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Diplomacia 360o – Módulo Atena – História do Brasil – Aula 03

Prof. Daniel de Araújo – 09.08.2018

AMÉRICA PORTUGUESA – SOCIEDADE NO BRASIL COLONIAL

→ Bipolarização social no Brasil: CASA GRANDE x SENZALA


- Gilberto Freyre. “Casa Grande e Senzala”.

→ Formação da sociedade colonial brasileira.


- Wilmar Matos. “Tempo Saquarema”

Colonizadores →
Agentes da colonização: burocratas da Coroa portuguesa e altos membros da Igreja Católica.

Colonos →
- Proprietários de terras e escravos (senhores de engenho)
- Funcionários do baixo clero.

Colonizados →
- São os que trabalham: comerciantes, mascates, negros e índios.

TPS 2011
→ Questão 41:
1. A despeito da importância econômica que desempenhavam, comerciantes e mercadores
reinóis enfrentavam, no Brasil, grande dificuldade para alcançar representação politica.
Gabarito: CERTO – somente podiam ter representação nas câmaras municipais os “homens
bons”, aqueles que não usavam as próprias mãos para obter seu sustento.

2. Entre as cláusulas do Pacto Colonial incluía-se a da obrigatoriedade de que os mercadores


portugueses, quando solicitados, colaborassem militarmente com as forças da metrópole.
Gabarito: ERRADO – o Pacto Colonial era a submissão econômica da colônia à metrópole. Não
havia cláusulas.
SOCIEDADE PATRIARCAL
→ Pai: manda na família.
→ Senhor de Engenho: manda na economia.
→ “Homem bom”: manda na política.

JESUÍTAS
→ Função primordial da Igreja Católica no Brasil colonial: EDUCAÇÃO!
- Educar filhos dos colonos.
- Catequese – conversão dos indígenas (havia atritos entre jesuítas e bandeirantes).

Missão jesuítica → também usava mão-de-obra indígena para sustento da missão.


- Algumas missões foram lucrativas e chegavam a exportar produtos.

→ Jesuítas tinham função de controle social:


- Na América espanhola, havia tribunais de inquisição.
- Na América portuguesa, a inquisição se fazia presente por meio da visitação de inquisidores.
- Repressão a práticas sexuais condenadas pela Igreja.
- Perseguição a cristãos novos que continuavam praticando o judaísmo na vida privada.
OCUPAÇÕES ESTRANGEIRAS

FRANÇA ANTÁRTICA (1555-1567)

Os franceses já frequentavam o litoral brasileiro há muitos anos, sendo que a França criticava e
desafiava oficialmente o Tratado de Tordesilhas. Essa tentativa francesa de ocupação de parte
do litoral onde hoje é o Rio de Janeiro foi capitaneada por Nicolas Durand de Villegaignon, um
comandante naval francês muito próximo ao Rei Henrique II.

Fuga religiosa

Os franceses eram motivados, sobretudo, devido ao comércio de pau-brasil, peles e animais.


Além disso, a França era católica, mas havia uma rivalidade muito grande com os calvinistas na
França (huguenotes). Villegaignon teve a ideia de pedir a Calvino que os huguenotes fossem
enviados para a América, a fim de aliviar as tensões religiosas naquele país. Calvino, que ainda
era vivo, concordou e, assim huguenotes franceses e calvinistas suíços são enviados, com
Villegaignon para a Baía da Guanabara.

Entretanto, haverá uma cisão religiosa na França Antártica, pois católicos e huguenotes também
irão entrar em atrito na América. Huguenotes abandonam a América e Villegaignon, com a
colônia já enfraquecida e esvaziada, volta à França para pedir ajuda ao Rei.

Repressão portuguesa

Portugueses realizam uma missão liderada por Estácio de Sá, a fim de expulsar os franceses da
Baía da Guanabara. Os franceses tinham apoio da Confederação dos Tamoios, indígenas que
odiavam os portugueses. Os portugueses fazem uma aliança com os índios temiminós (liderados
por Arariboia), que ficavam do outro lado da baía, onde hoje é a cidade de Niterói.

