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aprendizagem e treinamento
do sistema tático 2.2 e da defesa
individual no futsal
Propuesta de enseñanza-aprendizaje y entrenamiento del
sistema táctico 2.2 y de la defensa individual en futsal
Prof. Ms. Otávio Nogueira
Balzano
Universidade Federal do Ceará
NEPEC/UFC Alison Henry Martins da Silva
(Brasil) Ana Carla Abreu de Oliveira
Edilson Medeiros de Oliveira
otaviobalzano@yahoo.com.br
Resumo
Nas últimas décadas o futsal tem mostrado uma evolução nos seus níveis de rendimento. A busca
pelo cientificismo no treinamento esportivo tem sido uma procura constante de professores e treinadores,
possibilitando que gradativamente profissionais abandonem a prática intuitiva e empírica. O método utilizado
neste estudo é do tipo descritivo de cunho exploratório. Esse trabalho tem por objetivo mostrar a
importância do desenvolvimento da dimensão tática na iniciação do Futsal, bem como uma proposta
metodológica de ensino - aprendizagem - treinamento do sistema de ataque 2.2 e do sistema de marcação
individual. O método pretende desenvolver as capacidades técnico-táticas exigidas em uma situação de
jogo, levando em consideração a característica da modalidade e do público praticante. Neste sentido, criou-
se uma seqüência de dezesseis jogos táticos, distribuídos numa ordem gradativa em relação ao nível de
dificuldade e de complexidade, seguindo a idéia central da metodologia dos jogos em série. Com isso,
oferecemos aos profissionais da área, uma nova leitura do treinamento tático para iniciantes no futsal.
Unitermos: Futsal. Sistema 2.2. Jogos em série.
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Introdução
Ao utilizar esse método, o professor deverá ter fichas de registros dos desempenhos
técnico/táticos observados, dos atletas e da equipe, para organizar novos jogos e a progressão
dos mesmos. Para Balzano (2011) a série de jogos táticos fundamenta-se em desenvolver
situações específicas do desporto Futsal. Criam-se alternativas onde a finalidade é repetir as
ações criadas nas partidas por diversas vezes. Neste modelo o aluno/atleta executa e aprende
os objetivos fundamentais do jogo, mas também, pratica o desporto e as suas relações, como:
ataque e defesa. Este método pretende estimular nos alunos/atletas à inteligência tática,
autonomia, responsabilidade, poder de decisão, percepção, antecipação, resolução dos
problemas, criatividade e inclusão de uma forma dinâmica, motivadora e criativa. Desta
maneira o aluno/atleta se faz importante para equipe, pois se torna peça integrante do todo. O
jogo tático permite ao aluno/atleta a criatividade que é a verdadeira arte num desporto (LOPES,
2009). O mesmo estimula os jogadores a participar, pois se treina ações motoras e táticas
jogando, com pressão de um adversário, próximo da situação real que acontece dentro de uma
partida (BALZANO, 2011). Não podemos esquecer, para o método ter um bom resultado, é
importante que paralelamente aos treinos práticos, se trabalhe o aspecto teórico do futsal com
os conceitos táticos do desporto.
2. Capacidades táticas
Entende-se por sistema tático a distribuição ordenada dos jogadores em quadra nas
situações de defesa e ataque (SAAD e COSTA, 2005). Segundo Voser (2001) e Ferreira (2001)
o sistema tático 2.2 é considerado o pioneiro dos sistemas, este surgiu na década de 50,
quando o futsal ainda chamava-se futebol de salão. De acordo com Santos Filho (1998), esse
sistema é utilizado por equipes iniciantes, equipes colegiais e principalmente em categorias
menores. Para Fonseca (2007) a utilização desse posicionamento nesses grupos iniciantes se dá
pelo fato de ser um sistema de fácil compreensão pedagógica da ocupação dos espaços e da
dinâmica do jogo. Além de ser um sistema que exige pouco condicionamento físico por não ter
muita movimentação (trocas de posição). A estruturação desse sistema consiste em ter dois
jogadores na meia quadra defensiva e dois jogadores na meia quadra ofensiva (Voser, 2001).
De acordo com Fonseca (2007) por ser um sistema muito básico é pouco utilizado por equipes
de rendimento, restrito a manobras táticas para enganar o adversário. Entretanto quando se
tem um bom goleiro lançador e um pivô que domine a bola com facilidade ou mesmo quando a
equipe esta em vantagem numérica esse sistema é de grande utilidade para todas as equipes,
pois abre mais espaços na quadra o que facilita tabelas rápidas pelas alas e pelo meio, além de
possibilitar enfiadas na diagonal e pelo lado para o pivô no centro da área do adversário
(Valdericeda; Voser, 1994; 2001).
