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846-Texto Do Artigo-4207-1-10-20130614 PDF
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| E-ISSN 1808-2599 |
Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.16, n.1, jan./abr. 2013.
Simondon e Gabriel Tarde, por exemplo, foram da comunicação, fortuna mais expressiva que
dissecadas cuidadosamente pela crítica. O objetivo o clássico ensaio de Walter Benjamin A obra
deste trabalho é esboçar convergências importantes
de arte na época de sua reprodutibilidade
entre o pensamento de Latour e certas ideias de
Walter Benjamin, expressas de forma mais incisiva técnica. A bem da verdade, poder-se-ia dizer,
em alguns textos de juventude. Através dessa
com Detlev Schöttker (2007, p. 103), que esse
aproximação, já ensaiada anteriormente por alguns
autores, pretende-se dar início a uma exploração pequeno artigo de aproximadamente 40 páginas,
filosófica dos conceitos de agência, meio e mediação conquistou, no decorrer de sua relativamente
– fundamentais para a reflexão comunicacional,
especialmente no contexto contemporâneo.
breve pós-história, o status internacional
e multifacetado como Benjamin. Essa injustiça Naturalmente, antes de tudo, deve-se ter em mente
pode manifestar-se em diversas formas, seja por que o estilo bombástico e o gosto pela polêmica
meio de um exagerado apego a certas questões constituem estratégias corriqueiras no repertório
pontuais (como o problema da “aura”) em discursivo de um pensador como Latour,
detrimento uma visão de conjunto, seja por conhecido por produzir enfáticas afirmações
meio de alguns reducionismos simplificadores, como: “sempre achei espantoso que as pessoas
como fazem, por exemplo, Bruno Latour e pudessem levar a sério a filosofia da tecnologia de
Antoine Hennion em seu artigo provocativamente Heidegger” (LATOUR, ERDÉLY; HARMAN, 2011,
intitulado How to make mistakes on so many p. 5).2 Todavia, surpreende tamanha virulência
things at once – and become famous for it. O dirigida a um autor como Benjamin, capaz de 2/15
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benjaminiano no contexto da cultura digital, é verdade que vale a pena desconfiar de toda e
adota uma postura de condenação virulenta, qualquer unanimidade, há ocasiões em que é útil
anunciada já na ironia do próprio título. Sem também desconfiar da desconfiança. Afinal – e
entrar no mérito das reprimendas em si, algumas não obstante o possível acerto de algumas de suas
delas bastante interessantes e convincentes, críticas –, o panfleto de Latour e Hennion ocupa
chama atenção o tom de agressividade com uma posição bastante minoritária na história das
que os autores atacam o pensamento de interpretações do texto benjaminiano. Importa,
Benjamin. Este teria cometido equívocos em ainda, assinalar como o ensaio de Benjamin vem
todos os domínios por ele abordados (arte, recebendo renovada atenção por meio de sua
cultura, arquitetura, economia, técnica etc.); releitura no contexto da cultura digital. Nesse
suas proposições se articulariam em torno de contexto, Mark Hansen (2004, p. 1) é certamente
uma “dicotomia repetitiva” que funcionaria um dos autores que percebeu com maior clareza a
mais como estratégia para evitar críticas que real contribuição benjaminiana:
como real instrumento epistemológico; seu
Em certo sentido, já superamos o tema da
raciocínio resumir-se-ia, no fim das contas, a aura, mas ainda não superamos a questão do
uma “complacente denúncia da modernidade” meio; ou, de qualquer modo, gostaríamos de
pensar que não o fizemos. De fato, as reflexões
(BENJAMIN, 2003, p. 92, 97).1
de Benjamin sobre o meio (medium) nunca
1 Uma afirmativa, de fato, que muitos leitores de Benjamin, nos mais diversos espectros ideológicos, rechaçariam.
2 A sentença refere-se, mais especificamente, ao clássico ensaio de Heidegger Die Frage nach der Technik. Curiosamente,
porém, vários autores, como Harman (2009) e Latour, Harman e Erdély (2011), têm buscando insistentemente destacar as várias e
importantes conexões entre a filosofia de Heidegger e o pensamento de Latour.
