Thompson, E. Palmer. “Intervalo: a lógica histórica”. In: A miséria da teoria ou um planetário
de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. Tradução Waltensir Dutra. Rio de Janeiro:
Zahar, 1981, p. 47-62
Título original
Resenha: “Intervalo: a lógica da história”, de E. Palmer Thompson
Thompson, E. Palmer. “Intervalo: a lógica histórica”. In: A miséria da teoria ou um planetário
de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. Tradução Waltensir Dutra. Rio de Janeiro:
Zahar, 1981, p. 47-62
Thompson, E. Palmer. “Intervalo: a lógica histórica”. In: A miséria da teoria ou um planetário
de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. Tradução Waltensir Dutra. Rio de Janeiro:
Zahar, 1981, p. 47-62
Resenha: “Intervalo: a lógica da história”, de E. Palmer Thompson
O texto de Thompson tem como assunto principal a defesa da existência de uma
“lógica histórica”. Para isso, o autor contrapõe-se a certos acadêmicos, como Althusser, os quais veem “a disciplina central” (p. 49) à prática da história com “hilaridade”. Pode-se dividir o capítulo em seis partes: (I) Introdução (p. 47-9). O filósofo começa o texto destacando uma “suposição muito generalizada” (p. 47), difundida entre alguns filósofos e sociólogos, de que seria difícil a história apresentar “qualquer coerência disciplinar” (p. 48). A partir disso, argumenta existir um “discurso de demonstração” (p. 48) próprio e adequado ao material do historiador, a saber: a lógica da história, que não pode ser submetida aos critérios de uma “lógica analítica”. (II) Proposições (49-50). Nessa parte, Thompson enumera algumas proposições em defesa do materialismo histórico. Estas contrapõem-se a Althusser e marcam alguns pressupostos utilizados por ele em todo movimento argumentativo do texto, em defesa da lógica histórica. Inferem-se aqui, também, sua filiação ao marxismo e algumas objeções teóricas a Popper. (III) Objetividade da história real (50-3). O autor apresenta aqui a tese de que “o objeto do conhecimento histórico é a história real” (p. 50) e a historiografia “não pode modificar, em nenhum grau, o status ontológico do passado” (p. 51). Destaca o papel das diferentes gerações em fazer “novas perguntas à evidência histórica” (p. 51), mas esclarece que estas evidências não podem oferecer respostas a uma “significação” valorativa do passado, porque o “julgamento deve estar ele mesmo sob controles históricos” (p. 50). (IV) Noções da teoria histórica (53-4). Nessa parte, Thompson fala do desenvolvimento do conhecimento histórico, que se dá “tanto na teoria quanto na prática” (p. 61), sendo um “diálogo” entre conceitos ou hipóteses e evidências ou uma “dialética do conhecimento histórico” (p. 54). (V) Historiografia marxista (54-6). O autor situa as ordenações interpretativas marxistas e parece fazer uma crítica a alguns marxistas que conhecem o objeto de estudo “num golpe de vista teórico”, fazendo jus a um “teatro de Althusser” (p. 55), e não “num intercâmbio contínuo” (p. 54). Reforça sua filiação, contudo, ao comentar que conceitos marxistas “suportam melhor o teste da lógica histórica” (p. 55) e ao criticar o “tribunal” que adia o julgamento das acusações ao materialismo histórico. (VI) Categorias históricas (p. 56-8). Endossando a crítica à “epistemologia althusseriana” que procura “superar a disciplina história”, Thompson define quais seriam os objetivos da história e retoma a importância das “categorias históricas” (p. 56), que são “elásticas”, “irregulares” e muito próprias à investigação histórica, sendo que conceitos da disciplina não deveriam ser “moedas correntes num universo intelectual mais amplo” (p. 57). (VII) Operações da lógica histórica (p. 58-62). O filósofo explica aqui, a partir de uma analogia da história como “mau laboratório” (p. 59), o processo histórico. Reconhece que a “lógica é falível, mas a multiplicidade dos experimentos e sua congruência mútua limitam perigos de erro” (p. 59) e destaca os elementos particulares para o exercício adequado da disciplina, sugerindo o reconhecimento desta lógica.
Thompson, E. Palmer. “Intervalo: a lógica histórica”. In: A miséria da teoria ou um planetário
de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. Tradução Waltensir Dutra. Rio de Janeiro: Zahar, 1981, p. 47-62.
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