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GUIA 32

Calibração em química analítica e uso de


materiais de referência certificados

Primeira edição 2000


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Origem: No.: ISO GUIDE 32:1997 (E)

ICS 71.040.30

Descritores: Laboratório credenciado. Laboratórios de ensaio. Laboratórios de análise. Análises químicas. Calibração. Materiais de
referência. Garantia da qualidade

Descriptors: Laboratory accreditation. Testing laboratories. Analysis laboratories. Chemical analysis. Calibration. Reference materials.
Quality assurance

7 páginas

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Elaborado pelo Comitê Brasileiro de Química - ABNT/CB-10
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ABNT ISO GUIA 32:2000

Calibração em química analítica e uso de materiais de referência certificados

Prefácio
A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras,
cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial
(ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Este Guia é a tradução do ISO Guide 32, de 1997. Foi elaborado pela Comissão de Estudo de Laboratório - Grupo
Re-gional de Laboratório de São Paulo, do ABNT/CB-10 - Comitê Brasileiro de Química, Petroquímica e Farmácia.

Introdução
No contexto da Conferência Internacional de Credenciamento de Laboratórios (ILAC), realizada em Turim (Itália), em
outubro de 1990, um seminário técnico de um dia foi dedicado à Metrologia em ensaios, onde os vários aspectos da
rastreabilidade metrológica em diferentes campos de ensaio foram tratados.

A fim de esclarecer a implementação dos princípios da rastreabilidade metrológica em química, foi então solicitada a
elaboração do Guia ILAC Calibração em química analítica e uso de materiais de referência certificados.
Foi preparada uma minuta e, após correções pelo grupo de trabalho ILAC, foi aprovada na conferência ILAC de 1992
em Ottawa (Canadá). Além disso, devido à necessidade mundial de tal informação, foi posteriormente recomendado
transmitir essa minuta ao ISO/REMCO para servir de base ao desenvolvimento de um Guia ISO. Esta proposta foi
aceita pelo ISO/REMCO.

A finalização deste Guia foi realizada pelo ISO/REMCO Grupo Tarefa 2, Calibração.

1 Objetivo
A garantia, da qualidade em laboratórios de ensaios, particularmente no caso de sua avaliação (ver ABNT ISO/IEC
Guia 25), destaca a necessidade de considerar atentamente a questão da exatidão das medições e dos resultados
analíticos, e garantir que os princípios necessários para estabelecer a exatidão demonstrada não tenham sido
omitidos.

A calibração dos parâmetros associados à análise química e aos ensaios de materiais merece particular atenção, pois
erros graves podem ser cometidos, caso sejam negligenciados ou ignorados os princípios básicos de metrologia, que
também se aplicam a estas áreas. Este Guia identifica algumas recomendações gerais para aqueles que, em la-
boratórios ou como avaliadores, enfrentam este problema.

2 Referências
ABNT ISO/IEC Guia 25:1993 - Requisitos gerais para a capacitação de laboratórios de calibração e de ensaios

ABNT ISO Guia 30: 2000 - Termos e definições relacionados com materiais de referência

ABNT ISO Guia 31:2000 - Conteúdo de certificados de materiais de referência

ISO Guide 31: 1981 - Contents of certificates of reference materials

ISO Guide 33: 1989 - Uses of certified reference materials

ISO Guide 34: 1996 - Quality system guidelines for the production of reference materials
ISO Guide 35:___1) - Certification of reference materials - General and statistical principles

VIM: 1993 - International vocabulary of basic and general terms in metrology. BIPM, IEC, IFCC, ISO, IUPAC,
IUPAP, OIML

Guide to the expression of uncertainty in measurement, 1st edition, 1993 (corrected and reprinted 1995)

3 Considerações básicas
Qualquer medição, particularmente qualquer análise química quantitativa, deverá empregar elementos de referência
para assegurar a rastreabilidade das grandezas básicas relevantes. Esta é uma condição essencial para a exatidão
dos resultados.

