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Brasília – Junho de 2016 

Apresentação 

O presente texto é parte do material utilizado para ministrar treinamento de Geração de Mancha 
para Classificação de Barragens Quanto a Dano Potencial Associado tal como definido no contexto da Política 
Nacional de Segurança de Barragens, utilizando metodologia desenvolvida pelo LNEC – Laboratório Nacional 
de Engenharia Civil de Portugal sob contrato com a ANA. 

   


 
Introdução 

A política Nacional de Segurança de Barragens, instituída pela lei 12.334, de 20 de setembro de 
2010, estabelece como um de seus instrumentos o desenvolvimento de um sistema de classificação de 
barragens quanto à categoria de risco de rompimento e quanto ao dano que ela potencialmente causaria se 
viesse a se romper. 

A classificação quanto à categoria de risco está condicionada a fatores construtivos e de manutenção 
e operação da barragem e não será tratada no presente contexto. 

Já a classificação quanto ao chamado Dano Potencial Associado ou DPA, será objeto de 
aprofundamento. Mais especificamente, será descrito o método simplificado desenvolvido pelo LNEC – 
Laboratório de Engenharia Civil de Portugal para geração da mancha ou polígono de referência para a 
estimativa desse dano1 e serão fornecidas ferramentas computacionais para auxiliar nessa tarefa. 

A função desse polígono é delimitar a área de análise para a classificação do DPA. É semelhante a 
uma área de inundação, no entanto, não podemos entende‐la assim, stricto sensu, devido à insuficiente 
precisão dos dados de relevo (no caso o SRTM de 30m) para esse fim. O sistema se limita a ser uma 
referência na qual o agente público, ou órgão fiscalizador de segurança de barragens poderá se basear para 
priorizar a sua atuação. 

Uma vez determinado o polígono, este é sobreposto a uma imagem de satélite e submetido à análise 
de um técnico. São então identificadas dentro do polígono todas as feições relevantes para a PNSB, quais 
sejam, residências, estradas, indústrias, Unidades de Conservação Ambiental, dentre outras. Cada ocorrência 
gera uma pontuação em uma tabela resultando em uma totalização cujo valor é classificado em três faixas 
de DPA: Baixo, Médio ou Alto. Os pormenores dessa etapa da classificação são normatizados pela Resolução 
CNRH nº 143/2012, pela Lei nº 12.334/2010 em seu art. 7º e pela Resolução ANA nº 132/20162. 

  As barragens que forem classificadas com DPA alto estarão obrigadas pela lei a tomar uma série de 
medidas de precaução, tais como a elaboração de um Plano de Ação de Emergência – PAE. 

   

                                                            
1
 Produto 6 – Classificação de Barragens Pela Agência Nacional de Águas (Maio/2014) – disponível em www.ana.gov.br  
2
 Resolução esta que se aplica apenas às barragens fiscalizadas pela ANA 


 
Fundamentos 

A metodologia desenvolvida pelo LNEC parte do pressuposto básico de que os dados disponíveis 
tanto das barragens quanto do relevo não permitem uma modelagem de precisão do rompimento, portanto 
a metodologia adequada é simplificada para permitir o uso do SRTM como modelo digital de elevação e um 
mínimo de dados de entrada sem maiores descrições da geometria tanto da barragem quanto do canal de 
escoamento a jusante. 

Assim, a partir de diversos estudos envolvendo um universo de rompimentos de barragens 
anteriores, definiu‐se um procedimento que consiste nos seguintes passos: 

 Cálculo empírico da extensão do rio a ser modelada. 
 Verificação da adequação do limite determinado analisando a ocupação e a geomorfologia do 
vale a jusante da barragem. 
 Cálculo da vazão máxima associada à ruptura da barragem. 
 Cálculo das vazões de pico em cada uma das seções transversais ao longo do vale. 
 Comparação da vazão amortecida em cada seção transversal ao longo do vale com a vazão 
máxima do vertedouro para interrupção da modelagem no ponto onde os danos devidos à 
ruptura sejam menores que o dano devido à cheia de projeto do extravasor. 
 Obtenção da altimetria de pontos ao longo das seções transversais. 
 Cálculo hidráulico para estimativa do nível máximo da onda de ruptura em cada uma das seções 
transversais. 
 Criação da superfície envoltória da onda de ruptura. 
 Obtenção do polígono classificação de DPA. 
 Eventual adoção de fatores de correção para cobrir incertezas associadas ao processo. 
 
1) Cálculo empírico da extensão do rio a ser modelada. 

  O Produto 6, desenvolvido pelo LNEC apresenta o quadro 11 a seguir no qual são tabelados os 
valores de distância em função do volume do reservatório rompido 

Quadro 1 – Dados de base e resultados da regressão Volume do Reservatório vs.


