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1 CORREÇÃO DAS FICHAS

FICHA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA 1


GRUPO I
PARTE A
1 Estamos perante uma cantiga de amigo uma vez que a composição é de temática amorosa e o sujeito poético é
feminino (referência a «meu amigo» no refrão da cantiga).
2 Nesta cantiga, o sujeito poético reflete sobre o tema da mudança, sendo clara a oposição entre a instabilidade do
mundo e a segurança do amor que existe entre a donzela e o seu amigo: tudo muda à exceção do amor que ele
sente por si.
Esta oposição entre o mundo e o seu amado está presente em toda a cantiga. Nas estrofes, notamos que nos
primeiros quatro versos a donzela regista a sua impressão da mudança no mundo e nos últimos dois versos
a donzela afirma, de forma otimista, que o coração do seu amigo nunca deixa de a amar.
Na estrofe 1, da observação do mundo, conclui a donzela que tudo se modifica sem que nada se mantenha igual
(«Todalas cousas eu vejo partir / do mud’em como coíam seer», vv. 1 e 2) e sem que as pessoas continuem a
amar com constância («vej’as gentes partir de fazer / bem que soíam», vv. 3 e 4). Esta instabilidade (no mundo e
nas pessoas) espanta-a («tal tempo vos vem!», v. 4). A exceção é o sentimento que o seu amado sente por ela:
ao contrário do mundo e das outras pessoas, o coração (a origem do sentimento amoroso) do seu amigo não
deixa de a amar («mais non se pod’o coraçom partir / do meu amigo de mi querer bem», vv. 5 e 6). A oposição é
marcada através da conjunção adversativa «mais» («mas»).
Na estrofe 2, o coração dos homens afasta-se «das cousas que ama» (v. 8), «da terra ond’é» (v. 9) e «d’u grande
prol tem» (v. 10) à exceção do coração do amigo que nunca deixa «de [lhe] querer bem» (v. 12). Nesta estrofe,
a antítese é marcada pela locução conjuncional subordinativa concessiva «pero que» («ainda que»).
Na última estrofe, note-se a repetição do verso 1 no verso 13 apenas com a mudança do vocábulo «partir» para
o seu sinónimo «mudar», acentuando a ideia de mudança que rodeia o eu, mudança que é global («tempos»,
«o al», «a gente», «ventos» e «tod’outra rem») mas em que não se inclui o coração do seu amigo, sendo a
oposição novamente marcada através da conjunção adversativa «mais» («mas»).
Os últimos dois versos de cada estrofe demonstram o otimismo e a alegria da donzela, expressam uma confiança
no amor fiel do seu amigo.
3 Repetição de formas verbais do verbo «mudar» (seis ocorrências: «mudar», «mudam-s’», «muda-s’») — anáfora
nos versos 14 a 16. A insistência nesta forma verbal na última estrofe acentua a ideia de transformação e
alteração da ordem que ocorre em todo o mundo que rodeia o sujeito poético: tudo é transitório e, por esse
motivo, é extraordinário que o coração do seu amigo não seja envolvido por toda a mudança e permaneça fiel ao
seu amor.

PARTE B
1 Nesta cantiga, o sujeito poético corresponde a uma donzela que está infeliz («coitada», vv. 1 e 5; aquela que
sente coita, que está em sofrimento) por dois motivos: sente preocupação («gram cuidado», v. 1) por estar
fisicamente longe do seu amado («que hei alongado», v. 2) e está saudosa («gram desejo», v. 5) porque o seu
amigo se atrasa, impedindo-a de o ver («que tarda e não vejo», v. 6). O motivo da ausência ou do atraso do
amigo seria a sua retenção na Guarda.
2 O refrão da cantiga insiste na ideia de afastamento temporal (tardar) e separação física (na Guarda) entre o
sujeito poético (a donzela) e o seu amigo. É esse afastamento que dá origem ao seu sofrimento. O pronome
«me» na expressão «me tarda» (vv. 3 e 7) indica que a consequência da demora do amigo recai diretamente
sobre a donzela, a afeta a ela diretamente. A demora do amigo não parece ser normal pois o advérbio «muito»
(vv. 3 e 7) sugere que o tempo da demora é excessivo.

