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Trabalho realizado por Rafael Pacheco

Publicado no site www.xth.com.br de Élson Rodrigues (Tainha)

"A Teoria de Bollinger"

Este é o primeiro de uma série de artigos sobre a Teoria de Bollinger, apresentada no livro Bollinger on
Bollinger Bands. O objetivo desta série de artigos não é esgotar o assunto ou sustituir a leitura do livro.
As Bandas de Bollinger - as famosas BBs -, embora muito conhecidas e utilizadas, contém muito mais em
si do que apenas o conceito de "suporte" e "resistência" mais comumente utilizados pelos traders. O
objetivo, portanto, é apenas lançar um pouco mais de luz sobre o assunto. Alguns conceitos abordados no
livro serão deliberadamente deixados de lado. Alguns trechos do livro serão citados, com traduções livres
feitas a partir do original em inglês.

Parte I - Os Conselhos

Este primeiro artigo, embora não entre na teoria propriamente dita, é de suma importância, pois aborda
dois conselhos fundamentais dados pelo Bollinger no início do seu livro.

Discrete Advice x Continous Advice

No capítulo 4, John Bollinger fala sobre a questão da busca dos investidores pelo aconselhamento
contínuo, ou Continous Advice, isto é, a capacidade de poder antecipar o movimento do mercado em
qualquer momento, ou ainda, a todo momento. Vejam o que ele nos ensina, nas suas próprias palavras:

"A questão não é que não tenhamos esperança, é só que o aconselhamento contínuo não é uma alternativa
viável. O que é viável é o aconselhamento discreto - a identificação de oportunidades individuais com
características superiores na relação risco-retorno que possam ser exploradas. Essas oportunidades
discretas podem ser agregadas à abordagens que podem ser adaptadas ao longo do tempo para alcançar os
objetivos aos quais alguém se proponha.

Muitas pessoas esperam que as Bandas de Bollinger sozinhas, ou talvez com o uso de indicadores,
possam e vão proporcionar aconselhamento contínuo sobre o que fazer. Elas abrem o gráfico, e após uma
breve busca, focam no lado direito - onde os preços mais recentes estão - e tentam decidir que ação tomar.
Se um setup apropriado estiver em mãos, as suas chances de sucesso serão boas. Senão, suas chances
serão no máximo tão boas quanto o acaso, e talvez piores, pois as emoções estarão no controle. Essa
abordagem é falha e eventualmente levará a problemas.

O que funciona é a identificação de oportunidades individuais com características superiores na relação


risco-retorno. Elas podem ocorrer frequentemente, algumas vezes no ano em um determinado ativo, ou
não ocorrer nunca. Nosso trabalho é encontrar e explorar estes padrões quando eles surgirem."

Be Your Own Master

No curto capítulo 5, Bollinger fala sobre a postura que se deve ter com relação à tomada de decisão no
mercado. Operar de acordo com as suas próprias análises, ou seguir recomendações de outras pessoas? O
que é o mais correto? Bollinger responde:

"Ao longo deste livro, muitos e diferentes conceitos são apresentados e regras são dadas. Time Frames
são sugeridos, indicadores são recomendados e abordagens são discutidas. Em alguns lugares as
recomendações são bastante específicas, em outros são deliberadamente vagas. Todas tem uma coisa em
comum: você deve adaptá-las à você.
...
Para ser bem sucedidos, investidores devem aprender a pensar por si próprios. Isso é verdade porque eles
são indivíduos únicos com diferentes objetivos e diferentes critérios de risco-retorno. Investidores devem
conceber um programa de investimentos que não seja apenas lucrativo, mas que seja um programa que
eles tenham condições de executar. Nenhum sistema - não importa o quão lucrativo - funcionará caso o
investidor não tenha condições de segui-lo. A idéia de que somente uma abordagem feita sob medida
tenha qualquer chance de sucesso é tão perto quanto se pode chegar de uma verdade universal sobre
investimentos.

Independência e pensamento independente são as chaves. É muito confortável seguir a massa e fazer o
que os outros estão fazendo - ou o que eles lhe dizem para fazer. Não obstante, esse é um caminho cheio
de armadilhas.
...
Seu caminho, criado, mantido e percorrido por você mesmo, será o caminho menos escolhido, pois será
seu e seu somente. Ninguém será capaz de segui-lo, assim como você não será capaz de seguir o caminho
de ninguém de uma maneira bem sucedida. Você não compartilha da visão, das sensibilidades e das
preocupações de outras pessoas, assim como você elas não compartilham das suas. Em investimentos, não
há santo graal que não aquele que você concebe por conta própria."