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foram tão urgentes como agora, no contexto de os violentamente, por meio de sua “desleitura”
afirmativas como a de que, com a digitalização,
os meios se tornaram inteiramente e bidirec-
(misreading). Naturalmente, ele absorve a
cionalmente intercambiáveis. herança de seus pais simbólicos (por exemplo,
Heidegger ou Benjamin), mas busca a todo custo
O presente artigo se estrutura em torno de afastar-se deles, de modo a produzir uma obra
dois objetivos. Por um lado, quero sugerir que a efetivamente “original”.
popularidade (por vezes efetivamente acrítica)
do ensaio sobre a obra de arte contribuiu para Outrossim, como Latour e Hennion (2003, p. 92)
obnubilar outros trabalhos de Benjamin que deixam claro no final de seu artigo, Benjamin
não receberam ainda a merecida atenção – ao seria para eles apenas um caso representativo 3/15
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do filósofo, como, por exemplo, a tese da ruptura aparatos técnicos. Mas é aqui, precisamente, que
entre o Benjamin “místico” dos primeiros os autores também correm o risco de incorrer
trabalhos e o marxista comprometido da obra num equívoco perigoso: o de assimilar Benjamin,
“madura”. Por outro lado, arrisco buscar uma sem reservas, a certa tradição majoritária do
explicação para as agressivas formulações de pensamento alemão sobre a mídia; uma tradição
Latour e Hennion paradoxalmente no que me marcada pelo acento apocalíptico e pela recusa
parece ser uma extrema proximidade entre radical das inovações tecnológicas (em especial
certas ideias benjaminianas e as premissas da no âmbito da Escola de Frankfurt). No que diz
teoria ator-rede. Ou seja, na crítica demolidora, respeito especificamente ao ensaio sobre a obra
trata-se de demarcar a resoluta singularidade de arte, vale assinalar as nítidas discordâncias
de um pensamento através do distanciamento manifestadas pela Escola. Em sua cuidadosa
com outro domínio conceitual que, analisado reconstituição da história de elaboração do texto
cuidadosamente, revela essencialmente as mesmas benjaminiano, Schöttker mostra nitidamente
linhas de força e premissas epistemológicas. Seria como Adorno e Horkheimer colocaram diversos
divertido – e possivelmente não inteiramente empecilhos à publicação do ensaio de Benjamin
despropositado – imaginar um Latour vítima no Zeitschrift für Sozialforschung. Numa carta
daquele mecanismo do fazer literário que o crítico de 18 de março de 1919 endereçada a Benjamin,
Harold Bloom (1997) descreveu como “angústia da assim Adorno (1919 apud SCHÖTTKER, 2007,
influência”: para marcar sua identidade singular p. 127) expressa suas reservas: “você subestima
em relação aos mestres que o precederam, o jovem a tecnicidade da arte autônoma e superestima
“efebo” rompe com esses precursores, atacando- aquela da arte submissa (abhängigen). Essa seria
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talvez, em linhas gerais, minha objeção principal”. teoria da comunicação no Brasil, nos quais ele
Mas, como mostra Schöttker, foram muitas e é frequentemente utilizado como baliza para
variadas as resistências de Adorno e Horckheimer recortar as “legítimas” fronteiras epistemológicas
ao trabalho de Benjamin. Desse modo, mesmo da disciplina. E isso não obstante o fato de “meio”
que considerássemos Benjamin como um ser insistentemente tratado como uma noção que
legítimo frankfurtiano, seu ensaio sobre a obra carece de maiores explicitações. É importante
de arte certamente parecia pouco apropriado aos assinalar, logo de início, que a conexão Benjamin-
princípios do Instituto.3 Latour não constitui um gesto de ousadia teórica
inaugural do autor deste texto, mas já foi, como
No que se segue, considerando a indicação de se verá, assinalada algumas vezes em estudos 4/15
Hansen (2004) acima mencionada, pretendo recentes (KIMMICH, 2011; BUSCH, 2006).
explorar o potencial das reflexões de Benjamin
sobre meio, mediação e medialidade para a teoria 2 Meio, Comunicação, Medialidade:
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da mídia na contemporaneidade. Essas reflexões Devolvendo Opacidade
encontram sua expressão mais interessante, a Conceitos Transparentes
porém, em dois ensaios de Benjamin que têm
como tema a questão da linguagem: Sobre a No intrigante Pequena Metafísica da Medialidade,
Linguagem em Geral e sobre a Linguagem Sybille Krämer (2008) inicia sua discussão
do Homem (1916) e A Tarefa da Tradutor de Walter Benjamin precisamente com uma
(1921) – textos que, aliás, têm sido comumente referência ao clássico ensaio sobre a obra de
lidos em molduras interpretativas comuns. arte. Reconhecendo o grande mérito do autor
Nessa investigação, deverão ficar claros os nesse texto – pioneiro, na descoberta das mútuas
interessantes pontos de contato que unem o relações de condicionamento entre técnica e arte,
pensamento de Benjamin aos princípios da teoria tecnologia e percepção, meios e sensorialidade
ator-rede e, consequentemente, às propostas –, Krämer surpreende, contudo, por passar
de Latour. Essas reflexões permitem, por um logo em seguida a uma análise da hermética
lado, confirmar a surpreendente atualidade do reflexão benjaminiana sobre a linguagem. De
pensamento benjaminiano. Por outro, colaboram fato, o tremendo êxito de A obra de arte na
para o projeto (cada vez mais necessário) de época de sua reprodutibilidade técnica ameaça
aprofundar as discussões sobre o conceito de sempre obscurecer a importância de trabalhos
meio, especialmente no âmbito dos debates sobre de juventude como o ensaio sobra a linguagem
3 Schöttker chega ao ponto de considerar inadequada a caracterização de Benjamin como “membro da Escola de Frankfurt”
(comunicação pessoal ao autor em 18 de agosto de 2011). Sobre as constantes discordâncias entre Benjamin e Adorno, vale ainda
consultar a obra de Wiggershaus (1995), especialmente o capítulo Walter Benjamin, the Passagen-Werk, the Institute and Adorno.
