Você está na página 1de 28

Aula 23

Séries de Fourier.
MA311 - Cálculo III

Marcos Eduardo Valle

Departamento de Matemática Aplicada


Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica
Universidade Estadual de Campinas
Introdução

Nas aulas anteriores, vimos como resolver uma equação


diferencial ordinária usando uma série de potências.

No estudo de equações diferenciais parciais, como a equação


do calor, surgem naturalmente um tipo diferente de séries,
chamadas séries de Fourier.

Além das aplicações na resolução de equações diferenciais, as


séries de Fourier possuem aplicações em engenharia elétrica,
análise de vibrações, processamento de imagens e sinais,
física quântica, econometria, entre outras.
Série de Fourier
Definição 1 (Série de Fourier)
Uma série de Fourier é uma série da forma
8 ”
a0 ÿ ´ mπx ¯ ´ mπx ¯ı
` am cos ` bm sen ,
2 L L
m“1

em que L ą 0 é um parâmetro e a0 , am e bm , para m “ 1, 2, . . .,


são os coeficientes.

Série de Fourier de f
Nos pontos em que a série de Fourier converge, ela define
uma função f que satisfaz
8 ”
a0 ÿ ´ mπx ¯ ´ mπx ¯ı
f pxq “ ` am cos ` bm sen ,
2 L L
m“1

chamada série de Fourier de f .


Funções Periódicas

Definição 2
Uma função f : D Ñ R é periódica com período T ą 0 se

f px ` T q “ f pxq, @x P D. (1)

O menor valor de T para o qual (1) é válida é chamado


período fundamental de f .

Exemplo 3
As funções
´ mπx ¯ ´ mπx ¯
cos e sen , m “ 1, 2, . . . ,
L L
são funções periódicas com período T “ 2L{m.
Teorema 4
Se f1 , f2 , f3 , . . . , fn são funções periódicas com período T , então

spxq “ c1 f1 pxq ` c2 f2 pxq ` . . . ` cn fn pxq,

também é periódica com período T .

O resultado acima também vale para a soma de uma série


infinita convergente.

Teorema 5
A função
8 ”
a0 ÿ ´ mπx ¯ ´ mπx ¯ı
f pxq “ ` am cos ` bm cos ,
2 L L
m“1

é periódica com período T “ 2L


Produto Interno e Funções Ortogonais
Definição 6 (Produto Interno)
O produto interno usual de duas funções f e g no intervalo
a ď x ď b é definido pela equação
żb
xf , gy “ f pxqgpxqdx.
a

Definição 7 (Funções Ortogonais)


As funções f e g são ortogonais em a ď x ď b se
żb
xf , gy “ f pxqgpxqdx “ 0.
a

Um@conjunto
D de funções tf1 , f2 , . . . , fn u é um conjunto ortogonal
se fi , fj “ 0 sempre que i ‰ j.
Ortogonalidade de Seno e Cosseno
Teorema 8
As funções sen mπx e cos mπx
` ˘ ` ˘
L L , para m “ 1, 2, . . ., foram um
conjunto ortogonal no intervalo ´L ď x ď L. Com efeito, tem-se
żL #
´ mπx ¯ ´ nπx ¯ 0, m ‰ n,
xCm , Cn y “ cos cos dx “
´L L L L, m “ n,
żL ´ mπx ¯ ´ nπx ¯
xCm , Sn y “ cos sen dx “ 0, @m, n,
´L L L
żL #
´ mπx ¯ ´ nπx ¯ 0, m ‰ n,
xSm , Sn y “ sen sen dx “
´L L L L, m “ n,

em que
´ mπx ¯ ´ mπx ¯
Cm pxq “ cos e Sm pxq “ sen , @m “ 1, 2, . . . .
L L
Fórmulas de Euler-Fourier

Teorema 9 (Fórmulas de Euler-Fourier)


Se
8 ”
a0 ÿ ´ mπx ¯ ´ mπx ¯ı
f pxq “ ` am cos ` bm cos ,
2 L L
m“1

está bem definida e pode ser integrada termo a termo, então


żL
xf , Cm y 1 ´ mπx ¯
am “ “ f pxq cos dx, @m “ 0, 1, 2, . . . ,
xCm , Cm y L ´L L
żL
xf , Sm y 1 ´ mπx ¯
bm “ “ f pxq sen dx, @m “ 1, 2, . . . .
xSm , Sm y L ´L L
Exemplo 10
Determine, admitindo sua existência, a série de Fourier da
função f definida por
#
´x, ´2 ď x ă 0,
f pxq “ e f px ` 4q “ f pxq.
x, 0 ď x ă 2,
Exemplo 10
Determine, admitindo sua existência, a série de Fourier da
função f definida por
#
´x, ´2 ď x ă 0,
f pxq “ e f px ` 4q “ f pxq.
x, 0 ď x ă 2,