Parte II - A Essência

Este artigo trata da definição básica das Bandas de Bollinger (BBs), da sua construção, parametrização,
do seu significado mais profundo e dos indicadores que delas derivam.

As BBs são uma ferramenta baseada num longo histórico de desenvolvimento de bandas e envelopes,
cujo primeiro registro histórico remonta à 1960. Bollinger apresenta em seu livro um histórico detalhado
do desenvolvimento das teorias que serviram de background para a criação da sua própria. As BBs tem
por base uma média móvel aritmética de vinte períodos aplicada sobre os preços, chamada de middle
band. A partir da middle band, duas curvas são traçadas utilizando duas vezes o desvio padrão desta
média, dando origem às bandas: upperband e lowerband (banda superior e inferior, respectivamente).
Devido à natureza matemática da construção das BBs (média mais duas vezes o desvio padrão), os preços
tendem a permanecer dentro das bandas na maior parte do tempo. Nos mercado analisados pelo Bollinger,
os preços tendiam a permanecer dentro das bandas em cerca de 90% do tempo. Segundo o autor,
dependendo do mercado e do time frame, a parametrização das BBs pode ser alterada, de acordo com a
seguinte orientação: para uma média central de 10 períodos, as bandas devem ser construídas com 1.9
vezes o desvio padrão; para uma média central de 50 períodos, o multiplicador do desvio padrão deve ser
2.1.

É do fato de os preços tenderem a permanecer dentro das bandas que vem a interpretação equivocada (ou,
pelo menos, incompleta) de que a upperband funciona como uma resistência para os preços, assim como a
lowerband funciona como um suporte. Na verdade, as bandas são os limites de volatilidade esperados
para o ativo em questão, e a questão chave é a capacidade ou não dos preços atingirem o limite de
volatilidade esperado: se o preço, num movimento de alta, atinge o limite de volatilidade superior
(upperband), ele demonstra força, que o movimento de alta é saudável e deve prosseguir. Se, ainda neste
movimento de alta, o preço ultrapassa a upperband, então mostra muita força, e que a saúde do
movimento é grande e que este deve prosseguir em ritmo acelerado. Por outro lado, se o preço interrompe
a trajetória de alta antes de atingir a upperband, mostra fraqueza, pois não foi capaz de atingir o seu limite
esperado de volatilidade. É essa a interpretação relativa dos preços, que é a grande contribuição da teoria.
Segundo Bollinger, os preços não devem ser interpretados em termos absolutos, mas sim em termos do
seu comportamento em relação à sua volatilidade esperada. Esse é o conceito fundamental da teoria, e que
deve ser entendido completamente: se, num movimento de alta, o preço faz uma nova máxima, mas a sua
distância em relação ao seu limite de volatilidade (upperband) é inferior ao da máxima anterior, esta nova
máxima não é uma nova máxima em termos relativos, apenas em termos absolutos. Veja no gráfico
abaixo um exemplo de interpretação relativa:

Dois indicadores são diretamente derivados das BBs. O primeiro deles é o %b, que mede justamente a
distância do preço com relação as bandas. Divergências entre este indicador e os preços mostram que o
comportamento que os preços estão desenvolvendo em termos absolutos não estão sendo observados em
termos relativos. Veja, ainda no gráfico acima, a divergência apresentada pelo %b, alertando sobre a falsa
sinalização dada pela interpretação absoluta dos preços e antecipando a real trajetória que os preços
viriam a percorrer.

