Você está na página 1de 6

Esú

Características Particulares:
Nomes: Exu, Eleggua, Legbá, Aluvaiá (entidade correspondente a Exu nos Candomblés de
influencia angolana), Bombogira, Legbará. Jêje: nesta nação denomina-se Elegbá – Bára.
Dia: segunda-feira.
Dia da Semana Yorubá: ojo awo (dia do segredo).
Data: Todos Os Dias São De Exu. Muitos comemoram em 13 de Agosto.
Números: 01; 07 e seus múltiplos.
Elemento: Na verdade todos, mas principalmente Terra e Fogo.
Comidas e Oferendas: padês: Farofa (de dendê, cachaça, mel e água), Ekó (Acaçá), Carne
Mal Passada ou carne (bife-cru, ou, mal assado no braseiro, e, acebolado, picadinho de
miúdos fritos no dendê e apimentados). Pipoca estourada na areia ou no dendê, Milho
torrado, 07 batatas inglesas Pequenas Assadas com Cascas e azeite de dendê. Ajeum: Come
de tudo. (Pois ele é quem restitui tudo). Obi. Inhame com dendê. Piquiri. Apreciam ainda os
3 primeiros acarajés fritos para Oyá.
Bebida alcoólica (cachaça, limão galego para fazer bebida, etc).
Animal: Cachorro.
Ave: Galo Vermelho (akukodie) ou frango preto e Galinha d’Angola (coquem).
Bicho de 4 pés: Cabrito branco osco mais ou menos marrom. Também sangue de bode.
Bode preto (ewere).
Onde Recebe Oferendas: No Canto das Encruzilhadas.
Lugar consagrado: ar livre, atrás da porta de casa.
Símbolos: Ogò (bastão De Forma Fálica - porrete em formato de okani (phalus) –
representando a fertilidade); tridente de ferro, Falo Ereto e àdó (cabaça) e o Òkòtó (uma
espécie de caracol).
Instrumento: Tridente de 7 pontas e bastão (ogó - ferramenta em formato fálico,
cheio de tranças de palha numa ponta com cabaças dependuradas, nas quais ele traz suas
bebidas. O Ogó é todo enfeitado de búzios); chave, pênis ereto, vulto.
Ferramentas: Corrente, chave, foice, moeda, búzios, entre outros.
Guia: Corrente de aço (para alguns), vermelho escuro (Legba), vermelho.
Metal: Bronze (elemento vermelho – renascimento). Ferro bruto (minério). Sua Matéria É A
Terra Em Estado De Pureza, pois prefere acima de tudo o barro, lama de onde surgiu.
Pedras: Rubi e Granada. Preciosa Laterita (Yangì).
Velas: Preta (conhecimento) e vermelha (coragem).
Folhas: Folha De Fogo, Coração De Negro, Aroeira Vermelha, Figueira–Brava, Bredo, Urtiga.
Pimenta, Capim Tiririca, Arruda, Salsa, Hortelã. Comigo ninguém pode, fumo (a folha).
Presentes Prediletos: Dinheiro, Velas, suas Comidas e Bebidas preferidas, Charutos (Exu)
ou Cigarros (Pomba-gira).
Cores: vermelho e preto (Ou Seja, A Fusão Das Cores). Vermelho (ativo) e preto (absorção
de conhecimento). E todas as cores salteadas em um mesmo fio; ou só vermelha; ou só
preta (dependendo da nação) e branco. Marrom (para os Yorubás).
Quizila: Comidas Brancas, alho e Sal.
Domínios: Sexo, Magia, União, Poder e Transformação. Passagens: Encruzilhada; portas e
portões. Caminhos, movimento, cosmo. Cruzamentos, alto das montanhas, etc.
Partes do Corpo: Cavidade do Orì (cabeça), cavidade do útero, sensação de sede e fome,
atividade sexual (não da atividade procriadora, da fecundação, pois ele é o resultado, o
descendente), placenta fecundada, os pés (bola dos pés), uma parte do fígado (a outra é de
Oyá).
Riscos de saúde: dores de cabeça relacionadas a problemas de fígado e na pior das
hipóteses (perigosos acidentes); envolvimento com problemas relacionados a polícia.
Axé (Força Emanada): Ligação do Material com o Espiritual, Comunicação, Fecundação,
abertura de caminhos para os negócios, descarrego.
Região Da África: Exu é Universal.
Toques: Bravum (preferido), Agere, Ilù, Hamunyia, Ego.
Características: apaixonado, esperto, criativo, persistente, impulsivo, brincalhão.
Profissão: Comerciantes, vendedores, militares e jornalismo.
Odu Que Rege: Okaran E Owarin.
Saudação: Laroiê! Laroiê Exu! (“Salve Exu”). Alúpo ou Lalúpo; Èsù yè, Laróyè (Salve Èsù).
Laroiê! (SALVE EXU) Koba Laro Exu Lalupo; Laroiê! K' oba laro ie exu!
O Que Faz: Vigia as passagens, abre e fecha os caminhos. Por isso ajuda a resolver
problemas da vida fora de casa e a encontrar caminhos para progredir, além de proteger
contra perigos e inimigos.
Arquétipo de seus filhos: magros, altos, sorridentes, extrovertidos demais, alegres,
ambiciosos, com fé na vida, esperançosos para melhorar; positivos. Caráter ambivalente,
inclinado a maldade, depravação e corrupção, inteligência e intrigas políticas.
Sincretismo: Diabo católico cristão, pelos católicos; Pan grego (o Saci Pererê pode ser
considerado uma versão mais branda da entidade). Menino Jesus (em Cuba).
*Bára Lodê: São Pedro, quando faz adjunto com Iansã, São Benedito com faz adjunto com
Obá.
*Bára Lanã: Santo Antônio do Pão dos Pobres.
*Bára Adaqui: Santo Antônio.
*Bára Agelú: Menino no colo do Santo Antônio.
Sephirah: Malkuth.
Adjuntos: Legba com Oiá Timboá, Lodê com Iansã ou com Obá, Lanã com Obá ou com Oiá,
Adaqui com Oiá ou com Obá, Agelú com Oxum Pandá e às vezes com Oiá.
Equivalências Tarô: carta nº 15.
Baralho cigano: carta nº 1.