___________
1)
A ser publicado (Revisão do ISO GUIDE 35:1989).

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A qualidade metrológica da calibração executada depende da:

- incerteza da referência usada (conjunto de massas de calibração, soluções tituladas, misturas de gases, MR com
composição certificada2), etc.);

- conveniência (ou adequação ao uso) desta referência sob as condições práticas de uso, levando em conta o mé-
todo analítico usado e as amostras analisadas.

A incerteza da calibração resulta destes dois componentes e deve ser otimizada sem ignorar nenhum deles.

Recomenda-se ao analista comparar a incerteza da calibração com a incerteza exigida para a análise (a qual nor-
malmente resulta de um acordo entre cliente e analista). Esta comparação fornece uma orientação útil para selecionar
entre diferentes procedimentos de calibração disponíveis e, a longo prazo, para melhorias dos métodos e pro-
cedimentos.

Em ensaios baseados em medições de grandezas físicas, geralmente aplica-se o princípio da rastreabilidade a um pa-
drão primário nacional, de padrões e/ou instrumentos de medição de laboratórios credenciados, através de um sis-
tema nacional de calibração. Estão apresentados neste documento princípios relevantes para assegurar a ras-
treabilidade das análises químicas; o uso de MRC para tal propósito tem ganho importância nas últimas décadas e
po-derá se desenvolver ainda mais quando estiverem disponíveis.

4 Seleção de procedimentos de calibração em análise química

4.1 Tipos de procedimentos analíticos

O primeiro passo consiste em classificar o procedimento analítico utilizado em uma das seguintes categorias:

- Tipo I

- Tipo II

- Tipo III

sendo cada uma dessas categorias associadas a:

- um princípio básico;

- um número de pré-requisitos básicos.

Quando o usuário classifica um método, recomenda-se que a classificação seja feita por meio de um exame
detalhado de todos os parâmetros do procedimento analítico. O usuário nunca deverá se satisfazer com
simplificações que só seriam aplicáveis ao princípio de detecção empregado sob condições ideais. Esta abordagem
geralmente resulta em subestimar as condições necessárias para uma calibração confiável e na geração de erros
sistemáticos.

A calibração não garante a precisão e a exatidão de um método (por exemplo.: a presença de interferências prepon-
derantes). A variabilidade dos fatores que o influenciam não deve causar mais do que um efeito desprezível no sinal
analítico.

A classificação acima foi criada apenas para identificar modos relevantes de calibração. Não deve ser utilizada como
uma escala de valor para os métodos.

4.1.1 Tipo I

Este tipo de método produz o resultado previsto, por meio de cálculos baseados nas leis que governam os parâmetros
físicos e químicos envolvidos, utilizando medidas obtidas durante a análise, tais como:

- massa da amostra de ensaio, volume do reagente gasto na titulação;

- massa de precipitado, volume do produto de titulação gerado.

_________________
2)
Observações:
a) As definições de MR e MRC podem ser encontradas no ABNT ISO Guia 30. Os MR podem também ser utilizados para validar métodos
(ver ISO Guide 33). Eles também podem ser utilizados para checar a deriva com o tempo e, possivelmente, corrigir derivas instrumentais.
Eles também servem como base para escala convencional (por exemplo, índice de octanas). Estes aspectos do uso de MR, além de
algumas notas, não são tratados aqui, e o leitor pode encontrar a informação no ISO Guide 33. Pode-se também consultar documentação
mais genérica, tal como o VIM (International vocabulary of basic and general terms in metrology).

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b) O químico analítico é, freqüentemente, um usuário de materiais ou reagentes analíticos. Estes produtos não devem ser confun-didos com
MRC. Na verdade, um MRC corresponde a um lote de material identificado, do qual características certificadas foram de-terminadas com
exatidão otimizada e definida. Um reagente analítico é caracterizado apenas por um valor nominal, determinado com uma incerteza grande.
É dever do usuário tomar todas as precauções para assegurar que tal reagente analítico satisfaça suas necessidades quando utilizado
4.1.2 Tipo II

Este tipo de método compara o conteúdo na amostra a ser analisada em relação a uma série de amostras de
calibração de conteúdos conhecidos, usando um sistema de detecção para o qual a resposta (idealmente linear) é
reconhecida na área de trabalho pertinente (sem necessariamente ser calculável por teoria). O valor do conteúdo da
amostra é determinado por interpolação do sinal da amostra com relação ao da curva de resposta obtida com as
amostras de calibração.

