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AULA 1
1.1 Melodia
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1.2 Harmonia
1.3 Ritmo
1.4 Timbre
1.5 Forma
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1.6 Textura
É a forma como o “tecido” é permeado entre si, por meio da conexão das
diferentes sonoridades que soam simultaneamente e que geram, desse modo,
uma determinada estrutura musical (Bennett, 2007). As texturas elementares
convencionadas ao longo da história da música seriam: a textura monofônica,
que se constitui de uma única linha melódica sem qualquer harmonia; textura
polifônica (também chamada contrapontística), caracterizada pela existência de
duas ou mais linhas melódicas simultâneas independentes; textura homofônica,
conhecida pela noção de uma linha melódica única que faz uso de
acompanhamento de acordes, ritmicamente idêntica em todas as vozes (linhas
melódicas).
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mantinham-se em uma mesma nota chamada tenor (do latim tenere –
manter/sustentar), finalizando-se com o movimento por graus conjuntos
descendentes (Bennett, 2007).
2.2 Organum
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primitivo, iniciado desde o século IX, consiste na inclusão de uma linha melódica
adicional (vox organallis) em relação intervalar de 4ª, 5ª, ou 8ª inferior ao
cantochão (vox principallis). A primeira teorização do organum ocorreu nos
tratados Musica enchiriadis e Scolica enchiriadis, escritos entre os séculos IX e
X. Neste momento, é importante destacar que a vox organallis já era indicada e
construída acima da vox principallis (cantochão) (Grout; Palisca, 2007).
O organum paralelo pode ser entendido como o mais antigo dos organa
(plural de organum) e consiste na duplicação paralela da voz principal
(cantochão) em intervalos de 4ªs, 5ªs ou 8ªs justas. O organum paralelo,
inicialmente, possui uma voz principal, a qual é duplicada a uma 4ª justa ou a
uma 5ª justa abaixo da voz principal (Grout; Palisca, 2007).
No século XII, foi escrito o tratado Ad organum faciendum, iniciando o
processo de composição dos organa predominantemente em duas ou mais
vozes (linhas melódicas). Os exemplares de cantochão utilizados como base da
prática do organum passaram, nesse contexto, a se chamar cantus firmus (canto
de base). Nesse período, encontramos, portanto, os tipos mais desenvolvidos de
organum que predominaram durante o século XIII e o início do XIV.
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Figura 4 – Discantus
2.3 Missa
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TEMA 3 – FORMAS POÉTICO-MUSICAIS TROVADORESCAS
3.1 Chanson
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variedade e interesse (Grout; Palisca, 2007). No que diz respeito ao
acompanhamento instrumental, é importante ter em mente que este difere
radicalmente da atual concepção de acompanhamento da canção, já que
inexistia o conceito de harmonia funcional tal como temos contemporaneamente.
Os acompanhamentos se caracterizavam pelo dobramento da melodia principal,
pela sua ornamentação, pela execução de notas pedais ou, no caso da
percussão, executar algum padrão rítmico característico de dança.
Os tipos de canções, geralmente caracterizados pela sua temática poética
(Stolba, 1998):
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maiúscula corresponde a um refrão e a minúscula à sua estrofe
correspondente;
Viralai: seu esquema formal é Abbaa, na qual A é o refrão, b a primeira
parte da estrofe e a a segunda parte da estofe (que faz uso da mesma
melodia do refrão).;
Ballade: poderíamos resumi-la no esquema aabC, sendo C o refrão.
3.2 Moteto
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Figura 5 – Motete
3.3 Madrigal
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rítmica diferentes. Aproxima o madrigal de fórmulas musicais antigas a presença
de passagens melismáticas decorativas no fim, e por vezes, no início dos versos
(Grout; Palisca, 2007).
Os desdobramentos desse gênero musical serão desenvolvidos e, mais
tarde, no século XVI, seriam incorporados pelos compositores italianos como um
estilo composicional de extrema nobreza, elaborado com base nos textos dos
grandes poetas italianos (em especial, Francesco Petrarca) sobre grandes
temáticas intelectuais. Em relação à produção do século XIV, guardaria
similaridade apenas no nome.
Das principais características desse madrigal italiano no século XVI (mais
elaborado em função das mudanças musicais ocasionadas no início do
Renascimento), destacam-se: valorização da musicalidade da palavra e do texto;
utilização de poemas elevados e sérios; música reservata – representação, por
meio da música, dos sentimentos oferecidos pelo poema; escrita polifônica
liberta da necessidade do cantus firmus; inicialmente a quatro vozes, ampliada
posteriormente a cinco e seis vozes, alternância entre polifonia imitativa com
partes homofônicas, incorporação de ornamentos dissonantes admitidos na
improvisação (Grout; Palica, 2007).
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naturalmente, constituem importante arcabouço musical para os
desdobramentos que se seguirão nos séculos seguintes. Nesse sentido, tente
visualizar o que já foi visto até aqui, no intuito de perceber um processo em
construção de aspectos constitutivos dos estilos musicais (inicialmente monodia
– desenvolvimento gradual da polifonia; uma única linha melódica –
desdobramentos harmônicos/consecutivos na relação entre as notas etc.).
Agora, verificaremos algumas das principais características que
introduziram no cenário ocidental a ópera como um gênero musical que
praticamente monopolizou a produção musical do séculos XVII, com larga
aceitação ao longo dos séculos seguintes, XVIII e XIX.