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citado no parágrafo anterior. Krämer (2008) contra nosso entendimento tradicional e familiar
assinala como os debates contemporâneos de meio, comunicação e linguagem. Tal sentido
sobre os meios negligenciaram a interessante conduzirá, no fim das contas, a uma afirmação da
abordagem benjaminiana dos conceitos de ideia da tradução ou traduzibilidade como tarefa
“comunicação” (Mitteilung), “meio” (Medium) fundamental do medial. A problematização desses
e “medial” (Mediales). Claro, essa negligência conceitos tem início com a estranha afirmativa
se explica, ao menos em parte, em função do de que é possível falar em uma linguagem da
caráter eminentemente esotérico do ensaio. Como justiça, da arte ou da religião – sem que com isso
anteriormente já advertira Menninghaus (1995), se entenda o discurso dos especialistas sobre esses
Krämer (2008) lembra também que Benjamin domínios (BENJAMIN, 1991a, p. 140). Não se trata 5/15
não pretendia publicar o trabalho, mas apenas de verbalizar conteúdos ou noções desses campos
oferece-lo à leitura de um pequeno círculo de (por exemplo, o princípio de “direito autoral” no
amigos.4 Além disso, vale ressalvar que, como campo da justiça), mas sim que há algo de essencial
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sucede em A tarefa do tradutor, a reflexão na justiça, na arte ou na religião que se manifesta
filosófica se encontra aqui mesclada a uma série como linguagem. Ou seja, a comunicação de um
de referências misteriosas à tradição mística atributo não é privilégio exclusivo das esferas
judaica (a Cabala) – o que, naturalmente, acabou culturais tradicionais do sentido (humano), “mas
por dar margem a uma série de preconceitos e também das coisas de natureza viva ou morta.
equívocos em relação ao escrito. Existem para Benjamin, portanto, ‘línguas da
coisas’” (KRÄMER, 2008, p. 44).
Menos que reconstituir a totalidade das ideias
benjaminianas sobre a linguagem, o objetivo de É precisamente nessa ideia central, expressa já no
Krämer (2008, p. 42) é buscar “pelos rastros de curioso título – afinal, o que quer dizer “linguagem
um conceito de meios (Medienkonzept) no jovem em geral” (Sprache überhaupt) se só conhecemos
Benjamin; conceito que é determinado por uma a linguagem dos homens? –, que repousa a mais
divergência entre meio (Medium) e instrumento interessante contribuição de Benjamin a um
técnico”. Que a comunicação necessite de um debate extremamente contemporâneo. Nessa
meio para funcionar e que a linguagem constitua concepção inovadora, não são somente os seres
o meio da comunicação (Medium der Mitteilung) humanos que se expressam, senão também as
parecerá tão óbvio a ponto de não exigir qualquer coisas. De fato, como afirma Benjamin, não existe
discussão posterior. Todavia, essas noções nada que não participe, de algum modo, do ser da
adquirem no texto de Benjamin um sentido que vai linguagem. Mas trata-se, obviamente, de um outro
4 Como explica Menninghaus (1995, p. 9), a função do texto seria a de servir como “um arcano de seu pensamento”
[de Benjamin].
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representa uma reverão da concepção tradicional e que não se comunica através da linguagem,
das relações entre o homem e o mundo das coisas mas antes, interiormente, nela mesma? Para
(Dingwelt). De componente ativo, o primeiro complicar ainda um pouco mais, qual é a
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passa agora a elemento passivo, numa forma de importância da distinção entre se comunicar
relação onde cabe às coisas, o papel de agentes (sich mitteilen) e comunicar algo (etwas
essenciais. As coisas se dirigem ao homem (em mitteilen)? No primeiro caso, a linguagem deixa
sua linguagem muda), para que este possa, então, de ser entendida como meio (Mittel) para ser
nomeá-las. Se a lâmpada ou a montanha não se apreendida como meio (Medium). A repetição
comunicassem ao homem, “como poderia ele da palavra “meio” em português serve para
nomeá-las? Mas ele as nomeia; ele se comunica ao apontar a dificuldade em traduzir as nuances
nomeá-las”5 (BENJAMIN, 1991a, p. 143).6 semânticas dos dois diferentes termos em alemão.
