em  sonhos,  a  Sombra
freqüentemente aparece na forma daquilo que detestamos. No caso de Neo, um engravatado.  

Quanto mais a Sombra tornar­se consciente, menos ela pode dominar. Entretanto, a Sombra é uma parte integral de nossa
natureza,  e  nunca  pode  ser  simplesmente  eliminada.  Uma  pessoa  sem  Sombra  não  é  uma  pessoa  completa,  mas  uma
"caricatura bidimensional" que rejeita a ambivalência presente em todos nós. Além disso, a Sombra não é apenas uma força
negativa na psique. Ela é um depósito de considerável energia instintiva, espontaneidade e vitalidade, e é a fonte principal

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de  nossa  criatividade.  Lidar  com  a  Sombra  é  um  processo  que  dura  a  vida  toda,  consiste  em  olhar  para  dentro  e  refletir
honestamente  sobre  aquilo  que  vemos  lá.  Mas  cuidado  para  não  se  tornar  a  sombra,  pois  ela  também  é  um  arquétipo
"bidimensional".  

Projeção 
A  Sombra  é  mais  perigosa  quando  não  é  reconhecida  pelo  seu  portador.  Neste  caso,  o  indivíduo  tende  a  projetar  suas
tendências  indesejáveis  em  outros.  Um  ótimo  exemplo:  "Durante  mais  de  5  anos  este  homem  percorreu  a  Europa
como  um  louco,  em  busca  de  qualquer  coisa  a  que  pudesse  deitar  fogo.  Infelizmente  sempre  haverá
mercenários  prontos  a  abrir  as  portas  da  sua  pátria  a  este  incendiário  internacional."  Esta  frase  não  é  SOBRE
Hitler, e sim DE Hitler, falando sobre Winston Churchill. 

Desconfie se sua namorada tiver a paranóia de que você a está traindo, sem você ter dado motivo, ou daquele seu amigo
que vive dizendo que todo mundo é gay. A Sombra é o oposto do ego e encarna, precisamente, o traço de caráter que mais
detestamos  nos  outros.  E  aí  lembro  do  espírito  Joana  de  Angelis,  que  diz  que  o  ódio  é  o  amor  distorcido.  Na  verdade,  ao
odiarmos, estamos sufocando algo que temos dentro da gente (por isso a ressonância), que cultivamos (quem cultiva, ama),
mas não admitimos. Se não a cultivássemos, a Sombra não existiria desta forma. Daí a necessidade do caminho do meio, do
equilíbrio.  Se  o  ego  for  bem  trabalhado  nas  4  funções  (pensamento,  sentimento,  sensação  e  intuição),  não  vão  sobrar
grandes opostos pra Sombra encarnar. No filme Matrix vemos a simbologia da projeção dos medos do inconsciente quando
Morpheus  fala  a  Neo  sobre  os  Agentes:  "Dentro  da  Matrix  eles  são  todos  e  não  são  ninguém.  Nós  sobrevivemos  nos
escondendo deles e correndo deles, mas eles são os porteiros. Eles protegem todas as portas e têm todas as chaves. Cedo
ou tarde, alguém terá de lutar com eles". 

Anima e Animus 
Anima (alma, em latim) é a representação feminina no inconsciente do homem (que idéia ele faz, no seu íntimo, da mulher).
O caráter da anima é, em geral, determinado pela sua mãe. Se o homem sente que sua mãe teve sobre ele uma influencia
negativa, sua anima se manifestará de forma negativa, ou seja, ele poderá ser inseguro, apático, com medo de doenças, de
impotência  ou  de  acidentes  (se  ele  conseguir  combater  essas  influencias  negativas  da  Anima,  sua  masculinidade  tende  a
fortalecer­se).  
A vida poderá adquirir um aspecto tristonho e opressivo, que pode levar o homem até mesmo ao suicídio.  
Se,  por  outro  lado,  a  experiência  com  a  mãe  tiver  sido  positiva,  a  Anima  poderá  deixá­lo  efeminado  ou  explorado  por
mulheres, incapaz de fazer face às dificuldades da vida (menino criado com vó dá nisso!). 