Distância Máxima para jusante
Dados de base considerados Dist.Máx. com base na
para obter a curva de regressão curva regressão
Distância
Vmax Dist. Máx. Jus. (km)
Origem dos dados para Jusante
(hm3) Fórm. Regressão
(km)
0 - 6,7
Val. impostos p/ efeitos da Regressão 0,2 5,0 6,8
Proposta 5 10,0 8,1
do 75 25,0 25,2
Produto 4 200 50,0 50,0
Valores impostos p/ efeitos 700 95,0 95,3
da Regressão 1.000 100,0 100,4


 
A curva de regressão traduz o melhor ajustamento aos seis pares de pontos (Volume, Distância
Máxima) indicados na terceira coluna do Quadro 1, os quais estão representados com o símbolo em
vermelho no gráfico da Erro! Fonte de referência não encontrada..

A curva de ajustamento pode, então, ser traduzida pela expressão:

8,870 10 2,602 10 2,648 10 6,737


1.000

sendo válida para o intervalo de volumes de reservatório dado por ]0 hm3; 1.000 hm3].

2) Verificação da adequação do limite determinado analisando a ocupação e a geomorfologia do vale 
a jusante da barragem 
A depender da intensidade da ocupação do vale imediatamente a jusante da área de modelagem
calculada no passo anterior, pode ser conveniente ao analista estender a área para se cerificar de que
efeitos importantes não sejam ignorados.
A geomorfologia também pode indicar a necessidade de ajustes nessa região de interesse para
a modelagem.

3) Cálculo da vazão máxima associada à ruptura da barragem 
A estimativa da vazão máxima resultante de uma ruptura é feita com base em fórmulas
empíricas extraídas da literatura. Existem diversos estudos que propõem fórmulas para essa finalidade,
as quais estão sintetizadas no Quadro 12. Algumas são mais conservadoras, resultando da restrição de
abarcar os piores casos, constituindo uma envolvente dos resultados, outras buscam o melhor
ajustamento aos dados, podendo, em alguns casos, subestimar os volumes envolvidos. Acresce-se a


 
esta tabela a fórmula proposta pelo MMC, decorrente de trabalhos conduzidos pelo USACE -
Mapping, Modeling, and Consequences Production Center – MMC com base nos resultados de estudos
de ruptura de 145 barragens sob a jurisdição do USACE norteamericano.

Tendo reanalisado as novas correlações produzidas entre os resultados de cada fórmula e os


dados disponíveis, separadamente para cada família de expressões, Pierce at al. (2010) concluíram
que:

 as fórmulas monoparamétricas, dependendo seja de , seja de , têm tendência


para conduzir a uma sobrestimação da vazão máxima, em especial para as barragens
menores;
 as previsões monoparamétricas com base no volume do reservatório são tendencialmente
mais confiáveis do que as baseadas na altura da barragem, devendo estas últimas ser
utilizadas apenas quando se desconheçam as características de armazenamento do
reservatório (de fato a altura da barragem é um parâmetro normalmente conhecido e,
quando o não seja, é de mais fácil obtenção do que o volume do reservatório);
 as fórmulas multiparamétricas permitem, em geral, previsões mais confiáveis do que as
monoparamétricas;
 entre as fórmulas multiparamétricas, a mais recente das analisadas, a de Froehlich (1995),
é a que conduz ao ajustamento com melhor correlação à série de dados expandida,
recomendando-se a sua utilização, apesar de conduzir a vazões por excesso abaixo de 200
m3/s (ou seja, sem um impacto prático significativo).

Quanto à expressão monoparamétrica proposta por MMC, que não foi analisada por Pierce at
al. (2010), interessa realçar que foi estabelecida com base no parâmetro que estes autores constataram


 
ser o mais confiável para efeitos de previsão da vazão – o volume do reservatório. Acresce que a sua
dedução se baseou num universo muito significativo de casos de estudo (145). Em face do exposto,
recomenda-se a sua consideração na estimação da vazão máxima nos casos menos comuns em que o
volume máximo armazenado seja particularmente elevado comparativamente com a altura da
barragem.
Em face do exposto, as expressões escolhidas para esse cálculo na metodologia simplificada
foram a de Froehlich e a proposta pelo MMC (assinaladas em amarelo no Quadro 12).

4) Cálculo das vazões de pico em cada uma das seções transversais ao longo do vale  
À medida que a onda de rompimento se propaga para jusante, ocorre um amortecimento do
hidrograma, caracterizado pela redução da vazão de pico e alargamento da onda. Uma simulação
completa desse tipo de fenômeno requer uma grande quantidade de dados e uma precisão que em regra
não estão disponíveis. A equipe do LNEC fez estudos comparativos para chegar à melhor modelagem
incluindo o modelo HEC-RAS, muito popular para estudos nesse âmbito.
A conclusão foi de que as incertezas decorrentes dos dados disponíveis (SRTM, dados de
rugosidade, detalhes das pontes e outras obstruções, etc.) não justificam o uso de modelos como o
HEC-RAS, e propõe então, para volumes de reservatório superiores a 6,2 hm, que amortecimento da
vazão seja calculado pela expressão constante em BUREC (1989):

,
10

onde

- vazão máxima em (m3/s) à distância (km) da barragem;

- vazão máxima na seção da barragem (m3/s);

- distância à barragem (km).