Além de viabilizar o conceito da relatividade dos preços, a medida de volatilidade contida nas BBs é
extremamente útil para prever o início e o fim de tendências de movimentação dos preços. O
comportamento da volatilidade é comprovadamente cíclico: períodos de baixa volatilidade precedem
períodos de alta volatilidade, e vice-versa. Portanto, se um ativo apresenta baixa volatilidade - em relação
aos seus próprios níveis históricos - é bem provável que em breve se inicie um forte movimento neste
ativo. Por outro lado, se após desenvolver um forte movimento, os níveis de volatilidade do ativo
começam a diminuir, é de se esperar que o movimento esteja chegando ao fim. O segundo indicador
derivado das BBs é o BandWidth. Ele representa a medida da distância entre as bandas, que é a
volatilidade atual do ativo. O gráfico abaixo ilustra o aspecto cíclico da volatilidade e o seu impacto no
comportamento dos preços.
O uso do conceito de relatividade dos preços e da intensidade da volatilidade - tendo em vista o seu
comportamento cíclico - permitem a elaboração de alguns setups muito poderosos de operação. Estes
setups serão o objeto dos próximos artigos.

Parte III - Pattern Recognition - Ws e Ms

Ws e Ms são padrões recorrentemente observados nos gráficos, especialmente no términos e/ou reversões
de tendências. As BBs são especialmente poderosas no diagnóstico destes padrões. Vamos aos
ensinamentos de Bollinger:

"Reconhecimento de Padrões (Pattern Recognition) refere-se ao processo através do qual nós


reconhecemos eventos recorrentes. Tipicamente estes eventos têm uma assinatura que consiste num
número discreto de partes que, quando combinadas numa sequencia especifica, nos permite reconhecer o
padrão e agir sobre ele. Estes padrões raramente se repetem com exatidão. Ao contrário, eles são somente
parecidos, e aí mora o problema. Para sermos bem sucedidos no reconhecimento de padrões, nós
precisamos de algum framework dentro do qual estes padrões possam ser analizados, e as Bandas de
Bollinger podem fornecer este framework.
...
As Bandas de Bollinger podem auxiliar no reconhecimento de padrões fornecendo definições: alto ou
baixo, calmo ou volátil, com ou sem tendência - definições que podem ser comparadas de tempos em
tempos, de ativos para ativos e de mercados para mercados. Conforme os padrões evoluem, as bandas
evoluem junto, provendo um relativo e flexível framework, em contraposição à um framework "fixo"
imposto pelo quadriculado de um gráfico ou pela rigidez de uma linha de tendência.
Ativos raramente transitam de fases de alta para fases de baixa - ou vice-versa - de uma maneira abrupta.
As transições geralmente envolvem uma sequencia de ações dos preços, que tipicamente inclui um ou
mais testes de um suporte ou resistência. Ms e Ws são exemplos de padrões que se formam em pontos de
inversão nos mercados e nos informam que a tendência anterior terminou e que uma nova tendência se
iniciou. Esta nova tendência pode ser uma reversão da tendência de alta ou de baixa anterior, uma
transição a partir de um mercado sem tendência, ou pode ser o início de uma tendência lateral."
Para ilustar o exposto, seguem abaixo dois gráficos com formações de W e M destacadas,
respectivamente.
Ms e Ws são padrões importantes, pois dão a oportunidade de uma comparação "ombro-a-ombro" entre
dois topos - no caso do M -, ou entre dois fundos - no caso do W. Se o segundo fundo estiver "mais forte"
que o primeiro, teremos então uma boa probabilidade de uma reversão. De maneira inversa, se o segundo
topo estiver "mais fraco" que o primeiro, teremos novamente uma indicação de reversão ou quebra da
tendência atual. A utilização das BBs neste diagnóstico possibilita a comparação também em termos
relativos. Veja o que o Bollinger diz sobre o diagnóstico destas formações:

"Um exemplo ideal de W (um fundo duplo) envolve uma queda inicial seguida de um rally de
recuperação, e então de uma segunda queda que por sua vez é seguida pelo início de uma tendência de
alta. Não é importante se a segunda queda faz uma nova mínima ou não - pelo menos em termos
absolutos. A primeira mínima será fora da lowerband, enquanto a segunda se formará no seu interior. O
Volume da primeira queda será maior que o da segunda.
...
As Bandas de Bollinger podem clarear dramaticamente os padrões que você vê no gráfico. Um W ideal é
uma mínima de momentum que ocorre fora da lowerband, seguida de uma mínima de preço no interior da
lowerband. Mesmo que a mínima de preço final seja uma nova mínima em termos absolutos, ela não será
uma nova mínima em termos relativos. Portanto, o rally que se inicia pode ser operado sem a emoção que
geralmente acompanha uma nova mínima no preço.