Características do Orixá Exu:


Exu é o mais humano dos orixás, de personalidade traquina, porém, se enfurece quando
esquecem dele. É o fogo criativo e essencial ao homem, o impulso natural. É irreverente e
criativo. Adora provocar discórdia. Segue-se um verso que descreve o seu comportamento:
“Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que jogou hoje”.
Seu nome significa "esfera", e representa a totalidade de seu alcance: todo o plano terrestre.
Como não tem compromisso com que é "certo", não se sente obrigado a seguir os comandos
de quem não o respeita.
Exu jamais toma a forma de procriador.

Criação de Exu:
Mensageiro dos Orixás, ele é o primogênito do universo no mito da gênesis dos elementos
cósmicos. É o resultado da integração água e terra; masculino e feminino, sendo o terceiro
elemento. Exu é o 1º nascido da existência e, como tal, o símbolo do elemento procriado.
Esú é o detentor de axé e quem, junto com Olodumare, criou o universo, ambos têm o
mesmo poder.
Como orixá, diz-se que veio ao mundo com um porrete, chamado, ogó, que teria a
propriedade de transportá-lo, a centenas de quilômetros e de atrair, por um poder
magnético, objetos situados a distâncias igualmente grandes.
Alguns dizem que Exu é filho de Iemanjá e irmão de Ogum e Oxossi.

Exu e as Feiticeiras:
Cultuado entre os Orixás, apenas por seu intermédio é possível adorar as Yá-Mi (as
feiticeiras).
Exu fica à esquerda dos caminhos. O elemento procriado é a prova do poder das Iyami, é o
pássaro, o Elèye.

Exu e Ifá:
Mensageiro dos orixás, elemento de ligação entre as divindades e os homens, a um tempo
mais próximo do mundo terreno e mais perto do elevadíssimo espaço celeste por onde
transita Òrúnmìlà.
Com efeito, a relação entre Exu e Ifá, é indiscutível, e Exu está representado em um dos
principais emblemas característicos do culto a Ifá, o òpón, onde Exu tem sua representação
em forma de rosto, de triângulos e losangos.
Traçar e abrir caminhos são uma das suas principais atividades, pois ele circula livremente
entre todos os elementos do sistema. É o princípio da comunicação. Está fortemente
representado no O-POM-de-IFÁ (tábua adivinhatória de Ifá - Deus da adivinhação) pelos
triângulos e losângulos. O sistema oracular funciona graças a ele.
Segundo Ifá cada um tem seu próprio Exu (Bára) e seu próprio Olorum em seu corpo. O
nome de Exu é conhecido, invocado e cultuado junto ao orixá. E é Ifá quem revela e
permite-nos sabê-lo.