Já em reservatórios com um volume inferior a 6,2 hm, deduziu-se uma nova expressão a partir
dos elementos apresentados no Produto 4 (também elaborado pelo LNEC no âmbito do mesmo
contrato), de acordo com o proposto por em Dams Sector (2011) (Figura 9), expressão esta que facilita
a sistematização dos cálculos:
.
.

0,002 ln 0,9626
,
0,20047 25000
sendo:

- distância à barragem (m);


 
- volume do reservatório (m3)

- vazão máxima à distância (m3/s) da seção da barragem;

- vazão máxima na seção da barragem (m3/s);

e - parâmetros obtidos por regressão multiparamétrica com base nas cinco curvas
representadas na Erro! Fonte de referência não encontrada..

5) Comparação da vazão amortecida em cada seção transversal ao longo do vale com a vazão 
máxima do vertedouro 

Uma vez estimadas de forma expedita a vazão máxima na seção da barragem e as vazões
amortecidas para as diversas seções transversais ao longo da extensão para jusante, interessa verificar
se estas são inferiores ou de valor próximo da vazão associada à descarga de cheia máxima assegurada
pelo vertedouro sem implicar uma ruptura da barragem (cheia natural de comparação).

Para esta verificação recomenda-se que se adopte, para efeitos de comparação, a vazão de
dimensionamento do vertedouro, sendo que, nos casos em que se desconhece este valor de projeto, se
poderá estimar a vazão máxima a partir da geometria da soleira de controle e da carga máxima sobre
esta, admitindo para tal uma borda livre adequada (por exemplo de ordem de 0,5 m a 1,0 m, conforme
a altura da barragem).

Se em alguma seção Si a vazão de ruptura não exceder a vazão para a cheia natural de
comparação será lícito admitir que os danos produzidos a jusante em consequência de uma ruptura não


 
serão mais severos do que os que ocorrerão em resultado da cheia natural de comparação. A simulação,
então, tomará como limite a seção Si, a menos que algum fator local provoque o analista a estende-la.

6) Obtenção da altimetria de pontos ao longo das seções transversais 
Até este ponto da metodologia, todas as estimativas se basearam apenas nas características da
barragem e seu reservatório, especialmente altura e volume, o que nos permite estimar vazões máximas
ao longo da área sob modelagem. Nesse ponto, espera-se transformar as vazões obtidas nos passos
anteriores em alturas da onda de cheia nas diversas seções transversais.
Para isso, é preciso levantar da maneira mais acurada possível o perfil topográfico de cada
seção transversal. De maneira geral, o dado mais disponível para esse levantamento é o SRTM. À
época do desenvolvimento da metodologia estava disponível para o Brasil apenas a versão de 90m.
Recentemente o USGS liberou em seu sítio eletrônico a versão de 30m que passou a ser usada pela
ANA na implementação da metodologia para a classificação das barragens sob sua jurisdição.
O processo de obtenção das seções está implementado da maneira descrita a seguir.
Em primeiro lugar, deve-se obter o traçado digital do talvegue a jusante da barragem. Em
seguida, utilizando comandos específicos do ArcMap, deve-se proceder a uma suavização do talvegue
que tem o propósito principal de eliminar curvas muito acentuadas no canal e assim minimizar os
cruzamentos entre as seções perpendiculares ao canal, tornando-as o mais paralelas possível (Figura
4).
A definição das seções perpendiculares é feita de forma automática, utilizando ferramentas de
criação de Hatches (Route) do ArcMap. As rotinas automatizadas estão preparadas para a geração de
21 seções de 4.000 metros de largura, com espaçamento uniforme de 1/20 da extensão a ser modelada.
Seções assim configuradas abarcam a vasta maioria das barragens existentes (Figura 5).

A partir destas seções pode ser criado automaticamente um shapefile de pontos igualmente
espaçados ao longo de cada uma das seções, pontos estes que são então confrontados (Figura 6Erro! 
Fonte de referência não encontrada.) com o modelo digital de elevação, obtendo-se automaticamente,
por interpolação, a cota altimétrica de cada ponto a partir das cotas extraídas do modelo digital de
elevação.


 
7) Cálculo hidráulico para estimativa do nível máximo da onda de ruptura em cada uma das seções 
transversais 
O cálculo hidráulico simplificado foi implementado pelo LNEC por meio de uma planilha em
EXCEL. Os dados de entrada são basicamente as características físicas da barragem, como altura, cota
de coroamento, volume do reservatório e o perfil topográfico das 21 seções.
A planilha de cálculo foi desenhada de forma a permitir determinar a capacidade de transporte
de cada seção transversal com base na equação de Manning- Strickler:

/
. .

onde:

- a vazão máxima à distância da seção da barragem, em (m3/s);


- a inclinação da linha de energia com base no esquema da Figura 7;
- o coeficiente de rugosidade de Manning-Strickler, valor admitido de Ks=15 m1/3s-1;
- a área da seção de escoamento (m2);
- o raio hidráulico da seção de escoamento (m).

O resultado do cálculo hidráulico pelo traduz-se por uma tabela que dá os níveis de água máximos
atingidos em cada seção transversal de cálculo, como se exemplifica no Quadro 13.