Isto implica que qualquer outra diferença na composição, forma, etc., entre a série de calibração e as diferentes
amostras analisadas não terá efeito, ou terá um efeito desprezível se comparada com a incerteza do sinal. Para esta
condição ser satisfeita, o procedimento analítico poderá incluir:

- recursos para diminuir a sensibilidade às diferenças (por exemplo, tampão espectral, tratamento de amostras
antes da análise);

- procedimento para dar forma similar à série de calibração e amostras:

- reduzir amostras complexas a amostras mais simples, por exemplo pela digestão ácida, pela remoção dos
interferentes relevantes ou extração seletiva de analito;

- sintetizar uma série de calibração mais complexa por simulação de uma matriz multielementar ou pelo uso
de um meio especial (por exemplo, óleos).

- limitação do campo de aplicação.

4.1.3 Tipo III


Para este tipo de método, a amostra a ser analisada é comparada com uma série de amostras de calibração, usando
um sistema de detecção que deve ser reconhecidamente sensível não somente ao conteúdo de elementos ou
moléculas a serem determinadas, mas também às diferenças de matriz (ou de qualquer outro tipo). Se esta influência
for ignorada, será gerado um erro sistemático (bias).

Para que este tipo de método seja realmente apropriado ao uso, é essencial:

- identificar o(s) tipo(s) de amostras rotineiramente analisadas (tipo de matriz, tipo de estrutura, etc.) e estabelecer
procedimentos para identificar a introdução de amostras “anômalas” em comparação com os tipos identificados;
- compor uma série de MRC adequados para cada tipo de amostra previamente identificada;

- avaliar se as diferenças “ intratipo” são ou não responsáveis pela geração de bias inaceitáveis na análise.

4.2 Outros métodos


Qualquer método analítico que deixe de garantir rastreabilidade às unidades de base do SI por uma destas
abordagens pode não gerar resultados com incerteza demonstrada. Mesmo que o método ofereça vantagens
apreciáveis de repetitividade e reprodutibilidade, os resultados obtidos estão sujeitos a distorções por erros
sistemáticos.

Se tal método analítico for utilizado por um único laboratório para analisar desvios, ou para transferir informações
dentro de um círculo restrito de usuários conscientes das limitações dos resultados, será necessária atenção para
garantir que estes resultados não sejam apresentados ou usados como sendo exatos fora deste círculo de usuários.

É aconselhável que os avaliadores que credenciam tais métodos tomem muito cuidado para checar se o método é
exe-cutado de tal forma que garanta exatidão apropriada, através de procedimentos e meios relevantes, e de
preferência que sejam amplamente reconhecidos como métodos do estado-da-arte.

5 Procedimentos de calibração

5.1 Método tipo I


O procedimento básico é identificar toda grandeza cuja medição é necessária para estabelecer o resultado analítico
através de cálculos.

É recomendado que seja esboçada uma “lista provisória de incertezas”, para se estimar a incerteza de cada grandeza
medida, levando-se em consideração a incerteza requerida para a calibração. Isto ajudará a identificar as prin-cipais
fontes de incerteza e a tomar cuidados especiais na seleção dos procedimentos de calibração.

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Com este tipo de método, os MRC são usados para validação (ver ISO guide 33). Notar que o MRC deverá ser
analisado supostamente como uma amostra desconhecida, sendo o resultado obtido comparado com o valor
certificado. Se um desvio anormal for observado, o laboratório precisará identificar sua causa e corrigi-lo. Não é
recomendado (exceto para casos muito específicos) deduzir um fator de correção para a diferença entre o valor
encontrado e o valor certificado.

5.2 Método tipo II


Para este tipo de método, os padrões de trabalho geralmente consistem em uma determinada quantidade de analito
“diluída” em uma quantidade maior de “diluente”. Estes padrões são obtidos medindo-se as massas ou volumes dos
diferentes materiais puros, diluídos e diluentes.