A manifestação mais freqüente de Anima é a que toma forma como fantasia erótica, que leva o homem a consumir revistas
pornográficas,  sex­shows,  etc.  É  um  aspecto  primitivo  e  grosseiro  da  Anima,  mas  que  só  se  torna  compulsivo  quando  o
homem não cultiva suficientemente suas relações afetivas ­ quando sua atitude para com a vida mantém­se infantil. 

Animus  (espírito,  em  Latim)  é  o  lado  masculino  no  inconsciente  da  mulher.  Assim,  uma  mulher  muito  feminina  tem  uma
alma  masculina  não  desenvolvida  (trabalhada).  Em  seu  relacionamento  com  o  mundo,  se  ela  é  impressionável,  calorosa,
estimulante e envolvente, seu lado masculino interior será muito diferente: duro, crítico, agressivo, prepotente...  
O  Animus  (assim  como  a  Anima)  possui  4  estágios  de  desenvolvimento:  o  primeiro  como  personificação  da  força  física  (o
atleta,  a  força  pelos  músculos),  no  estágio  seguinte,  como  o  homem  de  ação  (iniciativa  e  planejamento).  No  terceiro,
manifesta­se  como  verbo,  como  professor,  e  na  quarta  e  mais  elevada  manifestação  torna­se  (assim  como  a  Anima)
mediador  de  uma  experiência  na  qual  a  vida  adquire  um  novo  sentido.  Dá  à  mulher  uma  firmeza  espiritual  e  um  amparo
interior, que compensa sua brandura exterior. Relaciona a mente feminina com a evolução espiritual da época, tornando­a
assim mais receptiva a novas idéias criadoras do que o homem. É por este motivo que antigamente, em muitos países, cabia
à  mulher  adivinhar  o  futuro  ou  a  vontade  dos  Deuses.  A  audácia  criadora  do  seu  Animus  positivo  expressa,  por  vezes,
pensamentos e idéias que estimulam a humanidade a novos empreendimentos. 

Anima/Animus  é  também  uma  Sombra,  e  como  tal  pode  ser  projetada.  Isso  é  feito  quando  a  pessoa  apaixona­se  logo  de

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cara, quando diz "É essa/esse"! e parece que se conhece essa pessoa há tempos. Pessoas fascinantemente misteriosas são
as  mais  fáceis  do  homem/mulher  projetar  sua  Anima/Animus,  pois  em  torno  delas  podem­se  tecer  as  mais  variadas
fantasias.  Para  sair  desta  ilusão,  é  preciso  reconhecer  o  Anima/Animus  como  um  poder  e  qualidade  interior.  O  objetivo  de
todo esse jogo do inconsciente é forçar o ser humano a desenvolver e amadurecer o próprio ser, integrando melhor a sua
personalidade inconsciente e trazendo­a à realidade da vida (mesmo que seja através de subterfúgios, como projeções). 

"Cada homem sempre carregou dentro de si a imagem da mulher; não a imagem desta ou daquela mulher, mas
uma imagem feminina definitiva". 

Mas  a  Anima/Animus  não  é  só  negativa.  Ao  contrário,  uma  Anima  bem  trabalhada  pode  levar  o  homem  ao  seu  pleno
potencial. A função mais importante da Anima é ajudar a sintonizar a mente masculina com seus valores interiores positivos,
assumindo então uma posição de mediadora entre o mundo interior e o Self. E é através deste desejo íntimo de trabalhar
aspectos que o homem não possui, que um homem tímido tende a procurar alguém que seja extrovertida. Como no velho
ditado "os opostos se atraem", ou a "cara metade", a "banda da laranja". As pessoas buscam o oposto nas outras pessoas
quando na verdade é um subterfúgio do inconsciente para encontrar o oposto dentro delas mesmas).  