Pois, aqui, o primeiro termo tem o sentido que
A linguagem se liga, portanto, a um princípio mais correntemente lhe atribuímos: um meio é
de comunicabilidade (Mitteilbarkeit) geral; um instrumento para a transmissão de algum
princípio extensivo a tudo que podemos conteúdo que lhe é exterior. A palavra “bola” é
experimentar. Todavia, o momento mais fascinante signo arbitrário que aponta para a ideia ou o
(e provavelmente também mais difícil) da objeto esférico material usado em jogos de futebol.
argumentação encontra-se na distinção feita Já o segundo, todavia, deve ser compreendido
por Benjamin entre aquilo que se comunica como um ambiente, um lócus (como, por exemplo,
6 Não se trata de preciosismo, mas de requisito indispensável fazer seguir certas traduções do texto das formulações originais.
Dada a tremenda complexidade da argumentação e as sutilezas linguísticas a que as traduções por vezes têm que abdicar, a
apresentação do termo alemão é fundamental para a compreensão dos argumentos – como se dá, por exemplo, na distinção entre
Mittel e Medium, de que tratarei mais à frente.
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nas expressões “meio aquoso” ou “meio gasoso”). mostrou brilhantemente Samuel Weber,
“Benjamin chama tal linguagem que transcende esconde-se um princípio de virtualidade. A
suas funções semióticas e instrumentais de “comunic-abilidade” abarca o manancial
‘expressão’ (Ausdruck)” (KRÄMER, 2008, inesgotável de potências daquilo que pode
p. 46). Entendida, portanto, como Medium, ser efetivamente comunicado. Referindo-
a linguagem constitui “expressão imediata se à discussão sobre os conceitos de meio e
daquilo que nela se comunica” (unmittelbare virtualidade, Weber passeia por Pierre Lévy,
Ausdruck dessen, was sich in ihr mitteilt) Deleuze e Hegel, mas começa seu percurso
(BENJAMIN, 1991, p. 141). Esse comunicar-se retornando a Aristóteles. Este último, em seu
quer dizer, para Benjamin, mostrar-se: tratamento do problema da visão, pressupõe 7/15
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algo na medida em que mostram algo de si:
pode ser nem um intervalo passivo, nem uma
a lâmpada se mostra ao emitir luz. Com isso,
sugere-se que ‘comunicar-se’ significa um realidade de ordem material. Só assim pode
movimento o qual, em oposição a ‘comunicar
cumprir sua função de separação e ligação: “o
algo a alguém’, é unidirecional, não visando,
portanto, uma reciprocidade (KRÄMER, 2008, p. meio é aqui concebido como uma separação que
46, grifo da autora). todavia conecta, reúne, não diretamente, mas
através de um movimento, de uma transmissão,
O grande enigma agora, pois, é saber o que de uma transformação” (WEBER, 2008, p. 34).
exatamente é aquilo que se comunica, que Desse modo, todo fenômeno requer, de modo
se mostra na linguagem e não através dela. a ser percebido, um “medium” através do
Ora, o que a linguagem mostra enquanto qual possa mover-se. Esta segunda ideia, de
Medium, o que ela comunica em si (sua fato, é a mais interessante, já que a primeira
“essência espiritual”, para usar o místico simplesmente está na base de nossa noção
termo benjaminiano)7 é a “comunicabilidade” tradicional do meio como algo transparente
(Mitteilbarkeit). Ou seja, antes de dizer através do qual se manifesta aquilo que é
qualquer coisa externa a si mesma, a linguagem realmente importante (o sentido, por exemplo).
expressa imediatamente sua capacidade de Todavia, tudo muda se a noção de meio passa a
comunicar. Nesse sufixo – barkeit, conforme compreender não tanto um instrumento para se
7 Na excelente (e recentíssima) tradução de Susana Kampf Lages e Ernani Chaves, opta-se por verter “gesitiges Wesen” com a
expressão mais neutra “conteúdo espiritual”. Continuo preferindo, porém, o termo “essência espiritual”, dado que aponta para as
conexões da reflexão benjaminiana com o universo metafísico do romantismo alemão e da mística judaica, com o qual ele dialogou
profundamente (BENJAMIN, 2011).