10 
 
11 
 
8) Criação da superfície envoltória da onda de ruptura 

As alturas máximas calculadas em cada seção são carregadas no ArcMap e então associadas à
camada de seções transversais, ficando cada seção com uma altura máxima da onda. A partir desta
camada gera-se uma superfície envolvente delimitada pelas máximas alturas da onda de ruptura em
cada seção. Utiliza-se para isso uma ferramenta de triangulação que passa pelas linhas das seções
com as respectivas altitudes, Figura 8Erro! Fonte de referência não encontrada.. O produto é uma rede
triangular irregular (TIN).

9) Obtenção do polígono classificação de DPA 
O objetivo dessa etapa é delimitar uma área para que seja feita a análise das ocorrências na
superfície do vale de modo a classificar as barragens quanto ao seu dano potencial. Infelizmente a
qualidade dos dados disponíveis não permite considerar essa uma superfície de inundação, pois o erro
de altimetria do SRTM é elevado e quando projetado na superfície do terreno pode ser multiplicado
muitas vezes.
Com os dados atuais, a metodologia se propõe a comparar as barragens entre si de forma a
permitir ao órgão fiscalizador priorizar a sua atuação e exigir das barragens mais problemáticas
levantamentos de dados mais precisos e abrangentes, que possam subsidiar a elaboração do Plano de
Ação de Emergência e outras medidas de segurança.
A partir do Modelo Digital de Elevação deve ser gerado um arquivo em formato TIN, impondo
que que os dados de altimetria do TIN não se desviem mais de 1m dos dados originais do MDE.

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A área de classificação do DPA é então obtida delineando a área na qual a altura da envoltória
da onda de ruptura é maior que a superfície da terra representada no MDE. Matematicamente isso se
traduz em subtrair os valores do MDE dos valores correspondentes da envoltória da onda. As áreas
onde essa diferença for negativa são aquelas em que o terreno é mais alto que a onda simulada, e
portanto, estão fora da área de interesse.
Percebem-se inconsistências na Figura 9B, como a descontinuidade da área inundada ao longo
do canal principal e áreas “inundadas” ao longo dos afluentes muito a montante das confluências. Estas
situações levam à necessidade de correções manuais.
Tome-se o exemplo mais complexo representado na Figura 10Erro! Fonte de referência não
encontrada.. Com as seções originais, desenhadas a partir do curso d’água suavizado, obtém-se a área
de inundação representada na Figura 10Erro! Fonte de referência não encontrada.A. Verifica-se
que, tanto do lado esquerdo como do lado direito da linha de água, se desenham claramente áreas
atingidas ao longo de dois afluentes. Uma vez que a altura da onda simulada é a mesma ao longo de
toda a seção transversal, as áreas que surgem em afluentes devem ser desconsideradas se a linha que
representa a seção atravessa um divisor de águas. O afluente só será influenciado pela cota da onda de
ruptura na sua confluência com o rio principal.

Uma solução possível é a geração de uma superfície envoltória um pouco diferente, obtida com
ajustes no formato das seções. Assim procede-se manualmente à alteração da direção nas extremidades

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das seções, dobrando-as para evitar que cruzem divisores de água, impedindo assim que sejam
transportadas cotas mais altas da envoltória para afluentes situados mais a jusante (Figura 10B).

10) Análise de cascatas e eventual reclassificação de barragens quanto a DPA  

Quando ao longo de uma linha de água existam barragens em cascata, e estando todas elas
classificadas admitindo apenas o impacto potencial direto associado à ruptura da barragem
isoladamente, interessa antes de se encerrar o processo de classificação do DPA proceder à verificação
da ruptura em cascata.

Para esse efeito, primeiramente considera-se o cenário de rompimento da barragem isolada.


Quando a ruptura isolada conduza à classificação de DPA médio ou baixo, haverá então que considerar
procedimentos adicionais em termos de classificação que passam por verificar se existem a jusante
barragens com classificação DPA maior do que a da barragem em análise. Se for o caso e se estas

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forem passíveis de romper em resultado da ruptura da barragem em análise, transmite-se para esta a
classificação mais gravosa das barragens em cascata a jusante;

Pelo exposto, além de se ter que identificar o sistema de barragens em cascata, há que conhecer
também os respectivos volumes dos reservatórios e alturas das barragens por forma a se poder aferir,
mesmo que de forma simplificada, se uma barragem que rompa é passível de vir a induzir a ruptura
em dominó da(s) barragem(ns) imediatamente a jusante.

1. Propõe-se para este efeito que:

 se admita, do lado da segurança, que a barragem de jusante não descarrega o volume afluente
em resultado da ruptura a montante, admitindo-se deste modo que, por exemplo, o seu
vertedouro está acidentalmente obstruído, ou que a soleira livre deste terá sido irregularmente
alteada para aumento da capacidade de armazenamento (situação não rara em zonas de escassez
de água) ou que as suas comportas (caso as tenha) estão inoperacionais;
 se admita que a barragem de jusante que recebe a onda de ruptura afluente não rompe no caso
da sua capacidade de armazenamento permitir encaixar totalmente na faixa de borda livre o
volume afluente devido à(s) ruptura(s) a montante;
 se admita que a barragem de jusante rompe se não permitir o encaixe na faixa de borda livre do
volume afluente devido à(s) ruptura(s) a montante, e nestes casos se atribua à barragem de
montante que causou a ruptura desta barragem a classificação de DPA mais severo entre ambas.