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 10.o ano • © Santillana 1


GRUPO II
1 1.1 (C); 1.2 (B); 1.3 (A); 1.4 (B); 1.5 (B); 1.6 (D); 1.7 (D).
2 a) Complemento agente da passiva; b) Predicativo do sujeito; c) Modificador apositivo do nome.
3 a) Palatalização do [l] em [].
b) Epêntese e palatização (desenvolvimento de um som palatal como processo de separar as vogais).
4 Oração subordinada substantiva completiva: que o português-galego e o castelhano se contam entre as raras
línguas românicas.
Oração subordinada adjetiva relativa restritiva: que têm dois vocábulos diferentes para os dois conceitos de
«ser» e «estar».

GRUPO III
Construção de texto com as características do texto expositivo que respeite o tópico proposto e o limite de palavras
e que indique exemplos de cantigas de amigo analisadas como forma de comprovar as informações expostas.

FICHA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA 2


GRUPO I
PARTE A
1 Cantiga de amor. O sujeito poético é masculino e dirige-se à sua «senhor», isto é, à dama que é alvo do seu amor
mas que lhe é inacessível. Por não conseguir realizar esse amor, encontra-se em sofrimento, em pleno processo
de «coita» de amor.
2 2.1 Esta cantiga centra-se na descrição dos efeitos que a coita de amor tem no sujeito poético, sendo que é feita
uma comparação entre o eu do poema e «alguém» (indefinido, não identificado no poema) que morreu infeliz
porque nunca foi correspondido pela mulher que amou. Além disso, a amada ter-se-á envolvido com outra
pessoa que não a merecia e terá sido isso que causou a sua morte. O sujeito lírico passa por uma situação
idêntica e morre pelo mesmo motivo.
A construção comparativa «Como morreu quem […] assi moir’eu» repete-se em todas as estrofes (sendo as
comparações sempre muito semelhantes), mostrando que o sujeito poético coloca o seu sofrimento num
indivíduo indeterminado que morrera como consequência de um amor não correspondido.
Na primeira estrofe, ficamos a saber que esse homem morreu porque nunca foi amado ― «nunca bem / ouve»
(vv. 1 e 2) ― e porque viu a amada fazer algo de que ele tinha medo ― «viu quanto receou / d’ela» (vv. 3 e 4).
Na segunda estrofe, há uma repetição dos tópicos anteriores: esse homem morreu porque amou quem nunca
o amou ― «foi amar / quem lhe nunca quis bem fazer» (vv. 6 e 7) ― e porque Deus o fez ver algo que o
entristeceu ― «lhe fez Deus veer / de que foi morto com pesar» (vv. 8 e 9). Na terceira estrofe, o sujeito poético
lista os traços característicos da coita de amor: enlouqueceu ― «ensandeceu» (v. 11) ―, perdeu a alegria e
o sono ― «nom foi ledo nem dormiu» (v. 13) ― porque viu algo que o fez sofrer ― «com gram pesar que viu»
(v. 12). Na última estrofe, é divulgada a causa concreta da coita de amor: o indivíduo amou uma dama que nunca
o amou (v. 17) e viu-a com alguém que a não merecia (vv. 18 e 19). E tal como este indivíduo morreu de amor,
também o sujeito poético morre, pelas mesmas razões.
3 A coita de amor consiste no estado de sofrimento amoroso em que se encontra o sujeito poético cuja paixão
não é correspondida. A morte e o lamento estão no centro da composição: repetição das formas verbais
«morreu»/«foi morto» (referentes ao sofredor) e «moir’eu» (referente ao sujeito poético) acentua a tragicidade
das consequências do sofrimento amoroso; a repetição do vocábulo «pesar» («com pesar»/«gram pesar»)
e as formulações «quem nunca bem ouve», «quem lhe nunca quis bem fazer», «dona que lhe nunca fez bem»
realçam a paixão não-correspondida e a queixa constante em relação à amada. O refrão da cantiga, em que se
inclui uma apóstrofe à «mia senhor», a interjeição expressiva de dor «Ai» e o segundo termo da comparação
«assi moir’eu» (a morte é um destino fatal), reforça a persistência com que o eu se lamenta, como se se tratasse
de um ser obcecado pela dor que sente, totalmente consumido pelo sofrimento.

