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História
Prof. Alexandre
1
Wer nicht von dreitausend Jahren / Sich weiß Rechenschaft zu geben,/ Bleib im Dunkeln
unerfahren,/ Mag von Tag zu Tage leben. Goethe, J. W.: West-Östlicher Divan. seção 5 (Buch des
Unmuts).
Segundo Goethe, um dos maiores pensadores de todos os tempos, aquele que
não conhece História está nas sombras, na ignorância de si mesmo e do
mundo que o cerca. Por que você acha que ele pensa assim? Você concorda
com sua conclusão?
1) História da Humanidade
a) Ciência Humana
i) Ciência: Compromisso com a busca da OBJETIVIDADE;
ii) Humana: Metodologia distinta daquela das ciências da natureza;
(1) por conta das particularidades de seu objeto, o ser-humano,
especial por ser dotado de consciência e intencionalidade;
b) Objeto de estudo da História: “o homem no tempo” (Marc Bloch, em
Apologia da História ou o Ofício do Historiador);
O modo artesanal da fabricação do queijo em Minas Gerais foi registrado nesta quinta-feira (15) como
patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan). O veredicto foi dado em reunião do conselho realizada no Museu de Artes e
Ofícios, em Belo Horizonte. O presidente do Iphan e do conselho ressaltou que a técnica de fabricação
artesanal do queijo está “inserida na cultura do que é ser mineiro”.
Folha de S. Paulo, 15 maio 2008.
Entre os bens que compõem o patrimônio nacional, o que pertence à mesma categoria citada no texto
está representado em:
a)
b)
c)
d)
e)
2. (Uern 2013) Assim como no Egito, na Mesopotâmia, a agricultura foi a principal atividade econômica
praticada pela população. O Estado era responsável pelas obras hidráulicas necessárias para a
sobrevivência da população, bem como pela administração de estoques de alimentação e pela cobrança
de impostos (...).
(Vicentino, Claudio. História Geral e do Brasil / Claudio Vicentino, Gianpaolo Dorigo. 1a Ed. São Paulo:
Scipione. 2010. p. 60-455.)
... a base da economia Inca estava nos Ayllu, espécie de comunidade agrária. Todas as terras do império
pertenciam ao Inca, logo, ao Estado. Através da vasta rede de funcionários, essas terras eram doadas
aos camponeses para sua sobrevivência. Os membros de cada Ayllu deveriam, em troca, trabalhar nas
terras do Estado e dos funcionários, nas obras públicas e pagar impostos.
(Moraes, Jose Geraldo Vinci de. 1960. Caminhos das Civilizações – história integrada: Geral e do Brasil.
São Paulo: Atual, 1998.)
De acordo com o materialismo histórico preconizado por Marx e Engels, o modo de produção que
aparece descrito parcialmente nos trechos anteriores, é o
a) feudal.
b) asiático.
c) primitivo.
d) escravista.
3. (Enem 2015)
Os calendários são fontes históricas importantes, na medida em que expressam a concepção de tempo
das sociedades. Essas imagens compõem um calendário medieval (1460-1475) e cada uma delas
representa um mês, de janeiro a dezembro. Com base na análise do calendário, apreende-se uma
concepção de tempo
a) cíclica, marcada pelo mito arcaico do eterno retorno.
b) humanista, identificada pelo controle das horas de atividade por parte do trabalhador.
c) escatológica, associada a uma visão religiosa sobre o trabalho.
d) natural, expressa pelo trabalho realizado de acordo com as estações do ano.
e) romântica, definida por uma visão bucólica da sociedade.
4. (Enem PPL 2017) As primeiras ações acerca do patrimônio histórico no Brasil datam da década de
1930, com a criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), em 1937. Nesse
período, o conceito que norteou a política de patrimônio limitou-se aos monumentos arquitetônicos
relacionados ao passado brasileiro e vinculava-se aos ideais modernistas de conhecer, compreender e
recriar o Brasil por meio da valorização da tradição.
SANTOS, G. Poder e patrimônio histórico: possibilidades de diálogo entre educação histórica e educação
patrimonial no ensino médio. EntreVer, n. 2, jan.-jun. 2012.
Considerando o contexto mencionado, a criação dessa política patrimonial objetivou a
a) consolidação da historiografia oficial.
b) definição do mercado cultural.
c) afirmação da identidade nacional.
d) divulgação de sítios arqueológicos.
e) universalização de saberes museológicos.
5. (Enem 2013) No dia 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a
receber título da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36ª Sessão do
Comitê do Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan explicou que "a paisagem carioca é a imagem
mais explícita do que podemos chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios,
contradições e possibilidades". A partir de agora, os locais da cidade valorizados com o título da Unesco
serão alvo de ações integradas visando a preservação da sua paisagem cultural.