À falta de dados relativos às curvas de volume armazenados da barragem, situação que pode ser
comum para muitas barragens existentes, e no sentido de tornar possível esta reclassificação devido a
rupturas em cascata, sugere-se que se sigam os seguintes valores como base de referência para estimar
o volume armazenado entre o nível máximo e o do coroamento da barragem, ou seja, na faixa
correspondente à borda livre (Vborda livre/Vmax):
Quadro 2 – Estimativa do volume armazenável na faixa da borda livre em função da
altura da barragem

Percentagem do Volume do reservatório


Altura da barragem de jusante
na faixa da borda livre
(Vborda livre/Vmax)
0m ≤H<3m 20%
3 m ≤ H < 15 m 10%
15 m ≤ H < 60 m 5%
60 m ≤ H 3%

15 
 
Os valores guia indicados no Quadro 2 foram obtidos tomando como base dois conjuntos de
barragens (representam-se os dados utilizados na Figura 1):

 8 pequenas barragens com alturas até 7 m – curvas de volumes armazenados indicadas em


ANA (2012) para as barragens Poty, Direito, Bom Sucesso, Maria Paes, Martelo, Água Azul,
Trincheiras e José Líbano;

 8 grandes barragens portuguesas com alturas entre 70 e 140 m – curvas de volumes


armazenados indicadas em Coba e Procesl (2007), tendo-se analisado as barragens de
Pinhosão, Padroselos, Daivões, Fridão, Girabolhos, Alvito, Foz Tua e Alqueva.

Figura 1 – Casos reais usados para estabelecer os valores de Vborda livre/Vmax em função
da altura da barragem H
 

A ANA desenvolveu uma implementação da metodologia usando o software ArcGIS como 
plataforma e elaborou programas em Python que automatizam grande parte das tarefas de 
geração da mancha que define a área a ser considerada para a classificação do Dano Potencial 
Associado às barragens. 

Essa implementação é descrita no documento Geração de Manchas para Classificação de 
Barragens Quanto ao Dano Potencial Associado – Passo‐a‐Passo que é parte integrante do 
presente curso. 

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Brasília ‐ Junho de 2016   
Apresentação 

Este passo‐a‐passo é parte do material usado no treinamento de Geração de Manchas 
para a Classificação de Barragens Quanto ao Dano Potencial Associado. Descreve 
detalhadamente os processos executados usando a plataforma ArcGIS em conjunto com 
programas escritos em linguagem Python. É necessário um conhecimento básico de 
geoprocessamento e de operação do software ArcMap para a perfeita compreensão e 
reprodução dos procedimentos. 

   


 
Introdução 

O presente processo resulta da implementação prática no ambiente da ANA de 
metodologia desenvolvida pela Laboratório Nacional de Engenharia Civil ‐ LNEC de Portugal 
para a classificação de barragens quanto ao seu Dano Potencial Associado – DPA, segundo as 
determinações da Política Nacional de Segurança de Barragens, consignadas na Lei 
12.334/2010. 

  A bases teóricas e fundamentos empíricos que sustentam esses procedimentos estão 
descritos detalhadamente no Produto 6 – Classificação de Barragens Pela Agência Nacional de 
Águas (Maio/2014) desenvolvido pelo LNEC sob contrato com a ANA. 

O processo de geração das manchas de classificação das barragens quanto ao seu 
Dano Potencial Associado compõe‐se de três etapas na metodologia implementada pela ANA 
com base no modelo simplificado descrito no citado Produto 6, quais sejam: 

1) Preparação do Rio. 
2) Preparação dos MDEs e geração de planilha Excel. 
3) Elaboração da mancha de DPA. 

Etapas estas que passam a ser descritas a seguir. 

   


 
0 Preparação do Ambiente 

Antes de iniciar o processo propriamente dito, é necessário preparar o ambiente por 
meio da criação de pastas específicas para cada barragem; criação de uma base de dados em 
formato Geodatabase e, dentro dessa base, criação de uma estrutura denominada feature 
dataset a qual conterá todos os temas geográficos produzidos pelo processo. 

A equipe da ANA desenvolveu um procedimento automatizado que verifica se as 
pastas e bancos de dados necessários existem e os cria, caso não existam. 

A pasta raiz dessa implementação é denominada C:\ManchaDPA. Inicialmente ela 
contém os programas em python que compõem o processo, as planilhas de Cálculo Hidráulico 
(BXXXX_Calculo.xlsx) e formatação (FormataTabela.xls) e o Modelo Digital de Elevação SRTM 
de 30 metros (srtm30_Brasil.tif). 