Dependendo de cada caso, a rastreabilidade metrológica implica:

- calibração das medições de massa, através da calibração ou verificação das balanças e/ou calibração do
sistema de medição de volume;

- calibração do sistema de medição dos parâmetros de correção aplicados às medições anteriores (por exemplo,
temperatura, pressão, umidade relativa). Sendo as incertezas dessas grandezas geralmente de segunda ordem,
com relação à incerteza analítica total, freqüentemente um procedimento simplificado de calibração é adequado;

- conhecimento da pureza dos materiais básicos utilizados e suas respectivas incertezas.

Para a substância a ser diluída, é necessário assegurar que:


- seja o composto de interesse;

- a natureza das impurezas seja identificada (por exemplo, impurezas inorgânicas em uma substância orgânica);

- a estequiometria esteja correta.

Para os “diluentes”, deve-se dar atenção especial ao nível residual de impurezas, tais como:

- a substância a ser diluída;


- qualquer substância que apresente resposta analítica similar;

- qualquer substância que possa reagir com a substância a ser diluída.

Por razões práticas ou econômicas, os laboratórios podem optar por utilizar soluções-padrão comerciais. Neste caso,
é importante assegurar que a incerteza do conteúdo seja conhecida, conforme requerido, e que as regras básicas
descritas acima sejam cumpridas pelo fabricante, atestado por documentação apropriada.

Para este tipo de método, os MRC são usados normalmente como meio de validação.

Os MRC são usados às vezes para preparar uma solução de calibração, simplesmente dissolvendo uma porção co-
nhecida de MRC. Esta prática é comparável ao uso de soluções-padrão comerciais e deve ser tratada como tal.

5.3 Método tipo III


Uma vez que estes métodos são sensíveis a efeitos de matriz, os procedimentos de calibração empregados deverão
levar em consideração tais efeitos. O método preferível de calibração é o uso de um MRC apropriado. A escolha do
MRC a ser usado tem, portanto, que satisfazer dois tipos de condições necessárias:

- que a propriedade certificada seja conhecida com suficiente confiabilidade;

- que a matriz do padrão seja suficientemente similar à das amostras analisadas, e que as diferenças existentes
não sejam responsáveis por gerar bias nos resultados, incompatível com a incerteza requerida para a calibração.

A seleção de um MRC adequado visa alcançar a melhor combinação possível entre estes dois tipos de necessidades.

O MRC deve ser inicialmente definido sob a forma de uma especificação provisória; os pontos a serem considerados
incluem:

- Quais são os elementos cujas concentrações precisam ser conhecidas para permitir a calibração? Em qual faixa
de concentração? Com qual incerteza? Para qual tamanho de amostra?

- Qual deveria ser o tipo de matriz: tipo de material e componentes principais (que poderiam ter uma influência
“quí-mica” ou “física” na resposta do equipamento)?

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- Que outras características ou propriedades das amostras e dos padrões deveriam ser similares para evitar a ge-
ração de bias nas respostas do equipamento? Por exemplo, forma, viscosidade, distribuição do tamanho de par-
tículas, estrutura metalúrgica, etc.

5.4 Comentários gerais


A calibração é uma parte integrante da análise e seu custo é uma parte integrante do custo da análise. Ela deve ser
planejada e disponibilizada, especialmente se envolver aquisição de MRC ou desenvolvimento de MR internos.
Subestimar custos não justifica um procedimento de calibração inadequado.

A calibração de análises químicas deve atender a um número de requisitos essenciais, tais como aqueles es-
pecificados adiante neste Guia. O atendimento a tais requisitos pode envolver diferentes formas em campos
diferentes. Estas recomendações gerais não são condições suficientes para garantir qualidade em calibração.
Portanto, cada usuário precisa indicar:

- suas condições específicas adicionais;

- qualquer exceção às regras gerais.

Em qualquer circunstância, o usuário deverá identificar e analisar sua necessidade nos diferentes aspectos, delinean-
do e implementando uma resposta para cada caso.

Uma análise exata depende não somente das qualidades metrológicas da calibração, mas também de outros fatores,
incluindo erros aleatórios e sistemáticos que ocorrem durante a análise.