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apropriar do mundo, mas antes um movimento como que renomear: multiplicamos palavras,
por meio do qual o mundo se constitui (WEBER, sobredeterminamos o mundo, traduzimos de
2008, p. 36). uma língua para outra, pois no âmbito humano
nunca existe totalidade, nunca se dá o encontro
Para Weber, o sufixo – barkeit transforma perfeito da coisa com o nome que lhe atribuímos.
os termos nos quais é aplicado, em algo Daí a importância do permanente movimento de
inteiramente diferente do que eram em sua traduzibilidade entre as línguas – que indica a
origem, e nesse tornar-se diferente (becoming- relação de incomensurabilidade entre o mundo
different), “a questão do meio, e da medialidade, humano e o mundo das coisas. E a partir disso,
começa a emergir” (WEBER, 2008, p. 40). Com articula Weber (2008, p. 47, grifos nossos) uma 8/15
esse sufixo, presente não somente no termo das ideias mais importantes para estabelecer
“comunicabilidade” (Mitteilbarkeit), mas pontes entre Benjamin e Latour:
também em outros como “traduzibilidade”
O mundo, assim descrito, consiste não em
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(Übersetzbarkeit) ou “reprodutibilidade” um simples e contínuo meio (medium), nem
(Reproduzierbarkeit), indica-se algo que é da mesmo em diferentes meios (media) que se
assemelham, mas antes em uma rede de
ordem de uma virtualidade inesgotável. É por essa
meios (network of media), cuja única particula-
razão que Weber escolhe traduzir “Mitteilbarkeit” ridade compartilhada é a habilidade de ‘partir
com’ no con-ceder (im-part).
não como “communicability”, mas antes através
da palavra “impartability” (em português:
“comunicar”, “conceder”, “conferir”). Para ele, Todas as coisas do mundo seriam, portanto,
“impartabilty” reproduz o movimento indicado “meios” irredutíveis, singulares, cujo único
pelo termo alemão “mitteilen” (partilhar-com): dado em comum, entretanto, consistiria na
“o concedível (impartable) possui outro modo possibilidade de “dividir-se e deslocar-se,
de ser [em relação ao atual], outra dinâmica, de modo a entrar em contato ‘com’ outros”
que consiste em sua transformação, seu tornar- (WEBER, 2008, p. 45). Como rede na qual
se outro. É a partir dessa tendência de ser diversos atores (humanos e não humanos)
alterado que emerge o ‘virtual’” (WEBER, 2008, estabelecem e desfazem vínculos entre si, esse
p. 44). Na concepção benjaminiana, as coisas mundo benjaminiano não estaria muito distante
apelam ao homem, de modo que este possa do cosmos de Latour. Segundo também assinala
nomeá-las. É assim que ele define sua “essência Krämer, o tema do “Medial”, grande questão de
espiritual” como ser nomeador. Mas enquanto fundo do pensamento de Benjamin, deve ser
em Deus nome e conhecimento encontram-se entendido no sentido de uma traduzibilidade geral.
em absoluta correspondência (Deus fala e as A potência “mágica” da linguagem (para empregar
coisas se produzem), no homem nomear é sempre novamente um dos termos místicos do próprio
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Benjamin) consiste, em sua imediaticidade, na ser transformada na outra, através de uma cadeia
sua relação profunda com o problema da tradução. de consequências que sempre têm um preço e
E é por essa razão que tal problema deve situar-se sempre se arrisca ao fracasso” (HARMAN, 2009,
na camada mais profunda da teoria da linguagem, p. 15).8 Nesse sentido, a verdade das coisas
como noção fundadora e originária. não consistiria na antiga definição filosófica da
correspondência entre pensamento e realidade,
Quando Deus fala, Ele cria; quando o homem
fala, traduz [...] A linguagem do homem não
mas sim numa série de traduções entre atores
é um puro meio, (Medium), mas um híbrido (HARMAN, 2009, p. 16). Discutindo o princípio de
de meio e instrumento: ela se tornou técnica,
traduzibilidade em Benjamin, que naturalmente
um órgão do conhecimento, e com isso de
performatividade sempre fraturada (von nur não se limita apenas à dimensão interlinguística, 9/15
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Ora, essa perspectiva lembra decisivamente
Posição comparável defendeu mais recente-
aquilo que Graham Harman (seguindo indicações mente Bruno Latour, que pretende compreen-
do próprio Latour) definiu como o ponto de der precisamente sob o conceito da tradução
a transferência entre homem e coisas. Partin-
partida do pensamento latouriano (HARMAN;
do da convicção de que a separação moderna
ERDÉLY; LATOUR, 2011). Para o autor de A entre sujeito e objeto é tão artificial quanto
insustentável, ele argumenta que um sujeito
esperança de Pandora, o mundo é composto de
intocado pelos objetos nunca existiu; antes,
entidades singulares e irredutíveis umas às outras ambos formam associações simétricas no
(Benjamin diria: dotadas de “essência espiritual” nível da ação [...] Como no caso de Benjamin,
o status de objetos passivos já não é mais
específica). Todas têm igual estatuto ontológico apropriado para as coisas: elas traduzem
e direito de cidadania; nenhuma delas pode ser ações e assim possuem um papel formativo
em sua determinação.