6. (Enem 2012) O que o projeto governamental tem em vista é poupar à Nação o prejuízo irreparável do
perecimento e da evasão do que há de mais precioso no seu patrimônio. Grande parte das obras de arte
até mais valiosas e dos bens de maior interesse histórico, de que a coletividade brasileira era
depositária, têm desaparecido ou se arruinado irremediavelmente. As obras de arte típicas e as relíquias
da história de cada país não constituem o seu patrimônio privado, e sim um patrimônio comum de
todos os povos.
ANDRADE, R. M. F. Defesa do patrimônio artístico e histórico. O Jornal, 30 out. 1936. In: ALVES FILHO, I.
Brasil, 500 anos em documentos. Rio de Janeiro: Mauad, 1999 (adaptado).
A criação no Brasil do Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (SPHAN), em 1937, foi
orientada por ideias como as descritas no texto, que visavam
a) submeter a memória e o patrimônio nacional ao controle dos órgãos públicos, de acordo com a
tendência autoritária do Estado Novo.
b) transferir para a iniciativa privada a responsabilidade de preservação do patrimônio nacional, por
meio de leis de incentivo fiscal.
c) definir os fatos e personagens históricos a serem cultuados pela sociedade brasileira, de acordo com o
interesse público.
d) resguardar da destruição as obras representativas da cultura nacional, por meio de políticas públicas
preservacionistas.
e) determinar as responsabilidades pela destruição do patrimônio nacional, de acordo com a legislação
brasileira.
7. (Enem 2010) As ruínas do povoado de Canudos, no sertão norte da Bahia, além de significativas para
a identidade cultural, dessa região, são úteis às investigações sobre a Guerra de Canudos e o modo de
vida dos antigos revoltosos.
Essas ruínas foram reconhecidas como patrimônio cultural material pelo Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional) porque reúnem um conjunto de
a) objetos arqueológicos e paisagísticos.
b) acervos museológicos e bibliográficos.
c) núcleos urbanos e etnográficos
d) práticas e representações de uma sociedade.
e) expressões e técnicas de uma sociedade extinta.
Tão objetiva é a História para os positivistas que um de seus maiores ensinamentos é a busca incessante
de fatos históricos e sua comprovação empírica. Daí a necessidade, como pregavam, de se utilizar na
pesquisa e análise o máximo de documentos possíveis.
A nova história não estuda épocas. [...] Aqui reside o conceito de “História de Longa Duração”. Segundo
Braudel, a história situa-se em três escalões: a superfície, uma história dos acontecimentos que se insere
no tempo curto; a meia encosta, uma história conjuntural, que segue um ritmo mais lento; e, em
profundidade, uma história de longa duração, que põe em causa os séculos.
Os textos expõem duas concepções historiográficas: Positivista e da Nova História, ou Escola dos
Annales. Ao analisá-los, é possível inferir que
a) ambos concordam que a história é um verdadeiro exercício de erudição, acima de qualquer ciência e
dos progressos da humanidade.
b) para os positivistas, a história é uma ciência secundária, embora consiga obter a totalidade sobre
todos os fatos não deixando dúvidas no que se refere à sua veracidade.
c) os historiadores tradicionais pensam na história como essencialmente uma narrativa dos
acontecimentos, enquanto a Nova História está mais preocupada com a análise das estruturas.
d) a busca dos fatos, segundo os representantes dos Annales, é feita pela observação minuciosa dos
textos e documentos oficiais, da mesma maneira que o químico, ou outro cientista, o faz.
Foi Renan, acho, quem escreveu um dia (cito de memória; portanto receio, inexatamente): “Em todas as
coisas humanas, as origens em primeiro lugar são dignas de estudo”. E Saint-Beuve antes dele: “Espio e
observo com curiosidade aquilo que começa”. A ideia é bem de sua época. A palavra origens também.
Mas a palavra é preocupante, pois equívoca.
Adaptado de: BLOCH, M. Apologia da História ou O ofício do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2002.
p.56.
Com base no texto, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a escola historiográfica que se
posiciona sobre esse tema e a tese correspondente.
a) Escola Metódica – compreende a origem como o princípio dos estudos históricos.
b) Escola Marxista – considera os estudos culturais como fundamento da crítica.
c) Escola dos Annales – considera mitologia a busca pelas origens.
d) Escola Idealista – concebe a história como a realização humana no tempo.
e) Escola de Frankfurt – formula a ideia da invenção das tradições históricas.
10. (Upe 2011) A História é uma área do conhecimento, que sofreu várias inovações metodológicas no
século XX. Essas inovações provocaram mudanças que estão ligadas à eclosão da Escola dos Annales.
Nessa perspectiva, é correto afirmar que
a) a Escola dos Annales reafirmou os postulados positivistas, reforçando uma história política como a
única perspectiva de análise da sociedade.
b) a produção cultural humana assim como as mentalidades, o imaginário, o cotidiano e a cultura
popular foram vistos como novos interesses de estudo dos historiadores.
c) a análise econômica desaparece da pauta de temáticas estudadas pela História após o advento dos
Annales.
d) a única preocupação dos historiadores influenciados pelo pensamento dos Annales se refere à
cultura.
e) não existem ainda hoje ecos do pensamento dos Annales nos estudos sobre a história do Brasil.