Para ajudar a categorizar estes padrões, você pode pensar em máximas e mínimas de momentum seguidas
de máximas e mínimas de preço. Tipicamente, em uma queda, você terá um movimento acelerado em
direção à primeira mínima; é neste ponto que o momentum é máximo, um fato que geralmente é
confirmado por alto volume. Então virá um período de recuperação seguido por um declínio que poderá
eventualmente ser uma nova mínima no preço, mas que ocorrerá com grande redução no momentum e no
volume. Em muitos casos, picos e vales de momentum ocorrerão fora das Bandas de Bollinger, e as
máximas e mínimas subsequentes ocorrerão dentro das bandas.

Uma outra maneira de pensar em topos e fundos é como um processo que consome momentum. Portanto,
em adição aos indicadores de volume que nós indicamos neste livro, indicadores de momentum podem ser
muito úteis no processo de diagnóstico. Uma abordagem técnica útil é plotar ambos os indicadores, de
volume e de momentum. Cada um destes opera de maneira independente em relação ao outro, portanto
quando eles sinalizam em conjunto, têm-se um alto nível de confiabilidade para a análise do ativo."

Parte IV - The Squeeze

Como já foi dito em artigos anteriores, a volatilidade dos preços tem um comportamento cíclico: baixa
volatilidade precede alta volatilidade, e vice-versa. Já vimos também o indicador BandWidth, que mede
justamente a intensidade da volatilidade corrente do ativo, uma vez que seu cálculo consiste na medida da
distância entre as bandas (upperband e lowerband). Segundo Bollinger, quando a volatilidade
(BandWidth) atinge níveis historicamente baixos, significa que há grandes chances de ocorrer uma
explosão de volatilidade. Isso é o "The Squeeze". Quando o squeeze entra em cena, a atenção deve se
voltar para os indicadores, pois é necessário avaliar para qual lado a explosão tem maior probabilidade de
acontecer. Diversas ferramentas da AT podem ser utilizadas para auxiliar essa análise. Bollinger sugere o
uso de indicadores de volume e do A/D.

Há duas outras questões relacionadas ao squeeze que - embora importantes - são pouco conhecidas: o
head fake e a regra dada pela "The Expansion".
O heade fake é um falso rompimento do squeeze. Após a referida contração extrema da volatilidade, os
preços rompem violentamente para um lado, mas rapidamente revertem e mostram que na verdade o
rompimento era para o outro lado. Para lidar com o head fake, o Bollinger recomenda duas alternativas. A
primeira seria aguardar a consolidação do rompimento e só então assumir posições, pois assim não
haveria mais dúvidas sobre a "veracidade" da tendência emergida do squeeze. A segunda seria entrar no
momento do rompimento com um trailing stop (como o Parabólico do Welles Wilder). O trailing stop se
moveria junto com o rompimento, e no caso do head fake, o stop reverteria a posição e o trade passaria
então para o "lado correto". Na minha opinião (o Bollinger não fala isso no livro), o squeeze deve ser
operado apenas para o lado sugerido pelos indicadores. Se romper para o outro, paciência. A idéia do
trailing stop não é tão simples na prática, pois pode tirar o operador do trade mesmo que o rompimento
seja para o lado correto.

"The Expansion" é um conceito apresentado pelo Bollinger como sendo o inverso do "The Squeeze". A
expansion, portanto, é a explosão que se segue ao squeeze. Essa expansão tem uma característica
importantíssima para a operação do squeeze. Nas palavras do autor: Uma expansion gera uma regra
importante: quando uma forte tendência se inicia, a volatilidade se expande de tal forma que a lowerband
se inclinará para baixo numa tendência de alta, e a upperband se inclinará para cima numa tendência de
baixa. Quando isso ocorre, trata-se de uma expansion, e quando a expansion reverte, as probabilidades de
que a tendência está no final são muito altas Isso não significa de que o movimento como um todo
terminou. Uma outra perna poderá facilmente se desenvolver. Mas significa que a perna atual está
provavelmente no fim. A expectativa realista nesse momento passa a ser uma consolidação ou ua
reversão, e não a continuação da tendência, sobre a qual todos estarão esperançosos. De um ponto de vista
estratégico, esse é o momento para lançar opções contra posições existentes, pois os prêmios estarão
muito altos.

