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Recife
JUNHO, 2017
ARQUEOLOGIA E EDIFICAÇÃO – A REPRESENTAÇÃO DA IDENTIDADE DA
ELITE PAULISTANA A PARTIR DA CONSTRUÇÃO DO EDIFÍCIO ALTINO
ARANTES – O “BANESPÃO‟, NA DÉCADA DE QUARENTA.
1) Mestranda do Programa de Pós-Graduação do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo - MAE/ USP.
quarenta, dentro das suas relações existentes entre a materialidade deste imóvel com a
sua concepção de superioridade étnica, política e econômica. O artigo foi desenvolvido entre
agosto e setembro de 2014 e fez uma análise da relevância social do edifício no imaginário
processuais, buscando vincular a imagem do prédio, a sua construção e o seu significado para
a elite paulistana e sua ligação com a identidade, a paisagem e a memória paulistana, dentro
Edifício Altino Arantes – o “Banespão”. Com isso, a autora utiliza elementos pós-processuais,
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nos quais a pesquisa se norteou, trilhando pela busca de vínculos entre a materialidade do
englobam uma variedade de processos, tanto relacionados à organização desse espaço, quanto
religiosa. Com isso, a paisagem estudada adquire características de fenômeno social, inserida
uma reflexão para o leitor, dentro da Arqueologia Urbana, onde o edifício-sede do BANESPA
tornou-se patrimônio histórico da cidade de São Paulo, não apenas por sua antiguidade, mas
por tratar-se de “indício material” com caráter valorativo dentre as produções arquitetônicas
do passado da cidade.
conceito de Cultura Material, faz-se necessário recorrer as palavras de Tânia Andrade Lima
(2011, pág.12):
investigar o rico e complexo domínio material da cultura, cuja história é tão longa, [...]
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Dentro do estudo de Arqueologia Histórica, a autora segue fazendo a utilização de
vários conceitos que destacam as características materiais da identidade da elite de São Paulo,
pois aborda os termos que ressaltam uma declaração de identidade paulistana de superioridade
aos demais estados da federação, resultando numa cultura material que se adapta ao meio, de
forma não biológica, realizada “fora do corpo (extrassomática) e, portanto, cultural, sendo
entendida como uma resposta às pressões de diversas naturezas sofridas pelos grupos
prédio.
Pela análise da autora do artigo, a cultura material representa o suporte pelo qual se
ampara a reprodução do social, porém a matéria é o alicerce da produção; sendo que somente
se compreender a cultura material e o seu entorno simbólico, pois os artefatos tem vários
entenda o sentimento de supremacia paulistana frente aos demais estados, escolheu-se uma
edificação no centro de São Paulo, símbolo da arquitetura paulista do início do século XX,
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onde a história do Banco do Estado de São Paulo se mistura com a história da cidade,
do prédio e a sua suntuosidade e opulência (no período) representa a oligarquia paulista queria
“transmitir‟ e “impor” de um espírito paulista aguerrido, que não se abala, mas se fortalece,
concretizando a aspiração da elite por grandiosidade, num momento do país em que havia
uma forte recessão financeira (crise da bolsa de Nova York em 1922) e a transferência do
poder para as cidades (concentrado nas mãos dos banqueiros). A partir desta análise, as
questões elencadas pela autora foram respondidas e a fundamentação teórica deu suporte e
paulistanos no momento em que é construído o Edifício Altino Arantes, por meio da análise
da cultura material em constante diálogo com a fonte textual, pois possui características que
qual se leva em consideração o contexto social e cultural e de que forma ele é apropriado e
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BIBLIOGRAFIA
LIMA, Tania Andrade. Cultura material: a dimensão concreta das relações sociais -
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v. 6, n. 1, p. 11-23, jan-abr.
2011.
SILVA, Adriana Fraga da. Caminhos e Percepções que Constituem Paisagens. Vestígios –
Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica Vol. 1 Nº 2 Jul/Dez. 2007. Disponível em
https://docs.wixstatic.com/ugd/f98efd_a5381704ee2e679e6a0a05c59d7aed69.pdf. Acesso em
07/jun/2017.