11. (Unicamp 2011) A história de todas as sociedades tem sido a história das lutas de classe. Classe
oprimida pelo despotismo feudal, a burguesia conquistou a soberania política no Estado moderno, no
qual uma exploração aberta e direta substituiu a exploração velada por ilusões religiosas.
A estrutura econômica da sociedade condiciona as suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas
ou filosóficas. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao contrário, são as
relações de produção que ele contrai que determinam a sua consciência.
(Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: AlfaÔmega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-
302.0
As proposições dos enunciados acima podem ser associadas ao pensamento conhecido como
a) materialismo histórico, que compreende as sociedades humanas a partir de ideias universais
independentes da realidade histórica e social.
b) materialismo histórico, que concebe a história a partir da luta de classes e da determinação das
formas ideológicas pelas relações de produção.
c) socialismo utópico, que propõe a destruição do capitalismo por meio de uma revolução e a
implantação de uma ditadura do proletariado.
d) socialismo utópico, que defende a reforma do capitalismo, com o fim da exploração econômica e a
abolição do Estado por meio da ação direta.
12. (Ufpb 2006) Cada afirmativa a seguir caracteriza uma concepção de História, portanto, representa
uma corrente historiográfica diferente.
Resposta da questão 1:
[C]
Resposta da questão 2:
[B]
Somente a alternativa [B] está correta. Karl Marx e F. Engels elaboraram o Materialismo Histórico e
Dialético e desenvolveram o conceito de “modos de produção” afirmando que a história da humanidade
é a história dos modos de produção. Os modos de produção são o comunismo primitivo, o asiático ou
hidráulico, escravista, germânico, feudal, capitalista e o comunismo. O socialismo consiste na transição
do capitalismo para o comunismo. O modo de produção asiático ou hidráulico se caracteriza pelo Estado
Despótico, Monarquia Teocrática, servidão coletiva, sociedade estratificada e agricultura de regadio.
Assim o Ayllu, comunidade agrícola inca, pode ser concebido como modo de produção asiático.
Resposta da questão 3:
[D]
Nota-se, pelas imagens, que os homens medievais contavam seu tempo através dos ciclos agrícolas,
denotando, assim, uma concepção de tempo natural.
Resposta da questão 4:
[C]
Criado no contexto do Estado Novo varguista, o SPHAN tinha por objetivo reafirmar a identidade
nacional posta em prática pelo regime ditatorial de Vargas.
Resposta da questão 5:
[E]
Nas palavras do presidente do IPHAN, que a própria questão traz, "a paisagem carioca é a imagem mais
explícita do que podemos chamar de civilização brasileira". Daí a relação entre sociedade e natureza.
Resposta da questão 6:
[D]
Apesar de criada e desenvolvida durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, o discurso apresentado no
texto não tem um caráter autoritário, porém intervencionista e nacionalista; no entanto, tal política não
é vista como uma agressão ou ingerência do Estado sobre a vida privada e foi entendida de forma
positiva pela sociedade.
Resposta da questão 7:
[A]
A questão permite uma dupla interpretação. O ENEM considera a alternativa “A” como correta, pois a
preocupação do Iphan foi preservar as ruínas, nas quais não se encontram elementos bibliográficos ou
técnicos e não nos permite a compreensão de questões étnicas. No entanto, a alternativa “D” também
pode ser considerada, pois as ruínas das construções de Canudos refletem o modo de vida da população
daquela comunidade.
Resposta da questão 8:
[C]
Existe uma diferença fundamental entre a escola Positivista e a Escola dos Annales: a primeira considera
que o estudo histórico deve basear-se no maior número de fontes para narrar um acontecimento e
segunda pressupõe que o estudo histórico deve ser profundo, buscando analisar as estruturas que
contribuíram para que um acontecimento superficial ocorresse.
Resposta da questão 9:
[C]
A Escola dos Analles surgiu em 1929 na França através de vários historiadores como March Bloch. A
escola criticou o pensamento positivista que considerava fonte histórica apenas documentos escritos.
Assim, o grupo dos analles ampliou a noção de documento histórico e começou a estudar novas temas
como a história da morte, festas, bruxaria, história da mulher, da sexualidade, etc. A linguagem da
narrativa histórica fugiu daquele rigor acadêmico e ganhou contornos literários. Na década de 1950,
surgiu a História Nova herdeira dos analles. A escola dos analles considerava a narrativa Mitológica
vinculada a busca das origens.
A "Escola dos Annales" foi um movimento inovador que surgiu na França, no século XX, dando origem
ao que conhecemos hoje de Nova História, que começa a tecer suas redes de conhecimento em
contraposição à história tradicional “enraizada” nos grandes homens e fatos. Para a “história nova”,
toda vivência humana é portadora de uma história. Partindo desta ideia que os Annales construíram o
sentido de “História total”.