Funções de Exu:
Esù Elegbara dos Yorubás, Legba dos fon, encerra aspectos múltiplos e contraditórios que
dificultam uma apresentação e uma definição coerentes. Vamos enumerar rapidamente suas
principais características:
É a cólera dos Òrìsà e das pessoas. Tem um caráter suscetível, violento, irascível, astucioso,
grosseiro, vaidoso, indecente.
Está profundamente associado ao segredo da Transformação de materiais em indivíduos
diferenciados. Esú é o alter-ego de todos os indivíduos. É o princípio dinâmico da expansão
(evolução), agente de ligação, princípio do nascimento de seres humanos, princípio da
reparação (causa/efeito). Exerce o papel de propulsor do desenvolvimento, de mobilizador,
de fazer crescer, de ligar, de unir o que está separado, de transformar, de comunicar e de
carregar. Todos os Orixás necessitam de suas forças, pois ele está ligado à evolução e ao
destino de cada um.
Embora conhecido como um escravo, a grande realidade é que Esú é também um Orixá,
representando os santos como mensageiro, verdadeiro secretário, o cobrador da lei
causa/efeito.
Oxé-tuwá, representante direto de Exu, simboliza um de seus aspectos mais importantes, o
de ser encarregado e transportador das oferendas, Òjise-ebo.
Não é apenas Òjisé-ebo, mas principalmente Òjisé, o mensageiro, fazendo a comunicação
entre tudo que é oposto.
Sendo responsável pela comunicação entre os homens e os orixás, Exu é umas das
divindades africanas que mais efetua contato com o homem sendo que certas entidades
são também denominadas exu.
Exu e o Ritual:
Esú é o primeiro que se serve e se cultua, é o Senhor, o decano de todos os elementos. Esù
é o mensageiro dos outros Òrìsà e nada se pode fazer sem ele. Não se pode ir a um Orixá
sem antes tratar de Esú.
É o guardião dos templos, das casas e das cidades.
Embora seus toques sejam rápidos (ex: Bravum Adarrum), ele dança com satisfação
qualquer toque aos Orixás quando ordenado. Exceto para Oxalufan, com o qual ele brigou
por desejar seu trono.
É um orixá, é sempre a primeira divindade a receber as oferendas, justamente para que atue
como um aliado e não como um rival que perturbe os procedimentos místicos desenvolvidos
durante os rituais. Coerente com seu lugar mítico privilegiado é ele que abre esse "corpus
mitopoético".
Princípio dinâmico e princípio da existência individualizada, Exu não pode ser isolado ou
classificado em nenhuma das categorias. Ele é como o axé (que ele representa e transporta),
participa forçosamente de tudo.
Exu foi o primeiro a usar ekodide (pena de uma espécie de papagaio) na cabeça, e foi isto
que o tornou decano de todos os orixás. Alguém que coloca ekodide na cabeça sem
necessidade provoca a cólera de Exu.
É a Esù que devem ser feitas a primeira louvação e oferenda e a isso se chama, no Brasil,
"despachar" Esù, com um duplo objetivo, o de despacha-lo como mensageiro para chamar e
convidar os Òrìsà para a cerimônia e também de despacha-lo, envia-lo para longe, a fim de
que ele não venha a perturbar a boa ordem da festa por meio de gracejos de mau gosto. Os
fios de conta das pessoas protegidas por ele são vermelhos e pretos e a segunda-feira é o
dia que lhe é consagrado. Dizem na Bahia que existem vinte e um Esù; outros falam de sete,
ou de vinte e uma vez vinte e um, mas ele é ao mesmo tempo múltiplo e uno.