O programa de preparação do ambiente deverá ser executado antes de cada nova 
barragem a ser analisada. Após a execução desse programa, a pasta C:\ManchaDPA conterá 
pastas Windows denominadas BXXXX, onde XXXX é o número da barragem. Nelas serão 
armazenadas as planilhas Excel e arquivos em formato raster (MDEs da região sob estudo). Na 
pasta raiz também será criado um Geodatabase com o nome: ManchaDPA.gdb. Esse 
Geodatabase, por sua vez, conterá uma feature dataset para cada barragem cujo nome será 
BXXXX onde XXXX é o número da barragem. 

Cada barragem deverá ser identificada por um número. Para exemplificar, usaremos 
neste material o número 7777. 

 Abra o ArcGIS e acione o Catálogo – ArcCatalog ‐ clicando no ícone       . 
o Obs: é necessária uma licença STANDARD e extensões 3D Analyst e 
Spatial Analyst 
 
 Localize as toolboxes do processo no ArcCatalog 

 
 Execute o processo 0 – Prepara o Ambiente 
 Preencha os campos de entrada conforme a figura: 


 
 
 
 Você terá como resultado uma tela semelhante a: 
 

 
 
 
 Observe que o programa calcula a distância a ser modelada em função do volume do 
reservatório. 
 Anote este valor para ser usado mais adiante. 
 
 Terminada a execução, a estrutura de pastas terá o aspecto mostrado na figura: 


 
 
 Observe que foram copiadas as planilhas BXXXX_Calculo.xlsx e FormataTabelas.xlsx 
para a pasta B7777 (renomeando a primeira para B7777_Calculo.xlsx). 
 Repetir o processo de preparação do ambiente para cada nova barragem a ser 
processada. 
 
 Antes de prosseguir, preencha os dados básicos da barragem na planilha 
B7777_Calculo.xlsx, pasta DBase: 

 
 

Estamos prontos para começar. 


 
1 ‐ Preparação do rio 

Primeiramente é necessário obter um Modelo Digital de Elevação do Brasil com a 
melhor resolução e maior acurácia possíveis. De uma maneira geral, o melhor dado 
disponível é o SRTM 30m distribuído gratuitamente pela NASA através da internet. Esse 
modelo é fornecido como parte do material do presente curso, encontra‐se gravado na 
pasta raiz C:\ManchaDPA. 

Se estiver disponível um MDE de melhor qualidade, não hesite em usá‐lo. Modelos 
com acurácia melhor que 1m podem fornecer inclusive manchas de inundação e dar 
suporte para planos de emergência, coisas que o SRTM não permite. Nesse caso 
recomendamos o uso de uma modelagem mais precisa, por exemplo, usando o modelo 
HEC‐RAS1. 

a) Localize a barragem posicionando um ponto nas coordenadas (‐38,539; ‐7,178). Use a 
função Go To XY          

                                                            
1
 HEC‐RAS – Modelo Hidráulico unidimensional desenvolvido pelo Corps of Engineers do Exército Norte‐
americano – USACE. 


 
 

b) Crie uma Feature Class na Feature Dataset B7777 para conter o traçado do rio com o 
nome B7777_Rio (não use zeros à esquerda do número da barragem). 

 No Catalog, clique com o botão direito sobre o nome da feature dataset B7777. 


 
 
 
 Forneça o Nome B7777_Rio; o mesmo para Nome Alternativo (Alias). 
 Selecione como tipo a opção  Linha ou Line Feature. 


 
 

c) Finalize com valores default clicando em Avançar até encerrar o processo. 

d) Para colocar o tema B7777_Rio em edição e digitalizar o Rio: 

 Na Table of Contents (lado esquerdo da tela), clique com o botão direito sobre o 
tema B7777_Rio. 
 Acione a opção Edit Features. 
 Iniciar Edição. 

10 
 
 

 Use Imagens de satélite – Google Earth ou BaseMap do ArcGIS 
 
 Acione a cortina da ferramenta Add Data 
 

 
 

11 
 
 Escolha a opção Imagery 

Como resultado o ArcGIS apresenta um fundo com imagens de satélite de todo o mundo, 
semelhante à base de imagens do Google Earth. 

12 
 
 
 
 Use as bases hidrográficas da ANA (acessíveis por meio do Portal de Metadados da 
Agência) – Se o traçado se ajustar bem à imagem, não é necessário digitalizar. 
 

 
 
 Use o MDE. Acione a função Add Data por meio do ícone      

13 
 
 Na pasta C:\ManchaDPA abra o arquivo   
 

 
 
 Na barra de Edição, clique no ícone           para criar o traçado do rio. 
 

 
 
 No menu Create Feature (Criar Feições), clique no nome do tema (B7777_Rio) e 
escolha Linha como Ferramenta de Construção. 

14 
 
 

 Trace o rio orientando‐se pelas informações disponíveis (Imagem e/ou MDE e/ou 
rede hidrográfica vetorial). 

e) Utilize o valor de distância a ser modelada calculado pelo processo anterior (neste 
caso, 13,96Km) 

15 
 
f) Finalize e salve a seção de edição. 

g) Voltando às Toolboxes, execute o procedimento 1 ‐ Prepara o Rio no ArcGIS. 