Podemos considerar uma ópera como uma obra teatral que combina
monólogos, diálogos, cenário, ação e música contínua (Grout; Palisca, 2007). No
Teatro do Renascimento, em que tantas tragédias e comédias imitavam os
modelos gregos ou a eles referenciavam, a busca por um modelo que
remontasse à estrutura do teatro musical clássica transcendeu interesse de
artistas e intelectuais, que empreenderam intenso movimento em prol de uma
estrutura dramática que ganharia corpo no século seguinte.
A ópera foi, sem dúvida, o gênero musical de maior representatividade do
século XVII, entretanto é importante ressaltar que seu desenvolvimento advém
de reflexões realizadas no século XVI. Caracteriza-se por um produto musical
que enfatiza a interação entre drama encenado e música, que tem como pano
de fundo uma vontade dos intelectuais daquele contexto em conectar música e
teatro ao modelo da Antiguidade clássica, imitando modelos gregos e nestes
buscando inspiração.
No século XVI, dois gêneros musicais e um poético se estabeleceram e
ofereceram a estrutura necessária ao desenvolvimento da ópera:
Os intermezzi eram interlúdios musicais, com representação dos
sentimentos com base em ações sublinhadas musicalmente. Como o nome
sugere, trata-se de um interlúdio mais leve, de caráter bucólico, alegórico ou
mitológico, apresentado entre as partes de uma comédia ou de uma tragédia de
maiores proporções. Como uma consequência da produção musical do século
XVI, boa parte dos compositores madrigalistas escreveram música para o
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intermezzi, conferindo dramaticidade musical necessária para o
desenvolvimento musical da ópera (Grout; Palisca, 2007).
A pastorella conectou o interesse dos dramaturgos e musicistas do século
XVI por concentrar, poeticamente, uma estrutura rica a ser elaborada do ponto
de vista teatral, e consequentemente musical. Como o nome sugere, trata-se de
poemas sobre pastores ou temas campestres semelhantes, com caráter
levemente dramático e com detalhamentos de natureza idílica e amorosa. Essa
forma exigia do poeta a capacidade de tradução de uma atmosfera de um mundo
remoto, de uma natureza requintada e civilizada, em um contexto social simples
e rústico. Como finalidade temática, o caráter idealizado de paisagem, o clima
nostálgico e a vontade por um paraíso inacessível atraíram os compositores
interessados na representação musical deste contexto poético (Grout; Palisca,
2007).
Os ciclos de madrigais são representativos para esse contexto da
elaboração da ópera por oportunizar a representação de uma série de cenas ou
estados de alma. As personagens eram diferenciadas por grupos de vozes e
solos, e essas obras não se destinavam à representação, mas simplesmente a
concertos relacionados ao entretenimento privado. A contribuição majoritária do
ciclo de madrigais resulta na concatenação da narrativa poética e sua
representação musical direta (Grout; Palisca, 2007, p. 317-318).
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Verifique essa ideia na figura abaixo, identificando que, apesar de haver
barras de compasso convencionais, a quantidade de durações rítmicas não é
regular.
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libreto deveria ser dividido em atos (grandes partes), havendo entre cada um
deles uma introdução instrumental, abrigando gêneros tais como a tocata ou
mesmo uma abertura orquestral. Prioritariamente, na parte musical de interação
com o texto, enfatizaram-se trechos cantados por solista, por duo, trio ou mesmo
coral, havendo a possibilidade de interação entre as vozes, seja no momento do
recitativo, seja ainda enfatizados na parte conhecida como ária, trecho de maior
destaque melódico e mais detalhamento musical na representação do texto.
O compositor teve papel decisivo na estruturação da ópera como gênero
predominante desenvolvido no século seguinte, influenciando uma geração de
compositores posteriores. Seu recitativo ganhou maior fluência e continuidade;
seus momentos-chave ganham relevância pela expressividade e pelo lirismo
empregado; a orquestra é utilizada como rico recurso dramático pela sua vasta
paleta de sonoridades; a inserção de várias árias a solo, duetos, conjuntos vocais
do tipo madrigal e corais, além de gêneros de dança que, quando somados,
constituem parte importante da obra e dão o necessário equilíbrio formal ao
recitativo (Grout; Palisca, 2007).
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5.1 Recitativo
5.2 Ária
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NA PRÁTICA
Saiba mais
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nos instrumentos agudos e cantá-lo? Essa estrutura entre solista e
orquestra permanece até os 10min41.
6. Por fim, perceba a mudança que ocorre nas vozes. É um trecho mais
musical do ponto de vista melódico? O coral ajuda na construção
dramática da música?
FINALIZANDO
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influenciada pela incursão polifônica de duas ou mais vozes. As chansons na
França, ou os próprios madrigais italianos são a confirmação desse estado de
confluências na esfera da composição musical.
Por fim, verificamos a idealização de um movimento em torno de uma
tentativa de redescoberta do cenário cultural grego para a reconstrução de uma
prática artística que englobasse de maneira efetiva o teatro e a música. O
recitativo foi elaborado no intuito de dar corpo a um teatro inteiramente musicado,
com um canto que se aproximasse tanto quanto fosse possível, da naturalidade
da fala. Um movimento intelectual ganhou corpo nesse momento da história da
música, sobretudo em fins do século XVI, com interação entre pensadores e
artistas, para dar cabo a essa empreitada. Entretanto, seria Claudio Monteverdi
o compositor capaz de sintetizar de maneira mais efetiva esse cenário,
mesclando o que havia sido produzido de novo no capo do recitativo (monódico
com acompanhamento) com estratégias polifônicas herdadas dos madrigais
italianos tradicionalizados.
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REFERÊNCIAS
TOMAS, L. Música e filosofia: estética musical. São Paulo: Irmãos Vitale, 2005.
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