6 Seleção dos MRC

O primeiro passo na seleção é a comparação da especificação desejada com as listas de MRC disponíveis no
mercado internacional. Recomenda-se que o laboratório consulte:

- os catálogos de diferentes fornecedores;

- o banco de dados COMAR3);

- quando disponíveis, publicações ou recomendações que examinem as melhores opções de MRC em um campo
específico;

- as recomendações do ISO Guide 34.

O laboratório deve garantir que os MRC previamente selecionados:

- sejam efetivamente certificados para o elemento de interesse e que o valor não seja meramente indicativo (ver o
certificado);

- apresentem o procedimento de certificação com um nível de confiabilidade metrológica apropriado (ver ISO
Guide 35) e que estejam suficientemente documentados (ver ABNT ISO Guia 31). Qualquer rastreabilidade
definida apenas por princípio, mas sem a avaliação da incerteza, não constitui uma rastreabilidade
apropriadamente demonstrada.

Com relação à similaridade da matriz, o laboratório deve avaliar o fato de que nem sempre é possível, econômica e
tecnicamente, obter uma concordância perfeita entre MRC e amostras. Deve-se avaliar se a similaridade é aceitável e,
caso não o seja, todo o procedimento analítico deve ser reconsiderado.

O uso de um MRC disponível no mercado é normalmente capaz de assegurar:

- melhor garantia de exatidão;

- melhor relação custo/benefício.

O laboratório que decidir não utilizar os MRC disponíveis deve justificar as razões de sua decisão nos seus proce-
dimentos.

7 Uso de MR internos (in house)

Caso o mercado não ofereça um MRC que atenda às necessidades identificadas pelo laboratório, este pode
desenvolver seu próprio MR interno. Como isto usualmente significa uma operação longa e onerosa, envolvendo o uso
de experiência e recursos especiais, é aconselhável que o laboratório explore primeiramente as seguintes pos-
sibilidades:

- contatar o(s) produtor(es) de MRC capaz(es) de desenvolver o novo MR. Uma solicitação para um novo MRC,
para o qual o mercado potencial não tenha demanda suficiente, normalmente não será considerada;

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- contatar grupos de usuários com a mesma necessidade e tentar montar um projeto de parceria, se possível com
a assistência de um laboratório nacional responsável por MRC.

A preparação e o uso de um MR interno deve oferecer garantias e evidências documentadas da rastreabilidade me-
trológica. Um nível de exatidão menor do que de um MRC é justificável pela melhor adequação ao uso ou é imposto
pela ausência do MRC.

___________________
3)
Nota da edição brasileira: COMAR - International Data Bank for Certified Reference Materials (http://www.nist.gov/srd).

Um MR interno deverá ser preparado através de um procedimento que garanta:

- disponibilidade suficiente por vários anos;

- estabilidade e homogeneidade demonstradas;

- análise de certificação interna que demonstre e assegure a rastreabilidade e ausência de bias que possam ter um
efeito adverso nas incertezas requeridas para a calibração;

- incerteza quantificada que atenda à incerteza requerida pela calibração; para a caracterização de um MR interno,
este requisito usualmente vincula-se à aplicação dos métodos tipo I ou tipo II, preferencialmente validados pelo
uso de MRC.

Em alguns casos, um MR interno é desenvolvido para ajudar a preservar um MRC muito caro. O MR interno poderá
ser calibrado (através de um conjunto de MRC similares) usando um método tipo III. Como este novo vínculo irá
aumentar a incerteza do MR de trabalho; o uso de tais MR deve ser cuidadosamente avaliado.

Os MR internos nunca deverão ser amostras nas quais o valor de referência usado não seja conhecido através de um
procedimento com rastreabilidade demonstrada, com incerteza definida e suficiente. Se o desenvolvimento de um MR
interno, necessário para calibrar adequadamente um método, não é técnica ou ec o n o m i c a m en t e viável, o
usuário deverá reconsiderar a escolha do método e/ou procedimento, e utilizar um que não demande o MRC
indisponível.

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BIBLIOGRAFIA

[1] Quantifying Uncertainty in Analytical Measurements, EURACHEM, First edition 1995.

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