Este sistema caracteriza-se pela marcação direta entre dois jogadores. É uma marcação,
onde cada jogador fica responsável pela marcação de um adversário. O posicionamento da
equipe defensora é em função dos jogadores adversários. Esse sistema pode ser dividido em
marcação sobre pressão e meia pressão. A marcação sobre pressão exige que o marcador
exerça o combate direto ao adversário em qualquer setor da quadra, procurando evitar que o
oponente receba a bola. Entende-se por meia pressão o combate no setor de ataque somente
sobre o oponente que recebe ou que está de posse da bola, não sendo necessário o combate
sobre o jogador que está sem bola, ficando o responsável por este jogador adversário mais
retraído a fim de dar cobertura ao companheiro que efetua o combate direto sobre aquele que
está com a bola, além de guarnecer o setor central da quadra. No setor defensivo a marcação é
efetuada sobre pressão. Este tipo de marcação utiliza-se em equipes que este no processo de
iniciação do futsal, pois cada jogador é responsável por um adversário, tornando-se mais fácil a
compreensão para os iniciantes e a adequação do treinador a o porte físico e técnico dos
jogadores adversários. (VOSER 2001; MUTTI, 2003; SAAD e COSTA 2005; FONSECA 2007;
BALZANO 2010).
Descrição – jogo de futsal normal, mas com uma rede de vôlei no meio
da quadra. O passe deve ser por cima da rede ou pelo lado dos postes.
Os jogadores jogam livres pela quadra. Com a colocação da rede de
vôlei no meio da quadra, existe a tendência das equipes se
posicionarem no sistema 2.2.
Variação - dois podem passar a bola por baixo da rede.
Objetivo Central – Este jogo é tão dinâmico como a atividade anterior,
mas torna-se mais complexo pela utilização da rede de voleibol. Além
dos deslocamentos e infiltrações laterais, o tipo de passe para atacar e
a recepção de bolas altas, tornam-se mais um objetivo a ser treinado e
alcançado pelos atletas.
Capacidades de Ataque
o Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber,
deslocamentos com mudança de direção, jogar na frente ou
atrás do fixo e proteger.
o Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, saída em paralela,
corta luz, bloqueio, cortina, 1 contra 1, pisada e 2º pau.
o Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque
Capacidades de Defesa
o Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, marcar a
distância, abordar, desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na
frente do pivô e roubar a bola.
o Grupo – cobertura, trocar a marcação, flutuar, fechar linha de
passe em profundidade, dobrar a marcação e induzir atacante
com bola a zonas menos perigosas.
o Coletiva – sistema de marcação individual, marcação com meio
aberto e pressão no homem da bola.
Descrição – jogo de futsal, mas com duas traves extras. Estas situadas
no meio da quadra, uma de costa para outra. O pivô e o fixo só jogam
em meia quadra (ataque e defesa), os alas podem correr por toda a
quadra. Vale gol na trave do fundo e na trave do meio, no lado onde à
equipe esta atacando.
Variação – todos os jogadores jogam livres pela quadra.
Objetivo Central – Este é o jogo mais ativo no programa. A idéia
central a ser treinada neste momento é o jogo em conjunto de ataque
e defesa. Começa a organização e o trabalho mental nos atletas, dos
momentos dinâmicos de ataque e defesa do futsal.
Capacidades de Ataque
o Individuais – passar, chutar, driblar, fintar, conduzir, receber,
deslocamentos com mudança de direção, jogar na frente ou
atrás do fixo e proteger.
o Grupo - tabela, vai e vem com aproximação, saída em paralela
e diagonal, corta luz, bloqueio, cortina, 1 contra 1, pisada e 2º
pau.
o Coletiva – sistema 2.2 e contra ataque
Capacidades de Defesa
o Individuais - acompanhar, antecipar, aproximar, abordar,
desarmar, afastar a bola, jogar atrás ou na frente do pivô e
roubar a bola.
o Grupo – cobertura, flutuar, fechar linha de passe em
profundidade, trocar marcação, dobrar marcação e induzir
atacante com bola a zonas menos perigosas.
o Coletiva – sistema de marcação individual e pressão no homem
da bola.
6. Considerações finais
Referências