Igbá Exu:
Quem delegou poder a exu foi Olorum ao entregar-lhe o àdó-iràn, a cabaça que contém a
força que se propaga. Esta cabaça está presente em seus "assentos", é uma cabaça de
pescoço grande, e basta exu apontá-la a algo para transmitir seu axé.
Exu por ser resultado da interação de um par, é o portador mítico do sêmen e do útero
ancestral e como princípio de vida individualizada ele sintetiza os dois, É por isso que
freqüentemente, é representado pela forma de um par, uma figura masculina e uma
feminina, unidos por fileiras de búzios.
Exu está profundamente ligado à atividade sexual. Representados por um falo (pênis), ou
suas representações simbólicas como: os penteados de forma fálica, sua arma, o ogó -
bastão em forma de pênis -, sua lança; já as cabacinhas representam seus testículos.
Exu também está representado com objetos à sua boca; dedo, cachimbo e principalmente
flauta, que vem representar a atividade sexual, como absorção e expulsão, ingestão e
restituição, com a flauta Exu chama seus descendentes. Portanto símbolo por excelência da
fecundidade.
Confusão com Exu:
Como muitos não conhecem profundamente a religião iorubá, tiram conclusões apressadas e
erradas quando se referem a Esú, tornando-o uma entidade voltada para o mal e
apresentada nos Círculos menos evoluídos como portadores de defeitos físicos, confundido
com os Kiumbas (entidades defeituosas).
Exu é cultuado tanto como lésè-égún, como lésè-orixá, e apenas por seu intermédio é
possível cultuar os orixás e as Iyami (mãe ancestre).
Enganosamente ou mal intencionados, os primeiros missionários que chegaram à África,
compararam-no ao diabo, por algumas de suas formas, artimanhas e poderes atribuídos. Ele
tem as qualidades dos seus defeitos, pois é dinâmico e jovial, havendo mesmo pessoas na
África que usam orgulhosamente nomes como Èxúbíyìí (concebido por Exu), ou Èxùtósìn
(Exu merece ser adorado).
Os primeiros missionários, espantados com tal conjunto, assimilaram-no ao diabo e fizeram
dele o símbolo de tudo que é maldade, perversidade, abjeção e ódio, em oposição à
bondade, pureza, elevação e amor a Deus. Mas Esù de provocar acidentes e calamidades
públicas e privadas, desencadear brigas, dissensões e mal-entendidos, se ele é o
companheiro oculto das pessoas e as leva a fazer coisas insensatas, se excita e atiça os maus
instintos, tem igualmente seu lado bom e, nisso, Esù revela-se e, talvez, o mais humano dos
Òrìsà, nem completamente bom, nem completamente mal. Trabalha tanto para o bem como
para o mal, é o fiel mensageiro daqueles que o enviam e que lhe fazem oferendas. Esù tem
as qualidades de seus defeitos, é dinâmico e jovial. Foi ele também quem revelou a arte da
adivinhação aos humanos.

Historia de Exu:
Como personagem histórica, Exu teria sido um dos companheiros de Odùduà, quando da
sua chegada a Ifé, e chamava-se Exu Obasin. Tornou-se mais tarde, um dos assistentes de
Orunmilà, que preside a adivinhação pelo sistema de Ifá. Segundo Epega, Exu, tornou-se
rei de Kêtu sob o nome de Exu Alaketú.
É Exu que supervisiona as atividades do rei em cada cidade: o de Oyó é chamado Exu
Akesan.
Seu lugar de origem é impreciso.

Eis os nomes de Esù, segundo um informante: Elegbara, Alaketú, Lalu, Jelu, Run
Danto, etc.
O Òkòtó representa o crescimento. Agbárá - poder que permite a cada um se mobilizar e
desenvolver suas funções e seus destinos. Por isso recebe o título de Elegbara (senhor do
poder). Exu Elegbara é o companheiro de Ogun.

Exu Yangi é o Exu ancestre, o Exu Agbá.

É no seu papel de princípio dinâmico, de princípio de vida individual e de Òjise ou elemento


de comunicação, que Exu Bára está indissoluvelmente ligado à evolução e ao destino de
cada indivíduo.
Como tal ele também é senhor dos caminhos Exu Olònà, e ele pode abri-los ou fechá-los.

Bibliografia: Pierre Verger (Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns)

Você também pode gostar