Resposta: A série de Fourier de f é


´ ¯
p2n´1qπx
8 ÿ
8 cos 2
f pxq “ 1 ´ 2 .
π n“1 p2n ´ 1q2
2
f
s1

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
´ ¯
n cos p2m´1qπx
8 ÿ 2
sn pxq “ 1 ´ 2 .
π m“1 p2m ´ 1q2
2
f
s2

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
´ ¯
n cos p2m´1qπx
8 ÿ 2
sn pxq “ 1 ´ 2 .
π m“1 p2m ´ 1q2
2
f
s3

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
´ ¯
n cos p2m´1qπx
8 ÿ 2
sn pxq “ 1 ´ 2 .
π m“1 p2m ´ 1q2
2
f
s4

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
´ ¯
n cos p2m´1qπx
8 ÿ 2
sn pxq “ 1 ´ 2 .
π m“1 p2m ´ 1q2
2
f
s5

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
´ ¯
n cos p2m´1qπx
8 ÿ 2
sn pxq “ 1 ´ 2 .
π m“1 p2m ´ 1q2
2
f
s6

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
´ ¯
n cos p2m´1qπx
8 ÿ 2
sn pxq “ 1 ´ 2 .
π m“1 p2m ´ 1q2
2
f
s7

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
´ ¯
n cos p2m´1qπx
8 ÿ 2
sn pxq “ 1 ´ 2 .
π m“1 p2m ´ 1q2
2
f
s8

1.5

0.5

0
-6 -4 -2 0 2 4 6
´ ¯
n cos p2m´1qπx
8 ÿ 2
sn pxq “ 1 ´ 2 .
π m“1 p2m ´ 1q2
Exemplo 11
Determine, admitindo sua existência, a série de Fourier da
função f definida por
$
&0, ´3 ď x ă ´1,

f px ` 6q “ f pxq e f pxq “ 1, ´1 ď x ă `1,

0, `1 ď x ă 3,
%
Exemplo 11
Determine, admitindo sua existência, a série de Fourier da
função f definida por
$
&0, ´3 ď x ă ´1,

f px ` 6q “ f pxq e f pxq “ 1, ´1 ď x ă `1,

0, `1 ď x ă 3,
%

Resposta: A série de Fourier de f é


8
1 ÿ 2 ´ mπ ¯ ´ mπx ¯
f pxq “ ` sen cos .
3 mπ 3 3
m“1
1.4
f
s1
1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

n
1 ÿ 2 ´ mπ ¯ ´ mπx ¯
sn pxq “ ` sen cos .
3 mπ 3 3
m“1
1.4
f
s2
1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

n
1 ÿ 2 ´ mπ ¯ ´ mπx ¯
sn pxq “ ` sen cos .
3 mπ 3 3
m“1
1.4
f
s3
1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

n
1 ÿ 2 ´ mπ ¯ ´ mπx ¯
sn pxq “ ` sen cos .
3 mπ 3 3
m“1
1.4
f
s4
1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

n
1 ÿ 2 ´ mπ ¯ ´ mπx ¯
sn pxq “ ` sen cos .
3 mπ 3 3
m“1
1.4
f
s5
1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

n
1 ÿ 2 ´ mπ ¯ ´ mπx ¯
sn pxq “ ` sen cos .
3 mπ 3 3
m“1
1.4
f
s6
1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

n
1 ÿ 2 ´ mπ ¯ ´ mπx ¯
sn pxq “ ` sen cos .
3 mπ 3 3
m“1
1.4
f
s7
1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

n
1 ÿ 2 ´ mπ ¯ ´ mπx ¯
sn pxq “ ` sen cos .
3 mπ 3 3
m“1
1.4
f
s8
1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

-0.2

-0.4
-8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8

n
1 ÿ 2 ´ mπ ¯ ´ mπx ¯
sn pxq “ ` sen cos .
3 mπ 3 3
m“1

Você também pode gostar