Os portugueses, liderados por Estacio de Sá, conseguem expulsar os franceses e fundam, entre
o Pão de Açúcar e o morro Cara de Cão, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1o de
março de 1565.

FRANÇA EQUINOCIAL (1612-1615)

Essa segunda tentativa de colonização francesa aconteceu no Maranhão, sob a liderança de


Daniel de La Touche de La Ravardière. Franceses fundam a cidade de São Luís, sede da França
Equinocial.

Motivações:
- Fuga religiosa (huguenotes);
- Base para a pirataria caribenha (corsários); e
- Base para chegar, pelo rio Amazonas, às minas de San Luís de Potosí (alto Peru).

Portugal promove uma violenta repressão metropolitana, que expulsa os franceses. Essa será a
última tentativa dos franceses de fundarem uma colônia na América Portuguesa, até mesmo
porque a França consegue, ao longo do século XVII, ocupar a região da atual Guiana Francesa.

Obs.: Franceses continuam vindo ao Brasil, mas por meio da pirataria. Corsários franceses
chegam a “sequestrar” a cidade do Rio de Janeiro, em 1711.
HOLANDESES NA AMÉRICA PORTUGUESA

Historicamente, holandeses tinham excelente relação com a América Portuguesa. Havia


participação holandesa em diversas etapas da produção do açúcar. Holandeses forneciam
créditos para os senhores de engenho, realizavam o transporte do açúcar para a Europa e
refinavam, na Holanda, 40% do açúcar produzido no Brasil.

Em 1554, nasce o próximo Rei de Portugal, Sebastião, “o Desejado”. Ele ascendeu ao trono aos
três anos após a morte de seu avô o rei João III, com uma regência sendo instaurada durante
sua minoridade, liderada por seu tio-avô, o cardeal Henrique de Portugal.

Aos 14 anos, Sebastião assume o trono português, mas, devido a seu fervor religioso e militar,
parte, aos 24 anos, para o Marrocos a fim de lutar contra os muçulmanos. D. Sebastião vai
embora de Portugal sem deixar herdeiros. Em 4 de agosto de 1578, durante derrota portuguesa
na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos, D. Sebastião desaparece, dando origem ao
sebastianismo, um mito de que o Rei voltaria para salvar Portugal. Com a ausência de D.
Sebastião, seu tio-avô, o Rei-Cardeal Henrique I, assume o trono de Portugal, mas, obviamente,
não deixa herdeiros.

União Ibérica (1580-1640)

Em 1580, D. Felipe II, rei da Espanha, assume o trono português depois da morte de Henrique I,
que reinou por menos de 2 anos. Com o Juramento de Tomar, D. Felipe II comprometeu-se a
permitir que os portugueses tivessem o direito de administrar Portugal.

Portugal assumirá alguns inimigos de D. Felipe II, dentre eles a Holanda, que tinha acabado de
ficar independente dos Habsburgos. Assim, com a União Ibérica, a Espanha veda o acesso
holandês ao açúcar brasileiro. Porém, a Holanda cria a Companhia das Índias Ocidentais,
objetivando lucrar com o Comércio nas Américas.

A primeira tentativa de invasão ocorreu, entre 1624 e 1625, em Salvador, a então capital do
Brasil colonial. Os comerciantes e latifundiários de Salvador fugirão para o interior e farão a
chamada guerra brasilis, uma espécie de guerra de guerrilha. O Rei Felipe II convocará todos os
súditos de seu reino e mais de 150 navios virão da Europa para expulsar os holandeses (a
“Jornada dos Vassalos”).

A Companhia das Índias Ocidentais quase quebrou, mas a Holanda, financiada por uma
quantidade enorme de ouro roubado de navios espanhóis, resolve invadir o Brasil colonial mais
uma vez, em 1630.

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