16 
 
h) Preencha o campo com o número da barragem: 

Ao término do processo é apresentada a tela: 

O procedimento 1 ‐ Prepara o Rio cria uma versão suavizada da feature B7777_Rio e uma 
outra versão chamada B7777_Rio_Route, a qual vai permitir a geração das seções transversais 
usando o espaçamento calculado e anotado anteriormente por meio do recurso de traçado de 
“Hatches”. 

17 
 
 
 

   

18 
 
2 ‐ Preparação dos MDEs e geração de planilha Excel 

    O objetivo dessa etapa é gerar uma planilha Excel contendo as cotas das 21 seções 
transversais. Nessa planilha, cada uma das seções é representada por 81 pontos 
totalizando 1701 pontos. 

a) Primeiramente devem ser traçadas as seções transversais. 

b) Clique com o botão direito sobre o tema B7777_Rio_Route. 

c) Abra a tabela de atributos 

d) Observe no campo Shape_Length que o comprimento do rio suavizado é menor que o 
do rio original. Divida esse valor por 20 e use o resultado como espaçamento entre as 
seções transversais nas próximas telas (5.625/20 = 281) 

19 
 
 

e) Clique com o botão direito no tema B7777_Rio_Route e acione a opção Properties. 

f) Ative a aba Hatches. 

g) Marque o box Hatch features in this layer. 

h) Defina o espaçamento entre as seções em Hatch Interval; Use o valor calculado no 
item d) – Arredonde o valor para baixo: 280 metros. 

20 
 
i) Selecione Hatch Def(1) no painel à esquerda. 

 
d) Acione a aba  e) Marque o box  f) defina o espaçamento 
Hatches  Hatch features...  entre as seções

g) Selecione Hatch Def(1) 

j) Estabeleça o comprimento das seções em Line length = 4.000m. 

k) Acione o botão Hatch Orientation. 

l) Selecione como alinhamento a opção "Center"  e OK. 

m) Opcionalmente acione Label these hatches. 

n) Feche a janela com OK. 

21 
 
h) Estabeleça o 
comprimento 

i) Acione o botão 
Hatch Orientarion

  j) Selecione Center e saia 
  com OK 

22 
 
l) Saia com OK 

k) Opcionalmente marque 
o box Label... 

23 
 
 

o) Clique com o botão direito sobre o tema B7777_Rio_Route e acione a ferramenta 
Convert Hatches to Graphics (se não estiver visível contate o suporte do ArcGIS). 

24 
 
 

p) Marque a opção All features in the layer e feche a janela com OK. 

n) Selecione All Features e 
saia com OK 

   

q) Selecione todas as seções transversais. 

25 
 
r) Acione o menu Drawing na barra Draw. 

s) Converta as seções selecionadas para feature usando a ferramenta Convert Graphics 
to Features (certifique‐se de que são 21 seções). 

t) Forneça como nome para o arquivo de saída B7777_Secoes direcionando‐o para o 
geodatabase C:\ManchaDPA\ManchaDPA.gdb\B7777\ (V. figura) 

u) Marque o box Automatically delete graphics after conversion e saia com OK. 

26 
 
r) Direcione o arquivo de 
saída para o geodatabase 

s) Marque o box 
Automatically delete... 
e saia com OK 
 

v) Abra a tabela do arquivo B777_Secoes clicando com o botão direito sobre o tema na 
Table of Contents  

w) Crie na feature class B7777_Secoes um campo com o nome ID_Secao usando a opção 
Add Field usando o ícone          . 

27 
 
 

x) Preencha o nome do campo: ID_Secao 

y) Escolha o tipo “Short Integer”. 

z) Saia com OK 

aa) Conforme descrito a seguir, é necessário numerar o campo ID_Secao fazendo uma 
conta com o campo OID de modo que a numeração das seções comece com zero a 
partir da seção da barragem (isso vai depender da geometria do seu rio e da 
configuração do seu ArcGIS). 

28 
 
bb) Para saber o valor de OID da seção da barragem e determinar a operação necessária, 
use a ferramenta de seleção e clique na seção da barragem. 

29 
 
 

cc) No caso presente, a seção da barragem possui OID=1; para que ID_Secao tenha a 
numeração necessária, basta subtrair 1 de OID.  

dd) Limpe a seleção clicando em      . Abra o menu de contexto clicando com o botão 
direito sobre o nome do campo ID_Secao. Acione a função Field Calculator. 

ee) Preencha o campo da expressão com [OID] – 1. 

30 
 
 

ff) Se houver cruzamentos de seções muito próximos do curso d’água, as seções devem 
ser giradas em torno de seu centro para afastar os pontos de interseção do rio 

i. Nesse caso coloque o tema B7777_Secoes em edição. 

ii. Use a ferramenta “Edit Tool” para selecionar a seção a ser girada. 

iii. Usando a Rotate Tool apenas gire as seções sobrepostas (deixe que as seções 
se toquem apenas na extremidade). 