reduzida a nenhuma outra. Podemos até elaborar
teorias, emitir juízos sobre coisas e conjuntos de
coisas, mas devemos sempre estar conscientes Na verdade, podemos ir um pouco mais longe e
de que nada disso apreende ou totaliza realmente enxergar na obra de Benjamin a proposição de
essas coisas de que falamos. Por outro lado, novas formas de subjetividade e história não mais
paradoxalmente, sempre é possível traduzir centradas em preocupações especificamente
algo em termos de outra coisa – “contanto que humanas. Afinal, surpreende, no ensaio sobre
façamos o trabalho de mostrar como uma pode A tarefa do tradutor, a afirmativa de que
8 Fracasso que, aliás, Benjamin assinalava como horizonte sempre possível de toda empresa tradutória – expresso já no ambíguo
termo Aufgabe (simultaneamente interpretável como “tarefa” e “renúncia”) no título de seu ensaio A tarefa do tradutor (die Aufgabe
des Übersetzers).
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nenhuma obra de arte visa essencialmente possível mesmo dizer que em muitas situações os
seu receptor (BENJAMIN, 1991b, p. 9). Como atores não-humanos desempenham os papéis mais
se o campo dos objetos artísticos (e técnicos) determinantes. Deve-se, ainda, destacar como
fosse dotado de surpreendente autonomia, significativa a ênfase com que Latour se preocupa
percebe-se uma corrosão do privilégio ontológico em ressuscitar os objetos mortos para a sociologia
tradicionalmente atribuído à figura do humano. tradicional. Um dos capítulos mais inspirados de
Para Beatrice Hanssen (1998, p. 1), o que se Reassembling the Social é sua defesa da agência
formula na obra benjaminiana é “o chamado dos objetos (“Third Source of Uncertainty: Objects
ético-teológico por um outro tipo de história, too Have Agency”). Para Latour (2005, p. 73), é
não mais puramente antropocêntrica em sua difícil entender como mesmo após a Revolução 10/15
natureza ou ancorada apenas nas preocupações Industrial eles possam ter continuado tão inócuos
dos sujeitos humanos”. Desenha-se, assim, em para o pensamento social ou a filosofia. Tudo se
Benjamin, um horizonte epistemológico onde o passa como se “uma maldição tivesse sido lançada
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ser humano, tradicionalmente o senhor absoluto sobre as coisas; elas permanecem adormecidas
do conhecimento, se vê confrontado com pedras, como os servos de algum castelo encantado”.
anjos e animais. Emerge um bestiário de criaturas
partilhando a terra de tal forma que o homem já Se adotamos uma perspectiva como a de
não é mais claramente o pastor da criação. Dorothee Kimmich, as posturas de Latour e
Benjamin podem ser entendidas como reação
É verdade que Latour manifesta uma preocupação ao projeto moderno (fracassado) de realizar
– talvez não inteiramente demarcada em Benjamin nítidas separações entre os domínios da natureza
– de estabelecer o elemento dissimétrico das e da cultura, do humano e do não-humano.9
relações entre os diversos atores (humanos e não- De fato, a sensação da inquietante estranheza
humanos). Nitidamente, existem desigualdades e (Unheimliche) descrita por Freud (1976) –
diferentes graus de influência. Todavia, trata-se de evocada, por exemplo, a partir da incerteza
um universo plástico, dinâmico, no qual alianças sobre uma coisa ser animada ou inanimada,
e redes são criadas e desfeitas constantemente. viva ou morta – se manifesta como um sintoma
Relações de força podem mudar – e isso de que algo não funcionou bem nesse projeto
efetivamente sucede com frequência. Como de demarcação. Pois a literatura dos modernos
exemplifica humoristicamente Harman (2009, p. tematizou constantemente a ultrapassagem de
21), “um pedregulho pode destruir um império se fronteiras entre o vivo e o não-vivo. E não se pode
o Imperador engasgar-se durante o jantar”. E é negar que o recente interesse pelas coisas parece
9 Sobre a problematização dessas fronteiras em Benjamin, o ensaio Vampyroteuthis: a Segunda Natureza do Cinema. A ‘Matéria’
do Filme e o Corpo do Espectador, publicado em Flusser Studies (FELINTO, 2010).