"Atrás  de  um  grande  homem  sempre  existe  uma  grande  mulher".  Verdade;  embora  o  contrário  também  seja  verdadeiro.
Vemos este arquétipo de Anima como a salvação, a luz no fim do túnel, no livro A Divina Comédia, onde Beatriz guia Dante
através de um (significativo e simbólico) caminho tortuoso e íngreme, que o leva à redenção. Trinity simboliza a Anima de
Neo  em  Matrix,  e  através  dela  (direta  e  indiretamente)  ele  pode  manifestar  suas  potencialidades.  Na  Índia  vemos  essa
dualidade/complementação no casal de Deuses Shiva/Kali e Vishnu/Parvati.  

A  Anima/Animus  vai  muito  mais  fundo  na  contraparte  da  personalidade  (lado  oposto  inconsciente)  que  a  Sombra.  Se  a
imagem da Sombra desperta medo e apreensão, a Anima/Animus, ao contrário, estimula o desejo de união. A Sombra leva a
pessoa de encontro à parte indesejada da psique total, suas qualidades inferiores. Mas não vai além disso, a menos que se
deseje ir de encontro com o mal absoluto. A estrutura Anima/Animus leva a pessoa a níveis muito mais profundos do Self,
pois está ancorada em aspectos do inconsciente coletivo e arquétipos, não sendo apenas reflexos negativos de si mesmo.  

"Nós não podemos mudar nada sem que primeiro a aceitemos". 

Individuação 
É  um  processo  ininterrupto  de  aprimoramento  pessoal.  A  harmonização  do  consciente  com  o  Self.  O  caminho  para  a
iluminação.  Todos  estamos  num  processo  de  Individuação,  no  entanto,  a  grande  maioria  não  o  sabe.  Mas  os  que  estão
suficientemente conscientes deste processo, podem tirar algum proveito disso.  

Mas  não  é  assim  tão  é  fácil:  o  ego  reclama,  pois  se  sente  tolhido  em  suas  vontades  ou  desejos,  e  projeta  essa  frustração
sobre  qualquer  objeto  exterior  (Deus,  a  economia,  o  vizinho,  o  namorado(a)  ou  o  trabalho).  Algumas  vezes  tudo  parece
estar  bem  com  a  pessoa,  mas  no  íntimo  ela  sente  tédio  e  um  vazio  mortal.  Há  também  o  perigo  de  identificação  com  a
Persona. Aqueles que o fazem tendem a tentar tornar­se perfeitos demais, incapazes de aceitar seus erros ou fraquezas, ou
quaisquer desvios de sua auto­imagem idealizada. Aqueles que se identificam totalmente com a Persona tenderão a reprimir
todas as tendências  que  não  se  ajustam,  e  a  projetá­las  nos  outros, atribuindo a eles a tarefa de representar aspectos de
sua identidade negativa reprimida.  

Há  alguns  estágios  básicos  para  a  Individuação,  que  são:  reconhecer  as  máscaras  (persona),  confrontar  a  Sombra,  a
Anima/Animus,  e  finalmente,  o  desenvolvimento  do  Self.  Mas  não  pensem  que  acaba  por  aí,  ou  que  isso  seja  fácil.  É
necessário ter em mente que, embora seja possível descrever a Individuação em termos de estágios, o processo é bem mais
complexo que isso. Todos os passos mencionados sobrepõem­se, e as pessoas voltam continuamente a problemas e temas
antigos (espera­se que de uma perspectiva diferente). A Individuação poderia ser apresentada como uma espiral na qual os
indivíduos permanecem se confrontando com as mesmas questões básicas, de forma cada vez mais refinada. Este conceito
está  muito  relacionado  com  a  concepção  Zen­budista  da  iluminação,  na  qual  um  individuo  nunca  termina  um  Koan  ­  ou
problema espiritual ­ e a procura por si mesmo é vista como idêntica à finalidade. É como falei em outro post: a vida é um
eterno Saindo da Matrix. 

* de Lázaro da lista Malkhut (http://br.groups.yahoo.com/group/malkhut/)

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