31 
 
 

iv. Encerre e salve as edições: Editor / Stop Editing / Save Edits 

gg) Execute o procedimento 2 ‐ Prepara MDEs e Excel no ArcGIS: 

32 
 
 

O procedimento 2 ‐ Prepara MDEs e Excel recorta o MDE pela extensão do Rio; projeta 
esse MDE em UTM; transforma a seção transversal em uma série de pontos; obtém as cotas 
desses pontos por meio do MDE projetado; gera uma tabela em formato Excel com esses 
pontos cotados, a qual recebe o nome B7777_PontosComCota.XLS e será usada na próxima 
etapa. 

3 – Elaboração da mancha de DPA 

a) Abra a planilha B7777_PontosComCota.XLS no EXCEL 

b) Abra a planilha FormataTabela.XLS 

c) Abra a planilha de cálculo B7777_Calculo.XLS 

d) Selecione a planilha B7777_PontosComCota.XLS e verifique se a ordem dos dados é 
adequada adicionando um gráfico dos valores da coluna Z: 

33 
 
 

e) Os valores precisam ser decrescentes. Se não forem, classifique a planilha pela coluna 
A (OID) em ordem decrescente. 

f) Copie a coluna “Z” com os valores de cota da planilha B7777_PontoComCota.XLS para 
a pasta "Points" da planilha FormataTabela.XLS   

34 
 
 

g) Execute a macro de formatação teclando  <ctrl>F 

h) Acione a pasta "Tabela" da planilha FormataTabela.XLS e selecione os valores a partir 
da linha 3 

35 
 
 

i) Copie o conteúdo para a pasta "PerfB" da planilha B7777_Calculo.XLS 

j) Após essa colagem, a planilha já efetuou  

k) Verifique se a aba “Result” está com algum erro. 

l) Caso encontre algum erro, acione a pasta correspondente à seção (pastas S0 a S20) e 
ajuste o parâmetro FC (valores entre 1 e 6 são recomendados) 

m) Verifique o resultado na pasta "Resul" 

36 
 
 

n) Salve a planilha B7777_Calculo.XLS 

o) Selecione os valores da coluna "Cota máxima da Sup. Livre" e copie‐os para uma nova 
pasta da planilha B7777_PontosComCota.XLS 

p) Dê o nome SECAO à coluna A dessa pasta e a numere de 0 a 20 

37 
 
q) Dê o nome de COTAMAXIMA à coluna B e cole os valores de “Cota Máxima da Sup. 
Livre” 

r) Salve a planilha B7777_PontosComCota.XLS 

s) Volte ao ArcGIS e abra a pasta "Plan1" da planilha B7777_PontosComCota.XLS 

t) Execute o procedimento 3 ‐ Prepara Mancha DPA no ArcGIS 

O procedimento Prepara Mancha DPA gera uma superfície com base nos valores de cota 
máxima da onda de cheia simulada, subtrai ponto a ponto os valores do MDE dos valores 
dessa superfície e produz o tema em formato vetorial contendo a mancha para análise de DPA.  

Nesse ponto a mancha se encontra em estado bruto. Se o operador conhecer as 
ferramentas de edição do ArcGIS ou de outro software semelhante como o Quantum GIS, ou 
gvSIG, poderá fazer alguns ajustes manuais para aumentar a sua verossimilhança: 

a) Unir eventuais polígonos separados. 
b) Ajustar áreas molhadas. 
c) Eliminar manchas absurdas. 
d) Outros. 

38 
 
c) 

a)

b) 

A próxima tela mostra um detalhe do caso b) Ajustar áreas molhadas. O rio passa por fora da 
mancha obtida e, obviamente a mancha, precisa ser estendida para englobar essa área. 

39 
 
 

Em vários casos é útil fazer um buffer moderado (50m a 150m, dependendo do porte do rio e 
da Barragem) representado em amarelo na figura a seguir. 

40 
 
 

Após edições corretivas temos a Mancha de Classificação de DPA final: 

41 
 
 

A partir desse ponto, entra em cena a equipe que analisa as feições presentes no  
interior da mancha e classifica a barragem quando ao Dano Potencial Associado propriamente 
dito. 

Em geral as imagens do Google Earth são mais detalhadas que essas disponíveis no 
ArcGIS e o software é mais leve e rápido, consequentemente a equipe que faz a análise do DPA 
tem vantagens em usar esse sistema. 

Assim, o resultado final deve ser convertido para o formato shapefile, que é um dos 
formatos lidos pelo Google Earth: 

Clique com o botão direito sobre o tema B7777_Diferenca e acione a opção 
Data/Export Data 

42 
 
 

Forneça um nome conveniente: 

Para abrir no Google Earth acionar: 

a) Arquivo/Abrir 

43 
 
b) Escolha o tipo de arquivo – ESRI‐Shape 
c) Selecione o arquivo desejado 

  a) Acione comando 
Arquivo/Abrir 

c) Escolha o arquivo 
desejado 

b) Escolha shapefile como 
tipo de arquivo 

Após um ajuste nas propriedades de exibição, a mancha é mostrada pelo Google Earth 
(se o tema não aparecer, marque o check box correspondente na lista de Lugares): 

44 
 

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