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Kimmich (2011, p. 23): “o homem não é senhor formas de materialismo (BENNET, 2010),
em sua própria casa; mas ali não regem desejos a ascensão de uma filosofia orientada aos
inconscientes e sim as coisas. Os homens se sentem objetos (HARMAN, 2009), a configuração de um
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não apenas excluídos do mundo das coisas, mas paradigma não-hermenêutico (GUMBRECHT,
também ameaçados em seu próprio mundo”. 2004), a reestruturação da noção de agência
(LATOUR, 2005) apresentam-se a nós como uma
Nesse sentido, é possível que Benjamin intuísse única constelação a iluminar um firmamento
também que “jamais fomos modernos”. E no comum. O que presenciamos é uma significativa
autor de Infância berlinense – um livro onde os transformação de paradigmas no horizonte das
objetos possuem papel fundamental –, as coisas assim chamadas “Ciências Humanas” (mas cuja
são de fato igualmente estranhas e familiares. própria designação já foi também problematizada
Elas devem ser encaradas com o olhar inocente por tal transformação). Como se trata de cenário
da criança, para quem a separação radical entre ainda novo – mas cuja genealogia pode ser
o animado e o inanimado ainda não se deu. traçada na contribuição de precursores como
Esse olhar infantil “marca uma interface entre Benjamin, McLuhan e Heidegger, por exemplo
técnica e esoterismo, que é típica do papel das –, seguimos aguardando o surgimento de
coisas para Benjamin” (KIMMICH, 2011, p. cartografias mais precisas dos territórios que se
57). Trata-se do mesmo tipo de olhar exercido descortinam à nossa frente.
pelo colecionador, que se imagina na função
de um messias resgatando os objetos de sua No que se refere às ciências da comunicação,
dispersão no mundo. Ambos se constituem como parece-me claro que as transformações em
olhares antimodernos, ou seja, desprovidos das curso exigirão a revisão ampla de metodologias,
pretensões classificatórias e delimitadoras do conceitos e paradigmas (especialmente das
projeto criticado por Latour. noções de “meio” e “comunicação”). Não se
www.e-compos.org.br
| E-ISSN 1808-2599 |
trata, obviamente, de simplesmente abandonar Latour ensina, não há mais caixas pretas que não
antigos modelos e programas de pesquisa, mas possam ser abertas.
sim de repensá-los face aos novos problemas
e indagações, bem como desenvolver novas Referências
formas de abordagem. A dominância de BENJAMIN, Walter. Aufsätze, Essays, Vorträge
perspectivas semióticas na comunicação deve, (Gesammelte Schriften, Band II-1). Frankfurt:
para empreender uma ocasional “abstinência _____. Kleine Prosa: Baudelaire Übertragungen
hermenêutica” (KIMMICH, 2011, p. 20). Pois (Gesammelte Schriften Band IV-1). Frankfurt:
Suhrkamp, 1991b.
é tentando deixar que as coisas falem por si 12/15
mesmas (em vez de constantemente atribuir- ______. Escritos sobre mito e linguagem. Trad. de
Susana Kampf Lages e Ernani Chaves. Rio de Janeiro:
lhes sentido) que nos engajaremos na tentativa
Editora 34, 2011.
de desenvolver esse outro olhar – da criança,
BENNET, Jane. Vibrant Matter: a Political Ecology
Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.16, n.1, jan./abr. 2013.
do colecionador, do homem maravilhado.
of Things. Durham: Duke University Press, 2010.
Precisaremos de outras categorias para descrever
BERMAN, Antoine. L’Âge de la Traduction - “La
esse jovem e perturbador mundo dos objetos.
Tâche du Traducteur” de Walter Benjamin: un
Mais que tudo, é necessário superar a ilusão da Commentaire. Paris: Presses Universitaires de
transparência tecnológica – bastante resistente Vincennes, 2008.
em sua associação a noções como “meios” e
BLOOM, Harold. The Anxiety of Influence: a Theory
“mediações”, frequentemente usados como termos of Poetry. New York: Oxford University Press, 1997.
autoevidentes. Nesse cenário, mesmo as antigas
BUSCH, Kathrin. Dingsprache und Sprachmagie: Zur
certezas merecem uma ponta de desconfiança. Idee latenter Wirksamkeit bei Walter Benjamin. eipcp
O que deve significar, por exemplo, o termo multilingual webjournal. Dic. 2006. Disponível em
<http://eipcp.net/transversal/0107/busch/de> Acesso
“comunicação” após sua reestruturação no
em: 10 mar. 2008.
âmbito da teoria de sistemas de segunda ordem
FELINTO, Erick. Vampyroteuthis: a Segunda Natureza
de Niklas Luhmann?10 Evidentemente, muitos
do Cinema. A ‘Matéria’ do Filme e o Corpo do Espectador.
pesquisadores podem simplesmente escolher
Flusser Studies, n. 10, nov. 2010. Disponível em <http://
ficar alheios a essa avalanche de reformas que www.flusserstudies.net/pag/10/felinto-vampyroteuthis.
se anuncia. A academia não é imune a uma pdf>. Acesso em: 15 mar. 2013.
razoável dose de autismo. As “caixas pretas” das FREUD, Sigmund. Obras Psicológicas Completas
teorias estabelecidas oferecem, evidentemente, - Edição Standard (Vol. XVII – 1917-1919). Rio de
GUMBRECHT, Hans Ulrich. The Production of MENNINGHAUS, Winfried. Walter Benjamins Theorie
Presence: What Meaning Cannot Convey. Stanford: der Sprachmagie. Frankfurt: Suhrkamp, 1995.