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PARTE B
1 Cantiga de escárnio e maldizer. O sujeito poético satiriza uma situação através do uso do humor e de trocadilhos
linguísticos.
2 Nas cantigas de amor, a coita de amor é uma consequência da paixão e leva a que o enamorado enlouqueça e
morra. Nesta cantiga de escárnio, o sujeito poético afirma que, apesar de não ter dinheiro para comer e de saber
que está fraco por causa disso, os que o rodeiam teimam em atribuir a sua fraqueza à coita de amor, ou seja,
a uma paixão que teria. Desta forma, o trovador ridiculariza os que atribuem ao seu sofrimento uma causa irreal,
distorcendo a realidade: ele não morre de amor, morre de fome.
É curiosa a utilização que é feita das mesmas expressões que descrevem a coita de amor para se referir à fome
que sente «moir’eu de dessoriam» (v. 1) e «gram coita de comer» (v. 12).

GRUPO II
1. 1.1 (C); 1.2 (B); 1.3 (B); 1.4 (A); 1.5 (C); 1.6 (A); 1.7 (D).
2. a) Modificador restritivo do nome; b) Sujeito; c) Complemento direto.
3. a) Paragoge de [d]; b) Assimilação do [i]; síncope do [i]; c) Crase.
4. a) Oração subordinada adjetiva relativa restritiva; b) Oração subordinada adverbial condicional;
c) Oração subordinada adverbial final.

GRUPO III
Construção de texto que reduza a extensão do texto original respeitando o limite de palavras imposto.

FICHA DE COMPREENSÃO DO ORAL


Transcrição:
Anúncio publicitário (1993) Mestre by Azeite Gallo.
Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama da oliveira,
O meu par é o mais lindo
Que anda aqui na roda inteira.
Que anda aqui na roda inteira,
Aqui e em qualquer lugar,
Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama do olival.
Eu gosto muito de ouvir
Cantar a quem aprendeu,
Se houvera quem me ensinara
Quem aprendia era eu.
Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama da oliveira,
O meu par é o mais lindo
Que anda aqui na roda inteira.
Que anda aqui na roda inteira.
Que anda aqui na roda inteira,
Aqui e em qualquer lugar,
Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama do olival.
Não me inveja de quem tem
Carros, parelhas e montes,
Só me inveja de quem bebe
A água em todas as fontes.
Ó rama, ó que linda rama

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 10.o ano • © Santillana 3


Ó rama da oliveira
O meu par é o mais lindo
Que anda aqui na roda inteira.
Que anda aqui na roda inteira,
Aqui e em qualquer lugar,
Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama do olival.
Voz-off: Azeite Gallo, a cantar desde 1919.
1. (A) V;
(B) F ― O produto publicitado é a marca de azeite Gallo;
(C) F ― Este anúncio corresponde ao tipo de publicidade comercial, que visa aumentar os lucros da empresa;
(D) V;
(E) V;
(F) V;
(G) V;
(H) V;
(I) V;
(J) V;
(K) F ― O texto icónico tem encadeamento lógico, pois as várias imagens seguem uma estrutura cronológica;
(L) V;
(M) F ― As personagens que integram o filme do anúncio pertencem a três gerações (avó, pai, neto), de forma
a enfatizar que a produção manual do azeite congrega os vários elementos de uma comunidade;
(N) F ― A personagem masculina é acompanhada uma criança durante o processo de produção do azeite,
sendo que os gestos e os olhares trocados demonstram carinho e ternura (outros termos semelhantes);
(O) F ― O slogan do anúncio, «Azeite Gallo – A cantar desde 1919», evidencia que a marca a que o produto
pertence é antiga e com tradição;
(P) F ― A forma verbal «cantar» faz a ligação do produto à canção que acompanha o anúncio e ao ato de
cantar durante o trabalho no campo;
(Q) V;
(R) V;
(S) V;
(T) V;
(U) F ― A canção e as imagens criam um ambiente emocional que reforça a identificação do azeite com as
paisagens e rituais tradicionais do País.

FICHA DE COMPREENSÃO DA LEITURA


1. 1.1 (B); 1.2 (C); 1.3 (B); 1.4 (C); 1.5 (B); 1.6 (D); 1.7 (A); 1.8 (D); 1.9 (B); 1.10 (A).

ENTRE NÓS E AS PALAVRAS • Português • 10.o ano • © Santillana 4

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