Veja, no gráfico abaixo, um exemplo de um squeeze com head fake, além da indicação precisa do término
da perna de baixa dada pela regra da expansion.
Parte V (Final) - Utilizando as BBs com Indicadores

A utilização de indicadores em conjunto com as BBs constituem combinação poderosa para a análise dos
preços. Quando o preço toca na upperband, e tem-se uma leitura forte (uma nova máxima, por exemplo)
nos indicadores, tem-se um sinal de força compradora. A este teste na upperband dá-se o nome de tag.
Como houve uma leitura forte dos indicadores, tem-se então um tag confirmado na upperband. Caso os
indicadores dêem sinais de fraqueza (não ultrapassam as últimas máximas, por exemplo) enquanto os
preços fazem um tag na upperband, tem-se um sinal de enfraquecimento da força compradora e, portanto,
a não confirmação do tag. Raciocínio inverso para tags na lowerband: se o indicador fizer nova mínima,
tag confirmada na lowerband e, portanto, sinal de força vendedora; se não fizer nova mínima, tag não
confirmada na lowerband e, portanto, sinal de enfraquecimento da força vendedora.

Esta interpretação da combinação de tags nas bands versus indicadores serve a dois propósitos:
identificação do possível surgimento de uma nova tendência, e identificação de uma possível reversão de
tendência. Tratam-se, portanto, de dois setups de operação, aos quais Bollinger dá o nome de "Trend
Following" e "Reversals". Junto com o "The Squeeze", constituem os três setups apresentados no livro.
Vamos a eles.

Trend Following

Quando o preço está sem tendência definida, geralmente diz-se que o ativo encontra-se em congestão, ou
que está sendo negociado dentro de um canal lateral. Nesta situação, uma coisa é certa: uma nova
tendência emergirá. A questão é saber quando e para que lado. Aí entra a análise band tag versus
indicadores: se ocorre um tag na upperband confirmado pelos indicadores, tem-se um sinal de força
compradora e, portanto, um indicativo de que uma nova tendência de alta possa estar se iniciando. Tags
sucessivos na upperband com leituras cada vez mais fortes dos indicadores são um sinal de força dos
preços e maior probabilidade de que a nova tendência de alta emirja em breve. Inversamente, tags
confirmados na lowerband indicam que o início de uma nova tendência de baixa se aproxima.

O setup do "Trend Following" é muito semelhante ao "The Squeeze". A diferença é que aqui não há a
necessidade da contração extrema de volatilidade. Consequentemente, o movimento dos preços após o
início da nova tendência tenderá a ser menos "explosivo" do que após um squeeze.

Reversals

Quando os preços estão em tendência definida - seja de alta ou de baixa -, a grande questão é saber até
quando a tendência perdurará. Para isso, buscam-se sinais de exaustão da força da tendência, seja para
encerrar o trade disparado no início da tendência, seja para fazer lançamento coberto de opções ou para se
preparar para um novo trade no sentido contrário ao da tendência em curso. A análise band tag versus
indicadores pode ser utilizada para identificar os sinais prematuros do término da tendência: ocorrências
de tags na upperband sem confirmação por parte dos indicadores são sinais de enfraquecimento da
tendência de alta em curso, assim como a ocorrência de tags sem confirmação na lowerband são sinais de
enfraquecimento da tendência de baixa em curso.

Veja no gráfico abaixo como a manutenção da tendência de alta é indicada pelos sucessivos tags com
confirmação na upperband, e como os últimos tags não confirmados indicam o término da tendência.
A escolha dos indicadores

A utilização de mais de um indicador simultaneamente é altamente recomendável, mas há de se ter


cuidado para evitar a "armadilha da colinearidade". Trata-se da utilização de mais de um indicador da
mesma natureza, que por serem altamente correlacionados tenderão a apresentar sempre a mesma
sinalização. Nesse caso, poderia ter-se a interpretação de uma forte sinalização - pois há vários
indicadores sinalizando a mesma coisa! -, mas na verdade a sinalização conjunta é mera consequência do
fato de compartilharem a mesma natureza. Tenha cuidado, portanto, na escolha dos indicadores: escolha
um de tendência, um de momentum e um de volume, por exemplo. Aí sim você terá um forte sinal quando
os três apresentarem a mesma sinalização.

Este artigo encerra a série sobre a Teoria de Bollinger. Como dito no início, não deixe de ler o livro. Há
muito mais do que foi dito aqui.

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