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are fundamental for media theory, especially within son fundamentales para la teoría de los medíos,
the context of contemporary culture. especialmente en el contexto contemporáneo.
Keywords Palabras-Clave
Bruno Latour. Walter Benjamin. Agency. Bruno Latour. Walter Benjamin. Agencia.
Mediation. Communication. Mediación. Comunicación.
CONSELHO EDITORIAL Laan Mendes Barros, Universidade Metodista de São Paulo, Brasil
Afonso Albuquerque, Universidade Federal Fluminense, Brasil Lance Strate, Fordham University, USA, Estados Unidos
Alberto Carlos Augusto Klein, Universidade Estadual de Londrina, Brasil Lorraine Leu, University of Bristol, Grã-Bretanha
Álvaro Larangeira, Universidade Tuiuti do Paraná, Brasil Lucia Leão, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil
André Luiz Martins Lemos, Universidade Federal da Bahia, Brasil Malena Segura Contrera, Universidade Paulista, Brasil
Ângela Freire Prysthon, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Márcio de Vasconcellos Serelle, Pontifícia Universidade Católica de Minas
Angela Cristina Salgueiro Marques, Faculdade Cásper Líbero (São Paulo), Brasil Gerais, Brasil
Antonio Roberto Chiachiri Filho, Faculdade Cásper Líbero, Brasil Maria Aparecida Baccega, Universidade de São Paulo e Escola Superior de
Arthur Autran Franco de Sá Neto, Universidade Federal de São Carlos, Brasil Propaganda e Marketing, Brasil 15/15
Benjamim Picado, Universidade Federal Fluminense, Brasil Maria Ataide Malcher, Universidade Federal do Pará, Brasil
César Geraldo Guimarães, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil Maria das Graças Pinto Coelho, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil
Cristiane Freitas Gutfreind, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande Maria Immacolata Vassallo de Lopes, Universidade de São Paulo, Brasil
do Sul, Brasil Maria Luiza Martins de Mendonça, Universidade Federal de Goiás, Brasil
Denilson Lopes, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil Mauro de Souza Ventura, Universidade Estadual Paulista, Brasil
Eduardo Peñuela Cañizal, Universidade Paulista, Brasil Mauro Pereira Porto, Tulane University, Estados Unidos
Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação | E-compós, Brasília, v.16, n.1, jan./abr. 2013.
Eduardo Vicente, Universidade de São Paulo, Brasil Mirna Feitoza Pereira, Universidade Federal do Amazonas, Brasil
Eneus Trindade, Universidade de São Paulo, Brasil Nilda Aparecida Jacks, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil
Erick Felinto de Oliveira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil Osvando J. de Morais, Universidade de Sorocaba, Brasil
Florence Dravet, Universidade Católica de Brasília, Brasil Potiguara Mendes Silveira Jr, Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil
Gelson Santana, Universidade Anhembi/Morumbi, Brasil Renato Cordeiro Gomes, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil
Gislene da Silva, Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil Robert K Logan, University of Toronto, Canadá
Guillermo Orozco Gómez, Universidad de Guadalajara Ronaldo George Helal, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil
Gustavo Daudt Fischer, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil Rose Melo Rocha, Escola Superior de Propaganda e Marketing, Brasil
Hector Ospina, Universidad de Manizales, Colômbia Rossana Reguillo, Instituto de Estudos Superiores do Ocidente, Mexico
Herom Vargas, Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Brasil Rousiley Celi Moreira Maia, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil
Inês Vitorino, Universidade Federal do Ceará, Brasil Sebastião Guilherme Albano da Costa, Universidade Federal do Rio Grande
Jay David Bolter, Georgia Institute of Technology do Norte, Brasil
Jeder Silveira Janotti Junior, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Simone Maria Andrade Pereira de Sá, Universidade Federal Fluminense, Brasil
John DH Downing, University of Texas at Austin, Estados Unidos Tiago Quiroga Fausto Neto, Universidade de Brasília, Brasil
José Afonso da Silva Junior, Universidade Federal de Pernambuco, Brasil Suzete Venturelli, Universidade de Brasília, Brasil
José Carlos Rodrigues, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil Valerio Fuenzalida Fernández, Puc-Chile, Chile
José Luiz Aidar Prado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Brasil Veneza Mayora Ronsini, Universidade Federal de Santa Maria, Brasil
Kelly Cristina de Souza Prudêncio, Universidade Federal do Paraná, Brasil. Vera Regina Veiga França, Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil